You are on page 1of 42

Est Ag 42 (2007) 293-334

Pablo, el antisistema

L a in sa tisfacció n co n el m é to d o h istó ric o crítico d e los e stu d io s b íb li­


cos d u r a n te las ú ltim a s g e n e ra c io n e s h a h e c h o q u e s u rja n y p ro life re n
p e rsp ectiv a s in n o v ad o ra s. L a T h ird Q u est a b rió n u e v o s h o riz o n te s p a ra el
e stu d io d el Jesú s H istó ric o , h o riz o n te s q u e ta m b ié n se h a n e x te n d id o a los
e stu d io s d e la fig u ra d e P ab lo . A n te rio rm e n te , se c o n sid e ra b a al ap ó sto l
co m o u n p e rs o n a je p a ra d ig m á tic o q u e e x p e rim e n tó u n a co n v e rsió n del
ju d a ism o al cristian ism o . P a b lo e ra el g ran te ó lo g o c ristia n o q u e articu ló
la difícil tra n sic ió n d e la ju stific ació n p o r las o b ra s a la ju stificació n p o r la
fe. E s ta visió n in tro s p e c tiv a a g u stin ia n a y lu te ra n a s o b re el a p ó sto l de los
g e n tiles h a sido c u e stio n a d a e n las ú ltim as d é c a d a s p o r la d e n o m in a d a
“n e w p ersp e ctiv e”1 d e los e stu d io s p a u lin o s2. L o s re p re s e n ta n te s d e este
g ru p o so n m a y o rita ria m e n te d e len g u a inglesa. E s ta n u e v a p e rsp e c tiv a
q u ie re o fre c e r el m a y o r ca m b io d e p a ra d ig m a e n los e stu d io s p a u lin o s de
to d o s los tiem pos. P r e te n d e el d e sm o n ta je d e la co n stru c ció n teo ló g ica lu ­
te r a n a (a le m a n a ) d e P a b lo q u e lo p re s e n ta c o m o h é ro e d e la ju stificació n
p o r la fe.
S in em b arg o , la n u e v a p e rsp e c tiv a n o h a s u p u e sto ese g ra n cam b io de
p a ra d ig m a a n u n c ia d o , y a q u e h a p e rp e tu a d o la p e rsp e c tiv a teo ló g ica an-

1 La expresión hace referencia al título de un artículo de J.D.G. DuNN,The New Pers­


pective on Paul, en: Bulletin o f the John Rylands Library 65 (1983) 95-122; Véase J.D. D unn ,
The New Perspective on Paul. Collected Essays (W UNT185), Mohr Siebeck,Tübingen 2005,
89-110.
2 Stephen W esterholm , Perspectives Old and New on Paul. The „Lutheran“ Paul
and His Critics, WM.B. Eerdmns, Grand Rapids-Cambridge 2004; M. Bachmann (Hrsg.),
Lutherische und Neue Paulusperspektive. Beiträge zu einem Schlüsselproblem der gegen­
wärtige exegetischen Diskussion (WUNT 182), Mohr Siebeck, Tübingen 2005; A.J.M. Wed-
derburn, Eine neuere Paulusperspektive?, en: E.-M. Becker - P. Pilhofer (Hrsg.), Biogra­
phie und Persönlichkeit des Paulus (WUNT 187), Mohr Siebeck,Tübingen 2005,46-64; B.W.
Longenecker, On Critique the ,New Perspective’ on Paul: A Case Study, en: Z N W 96 (2005)
263-271. Existe una página Web dedicada a la nueva perspectiva en los estudios paulinos,
con posibilidad de consultar muchos artículos: www.thepaulpage.com
294 D. ALVAREZ

te rio r, se g ú n la cu al P a b lo e s ta b a c e n tra d o fu n d a m e n ta lm e n te e n su n u e v a
relig ió n , el cristian ism o , fre n te a su a n te r io r relig ió n ju d ía , tal y co m o p o s ­
tu la u n a d e las citas m ás m e n c io n a d a s d e e sta n u e v a o rien tació n : “In
sh o rt, th a t is w h a t P a u l fin d s w ro n g in Judaism : it is n o t C hristianity”3. L os
te m a s d e la ley, el p e c ad o , la ju stific ació n y la fe p e rm a n e c e n e n el c e n tro
d e la d iscu sió n e n tr e los se g u id o res d e la n u e v a p e rsp e c tiv a y los teó lo g o s
lu te ran o s. L a n u e v a visión, sin e m b a rg o , ig n o ra el c o n te x to im p e ria l r o ­
m a n o d o n d e se d e sa rro lló la m isió n p au lin a .
A n te e s ta d e saz ó n , u n g ru p o d e estu d io so s, m a y o rita ria m e n te a m e ri­
c a n o 4, h a a n u n c ia d o u n v e rd a d e ro ca m b io d e m o d e lo e n los estu d io s p a u ­
linos. L a in te rp re ta c ió n q u e p ro p o n e es, e n c ie rto sen tid o , u n a c o n tin u a ­
ció n d e la d e n o m in a d a T h ird Q u est a p lica d a e n la in v estig ació n del Jesús
h istó rico : tra s la im p o rta n c ia d a d a e n los ú ltim o s d ecen io s al te m a d el im ­
p e rio e n los e stu d io s d e l Jesú s h istó rico , e s te g ru p o d e a u to re s in te rp re ta
al a p ó sto l P a b lo d e sd e el c o n te x to y la p e rs p e c tiv a del im p erio ro m an o . E l
m u n d o ro m a n o e ra el a m b ie n te e n q u e s u rg ie ro n las c o m u n id ad es p a u li­
nas. L o s se g u id o re s d e e sta visió n p e rte n e c e n a u n g ru p o d e tra b a jo d e la
So ciety o f B ib lic a l L iterature, d e n o m in a d o “Politics G ro u p ”. U n o d e sus
m a y o re s e x p o n e n te s es R ic h a rd A . H orsley , q u ie n se h a e n c arg a d o de e d i­
ta r h a s ta el p re s e n te las c o n trib u cio n e s y e stu d io s d el g ru p o 5.
H a s ta é p o c as re c ie n te s n o se o to rg ó la d e b id a im p o rta n c ia al te m a
del im p e rio ro m a n o e n los estu d io s d e NT. P rim e ro se aplicó la cu estió n
del im p e rio a los e stu d io s d e l Jesú s H is tó ric o y a h o ra llega su tu rn o al
ap ó sto l. E s to s in v e stig a d o re s d e P a b lo e s tá n re sp o n d ie n d o , en p a rte , a los
rec ie n te s a v an ces e n los e stu d io s d e la h isto ria a n tig u a, an alizan d o la id e o ­
logía d el im p erio , la e c o n o m ía e x p lo ta d o ra o la n a tu ra le z a p a rá sita d e la

3 E.P. Sanders , Paul and Palestinian Judaism: A Comparison o f Patterns o f Religion,


Fortress, Philadelphia 1977,552.
4 La recepción de las ideas y de la perspectiva que proponen es escasa fuera del ám­
bito americano. En el mundo alemán cabe destacar algún artículo dedicado al tema: Wiard
Popkes, Zum Thema “Anti-imperiale Deutung neutestamentlicher Schriften”, en: ThL 127
(2002) 850-862; Idem, Philipper 4,4-7. Aussagen und situativer Hintergrund, en: N TS 50
(2004) 246-256
5 R ichard A. H orsley (ed.), Paul and Empire. Religion and Power in Roman Impe­
rial Society, Trinity Press International, Harrisburg, Pennsylvania 1997; Richard A. Horsley
(ed.), Paul and Politics. Ekklesia, Israel, Imperium, Interpretation. Essays in Honor o f Kris­
ter Stendahl, Trinity Press International, Harrisburg, Pennsylvania 2000; Richard A. Horsley
(ed.), Paul and the Roman Imperial Order, Trinity Press International, Harrisburg, Pennsyl­
vania 2004. Otras contribuciones recientes en este ámbito: J.D. Crossan, Paul and Rome.
The Challenge of a Just World Order, en: UnSemQuartRev 59 (2005) 6-20; P.T. Kroeker,
Whither Messianic Ethics? Paul as Political Theorist, en: Journal o f the Society o f Christian
Ethics 25 (2005) 37-58.
PABLO, EL ANTISISTEMA 295

g lo b alizació n eco n ó m ic a b a jo el siste m a g lo b alizad o d e los ro m a n o s. N o


o b sta n te , ta m p o c o se p u e d e d e c ir q u e e s ta p ro p u e s ta sea n o v e d o s a 6. Y a
A d o lf D e is m a n n 7 se fijó e n los p a ra lelism o s c o n el im p erio : a n o s e r q u e
P a b lo y sus c o la b o ra d o re s fu e ra n ciegos, d e b e m o s su p o n e r q u e los c o n ­
c e p to s e im á g en es c o n los q u e los p rim e ro s cristian o s se c o n fro n ta b a n
c a d a d ía fo rm a b a n el tra s fo n d o fre n te al q u e se fo rm u ló el m e n sa je cris­
tian o : el N T es u n lib ro d e la é p o c a im p erial. L o s cristian o s a p lic a ro n a
Jesú s té rm in o s q u e p ro c e d ía n y se u tiliz a b a n p a ra el cu lto al e m p e ra d o r.
P e ro tra s la se g u n d a G u e r ra M u n d ia l, la re la c ió n e n tre el c ristia n ism o y su
m a triz ju d ía c o p ó el c e n tro d e a te n c ió n de los estu d io so s d el N T. E n los
ú ltim o s años, sin em b a rg o , h e m o s asistid o a u n in te ré s re n o v a d o p o r el
te m a d e l cristian ism o y el im p e rio ro m a n o y, e n co n creto , p o r el c u lto al
e m p e ra d o r8. S in lu g ar a d u d a s q u e a q u í ta m b ié n h a n in flu id o fa c to re s so ­
ciales c o n te m p o rá n e o s q u e ex p lic a n el re s u rg ir d e los e stu d io s p o r e s ta te ­
m á tic a , co m o p u e d e se r el a u m e n to d e c o n c ien cia crítica re s p e c to a las
o p e ra c io n e s glo b alizad as, las c u ales p u e d e n s e r e n te n d id a s co m o u n a v e r­
sió n m o d e r n a d e l im p e rio ro m a n o 9.

6 Nietzsche ya proponía semejantes ideas, cf. Jan Rehmann, Nietzsche, Paul, and the
Subversion of Empire, en: Union Seminary Quarterly Review 59 (2005) 147-161, “He was
the Jewish intellectual capable of “guessing, how one could unite all who lay at the bottom,
all who were secretly rebellious, the whole inheritance of anarchistic agitation in the Empi­
re, into a tremendous power” (p. 157). Contra el pluralismo romano desde arriba, Pablo
ofrece una imaginería contra el imperio desde abajo, un “universalismo” subversivo que su­
pera fronteras. Cf. Jacob Taubes, Die politische Theologie des Paulus, Wilhelm Fink Verlag,
München 20033, 106-131.
7 A dolf D eissmann , Licht vom Osten. Das Neue Testament und die neuentdeckten
Texte der hellenistisch-römischen Welt, Tübingen 19234,2ss.
8 Además de las obras de Horsley, cf. Sr. D ominique C uss , Imperial Cult and H ono­
rary Terms in the New Testament (Paradosis 23), University Press, Fribourg 1974; A. Brent,
The imperial Cult and the Development o f Church Order. Concepts and Images o f Authority
in Paganism and Early Christianity before the Age o f Cyprian, E.J. Brill, Leiden 1999. W.
Carter, Matthew and Empire: Initial Explorations, Harrisburg, PA, Trinity Press Internatio­
nal 2001; Michael Labahn - Jürgen Zangenberg (ed.), Zwischen den Reichen: Neues Testa­
ment und Römische Herrschaft, Vorträge auf der Ersten Konferenz der European Associa­
tion fo r Biblical Studies, Francke Verlag, Tübingen - Basel 2002; Martin Ebner, Evangelium
contra Evangelium. Das Markusevangelium und der Aufstieg der Flavier, en: Biblische N o­
tizen 116 (2003) 28-42.
9 Es sintomática la afirmación de John D ominic C ross a n -Jonathan L. R e e d , / « Se­
arch o f Paul. How Jesus’s Apostle Opposed Rom e’s Empire with God’s Kingdom. A New Vi­
sion o f Paul’s Word & World, Harper San Francisco, New York 2004,412: “Who they were
there ahd then, we are here and now. We are, at the start of the twenty-first century, what
the Rom an Empire was at the start of the first century. Put succinctly: Rome and the East
there, America and the West here. Put more succinctly: they then, we now. Put most suc­
cinctly: SPQR is SPQA”. Véase la recensión de este libro en P. Foster, Travelling with Paul
and Undermining Rome, en: ExpTimes 117 (2006) 189-191.
296 D. ÁLVAREZ

L as c o n trib u c io n e s d e l p rim e r v o lu m e n d el g ru p o e d ita d o p o r H o rs ­


ley, m u e s tra n q u e e s te tip o d e in te rp re ta c ió n se re m o n ta a los años 7010,
e s p ec ia lm e n te a la d é c a d a d e los 80 y 90. E l círcu lo d e p a rtic ip a n te s es r e ­
la tiv a m e n te g ran d e . S in e m b arg o , los e x e g eta s e u ro p e o s e s tá n p o co r e ­
p re s e n ta d o s y ésto s p ro c e d e n fu n d a m e n ta lm e n te d e los p aíses e sca n d in a ­
vos. T a m b ién se e n c u e n tra n , e n tre otros, D ie te r G e o rg i o H e lm u t K o ester,
y se cita n d iv erso s a rtícu lo s d e G. T heiB en y M . H e n g e l. V isto e n su c o n ­
ju n to , p a re c e q u e e sta m o s a n te u n a reg io n a liz a ció n d e la investigación.
H a y q u e la m e n ta r la fa lta d e u n a rec e p c ió n rec íp ro c a , lo cu al se c o n sta ta
e n la b ib lio g rafía e m p le a d a . P a re c e q u e el o c é an o se a g ra n d a y se p ara
ca d a vez m ás a los estu d io so s a m eric a n o s y alem an es. E s to ta m b ié n se
c o n firm a e n cie rto s e n c u e n tro s in te rn ac io n a le s, d o n d e la c o n fro n ta c ió n de
p o stu ra s se a g u d iz a y se p lasm a en las d iscusiones, alg u n a d e ellas n o tan
con stru ctiv as. E n E s p a ñ a h a p a s a d o e n c ie rto m o d o d e sa p e rc ib id a dicha
c o n fro n ta c ió n , o al m e n o s n o h a d e ja d o u n a im p ro n ta excesiva e n los es­
tu d io s p au lin os. E s m ás, p a re c e q u e e n m u ch o s ám b ito s a ú n n o h a llegado
la “n ew p ersp e c tiv e ” a los e stu d io s p a u lin o s11.
E l p re s e n te a rtíc u lo tr a ta r á d e p re s e n ta r e sta p e rsp e c tiv a d e “P ab lo
a n ti-im p e ria l” , y a n a liz a r las a p o rta c io n e s positivas, así co m o in d icar las
d eficien cias o ex a g e ra c io n e s q u e, se g ú n m i m o d e sta o p in ió n , se p u e d e n
c o n statar.

1. Pablo y el “Politics Group”

S eg ú n sus m ism o s fu n d ad o re s, el g ru p o fu e c re a d o p a ra o fre c e r u n


fo ro co m ú n a las d iv ersas lín e a s d e criticism o d e la m isió n p a u lin a , d e las
cartas, y d e las v isio n es c o m u n es so b re P ab lo . E sto s e stu d io s so n re a liz a ­
do s fu n d a m e n ta lm e n te p o r afro -am e ric an o s, ju d ío s, ex e g eta s d e p u eb lo s
a n te rio rm e n te c o lo n iz a d o s12 y p o r q u ie n e s e stá n d isp u e sto s a cu e stio n ar

10 Entre los precursores destaca K rister Stendahl (Paul amongJews and Gentiles),
quien modificó la Vocalización de la teología de Pablo, para centrarse en la gente con la que
Pablo trabajó en su misión. El apóstol no pretendió crear una nueva religión. La presenta­
ción de Pablo como homo religiosus obsesionado con una conciencia introspectiva es una
proyección cristiana occidental. Él nunca abandonó el judaismo, y el primer encuentro con
Cristo no fue una conversión a una nueva religión sino el encargo de la misión.
11 Únicamente conozco un artículo en castellano dedicado a esta temática, Juan M i­
guel D iez R odelas, La “nueva perspectiva sobre Pablo”: Planteamientos y límites, en:
Anales Valentinos 28 (2002) 209-229. Existen artículos traducidos del inglés que se encuen­
tran en la web: www.thepaulpage.com.
12 En el contexto del poder imperial francés, británico y americano en el mundo, el
“postcolonialismo” intenta reflejar la naturaleza y significado de esa experiencia (colonial
PABLO, EL ANTISISTEMA 297

la in te rp re ta c ió n c o m ú n d e P ab lo c o m o u n c o n se rv a d o r p o lítico -so cial13


e stric ta m e n te o b e d ie n te al im p e rio d el q u e su p u e sta m e n te e ra ciu d ad an o .
L a d e n o m in a c ió n b a jo la q u e se e n g lo b a n to d o s esto s g ru p o s y p e rs p e c ti­
vas co n el o b je tiv o d e c o o p e ra r e n sus e stu d io s es “P aul a n d P olitics” . L a
in v estig ació n se c e n tra e n c u a tro á re a s in te rre la c io n a d a s y a m p liam e n te
con ceb idas, a sab er: “P a b lo y la p o lític a de las ig lesias” , “P a b lo y la p o líti­
ca d e Is ra e l” , “P a b lo y la p o lític a e n el im p e rio ro m a n o ” y “P a b lo y la p o ­
lítica d e la in te rp re ta c ió n ” .
Sus m ism o s m ie m b ro s e n u n c ia n alg u nos d e los p rin cip io s q u e g u ían
las d iscu sio n es d e l g ru p o : 1) T a n to los te x to s c o m o las in te rp re ta c io n e s
so n lu g are s d e c o n fro n ta c ió n y lucha. P a b lo e s tá d isc u tie n d o co n a d v e rsa ­
rio s o in te n ta sile n c ia r o tra s voces d isc o rd a n te s e n sus cartas. 2) T a n to la
p ro d u c c ió n co m o la in te rp re ta c ió n d e te x to s c o n lle v a n rela c io n e s de
p o d e r, in te reses, valo res, v isio n e s... E l a p ó sto l u tiliza el len g u a je n o solo
c ó m o tra n sm isió n d e ideas, sino co m o u n a fo rm a d e acció n q u e afecta a
las p e rs o n a s m e d ia n te las rela cio n e s d e p o d e r. 3) T a n to los tex to s co m o los
in té rp re te s o c u p a n lu g are s y c o n te x to s so ciales co n creto s. E n c o n tra ste
co n lo s e stu d io s p a u lin o s clásicos q u e p re c o n iz a n la “o b je tiv id a d ” , p e ro
q u e d e sp o litiz a n y d o m e stic a n las c a rta s p a u lin as, es im p o rta n te re c o n o ­
c e r la le ja n ía p o lític a y c u ltu ra l d el te x to p a ra e l le c to r m o d e rn o . L o s te x ­
to s e s tá n co n d ic io n a d o s p o r su c o n te x to histó rico .
“L o s o b jetiv o s y la a g e n d a d el g ru p o ‘P a b lo y la p o lític a ’ son, e n se n ­
tid o am p lio , c u e stio n a r, in te rro g a r y rev isa r los te x to s e in te rp re ta c io n e s
p a u lin a s p a ra id e n tific a r las fo rm u lacio n es o p resiv as, así co m o las visiones
y v a lo re s p o te n c ia lm e n te lib e ra d o re s con el o b je to d e re c u p e ra r sus p o si­
b ilid a d es h istó ric a s n o realizad as, to d o ello e n u n c o m p ro m iso crítico
m u tu o e n tr e lo s d iv erso s p articip a n tes. L a d iv ersid a d d e p a rticip a n te s, así
co m o la h e te ro g e n e id a d d e te o ría s y en fo q u es, in c lu y e n d o ‘lec tu ra s d esd e
a b a jo ’, p u e d e n fo m e n ta r la desm itificació n d e p rác tic a s p ro b le m á tic a s en
la in te rp re ta c ió n b íb lica c o n te m p o rá n e a ... C o n o c im ie n to crítico significa
re a liz a r u n a e le cc ió n p a ra e je rc e r la crítica d e sd e los m arg in ad o s y o p ri­
m id o s, y co n la lib e ra c ió n e n m e n te ” 14.
S e g ú n la visió n d e esto s au to re s, to d a v ía m u ch o s estu d io so s v e n a
P a b lo a tra v é s d e las le n te s lu teran a s, es d ecir, lo in te r p re ta n e n térm in o s

e imperial, postcolonial y postimperial) para quienes están implicados en el imperialismo:


los sometidos.
13 El conservadurismo social de Pablo se ha visto reflejado fundamentalmente en los
textos de ICor 7,17-24 y en Rom 13,1-7, lo que ha llevado a afirmar la acomodación reli­
giosa de Pablo a la esfera social.
14 R ichard A. H orsley, Paul and Politics 13.
298 D. ALVAREZ

e s tre c h a m e n te religiosos, e sp e c ia lm e n te e n c o n tra ste co n la te o lo g ía ju d ía


o la so terio lo g ía. O tro o b stá c u lo p a ra la le c tu ra p o lítica d e P a b lo es la d e s­
p o litiz ació n q u e h a su frid o el p e n s a m ie n to p a u lin o e n la tra d ic ió n c ristia ­
n a, te n d e n c ia q u e y a se c o n s ta ta e n los escrito s tard ío s d el NT. A l fin al de
la é p o c a d e la co m p o sic ió n d el N T, los e sc rito re s cristian o s c o m e n z a ro n a
e n fa tiz a r q u e los se g u id o re s d e Jesús n o su p o n ía n u n p elig ro p a ra el p o d e r
ro m a n o estab lecid o . P o s te rio rm e n te se s u b ra y a rá q u e los cristian o s co n s­
titu ía n u n p a ra d ig m a d e le a lta d al césar, a p e s a r d e su le a lta d relig io sa ex­
clusiva a D ios. S e co n sid e ró q u e la p o lític a im p e ria l e ra el tra s fo n d o d o n d e
se p ro d u jo la p re d ic a c ió n p a u lin a , p e ro P a b lo se d e d ic ó ex clu siv am en te a
la ac tiv id a d relig io sa. C o m o m u cho , e x istie ro n algu n as “im p lic a c io n e s”
p o líticas o sociales c o la te ra le s p a ra su m in isterio , p e ro las cu e stio n es im ­
p e ria le s p e rm a n e c ie ro n a je n as a P ab lo . P e ro ¿ e ra é sta la v e rd a d e ra in te n ­
ció n d e P ab lo ?
D e los tre s m o d elo s fu n d a m e n ta le s p a ra la co m p re n sió n d e la te o lo ­
gía p a u lin a y d e la h isto ria , los a u to re s p e rte n e c ie n te s al P olitics G ro u p
p riv ile g ia n c la ra m e n te el m o d e lo ap o c alíp tic o escatológico, e n c o n tra p o ­
sició n a los q u e p riv ileg ian la d o c trin a tra d ic io n a l d e la ju stificació n y de
la d e n o m in a d a m ística p a u lin a . A l a p ó sto l n o le p re o c u p a el p ro b le m a ju ­
ríd ic o d e l p e c a d o n i el te m a d e la le ja n ía d e D ios. T am p o co es c e n tra l la
c u e stió n d e u n a u n ió n m ística co n la d iv in id ad . M ás b ien , la teo lo g ía p a u ­
lin a e s tá co n c eb id a co m o tele o ló g ic a y teo lo g ía h istó rica. P a b lo e s ta b a in ­
te re s a d o e n el triu n fo d e D io s s o b re los p o d e re s enem igos.
D e s d e e s ta n u e v a ó p tic a , la in te rp re ta c ió n d e las c a rta s p au lin as se rá
to ta lm e n te d istin ta a la q u e e stam o s ac o stu m b ra d o s a escu ch ar. E l e v a n ­
g elio y la m isió n p a u lin a e s ta b a n e n clara o p o sició n al c é sa r y al o rd e n im ­
p e ria l ro m a n o , y n o a la ley ju d ía . Su ev a n g elio es e m in e n te m e n te p o líti­
co. P a b lo p re te n d ió e s ta b le c e r e k kle sia i q u e fu e ra n a lte rn a tiv a s v álid as a
las a sam b leas d e las ciu d ades, tales co m o las e x isten tes e n T esalónica, Fi-
lipo, y C o rin to . E l a p ó sto l co lo ca el ev a n g elio d e C risto y las co m u n id a d e s
e n o p o sic ió n al p o d e r im p e rial ro m an o . Se e n fre n ta al sistem a d e v alo res
d e la so c ie d a d ro m a n a , a las re la c io n e s d e p o d e r15, a la id eo lo g ía d e p a z y
se g u rid a d g e n e ra d a p o r la riq u e z a . D e s a fía el p o d e r y el sistem a d e g o ­
b iern o , e n cuyo v é rtice se e n c o n tra b a el e m p e ra d o r salvador.
P o r ta n to , los e stu d io s p a u lin o s d e b e n c u estio n arse: ¿ p o r q u é el p o d e r
ro m a n o y el o rd e n im p e rial ro m a n o e ra n in a c e p tab le s p a ra el a p ó sto l y en

15 Las relaciones del poder imperial no se establecían únicamente por medio de la


fuerza y la espada, sino que operaban de forma compleja a través de formas religioso-cul­
turales intrínsecamente relacionadas con las formas económico-sociales de dominación.
PABLO, EL ANTISISTEMA 299

q u é m ed id a in c id ie ro n e n su m e n sa je? Sin e m b arg o , d e b id o a la s e p a ra ­


ció n e n tre relig ió n y p o lític a e n los e stu d io s o c c id e n tale s d e NT, se h a su ­
p u e s to g e n e ra lm e n te q u e ta le s c u e stio n es e ra n irre le v a n te s p a ra la co m ­
p re n s ió n d e P ab lo . E s a h o ra c u a n d o se h a c o m e n z a d o a in v estig a r la re la ­
ció n co nflictiva d el a p ó sto l co n el o rd e n im p e ria l ro m a n o , a n a liz a n d o en
p rim e r lu g ar la situ a c ió n e id e o lo g ía d e l im p e rio ro m a n o p a ra c o n o c e r a
q u é se p u d o e n fre n ta r P ab lo . E so es ta m b ié n lo q u e v am o s a e x p o n e r a q u í
d e fo rm a su cin ta, p a ra p o s te rio rm e n te s itu a r a P a b lo d e n tro d e su c o n ­
tex to .

2. El nuevo (des)orden mundial en tiempos de Augusto

L as p re se n ta c io n e s re c ie n te s d e l m u n d o social d el a p ó sto l P a b lo h a n
p e rp e tu a d o la visió n c o m ú n d e q u e la p a x ro m a n a p ro p o rc io n ó u n c o n ­
te x to p o sitiv o p a ra el n a c im ie n to d e l c ristian ism o y la e x p a n sió n d e la m i­
sió n p au lin a: viajes re la tiv a m e n te se g u ro s m e d ia n te b u e n a s vías d e c o m u ­
n ica ció n , m are s lib res d e p ira ta s y b u e n o s p u e rto s. E l p re d o m in io d e la
c u ltu ra y d el le n g u a je g rieg o facilitó la co m u n icació n y la p red ic a ció n . A u ­
g u sto h a b ría e sta b lec id o u n clim a g e n e ra l d e e sta b ilid a d y se g u rid ad . É se
es el c u a d ro q u e n o s p re s e n ta n las fu e n te s epig ráficas y lite ra ria s, q u e e ra n
p ro d u c to d e la clase p riv ileg iad a. C o m o testim o n io d e e s ta te o lo g ía im p e ­
rial, d e s ta c a n los a u to re s 16 q u e e n sa lz a ro n la fig u ra d e A u g u sto y la Pax
A u g u s ta m e d ia n te u n a p o e sía p ro p a g a n d is ta , a lo q u e h a y q u e a ñ a d ir los
te s tim o n io s m u d o s d e las m o n ed as, el a rte y la a rq u ite c tu ra 17.
L o s e m p e ra d o re s u tiliz a ro n h á b ilm e n te los cargos, los h o n o res, el e s­
ta tu s y la a d m in istrac ió n p a ra p ro d u c ir c o h e sió n m e d ia n te u n a re d d e in ­
te rc a m b io d e relac io n e s p e rs o n a le s q u e p a rtía d e ellos m ism os. E n el á m ­
b ito so cial y político, la so cie d a d e s ta b a b a s a d a e n el siste m a d e p a tro n a z ­
go. S e tra ta b a d e u n e la b o ra d o sistem a d e re la c io n e s v in cu la d o e sp ec ia l­
m e n te al v alo r d e l h o n o r. L a s re la c io n e s d e p a tro n a z g o p e rs o n a l e n tre el
e m p e r a d o r y la elite local c o n s titu ía n las lín eas m ás im p o rta n te s y efe c ti­
vas a tra v é s de las cu ales el p o d e r flu ía e n tre el c e n tro (R o m a ) y las a u to ­
rid a d e s reg io n a les y locales. E s te siste m a d e p o d e r je ra rq u iz a d o e ra u n a
fo rm a m ás d e m a n te n e r el o rd e n p ú b lic o y e je rc e r el c o n tro l so b re lós súb-

16 Caben destacar a Horacio, Virgilio, Ovidio, al mismo Augusto, así como otros tex­
tos del tiempo de Nerón (Calpurnius Piso, Calpurnius Siculus, Statius).
17 Ampliamente sobre este tema, cf. Paul Z anker, The Power o f Images in the Age
o f Augustus, University of Michigan Press, Ann Arbor 1988.
300 D. ÁLVAREZ

ditos. G ra c ia s a la in te rre la c ió n e n tre relig ió n y estad o , e sta situ ació n es­


ta b a s a n c io n a d a p o r los p o d e re s divinos. E l sistem a p o lítico -eco n ó m ico -
social d el p a tro n a z g o e s ta b a a rtic u la d o d e fo rm a p a ra le la y e n fu sió n con
el sistem a p o lítico -re lig io so d e los sacrificios y el cu lto al e m p e ra d o r18. L a
elite relig io sa a c tu a b a d e la m ism a fo rm a q u e la elite p o lítica.
L a re tó ric a p ú b lic a e n sa lz a b a ta m b ié n las re la c io n e s d e p o d e r e n el
im p e rio 19. L as d o s fo rm a s clásicas d e e s ta b le c e r y m a n te n e r la c o n fo rm i­
d a d d e los p u e b lo s c o n q u ista d o s e ra n el m ie d o a la e sp a d a y c o n te n ta rlo s
m e d ia n te el a rte d e la p e rsu a sió n . E l te m a fu n d a m e n ta l e n la o ra to ria de
los inicios d e l p rin c ip a d o g ira b a e n to rn o a la paz, e sta b lec id a y m a n te n id a
p o r el e m p e ra d o r, c o n el b en e ficio d e la s e g u rid a d y b ie n e s ta r p a ra los h a ­
b ita n te s d e l im p e rio f re n te a ta q u e s ex tern o s.
L a o b e d ie n c ia p ro v in cial a la d o m in a c ió n ro m a n a fu e u n a c o n stru c ­
ció n id eo ló g ica. S u rea liz a c ió n d e p e n d ía d e q u e m u ch as p e rso n a s co m ­
p a rtie r a n u n c o n ju n to d e cre en c ia s q u e sa n c io n a b a n u n a n o c ió n ro m a n a
p e c u lia r d e l o rd e n social. R o m a m ism a a p o rtó la a rticu la c ió n inicial d e los
valores, a los q u e los s ú b d ito s o rie n ta b a n su v id a co m o m ie m b ro s d e la co ­
m u n id a d , y fu e la c re e n c ia d e q u e o tro s c o m p a rtía n esos m ism os v alo res
lo q u e leg itim ó la re p re s e n ta c ió n d e R o m a d el o rd e n social. A se n tim ie n ­
to y le a lta d h a c ia R o m a re q u e ría n el re c o n o c im ie n to d e q u e la c o n stru c ­
ción d e la so cied a d ro m a n a , e n las re la c io n e s e n tre las provincias, c iu d a ­
des, in dividuos, e m p e ra d o re s e im p erio , o rg a n iz a b a a d e c u a d a m e n te el
v a lo r co lectiv o d e los c o m p ro m iso s d e sus súbditos.
L a c o n cesió n d e la c iu d a d a n ía , las fiestas, las m o n ed as, las im ág en es
im p eriales, así co m o los c o n c ep to s y ritu a le s p o lítico s ju g a ro n u n p a p e l im ­
p o rta n te d e n tro d e l m o sa ic o m u ltid im e n sio n a l q u e h o n ra b a ta n to al em ­
p e ra d o r co m o al g o b iern o . L as p re te n s io n e s ro m a n a s p a ra leg itim ar el
p o d e r n o se lim ita b a n a la a u to rid a d c a rism àtica del e m p e ra d o r. R o m a

18 Recientes estudios del NT consideran que el sistema de patronazgo puede clarifi­


car las relaciones existentes en las comunidades de Corinto, la interconexión y expansión
del movimiento primitivo cristiano, y cómo ese sistema de relaciones proporcionó a los pri­
meros cristianos un modelo para la conceptualización y descripción de sus relaciones con
Jesucristo, como mediador, y con Dios, como patrón y benefactor celestial.
19 R ollin A. R a m saran , Resisting Imperial Domination and Influence. Paul’s Apo-
calyptic Rhetoric in 1 Corinthians, en: R ichard A. H orsley (ed.), Paul and the Román Im­
perial Order, 89-101 recuerda que la retórica es política y que la retórica de Pablo debe ser
leída en este contexto imperial romano. Independientemente de si Pablo se formó en la re­
tórica greco-romana, él usa claramente modelos retóricos de su época. Su argumentación
puede ser únicamente entendida en el contexto de la resistencia al poder imperial romano
dentro de la tradición apocalíptica judía. En concreto, en 1 Cor, Pablo emplea formas greco-
romanas junto a la retórica apocalíptica judía.
PABLO, EL ANTISISTEMA 301

ta m b ié n u n lv ersaliz ó los b e n e ficio s d e sus logros, es d ecir, m o stró a c u e r­


do s in stitu c io n ale s q u e se rv ían a los in te re se s d e alg u n o s in d iv id u o s c o m o
si sirv ie ra n a los in te re se s d e to d a la p o b lac ió n . L a id eo lo g ía su b y a c e n te
p re s e n tó el im p e rio co m o u n a co le ctiv id a d q u e incluía a to d o s, m in im i­
z a n d o las d ife ren c ia s d e c u ltu ra y clase, y e n fa tiz a n d o la sim ilitu d d e las
rela c io n e s p e rso n a le s h a c ia el e m p e ra d o r20. V arias p o b lac io n e s d e l im p e ­
rio, e n p a rtic u la r, el o rie n te griego, re c o n o c ie ro n y a p re c ia ro n la e sta b ili­
d a d p o lític a y eco n ó m ic a q u e p ro p o rc io n ó R o m a .
L o s n u e v o s e stu d io s h istó ricos, sin em b a rg o , re fle ja n q u e e s ta s itu a ­
ció n ta n idílica d e l im p e rio ro m a n o ú n ic a m e n te b e n e fic ia b a a u n a m in o ­
ría d e n tro d e l im p erio , a las clases p rivileg iadas. L a in m e n sa m a y o ría d e la
p o b la c ió n su fría sus c o n secu en cias n e g a tiv a s21. L as c a rta s p au lin as, H e ­
ch o s y los escrito s d e l h isto ria d o r ju d ío , Jo sefo y d e l filósofo F iló n d e A le ­
ja n d ría , m u e s tra n q u e el “n u e v o o rd e n m u n d ia l” im p u e sto p o r los ro m a ­
n o s d e s d e A u g u sto , e ra e x p e rim e n ta d o co m o d e s o rd e n p o r m u ch as p e rs o ­
n as e n las pro v in cias. L o s ro m a n o s y la a risto c ra cia d e los p u e b lo s y ciu ­
d a d e s q u e c o n q u is ta ro n , cuyo d o m in io ra tific a ro n e in c re m e n ta ro n , lu ­
c h a ro n p o r p e rp e tu a r u n o rd e n p o lítico -e co n ó m ico q u e a se g u ra b a su p r o ­
p io p o d e r y sus privilegios. Sin em b arg o , los p u e b lo s so m etid o s n o co n sin ­
tie ro n a m a b le m e n te el n u e v o o rd e n im p e rial, y alg u n as d e las d isp o sicio ­
n es q u e im p u sie ro n , e x a c e rb a ro n a ú n m ás los conflicto s locales. E s to n o r ­
m a lm e n te n o se m e n c io n a , ta l vez p o rq u e las fu e n te s lite ra ria s y e p ig rá fi­
cas e x p re s a n el p u n to d e vista d e la elite.
S o lo h a c e fa lta c o n o c e r u n p o co la h isto ria d e J u d e a - G a lile a d u ra n ­
te el siglo I d.C. p a ra a firm a r q u e la p a x ro m a n a e ra u n a p e sa d illa d e la
q u e n o p o d ía n lib rarse. L os m o v im ie n to s d e resiste n c ia fu e ro n re p rim id o s
p o r lo s g o b e rn a n te s p o r a m e n a z a r el o rd e n im p erial. T an to los in te n to s fa ­
n á tic o s p o r c o n se rv a r las fo rm as tra d icio n a le s d e relig io sid ad , co m o los in ­
te n to s o ficiales p o r to m a r m ed id a s d rástic a s c o n tra la resiste n c ia c o n d u je ­
ro n a u n c o n flicto san g rie n to . É sa s e ra n las circu n stan cias d e ag itació n ,
p e rs e c u c ió n y re p re s ió n q u e ta n to P a b lo (G a l 1,13; Fil 3,4-6) co m o el lib ro
d e H e c h o s (4-5; 7,54-8,3) d e scrib e n al p r e s e n ta r el m o v im ie n to d e los s e ­
g u id o re s d e Jesú s e n J e ru s a lé n y m ás allá d e las fro n te ra s judías. D e n tro
d e las c o rrie n te s ap o c alíp tic as ju d ía s se e n c u e n tra n d u ra s críticas c o n tra la

20 Sobre la ideología en el imperio romano, véase el capítulo segundo de C lifford


A n d o , The Imperial Ideology in the Roman Empire, University of California Press, Berke­
ley 2000,19-48, aquí p. 40.
21 K laus W engst , Pax Romana. Anspruch und Wirklichkeit. Erfahrung und Warh-
nehmungen des Friedens bei Jesus und im Urchristentum, Chr. Kaiser Verlag, München 1986.
302 D. ALVAREZ

d o m in a c ió n ro m a n a . U n e je m p lo cla ro lo te n e m o s e n el c o m e n ta rio de
H a b a c u c ( lQ p H a b ) 22.
L a e sta b ilid a d p o lític a re in a b a e n o tra s ciu d ad es e n las q u e actu ó
P ab lo , p e ro e s ta e sta b ilid a d im p u e s ta p o r el p o d e r im p e ria l ro m a n o signi­
fica b a in se g u rid a d p a ra la m a y o r p a rte d e los h a b ita n te s. S ólo h a c e falta
re c o rd a r los d e sp la z a m ie n to s d e p u e b lo s c o n q u ista d o s y co lo n izad o s, q u e
e x p e rim e n ta ro n e l y u g o d e la d o m in a c ió n y o c u p a ció n ro m a n a . A ese
y u go h a y q u e a ñ a d ir la esclav itu d , e ra u n o d e los p ila res s o b re los q u e se
b a s a b a el o rd e n so c io -e co n ó m ico ro m a n o 23.

3. La política religiosa de Roma en tiempos de Augusto

D e b e m o s re p e n s a r el c o n c e p to d e relig ió n e n la a n tig ü e d a d . N o se
tr a ta b a d e u n a c re e n c ia o fe b a s a d a e n la re la c ió n p e rs o n a l co n la d ivini­
d a d , sino q u e te n ía fu n d a m e n ta lm e n te u n c o m p o n e n te social, ya q u e no
existía se p a ra c ió n e n tre p o lític a y religión. D e h ech o , la p o lític a ro m a n a
a n tig u a e s ta b a im p re g n a d a d e e x p resio n es y rasg o s religiosos. L a relig ió n
fo rm a b a u n c o m p lejo e n tra m a d o y u n c o n ju n to su til d e rela c io n e s e in te r­
accio nes m e d ia n te las q u e e s ta b a e s tru c tu ra d a la so cied ad .
E l v elo q u e d isto rsio n a b a y e n c u b ría las d u ra s re a lid a d e s del im p e ­
rialism o fu e u n a id eo lo g ía d e la p a z y se g u rid a d q u e los d io ses h a b ía n ins­
ta u ra d o e n y a tra v é s d e R o m a . P a z y se g u rid a d fu e ro n u n lo g ro d e A u ­
gusto. E l e v an g elio d e A u g u sto c e le b ra b a esa “p a z ” lo g ra d a a trav és d e la
v icto ria , ya q u e la p a x ro m a n a e ra g e n e ra lm e n te im p u e sta so b re los p u e ­
b lo s g racias a la g u e rra o m e d ia n te la d isu asió n d e las arm as. Se tra ta b a de
u n a p a x e n se n tid o ro m a n o : se b a s a b a e n la g u e rra y e n la c o n q u ista p a ra
p a c ta r p o s te rio rm e n te co n el p u e b lo co n q u istad o . E l m en sa je del e v a n g e ­
lio d e A u g u sto e ra claro. Ju stic ia y p az, los d o n e s d e los dioses, se h a n m a ­
n ife s ta d o e n la tie r ra e n el o rd e n y la seg u rid ad im p u e sto s p o r R o m a . A
los sú b d ito s se les in v ita b a a re s p o n d e r co n g ratitu d , te m o r y lea lta d . E sta
p ro p a g a n d a d e A u g u sto u tilizó to d o s los m ed io s a su alcan ce (p o esía, es­
c u ltu ra y c u ltu ra e n g e n e ra l) p a ra re a liz a r u n a re fo rm a relig io sa, p o lítica
y social e n to d o s los ám b ito s, in c o rp o ra n d o a e ste e m p e ra d o r a u n a co m ­
p le ja re d d e ritos, in stitu c io n es y e v e n tu a lm e n te ta m b ié n d e d eid ad es.

22 Véase la versión española del Pesher Habacuc: F lorentino G arcía M árquez ,


Textos de Qumrán, Trotta, Madrid 1992,248-253, donde la justicia de Dios se opone a la de
Roma. Cf. Salmos de Salomón 17.
23 La visión positiva de la esclavitud es falsa. Esta lectura se basaba en una interpre­
tación errónea de las directivas de Augusto, y en la falta de atención prestada a todo el sis­
tema socio-político represor.
PABLO, EL ANTISISTEMA 303

A u g u sto re n o v ó la m o ra l y los v a lo res tra d icio n a le s, las v irtu d e s e


id ea les24. R e s ta u ró la relig ió n ro m a n a y la m o ra l tra d icio n a l, y d e fo rm a
d e lib e ra d a se p ro p u so a sí m ism o c o m o p a ra d ig m a . E n el c e n tro d e to d a
la re e s tru c tu ra c ió n d e l siste m a relig io so e s ta b a A u g u sto , e n ocasio n es
v isto co m o el n u e v o R ó m u lo 25. Se co n v irtió e n m ie m b ro d e to d o s los sa­
ce rd o cio s y sodalities, p ro ce so q u e culm in ó e n el a ñ o 12 a.C ., c u a n d o a su ­
m ió e l carg o d e p o n tife x m a x im u s, fu sio n a n d o e n su m ism a p e rs o n a los
p o d e re s p olítico s y religiosos. P ro n to se c o n sid e ró la é p o c a d e A u g u sto
c o m o la re a liz a c ió n d e la E d a d d e O ro o la e d a d d e S a tu rn o . L o s p o e ta s
re s a lta ro n su p ieta s (esp e c ia lm e n te H o ra c io ), lo q u e co n lle v a b a u n cie rto
p a te rn a lism o , así c o m o u n a v in cu lació n esp ecial a los dioses, p a ra q u ien es
re s ta u ró y c o n stru y ó tem p lo s. L a Pietas a d q u irió c o n n o ta c io n e s d e l p a tr o ­
n azg o im p e rial, a la q u e c o rre s p o n d ía la le a lta d (fid e s) e n tre el g o b e rn a n ­
te y los súbditos.
L a fig u ra d e A u g u sto o c u p a rá u n lu g ar c e n tra l e n la v id a p o lítica, r e ­
ligiosa y social ro m a n a . A u n q u e n o existió e n R o m a u n cu lto al e m p e ra ­
d o r A u g u sto m ie n tra s a ú n vivía, sin e m b arg o , su n u m e n o p o d e r divino sí
re c ib ió h o n o re s públicos. E l cu lto al c é sa r re in a n te n o fu e im p u e sto d esd e
R o m a , p u e s p a ra la m e n ta lid a d ro m a n a n o se p o d ía a d o ra r a u n e m p e ra ­
d o r v iv ien te co m o d io s26. E n la c ap ital d el im p erio , los e m p e ra d o re s y los
m ie m b ro s d e la su fam ilia só lo re c ib ie ro n h o n o re s div in o s d e sp u és d e su
m u e rte y tra s el re c o n o c im ie n to d e sus m éritos. P e ro v e a m o s e s te te m a
co n m ás d e te n im ie n to .

4. El culto al emperador27

L o s e stu d io s d e l N T h a n m o stra d o sie m p re in te ré s p o r el cu lto al e m ­


p e ra d o r co m o u n a d e las relig io n es m ás significativas e n riv a lid a d co n el

24 J.H.W.G. Liebeschuetz, Continuity and Change in Roman Religion, Clarendon


Press, Oxford 19962, 55-100. Mary Beard - John North - Simon Price (ed.), Religions o f
Rome. Vol. I: History, Cambridge University Press, Cambridge 1998,313-363: “Roman Re­
ligion and Roman Empire”.
25 Cf. S.R.E P rice, The Place of Religion: Rome in the Early Empire, en: The Cam­
bridge Ancient History. X: The Augustan Empire, 43B.C.-A.D. 69, Cambridge University
Press, Cambridge 20042, 820-847, donde dedica especial atención a los cargos sacerdotales,
a los templos.y a los juegos seculares,
26 Cf. la actitud del emperador Claudio en su carta a los alejandrinos del año 41 d.C.,
PLond 1912, lín. 50-51; Dión Cassio, LX 5,4.
27 La literatura al respecto es inmensa. Véase p.e. D. Á lvarez Cineíra , Die Reli-
gionspolitik des Kaisers Claudius und die paulinische Mission (HBS 19), Herder, Freiburg
1999,55-97 y especialmente el libro de S.R.F. Price, Rituals and Power. The Roman Imperial
304 D. ÁLVAREZ

c ristia n ism o 28. N o rm a lm e n te se c e n tra b a d ich o in te ré s e n el o b je to d e la


fe, e s p e c ia lm e n te si el e m p e ra d o r e ra c o n sid e ra d o co m o u n dios o si el
c u lto e x p re s a b a u n a re la c ió n p e rso n a l. S eg ú n la in te rp re ta c ió n cristia n a
d o m in a n te , los c o n c ep to s y las frases d e l c u lto al e m p e ra d o r p ro n to se
c o n v irtie ro n e n fó rm u la s m a n id a s y e n u n le n g u aje e ste re o tip a d o . L o s es­
tu d io s m o d ern o s, sin em b arg o , c o n s id e ra n q u e los h o n o re s y las fiestas d e ­
d icad as al e m p e ra d o r n o so lo e s ta b a n a m p lia m e n te ex ten d id o s, sino q u e
d o m in a b a n la v id a p ú b lica, e sp e c ia lm e n te e n las ciu d ad es d e G re c ia y
A sia M e n o r. Se a firm a q u e el c u lto im p e ria l, e n sus m ú ltip les m a n ife sta ­
ciones, e ra u n e le m e n to relig io so y p o lítico c o n stitu tiv o d el a m b ie n te
d o n d e P a b lo d e s e m p e ñ ó su m isión.
E l c u lto al “ h o m b re d iv in o ” n o fu e u n a c a ra c te rístic a p e c u lia r y ú n ica
d e l im p e rio ro m a n o . L as raíc e s d el c u lto al e m p e ra d o r h ay q u e b u scarlas
e n d iv ersa s c u ltu ra s a n tig u as d el o rie n te pró x im o . P e n s a b a n q u e los g ra n ­
d es g o b e rn a n te s a d q u iría n cu a lid a d es divinas. R o m a realizó su p ro p ia
c o n trib u c ió n e n e ste ám bito. E l cu lto al e m p e ra d o r co m o p erso n ificació n
d e u n a d iv in id a d fu e u tiliz a d o c o n fines políticos, co m o u n m ed io p a ra e n ­
s a m b la r d iv erso s p u e b lo s y cu ltu ra s e n u n ú n ico im perio. E n e ste p ro ceso ,
A u g u sto ju g ó u n p a p e l re le v a n te 29.
A u n q u e los e m p e ra d o re s n o rm a lm e n te e ra n d ivi y n o dei, fu e ro n a so ­
ciad o s e in c o rp o ra d o s al cu lto d e los dio ses tra d ic io n a le s30. L o s espacios
p ú b lic o s31 d e las ciu d a d e s se c o n v irtie ro n v irtu a lm e n te e n tem p lo s q u e d o ­
m in a b a n el á g o ra , co n e s ta tu a s im p e ria le s y san tu ario s, in scrip cio n es p ú ­
blicas y sus im á g e n e s e n las m o n ed as. Se in stitu y e ro n festivales y ju eg o s
im p e ria les32. L as fiestas e n h o n o r d e l e m p e ra d o r se c e n tra b a n e n los e v e n ­
to s im p e ria les, p o r e je m p lo el n a c im ie n to (cf. el d e c re to d e l co n sejo p r o ­
v incial d e A s ia e n 9 a.C .)33, visto a v eces c o m o el inicio d e u n a n u e v a era.

Cult in Asia Minor, Cambridge University Press, Cambridge 1984; Fritz Graf, Kaiserkult,
DNP VI (1999)143-145; Mandred Clauss, Kaiser und Gott. Herrscherkult im römischen
Reich, B.G.Teubner, Stuttgart - Leipzig 1999,54-75.
28 Cf. A llen B rent, The Imperial Cult 11-16; 73-130.
29 Augusto se convirtió en divino de cuatro formas: por una descendencia ancestral de
Venus y Anchises, por su milagrosa concepción (Apolo y Atia), por su adopción por parte
del divino Julio César y por el decreto oficial del senado romano.
30 Paul Zänker, The Power of Images, en: Richard A. Horsley (ed.), Paul and Empire 72-86.
31 Cf. S.R.F. P rice , Rituals and Power, Paul Zänker, The Power
32 Algunos autores consideran que únicamente existió el culto municipal para Au­
gusto en Oriente, pero no se puede hablar de “culto provincial” dedicado a Augusto vivo,
cf. D. Á lvarez Cineira , Religionspolitik 58ss. Para la expansión del culto a Augusto en vida
cf. Mandred Clauss, Kaiser 503-506.
33 U. Laffi, Le iscrizioni relative all’introduzione nel 9 a.C. del nuovo calendario della
provincia d’Asia, en: Studi classici e orientali 16 (1967) 5-98.
PABLO, EL ANTISISTEMA 305

A sí, el c u lto im p e ria l e s tru c tu ró el tie m p o y la v id a u rb a n a . L a im a g e n d el


e m p e ra d o r se c o n v irtió e n o m n ip re se n te y fu e a m p lia m e n te v e n e ra d a e n
las c iu d a d e s griegas. P o d e m o s d e c ir q u e la re la c ió n e n tre g o b e rn a n te y sus
sú b d ito s a d q u irió fo rm a s religiosas.
L o s p a tro c in a d o re s d e l c u lto im p e ria l e n las p ro v in cias fu e la elite
lo cal q u e cu ltiv ó las re la c io n e s e s tre c h a s co n el e m p e ra d o r (o la fam ilia
im p e ria l) m e d ia n te el p a tro n a z g o . C o n ello co n sig u ie ro n c o n so lid a r su
p ro p io p o d e r. L as ciu d ad es, c o m o re c o m p e n sa p o r el “a ltru is m o ” d e e sta
elite p ro v in cial o local, los h o n r a ro n o to rg á n d o le s los oficios p ú b lico s m ás
p restig io so s y los sa ce rd o c io s im p e ria le s o cívicos. P odem os resu m ir di­
ciendo q u e el culto al e m p e ra d o r creó u n a vida cívica u rb an a q u e exigía, p o r
u n a p a rte, lealtad al e m p e ra d o r y la estabilidad del im perio, y o b ten ía, p o r
o tra p a rte, beneficios políticos y económ icos, así com o recon o cim ien to social
y h o n o r en el ám bito local. E l culto im perial se convirtió e n la expresión y ga­
ra n tía m ás im p o rta n te d e la cohesión social. A sim ism o, la p articipación en
dicho culto se consideró com o la m e jo r m u estra de lealtad al im perio.
C o m o es d e su p o n e r, n o to d o s los sú b d ito s p a rtic ip a b a n d e ese culto,
e s p ec ia lm e n te q u ien e s p ro fe s a b a n u n a relig ió n m o n o te ísta , co m o e ra el
caso ju d ío . A p e s a r d el rech a zo d e las im ág en es y d e la d ev o ció n exclusiva
a su d io s ju d ío , el conflicto con el cu lto im p eria l fu e m ín im o 34. E llo se d eb ía
a q u e lo s e m p e ra d o re s g e n e ra lm e n te n o ex ig iero n el cu lto d e sus p erso n as,
y o to rg a ro n a los ju d ío s la fac u lta d d e vivir c o n fo rm e a sus c o stu m b re s a n ­
c e stra le s35. P o r su p a rte , el p u e b lo ju d ío o frec ía sacrificios d iario s p o r el
e m p e ra d o r, lo q u e ya su p o n ía u n a ex p re sió n d e lealtad . E s e n e ste c o n te x ­
to p o lítico -relig io so d o n d e te n e m o s q u e situ a r la activ id ad p au lin a.

5. Pablo y el imperio Romano

¿ C o n s titu ía P a b lo u n a a m e n a z a p a ra el o rd e n p ú b lico ? Si te n e m o s e n
c u e n ta los e sfu erzo s d el re y n a b a te o A re ta s IV p o r a rre s ta r a P a b lo e n

34 James S. M cLaren , Jews and the Imperial Cult: From Augustus to Domitian, en:
JSN T 27.3 (2005) 257-278, examina seis casos de interacción judía con "Roma y el culto im­
perial: “The absence of many examples, therefore, may not reflect any attempt on the part
of Josephus to cover up the issue but could be an essentially accurate indication of the li­
mited impact of the cult on Jewish-Roman relations” (274). Existía una frágil coexistencia
en tiempos de Herodes entre el culto judío y los tres templos construidos por él y dedica­
dos al emperador.
35 Para los privilegios de los judíos en el imperio, cf. D. Á lvarez Cineira , Relieions-
politik 160-170.
306 D. ÁLVAREZ

D a m a sc o (2 C o r 11,32-33) y la a p a re n te re g u la rid a d c o n q u e P a b lo fue


a rra s tra d o a n te los m a g istra d o s d e las ciud ad es, e n c a rc e la d o e n p risio n es
ro m a n a s y c o n d e n a d o c o m o u n a a m e n a z a p a ra el o rd e n p ú b lic o (Filem
1,9,13; F ilp 1,7.12-14.16; 4,14; 1 Tes 2,2; 1 C o r 4,9; 2 C o r 1,8-9; 6,5; 11,23), d e ­
b e m o s c u e stio n a rn o s si el e v an g elio d e P a b lo e ra u n m en sa je p u ra m e n te
esp iritu a l, ta n c á n d id o e in o fen siv o social y p o líticam en te.
H e c h o s 17,7 r e la ta c ó m o P a b lo tu v o q u e h u ir p a ra n o se r a p re sa d o y
llev ad o a n te s las a u to rid a d e s lo cales d e T esalónica. Se acu sa al a p ó sto l y a
sus c o la b o ra d o re s d e ir e n c o n tra d e los d e c re to s d el césar. S eg ú n K.P.
D o n frie d d e b e m o s s itu a r e s te te x to d e n tro d el c o n te x to d e los culto s exis­
te n te s e n T esaló n ica. C u a n d o P a b lo p re d ic a e n T esalónica, ex istía allí u n a
fu e rte teo lo g ía im p e ria l. N o solo se d e d ic a ro n tem p lo s a R o m a , sino ta m ­
b ié n se erig ió u n te m p lo al c é sa r p a ra h o n r a r a los b e n e fa c to re s ro m an o s
d e la c iu d ad . E n las m o n e d a s se o b se rv a c ó m o el e m p e ra d o r g an ó u n es­
ta tu s d ivin o y su im a g e n casi s u p la n ta a la d e Z e u s 36. L o s p o lita rc a s d e T e­
saló n ica e ra n los su p e rv iso re s d e ese culto. L a p red ic a ció n d e P a b lo (con
los té rm in o s d e euaggeliov, p arousía, k y rio s y p a x et securitas) p ro b a b le ­
m e n te fu e c o n s id e ra d a su b v ersiv a y a n ti-im p e ria l37. P o r ello, se p u e d e ex­
p lic a r fác ilm e n te su rá p id a p ro h ib ic ió n , así c o m o las e x p e rie n cia s d e su ­
frim ie n to y co n flicto d e esa co m u n id a d .
¿P o r q u é P a b lo p ro v o c ó c o n sta n te m e n te e s ta re a c c ió n si su e v a n g e ­
lio e ra in o fe n siv o p o lític a m e n te , co m o la m a y o r p a rte d e los co m e n ta rio s
su g iere n ? ¿ P u d ie ro n d e te c ta r las a u to rid a d e s ro m a n a s e n las p a la b ra s y
accio nes d e P a b lo u n a a m e n a z a re a l p a ra el o rd e n social? ¿ E ra su praxis,
d e h ech o , m ás c o m p ro m e tid a co n la re a lid a d so cio -p o lítica d e lo q u e las
le c tu ra s c o n v en cio n a le s h a n re c o n o c id o e n los tex to s p a u lin o s? 38. S eg ú n el
P olitics G ro u p , P a b lo se in se rta d e n tro d e ese g ru p o d e v oces c o n te s ta ta ­
rias al im p erio. S u a c tiv id ad m isio n e ra n o se h a d e e n te n d e r co m o u n m i­
sio n e ro itin e ra n te u r b a n o q u e o frecía u n a n u e v a e x p e rie n c ia religiosa,
sino co m o e m b a ja d o r d e u n re y q u e e sta b a a p u n to de lleg ar, estab lecien -

36 M aria R.-A lföldi, Bild und Bildersprache der römischen Kaiser. Beispiele und
Analysen (Kulturgeschichte der antiken Welt 81), Verlag Philipp von Zabern, Mainz am
Rhein 1999. Véase: “zur Rolle der Kaiserbilder und zu ihrem Verständnis. Politische Hin­
tergründe”, pp. 10-21.
37 Kart P. D onfried , The Cults of Tesalónica and the Thessalonian Correspondence,
en: NTS 31 (1985) 336-356. No obstante, creo que este texto habría que relacionarlo mejor
con el decreto del emperador Claudio del año 49, por el que expulsaba a los alborotadores
“judíos y judeocristianos” de Roma y, si se quiere, con la política general de ese emperador,
y no referido exclusivamente a Pablo, cf. D. Álvarez Cineira, Religionspolitik 261-274.
38 N eil E lliott, Liberating Paul. The Justice o f God and the Politics o f the Apostle,
Sheffield Académie Press, Sheffield 1995,183.
PABLO, EL ANTISISTEMA 307

d o células o g ru p o s leales a e ste n u e v o rey, y a d a p ta n d o sus vidas, sus sím ­


b o lo s y praxis, así c o m o sus m en te s a la v e rd a d d e l n u e v o rey. L a fo rm u ­
lac ió n d e e s te m e n sa je e ra p ro fu n d a m e n te a n ti-im p e ria l y su b v ersiv a a
to d o el e n tra m a d o d e l im p e rio ro m a n o 39. E x is te n n u m e ro so s indicios de
q u e P ab lo p la n te ó p re m e d ita d a m e n te su m e n sa je co m o u n a a lte rn a tiv a
p o lítica; c u a n d o a c a b ó e n p risió n c o m o co n sec u e n c ia d e su activ id ad “de-
lic tiv a -p ro p a g a n d ista ” , c o m p re n d ió q u e h a b ía re a liz a d o su la b o r d e fo rm a
satisfa c to ria. E l a p ó sto l se e n c o n tra b a d e n tro d e l im p erio , p e ro n o p e r te ­
n e c ía a él. C o m p a rtía el le n g u aje d e l im p e rio e in clu so fo rm as co n c re tas
d e p e rsu a sió n ; to m ó p re s ta d o s te m a s y té rm in o s d el im p e rio y e stab leció
c o m u n id a d e s q u e re s id ía n d e n tro d e la c u ltu ra d o m in a n te . Sin em b arg o ,
u tiliz ó e sto s te m a s y c o n c ep to s p a ra artic u la r su ev an g elio y c o n stitu ir co ­
m u n id a d e s lea les a u n S e ñ o r y D ios, q u ien n o so lo e ra u n a a lte rn a tiv a ,
sin o u n riv al d e l sa lv a d o r im perial.
P a b lo se e m b a rc a e n u n a “in tifid a ” id eo ló g ica c o n tra la teo lo g ía im ­
p e ria l. E s c a ra c te rístic a la fo rm u la c ió n de N.T. W rig h t: L a teo lo g ía p a u li­
n a fu e “u n r e to m u y im p o rta n te p re c is a m e n te al c u lto im p e ria l y a la id e o ­
lo g ía q u e e ra p a rte d el a ire q u e re s p ira b a n P a b lo y sus c o n v e rtid o s”40.
P a ra P ab lo , las ra p so d ia s s o b re u n a e d a d d e o ro ro m a n a e ra n u n frau d e.
E l slo g an d e la p ro p a g a n d a im p e ria l “p az y s e g u rid a d ” (cfr. IT es 5,3-6),
co n to d o lo q u e ello im p licab a, e ra u n en g año. P o r eso, el a p ó sto l critica y
c o n d e n a la in ju sticia y la m a ld a d d e e sta é p o c a p re s e n te , la im p ie d a d (ase-
beia) y la in ju sticia (a d ik ia ) d e los h o m b re s41, q u e s u p rim e n la v e rd a d y así
p ro v o c a n la ira d e D io s (R o m 1,18). L a ju stic ia d e D io s se m an ifie sta (no
c o m o las p ro cla m a s d e l e m p e ra d o r, e n el b o a to d e c e re m o n ia s im p e ria les

39 Otros autores consideran, por el contrario, que Pablo aceptó el orden social y po­
lítico de su época, cf. Bruno Blumenfeld, The Political Paul. Justice, Democracy and Kings­
hip in a Hellenistic Framework (JSNTS 210), Sheffield Academic Press, 2001,283s: “Paul, in
other words, is the ideological guardian of the processes and structures of imperial power.
Paul’s political objective was to make the empire endure, toward off its decay by steeling it
with a Christian ribband. Paul understood the political system he admired and used them
to strengthen the Roman political system he admired and endorsed. He and later apologists
(including the gospel writers) made Christianity comfortable for the ruling authority”. La
aceptación del sistema de impuestos es la prueba más clara de sumisión a un régimen político.
40 N.T. W right, Paul’s Gospel and Caesar’s Empire, en: Richard A. Horsley (ed.),
Paul and Politics 161.
41 John Dominic Crossan - Jonathan L. Reed, In Search o f Paul. How Jesus’s Apostle
Opposed Rom e’s Empire with God’s Kingdom. A New Vision o f Paul’s Word & World, Har­
per San Francisco, New York 2004, x: “Paul opposed Rome with Christ against Caesar, not
because that empire was particularly unjust or oppressive, but because he questioned the
normalcy o f civilization itself, since civilization has always been imperial, that is, unjust and
oppressive”.
308 D. ÁLVAREZ

o m e d ia n te la s o le m n id a d d e d e c re to s oficiales, sino) e n la p ro cla m a c ió n


(ev an g e lio ) d el m esías c ru cificad o (R o m 1,16-17). V eam o s alg u n o s d e los
p u n to s m ás in te re s a n te s so b re P a b lo q u e p re s e n ta el “Politics G r o u p ” .

5.1. La terminología paulina

A n te s q u e el c ristian ism o lle g a ra a las ciu d ad es d e A sia M e n o r y G r e ­


cia, el cu lto im p e ria l se e x te n d ió rá p id a m e n te e n O rie n te . Sin lu g ar a
du d as, P a b lo co n o ció su e x iste n cia c u a n d o p red ic ó e n A sia M e n o r y en
C o rin to , d o n d e flo re ció el c u lto im p e ria l42. E l c o n ta c to co n el cu lto im pe-,
ria l d e jó sus h u e lla s e n la p re s e n ta c ió n d e la teo lo g ía c ristia n a , esp ecial­
m e n te e n la term in o lo g ía cristológica. T é rm in o s u tilizad o s e n el cu lto im ­
p e ria l, c o m o θ ε ό ς , σ ω τ η ρ , ε ύ ε ρ γ ε τ η ς , υ ι ό ς τ ο ύ θ ε ο ύ y κ ύ ρ ι ο ς se a p licaro n
p o s te rio rm e n te a Jesús. A lg o s e m e ja n te a c o n te c e co n la a p o te o sis del e m ­
p e ra d o r e lev ad o al cielo, im a g e n q u e ta m b ié n e n c o n tra m o s e n la a scen ­
sió n d e Jesú s (H e c h l,9 ss). A sim ism o , h a llam o s el te m a de la e p ifa n ía y la
p a ru s ía ( π α ρ ο υ σ ί α ) e n tre los ro m a n o s y e n el N T 43. E l c o n c e p to parusía
d e sig n a la lleg ad a a u n a c iu d a d d e u n g e n e ra l, u n oficial im p o rta n te , u n
e m isa rio im p eria l o d e l m ism o e m p e ra d o r. E s ta lle g a d a e ra b u e n a o m ala
p a ra sus c iu d a d a n o s d e p e n d ie n d o d e su rela c ió n p re v ia co n el q u e lleg a­
b a. L a v isita d e u n e m p e ra d o r a u n a c iu d a d e ra u n e v e n to irre p e tib le d u ­
ra n te la P ax R o m a n a , y s e g u ra m e n te c o n stitu ía u n a o casió n feliz. Ju n to al
té rm in o técn ico d e p a ru sía, el a p ó sto l e m p le a asim ism o el co n c ep to de
ά π ά ν τ η σ ι ς p a ra cu a n d o los cristian o s te sa lo n icen ses se e n c u e n tre n con el
S e ñ o r e n su p a ru sía 44 (4,17). O tro s c o n c e p to s u tilizad o s p o r P ab lo , co m o
“e v a n g e lio ” , “c ru z /c ru cificad o ” , “sa lv ac ió n ” e incluso “fe ” , e ra n térm in o s
p ro v e n ie n te s d e la id eo lo g ía im p erial.
L a cu e stió n q u e se p la n te a es sa b e r si el e m p le o d e e sta te rm in o lo g ía
cristo ló g ica se d e b e al in flujo d e l léxico im p e ria l co n el o b je to d e p ro p a ­
g a r d e fo rm a c o m p re n sib le lo a c o n te c id o e n C risto, o p o r el c o n tra rio se
tr a ta d e u n a rea c c ió n o d e e x p re sio n es c o n sc ie n te m e n te u tilizad as p a ra

42 En Corinto se adoraba al divus Julio César. También se dedicó un templo a Octa­


via (Pausanias, 2,3,1). Tras la muerte de Claudio, se instituyó un culto imperial provincial,
como lo confirma una inscripción.
43 Cf. R. Reiser, Götter und Kaiser. Antike Vorbilder Jesus, München 1995,137-142.
Sobre la leyenda de Nerón redivivus cf. Tácito, hist 2,18,1; Suetonio, Nerón 57,1s.
44 Los muertos en Cristo resucitarán primero (1 Tes): según Crossan - X Reed se re­
fiere al martirio de algunos cristianos en la ciudad de Tesalónica. Para ello aduce la inter­
pretación de 1 Tes 2,10 y 1,7-8.
PABLO, EL ANTISISTEMA 309

o p o n e rs e a la id eo lo g ía im p e ria l. Se h a n p re s e n ta d o v arias re sp u e sta s a


e s ta cu e stió n 45. L o s a u to re s d e l Politics G ro u p c o n s id e ra n q u e el v o c a b u ­
lario p a u lin o fu e u tiliz a d o c o n sc ie n te m e n te p a ra o p o n e rs e a la id eo lo g ía
im p erial. P o r ta n to , n o es u n a m e ra a d a p ta c ió n d e l len g u aje, sino u n a co n ­
fro n ta c ió n b u sc a d a y d e se a d a .
A s í su ced e e n 1 Tes d o n d e el énfasis re c a e so b re la lle g a d a o el día
d el S e ñ o r Jesús, q u ie n re s c a ta rá a los c rey e n tes d e “la ira q u e e s tá lleg an ­
d o ” , m ie n tra s q u e la d e stru c c ió n p e n d e so b re los q u e c o n fía n e n la “p az y
s e g u rid a d ” d e la id e o lo g ía im p e ria l (IT es 1,10; 2,19; 3,13; 4,13-18; 5,2-3).
E n 1 C o r, C risto cru c ific a d o se c o n tra p o n e n o so lo a la sa b id u ría , sino a
los g o b e rn a n te s d e e s ta e ra , q u ie n e s e stá n c o n d e n a d o s a d e sa p a re c e r. 1
C o r 15,23-28 u tiliz a u n len g u a je c la ra m e n te político. S eg ú n N e il E llio tt,
esto s versículos, ju n to c o n el p a ra le lo 2,8, d e b e n se r leíd o s d e n tro d e l co n ­
te x to im p erial ro m a n o , d o n d e el p o d e r ú ltim o d e D io s d e s tru irá to d o re i­
n a d o o p o te s ta d d e e s ta e ra . L o s a rg u m e n to s d e E llio tt c o rrig en la in te r­
p re ta c ió n d e m a sia d o e s p iritu a liz a d a d e los versícu lo s y m u e s tra q u e P ab lo
u sa el len g u aje a p o c a líp tic o c o n u n a d im e n sió n social.
T am b ién e n la c a rta a los filipenses a b u n d a n co n c ep to s c la ra m e n te
im p eriales. L a p a la b ra σ ω τ ή ρ fu e u tiliza d a en O rie n te p a ra los e m p e ra ­
d o re s c o m o u n títu lo h o n o rílic o (s a lla d o r del m u n d o ). C o n este term in o ,
los s ú b d ito s q u e ría n e x p re s a r al c é sa r su g ra titu d p o r los b en eficio s y fa ­
vores. C o n el p a so d e l tie m p o , e s te c o n cep to a d q u irió u n significad o divi­
no. A q u í te n e m o s u n c la ro p a ra le lism o e n tre el len g u a je c u ltu a l cristian o
y las fó rm u la s d e l d e re c h o im p e ria l y del cu lto al e m p e ra d o r46. E l té rm in o
κ ύ ρ ι ο ς fue fre c u e n te m e n te u tiliz a d o e n el cu lto im p erial. M u ch o s exege-
ta s c o n s id e ra n q u e el títu lo d e κ ύ ρ ι ο ς a p licad o a Jesú s se d e sa rro lló e n a n ­
ta g o n ism o a la d e sig n a c ió n d e l e m p e ra d o r co m o κ ύ ρ ι ο ς Κ α ΐ σ α ρ 47. L a
c a rta a los F ilip en ses u tiliz a el títu lo k y rio s48 e n 15 o casiones, lo q u e in d i­
ca q u e el a p ó sto l c o n c ed ió u n a esp ecial rele v a n cia a e ste e p íte to ap licad o
a Jesús. L a in sisten cia e n la c risto lo g ía d el k y rio s h a c e s u p o n e r q u e el con-

45 H.-J. Klauck, Die religiöse Umwelt des Urchristentums. Bd. 2: Herrscher- und Kai­
serkult, Philosophie, Gnosis, W. Kohlhammer, Stuttgart 1996,74, aconseja no sobrevalorar
en exceso la influencia del culto imperial para el NT: “Niemand wird einfache Übernahmen
und Ableitungen postulieren wollen”.
46 A. D aismann, Licht 275. Para el significado de σ ω τ ή ρ entre los griegos y cristianos,
véase D. Cuss, Culi 63-71.
47 Ya K. Bomhäuser, Jesus Imperator Mundi (Phil. 3,17-21 und 2,5-12), Gütersloh
1938,14, afirmó que Pabló usó intencionadamente los términos κ ύ ρ ι ο ς - σ ω τ ή ρ en Filp 3,20
como alusión al típico título de Nerón - Ν ε ρ ο ν Κ α ΐ σ α ρ κ ύ ρ ι ο ς Σ ω τ ή ρ .
48 Cf. también 1 Cor 2,8: Pablo utiliza aquí el término κ ύ ρ ι ο ς para Jesús en contrapo­
sición a los señores del mundo; 1 Cor 8,6; Hechos 25,26 (Festo para el emperador).
310 D. ALVAREZ

flicto e n F ilip o se tr a ta b a d e u n e n fre n ta m ie n to e n tre el ev an g elio d e Jesús


y la id e o lo g ía ro m a n a . P a ra P ab lo , Jesús es el ky rio s ú n ico y universal.
D ie te r G e o rg i49 e s tu d ia la c a rta a los ro m an o s. A n a liz a los térm in o s
eu an gelio n (el ev a n g elio d el sa lv a d o r im p e ria l), p istis (la le a lta d o fid eli­
d a d al c é sa r/R o m a ) d ika io sy n e (la ju sticia im p u e sta p o r el e m p e ra d o r) y
eirene. (la p a z o el b u e n o rd e n a se g u ra d o p o r la c o n q u ista ro m a n a ), d a d o
q u e so n co n c e p to s cen trales. E s te a u to r re s a lta las asociacio n es d e dichos
té rm in o s c o n la teo lo g ía p o lític a d e R o m a . Y a q u e P a b lo u sa d e lib e ra d a ­
m e n te u n len g u a je a so cia d o a la relig ió n im p erial, esto h a c e s u p o n e r q u e
e s ta b a p re s e n ta n d o su e v an g elio e n riv a lid a d d ire c ta co n el evan g elio del
césar. E n el le n g u a je p o lític o -d ip lo m ático , ev a n g elio significaba la “n o ticia
d e v ic to ria ” . P a b lo p a ro d ia así las p re te n s io n e s d e la d in astía julio-clau-
dian a. N.T. W rig h t50 re la c io n a el a sp ec to d e euaggelion p ro v e n ie n te d el A T
(Isa 40; 52) c o n e l a sp e c to político. S eg ú n Isaías, D io s es el ú n ico s o b e ra ­
n o d e l m u n d o . E s te m e n sa je d e b ió se r e n te n d id o co m o u n a lla m ad a d i­
r e c ta a a b a n d o n a r o tra s le a lta d e s y se r lea le s a Jesús, co m o ta m b ié n re fle ­
ja H e c h o s 17,7.
E l a p ó s to l n o se c o n fo rm a c o n u tiliz a r la term in o lo g ía im p erial, sino
q u e ta m b ié n e m p le a la re tó ric a d e lib e ra tiv a co n c o n te n id o p o lítico 51. E n
1 C o r 1,10-12 te n e m o s el le n g u a je técn ic o d e la o ra to ria p o lítica (el te m a
d e la u n id a d p o lític a fre n te a las d iv isio n es), lo v e n ta jo so p a ra el in te rés
c o m ú n (ou|i<|)£p£iv 10,23; 12,7), la m e tá fo ra d e la ed ificació n del c u e rp o p o ­
lítico (3,9-17; 6,9; 8,1.10; 10,23; 14,3-5; 12,17.26) y la an a lo g ía d e la c o o p e ­
rac ió n d e los m ie m b ro s d e u n cu erp o , u n o d e los p a ra d ig m a s co m unes
p a ra el cese d e d iv isio n es e n la re tó ric a p o lític a griega.
A u n q u e u tilizó los recu rso s re tó ric o s ro m an o s, sin em b a rg o P ab lo r e ­
ch azó el a lto v a lo r q u e la c u ltu ra d o m in a n te o to rg ó a la p e rsu a sió n r e tó ­
rica (1,17-20; 2,1.4; 4,19), y se o freció a sí m ism o co m o eje m p lo d e co m ­
p o rta m ie n to al q u e in v ita b a a em u la r. S u eth os e ra to d o lo c o n tra rio a lo
q u e o fre c ía n las v irtu d e s a risto c rá tic as y los v a lo re s e s tá n d a r e n la retó ri-

49 Cf. D ieter G eorgi, Theocracy in Paul’s Praxis and Theology, Minneapolis, Fortress
Press 1991; Neil Elliot, Liberating Paul.
50 N.T. W right, Paul’s Gospel 165.
51 R ichard A. H orsley, Rhetoric and Empire - and 1 Corinthians, 72-102. cf. La re­
tórica suplanta a la guerra como medio persuasivo (Séneca, Clem 49: Conmigo, la espada
está escondida, mejor dicho, está envainada). “Paul used the standard political rhetoric of
unity, concord, and common advantage versus civil strife, in effect, to subvert the establis­
hed “political” order”. Cf. Christopher Forbes, Paul and Rhetorical Comparison, en: J. Paul
Sampley, Paul in the Greco-Roman World. A Handbook, Trinity Press International, H a­
rrisburg - London - New York 2003,134-171.
PABLO, EL ANTISISTEMA 311

ca g riega. Se p re s e n tó c o m o d éb il, loco, p o b re (tra b a ja r co n sus p ro p ia s


m an o s p a ra v iv ir), n e c io y d esp re c ia d o ; p a d e ció h a m b re , sed, d e sn u d ez y
m alo s trato s. S e c o n v irtió e n la b a s u ra del m u n d o (4,8-13).

5.2. El evangelio paulino anti-imperial

D u ra n te los añ o s 50, el a p ó sto l v iajó a tra v é s d e las ciu d a d e s griegas


de la costa m e d ite rrá n e a , T esaló nica, Filipos, C o rin tio , p ro c la m a n d o el
“ev an g elio d e C risto ” ( I C o r 9,12; 2 C o r 2,12; 9,13; F ilp 1,27; IT es 3,2). P o r
a q u e l en to n ces, e l “ev a n g elio d el e m p e ra d o r” y a se h a b ía p ro p a g a d o en
esas ciudades. P a b lo a seg u ró a los filipenses q u e p o d ía n e s p e ra r u n “S al­
v a d o r d e l c ie lo ” . P e ro el sa lv a d o r im p eria l y a h a b ía e sta b lec id o e in sta u ­
ra d o “p a z y s e g u rid a d ” a lo larg o d el m u n d o m e d ite rrá n e o , y las ciu d ad es
d e G re c ia y A s ia M e n o r h o n ra ro n a su sa lv a d o r m e d ia n te la d ed icació n d e
tem p lo s, fiestas y ju eg o s. P a b lo p re d ic a b a q u e D io s h a b ía e x a lta d o a Jesús
so b re to d o y q u e to d a ro d illa se d o b la y to d a le n g u a p ro fie re q u e Je su ­
cristo es S e ñ o r (F ilp 2,9-11). Sin em b arg o , el se ñ o r divino, a q u ie n to d o s
p re s ta b a n o b e d ie n c ia y a q u ie n to d o s d e c la ra b a n le a lta d ( “fe ”), ya h a b ía
sid o e n tro n iz a d o y e n salz a d o e n R o m a .
E s te h im n o d e F ilp 2 ,5 -llc o n s titu y e u n r e to y u n d esafío a la teo lo g ía
im p e ria l ro m a n a . E l te x to su b v ie rte e inclu so sa tiriz a c ó m o m illo n es d e
p e rs o n a s d e n tr o d e l im p e rio ro m a n o a d o ra b a n a alg u ie n co n “fo rm a de
D io s ” , p e ro q u e e n re a lid a d n o lo era . E sa in so le n c ia n o p o d ía p a s a r d es­
a p e rc ib id a , a d e m á s te n ie n d o p re s e n te q u e e s te m e n sa je sub v ersiv o p r o ­
v e n ía d e u n a p e rs o n a q u e h a b ía te n id o d ific u ltad es c o n la ju sticia ro m a n a
e n d iv ersas o c asio n e s y lu gares, y q u e p ro p o n ía a alg u ien co n “fo rm a de
D io s ” (Jesú s), q u e h a b ía e sta d o e n c a d e n a d o e n u n p ra e to riu m p ro c o n su ­
lar, c o n d e n a d o y aju stic ia d o p o r el p o d e r ro m a n o . E s o visualiza c la ra ­
m e n te e n C risto el c h o q u e d e dioses y evangelios, e n tre la ju sticia d e la
a lia n z a ju d ía y la “n o rm a lid a d ” im p e ria l ro m a n a . ¿E s la s e ñ o ría d e C risto,
a h o ra e n el cielo c ristian o , to ta lm e n te d ife re n te d e la s e ñ o ría d el d ictad o r,
a h o ra e n el cielo ro m a n o ? Jesu cristo , e n el cielo cristian o , n o es A u g u sto
e n el cielo ro m a n o c o n u n n o m b re d ife re n te 52.
E n el análisis d e e s te tex to , P e te r O a k e s o fre c e p a ra le lo s d e a scen ­
sio n e s al tro n o im p e ria l. D e la c o m p a ra c ió n d e d ich o s p asajes co n Filp,
c o n clu y e e ste e stu d io so : “ C u a lq u ie r o y e n te g re c o -ro m a n o p ro b a b le m e n te

52 J.D.Crossan - J. Reed, In Search o f Paul 290-292.


312 D. ÁLVAREZ

e sc u c h a ría e n estas p a la b ra s u n a c o m p a ra c ió n co n el e m p e ra d o r”53. ¿ Q u é


d e c ir a e sto ? P a re c e q u e to d o s los ind icios a p u n ta n a q u e P a b lo e s tá o fre ­
c ie n d o a q u í u n a in te rp re ta c ió n c ristia n a d e Isaías 45 y 52,13-53,12. L a ex ­
p re s ió n “to d a ro d illa se d o b le ” y “to d a le n g u a p ro c la m e ” n o se e n c u e n tra
e n la re tó ric a im p erial. S e tra ta c la ra m e n te d e u n a re fe re n c ia a Isa 45,23
(L X X ). L a p a la b ra “e x a lta r” ( ύ π ε ρ ύ ψ ω σ ε ν ) n o a p a re c e e n la re tó ric a im ­
p e ria l, n i e n la lite ra tu ra g rieg a, sin o e n F ilip en ses y S alm 96,9 (L X X ). I n ­
cluso, la e x p re sió n “p o r e s o ” ( δ ι ό κ α ι ) d e F ilp 2,9 n o h a y q u e id en tific arla
c o m o u n p a ra le lo d e l m o tiv o p o r el q u e el se n a d o c o n ced ió su a u to rid a d
a C ésa r, sino q u e se ría p a ra le lo d e δ ι ά τ ο ύ τ ο d e Isa 53,12 (L X X ), d o n d e el
sierv o es e x a lta d o p o r h a b e rs e h u m illa d o en fav o r d e otros. T en d ríam o s
a q u í u n a id en tific ac ió n d e Jesú s c o n el sierv o d e l D e u te ro -Isa ías.
L o im p o rta n te n o es a q u ié n se re fie ra n estas im ág en es d el h im no,
sin o lo q u e P a b lo q u iso q u e los filip en ses p e n s a ra n c u a n d o las u só . ¿C u ál
e ra el o b jetiv o c o n c re to d el u so d e e s ta im ag in ería? E l m ism o a p ó sto l re s ­
p o n d e a e s ta c u e stió n e n F ilp 2,2-4. L o s filipenses n o d e b ía n a trib u ir a o tra
p e rs o n a los reclam o s a rro g a n te s d e g ra n d e z a , n i siq u ie ra a A d á n o a Julio
C ésa r, sin o a la h u m ild a d d e C risto, y c ó m o ellos d e b ía n id en tific arse con
él. “E l h im n o d e F ilip en ses es, en to n c es, u n p u n ta l e n la e x h o rta c ió n de
P a b lo a los F ilip en ses p a ra m a n te n e rs e firm e s y, so b re to d o , p a ra e s ta r u n i­
dos; es u n e le m e n to q u e ju e g a su p a rte e n el o b jetiv o re tó ric o d e P ablo,
p a r a o fre c e r el ‘c o n s u e lo ’ a los c re y e n te s e n F ilip o ”54.
M ás c h o c a n te e ra el u so d el c o n c e p to eu angelion55. E n C o rin to , euan-
g elio n e ra la “b u e n a n u e v a ” d e “ sa lv a c ió n ” , “p az y se g u rid a d ” e sta b lec id a
p o r el sa lv a d o r im p erial, A u g u sto y sus suceso res; p az y se g u rid a d a lc a n ­
z a d a m e d ia n te m ed io s co n v in c en tes d e “ d isu asió n fo rz o sa ” , tales co m o la
cru cifix ió n d e los sú b d ito s q u e tu v ie ra n la au d a cia d e o p o n e rse al d o m i­
n io ro m an o . E s te e v an g elio e ra a n u n c ia d o e n m o n e d a s e in scrip cio n es y
c e le b ra d o e n las fiestas d e las c iu d ad e s im p e ria les e n h o n o r d e l e m p e ra ­
d o r. C o m o p a rte d e la c e le b rac ió n d e e ste ev a n g elio d el sa lv a d o r im p erial,
se o fre c ía n sacrificios d e g ra titu d e n lo s tem p lo s y sa n tu a rio s q u e d o m i­
n a b a n los esp acio s p ú b lico s d e C o rin to y d e o tra s c iu d a d e s griegas. P a b lo
e n s e ñ a b a u n e v an g elio a lte rn a tiv o 56, é se d e u n líd e r d e la g e n te so m etid a,

53 P eter Oakes, Philippians. From People to Letter (SNTSMS 110), Cambridge Uni­
versity Press, Cambridge 2001,147.
54 Christopher B ryan, Render to Caesar 88.
55 Para el uso del concepto cf. H elmut Koester, Ancient Christian Gospels, Trinity
Press International, Philadelphia 1990,1-6.
56 La confrontación más llamativa entre el evangelio imperial y el evangelio paulino
es su “teología” en relación con la política. La ideología imperial subrayaba que Júpiter y
PABLO, EL ANTISISTEMA 313

q u e h a b ía sido c ru cificad o p o r su resiste n c ia al p o d e r im p erial. E l e v a n ­


gelio d el cru cificad o e ra u n a n e c e d a d , ya q u e se o p o n ía a los v a lo re s d o ­
m in a n te s d e la a risto c ra c ia y a firm a d o s e n c u a lq u ie r d iscu rso público.
A n u n c ia r el ev a n g elio d e l c ru cificad o e ra al m ism o tie m p o u n a lo c u ra en
el s e n tid o d e u n suicidio p o lítico , p u e s p o d ía a tr a e r la a te n c ió n d e los r o ­
m a n o s y lle v ar a ésto s a m a n te n e r la p az co n la v io len cia, c u a n d o la p e r ­
su asió n y la in tim id a c ió n n o e ra n su ficien tes57.
A d em á s, e s te ev a n g elio a n ti-im p e ria l p ro c la m a b a q u e Jesú s h a b ía
sid o ju stific ad o p o r D io s, re s u c ita d o y e x a lta d o co m o s e ñ o r celestial (1
C o r 2,8; 15,3-4; Fil 2,6-11). E n el c o n te x to im p erial, e sto significaba q u e
Jesú s h a b ía asu m id o la p o sic ió n d e l e m p e ra d o r, y su m u e rte fu e u n a m e ra
tra n sic ió n p a ra su ap o teo sis. E n 1 C o r y e n F ilp 3, P a b lo a rticu ló explíci­
ta m e n te las im p licacio n es p o lític a s a n ti-im p e ria le s d el e n tro n iz a m ie n to
ce lestia l d e C risto co m o e l v e rd a d e ro S e ñ o r o e m p e ra d o r d e l m u n d o . U n
p a saje clave es 1 C o r 2,6-8, d o n d e e n el “m is te rio ” (p la n ) ap o c alíp tic o de
D ios, “ los g o b e rn a n te s (a rc h o n te s) d e e sta é p o c a, e s tá n se n te n c ia d o s a p e ­
r e c e r ” , p o rq u e c o m e tie ro n el e r r o r d e crucificar al “ S e ñ o r d e la g lo ria ” .
Ig u a lm e n te e scan d a lo sa e ra p a ra u n ro m a n o la a firm a c ió n p a u lin a d e q u e
C risto e s ta b a a p u n to d e “ d e s tru ir to d o p rin cip ad o , to d a p o te s ta d y to d o
p o d e r ... P u es es n e c e s a rio q u e C risto re in e h a s ta q u e D io s p o n g a a to d o s
sus en em ig o s b a jo sus p ie s ” ( I C o r 15,24-28). D io s h a ele g id o lo d é b il de
e ste m u n d o fre n te a los p o d e ro so s, a los ricos y a la e lite sab ia q u e d o m i­
n a el sistem a im p e ria l (1,26-27; 4,8-10). L os elegidos, los san to s, p ro n to
p a rtic ip a rá n e n el ju icio d iv in o c o n tra el sistem a ro m a n o , cu y a fo rm a es
p a s a je ra (6,1-4; 7,13).
E s te m ism o le n g u a je im p e ria l ta m b ié n se e n c u e n tra e n o tra s cartas.
A sí, e l u so y c o n te n id o d e σ ω τ η ρ ί α (IT e s 5,8-9; F ilp 1,28; 2,12; R o m 1,16;
10,1; 13,11) p u d o se r e n te n d id o c o m o u n a a lte rn a tiv a a e sa salv ació n o fre ­
c id a p o r A u g u sto y sus su ceso res. P a b lo se o p o n e a la “p a z y s e g u rid a d ”
q u e la p ro p a g a n d a im p e ria l se ja c ta b a d e h a b e r e sta b le c id o e n to d o el
m u n d o . C la ra m e n te , F ilp 3,20-21 se p re s e n ta co m o u n o d e los tex to s
d o n d e P a b lo p re d ic a b a u n e v a n g elio an ti-im p erial, d a d o q u e e v o ca ecos
d e l c u lto y d e la id eo lo g ía im p e ria l58. M e d ia n te el e m p le o d e l c o n c e p to p o ­

los dioses habían entregado el poder a Augusto. Por el contrario, Pablo insiste en que Cris­
to es quien está reinando ahora en el cielo y “después de toda potestad, autoridad y poder”
entregará el reino a Dios Padre, de modo que Dios sea todo en todos (ICor 15,24.28).
57 R ichard A. H orsley, Rhetoric and Empire - and 1 Corinthians, 91s.
58 La llegada de Pablo a Filipo la describen J.D. Crossan - J.L.Reed, con las siguien­
tes palabras:“With Paul... carne Rome’s most dangerous opponent- not legions but ideas,
314 D. ÁLVAREZ

lítico d e “so te r” (sa lv a d o r) e n el clím ax d e la a rg u m e n ta c ió n d e F ilp 3,20-


21, Jesús sa lv a d o r es c o n tra p u e s to al sa lv a d o r im p e ria l59. C risto se h a c o n ­
v e rtid o e n el v e rd a d e ro sa lv ad o r, q u ie n in s ta u ra rá el o rd e n político divi­
n o p a ra su a s a m b le a (3,19-21). L as tra d u c c io n e s e in te rp re ta c io n e s h a n in ­
te n ta d o a te n u a r las im p licacio n es p o lític as m e d ia n te recu rso s de indivi­
d u aliza ció n (c iu d a d a n ía ) y e sp iritu a liz a ció n (celestial). L os filipenses e ra n
co n scie n te s q u e d e sd e la b a ta lla d e A ccio te n ía n u n sa lv a d o r y señor. É se
e ra el ev a n g elio im p e ria l. L a p re s e n ta c ió n d e la e x a lta ció n de Jesús y la
e n tra d a e n el cielo q u e n o s p re s e n ta el. h im n o (Filp 2 ,6 4 1 ), d eb ió h a c e r
p e n s a r e n los e v e n to s q u e r o d e a b a n la m u e rte d e u n p rin c e p s y su a scen ­
sió n al cielo o a p o te o sis60. C risto Jesú s h a d e sp la z a d o al césar com o e m ­
p e ra d o r, al h a b e r sid o e x a lta d o y al c o n c ed é rsele el n o m b re q u e e stá p o r
en cim a d e to d o n o m b re (2,9). E sto s p ré sta m o s lingüísticos y las alusiones
al le n g u a je d e l cu lto d e l e m p e ra d o r y d e la id eo lo g ía re v e la n la carga a n ti­
im p e ria l q u e c o m p o rta b a el ev an g elio p au lin o .
S e g u ra m e n te q u e el a sp ecto a n ti-ro m a n o m ás p a te n te d e su m en saje
fu e su in sisten cia e n el C risto crucificado , ta l y co m o lo d e m u e stra N eil
E llio tt. L a cru cifix ió n e ra el m e d io m ás h o rre n d o m e d ia n te el cual los r o ­
m a n o s to rtu ra b a n h a s ta la m u e rte a q u ie n e s se o p o n ía n al d o m in io ro m a ­
no, d e m o d o q u e sirv iera d e e sc a rm ie n to p a ra el re s to d e la població n .
P a b lo se re fie re a e s te a tro z h e c h o e n su c a rta a los G a la ta s: “ ¿N o fu e ex­
h ib id o C risto p ú b lic a m e n te a n te v u e stro s o jos co m o cru cificad o ?” (G a l
3,1). E n las ciu d a d e s griegas, d o m in a d a s p o lític a y c u ltu ra lm e n te p o r u n a
e lite p ro -ro m a n a y sus v a lo res a risto crá tic o s, sin lu g ar a dudas, d e b ió ser

not an alternative force but an alternative faith. Paul too proclaimed one who was Lord, Sa-
vior, Redeemer and Liberator. He announced one who was Divine, Son of God, God, and
God from God. But Paul’s new divinity was Christ, not Caesar” (9s).
59 Filp 3,20 contendría un desafío codificado paulino al imperio. El texto usa diver­
sos títulos imperiales que vienen aplicados a Jesús. El imperio del césar, de la que Filipos es
un puesto de avanzadilla, es la parodia; el imperio de Jesús, del que la iglesia de Filipos es
un puesto de avanzadilla, es la realidad. Y la intención de “nuestra ciudadanía está en el
cielo” no se refiere a una eventual retirada y regreso a la ciudad madre. Si las cosas se com­
plicaban en la ciudad colonial, el emperador vendría desde la ciudad matriz y liberaría a sus
súbditos, transformando la situación de peligro en seguridad. Por tanto, la referencia a Jesús
refleja ecos de la escatologia imperial, aunque evidentemente también derivaba de fuentes
judías como acontece en ICor 15,25-28.
60 Hemos de tener presente que pocos años antes había tenido lugar la apoteosis y la
divinización del emperador Claudio (54 d.C.): Suetonio, Claud 44,3; Nerón 8; Tácito, ann.
12,69; 13,2; Séneca, apocol. 2,2. Con la apoteosis, se le otorgó a Claudio en Occidente el tí­
tulo de divus como testimonian las inscripciones, en Oriente el título de Theos o Theos Epi­
phanes; ampliamente sobre este tema cf. D. Álvarez Cineira, Religionspolitik 76-89; J.C. R i­
chard , Les funérailles des empereurs romains aux deux premiers siècles de notre ère, en:
A N R W ll 16.2 (1978) 1128.
PABLO, EL ANTISISTEMA 315

u n a “lo c u ra ” ( I C o r 1,23) así c o m o u n a a firm a c ió n p o lític a a n tirro m a n a


p ro c la m a r y o rg a n iz a r c o m u n id a d e s e n to rn o a u n crim in al p o lític o cru c i­
ficado, In clu so , se p ro c la m a b a q u e e ste in su rre c to p olítico, cru cificad o p o r
los ro m an o s, h a b ía sid o e n tro n iz a d o c o m o v e rd a d e ro s e ñ o r d e l m u n d o y
e s ta b a a p u n to d e re g re s a r e n la p a ru s ía (u n a refe re n c ia a la e n tra d a im ­
p e ria l e n u n a c iu d a d so m e tid a ). E l c ru cificad o p o r los d irig e n te s ro m a n o s
e ra a h o ra el se ñ o r, q u ie n s o m e te ría p r o n to “to d a s las co sas” , p re s u m ib le ­
m e n te in clu y e n d o a los g o b e rn a n te s ro m a n o s (cf. 1 C o r 15,24-28; F ilp 3,20-
21).
E n las c a rta s a los ro m a n o s61 y a los g álatas, el m en sa je a n ti-im p e ria l
e stá m e n o s explícito. A l c o m ie n zo d e su larg o d iscu rso e n R o m 1-11, P a b lo
a firm a q u e C risto h a s u p la n ta d o al césar, h a sid o d e c la ra d o h ijo d e D io s
co n p o d e r (1,4). E n to d a la a rg u m e n ta c ió n d e R o m 1-11, e stá im p lícita la
c re e n c ia d e q u e la h isto ria , ta l y c o m o D io s la lle v a rá a c u m p lim ien to , n o
p a s a a tra v é s d e R o m a , to d o lo c o n tra rio a los p re su p u e sto s y a la p ro p a ­
g a n d a e n la m e tró p o li im p erial.
L a cru cifix ió n , la re s u rre c c ió n y la p a ru s ía so n to d o s ellos e v e n to s con
u n sig n ificad o p o lítico ; los d o s p rim e ro s ya h a n ac o n te c id o y el te rc e ro es
in m in e n te , c o n im p licacio n es obv ias p a ra el o r d e n im p e ria l ro m a n o . E n el
u so d e té rm in o s y sím b o los d e la o ra to ria p ú b lic a p o lítica y d e la id e o lo ­
gía im p e ria l, P a b lo e s ta b a p ro c la m a n d o u n ev an g elio a lte rn a tiv o al m e n ­
saje im p e ria l. P a r a e s ta p re s e n ta c ió n , el a p ó sto l e stu v o c la ra m e n te in flu i­
d o p o r e l ap o c alip tic ism o ju d ío 62. G e o rg i, K o e ste r y E llio t in d ican q u e el
e m p le o a n ti-im p e ria l d e l le n g u a je y los sím b o lo s im p e ria les p o r p a rte de
P a b lo , fo rm a b a p a rte d e su p ro p io tra sfo n d o ap o c alíp tic o ju d ío y d e su vi­
sió n d e l m u n d o . L a s in te rp re ta c io n e s, q u e s u b ra y a n la p e rsp e c tiv a te o ló ­
gica c ristia n a , h a n o sc u re cid o la ca rg a y fu e rz a p o lític a a n ti-im p e ria l d e las
a firm a c io n e s p au lin as, e n p a rte p o rq u e h a n te n d id o a seg u ir la e sp iritu a li­
z a c ió n d e u te ro p a u lin a d el le n g u a je p au lin o . E n las ca rta s d e u te ro p a u lin a s,
C o lo se n se s y E fesios, p r e s e n ta n a los n u e v o s p o d e re s y g o b e rn a n te s cós­
m ico s c o m o c re a d o s p o r u n C risto p re e x is te n te (n o -p a u lin o ) (C o l 2,16;
2,10), s o b re q u ie n e s triu n fa e n su cru cifix ión (C o l 2,15; vs. 1 C o r 2,8;
15,24). P a ra el a u to r d e E fesios, P a b lo a firm a q u e “n u e s tra lu ch a n o es

61 Jacob Taubes, Politische Theologie 27, considera que la carta a los romanos es una
teología política, “eine politische Kampfansage an den Cäsaren”.
62 La perspectiva que estructura sus argumentos en 1 Cor, sin embargo, aparece que
está muy influenciada por la literatura apocalíptica judía, un objetivo principal de ésta fue
la resistencia a los imperios helenistas y romanos que amenazaban el estilo de vida tradi­
cional judío (bíblico).
316 D. ÁLVAREZ

c o n tra en e m ig o s d e c a rn e y sangre, sino c o n tra los g o b e rn a n te s, c o n tra las


a u to rid ad e s, c o n tra los p o d e re s a c tu a les d e las tin ieb las, c o n tra las fu erzas
e sp iritu a le s d e m al e n los lu g ares ce le stia le s” (E f 6,12). P o r ta n to , se h a
m istificad o e l ev an g elio a n ti-im p e ria l p au lino.

5.3. Pablo frente a los valores sociales romanos

B a sá n d o se e n la in v estig a c ió n d e h isto ria d o re s clásicos, E rik H e e n 63


e x p o n e c ó m o P a b lo u só u n a im ag e n clave d e la id eo lo g ía im p e ria l p a ra
o p o n e rs e a ella. L a p a s ió n a risto c rá tic a p o r los h o n o re s sería el fac to r
clave p a ra ex p lica r el siste m a d e p a tro n a z g o co n el o b je to d e o b te n e r fa ­
v o res d el e m p e ra d o r. P a r a ello, el p a tró n se d e b ía m o s tra r g e n e ro so e n la
co n stru c ció n d e e sp acio s y edificios p ú b lico s (eu erg estim o ), lo q u e e fe c ti­
v a m e n te a se g u ra b a su p o sic ió n d e p o d e r, p riv ileg io y d o m in io local. H e e n
p ro p o n e e ste c o n te x to d e l p a tro n a z g o p a ra la in te rp re ta c ió n d e l h im n o de
F ilp 2,6-11. E n lu g a r d e se r u n a e x p re sió n cristo ló g ica d e la p ree x iste n c ia
d e C risto , e ste h im n o u sa u n a frase clave d e l cu lto im p e ria l p a ra r e p r e ­
s e n ta r a C risto co m o q u ie n se o p o n e al e m p e ra d o r: lejos d e v a lo ra r y b u s ­
c a r los h o n o re s ig u ales a D ios, Jesús fu e m a rtiriz a d o p o r las a u to rid a d e s
ro m a n a s (e n la cru z), d e sp u és d e lo cual fu e e le v a d o a u n a p o sició n m ás
e le v a d a q u e el e m p e ra d o r, co m o c o n tra -e m p e ra d o r. T o m a n d o los m o d e ­
los d e resiste n cia d e Jam es C. S co tt, H e e n m u e s tra có m o las co m u n id a d e s
p a u lin a s se fo rja ro n u n e sp acio p a ra c o n stitu irse e n u n a c o m u n id a d a lte r­
n a tiv a , v iv ien d o u n c o n ju n to d e v alo re s to m a d o s d e im ita r a C risto (y no
al césar), el v e rd a d e ro re in a n te d e sus vidas, p re c isa m e n te p o rq u e se c o n ­
v irtió e n p a ra d ig m a d e l servicio m u tu o .
P a b lo m ism o c u e stio n a el siste m a d e re la c io n e s b a s a d o e n el p a tr o ­
nazgo , q u e m a n te n ía el im p e rio co h e sio n a d o d e fo rm a p ira m id a l64. L a es­
tru c tu ra v e rtica l d e p a tró n -c lie n te e s ta b a e n co n flicto c o n el se n tim ie n to
p ro fu n d o c ristia n o d e q u e la s im e tría h o riz o n ta l y la ig u ald a d d e b ía n g o ­
b e rn a r las in te rre la c io n e s sociales d e los cristianos. L a ra z ó n teo ló g ica

63 Eric M. Heen, Phil 2:6-11 and Resistance to Local Timocratic Rule: Isa theo and the
cult of the Emperor in the East, en Richard A. Horsley (ed.), Paul 125-153.
64 Efrain Agosto considera que las cartas de recomendación greco-romanas están en
función de este sistema de patronazgo, las cuales relacionan a personas de un rango social in­
ferior con otro superior. Por el contrario, los pasajes de recomendación paulina difieren sus­
tancialmente de las cartas de recomendación que buscaban posiciones de poder y status para
mejorar la posición de las carreras personales de miembros de la elite romana o provincial.
PABLO, EL ANTISISTEMA 317

p a ra e s ta ig u a ld a d h a y q u e b u sc arla e n la re la c ió n co n D ios: to d o s e ra n
c o n sid e rad o s ig u ales a n te D io s 65.
E n R o m 1,16-17 se p ro c la m a la ju sticia d e D ios. L a d io sa ro m a n a Ius-
titia, c o m o el m ism o cu lto d e l e m p e ra d o r, e ra u n a n o v e d a d e n el m u n d o
p au lin o : el te m p lo d e d ic a d o a Iustitia fu e e rig id o el 8 e n e ro d el a ñ o 13 d.C.
y c e le b ra d a p o r A u g u sto e n tre las v irtu d e s m á s excelsas66. E s ta b a ta n ín ti­
m a m e n te v in cu la d a la v irtu d d e la Iustitia c o n el rég im en im p erial, q u e
e s ta d io sa a v eces a d q u irió el títu lo d e “ a u g u s ta ” . A sí, sin p e rd e r n in g u n o
d e los significados e n ra iz a d o s p ro fu n d a m e n te e n el ju d a ism o d e la fid eli­
d a d a la alia n za d e D io s c re a d o r, la d e c la ra c ió n d e P a b lo d e q u e el e v a n ­
gelio d e l re y J esú s re v e la la d ika io syn e d e D io s d e b ió se r e n te n d id o co m o
u n d e safío a la p re te n s ió n im p erial. Si se q u ie re la ju sticia, é sta n o se e n ­
c o n tra rá e n el euaggelion q u e a n u n c ia al e m p e ra d o r co m o señ o r, sino en
el euaggelion d e Je sú s67.
J e n n ife r W rig h t K n u st68 c o n sid e ra q u e P a b lo critica la m o ra lid a d in s­
ta u r a d a p o r el im p e rio (IT e s 4,3-7; R o m 1,18-32; I C o r 6,15). L a id eo lo g ía
im p e ria l ro m a n a a firm a b a q u e A u g u sto y sus su c eso re s h a b ía n re s ta u ra d o
la m o ra lid a d p ú b lic a in te n ta n d o im p la n ta r la ley y v e la n d o p o r las cos­
tu m b re s 69. E n e ste c o n te x to im p eria l, P a b lo d e c la ra q u e la so cied ad e stá
c o rro m p id a y a b u n d a la fo rn ic ac ió n , afirm a c ió n q u e h a b ría sid o e n te n d i­
d a c o m o u n a c rítica al e m p e ra d o r y al im p erio: el e m p e ra d o r h a fra c a sa ­
d o e n su in te n to p o r r e s ta u ra r la m o ra l pública. C risto es la v e rd a d e ra re s ­
p u e s ta al p ecad o .

5.4. Pablo y el orden natural

R o b e r t J e w e tt d e m u e s tra q u e la o p o sic ió n e n tre P a b lo y el o rd e n im ­


p e ria l ro m a n o in clu y e in clu so la c o m p re n sió n d e l o rd e n n a tu ra l. E s te

65 Cf. Peter Lampe, Paul, Patrons and Clients, en: J. Paul Sampley, Paul in the Greco-
Roman World 488-523; J.K. Chow, Patronage and Power. A Study o f Social Networks in Co­
rinth (JSNTSup 75), Sheffield Academic Press, Sheffield 1992.
66 En el 27 a.G, el senado reconoció los logros políticos excepcionales de Augusto ala­
bando su virtus, dementia, iustitia y pietas (cf. Res gestae divi Augusti 34,1-3).
67 N.T. Wright, Paul’s Gospel and Caesar’s Empire 172.
68 Jennifer Wright Knust, Paul and the Politics of Virtue and Vice, en: Richard A.
Horsley, Paul and the Roman Imperial Order, Trinity Press International, Harrisburg - Lon­
don - New York 2004,155-173.
69 J. Rufus Fears, The Cult of the Virtues and Roman Imperial Ideology, en: NW RW
II 17.2 (1981) 885-86. Cf. Horacio, Carm 4,5.
318 D. ALVAREZ

a u to r70 e x a m in a R o m 8,18-23 y lee e l p a saje d e fo rm a n o v ed o sa. P re s u p o ­


n e q u e su tra s fo n d o e ra la id eo lo g ía im p e ria l d el re n a c im ie n to d e la n a tu ­
rale z a. C e n tra l p a ra la p ro p a g a n d a d e A u g u sto y sus su ceso res fu e la c a n ­
tid a d d e m o n u m e n to s, tale s c o m o el ara p acis, y las fiestas c o n m e m o ra ti­
vas q u e p re te n d ía n re iv in d ic a r q u e su p a z im p e ria l h a b ía re s ta u ra d o la
M a d re T ie rra y llev ad o a é s ta a u n a é p o c a d e v e rd a d e ra fertilid a d y p r o ­
d u c tiv id ad s o b re n a tu ra l, lo q u e sign ificab a u n a e d a d d e o ro y d e p ro s p e ­
rid a d . E n las co m u n id a d e s cristia n a s d e R o m a , P a b lo se dirig e a u n a a u ­
d ie n c ia q u e c o n o c e m u y b ie n las c o n q u ista s im p eriales y la e x p lo ta c ió n
e c o n ó m ica, q u e h a d e v a sta d o ciu d a d e s y cam pos, d e sfo re sta d o m o n ta ñ a s
y e ro s io n a d o el m e d io a m b ie n te n a tu ra l. P a b lo les in d ica q u e el m u n d o se
e n c u e n tra g im ien d o y su frien d o , e s p e ra n d o su lib eració n , d el m ism o
m o d o q u e “los hijos d e D io s ” se e n c u e n tra n su jeto s a la fu tilid a d d el
m u n d o p o r la a rro g a n c ia y los p e c a d o s d e la p rax is im p erial. F re n te a esa
situ ació n , p ro p o n e u n a “n u e v a c re a c ió n ” (2 C o r 5,17; G a l 6,15), q u e c o n ­
llev a la resp o n sa b ilid a d co lectiv a p o r la creació n .

5.5. Pablo y el simbolismo imperial

N eil E llio tt71 ex plica c ó m o P a b lo to m ó p re sta d o s asp ecto s sim bólicos


d e la id eo lo g ía im p e ria l ro m a n a p a ra o p o n e rs e al im perio. A n a liz a la im a ­
g in ería d el triu n fo im p e ria l q u e d e te c ta e n 2 C orintios. A c e n tu a n d o el
c o n tra s te y o p o sic ió n a la p ro c e sió n im p e ria l q u e aclam a el p o d e r irre sis­
tib le d e l h é ro e m ilitar, P a b lo se r e tr a ta a sí m ism o co m o víctim a d e rr o ta ­
d a p o r la v io len cia im p erial. E n e s ta in v e rsió n d e la re p re se n ta c ió n p ú b li­
ca d e l triu n fo im p e ria l, el p o d e r d e D io s se m an ifie sta e n la h u m illació n
d e P a b lo y e n la cru cifix ión d e C risto, p o rq u e la crucifixión d e C risto a
m a n o s los “p o te n ta d o s d e e ste m u n d o ” es el e v e n to in au g u ra l p o r el q u e
D io s so m e te a las a u to rid a d e s im periales.
D e fo rm a se m e jan te , L a rry J. K re itz e r c o n sid e ra la im ag in ería triu n ­
fal ro m a n a co m o tra s fo n d o d e 2 C o r 2,14-16 y C o l 2,15. O b se rv a n d o el uso
d el v e rb o th a ia m b eu ein , s u g iere q u e la id e a d el triu n fo m ilita r ro m a n o e ra
a m p lia m e n te co n o c id a e n el m u n d o an tig u o. E l triu n fo d e las leg io n es ro-

70 R obert Jewett, The Corruption and Redemption of Creation: Reading Rom 8:18-
23 within the Imperial Context, en: Richard A. Horsley (ed.), Paul and the Roman Imperial
Order 25-46.
71 N eil E lliott, The Apostle Paul’s Self-Presentation as Anti-Impqrial Performance,
en: R. Horsley (ed.), Paul 67-88.
PABLO, EL ANTISISTEMA 319

m a n a s s o b re sus e n em ig o s se c e le b ra b a ta n to e n las o b ra s lite ra ria s co m o


e n los m a ss m ed ia d e la é p o c a (escu ltu ra , p in tu ra , g ra b a d o s ...). P a b lo se ­
g u ra m e n te te n ía e n m e n te e s ta im a g in ería c u a n d o escrib ió 2 C o r 2,1472 y
C o l 2,15. E s ta im a g in e ría ta m b ié n h a d e ja d o sus h u e lla s e n la n u m ism á ti­
ca. D iv e rsas m o n e d a s r e p r e s e n ta n la p ro c e sió n triu n fa l, d o n d e v ario s es­
clavos y p e rso n a s d e p a íse s c o n q u ista d o s p reced ía n al e m p e ra d o r, q u ie n
ib a d etrá s, e n su c a rro triu n fa l, p a ra p re s e n c ia r la m u e rte d e los p ris io n e ­
ro s e n la co lin a c a p ito lin a . L o s testim o n io s n u m ism ático s n o s lle v a n a p e n ­
sa r q u e la im ag in ería triu n fa l e s tá ín tim a m e n te re la c io n a d a co n la c o m ­
p re n s ió n p a u lin a d e su a p o sto la d o , co m o a lg u ie n q u e a fro n ta la m u e rte
p o r c a u sa d e Jesu cristo . E s te c o n te x to ay u d a a e n te n d e r p asaje s c o m o 2
C o r 4,8-12 y 11,23-27, d o n d e P a b lo m ezcla sus id eas so b re el m in iste rio y
la m u e rte 73.

5.6. Rom 13,l-774

E n la c a rta a los ro m a n o s, D ie te r G e o rg i75 ve u n a c o n tra p o sic ió n


e n tr e la teo lo g ía m isio n e ra p a u lin a y la teo lo g ía p o lític a ro m a n a e x p re s a ­
d a e n la te rm in o lo g ía u tiliz ad a . A sí, P a b lo escrib e u n a sá tira a la su cesió n
e n el tro n o d e C la u d io (N e ró n ) e n R o m 1,3-4. E l se n a d o ro m a n o d e c la ró

72 Sobre el trasfondo cultural y religioso de este texto véase R oger D avid A us , Ima­
gery o f Triumph and Rebellion in 2 Corinthians 2:14-17 and elsewhere in the Epistle. A n
Example o f the Combination o f Greco-Roman and Judaic Traditions in the Apostle Paul
(Studies in Judaism), University America Press, Lanham, MD - New York - Oxford 2005,
expone la “imaginería” de los triunfos romanos (pp. 1-46) así como la imaginería judaica de
rebelión basada en Num 17,6-15 (pp. 47-79). Aparecen los elementos romanos de la acción
de gracias y el incienso. Según este autor, el pasaje muestra a Pablo y a sus colaboradores
no como prisioneros capturados, sino como oficiantes victoriosos marchando con Dios a la
cabeza de la procesión. La ovatio (procesión triunfal celebrada cuando un general romano
ganaba una victoria mediante la persuasión) sería un modelo para la imaginería paulina.
Menos convincente es el triunfo que este autor presupone para el texto: el de Lucio Ae-
melius Paulus celebrando la victoria sobre los macedonios (167 a.C.). Para Col 3,11 cf.
Harry Om Maier, Barbarians, Xcythians and Imperial Iconography in the Epistle to the Co-
lossians, en: A. Weissenrieder - F. Wendt - P. von Gemünde (eds.), Picturing the New Testa­
ment. Studies in Ancient Visual Images (W U N T193), Mohr Siebeck, Tübingen 2005,385-406.
73 Larry J. Kreitzer, Striking New Images. Roman Imperial Coinage and the New Tes­
tament World (JSNT.Supplement Series 134), Sheffield Academic Press, Sheffield 1996,145.
74 Para este apartado puede verse el artículo de Stefan Schreiber, Imperium Roma­
num und römischen politischer Sprechweise in Röm 13, en: Ulrich Busse (Hg.), Die Bedeu­
tung der Exegese für the Theologie und Kirche (QD 215), Herder, Freiburg - Basel - Wien
2005,131-168.
75 D ieter G eorgi, God Turned Upside Down, en: R.A. Horsley (ed.), Paul and Em ­
pire 148-157.
320 D. ÁLVAREZ

la consecratio d e C lau d io , es decir, su a p o teo sis. S én eca76 y T ácito se b u r ­


la n d e l fin al trá g ic o y d e la a p o te o sis d e C lau d io , p u e s p a re c e se r q u e
m u rió e n v e n e n a d o . D e l m ism o m o d o q u e el e m p e ra d o r se h a c o n v e rtid o
e n dios, P a b lo in te r p re ta la m u e rte d e Jesús: ta m b ié n Jesús llegó al p o d e r
m e d ia n te u n a m u e rte v io le n ta y se c o n v irtió e n hijo d e D ios, e n v e rd a d e ­
ro re y 77. P a r a P ab lo , Jesú s es lo q u e el p rin c e p s ro m a n o reiv in d ica ser: r e ­
p re s e n ta n te d e la h u m a n id a d , rec o n c ilia d o r y s o b e ra n o d el m u n d o . P o r
eso, se p ro p a g a y e x tie n d e el ev a n g elio a to d a n a c ió n (1,5).
E n o tro p a s a je d e la c a rta (R o m 10,4), P a b lo p ro c la m a a C risto co m o
telos to u n o m o u , es d ecir, su p e rs o n a significa el fin del siste m a e sta ta l n o r ­
m ativ o y a u to rita tiv o ro m a n o , así c o m o la p re te n s ió n d e la d iv in id ad d el
e m p e ra d o r. E n R o m 15, G e o rg i c re e v e r alu sio n es a A le ja n d ro M agno.
C o m o e n el caso A le ja n d ro , ta m b ié n la m isió n d e Jesús es in te rru m p id a .
P e ro P a b lo llev a a c u m p lim ie n to la o b ra in c o m p leta , n o sólo de Jesús, sino
ta m b ié n d e A le ja n d ro . E s to a c o n te c e g racias a la ay u d a d e los seg u id o res
d e l cru cificad o e n la c a p ita l d e l im p erio .
Si P a b lo e s ta b a e n c o n tra d el im p e rio ro m a n o , ¿có m o es q u e e n c o n ­
tra m o s u n te x to c o m o R o m 13,1-7? E s te es u n o d e los tex to s q u e m ay o r
d ificu ltad p la n te a a los estu d io so s d el Politics G ro u p . P a ra este g ru p o de
au to re s, s o rp re n d e y c h o ca q u e P a b lo p u d ie ra h a b la r ta n p o sitiv a m e n te de
R o m a , o lv id á n d o se d e la b ru ta lid a d q u e c a ra c te riz a b a a los ro m an o s. T e­
n ie n d o e n c o n sid e ra c ió n o tro s tex to s pau lin o s, d o n d e e x p re sa su visión
m ás crítica c o n tra las a u to rid a d e s (IT e s 5,3-11; I C o r 15,24-26), este tex to
sie m p re h a p ro v o c a d o in fin id a d d e in te rp re ta c io n e s, c o m e n z a n d o p o r
c o n sid e ra rlo u n a in te rp o la c ió n . A sim ism o, se h a in te n ta d o d e te rm in a r las
circ u n stan cia s h istó ric a s q u e p ro v o c a ro n e s ta ad m o n ic ió n p au lin a. A u n ­
q u e to d a s las h ip ó te sis so n m u y su g eren tes, seg ú n esto s au to res, n in g u n a
es p le n a m e n te c o n v in c e n te 78.
N e il E llio t79 p ro p o n e b u sc a r n o ta n to la situ ació n h istó rica, sino m ás
b ie n u n “c o n te x to d e v id a ” . T en ien d o e n c u e n ta la situ a c ió n d e los ju d ío s
e n A le ja n d ría (a ñ o 41 d .C ) y los p rivileg io s q u e g o z a b an los ju d ío s en
R o m a , n o es d e e x tra ñ a r la e x isten cia d e c ie rto s se n tim ie n to s antisem itas.

76 Cf. la obra de Séneca, Apocolocyntosis', Dio Cassio, LX 35,2ss; Tácito, A nn 13,3-4.


77 Para las implicaciones políticas de este texto, cf. G. T heissen, Auferstehungsbots­
chaft und Zeitgeschichte. Über einige politische Anspielungen im ersten Kapitel des Rö­
merbriefs, en: Auferstehung hat einen Namen. FS für H.-J. Venetz, Luzern 1998,58-67; Jacob
Tauben, Politische Theologie 23-26.
78 Cf. las diversas interpretaciones del pasaje en David Álvarez Cineira, Die Reli­
gionspolitik 395-404.
79 N eil E lliot, Liberating 223.
PABLO, EL ANTISISTEMA 321

L a c u rio sa co m b in a c ió n e n 13,1-7 d e l p ra g m a tism o (13,2.4b) y d e l id ea lis­


m o re s p e c to a las a u to rid a d e s (4a.6), n o significa p ro p o n e r te o ría s filo só ­
ficas s o b re la e sen c ia d e l estad o . P a b lo ú n ic a m e n te p re te n d e e v ita r q u e los
m ie m b ro s d e la e k k le sia p ro v o q u e n d istu rb io s y p ro b le m a s callejeros.
D e s e a q u e su a u d ito rio o lvid e los re se n tim ie n to s p e rso n ales. E n su lugar,
p re te n d é im p u lsar la c o m p asió n m u tu a y q u e los cristian o s a n h e le n el
b ie n co m ú n.
E llio t co lo ca e s te p á rra fo e n el c o n te x to d e la p ro p a g a n d a im p e ria l y
esp ec ífic a m e n te c o n tra la e n tro n iz a c ió n d e N e ró n e n el añ o 5480. E l o b je ­
tiv o d e P a b lo co n sistía e n q u e los ju d e o c ristia n o s, q u e h a b ía n re g re sa d o a
R o m a , n e c e s ita b a n u n a p ro te c c ió n fre n te a la c a lu m n ia d e q u e n o p a g a ­
b a n sus im p u esto s. Y a q u e u n a c o n fro n ta c ió n co n el p o d e r e s ta ta l n o te n ­
d ría sen tid o , el a p ó sto l les e x h o rta a a c e p ta r las circu n stan cias actu ales y
p a g a r los im p u esto s. E l co n sejo p a u lin o , p o r ta n to , re s p o n d e ría a c u e stio ­
n es tácticas.
E n o tra s p a la b ra s, d a d o q u e las in stitu c io n es h u m a n a s h a b ía n sido
e n c arg a d a s p o r D io s e n b e n e ficio d e los a d m in istrad o s, “p o r ta n to , u n o
d e b ía so m e te rs e n o solo p o r c o n sid e ra c ió n d e la ira d ivina, sin o ta m b ié n
p o r m o tiv o d e c o n c ie n c ia ” (13,5). L a a u to rid a d h u m a n a e ra lim ita d a y re­
lativa. Si e s tá in stitu id a p o r D io s y sirve c o m o “u n m in is tro ” d e D ios, e n ­
to n c e s e s tá s u je ta a D io s y n o p u e d e a rro g a rs e el h o n o r q u e c o rre sp o n d e
a D io s. P o r co n sig u ien te, la e x h o rta c ió n d e P a b lo a la su m isió n n o se
p u e d e e n te n d e r c o m o u n a su m isió n cieg a a c u a lq u ie r p o d e r. E n el p e n s a ­
m ie n to p a u lin o p o d ía n e s ta r o tra s dos id ea s im plícitas. L a p rim e ra sería la
in stru cc ió n d e Je re m ía s a los ex iliad os d e “b u sc a r el b ie n ” d e la ciu d a d p a ­
g a n a, allí d o n d e se e n c o n tra ra n (Je r 29,7). E n R o m 13,3 te n d ría m o s el
m ism o p rin c ip io e n té rm in o s d e energetism o. L a fra se “h a c e r el b ie n ” a p a ­
re c e e s ta r re la c io n a d a c o n las o b ra s so ciales d e b e n e fic en c ia y el servicio
p ú blico . L a se g u n d a c u e stió n e ra n los im p u e sto s (T ácito , A rm a les 13,50s).
H a b ie n d o e x h o rta d o a los c re y e n te s d e R o m a a a d o p ta r la c o n d u c ta a p ro ­
p ia d a h a c ia los d e d e n tro y h a c ia los c o n c iu d a d a n o s n o cristianos, P a b lo
ju e g a c o n la n o c ió n d e lo q u e se “ d e b e ” h a c e r p a ra lleg ar o tra v ez al p u n to
d e p a rtid a . P a g a r los im p u e sto s ju sto s y re n d ir el h o n o r ap ro p ia d o , son
p a r te d e l a m o r (13,8-10)81.

80 N eil E lliot, Romans 13:1-7 in the Context of the Cross, en: Richard A. Horsley
(ed.), Paul 184-204.
81 C hristopher B ryan, Render to Caesar 81s: “The laws of the Empire are to be obe­
yed and Christians are to seek to be good citizens, not because life never changes and God’s
kingdom is only a dream but precisely because the new age is already beginning. Already
believers are like those who stretch and blink and prepare to begin a new day (13,12). Still
they are exiles, but they know that the end of their exile is near”.
322 D. ÁLVAREZ

5.7. La paz y justicia

E l te m a d e la p a z y la ju stic ia v ien e tra ta d o e n IT es 5,2s. K lau s


W eng st82 ve e n e s te p a sa je u n fa c to r d e p ro p a g a n d a ro m a n a : R o m a g a­
ra n tiz a p a x et securitas83, ta n to e n las re la c io n e s in te rn a s c o m o ex tern as.
H e lm u t K o e ster ta m b ié n a p o y a u n a in te rp re ta c ió n p o lític a d e l tex to . E n
m e d io d e u n p a sa je co n tin te s ap o calíp tico s, P a b lo u tiliza u n a e x p re sió n
n o -ap o c alíp tica , n o b íblica. L a a lu sió n a J e r 6,14, q u e fre c u e n te m e n te se
ad u ce, n o es c o rre c ta . P a b lo d iría c la ra m e n te q u e el eschaton c e rc a n o a c a ­
b a rá co n la falsa p a z y se g u rid a d q u e o frec ía el sistem a ro m a n o . C o n ello,
P a b lo critica a b ie rta m e n te la id eo lo g ía ta n e x te n d id a , seg ú n la cu al R o m a
es c u sto d io y g a ra n te d e la p a x y d e la seguritas. L a e d a d d e o ro d e R o m a
h a tra íd o p az y se g u rid a d a T esalónica. E s ta p a z y se g u rid a d e ra la q u e
p ro m e tía R o m a a sus c o lo n ias o provincias. P o r el c o n tra rio , P a b lo dice
q u e ex iste u n a c a tá s tro fe in m in e n te q u e a m e n a z a la se re n id a d ju lio -clau -
d ia n a y a b ie rta m e n te se m o fa d e la co m p la c en cia im p erial. E l a p ó sto l a fir­
m a c la ra m e n te e n 1 Tes 5,3 q u e to d a esa p ro p a g a n d a im p e ria l h a sido u n a
farsa. E s la e d a d d e o ro d e D io s la q u e ya h a co m en zad o , y cu lm in ará
p ro n to co n la “lle g a d a ” (e n griego, p a ru sía : 1 Tes 2,19; 3,13; 4,15; 5,23) n o
d e u n d iv in o C lau d io , sin o d e u n d ivino C risto.

6. Pablo y sus comunidades. Una sociedad alternativa

P a b lo n o p ie n sa e n sus c o m u n id a d e s e n té rm in o s religiosos. L os p ré s ­
tam o s cúlticos d e los clu b s so cio-relig io sos g rec o -ro m a n o s (thiasos y era-
n o s) y el len g u aje c u ltu a l g re c o -ro m a n o e stá n au sen tes. T am p o co se p u e d e
a firm a r q u e las c o m u n id a d e s p a u lin a s fu e ra n m o d e la d a s c o n fo rm e a las
asociacio n es o co lleg ia84. E l c o n c e p to p rin c ip al q u e P a b lo u sa p a ra re fe ­
rirse al m o v im ie n to d e los se g u id o re s d e Jesús co m o u n to d o y a las co ­
m u n id a d e s lo cales e n p a rtic u la r, es el té rm in o “e k k le sia ” . E s ta d e n o m in a -

82 Klaus W engst, Pax Romana 109ss.


83 John D ominic Crossan - Jonathan L. R eed , In Search o f Paul xi: “The Roman
Empire was based on the common principle of pace through victory or, more fully, on a faith
in the sequence of piety, war, victory and peace. Paul was a Jewish visionary following in
Jesus’ footsteps, and they both claimed that the Kingdom of God was Roman normalcy with
a vision of peace though justice or, more fully, with a faith in the sequence of covenant, non­
violence, justice and peace".
84 Cf. Richard S.A scough, Paul’s Macedonian Associations. The Social Context ofPhi-
lippians and 1 Thessalonians (W U N T II168), Mohr Siebeck, Tübingen 2003; Philip A. Har-
land, Associations, Synagogues, and Congregations. Claiming a Place in Ancient Mediterra-
PABLO, EL ANTISISTEMA 323

ció n d esig n a b a e n el im p e rio ro m a n o d e O r ie n te la a sa m b le a d e c iu d a d a ­


n o s d e u n a p olis g rieg a. P a b lo e n te n d ió la e k k le sia d e T esaló n ica o C orin-
to n o co m o u n a “c o m u n id a d c ú ltica ” , sino c o m o la a sa m b le a p o lítica de
los se g u id o res d e C risto , e n co n tra p o sic ió n y “c o m p e te n c ia ” co n la asam ­
b le a oficial d e la c iu d a d (IT e s 1,1; I C o r 11,18; 16,1; 16,19; 2 C o r 8,1; G a l 1,2;
1 Tes 2,14). E l a p ó s to l p e n s ó q u e re la c io n a n d o e n tre sí las asam b leas lo ­
cales, e s ta b a c o n s tru y e n d o u n m o v im ie n to p o lítico -relig io so in te ru rb a n o
d e á m b ito y d im e n sio n e s in te rn ac io n a le s. L as ek k le sias p a u lin a s serían,
p o r ta n to , c o m u n id a d e s locales q u e se p re s e n ta n c o m o u n a so cied ad al­
te rn a tiv a al o rd e n im p e ria l ro m a n o . É sta s e s ta b a n e n ra iz a d a s e n la h isto ­
ria d e Isra e l, e n o p o sic ió n a la p a x ro m a n a . C u a n d o P a b lo h a b la d e la
a sa m b le a d e D ios, se e s tá re firie n d o a las a sam b lea s d e Y ahve, y D io s h a
g u ia d o la h isto ria a tra v é s d e Isra e l, n o d e R o m a . L as p ro m e sa s h ech as a
A b r a h a m d e q u e to d o s los p u e b lo s re c ib irá n la b e n d ic ió n , se h a n cu m p li­
d o e n la cru cifixió n d e Jesú s y e n su e x a lta ció n al cielo. E sta s id ea s e stá n
exp lícitas e n G al, 1 C o r y R o m , e im p lícitas e n IT es, F ilp y e n secciones de
2 C o r. L a e x p re sió n m ás c la ra d e e s ta p o s tu ra a p a re c e e n 1 Tes 5,1-11 (cf.
H e lm u t K o e ster), d o n d e los tesa lo n ic en ses e s tá n in v o lu c rad o s d efen siv a­
m e n te e n u n a g u e rra v irtu a l con el im perio , d e fe n d ié n d o se co n la m e ta fó ­
rica “ c o ra z a d e la fe y el a m o r, y el casco d e la e s p e ra n z a d e la salv ació n ” .
L a in te g ra c ió n e n la so c ie d a d e ra lo ú ltim o q u e P a b lo h a b ría d e se a d o p a ra
sus co m u n id a d e s. A los co rin tio s, p o r ejem plo, les in siste e n q u e n o d e b e n
c o o p e ra r co n los trib u n a le s oficiales; de h ech o , los sa n to s ju z g a rá n el
m u n d o ( I C o r 6,1-6). D e fo rm a sim ilar, les p ro h ib ió p a rtic ip a r e n los b a n ­
q u e te s c e le b ra d o s e n lo s te m p lo s e n h o n o r d e los d io ses ( I C o r 10,14-22).
Su p rin c ip io g e n e ra l fu e q u e, a u n q u e e sta b a n a b ie rto s a la so cied ad p a ra
re c lu ta r m ie m b ro s p a r a la n u e v a co m u n id ad , los c o rin tio s (y p ro b a b le ­
m e n te o tra s c o m u n id a d e s) te n ía n q u e vivir co m o “si n o tu v ie ra n tra to s
co n e l m u n d o ” ( I C o r 7,29-31). F re n te a e ste m u n d o , P a b lo in siste e n q u e
“n u e s tra p o lite u m a ” e s tá e n el cielo y de allí e sp e ra m o s u n S o te r (Filp
3,2 0 )85. V iv ien d o e n u n a so c ie d a d ho stil, P ab lo e x h o rta a sus co m u n id ad es
a s e r so lid aria s e n tr e sí y a vivir e n c o n c o rd ia y a rm o n ía.

nean Society, Fortress Press, Minneapolis, 2003; John Kloppenborg - Stephen G. Wilson
(ed.), Voluntary Associations in the Greaco-Roman World, Routledge, London - New Cork
1996.
85 Otro texto considerado como anti-imperial es Filp 3,18-19. Pero el lenguaje que en­
contramos aquí es el típico de la polémica religiosa judía, una retórica de culpa aplicada a
ésos que el autor considera apóstatas. Así también lo encontramos en Filón, en 3 Mac y en
los testamentos de los Doce Patriarcas (Filón, de Virt. 182,3 Mace 7,11 ¡Testamento de Moi­
sés 7,4; Rom 16,18). Por eso, resultaría extraño que aplicara este lenguaje a los paganos. Es
324 D. ALVAREZ

L as c o m u n id a d e s-e k k le sia q u e P a b lo fu n d a, c o n stitu y e n u n a so cie­


d a d a lte rn a tiv a in te rn a c io n a l b a s a d a e n c o m u n id a d e s ig u alitarias locales
( ‘a s a m b le a s ’). H o rs le y 86 an a liz a la c o m u n id a d d e C o rin to y el sistem a d e
p a tro n a z g o av o c a d o al fra c a so (15,24-28) y e x tra p o la sus co n clu sio n es a
o tra s co m u n id a d e s. D e sc rib e a lg u n a d e las c a racterísticas d e las co m u n i­
d a d e s p au lin as: 1) Se r e ú n e n e n c o m u n id a d e s d om ésticas, y fo rm a n u n a
re d d e célu las d e u n m o v im ie n to social q u e e s tá su rg ien d o ; 2) S eg ú n 1 C o r
5-6, las c o m u n id a d e s d e b e n re g u la r sus p ro b le m a s d e n tro d e sí m ism as, sin
ac u d ir a los trib u n a le s o rd in a rio s y co n u n a e stric ta d isciplina in te rn a . 3)
T a m b ié n I C o r 8-10 p ro p o n e la r e tira d a d e la socied ad ; el a p ó sto l in v ita a
sus c o m u n id a d e s a se r so lid a ria s e n el á m b ito p o lítico -relig io so fre n te a
u n a so c ie d a d d o m in a n te q u e se re u n ía e n b a n q u e te s d ed icad o s a los d io ­
ses. 4) P a b lo re n u n c ia a la a y u d a fin a n c ie ra , p o rq u e in te n ta e v ita r las r e ­
lacio n es c lie n te -p a tró n e n C o rin to ( I C o r 9,1-18; 2 C o r 11,7-11). 5) L a co ­
lec ta in d ic a u n a re d d e g ru p o s c o n u n a d im e n sió n p o lítica-eco n ó m ica in ­
tern a c io n a l. F in a lm e n te , la re tó ric a d e I C o r tie n e co m o o b jetiv o c re a r co ­
m u n id a d e s in d e p e n d ie n te s d e la so cied ad .
P o r c o n sig u ien te, p o d ría m o s d e fin ir e stas c o m u n id a d e s co m o células
d isem in ad as, lea le s a Jesú s co m o S e ñ o r, q u e fo rm a b a n co lo n ias d e n tro d el
im p erio , es d ecir, p e q u e ñ o s g ru p o s su b v ersiv o s cu a n d o so n vistos d e sd e la
ó p tic a d e l e m p e ra d o r. P e ro v istos d e sd e la p e rsp e c tiv a ju d ía , so n u n a n ti­
cipo d e l tie m p o fin al, c u a n d o la tie rra se a re c u b ie rta co n la g lo ria d el D io s
d e A b r a h a m y las n a c io n e s se u n a n a Isra e l p a ra c a n ta r las a lab an zas de
D io s (R o m 15,7-13). E s te c o n tra -im p e rio n u n c a p u e d e se r m e ra m e n te crí­
tico, n i su b v ersiv o , sin o q u e e n él d e b e r e in a r la ju sticia, la p a z y la u n id a d
m ás allá d e las tra d ic io n a le s b a rre ra s c u ltu rale s y raciales87.
E l in te rcam b io p e rso n a l recíp ro co p e ro asim étrico (vertical) d e b ienes
y servicios e n las re la c io n e s c lie n te -p a tró n e s tá e n o p o sició n d ia m e tra l a
las aso ciacio n es h o riz o n ta le s y a la re c ip ro c id a d e x iste n te e n el p a re n te s-

probable que aquí tenga en mente a los mismos oponentes que aparecen en 3,lb-4a y que
tienen que ver algo con el judaismo.
86 R ichard A. H orsley , Paul’s Assembly in Corinth: An Alternative Society, en: Da­
niel N. Showalter - Steven J. Friesen (ed.), Urban Religion in Roman Corinth. Interdiscipli­
nary Approaches (Harvard Theological Studies 53), Harvard University Press, Cambridge
Massachusetts 2005,371-395, “Paul did not found a religion, much less convert from one re­
ligion to another. Paul rather helped spearhead what can be understood as an international
anti-imperial movement of communities that he saw as constituting an alternative society
of justice, co-operation, and mutuality opposed to the Roman imperial order, which was fi­
nally being terminated through God’s action in Christ” (394).
87 N.T. W right , Paul’s Gospel and Caesar’s Empire 182s. N.T. Wright, Paul. In Fresh
Perspective, Fortress Press, Minneapolis 2005,59-79.
PABLO, EL ANTISISTEMA 325

co y e n las so c ie d a d e s ru rales. P a b lo se o p o n e a los m o d elo s d o m in a n te s


d e las re la c io n e s so ciales e n la so c ie d a d r o m a n a im p erial. G a l 3,28 sim b o ­
liza la s u p e ra c ió n d e las d ivisiones d e n tro d e la so cied ad d o m in a n te , c a ­
ra c te riz a d a é s ta p o r la fam ilia p a tria rc a l d o n d e se m a n te n ía la esclavitud.
E l a p ó sto l p ro p o n e u n a s rela c io n e s so ciales re la tiv a m e n te ig u alitarias, en
c o n tra p o sic ió n a las je rá rq u ic a s 88.
E n c o n tra d e l siste m a e c o n ó m ic o d el p a tro n a z g o im p erial, P a b lo o r ­
g a n iz a u n a “c o le c ta ” p a ra los p o b re s d e Je ru s a lé n (R o m 15,25-28; I C o r
16,1-4; 2 C o r 8;9). C o n ella, p ro p a g a b a c o m o ju d ío la u n id a d escato ló g ica y
u n iv ersa l d e ju d ío s y p a g a n o s89. S eg ú n S z e -K ar W an 90, el a p ó sto l e n tie n d e
q u e los g en tiles tra e n reg alo s a J e ru s a lé n c o m o signo d e q u e la p ro sp e ri­
d a d p ro v ie n e d e D io s y la g e n e ro sid a d g e n til h a c ia Je ru sa lé n re d u n d a
p a ra g lo ria d e D ios, lo cu al p o n d ría e n c u e stio n a m ie n to el sistem a m ism o
d el p a tro n a z g o im p e ria l91.
P o r su p u e sto , P a b lo e s p e ra b a el fin a l in m in e n te d e e sta “g e n e ra c ió n
p e rv e rs a ” , d e e s te “m u n d o p a s a je ro ” . M ie n tra s ta n to , se p re o c u p ó p o r
fo rm a r “c o m u n id a d e s ” e n las c iu d a d es d e l im p e rio o rie n ta l co m o g ru p o s
a lte rn a tiv o s a la so c ie d a d e x isten te. E s ta s c o m u n id a d e s d e b ía n m a n te n e r
la so lid a rid a d e n la b a ta lla c o n tra el o rd e n im p e ria l d o m in a n te h a s ta q u e
C risto s o m e ta to d o (F ilp 3,20-21). A p e s a r d e lo im p reciso q u e fue so b re
las fo rm a s sociales e n el “re in o d e D io s ” , P a b lo e sta b a c o n stru y e n d o u n a
so c ie d a d a lte rn a tiv a in te rn a c io n a l b a s a d a e n las c o m u n id a d e s ig u alitarias
locales. E l a p ó sto l n o in sta a sus c o m u n id a d e s a in te g ra rse e n los fo ro s p o ­
líticos, c a m p o exclusivo d e los p o d e ro so s, p a ra c a m b ia r d e sd e allí las e s­
tru c tu ra s , sin o q u e sus c o m u n id a d e s h a n d e fo rm a r u n a so c ie d a d a lte rn a ­
tiva, d o n d e d e b e n v iv ir e n a n tic ip a c ió n el triu n fo d e la lle g a d a d e D ios.

88 E lisabeth S chüssler FiORENZA,The Praxis of Coequal Discipleship, en: Richard


A. Horsley (ed.), Paul and Empire 224-241.
89 También D. C allah an , Paul, Ekklesia, and Emancipation in Corinth. A Coda on
Liberation Theology, en, Richard A. Horsley (ed.), Paul and Politics 216-223, afirma en su
artículo sobre Corinto que la colecta para los pobres en Jerusalén propagaba una recipro­
cidad internacional, que sería única o singular en el imperio romano.
90 Szw-kar Wan, Collection for the Saints as Anticolonial Act: Implications of Paul’s
Ethnic Reconstruction, en: R ich ard A. H orsley (ed.), Paul and Politics 191-215.
91 Antoinette Clark Wire, Response. Paul and Those Outside Power, en: R ichard A.
H orsley (ed.), Paul and Politics 224-226: “But is Paul’s primary intent in making the co­
llection to exalt God’s universal glory over Rome’s? The collection seems to me to have at
least another more immediate purpose, namely to vindicate one Judaism in the eyes of ano­
ther. Is Paul not working, first and foremost, to vindicate his messianic mission to the Gen­
tiles in the eyes of “the saints in Judea” (messianic Jews) and “unbelievers” (nonmessianic
Jews), who serve despite Paul as the measure of Jewish identity (Rom 15,30-32)? Yet I have
not been convinced that Paul’s collection is anti-imperial except in the broadest sense that
Jewish hopes and claims ultimately conflict with imperial claims”.
326 D. ALVAREZ

6. Anotaciones críticas

Sin lu g a r a d u d as, es d ig n o d e m en c ió n q u e d e n tro d e las p u b lic a c io ­


n e s d e las sesion es y a rtícu lo s d e l Politics G ro u p se h a y a n in v ita d o a p e r ­
so n as ajen as al g ru p o . S im ó n R.F. P rice, e x p e rto e n h isto ria a n tig u a, re a li­
za alg u n as p recisio n e s s o b re e l c o n te x to p o lítico y so b re el P a b lo su b v e r­
sivo. E n c u a n to al c o n te x to p o lítico, los n u e v o s e stu d io s c o n sid e ra n al im ­
p e rio n o s im p lem e n te c o m o u n a e s tru c tu ra im p u e sta p o r R o m a , sino
co m o re s u lta d o d e u n a se rie d e eleccio n es y n eg o ciacio n es realizad as
e n tr e sú b d ito s y g o b e rn a n te s, d a d o q u e e n el siglo I d.C. n o ex istía u n a al­
te rn a tiv a re a lis ta al im p e rio ro m a n o e n el m u n d o griego. P a ra e n te n d e r
u n a p r e te n d id a fig u ra p ro v in c ia l su b v ersiv a, es n e c e sa ria co lo c a rla e n el
c o n te x to d e “su b v e rsió n ” d e n tro d e l im p e rio ro m an o . L a te n d e n c ia d e las
in v estig acio n es m ás m o d e rn a s s o b re e ste p e rio d o h a c e q u e e s ta su p u e sta
su b v e rsió n sea m u y difícil d e a c ep ta r. N o rm a lm e n te se s u b ra y a m ás la fe ­
licid ad co n sen su al, sin c o n c e d e r m u c h a im p o rta n c ia a la p e rsp e c tiv a d e los
d e fu era. E l im p e rio e ra u n a u n id a d m asiva co n g ra n d iv ersid ad . L as a c ti­
tu d e s d e esos q u e e s ta b a n al m a rg e n d e R o m a es m u y difícil d e d e te rm i­
n a r, p e ro es c la ro q u e n o só lo los ju d ío s y cristian o s e ra n los ú n ico s d e s ­
c o n te n to s d el im p erio . E s difícil e n c o n tra r eje m p lo s articu la d o s y o rg a n i­
z ad o s d e “en em ig o s d e l p o d e r ro m a n o ” , p e ro las tra d ic io n e s cúlticas lo c a ­
les lle g a ro n a s e r e l v e rd a d e ro te r re n o a b o n a d o p a ra la o p o sic ió n al p o d e r
ro m a n o . D e l c o n te x to r o m a n o d e l im p erio , P rice con clu y e q u e es u n e rro r
p re s u p o n e r q u e el c o n te x to e n el q u e P a b lo d e b e se r situ a d o es el d e
R o m a . E l m u n d o d e la id e o lo g ía d e la c o rte im p e ria l a u g u ste a e stá m uy
a le ja d o d el m u n d o d e las ciu d a d e s o rie n ta le s d el im p e rio ro m a n o . E x iste
u n g ra n ab ism o e n tre el m u n d o d e A u g u sto y el m u n d o d e P ab lo . L a im ­
p o rta n c ia d e los cu lto s p ro v in c iale s o cívicos ay u d a a e n te n d e r có m o
P a b lo bu scó s itu a r su te o lo g ía-c risto lo g ía e n d istin ció n a la id eo lo g ía del
p o d e r d o m in a n te.
O tro asp ec to re le v a n te e ra n las re la c io n es p a tró n -c lie n te . ¿ P re te n d ía
P a b lo m o d ifica r el siste m a d e re la c io n es b a sad a s e n el p a tro n a z g o y e n la
re c o m e n d ac ió n ? E l siste m a d e “re c o m e n d a c ió n ” m u e s tra la d ife ren c ia
e n tr e las clases altas y b ajas, sin n e c e sid a d d e su p o n e r q u e P a b lo in te n ta ­
r a su b v e rtir y c a m b ia r esa p rá c tic a 92. L a crítica p a u lin a d e la d e p ra v a c ió n
g e n til im p lica u n a crítica s o b re p a rte d e las b ases id eo ló g icas d el p o d e r

92 Personalmente, no creo que podamos hacer de Pablo un líder sindicalista que in­
tentara cambiar el sistema de relaciones laborales por considerarlo injusto y defender los
derechos de los trabajadores. Cosa distinta es que él no quisiera entrar en la dinámica del
PABLO, EL ANTISISTEMA 327

im p e ria l (los e m p e ra d o re s so n a c e p ta b le s p o rq u e so n v irtu o so s), p e ro esta


im p licació n n o fu e p r e te n d id a n e c e s a ria m e n te p o r el a u to r ni rec o n o c id a
p o r la au d ien cia. E l c o n te x to c o rre c to d o n d e d e b e m o s situ a r e ste a rg u ­
m e n to d e P a b lo es e n la p o lé m ic a g re c o -ro m a n a c o n tra las p a sio n e s se ­
xuales. L a crítica c u ltu ra l p a u lin a es política, p e ro n o d e fo rm a re strin g i­
d a 93. L o s tex to s p a u lin o s q u e d e ja n v islu m b ra r a sp ec to s políticos, n o e stá n
d irig id os c o n tra R o m a m ism a, sin o c o n tra las e stru c tu ra s lo cales d e p o d e r.
L as críticas q u e e n c o n tra m o s e n las ca rta s d el a p ó sto l n o e ra n e stric ta ­
m e n te p o líticas sin o q u e e n g lo b a b a n am plios a sp ec to s d e los v a lo re s so ­
ciales y religio sos locales.
A n to in e tte C la rk W ire 94 c u e stio n a la visión q u e p re s e n ta H o rsle y
s o b re la fu n ció n d e la re tó ric a p a u lin a fre n te a la re tó ric a im p erial. N o
e stá ta n cla ro q u e la re tó ric a a n ti-im p e ria l c a ra c te riz a ra el d iscu rso p a u li­
n o e n I C o r y lo d istin g a d e esos a q u ien e s in te n ta p e rsu a d ir. L as in d ic a ­
cio n es re fe rid a s a los p o d e re s d e e ste m u n d o , q u e se e n c u e n tra n e n el
m a rc o d e la c a rta ( I C o r 2,8; 15,24), p u d ie ra n re fe rirse a tra d ic io n e s q u e
te n ía e n c o m ú n co n lo s c ristia n o s d e C o rinto . ¿ A q u ié n in te n ta c o n v e n ce r
P a b lo ? N o a los ricos, n i a los sabios, q u e e ra n pocos. S in o q u e h a b la a u n
c o n g lo m e ra d o d e p e rs o n a s u rb an a s, cuyos m ie m b ro s n o tie n e n sta tu s o
tie n e n u n s ta tu s m u y b a jo , y P a b lo e sp e ra q u e e n c u e n tre n e n su p a tro n a z ­
go p a te r n a l u n a a y u d a o, al m en o s, u n a b u e n a disciplina. E s d ecir, P a b lo
u tiliz a la m ism a r e tó ric a p e rsu a siv a q u e se u tiliz a b a e n C o rin to , sim p le­
m e n te q u e co n el o b je tiv o d e g a n a r a d e p to s p a ra su causa.
E n su re s p u e s ta a W an y C a lla h a n , C alvin R o e tz e l m e n c io n a algunos
d e lo s p ro b le m a s fu n d a m e n ta le s d e las p ro p u e s ta s referid as. Si P a b lo e s­
p e ra b a u n fin al ta n ce rc a n o , ¿ q u é es lo q u e le llev ó a o rg a n iz a r u n a acción
a n ti-im p e ria l co m o la co le cta? D e l m ism o m o d o , c u a n d o el tie m p o p a sa
p ro n to y el e sq u e m a d e e ste m u n d o d e ja d e te n e r v a lo r y d e sa p a re z c a
( l C r 7,29.31), e n to n c e s to d a rev o lu c ió n se c o n v e rtirá e n u n a e s tra te g ia in ­
n e c e s a ria . E s to ta m b ié n se h a d e ap licar a la p re su m ib le c o m p ra d e escla­
vos m e d ia n te la c o m u n id a d (co m o C a lla h a n p re s u p o n e e n I C o r 7,21-23).

patronazgo (en Corinto) por las contraprestaciones negativas que tendria para su libertad
a la hora de predicar.
93 Simon R.F. Price, Response, en: Richard A. Horsley (ed.), Paul and the Roman Im ­
perial Order 183.
94 Antoinette Clark Wire, Response. The Politics of the Assembly in Corinth, en: Ri­
chard A. Horsley (ed.), Paul and Politics 127: “I think Horsley greatly oversimplifies and
even falsifies the picture to present Paul as the champion of what is anti-imperial and anti­
elite in these urban churches. We have yet further steps to take to emerge fully from the
Christian tradition of making the apostle the measure of virtue as we see it and the Corin­
thians the dark foil for its display”.
328 D. ALVAREZ

E l le m a se ría m ás bien: “R esistid , a g u a n ta d , p u e s la salvación e stá lle g a n ­


d o ’^ .
J e n n ife r W rig th K n u s t96 c o n sid e ra q u e la crítica d e P a b lo a la so cie­
d a d e n v u e lta e n lu ju ria y p ro m isc u id a d es u n a a d a p ta c ió n d e la crítica
c o m ú n d e l d iscu rso c u ltu ra l g rec o -ro m a n o . L a id eo lo g ía im p erial ro m a n a
p re te n d ía h a c e r c re e r q u e A u g u sto y sus su c eso res h a b ía n re sta b le c id o la
m o ra lid a d p ú b lica. D e h ech o , el m ism o e m p e ra d o r, e n to ta l c o n tro l d e sus
p ro p ia s p asio n es, d o m e ñ ó el vicio y la in m o ra lid a d e n el á m b ito p ú b lico
m e d ia n te el c u m p lim ie n to d e la ley y d e las costu m b res. E n e ste c o n te x to
im p e ria l, la afirm a c ió n p a u lin a d e q u e la so c ie d a d e n g e n e ra l e stá lle n a de
fo rn ic ació n , h a b ría sido e n te n d id a co m o u n a c rítica dirig id a al e m p e ra d o r.
A l a d a p ta r e s ta c rítica c o m ú n d e la in m o ra lid a d sex u al p a ra o p o n e rs e al
p o d e r im p e ria l, sin e m b arg o , P a b lo re in sc rib e e n su p ro p io discu rso a n ti­
im p e ria l los p re s u p u e s to s je rá rq u ic o s d e l sexo, d e g é n e ro y d e la esclavi­
tu d im p lícito s e n e sa crítica.

7. Valoración y aportaciones

O tro s estu d io so s ya h a b ía n a n a liz ad o a n te rio rm e n te a P a b lo d e n tro


d el c o n te x to g reco -ro m a n o , p e ro só lo in te n ta b a n u b icarlo e n su c o n te x to
social o h istó rico , sin d e s ta c a r la c o n fro n ta c ió n e n tre P a b lo y el m u n d o p a ­
g an o al q u e se dirigía. Sin lu g a r a d u d as, R .A . H o rsle y con su lib ro P aul
a n d E m pire. R e lig ió n a n d P ow er in R o m á n Im p e ria l Society97 h a a b ie rto
n u e v o s c am in o s d e in v estig ac ió n so b re P a b lo dignos d e se r te n id o s en
c o n sid erac ió n . L a re p e rc u sió n d el “P au l a n d the Politics G ro u p ” h a sido
a m p lia e n a m b ie n te s am erican os. E s to s e stu d io s se p ro p o n e n e x a m in a r al
P a b lo p olítico , a b o g a n d o q u e n e g a n d o e s ta d im e n sió n d el p e n sa m ie n to
p a u lin o 98, se d e sco n te x tu a liz a y “d o m e s tic a ” al a p ó sto l y h a c e q u e las lec-

95 C alvin J. R oetzel , Response: How Anti-Imperial Was the Collection and How
Emancipatory Was Paul’s Project?, en: Richard A. Horsley (ed.), Paul and Politics 227-230.
96 Jennifer Wright Knust, Paul and the Politics of Virtue and Vice, en: Richard A.
Horsley (ed.), Paul and the Roman Imperial Order 155-173.
97 Otro libro en esa misma dirección: N eil E lliott , Liberating Paul. Cf. el comenta­
rio que hace sobre este libro Bruno Blumenfeld, The Political Paul 396: “Elliott’s 1994 study
on the politics of Paul, attempts to make Paul not only palatable but even pertinent to li­
beration theology. The provocative work is packed with contradictions and is better suited
to a discourse on oppression and liberation, a modern political theme, than to one on the
Pauline political concerns”.
98 Esta idea la expresa también N orm an A . B eck , Anti-Roman Cryptograms in the
New Testament. Symbolic Messages o f Hope and Liberation (The Westminster College Li-
PABLO, EL ANTISISTEMA 329

tu ra s d e sus carta s s e a n p arciales. L a teo lo g ía p a u lin a n o p u e d e se r to ta l­


m e n te c o m p re n d id a sin el c o n o c im ie n to d el c o n te x to y la d im e n sió n p o lí­
tic a " . L a p re te n s ió n d e P a b lo es in te g ra r la m u e rte d e Jesús e n u n p la n p o ­
lítico. P a ra ello re e la b o ra los e s te re o tip o s p o lítico s co m u n e s d e su tie m p o
y, al m a n te n e r el c a rá c te r in d iv id u al y eg o ísta d e la salv ació n , p ro d u c e u n a
so te rio lo g ía q u e es c o lectiv a y p o lítica, sin fijarse ta n to e n los p re c e p to s
m o rales.
A p e s a r d e lo su g e re n te s q u e so n m u ch as d e las lec tu ra s p ro p u e s ta s
so b re d iv erso s tex to s d e las c a rta s paulin as, c reem o s q u e d iv ersas a firm a ­
cio n es d el g ru p o m e re c e n se r m atizad as. S eg ú n H o rsle y y o tro s e s tu d io ­
sos, a p lic a n d o la clave d e l len g u a je im p e ria l, P a b lo e s ta b a c o n v irtie n d o a
Jesús e n la a lte rn a tiv a p o lític a d e l im p e rio o e n el v e rd a d e ro e m p e ra d o r
d el m u n d o 100. P e ro ¿ re a lm e n te p re te n d ía P a b lo eso ? ¿ D e se a el m ism o
P a b lo s e r e n te n d id o c o m o a n ti-im p e ria l, p o r ta n to h a b ría q u e to m a r la
fo rm u la c ió n en u n s e n tid o in te n c io n a l-fin al? ¿O h a y q u e p e n s a r sólo e n
u n a p o s ib le rec e p c ió n d e l le c to r d e a q u e lla é p o c a (y p o r ta n to e n u n s e n ­
tid o co n se c u tiv o )? A q u í, u n a v ez m ás, nos m o v em o s e n te rre n o p o c o se ­
g u ro y resb alad izo . L a frase clave es “ a n ti-im p e ria l” y ¿ q u é se e n tie n d e
p o r “ a n ti-im p e ria l” ?. L a o p in ió n p ro p u e s ta p o r H o rsle y es q u e el e m p le o
d e la r e tó ric a im p e ria l sign ificab a e s ta r e n c o n fro n ta c ió n co n el im p erio .
¿ P e ro fu e re a lm e n te así? E l in v e stig a d o r a m e ric a n o p ie n sa q u e el a p ó sto l
p re te n d ió c o n sc ie n te m e n te e sa c o n fro n ta c ió n . E l c o n ju n to d e la teo lo g ía
p a u lin a e s tá e n c o n fro n ta c ió n co n d e te rm in a d o s h e c h o s p o lítico s y so cia­
les, q u e h a c e n in elu d ib le u n a o rie n ta c ió n a n ti-im p erial. E s to significa q u e
las c a rta s p a u lin as n o fu e ro n c o n c eb id a s sólo p a ra se r leíd as e n á m b ito
c ris tia n o y d e n tro d e la iglesia, sino c o m o d o c u m e n to s p a ra se r d ifu n d id o s
e n u n c o n te x to am plio. ¿ Q u é e n te n d e ría u n ro m a n o o u n g rieg o n o fam i-

brary of Biblical Symbolism 1), Peter Lang, New York 1997,52: “Paul and the others made
their writings appear to be much less ‘political’ than they actually were. By making their
writings appear to be entirely ‘religious’, they protected themselves, their intended readers,
and the cryptograms from detection by their enemies” (p. 53). Pero no cree que Pablo fuera
un rebelde militar contra el poder romano. “He was not an insurrectionist” (p. 58), aunque
el uso de los criptogramas (satán, demonio, tentador, dominio de las tinieblas) denota que
Pablo estaba interesado en la liberación de la opresión política del estado romano (p. 92).
99 Cf. B runo B lum enfeld , The Political Paul 13: “By grounding Pauline Christianity
in Hellenistic political theory in general, and in the theory of Hellenistic monarchy in par­
ticular, the work also provides a new explanation for the success of Christianity”. “I would
call Paul a revolutionary, if he were not so much of a reactionary. Paul erases ethnic, social
and political binaries: Jew-Greek, Greek-barbarian, free-slave, ruler-ruled” (291s).
100 H orsley , Jesus and Empire 134; John Dominic Crossan - Jonathan L. Reed, In
Search o f Paul, 10-14.
330 D. ALVAREZ

lia riz ad o co n las tra d ic io n e s c ristian as o ju d ía s d e las c a rta s p au lin as? Sin
lu g ar a d ud as, q u e les d e b ía p a re c e r chino.
Tras le e r los lib ro s p u b lic a d o s p o r H o rsley, se p u e d e n o b te n e r m u ­
chas im á g en es d e l a p ó sto l. L a p rim e ra q u e n o s v ien e a la m e n te es q u e nos
h allam o s a n te u n h é ro e an tic o lo n ia l, al e stilo d e G a n d h i, o u n S im ón B o ­
lív ar o Z a p a ta d e sa rm a d o . N o s h a lla m o s a n te u n re b e ld e ro m a n o d e n tro
d e l m ism o im p e rio r o m a n o 101. ¿ P e ro re a lm e n te e ra P a b lo u n ro m a n o a n ti­
ro m a n o ? ¿ u n an tisiste m a ? ¿ u n líd e r sin d icalista q u e b u sc a b a ab o lir el sis­
te m a in ju sto d el p a tro n a z g o ? ¿el p rim e r te ó lo g o d e la lib e ra c ió n o el p ri­
m e r crítico d e la g lo b alizació n ? ¿ E ra n las c o m u n id a d e s p a u lin a s el p rim e r
m o v im ien to a n tisiste m a y an tig lo b aliza c ió n q u e co n o c em o s e n la h isto ria?
T o d as éstas so n c a te g o ría s p o líticas m o d e rn a s q u e d ifícilm en te se p u e d e n
ap lica r al siglo I d.C . H a b ría sido to ta lm e n te u n a irre sp o n sa b ilid a d de
P a b lo p ro m o v e r u n a in su rrec c ió n p o lític a c o n tra el p o d e r p olítico, y m ás
e n el co ra z ó n d e l im p e rio , R o m a . L as a u to rid a d e s lo h a b ría n a p re sa d o y
e je c u ta d o in m e d ia ta m e n te . A l m ism o tiem p o , h a b ría p u e s to e n p elig ro la
v id a d e q u ien e s e s ta b a n v in cu la d o s a él. E n el siglo I n o ex istía u n estad o
d e d e re c h o d e m o c rá tic o y ju sto , d o n d e u n o p u d ie ra e x p re s a r lib re m e n te
sus id ea s p o lítica s c o n tra ria s al p rin c ip ad o sin se r in m e d ia ta m e n te eje c u ­
tad o .
P a b lo e s ta b a in te re s a d o e n la situ a c ió n p o lític a d el im p erio , p e ro sus
c a rta s in d ic a n q u e p rim e ra m e n te fu e u n líd e r relig io so y n o u n rev o lu cio ­
n a rio p o lítico, d e l m ism o m o d o q u e Jesús fu e u n a fig u ra relig io sa m ás q u e
u n líd e r p olítico. E l a p ó sto l escrib ió fu n d a m e n ta lm e n te so b re D io s y
so b re Jesús, C risto y S e ñ o r resu c ita d o , y n o p a n fle to s p o lítico s c o n tra el
e m p e ra d o r o c o n tra R o m a . E s v e rd a d q u e la d e sig n ació n d e Jesús com o
C risto y S e ñ o r re s u c ita d o te n ía d im e n sio n e s religiosas y políticas, ya q u e
colo ca a los c ristia n o s fre n te a las p re te n s io n e s d el e m p e ra d o r: ser S eñ o r
del univ erso . P e r o P a b lo a c e p ta la a u to rid a d d e l E s ta d o ro m a n o e n el ám ­
b ito p o lítico, e n ta n to e n c u a n to la a u to rid a d n o p re te n d a se r el fu n d a ­
m e n to ú ltim o religioso. Y sab em o s q u e los e m p e ra d o re s ro m a n o s c o e tá ­
n e o s d e P a b lo (ex c e p c ió n h e c h a d e C alíg ula) n o ex ig iero n el cu lto al em ­
p e ra d o r.
E s fácil d e s ta c a r la c o n fro n ta c ió n d e P a b lo co n alg u n o s asp ecto s de
su m u n d o g reco -ro m a n o . L o q u e c o n sta ta m o s a lo larg o d e sus escritos, sin
em b arg o , es el h e c h o d e q u e él se o p u so al p a g an ism o e n to d a s sus form as.

101 Sobre los rebeldes dentro y fuera del imperio romano, cf. B rent D. S haw , Rebels
and Outsiders, en: The Cambridge Ancient History. XI: The High Empire A. D. 70-192, Cam­
bridge University Press, Cambridge 2000,361-403.
PABLO, EL ANTISISTEMA 331

N o se o p o n e al im p e rio p rin c ip a lm e n te p o rq u e é ste fu e ra u n im p e rio , con


to d o s los e le m e n to s d e sa g ra d a b le s q u e h e m o s a p re n d id o a a so ciar a la p a ­
la b ra , sino p o rq u e la id eo lo g ía im p e ria l re c la m a b a u n a p o sició n y u n o s h o ­
n o re s d iv in o s q u e ú n ic a m e n te p e rte n e c ía n a D ios. E s to n o q u ie re d e c ir
q u e P a b lo a p ro b a r a e so q u e criticam os; sólo q u e sus sen sib ilid ad es p o líti­
cas fu e ro n d irig id as p o r sus p re o c u p a c io n e s teológicas, n o v ice v e rsa 102.
P a b lo criticó a la s u p e rp o te n c ia ro m a n a , u n a crítica q u e e s ta b a en
c o n fo rm id a d c o n la tra d ic ió n b íb lica y p ro fè tic a , es decir, co n su h e re n c ia
ju d ía . Su b a se se e n c u e n tra e n la afirm a ció n p ro fè tic a “ el se ñ o r es n u e s tro
ju ez , el S e ñ o r es n u e s tro g o b e rn a n te , el S e ñ o r es n u e s tro rey, él n o s salv a­
r á ” (Isa 33,22). L o q u e h a c e co n el c u lto al e m p e ra d o r, p ro v ie n e d ire c ta ­
m e n te d e lo q u e Isaías h izo con el c u lto d e B a b ilo n ia , q u e a su vez h a c e
re fe re n c ia al re c h a z o d e u te ro n o m is ta d e to d o p a g a n ism o a fav o r d el m o ­
n o teísm o . D e e s te m o d o , la tra d ic ió n bíblica d e safía to d a s las e stru c tu ra s
h u m a n a s d e p o d e r, n o p a ra d e sm a n te la rla s n i re e m p la z a rla s co n o tra s es­
tru c tu ra s d e p o d e r, sin o p a ra c o n fro n tarla s c o h e re n te m e n te co n la v e rd a d
a c e rc a d e su o rig e n y o b je tiv o 103.
L a p ro c la m a c ió n d e P a b lo es, p o r ta n to , p o lítica, d e la m ism a m a n e ra
q u e la tra d ic ió n b íb lica es “p o lític a ” . E s to es a firm a r q u e existe U n o q u e
e stá p o r e n c im a d e to d o p o d e r te rre n a l. L a p ro c la m a c ió n d e la a u to rid a d
u niversal d e C risto tie n e sus consecuencias sociales y políticas. E s u n desafío
p a ra los g o b e rn a n te s p a ra q u e c o m p re n d a n la b a se d e su a u to rid a d y u n a
lla m a d a a b u s c a r la ju sticia d e D io s p a ra los súbditos. P e ro eso, e n sí
m ism o, n o significa el rech a zo d e los g o b e rn a n te s. L a p ro cla m a c ió n de
P a b lo n o es “p o lític a ” e n la m e d id a e n q u e se e n tie n d a p o r “p o lític a ” u n
in te n to p o r re e m p la z a r o re o rg a n iz a r las e s tru c tu ra s específicas, n e g á n d o ­
se a e s ta r so m e tid o a la a u to rid a d d e u n E s ta d o o so b e ra n o s concretos.
N o e x iste n ev id en cias p a ra a firm a r q u e P a b lo - o los cristian o s d e Fi-
lip o s - re c h a z a ro n la in stitu c ió n d e l E s ta d o ro m a n o c o m o tal, o q u e d e se ­
a ra n re e m p la z a rlo p o r a lg u n a o tra in stitu c ió n p o lític a h u m a n a 104. U n
e je m p lo c la ro se ría la c a rta a los F ilipenses, e scrita d e sd e u n a p risió n r o ­
m a n a , e n u n m o m e n to q u e re a lm e n te te n ía ra z o n e s su ficien tes p a ra criti-

102 N.T. W right , Paul’s Gospel and Caesar’s Empire (160-183).


103 C hristopher B ryan , Render to Caesar. Jesus, The Early Church, and the Roman
Superpower, Oxford University Press, Oxford 2005,9. Varias de las críticas aquí expresadas
provienen de su libro.
104 P eter Oakes, Re-mapping the Universe: Paul and the Emperor in 1 Thessalonians
and Philippians, en: JSN T 27 (2005) 301-322, examina los textos clave de 1 Tes y Filipenses,
donde se pudiera detectar el culto romano y la ideología. Supone que los textos sí que im­
plican conflicto entre el cristianismo y Roma, pero también afirma que los testimonios no
332 D. ALVAREZ

ca r el p o d e río ro m a n o (1,12-26). E n F ilp 3,20-4,1 e n c o n tra m o s u n a im a ­


g e n d e C risto co m o sa lv a d o r q u e lla m a la ate n ció n . E l o rig e n d e e sta im a ­
g e n es claro. S u rg e d e la n o c ió n d e la c iu d a d a n ía ro m a n a (p o lite u m a ) b a jo
u n e m p e ra d o r q u e lleg a d e sd e R o m a c o m o “sa lv a d o r” p a ra asistir y d e ­
fe n d e r u n a co m u n id a d ro m a n a -p o s ib le m e n te a u n e jé rc ito ro m a n o o co ­
lo n ia r o m a n a - q u e se e n c u e n tra e n d ificu ltad . A sí, el e m p e ra d o r C lau d io
“v in o e n a y u d a ” d e sus leg io n es b a jo la d irec ció n d e A u las P la u tiu s q u e es­
ta b a n e x p e rim e n ta n d o d ificu lta d es d u ra n te la c a m p a ñ a b ritá n ic a e n el 43
d.C . (D ió n C assio, 60,22; IL S 216). E s to se e n te n d e ría p e rfe c ta m e n te en
Filipos, u n a co lo n ia ro m a n a . A lg u n o s m ie m b ro s d e la c o m u n id a d c ristian a
p o s e e ría n la ciu d a d a n ía , c iu d a d a n ía q u e “n u n c a e ra irre le v a n te ” co n re la ­
ció n a su p o sició n e n la so c ied ad . L a id e a d e P a b lo es la sig u ien te: C o m o
cristian o , el filip en se p o se e la “c iu d a d a n ía ” b a jo u n “sa lv a d o r” m u ch o
m a y o r q u e A u gu sto . T al “s a lv a d o r” p u e d e so ste n e r y ju stific a r a sus seg u i­
d o re s e n Filipos, n o s o la m e n te fre n te a los en em ig o s d e R o m a , sino in clu ­
so fre n te al p e c a d o y a la m u erte .
¿ E s tá d icien d o a q u í P a b lo q u e c o m o e ra n m ie m b ro s d e la iglesia, e n ­
to n c e s n o p u e d e n se r m ie m b ro s d e l E s ta d o ro m a n o (F ilp 3,20-21)105? E so
n o lo d ice P ablo . Si el a p ó sto l e s tá d icie n d o q u e los cristian o s d e Filipos,
in clu so los q u e p o s e e n la c iu d a d a n ía ro m a n a , n o p o d ía n c o n sid e ra rse su ­
je to s a R o m a p o r q u e ahora eran cristianos - e n to n c e s te n e m o s q u e co n si­
d e ra r p o r la m ism a raz ó n , q u e ya q u e los cristian o s so n m ie m b ro s d e la
“casa d e D io s ” , e n to n c e s y a n o p o d ría n p e rte n e c e r a n in g u n a o tra casa h u ­
m a n a o rd in a ria . Tal afirm ac ió n n o te n d ría sen tid o , n i te n d ría e n c u e n ta la
m e tá fo ra . L o s c ristian o s n o so n literalm ente c iu d a d a n o s d el cielo (el cual
n o es literalm ente u n e s ta d o o u n a re a lid a d ) co m o ta m p o c o so n literal­
m e n te hijo s d e D io s (q u ie n n o es literalm ente u n p a d re ), n i la iglesia es li­
teralm ente u n a casa.
P ie n so q u e P a b lo a veces u tilizó d e lib e ra d a m e n te u n a re tó ric a p r o ­
v e n ie n te d e la re tó ric a d e l im p e rio ro m an o . P ero , h a y q u e e x a m in a r en
c a d a caso c o n creto . T odos tu v ie ro n q u e u tiliz ar u n v o c a b u la rio y los c o n ­
c e p to s p a ra h a b la r d e las cosas q u e c o n s id e ra ro n co m o sag rad as, y to d o s
tu v ie ro n q u e u tiliz a r m ás o m e n o s la m ism a term in o lo g ía y se m e jan te s

apoyan la teoría de que Pablo estuviera escribiendo una polémica anti-romana, oponién­
dose al culto romano o expresando el deseo de la caída de Roma. El conflicto surge más
por las incompatibilidades inherentes y contrastando las demandas del evangelio compa­
rándolo con la ideología romana: dos “mapas” del universo muy diferenciados.
105 Según P eter O akes , Filp 3,20-21 significa que “the Philippian Christians belong
to another state. Not only that, but this is the only state to which they belong...”.
PABLO, EL ANTISISTEMA 333

con cepto s. D e ahí, la ex iste n cia d e p aralelism o s, d e c o n ta c to s e n la te rm i­


n o lo g ía 106.
¿ H a s ta q u é p u n to e ra n las c o m u n id a d e s cristia n a s a lte rn a tiv a s a las
c iu d a d es im p e ria les? L a d istin ció n e n tre la ekklesia y el sistem a p o lítico
d e R o m a n o es d e in te rru p c ió n n i p o lariza ció n sin o d e c o n tin u id a d y afi­
n id ad . L a p o lis c ristia n a n o se o p o n e a la c u ltu ra n i a la p o lític a d e R o m a
e n fre n ta n d o el á m b ito p riv a d o al público, el p e rs o n a l al colectivo, o el fa­
m ilia r al oficial y c e re m o n ia l. L a cristian d ad , ta l y c o m o se d e sa rro lló g ra ­
cias a p e rso n a s c o m o P a b lo , se a p ro v e c h ó ta n to d e la p o lis co m o d el im ­
p e rio 107. E n la s itu a c ió n p o lític a c o n c re ta d e R o m a (R o m 13), las co m u n i­
d a d e s d e b ie ro n o rg a n iz a r sus rela cio n e s h a c ia fu e ra , d e ta l fo rm a q u e no
se d ista n c ia ran ni ro m p ie ra n co n el código a c e p ta b le d e c o m p o rta m ie n to ,
sin o q u e p u d ie ra n vivir e n él. N o existía o tra a lte rn a tiv a p o sib le, p o r lo
q u e la le a lta d p o lític a e ra la a c titu d m ás a d e cu a d a . P a b lo re n u n c ió a to d a
a rg u m e n ta c ió n c ristia n a p a ra ju stific ar d ich a a c titu d y o p tó p o r se r p ra g ­
m ático : los cristian o s d e b ía n m o stra rse co m o o tro s c iu d a d a n o s m ás e n el
á m b ito so cial108.
U n asp ecto in te re s a n te q u e h e c h o en fa lta e n los e stu d io s d e l “Poli-
tics G r o u p ” es la c u e stió n d e la c iu d a d a n ía ro m a n a d e P ablo. H a b la n d e
u n a “s u p u e s ta ” c iu d a d a n ía ro m a n a . Sin lu g ar a d u d as, q u e n o es lo m ism o
q u e u n p e rs o n a s o m e tid a o esclava del im p e rio ro m a n o m u e s tre u n a acti­
tu d a n ti-im p e ria l q u e lo h a g a u n c iu d a d a n o ro m a n o , u n priv ileg iad o . S ería
significativo q u e P ab lo , co m o c iu d a d a n o ro m a n o , co n to d o lo q u e ello c o n ­
lle v a b a d e b en eficio s y privilegios, h u b ie ra te n id o u n a a c titu d ta n re b e ld e
y b e lig e ra n te c o n tra su p ro p io “E s ta d o ” . C o m o c iu d a d a n o d e b e ría h a b e r
m o strad o cierta lealtad y resp e to al e m p erad o r109. E n caso de h a b e r p oseído
la c iu d a d a n ía ro m a n a y c o n e s ta p o s tu ra a n ti-im p e ria l, es lógico q u e el

106 D ominique Cuss, Imperial Cult 52: “Imperial titles are identical with those titles
which are applied by the Christian to Christ... There is obviously much that bears a strong
resemblance, and there are many common traits between the emperor-cult and the worship
given to the Christian God through Christ... Many of the Christian expressions have, it is
true, their roots in Jewish terminology, but the pagan invocations must have been well-
known to the first century converts”. Esta autora considera que el lenguaje usado no pre­
tendía ser un contraste deliberado del culto imperial y las ideas cristianas de Cristo (p. 141).
107 B runo B lumenfeld, The Political Paul 408.
108 Stefan S chreiber, “Imperium Romanum” 164: „In der konkreten Situation -so
signalisierte das hidden transcript -ist es nicht Aufgabe (und Möglichkeit) der christlichen
Gemeinden in Rom, die politischen Verhältnisse zu korregieren oder zu wandeln, sondern
dies bleibt allein der Macht Christi Vorbehalten“ (164).
109 La mayor parte de los estudiosos considera que Pablo era ciudadano romano, y
piensan que era un ciudadano leal al estado romano, cf. D ominique Cuss, Imperial Cult 39-
44. No considero que Pablo poseyera la ciudadanía romana, un privilegio reservado para
334 D. ÁLVAREZ

a p ó sto l h u b ie ra re n e g a d o d e su c iu d a d a n ía, cosa q u e e n las c a rta s n u n c a


v ien e m e n c io n a d o , y H e c h o s p a re c e d a r a e n te n d e r to d o lo c o n tra rio . Se
e s p e ra ría u n acto d e re n u n c ia a su “p a s a p o r te ” p a ra d e c la rarse c iu d a d a n o
d e l m u n d o o a p á trid a .
E s to s e stu d io s d el “Politics G r o u p ” d e m u e s tra n la im p o rta n c ia vital
d el c o n te x to d e l im p e rio ro m a n o c o n su id eo lo g ía, valores, c u lto s... p a ra
c o m p re n d e r la p e rs o n a y el m e n sa je d e P ablo. E l culto im p e ria l e n sí
m ism o es u n a fa c e ta im p o rta n te d e e s te c o n te x to im p erial. C u a lq u ie ra
q u e se a el o rig e n o d e riv a c ió n d e los d iv erso s té rm in o s u sad o s p a ra d e s­
crib ir el c a rá c te r d e la d o m in a c ió n d e C risto y sus logros, ex isten po cas
d u d a s d e q u e e n alg u n o s p u n to s esto s té rm in o s co in cid en co n térm in o s
u sa d o s p a ra e x p re s a r la n a tu ra le z a d e l p o d e r im p e ria l ro m a n o y la d e v o ­
ció n a su culto. D a d o el a n u n c io d e la id e o lo g ía im p e ria l ta n to e n fo rm as
lite ra ria s co m o p lásticas - e n edificios, esta tu s, m o n e d a s ...- , ésa fo rm a b a
p a rte d e l c o n te x to e n el q u e el cristian ism o p rim itiv o fu e escuchado. E sto
im p lica q u e los estu d io so s d e l N T d e b e n tra b a ja r co n los h isto ria d o re s y
arq u e ó lo g o s. U n a c o la b o ra c ió n c o n ju n ta a y u d a rá a v islu m b ra r la im p o r­
ta n c ia d e la p o lític a d e n tro d e las c a rta s d e P a b lo y los p ro b le m as d e las
co m u n id ad es. P a b lo e ra u n p o lític o e n la m e d id a q u e rea liz a b a el a rte de
lo p o sib le p a ra e x te n d e r su m e n sa je e n sus c o m u n id a d e s y e n el m u n d o
del im p e rio ro m a n o . P e ro P a b lo n o e ra u n p o lítico d e “p ro fe sió n ” ni b u s­
ca b a lle g a r a serlo.

D a v id Á l v a r e z C i n e ir a
E stu d io Teológico A g u stin ia n o
V alladolid

una minoría dentro del imperio, cf. D. Á lvarez C ineir a , Pablo ¿un ciudadano romano?,
en: Estudio Agustiniano 33 (1998) 455-486.

You might also like