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CULTURA
AFRICANA
AFRICANA
Cultura Africana
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Conteudista
Tânia Cordova
Conteudista
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Eloisa Amanda Rodrigues
Revisão:
Anuciata Moretto
Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI
Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090
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1 AFRICANOS NO BRASIL
A escravidão negra foi uma das maiores questões presentes na história
brasileira. Iniciada paulatinamente em 1532, com a colonização e estendida até
1888, com a assinatura da Lei Áurea, que aboliu e libertou a escravidão no país.
Nestes três séculos e meio, o africano trazido como escravo desempenhou,
no período colonial e no pós-independência, um importante papel para o
desenvolvimento econômico.
Caro(a) estudante!
IMPORTANTE:
A palavra preconceito diz respeito à ideia, opinião
ou sentimento em relação a algo já preconcebido
como desfavorável ou negativo.
Esta prática deu origem a uma das maiores festas popular da Amazônia,
o Boi de Parintins, na qual elementos indígenas ganham primeiro plano,
sobrepondo-se à influência de culturas africanas, em muitas das quais o boi
é um elementos central e cujos ritos mágico-religiosos estão presentes na
ressurreição do boi. (SOUZA, 2007).
FONTE: Adaptado de: <http://goncalopontesrj.blogspot.com.br/2011/08/cultura-
africana-no-brasil.html>. Acesso em: 27 jun. 2012.
FIGURA 6 – BOI-BUMBÁ
Até 1920, a prática da capoeira era proibida no Brasil. Nos anos de 30,
tornou-se uma das marcas da identidade brasileira, ao lado do samba. Passou a
ser ensinada por mestres capoeiristas sob duas vertentes de ensino: a capoeira
Angola e a Regional.
Os elementos africanos da capoeira são: os instrumentos musicais
(tambor e berimbau), a formação da roda, a ginga, os ritmos, as letras dos
pontos cantados e os passos da dança luta.
A primeira academia de capoeira Angola aberta no Brasil, foi em 1935 pelo
mestre Pastinha, em Salvador, na Bahia. Mestre Pastinha, contava ter aprendido a
luta com um escravo vindo de Angola, chamado Benedito. A vertente angolana
da luta defende a posição de que esta luta teria surgido em Angola.
O primeiro divulgador da capoeira Regional, que defende a posição de
que a capoeira é formada pela contribuição de diversas etnias africanas, foi o
mestre Bimba. O jogo da capoeira na roda constitui-se num diálogo de corpos
onde dois capoeiristas partem do berimbau e iniciam movimentos corporais de
perguntas e respostas. Aos poucos toda a roda vai entrando no jogo-dança.
A capoeira é um elemento definidor da identidade brasileira, mais do
que uma atividade física. Ela agrega religiosidade, música, história, integração
e movimento corporal.
Na esfera material, a influência africana se dá, sobretudo, na culinária.
A presença mais significativa encontra-se no estado da Bahia, onde o uso da
pimenta e do azeite de dendê é presença constante na cozinha baiana. Pratos
como o acarajé, vatapá, caruru, aluá, ximxim de galinha, mugunzá são destaques
das matrizes africanas na culinária brasileira. Estes pratos mantêm receitas
parecidas com as feitas na África.
Além dos pratos, os africanos introduziram no Brasil um bom número de
vegetais como, por exemplo: o quiabo, o maxixe, o jiló, o inhame, o cará, feijões,
várias espécies de banana, diversos tipos de abóbora. O africano difundiu em
terras brasileiras o cultivo do arroz e o seu uso como prato diário.
A feijoada, um dos pratos mais famosos da culinária brasileira,
foi incorporada ao cotidiano dos africanos escravizados que no geral,
alimentavam-se de cereais como milho e também de feijão. O prato consiste
na mistura de partes menos nobres do porco, como: orelha, pés, rabos que
geralmente não eram consumidas pelos senhores. Estas partes eram cozidas,
em um mesmo recipiente, com feijão preto, sal, pimenta. Aos poucos a feijoada
foi identificada como influência africana. Todavia, é relevante destacar que a
presença do feijão no Brasil, é anterior à presença africana.
Outro aspecto material da presença africana na cultura brasileira são as
técnicas de produção e confecção de objetos. Entre os escravos trazidos da
IMPORTANTE:
O povo Ashanti que vivem na região de Gana,
quase não esculpem em madeiras com exceção
dos talismãs da fertilidade.
Caro(a) estudante, a África está presente: nos ditos, nas histórias, nas
canções, nos brinquedos infantis, nas festas, nas danças populares, na maneira
como se cumprimenta, no jeito de estar em casa e na rua. Em suma, a África está
presente nas ações cotidianas. No entanto, o reconhecimento de todas estas
contribuições na formação do Brasil é recente. Para que os grupos étnicos
africanos ganhassem visibilidade na sociedade brasileira foram necessários
● O trabalho com as histórias dos grandes reinos africanos como o Maili, Songai,
entre outros, anteriores ao período das grandes navegações.
AUTOATIVIDADE
1 A escravidão negra representa um dos momentos mais cruéis na história
brasileira. Iniciada, paulatinamente, em 1532, com a colonização e estendida
até as últimas décadas do século XIX, contou com milhões de africanos
desembarcados em solo brasileiro. Estes africanos desempenharam um
importante papel no desenvolvimento e manutenção da economia. De
acordo com dados historiográficos, o tráfico de escravos para a colônia
portuguesa na América organiza-se em três fases. Caracterize estas fases.
GABARITO
1 A escravidão negra representa um dos momentos mais cruéis na história
brasileira. Iniciada, paulatinamente, em 1532, com a colonização e estendida
até as últimas décadas do século XIX, contou com milhões de africanos
desembarcados em solo brasileiro. Estes africanos desempenharam um
importante papel no desenvolvimento e manutenção da economia. De
acordo com dados historiográficos, o tráfico de escravos para a colônia
portuguesa na América organiza-se em três fases. Caracterize estas fases.
R.: O(A) estudante deve informar que a primeira fase ocorre entre os anos de
1540 a 1580. Os africanos enviados para a colônia portuguesa na América
são provenientes da Alta Guiné e destinados a trabalhar nas plantações de
cana-de-açúcar e nos engenhos da região Nordeste.
R.: O(A) estudante deve informar que para as diferentes sociedades africanas,
a escultura está associada à religiosidade e que estas eram compreendidas
como elementos que permitiam ao homem manter contato com o
sobrenatural. Outra informação, diz respeito à compreensão da escultura
a partir da diversidade de povos africanos no continente. Uma vez, que
a arte não deve ser compreendida como monolítica ou homogênea, pois
cada sociedade tem seu próprio estilo. Sobre a matéria-prima utilizada nas
esculturas, é relevante destacar o uso da madeira e da árvore, enquanto
considerado elemento sagrado para os africanos.
R.: O(A) estudante deve tecer informações que possibilitem a reflexão sobre
o contexto de surgimento desta lei, onde a percepção incorra sobre as
reivindicações que ao longo dos anos foram feitas pelos movimentos
de defesa das causas negras no Brasil. Deve também informar sobre a
obrigatoriedade desta temática no Currículo Escolar da Educação Básica e
as possibilidades de trabalho na escola.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n° 10.639, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases (Lei n°.9394/1996) e
tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira no Ensino Fundamental
e Médio.Disponível em: < www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2008/
pdf/c018.pdf>. Acesso em: 27 jun.2012.
LOPES, Nei. Bantos, malês e identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
SILVA, Alberto da Costa e. A África explicada aos meus filhos. Rio de Janeio: Agir,
2008.
SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. 2. ed. São Paulo: Ática, 2007.