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O vulcão de lama é uma estrutura cónica de lama argilosa depositada junto a um orifício de
libertação de metano, gases não combustíveis, vapor de água e lama com água salgada,
geralmente em região sísmica. Em alguns casos os vulcões de lama podem emitir nitrogénio e
hélio.
Dependendo da pressão, a lama pode simplesmente escoar ou ser ejetada junto com água
quente ou mesmo fria, depositando-se em torno da abertura. A água desses vulcões é rica em
sais de cloro, bromo e iodo, podendo também trazer hidrocarbonetos1.
Os vulcões de lama possuem tamanhos que vão de alguns centímetros de altura até 700
metros e diâmetros de até 10 km. O maior vulcão de lama do mundo é o Lusi, localizado na
Indonésia.
Considerado um dos mais ativos do mundo, o vulcão foi revelado em 1810 e é um recordista
mundial com cerca de 25 erupções registadas até ao momento.”
1
É um composto químico constituído por átomos de carbono e de hidrogénio assim como todos os
compostos orgânicos.
Biodiversidade2
Em zona de margem os ambientes quimiossintéticos3 dependem da presença de uma fonte
de metano no sedimento e têm o nome de “fontes frias” por oposição às fontes hidrotermais,
que se formam em zona de separação de placas, e que apresentam fluidos reduzidos
extremamente quentes. A característica mais especial destes ambientes é o facto de não
dependerem do carbono orgânico que provém da superfície. A produção primária realizada
pelos microrganismos suporta este oásis de vida, que apesar de uma grande biomassa, tem
uma diversidade específica inferior à dos ecossistemas batiais vizinhos. São ambientes
geralmente dominados por espécies simbiotróficas, ou seja, megafauna e macrofaunas
hospedeiras de bactérias simbiontes quimioautotróficas, autênticas fábricas de produção
de alimento.
2
Pode ser definida como a variabilidade entre os seres vivos de todas as origens
3
Produção de matéria orgânica através da oxidação de substancias minerais, sem recorrer á luz solar
Os microrganismos são capazes de limpar cerca de 40% do metano emitido por este vulcão de
lama. O metano é 21 vezes mais eficaz em reter na Terra a radiação solar – efeito estufa – que
o dióxido de carbono (CO2). Ambos os gases têm fontes naturais e causadas pelo homem.
Zonas de emissão de gases no fundo do mar sustentam ecossistemas4 biológicos que obtêm
nutrientes através da síntese de elementos químicos, em vez da luz solar. É o caso de certas
amêijoas.
O golfo de Cádis é uma zona de fronteira de placas tectónicas, neste caso, as placas africana e
eurasiática estão em colisão. Devido a essa compressão, ascendem até ao fundo do mar
sedimentos5 argilosos existentes em profundidade, trazendo gases, e eis que surgem estes
vulcões
Pesquisadores descobriram que essas rochas antigas são impregnadas de fluidos alcalinos ricos
em carbonatos. Esses líquidos são semelhantes aos que encontramos hoje nos vulcões de lama
localizados no fundo do mar
Há muito tempo que os cientistas acreditam que a vida pode ter começado no fundo do mar,
junto as fontes hidrotermais, que normalmente são encontradas perto de locais com atividade
vulcânica. Essas áreas são ricas em energia térmica e química, muitas vezes ajudando a
sustentar ecossistemas, onde a fonte de energia básica não é a solar (utilizada pelos organismos
fotossintéticos) mas sim a proveniente dessas reações químicas (quimiossíntese)
No entanto, a maior parte das fontes hidrotermais atuais é muito quente ou ácida para que
aminoácidos sobrevivam. Os vulcões de lama, entretanto, são relativamente mornos e
alcalinos, em vez de ácidos. Esses vulcões são relativamente incomuns agora, mas acredita-se
que eles tenham sido prevalentes quando os mares alcançavam uma maior parcela do mundo.
4
Conjunto formado por comunidades bióticas que habitam e interagem em determinada região e pelos
fatores abióticos que exercem sobre essas comunidades
5
Detrito rochoso resultante da erosão, da precipitação química a partir de oceanos, vales ou rios ou
biológica