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The present work studies the Environmental Law with regard to the right of a healthy
and balanced environment as fundamental to man and his development. The
environment is characterized and based on this, an evolutionary history is traced on
fundamental rights, especially the third generation rights, which protect the
environment and the environmental good. Finally, an analysis is made of the
emergence of ecological dangers and the reaction of contemporary society to these
dangers, as well as the alternatives and solutions to curb the degradation of the
environment, rebuilding of an ethical and sustainable consciousness.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 MEIO AMBIENTE .................................................................................................. 12
2.1 Evolução dos Direitos Fundamentais: ................................................................. 14
3MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO E SADIO COMO DIREITO HUMANO
FUNDAMENTAL ....................................................................................................... 20
3.1 Meio Ambiente ecologicamente equilibrado como um direito fundamental
indissociável a qualidade de vida .............................................................................. 23
4 A EMERGÊNCIA DOS PERIGOS ECOLÓGICOS E A REAÇÃO DA SOCIEDADE
CONTEMPORÂNEA A ESSES PERIGOS ............................................................... 29
4.1 Alternativas e soluções para frear a degradação do meio ambiente a partir da
(re)construção de uma consciência ética e sustentável ............................................ 32
4.2 Meios processuais para proteger o meio ambiente sadio ................................... 38
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41
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1 INTRODUÇÃO
2MEIO AMBIENTE
O termo “ambiente” tem origem latina –ambiens, entis: que rodeia. Entre os
significados encontrados, têm-se: “meio em que vivemos” (MACHADO 2013, p. 60).
A palavra “ambiente” indica a esfera, o círculo, o âmbito que mantém os seres
vivos, onde estes vivem. Nesse sentido, na palavra “ambiente” já existe embutido o
conceito de “meio”. Por isso, pode-se admitir que na expressão “meio ambiente”
existe certa redundância, como explica Silva (2013, p. 19).
TambémFiorillo (2013, p. 48) entende que “meio ambiente” se relaciona a
tudo o que circunda, mas é um termo criticado por sugerir pleonasmo, redundância,
em razão de “ambiente” já trazer em seu conteúdo a ideia de “âmbito que circunda”,
sendo desnecessária a complementação pela palavra “meio”.
Essa necessidade de fortificar o sentido significante de determinados termos
em expressões compostas é devido ao fato de o termo reforçado ter sofrido
enfraquecimento no sentido que deseja destacar, ou ate mesmo porque sua
expressividade é mais ampla ou mais difusa, não satisfazendo a ideias que a
linguagem quer passar. Esse acontecimento influencia o legislador a dar aos textos
legais a maior precisão significativa possível (SILVA, 2013, p.20).
Silva (2013, p. 20) ensina que ambiente corresponde a três noções: a noção
de ambiente enquanto paisagem, incluindo tanto as belezas naturais como os
centros históricos, florestas e parques;a noção de ambiente como objeto de
movimento normativo ou de ideias sobre a defesa do solo, da água e do ar; e a
noção de ambiente como objeto da disciplina urbanística.
Dessa forma, resta demonstrado que, para tal autor, o ambiente integra um
conjunto de elementos naturais e culturais, e seu diálogo constitui e condiciona o
meio em que se vive, portanto, a expressão “meio ambiente” se torna mais rica em
sentido do que apenas “ambiente”:
Machado (2013, p. 151) adverte que a locução “todos têm direito” é criadora
de direito subjetivo, oponível erga omnes, que é completado pelo direito ao exercício
da ação popular ambiental, segundo o artigo 5º, LXXIII da Constituição de 1988.
Para esse autor, o artigo 225 da constituição é antropocêntrico. Explica,
citando Álvaro L. V. Mirra, que o direito ao meio ambiente sadio é um direito
fundamental da pessoa humana, para que assim seja possível preservar a vida e a
dignidade do homem – que é o centro, a essência dos direitos fundamentais, e sem
um meio ambiente equilibrado, a possibilidade de existência humana minimamente
digna fica comprometida (MACHADO, 2013, p. 153).
Na mesma linha de pensamento, a conferência do Rio de Janeiro, em 1992,
reafirmou o posicionamento antropocêntrico ao declarar em seu princípio de número
1 que os seres humanos “constituem o centro das preocupações relacionadas com o
desenvolvimento sustentável”.
Já o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do voto do relator Ministro
Celso de Mello, descreveu o direito ao meio ambiente como um “típico direito de
terceira geração que assiste, de modo subjetivamente indeterminado, a todo o
gênero humano, circunstancia essa que justifica a especial obrigação – que incumbe
ao Estado e à própria coletividade – de defende-lo e de preservá-lo em benefício das
presentes e futuras gerações”.
Assim, a Constituição Federal de 1988, ao incorporar valores e opções
políticas relacionadas aos direitos fundamentais, revolucionou, relação as
constituições brasileiras anteriores, ao tratar sobre o direito e proteção ao meio
ambiente. Seja porque tal princípio descreve uma necessária e indispensável
atuação do Estado, tanto positiva quanto negativa, seja também porque posiciona a
coletividade como responsável e colaboradora na preservação ecológica
(BENJAMIN, 2002, p. 10).
Isto é, as normas constitucionais ambientais modificam o substrato normativo
que circunda o funcionamento do Estado. Legitimam e facilitam a intervenção
estatal, regulatória ou não, em favor do meio ambiente (BENJAMIN, 2002, p. 10).
Baseado nessa construção constitucional ecológica, o processo de afirmação
de direitos humanos e fundamentais e da proteção da dignidade da pessoa humana,
trouxe como resultado a inserção da proteção ambiental no rol de direitos
fundamentais, como expressão da terceira fase da geração de ideais franceses.
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Por fim, para possibilitar a ampla proteção, a Carta Magna de 1988 previu
algumas regras, divisíveis em quatro grandes grupos, como explica Moraes (2003, p.
679): a) Regra de Garantia: qualquer cidadão é considerado parte legítima para a
propositura da ação popular, visando anulação de ato lesivo ao meio ambiente,
conforme artigo 5º, LXXIII. b) Regras de Competência: a Constituição Federal
determina em seu artigo 23, ser de competência administrativa comum da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios o dever de proteger os
documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos, proteger o
meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas, bem como
preservar as florestas, a fauna e a flora. Além disso, existe a previsão de
competência legislativa concorrente entre União, Estados e Distrito Federal para a
proteção das florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo
e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição. Proteção
ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico. Responsabilidade
por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico. Igualmente o Ministério Público tem como
função institucional promover o inquérito civil e a ação civil pública, inclusive para a
proteção do meio ambiente e de outro interesses difusos e coletivos, como apregoa
o artigo 129, III. c) Regras Gerais: a Constituição estabelece difusamente diversas
regras relacionadas à preservação do meio ambiente (arts.170, VI; 173, §5º;174,
§3º; 186, II; 200, VIII; 216, V; 231, §1º). d) Regras Específicas: encontram-se no
capítulo da Constituição Federal destinado ao meio ambiente.
Tais regras consagram constitucionalmente o direito a um meio ambiente
sadio, equilibrado e íntegro, constituindo sua proteção, reconhecido como direito
fundamental, tanto pela Constituição, como igualmente pelo Superior Tribunal
Federal (STF).
forma a abraçar tal ideia, uma vez que se trata de direito fundamental à vida, tanto
pelo ponto de vista físico, quanto no que diz respeito a uma existência digna.
A vinculação do direito à vida e do direito ao meio ambiente sadio e
equilibrado contribui de forma relevante para com a evolução da internacionalização
da proteção de ambos os institutos supracitados, pois não há de forma alguma como
se tutelar o direito à vida humana sem preservar o meio em que a vida se
desenvolve.
A proteção ambiental, abrangendo a preservação da natureza em todos os
seus elementos e aspectos essenciais a vida humana, bem como à manutenção do
equilíbrio ecológico, visa garantir a qualidade do meio ambiente em função da
qualidade de vida, como uma forma de direito fundamental da pessoa humana, onde
um não pode ser dissociado do outro (SILVA, 2013, p. 61).
Portando, vê-se a diante uma nova projeção do direito à vida, pois a
manutenção do meio ambiente é que dá suporte as várias formas de vida, e o
ordenamento jurídico, que tutela o interesse público, deve dar uma resposta
coerente e eficaz a essa nova necessidade social. Deve-se enxergar portanto o
direito ao meio ambiente equilibrado também como um tutelador do direito à vida
(SILVA, 2013, p. 61).
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era tido como a forma mais eficaz para o desenvolvimento econômico dos países.
Esses passaram a utilizar de forma desregrada os recursos fornecidos pela
natureza.
A questão relativa ao esgotamento de bens naturais de fonte não renovável
era enxergada como uma ideia limitadora do progresso e evolução dos países com
economias emergentes. Entretanto, com a ocorrência de graves danos ao meio
ambiente, a temática foi trazida à debate, obrigando a todos os chefes de Estado a
se responsabilizarem e tomarem medidas afim de diminuir os efeitos nocivos do uso
irrestrito de bens naturais.
Nos dizeres de Silva (2013, p. 25) o desenvolvimento econômico tem
consistido, para a cultura ocidental, na aplicação direita de toda a tecnologia gerada
pelo homem no sentido de criar meios de substituir o que é oferecido pela natureza,
com o intuito, na maioria das vezes, de obter mais lucro financeiro. Ter mais ou
menos dinheiro,é, muitas vezes, confundido pelo indivíduo como maior ou menor
qualidade de vida, apesar de saber-se que o conforto comprado pelo dinheiro não
constitui todo o conteúdo de uma boa qualidade de vida.
É bem verdade que os países ricos pretenderam impor aos países pobres a
ideia de que não deveriam desenvolver-se, para que assim não contribuíssem para
o aumento de poluição em nível mundial. Mas essa teoria foi repelida pelo Brasil,
que questionou a validade de qualquer colocação que impusesse limites ao acesso
dos países subdesenvolvidos ao estágio de sociedade industrializada, sob o pretexto
de frear a poluição em nível mundial. Nessa linha de raciocínio, o maior esforço
deveria ser feito pelas nações já industrializadas, os quais deveriam responder pelo
atual estágio de poluição do planeta (SILVA, 2013, p. 26).
Apesar da veracidade levantada pelo argumento, o efeito produzido foi
responsável pelo grande atraso à estruturação de uma coerente Política de Proteção
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do meio que o circunda. Ambiente esse que lhe dá o sustento material, e propicia a
oportunidade de desenvolver-se. Por isso a proteção e melhora do meio ambiente é
uma questão tida como de suma importância, uma vez que essa afeta o bem-estar
dos povos e o desenvolvimento econômico do mundo inteiro.
O desenvolvimento econômico não pode ser definido apenas em termos de
PNB (Produto Nacional Bruto) real por habitante, ou em termos de consumo real por
habitante. Deve ser alargado para que dessa forma sejam incluídas outras
dimensões, tais como educação, saúde, qualidade do meio ambiente, e
consequentemente a qualidade de vida (SILVA, 2013, p. 29).
Ainda sobre os princípios da Declaração do Meio Ambiente, ocorrida em
Estocolmo, interessante destacar alguns dos vários princípios que versam sobre a
preocupação do desenvolvimento ligado ao meio ambiente. São eles:
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 11 ed. Ampl. Ref. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2008.
ANTUNES, Paulo de Bessa. Manual de Direito Ambiental. 4 ed. São Paulo: Atlas,
2012.
BRASIL. Lei nº 6.938 de 1981. Política Nacional do Meio Ambiente. Dispõe sobre
a Política Nacional do Meio Ambiente e dá outras providencias, 1981. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm.
Acesso em: 04 maio 2018.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. 21. ed. ver.
Ampl.Atual. São Paulo: Malheiros, 2013
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Atlas, 2003. 13 ed.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo,
Malheiros, 2013. 37 ed. rev. Atual. (a)
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 10 ed. Atual. Malheiros,
São Paulo, 2013.