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DIREITO CONSTITUCIONAL
CONCURSO: (IFPB/UFPB)

Cargo : Assistente Administrativo


PROFESSOR: Rogel Escoffeir

AULA 01 : 1. Princípios Fundamentais Artigos 1º ao 4º da Constituição Federal 1.1 Princípio


Federativo; 1.2. Princípio Republicano; 1.3. Princípio do Estado Democrático de Direito; 1.4.
Princípio da Soberania Popular; 1.5. Princípio da Separação dos Poderes; 1.6. Fundamentos da
República Federativa do Brasil (artigo 1º); 1.7. Objetivos da República Federativa do Brasil
(artigo 3º); 1.8. Princípios na ordem internacional (artigo 4º).

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS (Título I, arts. 1º ao 4º) Constituição Federal (CF)

Conceito:
Os princípios fundamentais são os princípios basilares do Estado brasileiro, escolhidos
pelo poder constituinte originário, encontra-se presentes no Título I da CF, artigos 1º ao 4º.
O poder constituinte originário é aquele que cria a CF, que, por sua vez, tem a função de
estruturar o Estado.
Em 1987 foi estabelecida uma Assembleia Nacional Constituinte (ANC) para a criação de uma
nova Constituição no Brasil do tipo promulgada.
O poder constituinte originário de 1987, materializado pela ANC, cria a Constituição Federal
(CF) atual, de 1988, que estrutura a República Federativa do Brasil tal qual é conhecida hoje.
A CF, ao estruturar o Estado brasileiro, traz no Título I, título inaugural, os Princípios
Fundamentais, os princípios estruturantes da recém-criada República Federativa do Brasil, a sua base
da ordem social e legal.
Desse Título I, que contém quatro artigos, podem ser extraídos oito Princípios Fundamentais.

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
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1. Princípio Federativo;
2. Princípio Republicano;
3. Princípio do Estado Democrático de Direito;
4. Princípio da Soberania Popular;
5. Princípio da Separação dos Poderes;
6. Fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º);
7. Objetivos da República Federativa do Brasil (artigo 3º);
8. Princípios na ordem internacional (artigo 4º).

Dessa forma passaremos a estudar cada um individualmente.

1.1 - PRINCÍPIO FEDERATIVO

Forma de Estado: art. 1º, caput e art. 18, caput.

Atenção!
Não confundir forma de Estado com forma, regime ou sistema de governo. Na organização do
Estado, estabelecida no Título III da CF, será observado que a forma de Estado pode ser federal ou
unitária; a forma de governo República ou Monarquia; o sistema de governo presidencialista ou
parlamentarista; e o regime de governo, também denominado de regime político, democracia ou
autocracia.
Federação, como princípio fundamental, é forma de Estado. A República Federativa do Brasil,
estruturada pela atual CF-88, prevê uma forma de Estado federativa, o que significa que há uma
distribuição do poder em função do território nacional. O poder não é exercido apenas de forma central
– caso fosse, seria um Estado unitário. O poder é exercido de forma descentralizada por unidades
políticas autônomas.
As partes que compõem todo o Estado brasileiro são apenas autônomas. Os 26 Estados, o
Distrito Federal, os mais de 5 mil municípios são autônomos.

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Soberania é um fundamento do estado brasileiro. A República Federativa do Brasil, que reúne


as entidades federativas, é soberana, mas as partes que compõem esse todo são apenas autônomas.
O poder é exercido de forma descentralizada por entidades federativas autônomas. Essa é a
marca da Federação.
No artigo inaugural da CF, está determinado que o nome do Estado brasileiro é República
Federativa do Brasil, formada pela União indissolúvel dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
que se constituem em Estado democrático de direito.
O artigo 18º, primeiro artigo do Título III da CF, não deixa dúvidas acerca da adoção do
princípio federativo. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o DF e os municípios, todos autônomos.
Se existem entidades federativas que exercem uma parcela de poder, se o poder é exercido
descentralizadamente por entidades autônomas, é porque esse Estado adota a forma de Estado
federativa.
Característica: existência de entidades políticas AUTÔNOMAS (União, Estados-membros, DF e
Municípios).
A autonomia compreende quatro capacidades:

A auto-organização é a capacidade que as entidades federativas possuem de se auto-


organizarem por Constituições ou leis orgânicas. A União se auto- -organiza pela CF. Os Estados
membros se auto-organizam por suas Constituições Estaduais, o DF pela sua lei orgânica, e os
municípios por suas leis orgânicas.

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No DF se elege um governador, e não um prefeito. O DF elege deputados distritais, e não


vereadores. O DF elege deputados federais, os municípios não.
O DF elege senador, município não. O DF, por se auto-organizar por lei orgânica, como os
municípios, deles não se aproxima: segundo o Supremo Tribunal Federal, o DF se aproxima mais de um
Estado-membro do que de um município.
A lei orgânica do DF tem conteúdo, estatuto e essência de uma verdadeira Constituição
Estadual.
O autogoverno é a capacidade de estruturar os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. A
União estrutura o seu Poder Legislativo (Congresso Nacional formado pela Câmara e pelo Senado),
Executivo (presidente, vice-presidente e ministros) e Judiciário Federal.
Os Estados-membros também estruturam o seu Poder Legislativo (Assembleia Legislativa),
Executivo (governador, vice-governador, secretários de Estado) e Judiciário (Tribunal de Contas do
Estado e seus juízes estaduais, também chamados de Juízes de Direito).
O DF e os municípios possuem um autogoverno limitado, porque não estruturam o Poder
Judiciário.
O DF estrutura o Legislativo (Câmara Legislativa) e o Executivo (governador, vice-governador e
secretários distritais), mas não o Judiciário.
Existe um Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios que, embora tenha competência
territorial para atuar no DF, é um tribunal federal, porque o artigo 21º estabelece que o TJDFT será
organizado e mantido pela União. Esse artigo, nos seus incisos XIII e XIV, prevê também que cinco
órgãos que atuam no DF são organizados e mantidos pela União: Poder Judiciário, Ministério Público,
Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar.
Essa mesma lógica vale para os Municípios. Os Municípios estruturam o Legislativo (Câmara
dos Vereadores), Executivo (prefeito, vice-prefeito, secretários municipais), não o Judiciário. O juiz que
atua nos Municípios é um juiz estadual, pertencente ao Tribunal de Justiça do Estado.
A autolegislação, também denominada de normatização própria, é a capacidade para criar leis.
A União cria leis federais, os Estados-membros criam leis estaduais, o DF leis distritais, e os Municípios
leis municipais.
A autoadministração é a capacidade para autoadministrar servidores e bens.
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INDISSOLUBILIDADE DO PACTO FEDERATIVO


Os entes federados não possuem direito de secessão (união indissolúvel)
Intervenção federal (art. 34, I)
O caput do artigo 1º da CF estabelece que a República Federativa do Brasil é formada pela
união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal.
O termo união, escrito em minúsculo na CF, é a entidade federativa? Não. A união indissolúvel
se refere à indissolubilidade do pacto federativo. Quando a CF se refere às entidades federativas, a
primeira letra é maiúscula (União, Estados, DF, Municípios).
A união indissolúvel significa que os Estados, o DF e os Municípios não podem se separar do
todo. A Federação é indissolúvel. O pacto federativo é indissolúvel.
Se uma entidade federativa tentar forçar para se separar do todo, pode ocorrer uma
intervenção federal (artigo 34º, inciso I).

CLÁUSULA PÉTREA Art. 60, § 4º, I


As cláusulas pétreas são limitações materiais explícitas, expressas.
O Congresso Nacional pode emendar (modificar) a CF, porém a CF possui um núcleo duro, um
núcleo intangível, inserido no artigo 60, § 4º, e JAMAIS poderá ser abolida por emendas constitucionais.
A Federação, como princípio fundamental, é cláusula pétrea. Mnemônico:

FOi forma federativa de Estado

VOcê que voto direto, secreto, universal eperiódico

SEPAROU separação dos Poderes

os DIREITOS direitos e garantias individuais

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O voto OBRIGATÓRIO não é cláusula pétrea.


Da leitura do artigo 14º se extrai que os maiores de 18 anos e menores de 70 alfabetizados são
eleitores obrigatórios.
Se o Congresso Nacional quiser, PODERÁ, por emenda, alterar o voto obrigatório para voto
facultativo.
O inciso IV determina que são cláusula pétrea os direitos e garantias individuais.
Há controvérsia na doutrina se apenas os direitos e garantias INDIVIDUAIS seriam cláusulas
pétreas ou se direitos e garantias FUNDAMENTAIS deveriam ser interpretados como cláusulas pétreas.
Pela jurisprudência do STF, TODOS OS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS SÃO
CLÁUSULAS PÉTREAS.

FEDERAÇÃO DE 3º GRAU, POR SEGREGAÇÃO, COOPERATIVA E ASSIMÉTRICA

DE 3º GRAU
A Federação é de 3º grau porque é formada em três níveis: nacional, exercido pela União;
regional, exercido pelos Estados-membros; e local, exercido pelos Municípios. O Distrito Federal é uma
entidade federativa sui generis própria, com características peculiares, que reúne competências
estaduais e municipais.

POR SEGREGAÇÃO
A Federação foi formada por segregação, criada a partir de um movimento centrífugo de
distribuição do poder.
A primeira Constituição brasileira foi a de 1824 e previa um Estado unitário. Ao longo da
História brasileira, houve oito Constituições, e a única a prever o Estado unitário foi a de 1824. As sete
restantes preveem o Estado federal.
À luz da Constituição de 1824, o poder era exercido de forma central. Não havia distribuição do
poder em função da distribuição do território.
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A segunda Constituição, de 1891, e as seguintes previram o Estado federal.


O poder, que outrora era exercido de forma central, foi distribuído a partir de um movimento
para fora, o movimento centrífugo. O poder foi segregado.
Após a independência das 13 colônias nos Estados Unidos, estas se tornaram Estados próprios
e se voltaram para dentro, a partir de um movimento centrípeto para formar uma Federação agregada,
diferentemente do Brasil, que era unitário e teve um movimento centrífugo de distribuição de poder.
COOPERATIVA
A Federação é cooperativa porque não há uma rígida repartição de competências. O artigo 23º
da Constituição Federal estabelece as competências comuns da União, dos Estados membros, do
Distrito Federal e dos Municípios.
ASSIMÉTRICA
A Federação é assimétrica porque o ente de maior grau, a União, trata desigualmente os entes
de menor grau, os Estados e Municípios. Se a União tratasse igualmente todos os Estados e Municípios,
seria uma Federação simétrica.
Tratar desigualmente vai de encontro aos princípios da República Federativa do Brasil. O artigo
3º, que consagra os objetivos, atribui ao Estado brasileiro reduzir as desigualdades sociais e regionais.
O ente de maior grau, a União, é obrigado a buscar recursos para reduzir as desigualdades regionais.
Por isso, existe uma Zona Franca em Manaus, e não em São Paulo, para que as isenções tributárias
possam beneficiar aqueles que moram na região do Amazonas.
1.2 - PRINCÍPIO REPUBLICANO
O princípio federativo denota a forma do Estado, e o princípio republicano denota a forma de
governo, que se extrai no artigo 1º da CF.
Forma de Governo: art. 1º, caput
Características: eletividade, exercício de mandato (alternância no poder) e dever de prestar
contas.
Na Monarquia não existe a eletividade, e sim hereditariedade. Também não existe
cumprimento de mandato, mas vitaliciedade, e não se prestam contas. Na República, porém, os eleitos
cumprem o seu mandato.

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• Não é cláusula pétrea.


No rol estabelecido no art. 60, § 4º, da CF, o princípio republicano não é cláusula pétrea.
• Limitação material implícita? Divergência (art. 2º, do ADCT).
As cláusulas pétreas se constituem em limitação material explícita expressamente trazida pela
CF. Existe um rol de matérias que também são limitações materiais, também proíbem, por exemplo, o
governo de reforma do Congresso Nacional, mas não estão trazidas expressamente pela CF, e a doutrina
denomina essa matérias como limitação material IMPLÍCITA.
Há divergência quanto à República ser uma limitação material implícita. O art. 2º do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) dispôs, naquela data, cinco anos depois da
promulgação da CF, que seria realizado um plebiscito para a escolha entre República e Monarquia,
Parlamentarismo ou Presidencialismo. O povo, legítimo titular do poder, escolheu República
Presidencialista.
A partir dessa lógica do art. 2º do ADCT, parte da doutrina considera que, se o povo, enquanto
legítimo titular do poder, escolheu República Presidencialista, não poderia o Congresso Nacional,
formado por meros representantes do povo, alterar de República para Monarquia. Havendo essa
vedação, existe a limitação material implícita, por não estar expressamente trazida pela CF.
A outra parcela da doutrina considera que, tendo havido um plebiscito, poderia ocorrer outro?
Pode o Congresso nacional convocar mais um plebiscito para perguntar ao povo brasileiro se quer
República ou Monarquia, e o povo pode mudar de ideia. Se há a possibilidade de um novo plebiscito, de
uma mudança de opinião, não é uma limitação material implícita.

1.3 - PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO


Art. 1º, caput, in fine.
Estado Democrático
Denota o Regime de governo.
Um regime de governo estruturado de baixo para cima, porque observa a soberania popular.

ESPÉCIES DE DEMOCRACIA

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1. Democracia Direta: Todas as decisões políticas são tomadas diretamente pelo povo. Dada a
densidade demográfica e extensão territorial, é impraticável, na forma da Grécia antiga, quando o povo
se reunia na praça e escolhia os seus governantes. Tornou-se uma reminiscência histórica:
2. Democracia Indireta: representativa, em que todas as decisões políticas são tomadas por
representantes eleitos;
3. Democracia Semidireta: também conhecida como participativa, na qual a maioria das
decisões políticas são tomadas por representantes eleitos, porém há traços de democracia direta.
No Brasil há a Democracia Semidireta, conforme o disposto no art. 1º, § único da CF, no qual
está referida a soberania popular – todo o poder emana do povo, que o exerce por representantes
eleitos ou diretamente nos termos da CF. A maioria das decisões são tomadas por representantes
eleitos, mas há na CF traços de democracia direta.
Quais são esses traços de democracia direta trazidos pela CF?
O art. 14º estabelece, como exemplos, três: plebiscito, referendo e iniciativa popular de leis.
O Tribunal do Júri é uma marca de democracia direta: são representantes do povo que estão no
conselho de sentença para decidir se absolvem ou condenam aquele que cometeu um crime doloso
contra a vida.
A ação popular é um instrumento que viabiliza o poder popular contra a coisa pública, dando
ao cidadão a possibilidade de propor esse remédio constitucional. As audiências públicas, o orçamento
participativo, em que o povo pode participar diretamente na formulação do orçamento daquela
entidade federativa. Portanto, há traços de democracia direta que não se resumem ao rol do art. 14º.
ESTADO DE DIREITO
O Estado de Direito é aquele que observa o império da lei diferentemente do Estado de Polícia,
que é sinônimo do Estado absolutista, o Estado com poderes ilimitados.
O Estado de Direito é aquele que observa as leis vigentes: o Estado cria as leis, mas se submete
a elas. A CF atribui poderes ao Estado, mas também limita esses poderes.
1.4 - PRINCÍPIO DA SOBERANIA POPULAR
Art. 1º, parágrafo único.
Ligado ao ideal democrático.

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Todo o poder emana do povo umbilicalmente ligado ao ideal democrático. Democracia e


soberania popular são duas faces da mesma moeda, inseparáveis. É o governo do povo, pelo povo e para
o povo.
1.5 - PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES
Art. 2º da Constituição Federal (CF)
São Poderes da União independentes e harmônicos entre si o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
Aristóteles, na Antiguidade Clássica, escreveu a obra “Política”, na qual já previa a tripartição de
funções: legislativa, executiva e judiciária, concentradas num poder soberano.
Montesquieu, na obra “Do Espírito das Leis”, considera a tripartição de funções, mas cada uma
dessas funções exercida por um poder independente: um poder legislativo, um poder executivo e um
poder judiciário.
Essas eram visões clássicas sobre a separação de poderes.
A visão moderna vai um pouco além, porque autoriza que cada poder, além da sua função
principal, típica, exerça também funções secundárias, denominadas pela doutrina como atípicas (típicas
de outro poder).
• É cláusula pétrea.
• Visão moderna da separação de poderes: funções típicas e atípicas
• Superação da separação rígida de funções
O Poder Legislativo foi idealizado para exercer as funções TÍPICAS de legislar e fiscalizar,
porém o Legislativo também pode exercer as funções ATÍPICAS (secundárias) de julgar (crimes de
responsabilidade) e administrar (servidores, bens, realiza concursos públicos e licitações).
O Poder Executivo foi idealizado para exercer a função TÍPICA de administrar os recursos
públicos disponíveis na lei orçamentária e aplicá-los, exercendo, assim, políticas públicas. Também
exerce as funções ATÍPICAS de julgar (processos administrativos) e de legislar (editando Medidas
Provisórias, leis delegadas e decretos autônomos).
Há uma parcela da doutrina administrativista (José dos Santos Carvalho Filho) não
constitucionalista, que considera que o Executivo não julga, pois o julgamento realizado pelo Executivo

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não ganha um grau de definitividade. Quando o Legislativo julga certa autoridade por crime de
responsabilidade, depois de transitado em julgado, é definitivo.
Quando o Executivo julga um processo administrativo, não há esse grau de definitividade: por
exemplo, alguém condenado num Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e que busca junto ao
Poder Judiciário a sua reintegração – se o juiz julgar o PAD nulo, o servidor será reintegrado.
A maioria dos professores e doutrinadores de Direito Constitucional consideram que o Poder
Executivo exerce a função ATÍPICA de julgar. O Poder Judiciário foi idealizado para exercer a função
TÍPICA de julgar, aplicar a lei ao caso concreto, compondo as lides (conflitos de interesse qualificado
por uma pretensão resistida). Também exerce as funções ATÍPICAS de legislar (editando seus
regimentos internos) e administrar (servidores e bens).

SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS (CHECKS AND BALANCES)


Conceito: É um mecanismo de controle recíproco entre os poderes estabelecido pela CF, que
privilegia a independência e a harmonia entre os poderes.
O que garante essa convivência harmônica entre eles é justamente o sistema de freios e
contrapesos: um Poder controlando o outro, para que não haja um Superpoder em detrimento de um
Poder de menor expressão, para que todos os Poderes tenham o mesmo grau de importância no cenário
político.
Exemplos (artigo 101 da CF):
• nomeação dos ministros do STF;
O Supremo Tribunal Federal (STF) é a mais alta Corte do Judiciário brasileiro, e quem escolhe os
seus 11 integrantes é o Presidente da República, o chefe do Executivo. É o Poder Executivo interferindo,
legitimamente, no Judiciário dentro dos limites estabelecidos pela CF.
Os 11 integrantes escolhidos pelo Presidente do Executivo só tomam posse depois de aprovados
pelo Senado Federal por maioria absoluta depois de uma sabatina. É o Poder Legislativo interferindo,
legitimamente, no Poder Executivo dentro dos limites estabelecidos pela CF.
• Processo Legislativo e Controle de Constitucionalidade;

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O processo legislativo é um conjunto de atos estabelecidos pela CF que devem ser observados
para a elaboração das leis. Quem elabora uma lei é o Congresso Nacional, que a envia ao Presidente para
sanção ou veto. Na suposição de que o Presidente vete, ela é devolvida ao Congresso Nacional com as
explicações acerca do veto.
O Congresso Nacional poderá derrubar esse veto, e a lei será promulgada e publicada.
A seguir, uma das autoridades previstas no art. 103 da CF propõe uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade junto ao STF, que a considera inconstitucional: essa lei é retirada do mundo
jurídico. Assim, interfere o Judiciário no Legislativo e no Executivo.
1.6 - FUNDAMENTOS
art. 1º - Para melhor guardarmos os FUNDAMENTOS vamos utilizar o Mnemômico
SO CI DI VAL PLU

ÓTICA INTERNA: Poder de impor a ordem JURÍDICA

SO BERANIA
ÓTICA EXTERNA: Dever de igualdade entre os
Estados

SENTIDO AMPLO: Titular de Direitos Fundamentais


CI DADANIA
SENTIDO ESTRITO: Titular de Direitos Políticos

DI GNIDADE DA PESSOA HUMANA Existência Digna

ORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA


VAL Opção pelo modelo de economia capitalista
LIVRE INICIATIVA

PLU RALISMO POLÍTICO Pluralismo de ideias

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Pluralismo político não é a mesma coisa de pluripartidarismo.


O pluripartidarismo decorre do pluralismo político, mas com ele não se confunde.

ANOTAÇÕES:
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________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________________
1.7 OBJETIVOS
art. 3º - Da mesma forma aplicamos a técnica do Mnemômico para os OBJETIVOS
CO GA ER PRO

CO NSTRUIR UMA SOCIEDADE LIVRE, JUSTA E SOLIDÁRIA

GA RANTIR O DESENVOLVIMENTO NACIONAL

RADICAR A POBREZA E A MARGINALIZAÇÃO E REDUZIR AS


ER
DESIGUALDADES SOCIAIS E REGIONAIS

OMOVER O BEM DE TODOS, SEM PRECONCEITOS DE ORIGEM, RAÇA


PRO
SEXO E COR, IDADE E QUALQUER OUTRA FORMA DE DISCRIMINAÇÃO

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ANOTAÇÕES:
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1.8 - PRINCÍPIOS REGENTES DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS:

O art. 4º apresentamos com o Mnemômico PANIICO SOCO REDE

P revalência dos direitos humanos

A utodeterminaçãodos povos

N ão intervenção

I ndependência nacional

I gualdade entre os Estados

CO operação entre os povos para o progresso da humanidade

SO lução pacífica dos conflitos

CO ncessão de asilo político

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RE púdio ao terrorismo e ao racismo

DE fesa da paz

A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,


§ ÚNICO política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações.

ANOTAÇÕES:
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