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ATENÇÃO À SAÚDE DO
TRABALHADOR
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se de uma proposta de reforma justificada, pelos proponentes, pelo fato de a CLT
ser obsoleta, já que foi promulgada em 1943. A reforma ainda não foi totalmente
votada, mas já temos a nova lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, em vigor, que
traz novas regras.
Houve alterações no quesito segurança do trabalhador, no item relativo ao
“tempo de jornada de trabalho”. Anteriormente, o tempo de deslocamento era
considerado como parte da jornada, e assim o acidente ocorrido neste tempo era
considerado como acidente de trabalho ou acidente de trajeto; na nova redação,
o tempo de deslocamento não é mais considerado parte da jornada, e assim o
acidente de trajeto perde sua validade.
CONTEXTUALIZANDO
NR 01 – Disposições Gerais
NR 02 – Inspeção Prévia
NR 03 – Embargo ou Interdição
NR 04 – Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do
Trabalho
NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
NR 06 – Equipamentos de Proteção Individual - EPI
NR 07 – Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
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NR 08 – Edificações
NR 09 – Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de
Materiais
NR 12 – Máquinas e Equipamentos
NR 13 – Caldeiras e Vasos de Pressão
NR 14 – Fornos
NR 15 – Atividades e Operações Insalubres
NR 16 – Atividades e Operações Perigosas
NR 17 – Ergonomia
NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção
NR 19 – Explosivos
NR 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
NR 21 – Trabalho a Céu Aberto
NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
NR 23 – Proteção Contra Incêndios
NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
NR 25 – Resíduos Industriais
NR 26 – Sinalização de Segurança
NR 27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no
MTB (Revogada pela Portaria GM n. 262/2008)
NR 28 – Fiscalização e Penalidades
NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
NR 30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária
Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
NR 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
NR 34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção e Reparação Naval
NR 35 – Trabalho em Altura
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NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e
Processamento de Carnes e Derivados
NRR 1 – Disposições Gerais (Revogada pela Portaria MTE n. 191/2008)
NRR 2 – Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho
Rural (Revogada pela Portaria MTE n. 191/2008)
NRR 3 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural
(Revogada pela Portaria MTE n. 191/2008)
NRR 4 – Equipamento de Proteção Individual – EPI (Revogada pela
Portaria MTE n. 191/2008)
NRR 5 – Produtos Químicos (Revogada pela Portaria MTE n. 191/2008)
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elaborar a Política Nacional de Saúde do Trabalhador para o SUS,
aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde – CNS e pela Comissão
Intergestores Tripartite – CIT;
coordenar a RENAST com a participação das esferas estaduais e
municipais de gestão do SUS;
elaborar projetos de lei e normas técnicas pertinentes à área, com a
participação de outros atores sociais;
inserir as ações de Saúde do Trabalhador na Atenção Básica,
Urgência/Emergência, Rede Hospitalar, Vigilância Sanitária e
Epidemiológica;
assessorar os Estados, os CEREST e os Municípios;
definir acordos e cooperação técnica com instituições afins com a
Saúde do Trabalhador para capacitação e apoio à pesquisa na área;
definir rede de laboratórios de análises químicas e toxicológicas como
referências regionais ou estaduais;
definir a Rede Sentinela em Saúde do Trabalhador no âmbito
nacional;
definir o financiamento federal para as ações de Saúde do
Trabalhado.
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participar do planejamento das Ações em Saúde do Trabalhador no
âmbito estadual;
participar do Pólo Estadual de Educação Permanente, apontando as
necessidades de capacitação e formação em saúde do trabalhador no
âmbito estadual;
promover e estimular intercâmbio técnico-científico entre instituições
nacionais, estrangeiras e Secretarias Estaduais de Saúde – SES;
estruturar o Observatório Estadual de Saúde do Trabalhador;
estimular, prover subsídios e participar da pactuação para definição
da Rede Sentinela de Serviços em Saúde do Trabalhador no Estado;
contribuir para as ações de Vigilância em Saúde, com subsídios
técnicos e operacionais para a vigilância epidemiológica, ambiental e
sanitária;
definir as linhas de cuidado para todas os agravos de notificação
compulsória dispostos na Portaria n. 777/04/GM, a serem seguidas para
a atenção integral dos trabalhadores usuários do SUS;
contribuir na identificação e avaliação da saúde de adolescentes e
crianças submetidas a situações de trabalho;
determinar fluxos de referência e contra-referência de cada linha de
cuidado de atenção integral à Saúde do Trabalhador;
subsidiar a pactuação da inclusão de ações em Saúde do
Trabalhador na agenda estadual de saúde e na PPI;
desenvolver práticas de aplicação, validação e capacitação de
Protocolos de Atenção em Saúde do Trabalhador, visando consolidar os
CEREST como referências de diagnóstico e de estabelecimento da
relação entre o quadro clínico e o trabalho;
desenvolver estudos e pesquisas na área de Saúde do Trabalhador
e do meio ambiente;
participar, no âmbito de cada Estado, do treinamento e da
capacitação de profissionais relacionados com o desenvolvimento de
ações no campo da Saúde do Trabalhador;
apoiar a organização e a estruturação da assistência de média e alta
complexidade, no âmbito estadual, para dar atenção aos acidentes de
trabalho e aos agravos contidos na Lista de Doenças Relacionadas ao
Trabalho, que constam na Portaria n. 1339/GM, de 18 de novembro de
1999, e aos agravos de notificação compulsória citados na Portaria GM
n. 777, de 28 de abril de 2004:
a) acidente de trabalho fatal;
b) acidentes de trabalho com mutilações;
c) acidente com exposição a material biológico;
d) acidentes do trabalho com crianças e adolescentes;
e) dermatoses ocupacionais;
f) intoxicações exógenas, por substâncias químicas, incluindo
agrotóxicos;
gases tóxicos e metais pesados;
g) lesões por esforços repetitivos (LER), distúrbios osteomusculares
relacionadas ao trabalho (DORT);
h) pneumoconioses;
i) perda auditiva induzida por ruído (PAIR);
j) transtornos mentais relacionados ao trabalho; e
l) câncer relacionado ao trabalho;
todos os CEREST estaduais deverão dispor de bases de dados
disponíveis e atualizados, no mínimo com os seguintes componentes
para sua respectiva área de abrangência:
a) mapa de riscos no trabalho;
b) mapa de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho;
c) indicadores sociais econômicos de desenvolvimento, força de trabalho
e IDH;
d) informações sobre benefícios pagos pela Previdência Social e outros
órgãos securitários;
e) capacidade Instalada do SUS;
f) PPI;
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g) estrutura regional e funcionamento do INSS e da Delegacia Regional
do Trabalho.
Já no âmbito regional, fica estabelecido (Brasil, 2005):
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terapeuta ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo, assistente social, entre
outros).
02 auxiliares de enfermagem;
02 profissionais de nível médio (técnico de segurança do trabalho e
auxiliar de enfermagem do trabalho, entre outros).
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devem ser estudadas pelos profissionais da área da Saúde do Trabalhador de
maneira a dar atenção àquelas que tem relevância para a atividade da empresa
na qual estão atuando.
A norma regulamentadora básica e de interesse da enfermagem é a NR 4
– Serviços Especializados em Engenharia e Segurança e em Medicina do
Trabalho (SESMT). Ela obriga as empresas a manterem um serviço especializado
em medicina e em segurança no local de trabalho, com o objetivo de promover a
saúde dos trabalhadores e proteger a integridade do trabalhador no local de
trabalho. Dita inclusive que todas as empresas que possuem empregados
contratados sob o regime CLT são obrigadas a manter um SESMT.
A norma trata do dimensionamento da equipe, que está ligado ao grau de
risco da atividade principal e ao número de empregados, constantes nos quadros
I e II, anexos à norma. O Quadro I classifica o grau de risco das empresas de
acordo com a atividade econômica e o Quadro II trata do dimensionamento do
SESMT de acordo com o grau de risco e o número de empregados no
estabelecimento.
O grau de risco se refere ao potencial que o trabalho tem de causar
acidentes ou doenças e varia de 1) menor risco a 4) maior risco; por exemplo:
fabricação de cimento – grau de risco 4; atividade hospitalar – grau de risco 3;
serviços de ensino superior – grau de risco 2; atividades de auditoria e
contabilidade – grau de risco 1.
Empresas com menos de cinquenta funcionários não são obrigadas a
constituir o SESMT. Além disso, a NR determina os profissionais que devem
compor o serviço; o número deles também é determinado pelo grau de risco da
atividade principal. São eles: médico do trabalho, técnico de segurança do
trabalho, enfermeiro do trabalho, auxiliar de enfermagem do trabalho e engenheiro
de segurança do trabalho. Esses profissionais devem ser contratados pela
empresa ou pela empresa que terceiriza os serviços.
O enfermeiro do trabalho é exigido pela NR nas empresas com 3500
funcionários ou mais, com qualquer grau de risco, exceção aos estabelecimentos
de saúde, que devem contratar um enfermeiro quando o serviço tiver 500
funcionários ou mais. Médicos, engenheiros e enfermeiros devem ter pós-
graduação na área; o auxiliar de enfermagem deve ter realizado curso de
qualificação em enfermagem do trabalho, e o técnico de segurança do trabalho
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deve ter realizado curso profissionalizante de segundo grau, com registro no
Ministério do Trabalho e Emprego.
Atividades principais dos profissionais do SESMT (Brasil, 1978):
a) aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina
do trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes,
inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os
riscos ali existentes à saúde do trabalhador;
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a
eliminação do risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização pelo
trabalhador de Equipamentos de Proteção Individual-EPI;
c) colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas
instalações físicas e tecnológicas da empresa;
d) responsabilizar-se tecnicamente, pela orientação quanto ao
cumprimento do disposto nas NR aplicáveis às atividades executadas
pela empresa;
e) manter permanente relacionamento com a CIPA, além de apoiá-la,
treiná-la e atendê-la, conforme dispõe a NR 5;
f) promover a realização de atividades de conscientização, educação e
orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho
e doenças ocupacionais;
g) registrar e analisar os acidentes e doenças ocupacionais ocorridos;
h) estudar e propor soluções para os problemas apontados pela CIPA;
i) realizar prioritariamente atividades preventivas, embora não seja
vetado o atendimento a urgências e emergências quando necessário.
TEMA 5 – NR 5
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indefinidamente. A presidência da CIPA é indicada pelo empregador; a vice-
presidência é indicada pelos membros eleitos. Aos representantes dos
trabalhadores é garantida a estabilidade desde o registro de sua candidatura até
um ano após o final do mandato. O empregador deverá providenciar o treinamento
dos membros da Cipa e a NR determinará a carga horária e um conteúdo mínimo
(Brasil, 1978):
a) estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos
originados do processo produtivo;
b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do
trabalho;
c) noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de
exposição aos riscos existentes na empresa;
d) noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e
medidas de prevenção;
e) noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à
segurança e saúde no trabalho;
f) princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos
riscos;
g) organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das
atribuições da Comissão.
As reuniões da Cipa devem ser mensais. Podem também ocorrer de
maneira extraordinária, como nos casos em que há um acidente fatal. Devem ser
feitas durante o expediente de trabalho. Principais atribuições da Cipa (Brasil,
1978):
a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de
riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com
assessoria do SESMT, onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na
solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas
de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de
ação nos locais de trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de
trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos
para a segurança e saúde dos trabalhadores;
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas
em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram
identificadas;
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde
no trabalho;
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas
pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e
processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos
trabalhadores;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação
de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à
segurança e saúde dos trabalhadores;
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e
de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras,
bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho,
relativas à segurança e saúde no trabalho;
l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o
empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho
e propor medidas de solução dos problemas identificados;
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m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões
que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;
n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;
p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas
de Prevenção da AIDS.
Além dos Quadros I, II e III, a portaria do MT n. 25, de 29 de dezembro de
1994, acrescentou o Quadro IV, no qual constam informações para a elaboração
do Mapa de riscos. De acordo com o quadro, os riscos são (Brasil, 1978):
FINALIZANDO
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Em relação a questão proposta no início da aula, trazemos agora um
desenvolvimento. A NR 9 trata do levantamento dos riscos no ambiente de
trabalho aos quais os trabalhadores possam estar expostos. Tal levantamento,
bem como as medidas a serem tomadas para eliminar os riscos ou reduzi-los,
deve ser descrito em formato de programa, o PPRA (Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais). Este programa pode e deve ser elaborado por um conjunto
de pessoas que estão intimamente ligados à atividade laboral. Assim, os
trabalhadores devem estar envolvidos; do mesmo modo, os trabalhadores do
SESMT e os componentes da Cipa. Não há responsabilidade única de um serviço
ou de componentes específicos na elaboração de um programa determinado pela
NR. Então, a resposta correta é a alternativa E.
LEITURA OBRIGATÓRIA
Leia as NR 4 e 5.
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REFERÊNCIAS
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