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ATENÇÃO À SAÚDE DO
TRABALHADOR
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é a primeira norma criada para estabelecer diretrizes básicas
para a implementação das medidas de proteção à segurança e à
saúde dos trabalhadores na área da saúde. Ela tem por finalidade
estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de
medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores
dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
Disponível em: <http://blog.inbep.com.br/normas-
regulamentadoras-nrs-o-que-e/>. Acesso em: 21 maio 2018.
CONTEXTUALIZANDO
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o uso das luvas de látex, que deveriam proteger o trabalhador da saúde da matéria
orgânica e seus contaminantes, por exemplo.
Quando um equipamento é composto por vários dispositivos associados
para proteger de um ou mais riscos, é definido pela NR 6 como Equipamento
Conjugado – “todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha
associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que
sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.” Um exemplo
de equipamento conjugado é um capacete de segurança com uma máscara de
proteção facial associada.
Por determinação da NR, todo EPI deve ser registrado no Ministério do
Trabalho e Emprego para ser avaliado por uma equipe de profissionais, os quais
emitirão um certificado de regularidade, ou seja, eles testarão o dispositivo e
emitirão um certificado de competência. Este certificado tem por nome Certificado
de Aprovação – CA, e o dispositivo então recebe um número de registro que
poderá ser consultado, como um RG do produto. Caso ele não possua um CA,
então não deve ser adquirido, pois não há garantias de eficácia, podendo até
causar dano.
Trazemos a seguir descrição das responsabilidades de acordo com a NR 6
(online), em seu texto, determina que
a responsabilidade de escolha do EPI é do SESMT, em conjunto com os
membros da CIPA e representantes dos trabalhadores a escolha e
sugestão de compra dos EPI’s para o empregador. Vale ressaltar que
um EPI só deve ser indicado quando todas as possibilidades de eliminar
o risco da produção tenham sido consideradas, também que a instalação
de um equipamento de proteção coletiva não seja indicado. Um exemplo
claro de que somente um EPI pode ser indicado é a utilização de luvas
de procedimento na manipulação de pacientes por um técnico de
enfermagem no momento de uma punção venosa; não há possibilidade
de se evitar o risco, tampouco da indicação de um dispositivo de
proteção coletiva.
Descreve as responsabilidades de todos os agentes envolvidos no
processo de indicação, registro, fornecimento e utilização, abaixo
descritos:
Responsabilidades do empregador:
a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados
livros, fichas ou sistema eletrônico.
Responsabilidade do trabalhador:
a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
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b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio
para uso;
d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
Responsabilidade do fabricante ou importador:
a) cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de
segurança e saúde no trabalho;
b) solicitar a emissão do CA;
c) solicitar a renovação do CA quando vencido o prazo de validade
estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde do trabalho;
d) requerer novo CA quando houver alteração das especificações do
equipamento aprovado;
e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu
origem ao Certificado de Aprovação – CA;
f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;
g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e
saúde no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais
fornecidos;
h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional,
orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências
ao seu uso;
i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação;
j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do
SINMETRO, quando for o caso;
k) fornecer as informações referentes aos processos de limpeza e
higienização de seus EPI, indicando quando for o caso, o número de
higienizações acima do qual é necessário proceder à revisão ou à
substituição do equipamento, a fim de garantir que os mesmos
mantenham as características de proteção original.
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O empregador deve garantir a elaboração e a implantação efetiva do
programa, inclusive custear todos os procedimentos relacionados no PCMSO,
sem custo para o empregado. O empregador deve designar médico coordenador
responsável pelo PCMSO, mesmo que sua empresa esteja isenta de manter
médico do trabalho, de acordo com a NR 4.
O médico coordenador será o responsável pela execução dos exames
médicos previstos no programa e das solicitações e análise dos exames
complementares, poderá designar médico que esteja habilitado para executar as
atividades e que tenha conhecimento dos riscos a que cada trabalhador da
empresa esteja exposto.
O PCMSO deve incluir, obrigatoriamente, os exames: admissional,
demissional, periódico, de retorno ao trabalho e na eminência de mudança de
função. Na realização de cada um destes, é necessária a execução e registro, em
formato de prontuário do trabalhador, a avaliação clínica com anamnese
ocupacional, exame físico e mental, realização de exames complementares,
realizados de acordo com os termos específicos da NR e seus anexos.
Quando houver diagnóstico de exposição excessiva a algum risco à saúde,
o médico coordenador deve afastar o trabalhador do risco, até que as medidas de
controle tenham sido tomadas, mas se houver constatação de alterações na
saúde do trabalhador, mesmo que constatada por exames complementares e
ainda sem sintomas de doença, além do afastamento o médico deverá emitir
Comunicação de Acidente de Trabalho e encaminhar o trabalhador ao INSS.
Todo exame médico deve resultar em um Atestado de Saúde Ocupacional
– ASO, que deverá ser emitido em duas vias, sendo uma entregue ao trabalhador
e a outra arquivada no prontuário dele. Importante realizar “recibo de entrega” do
ASO ao trabalhador.
O site do Guia Trabalhista traz uma interessante descrição das informações
que um ASO deve conter; descritos a seguir:
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o prontuário é de responsabilidade do médico do trabalho e deve
ser mantido por 20 anos após o desligamento do empregado, por força
de lei.
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TEMA 3 – NR 9 – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS –
PPRA
Esta NR 9 (online)
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divulgação das informações pertinentes aos trabalhadores, pois de que valeria a
elaboração de um excelente PPRA se os trabalhadores não tivessem
conhecimento das medidas de proteção. Os resultados do monitoramento e o
próprio PPRA devem ser avaliados anualmente, a fim de que sejam detectadas
necessidades de reajustes.
O PPRA deve ser discutido com a CIPA e a participação dos trabalhadores
deve ser estimulada, principalmente do levantamento dos agentes e das medidas
de proteção, afinal de contas, são eles os detentores de todas as etapas do
processo de produção.
O site do Guia Trabalhista descreve algumas etapas que um PPRA deve
possuir e atender, descritas a seguir:
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quando comprovado pelo empregador ou instituição, a inviabilidade
técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas não
forem suficientes, em caráter complementar ou emergencial, deverão
ser adotadas medidas de caráter administrativo ou de organização do
trabalho e utilização de EPI. O empregador deve garantir a interrupção
imediata do trabalho quando for constatado risco grave e iminente, no
ambiente de trabalho, a um ou mais trabalhadores.
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e 12 – poeiras minerais. Também são insalubres as atividades mencionadas nos
Anexos 6 – trabalho sob condições hiperbáricas, 13 – agentes químicos (arsênico,
carvão, carvão mineral, chumbo, cromo, fósforo, hidrocarbonetos, mercúrio e
outras substâncias) e 14 – atividades que envolvem contato com agentes
biológicos. Caso sejam comprovados por laudo de inspeção no local de trabalho,
podem ser consideradas insalubres as atividades que constam no Anexo 7
(radiações não-ionizantes), 8 (vibrações), 9 (frio) e 10 (umidade).
A norma determina que “Limite de tolerância é a concentração ou
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de
exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a
sua vida laboral.”
A NR 15 traz em seu texto a informação sobre o adicional de insalubridade
que um trabalhador tem o direito de receber, incidente sobre o salário mínimo da
região:
4.1 A NR 17 – Ergonomia
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organização do trabalho.” Para cumprir com esta determinação, o empregador
deve realizar a análise ergonômica do trabalho – Laudo Ergonômico. Assim:
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edificação destinada à prestação de serviços de promoção, recuperação,
assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade.
Três são os agentes de risco considerados pela NR: biológico, químico e radiação
ionizante. Também três anexos, o Anexo I agrupa os agentes biológicos em quatro
classes, considerando o risco individual e a possibilidade de disseminação para a
coletividade. A Classe 1 é a de menor risco e a Classe 4 a de maior risco. O Anexo
II traz uma tabela que classifica os agentes biológicos e a classificação do risco
de cada um. O Anexo III traz diretrizes para a elaboração de um Plano de
Prevenção de Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes com
Mapeamento dos perfurocortantes utilizados. Inclusive que as empresas que
produzem ou comercializam os materiais devem disponibilizar, para os
trabalhadores, capacitação sobre a utilização correta do dispositivo de segurança.
Ainda que os empregadores devem providenciar o acesso a esta capacitação.
Em relação ao risco biológico, a norma determina que há necessidade de
adequações no PPRA, incluindo a identificação dos agentes mais prováveis no
ambiente de trabalho. No PCMSO insere que devem constar os procedimentos a
serem adotados em caso de exposição acidental. Obriga a existência, nos locais
de trabalho, lavatório, sabonete líquido, toalha descartável e existência de lixeiras
de pedal. A CCIH adiciona a necessidade de dispensadores de álcool à 70º.
Proíbe alguns comportamentos de risco, como: alimentar-se nos postos de
trabalho, utilização de adornos, manuseio de lentes de contato, calçados abertos,
fumar, guarda de alimentos nos postos, entre outros. Sendo a proibição mais
importante a reencape de agulhas e a desconexão manual; obriga aos
empregadores a aquisição de materiais perfurocortantes com dispositivo de
segurança. Determina a necessidade de vacinação dos trabalhadores, sob o ônus
do empregador, com as vacinas Hepatite B, Dupla adulto, e outras disponíveis,
como a Influenza.
Os acidentes de trabalho devem ser comunicados ao responsável pelo
setor, mas também ao SESMT e CIPA. É interessante manter um registro e
acompanhamento dos incidentes como forma de incentivo ao diagnóstico de
situações de risco.
É obrigatório treinamento de todos os empregados, previamente ao início
das atividades na empresa em relação às norma e rotinas relacionadas aos riscos
biológicos, também entrega de informações escritas.
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O risco químico é tratado pela norma, destaca os produtos químicos e os
gases medicinais e as drogas de risco – aquelas que são capazes de desencadear
genotoxicidade, teratogenicidade, carcinogenicidade e toxicidade séria e seletiva
sobre órgãos e sistemas; especialmente os gases e vapores anestésicos e os
quimioterápicos antineoplásicos. Os produtos químicos devem ter seu rótulo
original e quando reenvasados devem estar devidamente identificados; a
manipulação deve possuir local próprio e adequado; todo rodutoquímico deve
possuir uma FISPQ – ficha de informações de segurança de produtos químicos;
deve constar no PPRA e ser considerado no PCMSO. Assim como no caso do
risco biológico, deve haver rotinas específicas em relação à utilização e em caso
de acidentes, bem como capacitação dos empregados.
Determina que os quimioterápicos antineoplásicos devem ser diluídos em
cabines de segurança biológica Classe II B2 e proíbe que o trabalhador manuseie
em caso de falta de EPI específico.
Em relação aos gases anestésicos, a NR determina que as gestantes
podem se expor quando o médico do PCMSO excluir o risco de exposição.
Detalha os requisitos para a utilização dos gases medicinais, dos medicamentos
e drogas de risco.
Quanto à radiação ionizante, a norma dita que o estabelecimento deve
cumprir as determinações da Comissão Nacional de Energia Nuclear – Cenen –
e da Anvisa; inclusive a criação do Plano de Proteção Radiológica – PPR,
aprovado pelo Cenen, discutido pela Cipa e contemplado no PCMSO. Detalha
como deve ser realizada a capacitação do trabalhador, uso de EPI, necessidade
do afastamento das gestantes das atividades e outras. Deve ser mantido
prontuário clínico individual, com registro detalhado das funções, registro das
doses de radiação recebidas – anuais e mensais, e deve ser guardado por 30
anos após o desligamento. A norma traz, de maneira detalhada, o funcionamento
de um serviço de radiodiagnóstico, radioterapia e medicina nuclear.
Determina a necessidade de separação e descarte correto dos resíduos,
no mesmo formato da Anvisa, o PGRSSS.
Sobre as instalações para as refeições e conforto dos trabalhadores, a
norma se reporta à NR 24, a qual determina a necessidade de refeitório em
empresas com mais de 300 empregados, ou de local adequado fora dos postos
de trabalho quando a empresa tiver menos de 300 empregados.
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As lavanderias, obrigatoriamente, devem contar com área distinta, sendo
uma considerada limpa e a outra suja, com barreira intransponível entre elas.
Os empregados com função de higienização das áreas devem receber
capacitação específica relacionada ao uso de EPI, EPC e procedimentos em
situações de emergência. Também deve manter registro de realização destes.
O estabelecimento deve possuir um programa de controle de animais
sinantrópicos.
Em relação à ergonomia, a norma determina a necessidade da existência
de dispositivos seguros em todos os postos de trabalho, especifica a utilização de
dispositivos que minimizem o esforço físico na movimentação de pacientes e
transporte de materiais; bem como receber capacitação sobre mecânica corporal
e as medidas de proteção para lidar com pacientes portadores de distúrbios
comportamentais.
Os estabelecimentos devem seguir a RDC 50, de 21 de fevereiro de 2002,
como norma de edificação, e ressalta a determinação de que todas as torneiras
devem possuir dispositivos que dispense o contato com as mãos quando da sua
abertura e fechamento.
FINALIZANDO
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Com o nosso exemplo fica evidenciado que o investimento em treinamento
dos trabalhadores em estabelecimentos de saúde, bem como a elaboração de
normas e rotinas, fundamentadas em biossegurança e boas práticas, com o
envolvimento de todos os trabalhadores.
Para refletir – Resposta
A fim de fundamentar a resposta à nossa questão proposta na
contextualização, descreveremos a classificação dos riscos, de acordo com o
Anexo I da NR 32, a seguir:
Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a
coletividade, com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano. Classe
de risco 2: risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade
de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano, para
as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento. Classe de risco 3:
risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação
para a coletividade. Podem causar doenças e infecções graves ao ser humano,
para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 4: risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade
elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de
transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser
humano, para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
A resposta correta a nossa questão é a alternativa “D”, pois traz a descrição
de acordo com o Anexo I. Não há grau zero de risco.
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REFERÊNCIAS
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BULHÕES, I. Enfermagem no Trabalho. Rio de Janeiro: Editora Gráfica Luna
LTDA, 1976. v. 1.
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