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AÇÃO DECLARATÓRIA
CUMULADA COM RESSARCIMENTO DE DANO MATERIAL, COMPENSAÇÃO
POR DANOS MORAIS E DEMAIS PEDIDOS
em face do BANCO DO BRASIL S/A, este com endereço na Avenida Senador Dantas, nº 105 –
41º andar – Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP 20.031-201, inscrito no CNPJ sob o nº
00.000.000/0001-9, pelas razões de fato e de direito que passa a delinear, para ao final requerer.
INICIALMENTE
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Requer a V.Exa. que se digne determinar a inclusão na capa do presente feito os
dados de sua patrona, a Dr. RODRIGO BOMFIM RIBEIRO SERAFIM – OAB/RJ 200.028, a
fim de que todas as publicações e/ou intimações sejam realizadas em nome desta, sob pena de
nulidade dos atos processuais.
PRELIMINAR
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
III.
– Fatos
1. A Autora é Correntista do Banco do Brasil S/A, com conta sob o número
18.196-x, na agência 2860-6, conforme fazem prova extratos bancários acostados.
3. Fato é que, a toda evidência, tendo por amparo as normas de regência, no que
diz respeito ao aspecto da facultatividade da autorização das operações de débito em conta
bancária em favor de terceiros, independentemente daquelas empreendidas por força de relação
contratual específica, não há notícia de qualquer manifestação volitiva da Consumidora
autorizando os descontos referidos em seu saldo bancário, haja vista a ausência de comprovação
de negócio jurídico celebrado com qualquer das entidades acima citadas, até a data dos dias
atuais, fazendo assim sofrer a Autora desfalque em parte de suas economias bancárias, estas de
cunho eminentemente alimentar.
4. Num mesmo foco, prima facie, ainda em amor ao debate, mister se faz adunar
ao arguido que diversos são os casos divulgados pela mídia, e julgados pelo Poder Judiciário,
que dão conta desse tipo de lesão aos saldos das contas bancárias dos consumidores no Brasil,
sendo verificado, inclusive, o conluio de funcionários das próprias instituições bancárias que
lidam direta ou indiretamente com as contas bancárias de seus correntistas.
ESCÓLIOS
Num harmônico diapasão, Caio Mário da Silva Pereira, em festejado livro sobre
“Responsabilidade”, Ed. Forense, 1989, pág. 67, acrescenta:
“Hoje em dia, a boa doutrina inclina-se no sentido de
conferir a indenização do dano moral caráter dúplice, tanto
punitivo do agente, quanto compensatório, em relação à
vítima. Assim, a vítima de lesão a direitos de natureza não
patrimonial (CF, art. 5º, incisos V e X) deve receber uma
soma que lhe compense a dor e a humilhação sofridas, e
arbitrada segundo as circunstâncias. Não deve ser fonte de
enriquecimento, nem ser inexpressiva”.
Desta maneira, sob a influência doutrinária do tema, defluimos que o dano material
diferencia-se do dano moral por afetar o primeiro exclusivamente os bens concretos que
compõem o patrimônio do lesado diminuindo o seu quantum financeiro, e o segundo por afetar
diretamente o indivíduo e a sociedade em seu funcionamento. O foco atingido é o foro íntimo
do lesado, sua honra e sua imagem, em síntese, aqueles que maiores valores guardam para o ser,
por isso os mais nobres bens humanos. Como bem nos ensina a doutrina:
“IN VERBIS:”
“Danos morais são formas de lesão a um bem jurídico, de
reconhecido interesse da vítima, que fazem com que o
detentor do direito moral tutelado na esfera jurídica-
positiva-subjetiva, se entranhe num estado psicológico
conturbado, incapaz de ser mensurável, traduzido tão
somente pela sensação dolorosa, vergonhosa, que cause dor
íntima, espanto, emoção negativa ou constrangimento, por
fato provocado por terceiro, atribuindo a estes estados o
mais largo significado.” (DOUTRINA, Ada Pellegrini
Grinover, Afrânio Silva Jardim, Alexandre Freitas Câmara
- James Tubenchlak, João Mestiere, José Carlos Barbosa
Moreira, Nagib Slaibi Filho, Yussef Said Cahali e outros,
Editora Instituto de Direito, pag. 58).
Ademais, ao se falar em direito a compensação por danos morais, deve-se entender
tratar-se de direitos constitucionalmente protegidos, não só como garantia do individuo, mas,
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como fundamento do Estado Democrático, como sabiamente dispõe o art. 1º da Constituição da
República.
Assim, o intuito da compensação por dano moral é o de minimizar os danos do
lesado pelos prejuízos sofridos, pois impossível é a sua reposição uma vez que se trata de lesão
a bens jurídicos intangíveis a ação humana.
Percebendo a consolidação do tema no mundo jurídico, a Primeira Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios prolatou primorosa Decisão sobre o
assunto, conhecendo e desprovendo por unanimidade o Recurso em Embargos Infringentes na
Apelação Cível N.º 20000150012204 – REG. Acórdão n.º 139260, publicando-a no DJU
3,6/6/2001, pág. 11, como abaixo se pode ver em extrato:
“(...)II - Enraizada no sistema normativo pátrio e na
própria Carta Política do país a reparabilidade do dano
moral, tem-se por certo ser indenizável qualquer ‘lesão
injusta a componentes do complexo de valores protegidos
pelo Direito [cf. Carlos Alberto Bittar], considerando-se a
necessidade natural da vida em sociedade, de forma a
conferir guarida ao desenvolvimento pleno e normal de
todos os aspectos de cada ente personalizado.
V. – Das provas
Protesta por todos os meios de provas admitidas em direito, na amplitude do
Capítulo VI do CPC e em especial a documental, que ora se junta ao processo, superveniente,
testemunhal, se necessário, bem como o depoimento pessoal da parte autora e representante legal
da ré, sob pena de confissão ficta dos fatos arguidos nesta inicial.
VI. – Da citação
Destarte, em conformidade com o Código de Processo Civil, para prova requer
ainda a V.Ex.ª a citação na pessoa do represente da ré retro qualificada, para que, querendo
conteste e compareça as Audiências de Conciliação e de Instrução e Julgamento, quando
designadas, respondendo assim os termos da presente ação, sob pena de confissão e revelia.
V. – Do valor da causa
Para os efeitos legais e fiscais, dar-se a presente o valor estimativo inicial de
R$ 16.372,29 (dezesseis mil e trezentos e setenta e dois reais e vinte e nove centavos).
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Nestes Termos,
Pede e confia no Deferimento.
Nilópolis, RJ, em de abril d
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