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DISCURSO DE ABERTURA

No momento em que se instala a 6ª Conferência Municipal de Saúde


de Cipó, cumpre-me, inicialmente, agradecer a presença de todos os presentes
de cuja esclarecida colaboração muito esperamos, no objetivo de apreciar e
debater os temas oficiais da Reunião, e, no final, escolher as propostas de
diretrizes municipais de uma política de saúde adequada à realidade dos
nossos dias.
Democracia não é uma palavra solitária. Ela se fortaleceu na vida dos
povos e na história das nações na companhia virtuosa de direitos civis e
avanços sociais arduamente conquistados nas lutas por soberania, justiça e
dignidade. Sua capacidade de inaugurar o futuro e legitimar a mudança
adicionou atributos civilizatórios ao processo de desenvolvimento. Acima de
tudo, o desenvolvimento é uma mudança da sociedade que liberta seu
potencial e permite superar os desequilíbrios sociais que a constrangem. Trata-
se, portanto, de uma obra singular de arquitetura política, razão pela qual
requer estruturas democráticas que o sustentem, e um projeto social que o
conduza.
A busca pela democracia, e no caso particular pela democracia como
direito de acesso à saude de todos os cidadãos, deve ser uma busca
constante. Uma busca dos gestores e técnicos, pois deles depende o
andamento das políticas de saúde; e principalmente dos usuários, do grande
povo, daqueles que recebem dia a dia o resultado de diretrizes adotadas para o
beneficiamento de sua saúde. Atualmente, a gravidade dos problemas médico-
sanitários que afetam vastas camadas da população brasileira, em
conseqüência do pauperismo em que vivem mergulhadas, de par com a
escassez dos recursos para enfrentá-los, representa o grande desafio lançado
à lucidez das autoridades sanitárias no exercício da democracia no âmbito da
saúde.
O binômio necessidades e recursos configura a fixação de diretrizes
de uma nova política de saúde que se fundamente no conhecimento da
realidade econômico-social do País, na análise crítica das experiências
históricas dos modelos conhecidos e no aproveitamento da técnica posta à
serviço da luta contra as enfermidades. A limitação dos recursos corteja com a
vastidão dos problemas, torna imperiosa uma disciplina, uma racionalização,
uma política que defina as prioridades, estime custos, indique benefícios e
estabeleça prazos, uma sistemática nova que traduza em objetivos realistas, se
exprima em programas para cuja elaboração, controle e execução, exige,
inclusive, uma constantemente preparação da secretaria de saúde através de
sua reorganização administrativa.
Neste momento em especial, onde os vários segmentos da sociedade
se vêem representados, e onde a democracia parece residir, que tenhamos a
lucidez e o entusiasmo para defendermos o patrimônio comum do povo
brasileiro: o Sistema Único de Saúde. Mais do que nunca, é o momento de,
lado a lado, braço a braço, buscar soluções possíveis e caminhos melhores
para as políticas públicas de saúde, na tentativa de garantia de uma sociedade
mais igualitária, solidária e com melhor qualidade de vida e saúde.
Que este seja um momento histórico. Muito obrigada e boa
conferência!

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