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LIVRO 1 | BIOLOGIA 2

Resoluções das Atividades


Sumário
Módulo 1 – O método científico – A origem da vida – A origem dos seres vivos..................................................................................................................................1
Módulo 2 – Introdução à evolução – Conceitos e evidências – Teorias evolucionistas – Fatores evolutivos.........................................................................................3
Módulo 3 – Genética das populações – Especiação – Seleção artificial e seu impacto sobre ambientes naturais e sobre populações humanas................................6

04 C
Módulo 1
Segundo Aristóteles, autor dessa teoria, que foi influen-
O método científico – A origem da vida – A origem ciado pela teoria platônica da existência de um mundo das
dos seres vivos imagens, as espécies surgem por geração espontânea, ou
seja, existiam diversas fórmulas que dariam origem a dife-
rentes espécies. Isto é, os organismos podem surgir a par-
Atividades para Sala tir de uma massa inerte segundo um princípio ativo (por
exemplo, nascer um rato da combinação de uma camisa
suja e de um pouco de milho). A geração espontânea per-
01 C maneceu como ideia principal do surgimento das espécies
Os príons são estruturas proteicas alteradas. Nos testes devido à influência que as crenças religiosas incutiam na
para detectar esses príons patogênicos, o de número 1 civilização ocidental, principalmente.
indica que o camundongo B morreu em virtude da ação
dessas proteínas alteradas. No teste 2, o anticorpo reco- 05 A
nhece o príon patogênico na lâmina A. No teste 3, o mar- A partir do século XIX, uma série de pensadores passou
cador específico se liga aos príons patogênicos na lâmina B. a admitir a ideia da substituição gradual de espécies por
outras, através de adaptações a ambientes em contínuo
processo de mudança. Essa corrente de pensamento
02 E
transformista, que vagarosamente foi ganhando adeptos,
Em I e II, verifica-se a observação de fatos que levam ao des- explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao
pertar da curiosidade, estabelecendo uma problematização. contrário do que propunham os fixistas. Para o transfor-
Em III, observamos a formulação de uma hipótese com mismo, a adaptação é conseguida através de mudanças. À
base nas informações já existentes sobre o assunto. medida que muda o meio, muda a espécie. Os adaptados
Em IV, temos a necessidade de desenvolver experimentos ao ambiente em mudança sobrevivem. Essa ideia deu ori-
controlados, observações ou mesmo simulações matemá- gem ao evolucionismo.
ticas (testar hipóteses). Evolução biológica é a adaptação das espécies a meios con-
tinuamente em mudança. Essa mudança das espécies nem
sempre implica aperfeiçoamento ou melhora.
03 E Fixismo era uma doutrina ou teoria filosófica bem aceita no
(V) século XVIII, que propunha, na Biologia, que todas as espécies
(V) fossem criadas tal como são por poder divino, e permanece-
(F) Francesco Redi era contrário à geração espontânea, riam assim, imutáveis, por toda sua existência, sem que jamais
tendo sido, no século XVII, um dos primeiros a questio- ocorressem mudanças significativas na sua descendência.
O criacionismo era visto por teólogos e filósofos de modos
nar a veracidade de tal evento com o experimento dos
diferentes: os teólogos afirmavam que Deus, o ser supremo
recipientes contendo pedaços de carne.
e perfeito, tinha criado todos os seres e, uma vez que era
(V) perfeito, tudo o que criava era perfeito também, portanto
(F) Lazzaro Spallanzani, Francesco Redi e Louis Pasteur as espécies foram colocadas no mundo já adaptadas ao
correspondem a um grupo seleto de cientistas contrá- ambiente para o qual foram criadas, e permaneceram imu-
rios à abiogênese (geração espontânea). Na verdade, táveis ao longo dos tempos; os filósofos, embora também
Spallanzani travou sérias discussões a respeito das ori- apoiassem a criação das espécies por Deus, acrescenta-
gens com John Needham, defensor da ideia do princí- vam que, quando se verificava uma imperfeição no mundo
pio ativo como responsável pelas origens de maneira vivo, esta se devia ao ambiente, que era corrupto e mutá-
espontânea. vel, portanto, imperfeito.

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06 D 05 B
De acordo com a teoria de Oparin e Haldane (Evolução A forma de raciocínio lógico que extrai uma verdade geral
Química – Hipótese de Evolução Gradual dos Sistemas a partir da observação de um grupo particular é chamada
Químicos), a Terra não era constituída de O2 livre, mas de indução. A partir dessa regra geral, ou dessa lei natural,
era rica em metano (CH4), amônia (NH3), hidrogênio (H2) e estabelecida pela observação do mesmo resultado repeti-
vapor de água (H2O). Sendo assim, a atmosfera primitiva das vezes, pode-se então deduzir (dedução é a forma de
apresentava composição redutora. raciocínio que extrai uma verdade particular de uma ver-
dade geral) que, se fulano é um ser humano – e já que todos
os seres humanos são mortais –, então fulano é mortal.
Atividades Propostas Desse modo, o texto de Descartes defende que a aplica-
ção de dedução lógica, a evidenciação experimental, per-
01 B mite à razão humana a busca por todo o conhecimento a
ser alcançado.
É perceptível que a questão requer única e exclusivamente
interpretação do texto, não havendo necessidade de se
06 A
estabelecer qualquer relação com a forma de produção
do conhecimento científico ou com a filosofia da ciência. Karl Popper estabeleceu o princípio de falsificabilidade,
Vale destacar que a canção faz referência à lenda, ao mito, segundo o qual uma hipótese passa a ser científica se for
falsificável, se por meio de algum experimento real ou ima-
à crença, o que provavelmente já leva o estudante à alter-
ginário for possível provar sua falsidade.
nativa correta, a única que contempla a ideia de outras cul-
Assim, ao contrário do que muitos pensam, o objetivo dos
turas.
cientistas não é defender o status quo ou proteger as leis
científicas contra contestações. Seu objetivo é justamente
02 C tentar contestar essas leis. Dessa forma, o método cientí-
fico implica na possibilidade constante de refutar leis ou
O trecho do relatório “... para decidir a questão, é impor-
verdades científicas, uma vez que as mesmas representam
tante empregar um meio conveniente que permita separar
apenas um estado de repouso do conhecimento.
o vapor da parte figurada do sêmen, e fazê-lo de tal modo
que os embriões sejam mais ou menos envolvidos pelo
vapor” demonstra a capacidade de formular uma hipótese 07 C
com base nas informações já existentes sobre o assunto. Adepto da teoria biogênica, Louis Pasteur, em 1861, por
meio de um experimento, conseguiu demonstrar conclu-
sivamente a impossibilidade da geração espontânea da
03 C
vida (hipótese tão defendia pelos abiogenistas), ou seja, a
A motivação principal dessas investigações, que ocupam origem da vida somente é possível a partir da matéria viva,
frequentemente o noticiário sobre Marte, deve-se ao fato de um ser vivo preexistente.
de que a presença de água indicaria a possibilidade de No experimento, Pasteur adicionou um caldo nutritivo a
existir ou de ter existido alguma forma de vida semelhante um balão de vidro com gargalo alongado. Em seguida,
à da Terra, devido à estrutura e às funções moleculares da aqueceu o gargalo, imprimindo a este um formato de tubo
água. curvo (pescoço de cisne). Após a modelagem, prosseguiu
com a fervura do caldo, submetendo-o a uma tempera-
tura até o estado estéril (ausência de micro-organismos),
04 C porém permitindo que o caldo tivesse contato com o ar.
As experiências não necessariamente envolvem as banca-
das de um laboratório ou tubos de ensaio. No entanto,
08 D
elas precisam ser montadas de forma a testar uma hipó-
tese específica e precisam ser controladas. Controlar uma A hipótese heterotrófica sugere que os primeiros organis-
experiência significa controlar todas as variáveis, de modo mos vivos, vivendo em ambiente aquático, rico em subs-
que apenas uma esteja aberta a estudo. A variável inde- tâncias nutritivas, sem O2 na atmosfera, nem dissolvido
pendente é aquela controlada e manipulada pelo respon- nas águas dos mares, deveriam utilizar vias metabólicas
sável pela experiência, enquanto a variável dependente anaeróbicas para simplificar matéria orgânica sem oxigê-
nio, ou seja, a fermentação.
não o é. À medida que a variável independente é mani-
pulada, a variável dependente é mensurada em busca de
variações. Controlar uma experiência também significa 09 D
montá-la de forma que haja um grupo de controle e um Para reproduzir o ambiente primitivo, ele inseriu uma mis-
grupo experimental. O grupo de controle permite que o tura de gases redutores (ausentes de oxigênio molecu-
responsável pela experiência estabeleça um parâmetro de larmente livres à base de amônia, metano, hidrogênio e
comparação, com números que ele possa confiar e que vapor de água) no interior de um balão de vidro, bombar-
não resultem das mudanças geradas pela experiência. deando-o com descargas elétricas.

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10 C 02 A
Segundo o texto e o experimento LHC, os pesquisadores O cladograma observado na figura da questão anterior
utilizarão os princípios de origem da vida e de transfor- demonstra a existência de uma ancestralidade comum
mação da energia, e poderão afirmar que a vida é o resul- entre as aves atuais e os dinossauros extintos há 65 milhões
tado de um processo de evolução gradual de sistemas de anos. O ovo de casca calcária e a membrana amniótica
químicos, em que compostos inorgânicos se combinaram, revelam uma homologia entre os grupos, tendo a cladogê-
nese favorecido o aparecimento de novidades evolutivas
originando moléculas simples, como aminoácidos, carboi-
nos grupos das aves, como penas e endotermia.
dratos, bases nitrogenadas, que, também, se combinaram,
originando moléculas mais complexas, como proteínas e 03 B
ácidos nucleicos, que finalmente originaram estruturas As patas dianteiras de um cavalo e a asa de um morcego
com capacidade de replicação e metabolismo, as quais constituem evidências da evolução porque são estruturas
seriam as primeiras formas de vida. homólogas, ou seja, possuem a mesma origem embrio-
nária evolutiva, apesar de o cavalo ter perdido os dedos,
11 A enquanto no morcego estes não só foram mantidos como
alongados. A asa de uma ave e o élitro (asa dura) do
O texto de Martini contempla a informação de que um
besouro (coleóptero) não correspondem a estruturas aná-
significativo aumento dos níveis de oxigênio atmosférico logas, uma vez que os élitros não exercem a mesma fun-
ocorreu em resultado do surgimento de um processo ção adaptativa que as asas das aves. Os fósseis constituem
metabólico específico no Período Cambriano. Esse pro- evidência de evolução, porque demonstram aspectos
cesso refere-se à fotossíntese realizada pelos organismos morfológicos que estabelecem possíveis ancestralidades
procarióticos autotróficos, chamados cianobactérias, pro- comuns, e não evolução por aperfeiçoamento (organismos
movendo a liberação de oxigênio e criando uma alteração mais especializados e mais adaptados que os extintos).
da atmosfera redutora para atmosfera oxidante.
04 B
(F) A descoberta de fósseis demonstra as variações ocorri-
12 A
das nos organismos ao longo do tempo, evidenciando
O holocausto do oxigênio foi uma espécie de “crise de possíveis transformações decorrentes de adaptações
poluição mundial” que ocorreu há 2 milhões de anos. ao ambiente no curso da evolução.
Nessa época, praticamente não havia oxigênio na atmos- (V)
fera. Quando surgiram os micro-organismos fotossinteti- (F) Na época de Darwin, ainda não havia conhecimento
zantes púrpuras e verdes, estes passaram a produzir oxi- profundo sobre os estudos da hereditariedade, pois
gênio a partir da água. O teor de oxigênio na atmosfera as descobertas das leis da hereditariedade de Gregor
aumentou significativamente a partir do surgimento da Mendel só ocorreram anos mais tarde. Além disso, o
comportamento dos genes é completamente asso-
fotossíntese. Com isso, houve uma grande perda da bio-
ciado à transmissão dos caracteres.
diversidade, especialmente as formas vivas anaeróbicas. A
(F) Darwin estabeleceu que os mecanismos evolutivos
“pegada antrópica” seria uma consequência semelhante,
eram gerenciados por uma força seletiva do ambiente
denominada a “sexta grande extinção”, porém a poluição em dependência com os meios bióticos.
resultaria das atividades antrópicas (humanas). (V)
(F) O naturalista Charles Darwin não estabeleceu qualquer
referência a alterações na molécula de hereditariedade
Módulo 2 (DNA), uma vez que não havia conhecimento sobre os
processos mutacionais, fato que só ocorreu no século
Introdução à evolução – Conceitos e evidências – XX com o neodarwinismo.
Teorias evolucionistas – Fatores evolutivos 05 A
Quando estruturas são semelhantes apenas por exerce-
Atividades para Sala rem a mesma função, são denominadas estruturas análo-
gas. Sendo assim, elas não derivam de modificações de
estruturas semelhantes existentes no ancestral comum.
01 A
Segundo os estudos evolutivos, as estruturas análogas são
A sistemática filogenética consiste na constituição de cla- resultado de um processo denominado evolução conver-
dogramas baseados na relação de ancestralidade comum gente (ou convergência evolutiva), que acontece quando
entre os indivíduos. A contemporaneidade dos grupos organismos evolutivamente não tão próximos asseme-
reside na existência de homologias a partir da análise de lham-se em função da adaptação a uma mesma condição
registros fósseis. ecológica.

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06 A forma, na cadeia alimentar referida no ecossistema pré-


Os estudos dos seres vivos têm demonstrado uma organi- -histórico da questão, teríamos uma relação de fluxo de
zação anatômica das estruturas corporais com um significa- energia predador-presa, em que o número de presas era
tivo grau de semelhança entre algumas espécies, apesar de maior que o de predadores, fato observado nas cadeias
observarmos o desempenho de funções diferentes. Como alimentares atuais e denominado pirâmide direta.
exemplo, podemos citar as asas de um beija-flor e as nada-
02 C
deiras de um pinguim, as nadadeiras de um golfinho e os
membros anteriores (braços) de uma pessoa. Em sua mais Quando certas espécies sem qualquer grau de parentesco
conhecida publicação, Charles Darwin defendeu que todas com os animais cuja carne desagrada aos carnívoros, mas
as formas de vida descenderam de ancestrais comuns que cuja evolução se tem feito nos mesmos locais, imitam de
viveram em um passado remoto, dos quais teriam herdado uma forma notável essa coloração, temos uma colora-
a estrutura de mesmo padrão ósseo. Dessa forma, estru- ção de aviso. Essas espécies miméticas constituem uma
turas que derivam de estruturas presentes em um mesmo presa agradável para o predador, mas são protegidas pela
grupo ancestral comum, refletindo, portanto, parentescos semelhança com as que lhe são repugnantes. Esse tipo de
evolutivos, são denominadas estruturas homólogas. mimetismo é conhecido como batesiano, do nome H. W.
Bates, que o descobriu.
07 E
A mutação corresponde a qualquer modificação súbita 03 C
e hereditária no conjunto gênico de um organismo, que O conceito de adaptação biológica (pode ser morfológica
não é explicada pela recombinação da variabilidade gené-
e/ou fisiológica) tem sido considerado uma das ideias cen-
tica preexistente. Um organismo mutante é aquele cujo
trais do modelo explicativo darwinista para as mudanças
fenótipo alterado é causado por uma possível mutação.
evolutivas das formas vivas. Em âmbito semântico, seu sig-
As mutações gênicas são consideradas as fontes primá-
nificado é consistente com aquele que encontramos em
rias do fenômeno de variabilidade, uma vez que aumenta
o número de alelos disponíveis em um locus. Assim, as sua etimologia, a partir dos termos latinos ad + aptus, ou
mutações ocorridas ao longo do tempo pelo vírus HIV seja, em direção a um ajuste.
estabelecem uma difícil ação profilática por meio de imu- Dessa forma, esse “ajustamento” que todo ser vivo apre-
nização ativa (vacina). senta em relação ao seu ambiente é chamado adaptação.
Compartilhando da opinião de Bock que, em 1979, afir-
08 A mou “uma adaptação é, assim, uma característica do orga-
A análise dos gráficos permite-nos afirmar que, na lagoa nismo que interage operacionalmente com algum fator do
permanente, houve uma seleção positiva dos insetos sem seu ambiente de tal modo que o indivíduo sobrevive e se
asas (ss), enquanto na lagoa temporária, a frequência reproduz”. Dessa forma, a resistência da bactéria a partir
maior ocorreu com os insetos de genótipo Ss (asas cur- da ação sistematizada do uso de antibióticos corresponde
tas). Assim, poderemos concluir que a seleção natural atua a um processo adaptativo.
favorecendo fenótipos diferentes nas duas lagoas.
04 B
09 B
Em anatomia comparada, quando encontramos estrutu-
Durante o processo meiótico, os pares de cromossomos
ras que se revelam menores e mais simples que as partes
homólogos sofrem permutas (crossing-over) levando ao
correspondentes de espécies ancestrais, chamamos de
embaralhamento dos genes (as cartas do jogo). Posterior-
órgãos vestigiais. Assim, podemos concluir que a presença
mente, os pares de cromossomos homólogos se desfazem
e são distribuídos independentemente nos gametas. Esses e análise de órgãos vestigiais podem revelar a existência
mecanismos aleatórios de variabilidade caracterizam a de parentesco evolutivo entre as espécies comparadas.
recombinação genética, e alimentam de aleatoriedade as
05 C
variações populacionais onde o ambiente atua de forma
seletiva. Conforme observamos, a questão analisa a relação entre
o mecanismo evolutivo e a distribuição geográfica (den-
sidade de indivíduos com fenótipos variáveis) na América
do Norte. Assim, podemos concluir que o substrato (cor
Atividades Propostas do solo) é um fator edáfico de seleção natural, em que
as variações de pigmentação apresentadas pelos ratos da
01 B espécie em questão são positivamente selecionadas pela
Uma pirâmide de números expressa a quantidade de indi- sobrevivência daqueles de mesmo pigmento que o solo.
víduos presente em cada nível trófico da cadeia alimentar. Seleção natural, dentre outros significados, quer dizer:
Como o número de indivíduos diminui ao longo dos suces- persistência do mais capaz à preservação das diferen-
sivos elos de uma cadeia alimentar, a pirâmide de número ças e das variações individuais favoráveis, e à eliminação
é representada com o vértice voltado para cima. Dessa das variações nocivas. As variações insignificantes, isto é,

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as que não são nem úteis nem nocivas ao indivíduo, não 11 C


seriam prejudicadas pela seleção natural e seriam deixa-
Seleção natural consiste em uma força ambiental que favo-
das no estado de elementos variáveis, talvez como as que
rece a seleção dos indivíduos que, de alguma forma, pos-
vemos em algumas espécies polimorfas, tornando-se fixas,
suem caracteres que beneficiam sua sobrevivência e, com
graças à natureza do organismo e das condições de vida.
isso, aumentam seu potencial para deixar descendentes.
06 A Esse efeito seletivo resulta, em parte, da disponibilidade
restrita dos recursos ofertados pelo ambiente.
A característica citada, ou seja, propriedade de fêmeas
de certos mamíferos abandonarem a prole momentanea- 12 B
mente, a fim de encontrar alimentos, reflete o pensamento
Segundo Lamarck, cada espécie atual surgiu por transfor-
darwiniano sobre a evolução da vida, que tem como um
mações sucessivas de uma forma primitiva. O ambiente
dos fundamentos a seleção natural, e ainda sugere que, na
pode forçar a mudança de hábitos de um ser vivo, levando
luta pela sobrevivência, os organismos melhor adaptados
ao crescimento de certas estruturas e à atrofia de outras em
sobrevivem e se reproduzem, transmitindo à prole suas
seu organismo, em função do uso e desuso dos órgãos. O
características favoráveis.
equívoco observado no item D corresponde à informação
07 A de incorporação de característica ao patrimônio genético,
uma vez que Lamarck desconhecia qualquer informação
Para Charles Darwin, evolução é um fato histórico, de
sobre hereditariedade, apesar da análise da questão criar
maneira que as espécies sofrem modificações ao longo do
essa dúvida.
tempo. No entanto, a variabilidade é um caráter próprio
de cada ser vivo em que atua a seleção natural, favore- 13 C
cendo a sobrevivência do mais apto. Darwin desconhecia
Nas Ilhas Galápagos, Darwin observou a semelhança entre
os mecanismos responsáveis pela variabilidade, sendo
as espécies de tentilhões com uma que vivia no conti-
estes elucidados pelo neodarwinismo.
nente, um pouco distante do arquipélago. Isso permitiu
08 E a ele supor que indivíduos pertencentes à população
As larvas das borboletas atuais, da família Ithomiinae, de tentilhões do continente haviam migrado, há muito
encontradas na Mata Atlântica e na Floresta Amazônica, tempo, para essas ilhas, onde, por meio de seleção natu-
apresentam especificidade pelos vegetais da família ral, teriam surgido populações com adaptações diferen-
Solanaceae existentes nesses biomas. Tal processo tes. No entanto, todos teriam o mesmo ancestral comum.
demonstra a existência de uma oferta limitada de vege- E expandiu sua ideia para todo o mundo natural. Estudos
tais da família Apocynaceae, sendo que a abundância dos recentes, como os observados no texto, revelam a evidên-
vegetais da família Solanaceae teriam favorecido uma cia de que o homem e os macacos possuem um ancestral
seleção natural das borboletas que apresentassem essa comum na história evolutiva.
variedade trófica em seu nicho ecológico.
14 D
09 C O significado do termo evolução, em Biologia, não implica
A publicação do livro A origem das espécies marca um necessariamente melhora, nem avanços, nem progres-
dos mais importantes momentos da história das ciên- sos. O que ocorre, na verdade, é a adaptação do grupo
cias naturais. Nele, o naturalista vitoriano Charles Darwin biológico, por meio da seleção natural, às condições do
defende que a variabilidade dos seres vivos é resultado de ambiente. Uma característica que seja adaptativa em um
um ambiente que atua de forma seletiva, e não de propor- determinado meio poderá não o ser em outro contexto.
ções variáveis resultantes de uso e desuso. Sendo assim,
15 A
Darwin faz uma severa crítica ao modelo evolucionário
defendido por Lamarck. Os tentilhões da espécie A possuíam uma diversidade de
fontes nutricionais (sementes de diversos tamanhos). No
10 D entanto, com a chegada da espécie B que possuía uma
A frase em destaque apresenta um visão lamarckista do capacidade adaptativa melhor de conseguir as sementes
transformismo, em que as variações dos indivíduos resul- de grande porte, promoveu uma pressão seletiva posi-
tam de esforços repetidos em se adaptarem às novas con- tiva dos indivíduos da espécie A que se alimentavam das
dições do ambiente. Na verdade, essas variações encon- sementes menores, pois não tinham que competir com os
tram-se no material genético do ser vivo, como resultado tentilhões da espécie B. Sendo assim, a seleção natural
de mutações espontâneo-aleatórias que serão adaptativa- que favorece o aumento da frequência de uma caracterís-
mente favorecidas pelo ambiente seletivo. tica fenotípica extrema é do tipo direcional.

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16 B
Módulo 3
De acordo com o número de representantes de aves ten-
tilhões e o caráter fenotípico do bico, podemos concluir Genética das populações – Especiação – Seleção
que as aves com bico de “forma afinada” (população I) e artificial e seu impacto sobre ambientes naturais e
as aves com bico de “forma larga” (população II) apresen- sobre populações humanas
tam maior frequência, ou seja, foram selecionadas positi-
vamente em detrimento das aves de “bico intermediário”.
Sendo assim, a seleção positiva dos caracteres extremos Atividades para Sala
revela uma seleção disruptiva ou diversificadora.
01 B
17 E AA
Enrolar a língua: A 64%
Os seres humanos surgiram recentemente na história evo- Aa
lutiva do nosso planeta, portanto não tem sua origem no
Período Devoniano. A maior taxa de extinção se deu na Não enrolar a língua: a aa 36%
passagem do Período Permiano para o Triássico. Nem f(a) = 36% = 0,36
todos os eventos de extinção resultaram no desapareci-
f(a) ⋅ f(a) = 0,36
mento de mais de 70% das espécies. A extinção massiva
dos dinossauros ocorreu no fim do Período Cretáceo. f(a)2 = 0,36
f(a) = 0, 36
18 A f(a) = 0,6
Com base nos conhecimentos sobre seleção natural e f(A) + f(a) = 1
fazendo uso de suas características particulares é possível
f(A) = 1 – f(a)
afirmar: I – Seleção estabilizadora, II – Seleção direcional e
III – Seleção diversificadora. f(A) = 0,4
Na seleção estabilizadora, indivíduos portadores de carac- f(Aa) = 2 · f(A) ⋅ f(a)
terísticas intermediárias são mais aptos. Por exemplo, ima- f(Aa) = 2 · 0,4 ⋅ 0,6
gine uma espécie vegetal com genótipos AA, Aa e aa.
f(Aa) = 0,48
O alelo A confere resistência frente ao herbicida A, e o
alelo a confere resistência frente ao herbicida B. A aplica- f(Aa) = 48%
ção simultânea dos herbicidas A e B eliminaria os indiví-
duos AA e aa, restando assim somente os indivíduos Aa, 02 B
trata-se assim de um exemplo de seleção estabilizadora. f (C ) = 30%
Na seleção direcional, os indivíduos são selecionados ↓
mediante duas características. Por exemplo, vírus HIV resis- 30
P=
tentes ou sensíveis ao AZT. Com a utilização do fármaco 100
AZT, há eliminação dos vírus sensíveis e manutenção dos P = 0, 3
resistentes, logo há deslocamento da curva para a direita q = 0, 7

pela prevalência de um só tipo de indivíduo na população.
f (CC ) = p2 f (Cc ) = 2pq
Na seleção disruptiva, a população apresenta indivíduos
f (CC ) = (0, 3)
2
com três características distintas, porém somente os tipos f (Cc ) = 2 ⋅ 0, 3 ⋅ 0, 7
extremos estão mais adaptados às condições do ambien- f (CC ) = 0, 09 ou 9% f (Cc ) = 0, 42 ou 42% = 51%
tes. Trata-se de uma forma de seleção em que o tipo
↓ ↓
mediano é eliminado mais facilmente que os demais. Ima-
Homens calvos Homens calvos
ginemos, por exemplo, que em uma ilha hipotética, o tipo
de semente seja o fator de pressão seletiva; há sementes +

pequenas, médias e grandes e aves com bicos também
distribuídos em três padrões, e cada uma está adaptada a 03 B
um tipo de alimento. Se, por acaso, houver alterações cli- f(b) = 30% f(b) = 0,3
máticas que interfiram na produção de sementes de tama- Pop = 1.000 IND.
nho médio, as aves com bicos médios serão eliminadas e Heterozigotos = ?
permanecerão as de bicos pequenos e grandes ou longos. f(B) + f(b) = 1
Assim, observa-se o desaparecimento do tipo mediano e f(B) = 1 − 0,3
a manutenção dos tipos extremos. f(B) = 0,7 = 70%

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f(Bb) = 2 · f(B) · f(b) e, por isso, a frequência alélica muda continuamente na


f(Bb) = 2 · 0,7 · 0,3 mesma direção. Sob seleção direcional, o alelo vanta-
f(Bb) = 0,42 = 42% joso vai aumentar em frequência independentemente
1.000 — 100% da sua dominância em relação aos outros alelos (isto é,
x — 42% mesmo que o alelo vantajoso seja recessivo, eventual-
x = 420 mente ficará fixado na população). A seleção direcio-
nal age sobre os fenótipos extremos (homozigotos) de
04 D uma população ao longo das gerações. Dessa forma,
Para se calcular as frequências dos gases nas populações, podemos concluir que os exemplos mencionados no
devem ser obedecidas algumas condições como: trecho do livro Evolução, ciência e sociedade, abordado
• população grande; na questão, demonstra tipos de seleções direcionais.
• cruzamento ao acaso;
• ausência de migrações; 09 B
• ausência de mutações; A análise gráfica permite-nos observar os dados coletados
• ausência de seleções naturais. da aplicação do inseticida DDT em uma população de mos-
Logo, se estão acontecendo alterações nas frequências quitos durante vários meses. Verificamos que, logo após a
das populações, novos genes podem estar aparecendo, o 1a aplicação (ocorrida com 2 meses), houve um declínio
que acarretará novos processos seletivos, caracterizando a significativo na população dos insetos, caracterizado pela
evolução dessa população. seleção negativa dos indivíduos sensíveis ao DDT. Durante
a curva II, houve a seleção positiva dos insetos resistentes,
05 C fato observado pelo retorno do crescimento da população
O isolamento reprodutivo se refere aos vários mecanis- de insetos a partir do 3o mês de observação e coleta dos
mos que bloqueiam as permutas de genes entre espécies dados. Assim, podemos concluir que o DDT tem ação sele-
diversas, no caso descrito, subespécies, que vivem em tiva sobre populações de insetos.
uma mesma área (simpatria); assim, afirmamos tratar-se de
espécies diferentes, uma vez que uma espécie é um grupo
de indivíduos capazes de cruzar entre si na natureza e de Atividades Propostas
produzir descendentes férteis. Pelo exposto no texto, não
há fluxo gênico entre as subespécies.
01 C
06 E XdY → homens daltônicos → f(d)
O processo de especiação é definido pela ocorrência de XdXd → mulheres daltônicas → f(dd)
isolamento reprodutivo entre populações, ou seja, quando Assim, a frequência de mulheres daltônicas seria:
não há mais a possibilidade de fluxo gênico entre elas. No 2
item A (falso), a condição necessária para o surgimento  90  81
f(homens daltônicos)2 =  = = 0, 81%
de uma nova espécie seria a ocorrência desse isolamento  1.000  100 ⋅ 100
reprodutivo, e não apenas as variadas condições climáti-
cas. No item C (falso), caso as três populações de plantas 02 B
constituíssem populações de espécies diferentes, não seria Homens com raquitismo hipofosfatêmico = XRY = f(R),
mais possível o cruzamento entre elas. Quando ocorre a então:
separação geográfica por um longo período, configura-se
a ocorrência de diferenças entre as populações, e essas f (R ) = 40%
podem ser tão significativas a ponto de se estabelecerem 40
duas ou mais raças geográficas (subespécies). P= = 0, 4
100
q = 0, 6
Portanto:
07 A
f(XRXr) = 2pq
O mecanismo de especiação alopátrica tem início com o
f(XRXr) = 2 · 0,6 · 0,4
isolamento geográfico, ou seja, a separação em duas sub-
f(XRXr) = 0,48 ou 48%
populações por uma barreira intransponível. Observa-se,
de acordo com o enunciado, que depois de alguns anos,
os indivíduos das duas ilhas haviam perdido a capacidade 03 E
de se cruzar e de gerar descendentes férteis, configurando Uma das condições para a manutenção das frequências
o isolamento reprodutivo. Assim sendo, houve especiação. genotípicas e fenotípicas de uma população constante é
que a população seja panmítica, portanto, muito grande
08 E (milhares de indivíduos) para que as proporções estatísti-
Em genética populacional, a seleção direcional ocorre cas se verifiquem e para minimizar a ocorrência de oscila-
quando a seleção natural favorece um único fenótipo ção gênica.

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04 C 08 B
Considerando uma população com 10.000 indivíduos, Quando duas populações se encontram separadas geo-
temos: 6.400 indivíduos AA ou 64%, 3.200 indivíduos Aa graficamente, é possível verificar que fatores evolutivos
ou 32% e 400 indivíduos aa ou 0,4%. que promovem variabilidade, associados às diferentes res-
Frequência dos genótipos: sões seletivas do ambiente, favorecem uma diferenciação
64 fenotípica e genotípica dos dois grupos. Porém, a garantia
f(AA) =
100 de especiação somente é confirmada com o isolamento
64 reprodutivo (caso haja cruzamento, nascerá descendentes
p2 =
100 estéreis).
p ou f(A) = 8/10 ou 0,8. Daí, o valor de q ou f(a) = 0,2.
Dessa forma, a frequência do gene A é 4 vezes maior que
09 D
a do gene a.
As espécies existentes hoje resultaram da combinação de
05 D uma série de processos que modificaram seus antepas-
sados para que continuassem vivendo em um ambiente
Sabendo-se que 84% da população expressam a caracte-
rística dominante, conclui-se que 16% são homozigotos também em movimento, processo que a ciência chama de
recessivos. Assim, temos: especiação. Ernst Mayr, na década de 1940, afirmou que,
16 se uma população é separada ou dividida por uma barreira
f(aa) =
100 geográfica e evolui de forma independente, a divergência
16 genética acabará levando ao isolamento reprodutivo, con-
q2 =
100 firmando a especiação.
4
q= ou 0,4. Então, p = 0,6. 10 C
10
Já a frequência de indivíduos heterozigotos seria: O isolamento reprodutivo corresponde a um meca-
f(Aa) = 2pq nismo que bloqueia a troca de genes entre as popula-
f(Aa) = 2 · 0,6 · 0,4 ções das diferentes espécies existentes na natureza. Não
f(Aa) = 0,48 ou 48% se esqueça de que o conceito de espécie se baseia jus-
Daí, 48% de 500 indivíduos = 240 indivíduos. tamente na possibilidade de trocas de genes entre os
organismos, levando a uma descendência fértil. No isola-
06 D mento pós-zigótico, é bastante comum a esterilidade da
O conceito de polialelia fica evidente por existirem 3 genes geração F1. Embora nasçam, cresçam e sejam vigorosos,
ocupantes do mesmo locus no cromossomo. Observa-se a os híbridos são estéreis, o que revela incompatibilidade
relação de dominância: AX > AY > AZ. Portanto: dos lotes cromossômicos herdados de pais de espécies
AX Determina a manifestação do fenótipo de (AX) diferentes, implicando a impossibilidade de ocorrência da
meiose. Não havendo meiose, não há formação de game-
AY AY tas e, consequentemente, não há reprodução. É clássico
Determina a manifestação do fenótipo de (AY)
AY AZ o exemplo do burro ou da mula, consequência do cruza-
mento de égua com jumento, pertencentes a duas espé-
AZ AZ Determina a manifestação do fenótipo de (AZ)
cies próximas, porém diferentes. Nesse caso, burro e mula
Dessa forma, a frequência de fenótipos que expressam o não constituem uma terceira espécie, sendo considerados
gene AZ é de: apenas híbridos interespecíficos. O exemplo visualizado
no texto é análogo ao do burro e da mula.
Indivíduos que exp ressam o gene A Z 1.500
f( A Z A Z ) = =
População 15.000 11 D
Seres de mesma ancestralidade sofreram pressões adap-
f(AZAZ) = 0,1
tativas diferentes, apresentando características distintas,
f(AZAZ) = 10%
adaptando-se a ambientes diversos.
07 D
12 B
A configuração de duas entidades biológicas (espécies)
diferentes se estabelece quando há uma incapacidade O isolamento geográfico fez com que as modificações
de promover reprodução com geração de descenden- que foram sendo adquiridas ao longo de milhares de anos
tes férteis. Nesse caso, configura-se um isolamento ficassem restritas a essa população, gerando uma nova
reprodutivo. espécie.

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13 E indefinidamente sem praticamente nenhum controle. Os


fatores grifados no texto representam uma diminuição da
Deslocamento de caráter refere-se ao fenômeno no qual
resistência do meio. O ruim desse tipo de crescimento é
diferenças entre espécies similares, cujas distribuições
que a tendência é que essa curva cresça muito até chegar
se sobrepõem geograficamente, estão acentuadas em
a um limite em que os recursos do meio se esgotem e haja
regiões onde as espécies coexistem, mas estão minimiza-
uma queda brusca dessa população.
das ou não existem onde a distribuição das espécies não
se sobrepõem.
Radiação adaptativa é a denominação dada ao fenômeno 16 B
evolutivo pelo qual se formam, em um curto espaço de O quadro pandemiológico da AIDS no mundo favoreceu
tempo, várias espécies a partir de uma mesma espécie um amplo avanço da indústria de antirretrovirais. Hoje, já
ancestral da qual diversos grupos se separaram, ocupando são mais de 20 medicamentos disponíveis no mercado.
simultaneamente vários nichos ecológicos livres, eventual- Contudo, esse tratamento terapêutico traz um problema
mente dando origem a várias espécies diferentes. para as futuras gerações: o alto poder mutante do vírus
Seleção natural é um processo da evolução proposto por HIV somado à ação seletiva da aplicação contínua de uma
Charles Darwin e aceito pelo mainstream da comunidade variedade dessas drogas nos pacientes têm permitido o
científica como a melhor explicação para a adaptação e surgimento de cepas virais multirresistentes aos medica-
especialização dos seres vivos, evidenciada pelo registro mentos disponíveis no mercado.
fóssil. Outros mecanismos de evolução incluem deriva
genética, fluxo gênico e pressão de mutação. 17 E
O conceito básico de seleção natural é que características O uso indiscriminado de antibióticos na população favo-
favoráveis que são hereditárias tornam-se mais comuns receu, ao longo de décadas sem uma devida fiscalização
em gerações sucessivas de uma população de organismos dos órgãos de controle da saúde nacional, a seleção de
que se reproduzem, e que características desfavoráveis linhagens de bactérias mutantes, resistentes aos antibió-
que são hereditárias tornam-se menos comuns. A seleção ticos, trazendo um quadro preocupante para a saúde da
natural age no fenótipo, ou nas características observáveis população como um todo.
de um organismo, de tal forma que indivíduos com fenóti-
pos favoráveis têm mais chances de sobreviver e reprodu- 18 A
zir-se do que aqueles com fenótipos menos favoráveis. A administração de leite durante os períodos lactentes
A microevolução é a ocorrência de mudanças de pequena dos mamíferos, como observado entre povos pastoris da
escala na frequência genética de uma população, ao Tanzânia, do Quênia e do Sudão, além de outros lugares,
longo de um número reduzido de gerações. Essas altera- favoreceu a seleção de genes mutantes (surgidos de forma
ções ocorrem ao nível ou abaixo do nível taxonômico da aleatória e distinta entre os povos) que se fixaram na popu-
espécie. lação ao longo do tempo, revelando um fenômeno curioso
Especiação é o processo evolutivo pelo qual as espécies de convergência evolutiva.
de seres vivos se formam. Esse processo pode ser uma
transformação gradual de uma espécie em outra (anagê-
nese) ou a divisão de uma espécie em duas por cladogê-
nese.

14 C
A competição funciona como um fator seletivo, favore-
cendo a sobrevivência dos mais aptos.

15 C
A capacidade de crescimento de uma população é o seu
potencial biótico, que é medido por meio de fatores como:
capacidade de reprodução da espécie, mecanismos de
defesa contra predadores, resistência a doenças, capaci-
dade de migração, de adaptação a mudanças ambientais
etc. Assim, uma espécie não cresce indefinidamente, pois
existem fatores que impedem que isso ocorra, como com-
petição, predatismo, escassez de recursos do meio. Isso é
importante para que a população não ultrapasse o limite
determinado que o ambiente seja capaz de sustentar.
Assim, todas as populações crescem formando curvas sig-
moides, pois apresentam um ponto de estabilização deter-
minados pela resistência do meio. A população humana é
a única que cresce em uma curva J (jota), ou seja, cresce

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