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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

KARYNE FLORÃO GHELLER

Resumo: Texto sobre Roma de Perry Anderson, com enfoque em


LATIFÚNDIO.

SÃO PAULO

2016
KARYNE FLORÃO GHELLER

Resumo: Texto sobre Roma de Perry Anderson, com enfoque em


LATIFÚNDIO.

Resumo sobre a leitura do texto “Roma” de

Perry Anderson; parte de seu livro “Passagens

da Antiguidade ao Feudalismo” (1974). Resumo

com enfoque no latifúndio romano, para a disciplina

“Roma Antiga e o poder universal romano”.

Professor: Ettore Quaranta.

SÃO PAULO

2016
O surgimento do latifúndio escravista romano é consequência direta da
expansão territorial romana. A cada conquista de território, os cativos destas
batalhas se tornavam escravos do império e serviam em grandes latifúndios,
cuidando do plantio e colheita. Tais latifúndios, em sua maioria, de propriedade
de nobres e aristocratas; porém sem a presença da escravidão agrícola
dilatada por uma vasta porção de terra como teria na crise da República
Romana. Como diz o autor do texto lido: “Foi a República Romana que primeiro
uniu a grande propriedade agrícola com a escravidão em grupos no interior em
maior escala.” (ANDERSON, 1974, p. 58).

A implantação da escravidão como uma maneira organizada de produção


foi estruturada nas bases da aristocracia urbana, que já detinha uma
supremacia econômica e social em relação à cidade como um todo. Teve como
decorrência um sistema latifundiário escravista extensivo; em que foi usado de
mão de obra para as gigantescas explorações iniciadas em meados do século
III a.C. Tendo em vista que tal ato só se torna possível através de guerras
como as Guerra Púnicas, Macedônica, e contra Jugurta, Mirtrídates e Gália,
que deram nas mãos dos governantes romanos o poder sobre o mundo
mediterrâneo; as batalhas travadas em nome das já ditas guerras,
esparramavam escravos de guerra na Itália para deleite da classe dominante
romana. Nesse ínterim, tais lutas quase que doavam os territórios expropriados
de vítimas para a oligarquia senatorial romana; sabendo-se que do ano 200 ao
167 a.C, uma média de 10% de todos os romanos livres e adultos eram
membros permanentes desse exército, o que só deu certo por causa do
trabalho escravo – pois com isso seus “donos” eram liberados para servirem
ao exercito da Republica – sempre trabalhando com a premissa de que quanto
mais batalhas vitoriosas os romanos tivessem, mais cativos militares teriam
para distribuir às aldeias e propriedades da Itália.

Esse formato escravista deu origem ás propriedades agrícolas com uma


vastidão de escravos, até então jamais vista. Os latifundiários, para controlar
suas extensas propriedades, sempre prezavam para que todo o seu território
ficasse sob vigilância de feitores e agentes. Uma comparação que o autor faz e
que é de extrema valia se tratando dos tamanhos das propriedades dos nobres
romanos, é: “[...] Tais propriedades dispersas eram, no entanto, notavelmente
maiores do que as suas predecessoras gregas, frequentemente excedendo os
120 hectares (500 iugera); e propriedades consolidadas, como a de Plínio, o
Jovem, na Toscana, podiam ter 1200 hectares ou mais.” (ANDERSON, 1974,
p. 59). Estas extensões de terra, em sua maioria, eram cultivadoras de uva,
oliveiras e cereais, intercaladamente, pela mão de obra escrava.

O sistema de latifúndio escravista extensivo remodelou a sociedade


erradicada na Itália naquele tempo. As lavouras dos nobres romanos estavam
lotadas de escravos trabalhando; mas também a indústria e o comércio. Como
Anderson cita em sua obra, existem estimativas assustadoras acerca do
aumento da sociedade da época, com números como: em 225 a.C., existiam
60 mil escravos para 4 400 000 pessoas livres; já no ano de 43 a.C., existiam 3
000 000 escravos para 4 500 000 pessoas livres. É claro como a população
escrava quintuplicou, algo jamais visto nesta escala no Mundo Antigo.
Indubitavelmente, a escravidão trouxe benefícios para a aristocracia romana,
sendo junto com o militarismo predatório da República, os principais meios de
acúmulo econômico; formando assim um ciclo: As guerras traziam escravos,
terras e tributos, e os tributos, os escravos e as terras propiciavam os artefatos
para as guerras.

Em síntese, o latifúndio romano tinha seu sistema escravista e extensivo,


que lhe fornecia – por causa das guerras - terras, tributos e obviamente, mais
mão de obra escrava para continuar os cultivos intercalados da tríade
mediterrânea.

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