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Atributos Necessários ao Goleiro

De acordo com Carlesso (1981, pág 95) “exige-se de um goleiro um tal acúmulo
de capacidades corporais e psíquicas que só podem ser encontradas em poucos
jogadores. A posição do goleiro requer um ensino muito especial e diverso dos demais
jogadores e, mais ainda, uma educação e orientação espiritual diferentes.”
Estes atributos extremamente importantes, serão explicados um a um seguindo a
idéia de diversos estudiosos da área.

1. – Padrões Físicos

1.1. – Antropométricos

1.1.1. – Peso

O peso do goleiro segundo Abelha (1999, pág 15) tem que ser proporcional à sua
altura, a quantidade de gordura é pequena, maior quantidade de massa magra e músculo.
Seu peso tem que ser proporcional a sua altura. Não poderá ser muito magro
porque, terá que suportar atacantes hábeis e fortes sobre sua meta (CARLESSO, 1981).
Carlesso (1981, pág 95) segue falando que o goleiro gordinho também tem suas
desvantagens. Ele perde um pouco de sua agilidade tão usada pelos goleiro.

1.1.2. – Estatura

A altura não é qualidade decisiva, pois, embora a maioria dos bons goleiros seja
alto, há casos de homens relativamente baixos que têm conseguido sucesso. Mas, se às
demais qualidades se puder juntar a altura, é claro que isto será excelente, porque há
certas jogadas que se tornam relativamente fáceis para o jogador alto e que exige um
grande esforço do jogador baixo. Um exemplo de goleiro baixo que se deu bem no
futebol foi o famoso Jorge Campos Navarret, onde atuou por muitos anos como titular
na Seleção do México (SANTOS, 1979).
Abelha (1999, pág 15) fala que a melhor altura situa-se entre 1,80 e 1,90 cm, não
querendo dizer que com um pouco mais ou menos não possua condições de ser goleiro.
Carlesso (1981, pág 95) fala que uma boa altura é acima de 1,80. ele completa
falando que quanto mais alto mais cuidados teremos com sua flexibilidade e velocidade.
Santos (2002) conta em seu livro que se quiséssemos estabelecer um padrão de
estatura do goleiro, ela cituar-se-ia em torno de 1,85 m a 1,95 m, salvo algumas
exceções.

1.2. – Neuromotoras

1.2.1. – Coordenação

É a realização de movimentos eficientes com harmonia e pouco esforço, ou seja,


maior performance e menor gasto energético. O equilíbrio e ritmo devem ser
trabalhados no sentido de melhorar a coordenação do atleta para que seus movimentos
sejam precisos e seguros (ABELHA, 1999).
Fonseca (1998), pensa de for semelhante, onde podemos considerar por
coordenação a qualidade física que permite um combinação físico-motora, onde o gesto
executado será realizado com mais facilidade favorecendo uma ação mais eficaz dos
diversos grupos musculares na realização de movimentos seqüentes, proporcionando
além da eficiência uma economia de energia.
Um atleta poderá ser uma perfeita máquina de músculos, membros e ossos, mas
em hipótese alguma será um bom goleiro. Para isto, ele deve ter capacidade de
movimentar o corpo à sua vontade, o que significa coordenação (CARLESSO, 1981).
Barela (1998) afirma que a coordenação é um requisito indispensável a um
goleiro, o bom ordenamento dos segmentos, a transformação de posições anti-técnicas
em posições técnicas e o perfeito domínio da bola são dependentes da coordenação e da
destreza.
Submeter as demais condições físicas à coordenação, exige a observância de
quatro pontos fundamentais: ritmo – equilíbrio – relaxamento – Timing (CARLESSO,
1981).
Ritmo é a característica básica para a integração harmônica do atleta ao jogo. E
um bom goleiro é aquele que sabe equilibrar o corpo no solo e no ar, bem como sabe
alternar, cadenciadamente, os momentos de contração e relaxamento. A adaptação do
movimento do goleiro ao da bola define o Timing (tempo de bola) (CARLESSO, 1981).
Segundo Weineck (1999), as capacidades coordenativas são determinadas
sobretudo pelo processo dos movimentos e devem ser regulamentados. Estas
capacidades permitem ao atleta manifestar ações motoras em situações previsíveis
(estereótipos) e imprevisíveis (adaptação), além de desenvolver o aprendizado e o
domínio de movimentos nos esportes, diferenciando-se em capacidades potenciais e
adquiridas. As capacidades potenciais referem-se a requisitos básicos gerais para o
desempenho em diversos movimentos, enquanto que as capacidades adquiridas referem-
se aos movimentos já aprendidos e parcialmente automatizados.
Ainda seguindo Weineck (1999), dentro das capacidades potenciais temos as
capacidades gerais e as capacidades específicas. As gerais estão relacionadas com as
manifestações em diversos setores da vida cotidiana e esportiva, de modo que qualquer
movimento possa ser executado de modo eficiente e criativo. Já, as capacidades
potenciais específicas da coordenação formam-se no contexto de uma modalidade
esportiva específica e representam a possibilidade de variação em uma determinada
técnica esportiva, ela é caracterizada por movimentos específicos para as modalidades
esportivas. Dessa forma as capacidades coordenativas são requisitos para o controle de
situações que requerem reações rápidas. A habilidade é de grande importância na
profilaxia de lesões (permite evitar tombos, colisões e etc.), sendo também a base para a
capacidade de aprendizado sensorial e motor, facilitando o aprendizado motor de
movimentos difíceis e complexos, característicos dos goleiros. Além disso, as
capacidades coordenativas permitem que um movimento seja executado com economia
e precisão, permitindo num segundo momento o aprendizado de novas técnicas
esportivas e correção de movimentos já automatizados. (ARTIGO GOLEIRO DE
HANDEBOL)
A coordenação permite mais consciência na execução do movimento, estando
por isto ligada intimamente ao processo de informação colaborando, desta forma, para
um melhor desenvolvimento das qualidades de velocidade e agilidade (FONSECA,
1998).

1.2.2. – Flexibilidade

A flexibilidade é considerada como um importante componente da aptidão física


relacionada à saúde, e é definida como o grau de amplitude do movimento de uma
articulação, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesões.
Basicamente a flexibilidade se manifesta de duas formas, estática e dinâmica.
A flexibilidade ou mobilidade é bastante específica para cada articulação,
podendo variar de indivíduo para indivíduo e até no mesmo indivíduo, sendo assim, um
indivíduo que apresente níveis elevados de flexibilidade em determinada articulação,
necessariamente, não irá apresentar índices equivalentes em outras articulações.
Basicamente a flexibilidade é resultante da capacidade de elasticidade demonstrada
pelos músculos e os tecidos conectivos, combinados à mobilidade articular.
A flexibilidade tem uma grande importância na prática esportiva. Pois, uma
amplitude de movimento reduzida poderá prejudicar, o alcance da técnica satisfatória. A
manutenção de bons níveis de flexibilidade nas principais articulações tem sido
comumente associada a maior resistência às lesões e menor propensão quanto a
incidência de dores musculares, principalmente na região dorsal e lombar. (ARTIGO
NO PC)
Abelha (1999) completa falando que a flexibilidade para o goleiro de futebol de
campo é a capacidade dos músculos e articulações realizarem os movimentos de grande
amplitude. Esses movimentos devem ser executados com rapidez e sem dificuldades.
Fonseca (1998) pensa de forma parecida onde podemos considerar flexibilidade
como a qualidade física que permitirá ao goleiro a maior amplitude possível de um
movimento articular.

1.2.3. – Velocidade
Fonseca (1998), diz em seu livro que dentro da conceituação de velocidade a
maioria dos estudiosos do treinamento desportivo, classifica a velocidade em duas, ou
seja, velocidade de reação e de deslocamento. Por velocidade de reação considera-se
como o tempo para o início do movimento a partir da percepção do estímulo. Já, por
velocidade de deslocamento considera-se como a execução de uma ação motora no
menor espaço de tempo e maior rapidez.
No entanto para Abelha (1999) existem três tipos de velocidades a serem
utilizadas pelo goleiro:

 Deslocamento: onde o goleiro deve percorrer uma determinada distância no


menor tempo possível. Carlesso (1981) cita que um dos treinamentos para este
tipo de velocidade são os exercícios de coordenação com a máxima soltura
possível (descontração total).

 Segmentar: onde o goleiro deve movimentar os membros superiores e inferiores


o mais rápido possível.

 Reação: onde o goleiro recebe o estímulo e deve responder de maneira rápida,


quase que sem pensar num menor espaço de tempo.

Carlesso (1981) conta que a musculação e as corridas na areia, poderão causar


problemas na velocidade dos goleiros. O certo é um trabalho com cargas leves com
movimentos rápidos.

1.2.4. – Agilidade

De modo geral, a agilidade é conceituada como a capacidade do indivíduo


realizar movimentos rápidos com mudança de direção e deslocamento do centro de
gravidade corporal (CARNAVAL, 1998; BARBANTI, 2003; DANTAS, 2003;
PITANGA, 2002; HOLLMANN e HETTINGER, 2005) (ARTIGO AGILIDADE).
Fonseca (1998), diz que podemos considerar agilidade como sendo a capacidade
de mudar de posição ou de direção dentro do menor tempo possível.
Afirma Abelha (1999), quando o goleiro consegue mudar rapidamente a direção
de um determinado movimento com rapidez e naturalidade, isso ocorrendo podemos
dizer que ele é ágil.
Nasce com a flexibilidade e coordenação. Treinamento: exercícios de
flexibilidade, coordenação exercícios de velocidade de deslocamento e troca de direção
(CARLESSO, 1981).

1.2.5. – Habilidade

Um passe com qualidade é fundamental para a estratégia de qualquer time e


envolve pelo menos dois jogadores - o que passa e o que recebe. Os jogadores de
futebol devem desenvolver habilidades técnicas e mentais para realizar a tarefa com
sucesso (Hargreaves, 1990). Luxbacher (1996) afirma que muitos casos de sucesso no
futebol dependem das jogadas combinadas, ou seja, o trabalho em equipe. Para as
equipes manterem a posse de bola e criarem chances de gol, elas devem possuir
habilidade em passar e receber a bola. Essas duas habilidades se completam, pois o
atleta efetua um passe e o outro recebe esse passe. Deficiência nos passes e recepções,
eventualmente resultam na perda da posse de bola e nas oportunidades de gol (ARTIGO
HABILIDADE).
Ocorre quando realiza-se um movimento com alto grau de complexidade sem
dificuldades. Os saltos e quedas usados pelo goleiro são realizados exigindo um grau de
habilidade, também se torna necessária para a realização de movimentos rápidos e
decisivos (ABELHA, 1999).
Já Carlesso (1981), usa outros exemplos práticos que simbolizam que o goleiro
tem habilidade. Há necessidade de dominar a bola em qualquer situação; de fazer com a
mão esquerda o que faz com a direita; habilidade também com os pés direito e esquerdo.

1.2.6. – Força
Uchida (2006) diz que força muscular máxima é a capacidade de exercer força
máxima na musculatura para dado movimento corporal, contudo os músculos podem
exercer força máxima nas seguintes formas: contrações isométricas, concêntricas e
excêntricas.
O mesmo autor conta que potência muscular é a combinação entre a velocidade
e a força; quanto maior a força ou a velocidade de execução, maior será a potência
gerada.
Uchida (2006) classifica resistência muscular como sendo o tempo máximo em
que um indivíduo é capaz de manter a força isométrica ou dinâmica em um determinado
exercício. A resistência muscular pode também ser definida como a capacidade de
manter a atividade contrátil do músculo.
Especificamente os goleiros exigem mais Força de Explosão, ou seja, quando a
força é executada com velocidade. Também é utilizada nos momentos dos saltos que é a
capacidade de arranque, sendo assim quando o goleiro recebe um estímulo ele reage
imediatamente acelerando a velocidade ao deslocar-se (ABELHA, 1999).
Abelha (1999) continua falando que é indispensável que possua uma boa
Resistência Muscular Localizada (RML) para que seu corpo (músculo) possa suportar
todo o esforço exigido nos treinos, bem como nas partidas.

1.3 – Metabólicas

1.3.1. Capacidade e/ou Potência Aeróbia ou Anaeróbia

É a condição de suportar um esforço prolongado. Ela pode ser Aeróbia (quando


o atleta resiste a um trabalho prolongado de intensidade fraca à média), Anaeróbia
(quando o atleta resiste a um trabalho curto de intensidade média à forte). Em se
tratando de goleiro é importante que possua essas duas qualidades: a Aeróbia para poder
movimentar durante os jogos e suportar a carga de treinamento; Anaeróbia Alática para
que possa realizar movimentos rápidos e bruscos com alta intensidade de esforço
(ABELHA, 1999).

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