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Aulas de 1 a 10 Metodologia científica

Metodologia científica é o estudo dos métodos de conhecer, de buscar o conhecimento. É uma forma de pensar para
se chegar à natureza de um determinado problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo. KAHLMEYER-MERTENS et al.
Como elaborar projetos de pesquisa: linguagem e método. Rio de janeiro: FGV, 2007. p. 15

Para nós, método é um conjunto de etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no
estudo de uma ciência, ou para alcançar determinado fim. E metodologia (do grego methodos + logia) significa o
“estudo do método”.

Quanto à palavra ciência, durante muito tempo ela serviu para indicar conhecimento em sentido amplo, genérico, como
na expressão “tomar ciência”, cujo significado é “ficar sabendo”. Aos poucos, porém, como veremos, ganhou também
sentido restrito, passando a designar o conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a
determinado domínio do saber.

(RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. 3. ed. São Paulo:
Loyola, 2005. p. 13.)

Após a leitura dos livros, podemos afirmar que:

I . Metodologia científica é o estudo dos métodos de conhecer e de buscar o conhecimento;

II. Metodologia científica é o estudo dos caminhos e dos instrumentos usados para se fazer ciência.

Todas as alternativas são verdadeiras

Metodologia Científica é o estudo dos métodos de conhecer e de buscar o conhecimento; é também o estudo dos
caminhos e dos instrumentos usados para se fazer ciência.

A metodologia científica está dentro de duas grandes áreas...

... E essas duas áreas se completam!

Epistemologia

Verdade – crença

Conhecimento

“A ciência sem a epistemologia – na medida em que tal seja imaginável – é primitiva e confusa”

Albert Einstein

Epistemologia vem de episteme = termo grego que designa ciência; logia/logos = estudo.

Também conhecida como Filosofia da Ciência, a área se ocupa da fundamentação da ciência.

Metodologia Científica Aplicada

A Metodologia Científica está destinada à pesquisa e à elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos.

E por que tenho que estudar Metodologia Científica?

Se considerarmos o conhecimento e a verdade como algo dinâmico e histórico, encontraremos o ser humano como
razão e fundamento desse saber.

Assim, não será preciso mais fazer perguntas do tipo: por que tenho que estudar? Já que a resposta está na célebre
frase de Descartes, “penso, logo existo”. Porque essa é a nossa essência.
Aliás, muitos são os motivos para estudar Metodologia Científica. Vamos ver alguns deles:

1-Porque o conhecimento científico não existe sem método, sem uma linguagem específica, ou um rigor próprio.

2-Porque o maior desafio da Instituições de Ensino Superior está em desenvolver a postura de um pesquisador ao longo
do processo educacional.

3-Porque é preciso desenvolver a autonomia do pensamento, muito presente no meio acadêmico. No exercício
profissional, o sucesso está intimamente relacionado à capacidade de planejar e de organizar o pensamento, muitas
vezes adquirida por meio da busca do conhecimento, através das práticas de leitura e da participação das atividades
acadêmicas.

Ao ler as definições sugeridas para Metodologia Científica podemos perceber que todas mencionam a palavra
conhecimento (capacidade de conhecer).

E pra você...

O que significa conhecer? Significa incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer.

Qual o valor do conhecimento para a vida humana? É o resultado das experiências que acumulamos em nossa vida
cotidiana.

Pensou a respeito? Então, vamos lá...

O conhecimento pode ser obtido de diversos modos, através do método científico, das hipóteses, das leis e teorias
científicas, bem como por meio da pesquisa científica e da elaboração de trabalhos acadêmicos.

Há muitas maneiras de estudar a realidade...

No mundo acadêmico os modos de conhecer são classificados em:

• Senso comum ou conhecimento empírico;

• Conhecimento Científico;

• Conhecimento Filosófico;

• Discurso Religioso ou Conhecimento teológico.

Trilha dos tipos de conhecimento

Será bem intuitivo. Pegue as dicas e pense no modo de conhecer que mais se encaixa nelas.

Para reforçar...

O conhecimento pode ser:

Como podemos definir o senso comum?

Aquilo que assimilamos por tradição. Ideias que nos ajudam a interpretar a vida e a julgar certas situações.

Na verdade, estamos mergulhados no senso comum, que geralmente se apresenta como um saber ingênuo,
fragmentado e por vezes conservador.

O senso comum pode ser caracterizado em:

Espontâneo –Primário, simples e elementar.Nasce da tentativa do homem resolver seus problemas no dia a dia.

Ametódico-Porque não possui um método, ou seja, um procedimento, uma técnica.


Empírico-Se baseia na experiência cotidiana comum.

Ingênuo ou acrítico- Não é critico, não se coloca como problema e não se questiona enquanto saber.

Subjetivo-É relativo ao sujeito do conhecimento. É formado por juízos pessoais a respeito das coisas, ocorrendo o
envolvimento emocional e valorativo de quem observa.

O Conhecimento Científico está estritamente ligado a Ciência. Mas afinal, o que é Ciência?

Ciência é um saber racional e objetivo, que se atém aos fatos podendo transcendê-los. A Ciência depende da
investigação metódica o que a torna analítica e requer exatidão e clareza na busca e aplicação de leis, podendo se usar
de predições úteis, porém verificáveis.

Quais as características do conhecimento científico?

- Saber racional que obedece a regras, leis, princípios e se contrapõe ao saber ilusório, às emoções e às crenças;

- Saber lógico e sistemático porque as ideias formam uma ordem coerente;

- Saber verificável e metódico, pois é passível de exame para ter sua pretensão confirmada ou não. Para tanto segue
uma técnica, um procedimento.

ATENÇÃO

No mundo acadêmico, fazer ciência é importante porque nos permite alterar a natureza e a nós mesmos. É da academia
que saem o maior número de cientistas-pesquisadores.

O que podemos entender por Filosofia?

Segundo Maria Lúcia Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins dizem que:

“A filosofia é um modo de pensar que acompanha o ser humano na tarefa de compreender o mundo e agir sobre ele.
Mais que postura teórica, é uma atitude diante da vida, tanto nas condições corriqueiras como nas situações-limites que
exigem decisões cruciais.” (ARANHA; MARTINS, 2003, p. 81)

Agora veja como essas autoras caracterizam o conhecimento filosófico:

Radical- Originada do Latin radix, radicis significa raiz e, no sentido figurado, “fundamento”, “base”. A filosofia é
considerada radical porque busca explicitar os conceitos que estão na base do pensar e do agir.

Investiga as raízes, os princípios que orientam nossa existência.

Rigorosa- O conhecimento filosófico pode ser rigoroso, pois o filósofo deve dispor de um método a fim de proceder
com rigor na investigação.

São vários métodos para proceder a investigações e desenvolver um pensamento rigoroso, fundamentado, coerente e
expresso numa linguagem também rigorosa. Os conceitos devem ser claramente definidos.

Saber de conjunto- Ter como característica o Saber em conjunto. Significa que a filosofia é globalizante porque, ao
examinar, observa os diversos aspectos de um problema e por visar o todo, ela se torna interdisciplinar.

ATENÇÃO

Conclui-se então, que o conhecimento filosófico…

“...nos permite ter mais de uma dimensão (...). É a filosofia que dá o distanciamento para a avaliação dos fundamentos
dos atos humanos e dos fins a que eles se destinam. (...) Portanto, a filosofia é a possibilidade de transcendência
humana, ou seja, a capacidade de superar a situação dada e não escolhida. (...) A filosofia impede a estagnação.”
(ARANHA; MARTINS, 2003, p. 91.)

Você sabe o que significa a palavra religião?

O vídeo traz a relação entre o conhecimento científico e teológico...

Enquanto o conhecimento científico se fundamenta na evidência dos fatos observáveis e a Filosofia na lógica de seus
enunciados, o conhecimento teológico se preocupa com a revelação divina

O conhecimento teológico ou religioso passa necessariamente por representações abstratas que influenciam as ações
no mundo da vida, bem como conferem sentido às angústias e inquietações da consciência. Neste ponto não só
representa uma explicação sobre a origem de todas as coisas como desvela o modo de determinada cultura entender e
interpretar a sua própria existência.

Acesse o site Criação X Evolução e aproveite o Divertido exemplo de Criacionismo.

Aula 2
Depois de estudarmos os diferentes tipos de conhecimento, podemos destacar que o conhecimento científico se
caracteriza como racional, sistemático e metódico.

Quando pensamos em conhecimento racional, estamos tomando como ponto de partida a possibilidade de pensar a
realidade, formulando indagações sobre o mundo e sobre a nossa própria existência, a fim de encontrarmos algumas
respostas que se aproximem da realidade.

Vamos lá, tenho certeza de que vocês sabem como é o Universo.

Bom, a Terra fica aqui no centro, seguida pela Lua, depois vem Mercúrio, depois vem Vênus e depois o Sol é claro!
Depois disso vem Marte, Júpter e depois Saturno… eu acho.

Então a Terra é o centro do Universo e os planetas giram ao redor dela.

É claro! Aristóteles disse isso.

Aristóteles era um homem brilhante, mas nem sempre estava certo, por exemplo…

… ele também dizia que um objeto pesado caía mais rápido do que um mais leve. Você acredita nisso?

Acredito, a menos que prove o contrário.

Não, não é assim… Aristóteles era apenas um homem!

Professor Galileu, o que está fazendo é muito perigoso! É perigoso dizer que Aristóteles errou…

...é como dizer que a Igreja e a Bíblia estão erradas!

São apenas ideias de um homem, e algumas dessas ideias estão erradas…

Mas muitos dos seus ensinamentos foram absorvidos pela Bíblia…

São doutrinas

sagradas!
Atenção! Se Aristóteles estava certo, esta bola de 10kg deverá cair mais rápido e chegar primeiro ao chão, muito antes
desta bola de 1kg.

Cuidado!

Vou jogá-la e não quero acertá-los.

O livro final de Galileu foi publicado e lido mundialmente.

Cinquenta anos depois, Issac Newton inspirou-se nele para desenvolver a teoria da gravitacão, que mais tarde deu
origem à teoria da relatividade de Einstein.

Galileu foi realmente o Pai da Física e da Astronomia moderna,. Porém, mais do que isso, ele se atreveu a pensar o
impensável e a defender o indefensável. Galileo atreveu-se a dizer a verdade.

“É certamente prejudicial para as almas tornar uma heresia acreditar no que é provado”. - Galileu Galilei

Identifica-se na história de Galileu Galilei:

A Razão

O que podemos entender pelo termo razão?

O termo racional vem da palavra razão e pode ter várias acepções como: razão humana, razão particular, razão
universal, razão divina etc. Cada adjetivo adicionado ao termo altera o sentido do conceito razão.

Pressupondo que razão e intelecto se equiparam e considerando a ideia de razão como uma faculdade humana,
podemos nos questionar:

E racionalidade? O que é?

Racionalidade liga-se à ideia de racional, compreendendo dessa maneira que o ser humano é um ser racional, que os
meios que utilizam são racionais, que o mundo é racional, ou seja, acreditamos que o ser humano e o mundo são
inteligíveis, suscetíveis de serem entendidos.

Galileu, por exemplo, acredita que o homem e o mundo são inteligíveis e suscetíveis de entendimento ao tentar refutar
uma das ideias de Aristóteles.

O Sistemático

O que significa Sistemático?

O termo sistemático liga-se à ideia de sistema, que denota o sentido de um todo organizado, interconectado em suas
partes.

Uma pesquisa, por exemplo, segue um método sistemático porque é um processo de construção do conhecimento a
partir de objetivos gerais e específicos que visam alcançar algum fim. Cada etapa da pesquisa dever estar
interconectada formando um sistema coerente de procedimentos e ideias, constituindo, assim, um todo organizado.

Pode-se notar que a intenção de Galileu era remontar um sistema coerente de procedimentos e ideias, constituindo,
assim, um todo organizado.

Pode-se notar que a intenção de Galileu era remontar um cenário, dentro de um sistema, que desmistificasse os feitos
de Aristóteles baseado nos fatos.

É interessante observar que, ao falarmos em termos como racional e sistema, nos vinculamos ao sentido de método.
O Método

E o que seria Método?

A palavra método vem do grego μέθοδος (méthodos) ― caminho para chegar a um fim. Nossos dicionários definem
método como o conjunto de procedimentos para atingir um objetivo, ou seja, uma maneira ordenada e sistemática de
agir.

Assim fez Galileu, de maneira ordenada, provando que Aristóteles estava errado através da queda das esferas.”

Portanto, Metodologia é um conjunto de métodos. Por isso, nos acostumamos a dizer que uma pessoa é metódica
quando segue um método de trabalho ou quando se preocupa com os detalhes.

O que é o Método Científico?

“Trata-se de um conjunto de procedimentos por intermédio dos quais se propõe problemas científicos e colocam-se à
prova as hipóteses científicas.” (BUNGE apud LAKATOS, 2000, p. 44)

O método científico é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de produzir novo
conhecimento, corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes.

Na maioria das disciplinas científicas, o método científico consiste em juntar evidências observáveis, empíricas
(baseadas apenas na experiência) e mensuráveis e analisá-las com o uso da lógica.

Isso aconteceu no experimento que acabamos de ver. Nele se tornou observável a mudança do estado da água de
sólido para líquido e depois para gasoso por meio do calor do fogo. Usou-se, então, a lógica aplicada à ciência, como
defendem muitos autores.

No sentido literal, a Metodologia representa o estudo dos métodos e, especialmente, do método da ciência, que se
supõe universal.

Mas você já analisou por que o método é tão importante?

Veja, então, a sua utilidade:

• Ajuda a compreender o processo de investigação;

• Possibilita a demonstração;

• Disciplina suas ações;

• Ajuda a perceber erros;

• Auxilia as decisões do cientista.

O método é, então, um plano de ação, em que a técnica utilizada é o modo ou a maneira de realizar a atividade
pretendida, permitindo que o procedimento escolhido ocorra de maneira hábil e, se possível, perfeita.

CURIOSIDADE

Você sabia que o método científico pode ser visto como a ISO 9000 da ciência? “Não diz se o produto serve, não diz se o
achado científico é importante, apenas diz que o processo de busca seguiu as regras do jogo. A evidência foi
corretamente coletada, os procedimentos estatísticos e o tratamento dos dados são apropriados.” (CASTRO, 2006, p.59)

O método científico pode se sustentar em dois procedimentos:


Método Dedutivo

O cão estava desolado, o seu sofrimento por amor estava lhe consumindo. Não havia reciprocidade de sentimentos. A
cadela nem sabia da sua existência e vivia no seu mundo paralelo. Tudo era triste até o momento em que o cão escutou
algo que mudou a sua vida...

Pesquisas comprovam a existência de coração em todos os mamíferos.

Todo mamífero tem um coração;

Todos os cães são mamíferos;

Logo, todos os cães têm um coração.

Amor...

Você tem coração!!!

Você observou que todas as premissas e a conclusão – segundo a lógica ― são verdadeiras?

Concluir que todos os cães têm coração, ideia presente nas premissas, significa dizer que o argumento dedutivo enuncia
uma informação ou ideia já conhecida, ou seja, o método dedutivo tem o propósito de explicar o conteúdo dos
enunciados, apresentando uma conclusão inevitável, a partir de dados gerais para dados particulares.

Características que distinguem os argumentos:

Até aqui estudamos duas abordagens importantes para o método científico: a abordagem dedutiva (dependente da
lógica) e a indutiva (dependente da experiência empírica).

Se por um lado podemos criticar o método dedutivo por não ampliar o conhecimento, por outro podemos apontar que
ele nos traz um conhecimento provável, pois somente um exame de todos os elementos garantiria uma indução
perfeita.

Neste caso, se algumas induções não se confirmam, deve-se buscar os elementos que resultaram em erro, não
abandonando a investigação.

Assim, encontramos duas características que distinguem os argumentos:

DEDUTIVO INDUTIVO
Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão será Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão será
verdadeira. provável.
Toda a informação contida na conclusão já estava A conclusão apresenta informação que não estava
presente nas premissas. presente nas premissas.

No método dedutivo, partimos de uma ideia geral para uma especifica. Já no método indutivo, partimos de
experiências específicas para alcançarmos uma regra geral.

Não se pode considerar que Sherlock Holme partiu de experiências específicas, pois ele não estudou a senhorita Mary
Morstan. Ele apenas observou os aspectos gerais e perceptíveis na moça.

Na passagem da marca da aliança, por exemplo, podemos considerar que a sua dedução foi baseada apenas em
premissas verdadeiras:

•Noivos usam aliança na mão direita;

•A aliança deixa marcar no dedo;


•A moça tem uma marca de aliança na mão direita;

•Logo, a moça é noiva... ou, pelo menos, foi, conforme visto no vídeo.

LEITURA

Cena narrada no Capítulo II – “A ciência da dedução”, em que Watson e Holmes conversam sobre o método dedutivo
logo após a famosa afirmação de Holmes de que a mente humana é um sótão vazio, sendo necessário armazenar nele
os objetos que escolhemos. E na sua visão, um tolo o entope com todo tipo de bobagem que encontra.

Vejamos um caso interessante:

Um pesquisador decide estudar determinada planta. Ele parte de conhecimentos prévios sobre o objeto escolhido.

Em certo momento ele percebe que as folhas cobertas por pelos (tricomas) não foram atacadas por lagartas de
borboletas. Fato que ocorre frequentemente com as folhas sem pelos.

O pesquisador, então, faz o seguinte questionamento: é possível afirmar que a presença de pelos nas folhas da planta
dificulta a predação?

Em seguida, apresenta a hipótese: a presença de pelos em folhas de plantas dificulta a predação por lagartas de
borboletas.

Neste ponto, o cientista realiza a testagem de sua hipótese. Separa algumas folhas com pelos e outras sem pelos e
verifica a predação para observar a hipótese formulada.

Método hipotético-dedutivo

Karl Popper (1922-1996) criticou o método indutivo e lançou as bases do método chamado hipotético-dedutivo que
consiste na construção de hipóteses, cujas predições devem se submeter ao critério da falseabilidade.

Este copo tem água" Exemplo de enunciado básico, que só conta com termos observacionais e singulares.

Se você provar o conteúdo do copo e sentir um gosto amargo, estará bebendo água?Não

E se o conteúdo do vaso for resfriado e se congelar a 10 graus abaixo de zero, ele continuará sendo água?Não

Quando dizemos que algo é água, estamos assumindo:

•Que congela a 0 grau;

• Que ferve a 98 graus;

• Que não tem cor, nem cheiro, nem gosto; e

• Que essas características não mudam com o tempo.

O que esse exemplo quer dizer?

Quer dizer que, se o cientista seguir rigorosamente cada fase desse método e, ao final, constatar que sua hipótese deve
ser refutada, como no caso do líquido do copo que deixa de ser água, poderá encontrar argumentos científicos
suficientes para formular críticas às teorias existentes e seus paradigmas. Essas teorias foram consideradas como ponto
de partida para novas pesquisas.

Toda hipótese contém uma predição, ou seja, uma suposição e precisa passar pelo falseamento. O cientista testará sua
hipótese, analisará os resultados para alcançar a confirmação de sua suposição ou refutá-la. Se a hipótese não for
corroborada, poderá, a partir dos dados obtidos, construir nova hipótese.
Atenção: as hipóteses científicas não podem ser vistas como verdades absolutas, mas, sim, como explicações plausíveis.

Para encerrarmos esta aula, veja um esquema de como se dá o processo de conhecimento:

OBSERVAÇÕES >PERGUNTAS>HIPÓTESES>EXPERIMENTAÇÃO>CONCLUSÕES
>DOCUMENTAÇÃO>DESCOBRIMENTOS>NOVAS PERGUNTAS>CONTINUAR APRENDENDO...

APRENDA MAIS ...

Referências Bibliográficas

CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.

LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2000.

POPPER, K. Lógica das Ciências Sociais. Rio de Janeiro - Brasília: Tempo Brasileiro/Universidade de Brasília, 1978.

SANTOS, A. R. Metodologia Científica. A construção do conhecimento. RJ: Lamparina, 2007.

SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.

Aula 3
Você sabia... ...que brasileiros adoram reality shows?
Ficou comprovado que 2687 brasileiros adoram reality shows. E a maioria dos telespectadores dos chamados “shows da
vida” são mulheres entre 18 e 35 anos.
O texto acima nos dá margem para alguns questionamentos:
• De onde ou de quem parte a motivação para saber a relação entre brasileiros e reality shows?
• Como é feito esse levantamento?
Como vimos nas aulas passadas, tudo surge do conhecimento que se tem e do desejo e/ou necessidade de desvendar e
provar coisas novas. E é da sede de conhecimento que nascem as pesquisas.
Essas pesquisas começam com ideias, ou seja, experiências individuais, teorias, observações de fatos, leitura de
artigos etc. Na tela anterior, por exemplo, dissemos que brasileiros adoram reality shows e indagamos:
De onde ou de quem parte a motivação para saber a relação entre brasileiros e reality shows?
Já pensou que a motivação para essa pesquisa pode partir das próprias emissoras interessadas no tipo de programa que
atrai mais os telespectadores ou mesmo da área de humanas interessada em saber a influência desses programas na
vida das pessoas? São muitos os tipos de interesse nesses dados.
Como é feito esse levantamento?
Como mostra o site Web2engagebrasil, ele é feito através de um painel online, em que os telespectadores preenchem
suas considerações. Assim, o levantamento desses dados serve para comprovar a adoração dos brasileiros pelo estilo de
programa em questão.
Então dizemos que pesquisa é...
... uma atividade voltada para a solução de problemas por meio dos processos do método científico.
Segundo Eva Maria Lakatos (1992, p. 43), a pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de
pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou
para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para
questões propostas, utilizando métodos científicos.
Podemos, assim, indicar três elementos que caracterizam a pesquisa:
• o levantamento de algum problema;
• a solução à qual se chega;
• os meios escolhidos para chegar a essa solução, como os instrumentos científicos e os procedimentos adequados.
Pesquisa revela que custo para cultivar morango orgânico é menor do que o do convencional
Dados foram coletados em duas propriedades, localizadas nos municípios de Atibaia e de Monte Alegre do Sul, no
Estado de São Paulo
Um estudo realizado por pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e da Embrapa
apontou que o custo de produção do morango orgânico (R$ 18.967,04) é inferior ao custo do cultivo convencional (R$
22.010,76), quando comparados em uma escala de 10 mil plantas. (levantamento do problema-Porque o custo do
cultivo convencional é maior que o do orgânico?)
Os pesquisadores coletaram dados em duas propriedades, localizadas nos municípios de Atibaia e de Monte Alegre do
Sul, no Estado de São Paulo. O morango orgânico tem uma produção média de 787 gramas por planta, com o custo de
R$1,90 e índice de lucratividade de 60,74%. Já no cultivo convencional, a produção média foi de 871 gramas por planta
e custo médio de R$1,93, com índice de lucratividade de 49,46%.(Meios escolhidos para chegar a conclusão-coleta
de dados em duas propriedades do município de Atibaia.)
Nos cálculos do custo de produção foram incluídos mão de obra de duas pessoas, colheita, embalagem e limpeza do
cultivo, além de gastos com os insumos próprios para o cultivo. Segundo os pesquisadores, uma das soluções para
diminuir os custos em ambos os sistemas é a produção de embalagens mais econômicas, ou ainda a aquisição de mudas
de empresas certificadas, que ofereçam um preço melhor.(Solução a qual se chega-diminuir os custos com a
produção de embalagens mais econômicas)
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

Começamos a refletir sobre pesquisa e agora chegou a hora de defini-la:


A pesquisa...
• é uma atividade essencial da ciência;
• possibilita uma aproximação e o entendimento da realidade investigada;
• é um processo permanentemente inacabado;
• fornece informações para uma intervenção no real.
E quanto ao termo pesquisa científica, do que se trata?
Se trata do tipo de pesquisa que objetiva contribuir para o desenvolvimento do conhecimento humano em todas as áreas,
sendo sistematicamente planejada e executada segundo critérios rigorosos de processamento das informações.
Uma pesquisa será considerada científica, se for objeto de investigação planejada, desenvolvida e redigida conforme as
normas metodológicas consagradas pela ciência. (Tem por base procedimentos racionais e sistemáticos, ou seja, é a
atividade cientifica pela qual se descobre a realidade.)
De acordo com Antônio Carlos Gil, duas são as razões para se fazer uma pesquisa:

As razões de ordem intelectual, que decorrem do desejo de conhecer, são comuns nas dissertações de mestrado, nas
monografias, nos artigos e nos trabalhos de conclusão de curso, em que a pesquisa é voltada para fins de conhecimento.
Já as razões de ordem prática, como próprio título diz, vem do desejo de conhecer com vistas a fazer algo, que muitas
vezes pode vir a ser útil e beneficiar a própria sociedade.
Quanto ao Pesquisador...
É importante destacar que a possibilidade de êxito na tarefa de pesquisa depende das razões e motivações do pesquisador.
Curiosidade, criatividade, integridade intelectual, atitude autocorretiva, sensibilidade social, imaginação disciplinada,
perseverança, paciência e confiança na experiência são ações e atitudes que devem ser incorporadas à pessoa que for ou
estiver no papel de pesquisador.(Como é o caso dos estudantes que estão escrevendo trabalhos apenas para fins
acadêmicos)
Fazer pesquisa não é uma tarefa fácil
É preciso ter planejamento e considerar aspectos como classificação, abordagem, objetivo e procedimentos, pois estes
delimitam a busca do que se pretende pesquisar.

Classificação da pesquisa
A classificação da pesquisa está relacionada à sua natureza, ou seja, àquilo que compõe a essência da pesquisa:
Pesquisa Pura >Conhecida também por básica ou teórica, a Pesquisa Pura objetiva gerar novos conhecimentos úteis para
o avanço da ciência sem aplicação prática prevista.

Envolve verdades e interesses universais. É motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador.

Exemplo: A origem do universo.

Pesquisa aplicada>É aquela que objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática, dirigidos à solução de problemas
específicos.
Envolve verdades e interesses locais.
Exemplo: A busca de uma vacina contra a AIDS.

Abordagem da pesquisa
Quanto à abordagem, a pesquisa pode ser dividida em:
Qualitativa Quantitativa
Neste enfoque não há medição numérica, como nas Neste tipo de pesquisa temos a coleta e a análise de dados
descrições. para dar conta das questões que envolvem a pesquisa.
Seu propósito está em reconsiderar ou reconstruir a Ela utiliza métodos estatísticos e traduz em números
realidade observada. Assim, considera a existência de uma opiniões e informações para classificá-los e organizá-los.
relação dinâmica entre mundo real e o sujeito.
É descritiva e utiliza o método indutivo.
O processo é o foco principal.
Ler: "Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão?"
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-37722006000200010&script=sci_arttext

Objetivo da pesquisa
Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser:
Descritiva> A pesquisa descritiva tem como objetivo principal descrever as características de algum fenômeno observado,
descobrir a frequência com que ocorre, sua relação e sua conexão com outros fenômenos.
Esta modalidade é típica das ciências humanas e sociais.
Neste tipo de pesquisa, o estudante deve observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos variáveis, sem
manipulá-los.
Veja alguns exemplos:
• características de um grupo social;
• nível de atendimento de determinada empresa prestadora de serviço;
• levantamento de opiniões, atitudes e crenças de um segmento da sociedade;
• pesquisas eleitorais que apontam a preferência político-partidária de determinados grupos etc.
Exploratória> A pesquisa exploratória é considerada o passo inicial de qualquer pesquisa.
Trata-se de uma observação, ou seja, consiste em recolher e registrar os fatos da realidade, com o objetivo de
proporcionar maior familiaridade com o problema para torná-lo mais explícito ou viabilizar a construção de uma hipótese.
Neste modelo temos a possibilidade do aprimoramento de ideias. Geralmente, neste tipo de pesquisa, há o levantamento
bibliográfico, entrevistas com pessoas que experimentaram situações que estejam sendo pesquisadas e análise de
exemplos.
A pesquisa bibliográfica e o estudo de caso são exemplos de pesquisas exploratórias.
Explicativa > Aqui o objeto é identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos.
Neste modelo temos um efetivo aprofundamento de conhecimentos, porque se busca entender ou explicar as razões das
coisas ― fato que amplia o entendimento.
Nada impede que uma pesquisa explicativa seja a continuação de uma pesquisa descritiva ou exploratória.
Nas ciências naturais, por exemplo, utiliza-se o método experimental. Nas ciências sociais utilizam-se outros métodos,
tais como o fenomenológico e dialético, além de exigir elevado grau de controle.

Procedimentos da pesquisa
Os procedimentos estão relacionados à maneira de agir, ao modo de fazer a pesquisa.
Pesquisa bibliográfica
É uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará toda pesquisa, na medida em que dá o alicerce
teórico que servirá de base ao trabalho.
Consiste no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa.
Levando em consideração que bibliografia é o conjunto dos livros escritos sobre determinado assunto, por autores
conhecidos e identificados ou anônimos, a pesquisa bibliográfica é o exame de uma bibliografia para levantamento e
análise do que já se produziu sobre o assunto que assumimos como tema da pesquisa científica.
Há dois tipos de fontes:
Primárias- Quando o investigador foi o observador direto dos eventos ou utiliza materiais de primeira mão.
Secundárias - Quando os eventos foram observados e reportados por outras pessoas e não diretamente pelo investigador.
Neste caso, os dados exigem cuidadosa e objetiva análise a fim de avaliar sua autenticidade e relevância.
Pesquisa documental
Trata-se de uma pesquisa realizada através de certos documentos como: documentos pessoais, cartas, diários, jornais,
balancetes, microfilmes, fotografias, memorandos, ofícios, vídeos, documentos estatísticos etc.
Para Antônio Carlos Gil (1991), a pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica, mas possui
uma diferença:
“A diferença está no fato de a bibliográfica utilizar fundamentalmente as contribuições dos diversos autores sobre
determinado assunto. A documental utiliza materiais que não receberam o tratamento analítico, ou que ainda
podem ser reelaborados.”
Pesquisa de campo
É a investigação empírica, isto é baseada na experiência, realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno.
Pode incluir entrevistas, aplicação de questionamentos, testes e observações.
Segundo Antônio Joaquim Severino, na pesquisa de campo “o objeto é abordado em seu próprio meio. A coleta de dados
é feita nas condições naturais em que os fenômenos ocorrem, sendo assim diretamente observados.” (2007, p. 123)
Pesquisa histórica
Você já reparou que os filmes de época exigem um estudo histórico prévio?
Assista ao trailer do filme 300 de Esparta e perceba os detalhes que foram levantados através da pesquisa histórica.
Pesquisa comparada
A pesquisa comparada procura estabelecer semelhanças e diferenças entre situações, fenômenos e coisas, por meio de
relações entre os elementos que são comparados.
Um bom exemplo de pesquisa comparativa está nos levantamentos sobre os aparelhos tipo smartphones, sempre
realizados quando há lançamentos de novos modelos e tecnologias.Ler: http://www.jasabia.com.br/apple-iphone-5-vs-
samsung-galaxy-s3-qual-o-melhor-smartphone/
Estudo de caso
É o estudo restrito a uma ou poucas unidades entendidas, como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um
órgão, uma comunidade ou um país.
O Estudo de Caso constitui-se em uma metodologia de ensino participativa, voltada para o envolvimento do aluno.
Há Estudos de Casos, por exemplo, que apresentam situações em que empresas e pessoas reais precisam tomar decisões
sobre um determinado dilema. A condução do método envolve um processo de discussão, em que alunos devem se
colocar no lugar do tomador de decisão, gerar e avaliar alternativas para o problema, e propor um curso de ação.
amplie os seus estudos sobre Estudo de Caso.Ler: http://metodologiadapesquisa.blogspot.com.br/2008/06/o-design-do-
estudo-de-caso.html
Conecte-se com moderação
Com a globalização, a internet se tornou uma grande fonte de pesquisa. Nela encontramos muitas informações através dos
sites de busca.
Por isso, ao se fazer a opção de utilizar a internet como fonte de pesquisa é importante se preocupar em buscar
informações apenas em sites confiáveis.
As informações extraídas da internet podem ajudar muito na elaboração da pesquisa. Contudo, é preciso ter atenção
quanto à propriedade intelectual do material que se está utilizando.(
Em qualquer situação é importante respeitar as regras de utilização das informações disponíveis. Nunca utilize
informações de outros sem fazer referência à fonte.
Além disso, observe se as informações postadas na Web são verdadeiras e revise o texto, adaptando o conteúdo para o
público do seu trabalho.
Assistir:dicas de pesquisa na internet
http://www.youtube.com/watch?v=-AgTZ-5Zfj4

Aula 4

A leitura e as atividades acadêmicas


Acostumamo-nos a ouvir que as tecnologias invadiram nossa experiência cotidiana, não é mesmo?
Muitos acreditam que os jovens se afastaram da leitura em razão de um suposto excesso de tecnologias. Esse
afastamento, consequentemente, teria provocado um empobrecimento da linguagem.
Há quem diga também que não tem paciência para ler um livro, que ver um filme é muito melhor. Ou, ainda,
saem com frases do tipo: “o que não tenho é tempo!”
Será que isso é verdade? Ou estamos diante de alguém que não criou o hábito de ler?
É natural não termos tempo para certas coisas. Ninguém tem tempo, no final das contas, mas todos querem
saber tudo, não é?
Vamos descobrir nesta aula que a leitura não foi deixada de lado e que ela é o primeiro passo para colocar em
prática as técnicas de estudo e desenvolver as atividades acadêmicas.

Segundo a galera que entende...


“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta
sede”.
Carlos Drummond de Andrade

“A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o
homem que lê demais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar”.
Albert Einstein

“A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados”.
René Descartes

“A leitura traz ao homem plenitude, ao discurso segurança e à escrita exatidão”.


Francis Bacon

Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão
incapazes de escrever ― inclusive a sua própria história”.
Bill Gates

“(...) que a importância de uma coisa [leitura] não se mede com fita métrica nem com balanças nem
barômetros etc.

Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós”.
Manoel de Barros

Durante a leitura, experimentamos um mundo totalmente novo ou melhoramos o nosso.


E isso é muito gratificante, não é mesmo?
Saber ler de maneira eficiente nos ajuda a descobrir novos caminhos, fertiliza a inteligência, nos ajuda a
compreender a vida e a viver melhor ao lado do outro.
Uma mente fertilizada tem mais chance diante da crise.
Tudo bem que agora não é necessário adquirir um livro para ler um bom texto, já que as mídias eletrônicas
possibilitam a leitura em telas.
Porém, mesmo com essa tecnologia, as principais fontes de pesquisa e conhecimento ainda são os bons e
velhos livros, principalmente no meio acadêmico.
Por isso, vamos começar com a escolha deles.
Para enriquecer seu conhecimento leia o texto extraído da obra Como e porque ler os clássicos universais
desde cedo, em que Ana Maria Machado apresenta a importância da leitura. (PDF TELA6)

O que você faz quando chega numa livraria?


Vamos ver um passo a passo de como escolher um livro...

1. Título
Observe o título e o subtítulo, se houver. Na maioria das vezes, ele indica o assunto e, às vezes, até a
intenção do autor.
2. Orelha
Se o livro apresentar “orelhas”, faça a leitura da informação trazida nelas.
Na que acompanha a capa, geralmente encontramos uma apreciação da obra feita por alguém de
prestígio.
3. Ficha Catalográfica
Em seguida, leia a ficha catalográfica e verifique as qualificações da obra e do autor. Atente-se para a data
da publicação e certifique-se de que é a versão mais atualizada.
A ficha de catalogação para publicação, ou Ficha Catalográfica, tem suas origens nas fichas de papel dos
catálogos de consulta de acervo de bibliotecas. As fichas eram criadas em cópias para serem colocadas nos
livros e nos catálogos em gavetas.
Havia tantas fichas quanto houvesse catálogos de busca: por título, por autor, por assunto. Convenções de
padronização determinaram regras diversas, tal como qual entrada deve ser a primária ou como referir-se
às informações da obra na ficha.
A Biblioteconomia é a área responsável por esse tipo de informação. No Brasil, a entidade mais
frequentemente associada à catalogação é a Câmara Brasileira do Livro, CBL, em um serviço totalmente
online.

4. Sumário
Verifique o sumário. Nesta parte você encontrará uma divisão em tópicos de como o livro foi organizado.
Muitas vezes é ele que nos dá a dica de que o livro traz exatamente o assunto que estamos pesquisando.
5. Prefácio
Se possível, leia a introdução ou o prefácio, se houver. Neste, o autor apresenta a metodologia usada e os
objetivos do trabalho realizado ou até mesmo um resumo do livro.
6. Orelha
Na “orelha” que acompanha a contracapa é comum encontramos informações sobre o autor do livro e
suas obras publicadas.
7. Contracapa
A contracapa ajuda muito na nossa escolha. Ela costuma conter um texto de apresentação, a sinopse, ou
mesmo um trecho do livro, dando uma espécie de amostra do que vamos encontrar nele.

Agora a leitura nos levará às técnicas de estudo

Bem, já sabemos a importância da leitura, já sabemos identificar as partes do livro que nos ajudam a
escolhê-lo, agora vamos aprender algumas técnicas de estudo, baseadas obviamente na leitura, que nos
ajudarão a organizar as ideias encontradas nos textos e, melhor ainda, nos ajudarão a recuperar essas
ideias quando mais precisarmos delas.

Você lembra que na aula 3 vimos que a pesquisa bibliográfica é a etapa fundamental do trabalho científico? É ela que
influenciará toda pesquisa, na medida em que dá o alicerce teórico que servirá de base ao trabalho.
Pois bem, essa é a fase que consiste no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações
relacionadas ao que se pretende estudar.
O fichamento, por exemplo, configura um aperfeiçoamento da pesquisa bibliográfica, porque contém comentários
pessoais sobre a leitura e algumas citações-chave. Ou seja, trata-se de uma técnica de estudo que ajuda na organização
do conhecimento.
Agora, você terá a oportunidade de conhecer, através do Banco Internacional de objetos educacionais do
MEC(http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/), tudo sobre fichamento.
Vamos lá?
Fichamento: quando utilizar e como elaborar
Apresenta sobre como e quando se devem utilizar os fichamentos. Mostra como elaborar os fichamentos de
forma adequada para cada tipo de documento ou trabalho a ser representado. Aborda de forma simples
como confeccionar os textos em fichamentos. Para prosseguir selecione por onde deseja começar:
Quando utilizar os fichamentos : O fichamento é uma prática de redação que ajuda organizar estudos e
pesquisas de forma mais efetiva. Agrega em suas características o resumo do documento ou texto consultado,
sua referência, sua localização física e metodologia de arquivamento para posterior recuperação de todas
estas informações.
O fichamento é um meio de desenvolver as técnicas de redação como resumo e resenha dependendo de sua
finalidade. Auxilia a treinar a elaboração de referências, redação científica (resumo e resenha), identificação
de assuntos, pesquisa em centros de informação e bibliotecas e práticas de arquivamento.
Os fichamentos feitos em meio acadêmico e em sala de aula, não necessitam da metodologia para
armazenamento, sendo assim não precisam conter o local da obra (a não ser que seja pedido) e o espaço para
identificação da ficha.
As técnicas empregadas para o fichamento científico utilizado em meio acadêmico é muito semelhante à
redação de resumos e resenhas científicas.
Já os fichamentos para fins de pesquisa e estudo levam mais em consideração identificar o assunto do que foi
fichado logo no início da ficha, assim como seu código de armazenamento que pode ser numérico, alfabético
ou alfanumérico e a localização física da obra original.
O meio mais utilizado para armazenagem das fichas é em papel, porém existem programas que auxiliam na
confecção e armazenagem eletrônica de fichamentos. Neste módulo não vamos focar no meio físico utilizado
para a armazenagem do fichamento e sim nas suas técnicas e regras de elaboração.
Para diferenciar as regras de um fichamento científico e o utilizado para estudo e pesquisas veremos como
elaborar a redação de cada um e como estruturar a apresentação e disposição das informações em um
fichamento.
É importante na prática de fichamentos seguir os conselhos de Medeiros (2000) que diz:
"... a prática eficaz do fichamento assusta o estudante que depara pela primeira vez com a metodologia; a
prática contínua, no entanto, poderá levá-lo a alterar ponto de vista e julgamento, fazendo-o perceber que o
pequeno trabalho inicial reverte-se em ganho de tempo futuro, quando precisar escrever sobre determinado
assunto. Não se recomenda, porém o armazenamento de assuntos pelos quais não se tem nenhum interesse."
(MEDEIROS, 2000, p. 97)

Como elaborar fichamentos


Elaboração do texto
A montagem e elaboração do texto de um fichamento dependerão do seu tipo. Para cada tipo de fichamento
é necessário empregar diferentes regras devido a suas características.

O fichamento inicia com a escolha do seu tipo que pode ser: de transcrição ou citação, de resumo ou
conteúdo e de comentário ou crítico.

Após escolher o tipo de fichamento deve-se inserir o assunto geral do fichamento e caso deseje o assunto
mais específico também de forma que facilite o aprendizado e a localização posterior do livro ou documento.

Identificado o tipo de fichamento e os assuntos da ficha é inserida a referência bibliográfica. As regras para
elaboração de referências se encontram na norma NBR/ABNT 6023 (2002). Basicamente os itens que
compõem a referência bibliográfica são:

• Autor

• Título

• Local da edição

• Editora

• Data e número de páginas


O fichamento de resumos ou conteúdo utiliza as mesmas regras para início de uma ficha: tipo, assunto
geral, assunto específico e referência. Seu texto utiliza as mesmas regras e normas de um resumo que podem
ser revisadas no módulo Resumo: quando utilizar e como elaborar.
O fichamento de comentário ou crítico utiliza as mesmas regras para início de uma ficha: tipo, assunto geral,
assunto específico e referência. Seu texto utiliza as mesmas regras e normas de um resumo que podem ser
revisadas no módulo Resenha: quando utilizar e como elaborar.
Terminado o texto do fichamento, caso a finalidade deste seja para estudo ou pesquisa utiliza a idenficação da
ficha que pode ser alfabético, numérico ou alfanumérico, conforme facilitar a busca posterior pelas fichas.
Geralmente os fichamentos acadêmicos não necessitam da identificação de tipo, assunto geral e assunto
específico. O tipo de fichamento mais utilizado em sala de aula é o de comentário ou crítico.

Para averiguar o modo correto em que estes elementos são dispostos na referencia e possíveis informações
adicionais, deve ser consultada a norma NBR/ABNT 6023 (2002).
Para o fichamento de transcrição ou citação utilizam-se no início e no final do texto as aspas, pois o
fichamento de transcrição é a passagem do texto original diretamente para a ficha.
Segundo Medeiros (2000) de três formas é realizado o fichamento de transcrição que são os seguintes:
• Fichamento de transcrição sem cortes

• Fichamento de transcrição com corte intermediário de algumas palavras (utiliza reticências "..." para indicar
a omissão das palavras);
• Fichamento de transcrição com corte de parágrafo intermediário (utiliza um traço contínuo, ou pontilhados
para indicar a omissão dos parágrafos)

Tipos de fichamentos: diferenças


Avalie no quadro interativo o quanto sabe sobre os tipos de resenha. Para rever o conteúdo sobre os tipos de
fichamento veja no módulo introdutório Resumo, Resenha e Fichamento: definição e diferenças.

Itens que compõem o fichamento(GABARITO)


1.Utiliza referencias baseadas norma NBR/ABNT 6023
1-Transcrição ou citação, Resumo ou conteúdo, Comentário ou crítico. Todos os tipos de fichamento devem
utilizar a norma ABNT/NBR 6023 para elaboração de referência, pois é o correto uso em textos científicos e
para treino ao elaborar outros tipos de trabalhos acadêmicos.
2.Apresenta aspectos semelhantes ao do resumo
2. B. Utiliza das técnicas dos textos científicos de resumo e resenha para sua confecção.
3.Utiliza aspas do inicio ao fim do texto.
3-Transcrição ou citação. Seu texto é transferido sem modificações por isso é necessário utilizar as aspas.
4.Analisa,com opinião de quem elaborou um livro ou documento.
4-Comentário ou crítico. Como o nome já indica transpõe comentários e críticas.
5.Utiliza as mesmas recomendações para a composição dos textos de resumo.
5-Resumo ou conteú do. Como o nome já diz, este é o tipo de fichamento que traz aspectos semelhantes a um
resumo.

Itens que compõem o fichamento


Transcrição ou citação (a), Resumo ou conteúdo (b), Comentário ou crítico (c)
6.Utiliza as mesmas recomendações para a composição dos textos de resenha(c)
6-Transcrição ou citação, Resumo ou conteú do, Comentário ou crítico. Todos os tipos de fichamento devem
utilizar a norma ABNT/NBR 6023 para elaboração de referência, pois é o correto uso em textos científicos e
para treino ao elaborar outros tipos de trabalhos acadêmicos.
7.Transcreve o texto do livro ou documento igual ao lido para a ficha.(a)
7-Resumo ou conteú do. Como o nome já diz, este é o tipo de fichamento que traz aspectos semelhantes a um
resumo.
8.Pode ser feito através de três técnicas diferentes.(a)
8-Transcrição ou citação. Seu texto é transferido sem modificações por isso é necessário utilizar as aspas.
9.Auxilia no aprofundamento de temas e assuntos diversos.(a, b ,e c)
10.Deve ser transcrito em uma ficha com regras de identificação.(a,b e c)

BIBLIOGRÁFIA
MEDEIROS, João Bosco, Redação científica: A pratica de fichamentos, resumos
resenhas. 4.ED. São Paulo: Atlas, 2000. 237 p. ISBN 8522423536

SIMÕES, Darcilia. A produção de textos acadêmicos. Disponível em:


http://www.darciliasimoes.pro.br/textos/docs/textos12.pdf. Acesso em: 3 jan. 2011.

WEG, Rosana Morais. Fichamento. São Paulo: Paulistana, 2006. 67 p.(Aprenda a fazer).

CRÉDITOS
Autor: Suellen Viriato Leite da Silva

Design gráfico: Auyme Sumihara;

Desenvolvedor Web: Gabriel de Oliveira


Colaboradores: Cespe/UnB (Maria da Conceição L. Afonso (Coord.); Aline Jacob; Thiago G. Eirão; Faura
Andrade; Ana Goulart)

TERMOS DE USO
É PERMITIDO:
Copiar, distribuir, exibir, traduzir, executar as obras e ainda criar obras derivadas.

SOB AS SEGUINTES CONDIÇÕES:


Deve-se dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante;
Proibido utilizar esta obra com finalidades comerciais;
Para cada novo uso ou distribuição, devem-se deixar claras as licenças de uso desta obra.

Exercícios de Fixação
Além dos exercícios aqui propostos realize também os exercícios dos módulos anteriores Resumo: quando
utilizar e como elaborar e Resenha: quando utilizar e como elaborar para fixação dos conceitos e elaboração
de todos tipos de texto científico.
1) Das práticas de redação científica, que permite uma compilação de vários trechos de obras além de
uma organização sistemática para posterior busca é o(a):
A) resumo
B) resenha
C) fichamento

2) Dentre as diversas características que um fichamento pode agregar estão:


A) possuir questionários práticos e demais tarefas de fixação do conteúdo
B) ter características semelhantes a de resumos e resenhas
C) trazer após o texto principal, palavras chave que indiquem o seu tema

3) Os tipos de fichamento podem ser:


A) Transcrição ou citação, de resumo ou conteúdo e de comentário ou crítico
B) Resumo, crítico, temático
C) Crítico, indicativo e informativo

4) Os diversos campos para preenchimento de informações na ficha dos fichamentos são essencialmente
para:
A) Destacar os pontos positivos e negativos do livro ou documento original
B) Auxiliar na identificação do assunto e localização tanto da ficha quanto do texto original fichado
C) Determinar a opinião de quem está elaborando o fichamento

5) Um item essencial no fichamento científico e acadêmico é:


A) Palavras chave
B) Identificação da ficha
C) Referência bibliográfica

6) No fichamento de comentário ou crítico é necessário:


A) A opinião pessoal sobre o texto do fichamento.
B) B) Uso de aspas no começo e no fim do texto
C) C) A metodologia utilizada pelo autor original

7) O tipo de fichamento que necessariamente utiliza aspas no inicio e no fim de seu texto é o:
A) Fichamento de resumo ou conteúdo
B) B) Fichamento de comentário ou crítico
C) Fichamento de transcrição ou citação
8) A prática de fichamento que utiliza a técnica de extrair o texto original com corte de parágrafo
intermediário é o fichamento:
A) De transcrição ou citação
B) De resumo ou conteúdo
C) De comentário ou crítico

9) O fichamento de transcrição utiliza a técnica transcrição sem cortes. As outras duas técnicas utilizadas
pelo fichamento de transcrição são:
A) Retirada das citações do texto original e exprimir opinião pessoal
B) Eliminar adjetivos e advérbios do texto original e iniciar o texto na terceira pessoa
C) Extrair o texto com corte intermediário de algumas palavras ou com corte de parágrafo intermediário

10) Fichamentos que necessitam de identificação pessoal são utilizados para:


A) Estudos e pesquisas pessoais
B) Em meio científico e acadêmico
C) Para arquivamento de pesquisa pessoal

Dicas de leitura
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: A pratica de fichamentos, resumos, resenhas. 4.ed. São Paulo:
Atlas, 2000. 237 p. ISBN 8522423563
Mostra detalhadamente como realizar três práticas de redação científica: fichamentos, resumos e
resenhas.
WEG, Rosana Morais. Fichamento. São Paulo: Paulistana, 2006. 67 p. (Aprenda a fazer).
Pertence a coleção "Aprenda a fazer", voltada para estudantes e pesquisadores. Mostra de forma simples
e fácil como elaborar fichamentos para a pesquisa acadêmica. Na coleção também existem os exemplares
sobre resumos e resenhas.

VIEIRA JUNIOR, A. Metodologia da pesquisa científica. Disponível em:


http://www.avjensino.com/wp-content/.../03/fichamento%202009%20aula%206.doc. Acesso em: 3 jan.
2011.

Texto com um resumo rápido sobre fichamentos.

SIMÕES, Darcilia. A produção de textos acadêmicos. Disponível em:


http://www.darciliasimoes.pro.br/textos/docs/textos12.pdf. Acesso em: 3 jan. 2011.

Mostra a importância do fichamento para a pesquisa e organização do estudo em elaboração de trabalhos


acadêmicos como monografias, TCC, teses dissertações e etc.

Todo mundo sabe o que é um resumo (ou pelo menos acha que sabe).

Mas e a resenha? Você sabe o que é?

Responda no quadro abaixo o que você entende por resenha.

O fichamento de leitura ajuda na construção de análises textuais como os resumos e resenhas.


Vamos agora conhecer um pouco mais sobre essas análises que diversificam a atividade de estudo e
propiciam informações e novos conhecimentos.
RESENHA
Segundo apontam Lakatos e Marconi (1996, p. 211), a resenha apresenta um conteúdo crítico sobre
determinada obra. Sua importância está em desenvolver a capacidade de proferir juízos críticos sobre a
leitura:

Resenha (...) é a apresentação do conteúdo de uma obra. Consiste na leitura, no resumo e na crítica,
formulando, o resenhista, um conceito sobre o valor do livro. (...) a resenha em geral é feita por cientistas
que, além do conhecimento sobre o assunto, têm capacidade de juízo crítico. Também pode ser feita por
estudantes; neste caso, como um exercício de compreensão e crítica. Para iniciar-se nesse tipo de
trabalho, a maneira mais prática seria começar por resenhas de capítulos.
Etapas para elaborar uma resenha
•Situar as ideias do autor no contexto geral de seu próprio pensamento;
•Situar o autor em um contexto mais amplo, mostrando o sentido de sua perspectiva e destacando os
pontos importantes ou originais de seu pensamento;
•Desvelar os pressupostos que aparecem e que justificam a posição assumida pelo autor;
pres.su.pos.to) [ô]
a.
1. Que se pressupôs; que se supôs por antecipação; PRESUMIDO: Não conseguiu atingir os resultados
pressupostos.
sm.
2. Suposição, conjectura, pressuposição, tb. como intenção, projeto: O pressuposto, neste caso, é que o
investimento se pagará em três anos.
Read more: http://aulete.uol.com.br/PRESSUPOSTO#ixzz2gDK85jf3

•Comparar as ideias do texto com ideias afins;


•Crítica: formular um juízo crítico, uma avaliação, uma tomada de posição.
O que uma resenha deve conter?
• Referência da obra;
• Informações sobre o autor;
• Nome do resenhista e titulação;
• Perspectiva teórica da obra;
• Breve síntese e principais argumentos do autor;
• Reflexão crítica da obra.
No caso da técnica de estudo da resenha, elaboramos uma análise interpretativa.
Como você já percebeu, o resenhista precisa ter conhecimentos na área. Você deve iniciar-se na prática, começando
pela elaboração de resumos para, pouco a pouco, adquirir habilidades para vir a elaborar uma resenha. (EX de resenha
PDF)
RESUMO
Mas, afinal, o que significa resumir?
Seria copiar frases do texto?
Resumo é uma síntese sob forma de redação do fichamento de leitura, buscando compreender o sentido do texto. Uma
apresentação sucinta e ordenada das ideias centrais do texto lido, sem a utilização de citação (SANTOS; MOLINA; DIAS,
2007, p. 105).
Dentro do campo científico, a técnica de resumo pode ser:
Parte de um trabalho técnico- científico.
Produção seguida de palavras-chaves, que faz parte dos elementos pré-textuais de trabalho técnico científico e que
deve estar em língua vernácula e língua estrangeira.
Um trabalho acadêmico
Não tem número definido de palavras, deve apresentar um cabeçalho (nome da IES, curso, período, turma, disciplina,
professor, aluno) e constar a referência completa da obra estudada.
Quando elaboramos um resumo, produzimos uma análise temática do texto lido. É o momento da compreensão do
texto, entendendo as ideias do autor.

Segundo Severino (2007), ao elaborar um resumo, o leitor deve fazer as seguintes perguntas:

• Qual é o tema?
• Qual a perspectiva da abordagem?
• Como o assunto foi problematizado?
• Como o autor responde ao problema?
• Que posição assume?
• Que ideia defende?
• O que quer demonstrar?
• Como o autor comprova sua tese?
Na análise temática percebemos o raciocínio do autor e sua argumentação. O resumo de um texto é a síntese do
raciocínio do autor e não a mera redução de parágrafos.

Leia o texto a seguir e responda:


Valsa Para Bruno Stein é um filme poético sobre relacionamentos de três gerações vivendo na mesma casa e a
redescoberta do amor por duas pessoas que julgavam isto parte do passado.

Bruno Stein sente-se no fim da vida. O tempo passou e ele já não consegue mais se integrar à família. As netas o
ignoram, a mulher não representa muito para ele, o filho está sempre viajando e a presença perturbadora da nora
Valéria.

Ele tenta se envolver com o trabalho na olaria, com as esculturas, mas nada mais o motiva. Até que um súbito encontro
lhe desperta novamente a vontade de viver. Mas junto para um protestante fervoroso como ele, existe o peso de
padrões morais e religiosos.

Bruno e Valéria se apaixonam. Ao mesmo tempo que descobrem esta paixão, lutam com todas as forças para sufocá-la.
Valsa Para Bruno Stein é a história do drama de um homem que tem que decidir entre o redescobrir da vida e a rigidez
moral de toda sua existência.
O texto que você acabou de ler é:
Uma resenha ( )
Um resumo ( )

Visitar link: http://charges.uol.com.br/2004/10/07/garoto-folgadao-geracao-coca-cola/


Como vimos lá no início da aula, muitos acreditam que os jovens não leem mais por causa dos avanços tecnológicos e
isso teria causando um empobrecimento da linguagem.

Acreditam também que essa preguiça esteja afetando a qualidade dos trabalhos acadêmicos devido ao uso excessivo de
obras de terceiros sem as devidas referências, já que é muito mais fácil “copiar e colar” do que criar. E, convenhamos,
quem não lê não escreve bem e prefere “roubar” as palavras dos outros.

É óbvio que a tecnologia ajuda na busca de informações. Porém, quando encontramos o que queremos, o nosso
problema está apenas parcialmente resolvido, pois é preciso saber apresentar suas descobertas.

Será por meio das técnicas de estudo vistas nesta aula — fichamento, resumo e resenha — que você terá meios para
desenvolver um texto que apresente as ideias pesquisadas para seus possíveis leitores.

Você é o autor, valorize a sua escrita!

APRENDA MAIS :
Referência Bibliográfica
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 1994.
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
HUHNE, L. M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI Marina de Andrade. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
LAVILLE, Christian: DIONE, Jean. Construção do Saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto
Alegre: Artes médicas, 1999.
MACHADO, Ana Maria. Como e porque ler os clássicos universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2002.
SANTOS, G. R. C. M.; MOLINA, N. L.; DIAS, V. F. Orientações e dicas práticas para trabalhos acadêmicos. Curitiba: IBPEX,
2007.
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007
Aula 5

Você sabe por onde começar um trabalho acadêmico


A primeira fase de qualquer trabalho de pesquisa é a definição do que será
estudado.
Se o tema da pesquisa não for estabelecido pelo professor, você terá liberdade
para fazê-lo. Porém, você deve ter cautela ao escolher o assunto que pretende
investigar, porque essa flexibilidade pode te colocar em uma enrascada.
Pensamos logo em escolher um tema de nosso interesse pelo nosso gosto, não é
mesmo? Algo sobre o qual queremos saber mais e achamos atraente. Mas isso
pode não ser nada produtivo.
Ao escolher um tema, devemos levar em consideração, por exemplo, se há uma
bibliografia considerável sobre o assunto, se esta é fácil de ser encontrada, se
estamos seguros para desenvolver os argumentos etc.
Não podemos escolher algo sobre o qual não conseguiremos falar, não é verdade?
Isso, sem dúvida, comprometerá o desenvolvimento do trabalho.

Antes de iniciar uma pesquisa você deverá seguir os seguintes passos:


1. Escolha do tema O que vou pesquisar?
A inspiração para o tema pode vir de um aspecto ou uma área de interesse de um
assunto que se deseja provar ou desenvolver.
A vivência diária, as questões polêmicas, reflexão, leituras, debates, discussões também
nos servem como fontes de assuntos.
2. Originalidade Precisa ser original?
Originalidade não é pré-requisito. Você pode pesquisar um tema mesmo que este não
seja inédito.
3. Revisão de Literatura Se o tema não é inédito, quem já pesquisou algo semelhante?
É importante saber quem já pesquisou o assunto escolhido e que contribuição deu para o
seu desenvolvimento/conclusão.
Para isso, procure trabalhos semelhantes ou idênticos e pesquise publicações na área.
Depois liste os argumentos e veja quais textos você poderá utilizar para apoiar suas
ideias. Essa revisão da literatura o ajudará até mesmo a organizar a strutura do trabalho.
4. Justificativa • Por que estudar esse tema?
• Que vantagens e benefícios a pesquisa proporcionará?
• Qual a importância profissional e cultural da pesquisa?
As respostas dessas questões são as razões que o levarão a estudar o tema escolhido.
5. Formulação do Que questões estou disposto a responder?
problema: Deve-se definir claramente o problema, apresentá-lo no formato de perguntas e
levantamento das delimitá-lo em termos de tempo e espaço.
questões norteadoras

6. Determinação de O que pretendo alcançar com a pesquisa?


objetivos É importante formular um único objetivo geral que apresente o propósito da
pesquisa.
Os objetivos específicos representam a divisão do objetivo geral em outros
menores.

Tema: Liderança autoritária e a motivação


Problematização: Como a liderança autoritária pode comprometer a motivação dos funcionários da Empresa XYZ?
Objetivo Geral: Investigar como o estilo de liderança autoritária compromete a motivação dos funcionários na Empresa
XYZ.
Objetivos específicos:
Definir o conceito de liderança autoritária;
Descrever alguns exemplos de liderança autoritária na Empresa XYZ;
Definir o conceito de motivação;
Analisar a relação entre liderança e motivação nas organizações.

Você percebeu que os objetivos específicos desdobram o objetivo geral da pesquisa? Que estão inseridos nesse
contexto maior?

Você observou também que o objetivo geral expressa exatamente o que se pretende provar a partir da problematização
do tema?

Por meio da pesquisa e da dedicação você delimitará facilmente tanto o objetivo geral quanto os específicos.

Planejar e pesquisar são o lema


Seguindo os passos que acabamos de analisar fica fácil perceber como é importante fazer um planejamento do
trabalho, não é mesmo?

Então, antes de iniciar qualquer trabalho acadêmico, dedique-se ao planejamento, procure traçar o caminho mais
eficiente para ficar claro o que se pretende com ele.

Esse planejamento o ajudará a encontrar um tema interessante e sem obstáculos que comprometam a sua pesquisa.
Assim, você caminhará com mais segurança ao realizar o trabalho, aumentando inclusive as chances de terminá-lo no
prazo sem passar apertos, já que tem uma boa ideia de quanto tempo precisará dedicar a cada fase da pesquisa. Vale o
esforço!

O planejamento ainda contribui para a escolha de um tema que pode levar seu trabalho a ter uma aplicação prática. O
que é uma bela recompensa, não é mesmo?

Prepare-se bem e você economizará tempo mais tarde e não terá a chance de escolher um tema improdutivo. Tenha
certeza!

Problematizar, eis
a questão!

Depois de escolhido o tema, deve-se pensar no problema a ser estudado.


Sabemos que o mais comum ao ouvirmos a palavra problema é pensarmos em obstáculo, contratempo, situação difícil,
conflito, não é?
Mas, no nosso caso, o problema é científico e significa assunto controverso, isto é, refletir sobre um assunto que ainda
não foi satisfatoriamente respondido, em qualquer campo de conhecimento.

Este problema, então, faz de um tema um objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas, em qualquer
domínio do conhecimento.

A clareza na formulação do problema científico refletirá na formulação dos objetivos e, consequentemente, no sucesso
de sua pesquisa.

Por que elaborar problemas científicos?


Problema De Engenharia
Como fazer algo de maneira eficiente.
Veja dois exemplos:
“Como fazer para melhorar os transportes urbanos?”
“Como aumentar a produtividade no trabalho?”
Problema d Valor
Aqueles que indagam se algo é bom ou mau, desejável ou indesejável, certo ou errado, melhor ou pior, se
algo deve ou não ser feito.
Veja dois exemplos:
“Os pais devem dar palmadas nos filhos?”
“Qual a melhor técnica para a propaganda?”
Problema científico
Um problema é considerado de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser tidas como
testáveis, podem ser observadas e manipuladas.
O termo variável é o dos mais empregados na linguagem dos pesquisadores. Seu objetivo é o de conferir
maior precisão aos enunciados científicos, sejam hipóteses, teorias, leis, princípios ou generalizações. O
conceito de variável refere-se a tudo aquilo que pode assumir diferentes valores ou diferentes aspectos,
segundo os casos particulares ou as circunstâncias (GIL, 2002, p.36).
Veja um exemplo:
“Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária?”
Aqui temos duas variáveis relacionando-se:
Variável 1: escolaridade
Variável 2: preferência político-partidária
As variáveis podem ser de três tipos:
• Independente
Variável que influencia, determina ou afeta outra variável, dando a condição ou a causa para certo resultado,
efeito ou consequência.
Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará”.
• Dependente
Consiste nos valores a serem explicados ou descobertos, em virtude de serem influenciados, determinados ou
afetados pela variável independente.
Exemplo: “Se dermos uma pancada no joelho dobrado de um indivíduo, sua perna esticará”.
• Interveniente
É aquela que em uma sequência causal se coloca entre a variável independente e a dependente, tendo como
função ampliar, diminuir ou anular a influência de uma sobre a outra.
Exemplo: “A liderança autoritária influencia na motivação dos colaboradores.”

Cada problema científico formulado conta com duas variáveis.

“Os alunos de Administração são mais conservadores do que os de Ciência Sociais.”


Curso e Conservadorismo
A variável relacionada ao Curso é independente em relação à variável relacionada ao Conservadorismo. Por
isso, é mais importante.
Conservadorismo, por sua vez, é uma variável dependente da primeira (Curso). Sendo, assim, menos
importante.
“A classe social da mãe influencia no tempo de amamentação dos filhos.”
Classe social e Tempo de amamentação
A variável relacionada à Classe social é independente em relação à variável relacionada ao Tempo de
amamentação. Por isso, é mais importante.
Tempo de amamentação, por sua vez, é uma variável dependente da primeira (Classe social). Sendo, assim,
menos importante.

TESTE DE CONHECIMENTO
Marque um X nas respectivas colunas para classificar os problemas abaixo como problemas de engenharia,
de valor ou científico:
Problema: Engenharia Valor Científico
É lícito fazer experiência com seres humanos? X
O que pode ser feito para melhorar a distribuição de renda? X
Qual a melhor técnica psicoterápica? X
Em que medida a escolaridade determina a preferência político X
partidária?
GABARITO:
A pesquisa científica não pode dar respostas a questões de engenharia ou de valor porque tais dados não são
passíveis de verificação. Nesse sentido, o problema deve ser claro e preciso, ou seja, não deve ser formulado
de maneira vaga e os termos usados devem ser adequados.

O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável, o que significa dizer que a delimitação do problema
deve estar relacionada aos meios disponíveis para investigação.

Dos problemas às hipóteses

Ao seguirmos a ordem das razões, podemos afirmar que a formulação de uma hipótese de pesquisa decorre
da problematização.
As hipóteses são as possíveis respostas encontradas para o problema formulado.
A problematização requer possibilidades de respostas, que compõem alternativas que devem ser
consideradas e examinadas.
Exemplo de hipótese

Tema: mortalidade infantil

Problematização: em que medida o fenômeno da mortalidade infantil está relacionado à desnutrição da


criança?

Você percebeu que o pesquisador ao constatar a relação entre as variáveis (mortalidade infantil e
desnutrição) formulou uma hipótese?

Agora que já sabemos como começar, vamos ver os tipos de trabalhos acadêmicos mais
comuns.
Você já conhece todos os tipos de trabalhos a que pode ser submetido enquanto estudante, suas
particularidades e funções?
Será que você já realizou algum deles? Confira.
Relatório-O Relatório é a parte final de uma pesquisa. Seu objetivo consiste em dar ao leitor o resultado
completo do estudo, apresentando fatos, dados, procedimentos utilizados, resultados obtidos, chegando a
certas conclusões e recomendações (RAMPAZZO, 2005).
O Relatório está estruturado em:
Elementos pré- textuais Elementos Textuais Elementos Pós-textuais
Capa Introdução: escolha do assunto, delimitação, Lista de referências
justificativa e objetivos; usadas no texto. As
Folha de rosto Revisão da bibliografia: apresentação da pesquisa referências devem ser
bibliográfica sobre o assunto; elaboradas conforme as
Metodologia: procedimentos empregados para normas da ABNT.
obtenção dos dados;
Conclusão: análise e interpretação dos dados.

Comunicação Científica ou Paper


Segundo a ABNT (1989), paper é um pequeno artigo científico elaborado sobre determinado tema ou
resultados de um projeto de pesquisa. É utilizado nas comunicações em congressos e reuniões científicas,
sujeitos à sua aceitação por julgamento.

A finalidade de um paper é formar um problema, estudá-lo, adequar hipóteses, cotejar dados, prover uma
metodologia própria e, finalmente, concluir ou eventualmente recomendar.

Por ser bastante técnico, o paper pode conter fórmulas, gráficos, citações e pés de página, anexos, adendos e
referências.

A última coisa que se destaca neste tipo de trabalho é a opinião do autor. Por isso, em um paper, o
julgamento de quem o escreveu é velado e tem a aparência imparcial e distante, não deixando transparecer
tão claramente as crenças e as preferências do escritor.

Conforme Carmo-Neto (1996), os dados de um paper são geralmente experimentais, mensuráveis


objetivamente. Mesmos os mais intuitivos ou hipotéticos sempre imprimem certo aspecto científico e quase
sempre são formados a partir de uma metodologia própria para aquele fim.
Seminário
É um procedimento didático que consiste em levar o aluno a pesquisar a respeito de um tema, a fim de apresentá-lo e
discuti-lo cientificamente.

Poderá funcionar com um só grupo ou dividir-se em subgrupos, dedicando cada um deles ao estudo de aspectos
particulares de um mesmo tema ou temas diferentes de uma disciplina.

Cada integrante terá uma tarefa individualizada.

Neste caso, a exposição poderá ficar a cargo de um representante do grupo ou poderá haver a apresentação de cada
integrante individualmente.

Para a dinâmica desta atividade em grupo, Eva Maria Lakatos (2004) sugere que o trabalho seja organizado com os
seguintes participantes:
Coordenador O Coordenador é representado pelo professor. É ele que propõe os temas, indica a bibliografia
inicial, estabelece a agenda de trabalho e fixa a duração das apresentações.
Organizador O Organizador é representado por um integrante do grupo. Este ficará responsável pelas reuniões,
coordenará as etapas da pesquisa e poderá designar tarefas para cada componente do grupo.
Relator O Relator será o componente responsável pela exposição dos resultados dos estudos do grupo,
porém não é o único a falar em sala de aula.
Secretário O Secretário será representado pelo integrante designado pelo professor para anotar as
conclusões finais, após os debates.
Comentadores Os Comentadores são os escolhidos pelo professor para o aprofundamento crítico do tema. Devem
estudar com antecedência o tema a ser apresentado com o intuito de fazer críticas adequadas à
exposição, antes da discussão e por ocasião do debate com os demais participantes.
Debatedores Os Debatedores são todos os alunos da classe. Participam fazendo perguntas, pedindo
esclarecimentos, colocando objeções, reforçando argumentos ou dando alguma contribuição.

Anteprojeto de Pesquisa
Trata-se de um documento temático que apresenta de maneira concisa o conteúdo de um projeto de
pesquisa.
É um estudo preparatório, esboço ou conjunto dos estudos preliminares, que irá constituir, depois das
necessárias alterações, as diretrizes básicas do projeto definitivo.
Um anteprojeto de pesquisa divide-se em:
Elementos Pré-textuais Elementos Textuais Elementos Pós-textuais
Folha de rosto Introdução: enunciar e delimitar o tema; objetivo geral; Lista de referências. As
Sumário justificativa do estudo e bibliografia disponível; referências devem ser
Metodologia: elaborar o esquema de trabalho: coleta e elaboradas conforme as
tratamento de dados e método de pesquisa adotado; normas da ABNT.
Embasamento Teórico: é a parte da pesquisa em que o
estudante apresenta os autores que serão utilizados na
pesquisa e seus principais conceitos;
Cronograma: se refere às etapas da pesquisa e ao
lapso de tempo que cada uma exige.
Observação: A capa é um elemento pré-textual opcional.

Projeto de Pesquisa
O projeto de pesquisa apresenta os pontos principais que revelam a definição de um problema, a revisão
sucinta da bibliografia e a metodologia.

Assim, a primeira parte apresenta a introdução, o objetivo, a justificativa, as questões norteadoras ou


hipóteses do estudo.

Já a segunda parte contempla a metodologia, indicando o tipo de pesquisa que será desenvolvida e os
instrumentos a serem utilizados.

Um anteprojeto de pesquisa divide-se em:


Elementos Pré-textuais Elementos Textuais Elementos Pós-textuais
Capa Introdução: enunciar e delimitar o tema; objetivo geral; Lista de referências
justificativa do estudo e bibliografia disponível.
Folha de rosto Divide-se em: Glossário (opcional)
• Considerações iniciais;
• Problematização (questão norteadora);
Sumário Apêndice (opcional)
• Objetivos;
• Justificativa.
Resumo Embasamento Teórico: é a parte da pesquisa em que o Anexos (opcional)
estudante apresenta os autores que serão utilizados na
Lista de abreviaturas pesquisa e seus principais conceitos; Índice (opcional)
Metodologia: elaborar o esquema de trabalho ― coleta e
tratamento de dados e método de pesquisa adotado;
Cronograma: se refere às etapas da pesquisa e ao lapso de
tempo que cada uma exige.

Artigo Científico
É um pequeno estudo que trata de uma questão científica e destina-se a publicações em revistas ou periódicos. Difere-
se da monografia pela sua reduzida dimensão e conteúdo (RAMPAZZO, 2005).
O artigo também deve ser estruturado em três partes (NBR 6022): elementos pré-textuais; textuais e pós-textuais.
Estrutura de um artigo científico:
Elementos Pré-textuais Elementos Textuais Elementos Pós-textuais
Título – termo ou expressão que indica o O corpo do artigo é estruturado em: Lista de referências
conteúdo do artigo; Introdução – expõe o problema usadas no texto.
Autoria – nome do autor, acompanhado investigado, a finalidade do artigo e a
de breve currículo (mesmo que seja para metodologia utilizada para alcançar aAs referências devem ser
informar a condição de formando);
finalidade; elaboradas conforme as
Resumo - parágrafo que sintetiza os
Desenvolvimento – trata a matéria denormas da ABNT.
objetivos pretendidos, a metodologia
empregada, resultados e conclusões; forma abrangente e objetiva;
Palavras-chave - termos indicativos do Conclusão – destaca os resultados
conteúdo do artigo. obtidos.
Observação: Em artigos científicos evita-se o uso de notas de rodapé, anexos e apêndices. Devem-se evitar, também,
citações diretas longas.
Monografia
Segundo Geller (2011), monografia, no sentido etimológico, significa “dissertação a respeito de um assunto
único”, pois monos (mono) significa “um só” e graphein (grafia) significa “escrever”.
A monografia é um trabalho científico que se caracteriza pela especificação, ou seja, a redução da abordagem
a um só assunto, a um só problema.
Portanto, monografia é um trabalho com tratamento escrito de um tema específico que resulte de
interpretação científica com a finalidade de apresentar uma contribuição relevante ou original à ciência.
Subtipos de monografia:
TCC Significa “Trabalho de Conclusão de Curso”.
Trata-se de um documento que representa o resultado de um estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido e
elaborado sob a coordenação de um orientador.
Dissertação A Dissertação é um tipo de trabalho apresentado no final do curso de pós-graduação stricto sensu, visando obter o título de
mestre. Este tipo de trabalho acadêmico requer defesa pública.
Como estudo teórico, de natureza reflexiva, a dissertação requer sistematização, ordenação e interpretação dos dados.
(RAMPAZZO, 2005)
Tese Tese é o trabalho científico, escrito, original, sobre um tema específico, cuja contribuição amplia os conhecimentos do tema
escolhido.
Representa, portanto, um avanço na área científica em que se situa.
Possui a mesma estrutura da monografia e da dissertação, mas distingue-se no que concerne à profundidade, à originalidade,
extensão e objetividade (RAMPAZZO, 2005).
Também é um tipo trabalho apresentado no final do curso de pós-graduação stricto sensu e confere ao seu escritor o título de
doutor.
Chegamos ao final de mais uma aula
Nesta aula aprendemos que planejar não é perda de tempo!

Agora vai outra dica importante: após delimitar o tema, procure ler o que os autores falam sobre ele e anote
como eles problematizaram esse tema.

Observe como levantaram questões norteadoras da pesquisa, bem como responderam a essas questões
formuladas.

Isso o ajudará a formular a questão que será respondida no seu trabalho.

E, lembre-se, é muito importante ter consciência do tipo de trabalho que se pretende escrever e sua função
para obter sucesso na apresentação de suas pesquisas.
APRENDA MAIS :
BELL, Judith. Projeto de pesquisa: guia para pesquisadores iniciantes em educação, saúde e ciências sociais.
4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
FRANCO, Jeferson Cardoso. Como elaborar trabalhos acadêmicos nos padrões da ABNT: aplicando recursos de
informática. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2006.
JACOBINI, Maria Letícia de Paiva. Metodologia do trabalho acadêmico. Campinas: Alínea, 2006.
KAHLMEYER-MERTENS, R. et al. Como elaborar projetos de pesquisa: linguagem e método. Rio de Janeiro:
FGV, 2007.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MAIA, Paulo Leandro. O a b c da metodologia: métodos e técnicas para elaborar trabalhos científicos (ABNT).
2. ed. São Paulo: LEUD, 2008.
RAMPAZZO, Lino. Metodologia Científica: para alunos dos cursos de pós-graduação e pós-graduação. 3. ed.
São Paulo: Loyola, 2005.

Aula 6
Esta aula faz parte do terceiro bloco e visa estudar a Metodologia aplicada à pesquisa científica.
Bons estudos!

Evitando o caos

Imagine se cada aluno que produzisse um trabalho acadêmico o organizasse como bem entendesse?
magine-se fazendo uma pesquisa e encontrando os livros organizados de formas diferentes: uns começando pelo
desenvolvimento, seguido da conclusão e terminando com a introdução; outros começando pela conclusão, seguida da
introdução e do desenvolvimento. Que confusão, não é mesmo?
É para dar uma sequência lógica, evitar o caos e, claro, a perda de tempo, que organizamos a ordem do texto.
Aprendemos isso nas aulas de redação, lembra? Primeiro, vem a introdução, depois, o desenvolvimento e, por último, a
conclusão. Essa ordem se estende a outras produções textuais, inclusive os trabalhos acadêmicos.
E é disso que vamos tratar nessa aula: estrutura, formatação e organização de nossas produções científicas.
E sabe quem dita as regras? Vamos descobrir!

A famosa ABNT

Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização
técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.

Mas você deve estar se perguntando:


No que ela interfere no meu trabalho acadêmico?
Algumas normas da ABNT servem de padrão para as instituições de ensino no que diz respeito à apresentação de
trabalhos acadêmicos e científicos.

Por isso, quando não houver especificação por parte da instituição quanto à normatização de um trabalho científico,
adote as normas da ABNT.

Vamos começar pela estrutura


Muitos dos trabalhos acadêmicos são compostos pelos chamados elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais que
nos ajudam a organizar o conteúdo.

Esses elementos devem apresentar uniformidade gráfica e seguir a seguinte estrutura:


Os elementos pré-textuais antecedem o texto, contêm as informações que ajudam a identificação do trabalho e são
compostos de itens obrigatórios e opcionais.

Elementos textuais é a parte do trabalho em que é exposta a matéria, por exemplo, introdução, desenvolvimento,
metodologia, embasamento teórico e conclusão.É o corpo do trabalho.
Os elementos pós-textuais possuem forma própria de apresentação e destinam-se a complementar e esclarecer o texto
do trabalho acadêmico. São elementos que têm relação com o texto, porém, para torná-lo menos denso e não
prejudicar a leitura do trabalho vêm apresentados após a parte textual.

Você reparou que alguns elementos foram classificados como obrigatórios?


Pois, então, veja quais são as partes que não podem faltar no seu trabalho:
Obrigatórios Opcionais
• Capa • Lombada
• Folha de rosto • Ficha catalográfica
• Folha de aprovação • Errata
• Resumo na língua vernácula • Agradecimento
• Resumo na língua estrangeira • Dedicatória
• Sumário • Epígrafe
• Lista de Ilustrações
http://www2.anhembi.br/html/metodologia/ele_pretextuais.htm • Lista de tabelas
• Lista de abreviaturas e siglas
• Lista de símbolos
Recomendação de leitura: SOUZA, Francisco das Chagas. Escrevendo e Normalizando Trabalhos Acadêmicos.
Florianópolis: Editorada UFSC, 2001.

FOLHA DE APROVAÇÃO

Elemento obrigatório. Deve ser inserida após a folha de rosto, constituída pelo nome do autor do trabalho, título do
trabalho e subtítulo (se houver), natureza (tipo do trabalho, objetivo, nome da instituição a que é submetido, área de
concentração) data de aprovação, nome, titulação e assinatura dos componentes da banca examinadora e instituições a
que pertencem. A data de aprovação e as assinaturas dos membros componentes da banca examinadora devem ser
colocadas após a aprovação do trabalho.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome
específico, travessão, título e respectivo número da folha ou página. Quando necessário, recomenda-se a elaboração de
lista própria para cada tipo de ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas,
organogramas, plantas, quadros, retratos e outras).

Exemplo: Figura 1 Objetivos da Auditoria Operacional 9

LISTA DE TABELAS

Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome
específico, acompanhado do respectivo número da folha ou página.

EXEMPLO

Tabela 1 – Perfil socioeconômico da população entrevistada, no período de julho de 2009 a abril de 2010
12

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Elemento opcional. Consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras ou
expressões correspondentes grafadas por extenso. Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo.

EXEMPLO

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

Fil. Filosofia

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industria


1. INTRODUÇÃO (NBR 14724:2002)

Parte inicial do texto, onde devem constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos
necessários para situar o tema do trabalho.

2. DESENVOLVIMENTO (NBR 14724:2002)

Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e
subseções, que variam em função da abordagem do tema e método.

3. CONSIDERAÇES FINAIS (NBR 14724:2002)

Parte final do texto, na qual se apresentam conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses. (Lakatos e Marconi,
1994)

Última fase do planejamento e organização do trabalho, que explicita os resultados finais, considerados relevantes.

As conclusões devem estar vinculadas à hipótese de investigação, cujo conteúdo foi comprovado ou refutado. Em
termos formais, é uma exposição factual sobre o que foi investigado, analisado, interpretado; é uma síntese comentada
das ideias essenciais e dos principais resultados, a fim de que no futuro possam ser estudados pelo próprio autor ou por
outros.

Em geral, não se restringem a simples conceitos pessoais, mas apresentam inferências sobre os resultados,
evidenciando aspectos válidos e aplicáveis a outros fenômenos, indo além dos objetivos imediatos. Sem a conclusão, o
trabalho parece não estar terminado. A introdução e a conclusão de qualquer trabalho científico, via de
regra, são as últimas partes a serem redigidas.

Os elementos pós-textuais possuem forma própria de apresentação e destinam-se a complementar e esclarecer o texto
do trabalho acadêmico. São elementos que têm relação com o texto, porém, para torná-lo menos denso e não
prejudicar a leitura do trabalho vêm apresentados após a parte textual.

As referências complementam as citações feitas na parte textual e são indispensáveis.

O que é Formatação?

Entende-se por formatação a ação de dar forma, de organizar a disposição dos elementos visuais em um arquivo gráfico
ou de texto.

É a formatação, portanto, que nos ajudará a dar a forma mais apropriada, segundo a ABNT, aos nossos trabalhos
acadêmicos e projetos.

Ela nos auxiliará a adaptar o conjunto de características visuais próprias do texto ― como o itálico, o sublinhado, o
negrito, o tamanho de fonte, o espaço de linhas etc. ― ao padrão estabelecido.
Formatação de trabalhos acadêmicos e científicos
Observe agora alguns dos itens mais importantes a serem considerados na formatação de um trabalho acadêmico:
Fonte
Recomenda-se utilizar em todo o trabalho a fonte Arial ou Times New Roman, normal, tamanho 12. A utilização do
itálico é feita apenas nas palavras em outro idioma.
Nas legendas das tabelas, figuras, ilustrações, citações longas e nos textos das notas de rodapé o tamanho da fonte a
ser utilizada é 11.

Espaço: Na digitação do texto adotar o espacejamento de 1,5 cm de entrelinhas, com recuo de primeira linha do
parágrafo (1,25 cm – corresponde a 1 tab.) e texto justificado. Nas citações com mais de três linhas, nas legendas das
tabelas, figuras e ilustrações o espaço é simples.
Observe ainda o espaço simples nas referências bibliográficas, ordenadas em ordem alfabética por sobrenome do autor,
alinhadas à margem esquerda e separadas entre si por dois espaços simples.

Margem
Segundo as normas da ABNT o papel deve ser branco, com formato A4 (21,0 cm x 29,7cm).
As páginas devem apresentar margem esquerda e superior de 3,0 cm, direita e inferior de 2,0 cm.

Capa
A capa é elemento obrigatório em alguns tipos de trabalho acadêmico, apresenta uma formatação específica e deve
conter os elementos essenciais para identificação do autor do trabalho (ABNT, NBR 14724).

A ABNT normatiza que seja usada a fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 14, e o espaço entre as linhas deve ser
simples.

Sua capa deverá conter as seguintes informações na ordem sugerida:

1º - Identificação da Instituição de Ensino Superior - IES (caixa alta);


2º - Identificação do curso (caixa alta);
3º - Tipo de trabalho (caixa alta);
4º - Nome do acadêmico (caixa alta);
5º - Título do projeto (caixa alta);
6º - Cidade, ano (caixa alta).

A régua vertical do editor de texto ajudará na formatação da


capa.

Assim, no marco 1 da régua do editor, indique o nome da


universidade (IES).

No marco 1,5, indique o curso.

No marco 2, especifique o tipo de trabalho.

No marco 7, inserira o nome completo do acadêmico.

No marco 12, mencione o título do trabalho.

No marco 23, insira a cidade e ano.

Folha de rosto
A folha de rosto é um complemento da capa e deve apresentar a identificação da disciplina em que o trabalho será
apresentado, bem como o curso, a instituição de ensino, o aluno e o professor orientador.

Na hipótese de dissertações de mestrado e teses de doutorado, no verso da folha de rosto, deve constar a ficha
catalográfica.

Quanto a numeração das páginas, vale ressaltar que todas as folhas a partir da folha de rosto devem ser contadas, mas
a numeração começa a partir da primeira parte textual (introdução).

O número deve estar expresso em algarismo arábico, fonte 11, no canto superior da folha.
1º - Nome do acadêmico (caixa alta);
2º - Título do trabalho (caixa alta);
3º - Nota indicativa do tipo de trabalho: em recuo esquerdo de 8 cm, espaço simples, alinhamento justificado e fonte
12.
Inserir a seguinte nota:

(Tipo de trabalho) apresentado à disciplina de (nome da disciplina), do (nome do curso), da (nome da Instituição de
ensino). Professor(a) Orientador(a): nome completo do professor
4º - Cidade, ano.

Sumário

Para muita gente, fazer sumário no Word é um martírio. Ele nunca fica conforme o esperado quando criado
manualmente.
Quando utilizamos a função automática do Word, ou não saímos do canto ou o resultado foge totalmente aos requisitos
normativos, não é mesmo?
Para esclarecer as dúvidas sobre Sumário, assista ao vídeo e veja o passo a passo que mudará a sua vida!

Citações
Entende-se por citação a menção de uma informação extraída de outra fonte.
A citação pode ser direta ou indireta
http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/638805

Referência bibliográfica
Referência é o “[...] conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua
identificação individual” (ABNT, 2002, p. 2) no todo ou em parte, impressos ou registrados em diversos tipos de suporte.
Importante não confunda Bibliografia com Referências Bibliográficas.
Referência Bibliográfica corresponde à parte do trabalho em que se listam as obras utilizadas para elaboração do texto,
isto é , tudo que se usou efetivamente, como citação direta ou indireta.
Para ABNT, representa o “conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento , que permite
sua identificação individual.”(ABNT, 2000,p.2 )
Já a Bibliografia inclui as indicações bibliográficas (livros, artigos etc.) que foram lidas e que são indicadas para o
aprofundamento do assunto, mas não foram citadas ou referenciadas no corpo do trabalho.

Aula7

INTRODUÇÃO
Uma das principais angústias no meio acadêmico é a forma como o aluno se comunica. E isso é comum a todas as áreas.
Espera-se que o aluno tenha um cuidado especial ao elaborar o seu texto e que siga algumas normas que facilitam a
comunicação.
É nesse sentido que se afirma que a linguagem escrita deve estar baseada em regras que a diferencia do agir
espontâneo. Uma dessas regras é a da citação.
Esta aula faz parte do terceiro bloco e visa estudar a Metodologia aplicada à pesquisa científica.

Qual é o propósito de um texto científico?


Segundo Azevedo (1997, p. 109), “o propósito de um texto científico é comunicar os resultados e as ideias a que se
chegou, após a coleta e análise dos dados”.

Porém, é muito comum recorrer às palavras dos próprios autores quando queremos escrever sobre nossas pesquisas.

Muitas vezes, recorremos a citações ou porque não conseguimos superar a fala do autor ou porque queremos
intencionalmente mostrar ao nosso leitor como ele abordou o assunto.

Antes de tudo...
Em um trabalho cuidadoso, você deve ler diferentes autores sobre o assunto a ser pesquisado e, assim, organizar o
pensamento, fundamentando as ideias antes de iniciar a redação do trabalho.
Nesse aspecto, o fichamento bibliográfico e o de leitura configuram fases imprescindíveis para a elaboração de seu
trabalho acadêmico.
Somente após uma leitura cuidadosa, você poderá destacar as citações-chave que utilizará, caso seja necessário.

Mas o que significa citar? Como devo organizar uma citação?


As citações são trechos transcritos ou informações extraídas de publicações consultadas e devem ser inseridas em um
texto com a finalidade de esclarecer ou complementar as ideias.
MAS ATENÇÃO:
Em todas as hipóteses, a fonte deve ser mencionada.

Segundo ABNT, citação é a “menção a uma informação extraída de outra fonte”. (NBR 10520:2002)
Elas estão divididas em três tipos:
Citação direta
As citações diretas são aquelas que copiamos, sem mudar nada, do texto original que consultamos.

Como esclarece João Bosco Medeiros (2003, p. 187), é a referência a uma obra colhida de outra fonte “para esclarecer,
comentar, ou dar como prova uma autoridade no assunto”.

É importante observar que este tipo de citação só se justifica quando o pensamento expresso pelo autor consultado é
efetivamente significativo, claro e necessário à exposição, pois excessos de citações diretas, tabelas, gráficos, podem
acarretar prejuízo à estratégia de comunicação, comprometendo o trabalho.
As citações devem ser apresentadas conforme a ABNT - NBR 10520.
• As transcrições com até três (03) linhas permanecem no corpo do parágrafo, entre aspas duplas, e são denominadas
citações diretas curtas.
Exemplo 1

João Medeiros (2003, p. 189) observa que “a citação direta exige alguns cuidados elementares com o texto, salientando-
se entre outros: pontuação, maiúscula, destaques”. Assim, as citações diretas, com até três linhas, devem ser transcritas
no seu próprio parágrafo, entre aspas duplas.
Considerando que o trabalho deve ser digitado em formato A4, com espaçamento de 1,5 cm; fonte do tipo Arial ou
Times New Roman, tamanho 12.
Margens esquerda e superior com 3,0 cm; direita e inferior com 2,0 cm.

Exemplo 2

Trecho para citação: “(...) desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente e começando a usar os
recursos naturais de forma inteligente para que eles não se esgotem. Seguindo estes princípios, podemos garantir o
desenvolvimento sustentável”. (SILVA, 2011, p.57)

Veja como você teria que incluir essa citação em um texto:


A questão da sustentabilidade está em alta no momento. Percebemos que, se continuarmos consumindo os recursos
do nosso planeta desse jeito, afetaremos a vida de nossos descendentes. Para evitar isso, temos que nos comprometer
com as próximas gerações, repensando o “desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente e
começando a usar os recursos naturais de forma inteligente para que eles não se esgotem. Seguindo estes princípios,
podemos garantir o desenvolvimento sustentável”. (SILVA, 2011, p.57)
Sempre que você precisar transcrever um trecho com até três linhas, ele deverá compor o corpo do seu parágrafo e
ficar entre aspas duplas.
Não esqueça que a fonte da citação deve ser referenciada e que se a citação já apresentar aspas, estas devem ser
substituídas pelas aspas simples.
Assim, o leitor do seu trabalho saberá que existia aspas no trecho que você está citado.
você reparou como é feita a referência ao nome dos autores nessas citações?
Os nomes dos autores citados no texto devem ser grafados em letras maiúsculas, se estiverem entre parênteses, e em
letra normal, se estiverem fora dos parênteses.
Exemplo: Segundo Silva (1982, p. 50) ou (SILVA, 1982, p. 50).
As transcrições com mais de três (03) linhas devem ter um recuo de 4 cm da margem esquerda e digitadas com letra
menor que a do texto, e em espaçamento simples. São chamadas de citações diretas longas.
Os trechos de citação com mais de três linhas são apresentados em parágrafos separados, com espaço simples, letra
menor do que a utilizada no texto e sem aspas duplas.

Exemplo 1

Por meio de um processo literário composto não somente pela ironia, mas também pelo drama e pela sátira,
Manuel Rui nos oferece uma aparente displicência, em que estes recursos organizam a comédia do discurso. Comédia
dolorosa, em que nós leitores também participamos com um riso que não deixa de compartilhar a dor daqueles
personagens e nem de perceber o absurdo que está sendo denunciado naquelas páginas:
Sangrando. Por vezes de mãos crispadas. Em silêncio. E com vontade de protestar. Sim, algo de
chaplinesco vibra na transparência desse caos organizado. E a sua força dramática promana
dessa participação indireta do autor-narrador que dir-se-ia obscuro quando afinal se nos revela
por inteiro comprometido com o destino deste mundo que incomoda. 31
A especificidade da ironia utilizada nos contos de Manuel Rui consiste no fato dele tê-la escolhido como estratégia para
narrar as contradições presentes em Angola, dando maior enfoque ao comportamento social dos personagens inseridos
num ambiente contraditório, desumanizado e alienante.
31 FERREIRA, Manuel, op. cit., p. 9.
Reparou que a referência à fonte neste exemplo foi feita de uma forma diferente ?
Essa chama-se nota de rodapé.
Mas fique tranquilo, ainda nesta aula você aprenderá como fazer a referência deste modo.

Exemplo 2
Segundo Santos (2000, p. 13):
A Filosofia é uma atividade resultante da inquietação cognitiva do ser humano. E por, esta
razão, a Filosofia é inerente ao Ser Humano como ser racional, mesmo quando o filosofar
ocorre inconscientemente. Nisto consiste a razão e não se pode ensinar a Filosofia. Só é
possível se ensinar o método filosófico de pensar, ou seja, só é possível se ensinar a filosofar.
Citações diretas com mais de três linhas devem figurar em parágrafo autônomo, com recuo de 4 cm da margem da
esquerda, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12, espaçamento simples e sem aspas duplas.

Citação indireta

As citações indiretas apresentam formatação diferente por tratar-se de textos baseados na obra de um autor
consultado e não uma cópia de suas palavras.
Nesta hipótese, então, não é necessário o emprego das aspas duplas, porque a citação indireta mantém a ideia original
do texto lido, mas é reescrita por quem está elaborando o trabalho.
A citação indireta é também denominada paráfrase e, segundo a ABNT (NBR 10520:2002), configura uma transcrição
livre do texto do autor.
João Bosco Medeiros (2003) esclarece que a citação indireta pode configurar um resumo, comentário de uma ideia,
ou expressar o mesmo conteúdo, mas utilizando outras palavras.
Este é um exemplo de citação indireta. Aqui não produzimos um trecho do texto do autor.Optamos por explicar a ideia
que ele apresentou no seu texto.

E explicar as ideias que encontramos no texto original é muito mais produtivo do que apenas reproduzi-las, não é
mesmo?
Por isso, parafrasear é muito melhor do que a citação direta.
“Parafrasear é , pois , traduzir as palavras de um texto por outras de sentido equivalente, mantendo, porém , as ideias
originais.A paráfrase inclui o desenvolvimento de um texto, o comentário, a explicitação “.(MEDEIROS,2003,p.182.)

Veja um exemplo:

Israel Belo de Azevedo (1997) esclarece que toda palavra tem um peso de acordo com sua capacidade de sintetizar uma
ideia de maneira clara e concisa.
No exemplo acima vemos que a ideia de Israel Belo de Azevedo foi apresentada e que foi informado o ano em que
encontramos a publicação dela.
Porém, o trecho que contém o conceito foi reescrito por quem está elaborando o trabalho. Assim, não houve a
necessidade de utilizar as aspas duplas.
O conteúdo original foi reelaborado e, por isso, não se usam as aspas. Essa é uma forma também de você explicar ao
seu leitor, com as suas palavras, a ideia do autor que você estudou.

Citação da citação
Em algumas leituras verificamos que o autor apresenta uma citação direta ou indireta de outro autor, certo? E essa
citação não é perfeita apenas para o autor que estamos lendo, ela é perfeita para nós também.

Só que, na maioria das vezes, não temos acesso à obra que esta sendo citada por ele.

Como resolver isso?

Estamos diante de uma citação da citação que exige o uso da expressão apud que significa citado por.
Veja um exemplo de uso de apud:
Segundo Warde (1990 apud ALVES-MAZZOTTI, 2003, p. 35), o conceito de pesquisa se ampliou tanto que hoje tudo
cabe: “os folclores, os sensos comuns, os relatos de experiência, para não computar os desabafos emocionais e os
cabotinismos”.
Você observou que no exemplo acima o trecho citado é uma citação direta que a autora Alves-Mazzotti fez de outro
autor, com o sobrenome Warde?
Na sua lista de referências deve-se inserir a obra da autora Alves-Mazzotti. Então, sempre que você precisar
transcrever um trecho de algum autor que figura na obra de outro, deve-se usar a expressão apud, inserindo a
referência completa do autor que você pesquisou e não do autor citado por este.
Portanto, na lista de referências deverá constar apenas o autor a que você teve acesso.

Alguns autores denominam a citação da citação como citação dependente, porque o autor escolhido para citação não
foi lido diretamente, mas tomado por empréstimo de outro autor.
Não abuse deste recurso. Ele é apenas uma solução emergencial. Devemos sempre que possível recorrer à obra
original.
Atenção!
Segundo a ABNT (NBR 10520:2002), quando os dados forem obtidos em palestras, debates, seminários etc., deve-se
indicar entre parênteses a expressão “informação verbal” e depois mencionar os dados disponíveis, em nota de
rodapé.
Além disso, para enfatizar trechos da citação direta, deve-se destacá-los indicando esta alteração em relação ao
original com a expressão grifo nosso entre parênteses, após a referência da citação, ou grifo do autor, caso o destaque
tenha sido feito pelo próprio autor da obra.

Veja dois exemplos:

“[...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer físicos quer morais, misérias, verdadeiras ameaças à
sociedade”. (SOUTO, 1916, p. 46, grifo nosso)

“[...] desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que aparecendo o classicismo como manifestação de
passado colonial”. (CÂNDIDO, 1993, p. 12, grifo do autor)

Regras das notas e citações diretas


Existem algumas regras para compor citações diretas e notas .Veja:
Acréscimos ou interpolações
Significa a inserção de expressões que não constam do original ― entre colchetes. Pode ocorrer a necessidade de se
acrescentar uma palavra ao texto citado, para torná-lo mais compreensível.
Exemplo:

“Envolve uma redação simplificada do texto [estudado], substituindo a linguagem do autor por expressões diretas e
com sentenças inteligíveis. A ideia continua sendo do autor, porém elaborada pelo próprio estudante, demonstrando
sua capacidade de assimilação e entendimento das informações obtidas no decorrer da leitura do assunto em questão”.
(FACHIN, 2006, p. 127)
Supressões
Não devemos citar frases ou parágrafos longos demais. O importante é apresentar o que realmente interessa ao
desenvolvimento da argumentação ou à apresentação das ideias.
Para suprimir as partes que não são importantes, devemos substituí-la pelas reticências entre colchetes/parênteses: (...)
ou [...].
Exemplos:

“A física moderna (...) considera a lei da inércia sua lei mais fundamental.” (KOYRÉ, 1982, p. 182)

“[...] A ideia continua sendo do autor, porém elaborada pelo próprio estudante, demonstrando sua capacidade de
assimilação e entendimento das informações obtidas no decorrer da leitura do assunto em questão”. (FACHIN, 2006, p.
127)

Incorreções
Na hipótese do texto citado apresentar um erro, uma expressão politicamente incorreta ou equívoco gramatical, entre
outros problemas, chame a atenção, pelo uso, ao lado da palavra, do vocábulo sic (assim, em latim) entre colchetes e
em itálico.
“Zenão de Cício (334-262 a.C.) fundou a escola estóica [sic] Ele costumava palestrar de sua varanda, chamada stoa, daí o
nome estóico [sic]”. (MANNION, 2008, p. 48)

A ata registra a seguinte declaração do diretor: “isto é pra mim [sic] fazer!”

Como indicar a supressão de parágrafos?

E quando não precisamos utilizar todos os parágrafos? Como indicar isso ao nosso leitor?

A supressão de um ou mais parágrafos intermediários é indicada por uma linha pontilhada. Veja um exemplo:

O conhecimento, o modo de compreender a realidade, muda de acordo com a época, à medida que coloca em dúvida o
conceito de verdade estabelecido. Quando conhecemos um fato, sempre nos perguntamos se ele corresponde ou não à
realidade. Assim, a verdade é uma atividade histórica, e o homem foi dando fundamentos a essa verdade de acordo
com sua vivência, conhecimento e crenças.

..............................................................................................................................................
Para explicar a realidade ou ainda os fenômenos da natureza, os povos primitivos criavam histórias nas quais utilizam as
figuras dos deuses na tentativa de compreender a origem das coisas. (SANTOS MOLINA; DIAS, 2007, p.21)

Quais são os erros mais comuns?

• Excesso ou escassez de citações diretas. O melhor é reescrever o texto estudado, creditando a passagem ao seu autor;

• Uso de bibliografia inadequada;

• Presença no texto de informações que deveriam estar em notas de rodapé;

• Citações sem discussão;

• Não há necessidade de se citar frases ou parágrafos completos, longos demais.


Transcreva apenas a unidade de pensamento que realmente interessa. Para tanto, use a supressão;

• Inserir os títulos das obras citadas no texto sem colocá-las em itálico.

As citações devem ser indicadas no texto por um sistema numérico ou autor-data.

Qualquer que seja o sistema adotado, este deve ser seguido ao longo de todo o trabalho.

Conheça um pouco mais sobre eles:


Sistema numérico
No sistema numérico, a fonte da citação utilizada deve aparecer em nota de rodapé. Neste caso, a numeração das
fontes deve ser única e consecutiva, em algarismos arábicos;
Nota de rodapé>após o espaço do parágrafo
Algarismos arábicos >As notas obedecem a uma sequência numérica e em algarismos arábicos (1,2,3,4...).

• Todas as referências devem ser repetidas na lista de referências ao final do trabalho;

• A numeração das notas de rodapé deve restringir-se às referências bibliográficas;

• Uso de asterisco (*): para explicar ou comentar uma ideia;

• Podemos usar: (1), [1], 1 (sobrescrito).

Quando escolhemos o sistema numérico não devemos usar notas explicativas em rodapé para informações adicionais.

Elas são aquelas que aparecem ao pé das páginas em que são mencionadas e servem para abordar pontos que não
devem ser incluídos no texto.

Exemplo

“A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de
processos científicos”. 1

“A pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de
processos científicos”. (1)

“pesquisa é uma atividade voltada para investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de
processos científicos”. [1]

1CERVO, A.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. da. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 57.
E como deve ser a nota de rodapé?

Os elementos essenciais e complementares da referência devem ser inseridos na sequência sugerida pela ABNT:

SOBRENOME, Prenome. Título. Edição. Cidade: editora, ano. (página na hipótese de citação direta).

Veja o exemplo abaixo:

1 CERVO, A.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. p. 57.

IMPORTANTE
As aspas devem aparecer antes ou depois da pontuação?

Segundo a ABNT, devem-se colocar as aspas antes da pontuação, exceto nos casos de pontos de interrogação e
exclamação que façam parte do texto citado.
Ler (pdf tela11)

Sistema Autor-data
Autor-data: consiste em indicar o sobrenome do autor ou instituição responsável, seguido pelo ano da publicação da
obra e páginas referenciadas, separados por vírgula e entre parênteses.

Vejamos alguns exemplos de citação direta pelo sistema autor-data:

Afirma Pedro Bervian, Amado Cervo e Roberto da Silva (2007, p. 57): “A pesquisa é uma atividade voltada para
investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos”.

Conforme alguns autores (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 57): “A pesquisa é uma atividade voltada para investigação
de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos”.

Você observou que no sistema de chamada autor-data o nome do autor pode ser incluído na sentença e, neste caso,
deve ser escrita conforme a regra para nomes próprios ou entre parêntesis com todas as letras do último sobrenome
em maiúsculas. Já comentamos sobre isso nesta aula, inclusive.

Observe estas citações:


1 SAMPIERI, R. H.; COLLADO, F. C.; LUCIO, P. B. Metodologia da pesquisa. 3. ed.: Mc Graw-Hill, 2006.
2 AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica: diretrizes para elaboração de trabalhos acadêmicos. 5. ed.
Piracicaba: Unimep.
3 HUHNE, L. M. Metodologia científica. 7. ed. Rio de Janeiro: Agir, 2000.

Qual(i)s das citações acima segue(m) as normas da ABNT?


R: Apenas a 3
Observe que na citação 1 está faltando a cidade e na 2 está faltando o ano, por isso apenas a citação 3 está correta, pois
ela está completa, dentro do que pede a ABNT:

SOBRENOME, Prenome. Título. Edição. Cidade: editora, ano. (página na hipótese de citação direta).

Aula 8

Aula 8: Referência, bibliografia e referências bibliográficas

O interesse do estudante diante do saber leva-o a investigar e isso começa com uma pesquisa bibliográfica que o
ajudará a realizar o trabalho.
Essas obras citadas e consultadas para elaboração dos trabalhos acadêmicos devem ser organizadas na forma de lista de
referências, sabia? E essa organização não é subjetiva, ela sempre deve ser apresentada no formato orientado pela
ABNT, ao final de qualquer trabalho (NBR 6023, 2002).

Nesta aula, portanto, você aprenderá a referenciar segundo essas normas técnicas e passará por esta etapa de extrema
importância em um trabalho acadêmico de forma muito mais tranquila.

Bons estudos!

Vamos iniciar esta aula, testando os seus conhecimentos

Você sabe qual é a diferença entre Referência, Bibliografia e Referências bibliográficas?

Vamos começar pela definição de Referência e Bibliografia.

Analise as opções e depois arraste as caixas com os termos para os seus respectivos conceitos.

Referência :conjunto padronizado de elementos descritivos retirados de um documento.

Bibliografia : Relação das obras consultadas ou citadas por um autor na criação de determinado texto, ou seção em que
listam livros e outras publicações.

Ampliando o conceito

Referência Bibliografia
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa indica que pelo Conforme visto na atividade, Bibliografia é a relação das
termo referência deve-se considerar uma nota obras consultadas ou citadas por um autor na criação de
informativa de remissão em uma publicação. A origem determinado texto ou seção em que se faz uma relação de
etimológica do termo nos remete à palavra inglesa livros e outras publicações.
reference que significa “ato de referir ou consultar; sinal
ou indicação que remete o leitor a outra fonte de Trata-se de uma lista de fontes de consulta utilizadas no
informação”. desenvolvimento de um trabalho, com o objetivo de
documentá-lo, mostrando que ele está aparentemente
Já a ABNT observa que a referência é o conjunto sustentado, pois foi baseado naquelas fontes descritas.
padronizado de elementos descritivos, retirados de um
documento. Assim, deve ser constituída de elementos
essenciais e, quando necessário, acrescida de elementos
complementares. Porém, a ABNT não faz comentário
algum sobre a possível diferença entre os termos.

Portanto, entende-se pelo termo referências o conjunto


padronizado de informações que permitem a identificação
de documentos citados em um trabalho acadêmico.

Em um trabalho acadêmico devemos mencionar apenas as obras efetivamente citadas, o que reforça o uso do termo
referências.

Vale ressaltar também que o termo referência bibliográfica não é mais usado, pois foi substituído apenas pela palavra
referências.

E quanto ao Referencial Bibliográfico, do que se trata?

Agora que você aprendeu a principal diferença entre Referência e Bibliografia, vamos entender quais são as partes de
uma Referência e as suas funções.

Vamos começar, observando a estrutura correta de uma referência:


PATACO, Vera Lúcia P.; VENTURA, Magda Maria; RESENDE, Érica dos Santos. Metodologia para trabalhos acadêmicos e
normas de apresentação gráfica. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008, 06 p.

A Referência é dividida em:

Elementos essenciais

São aqueles indispensáveis na identificação do documento, tais como: autor(es), título, edição, local, editora e data da
publicação.

Elementos complementares

São opcionais e podem ser acrescentados para uma melhor identificação do documento, tais como: coleção, série,
número do ISBN, número de páginas (como o "06 p." do exemplo), se edição exclusiva para assinantes, se inclui algum
brinde etc.

ATENÇÃO

Os elementos que compõem a referenciação devem ser obtidos na ficha catalográfica do documento, ou seja,
retirados do próprio documento e inseridos conforme a sequência sugerida pela ABNT.

Vamos aprender a referenciar?

Agora que você já conhece a estrutura de uma referência, vamos nos aprofundar em cada parte que as compõem.

Analisando o exemplo abaixo, siga a numeração e fique especialista no assunto.

Como devo indicar os autores?

Autores

Na lista de referências, o autor é indicado pelo último sobrenome, escrito em caixa alta, seguido do nome, por extenso
ou abreviado. O sobrenome é separado do nome por vírgula.

Exemplo:

GOMES, L. F.

GARCIA, Othon M.

SEVERINO, A. J.

MEDEIROS, João Bosco.

E se for mais de um autor, o que fazer?

Na hipótese de obra escrita por até três autores todos devem ser mencionados na mesma ordem em que aparecem na
publicação. É só conferir a ficha catalográfica, no verso da folha de rosto.

Os nomes de cada autor devem ser separados uns dos outros por ponto e vírgula:

Exemplo:

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A.

MACEDO, Luiz Roberto Dias de; CASTANHEIRA, Nelson Pereira; ROCHA, Alex.

E se forem mais de três?


Exemplo:

ALVES, João et al.(A expressão et al. É uma abreviação de et alii, expressão latina que significa “e outros”

ATENÇÃO
Se for autoria coletiva deve ser indicado o nome do responsável, seguido da abreviatura da palavra que caracteriza a
sua responsabilidade no trabalho, entre parêntese: Editor (Ed.); Coordenador (Coord.); Organizador (Org.); Compilador
(Comp.).
Exemplo:
ALVES, João (Org.)
ALVES, João (Coord.)
ALVES, João (Ed.)
Algumas observações interessantes!
1. Sobrenomes que indicam parentesco (Júnior, Filho, Neto, Sobrinho) acompanham o último sobrenome e não devem
ser considerados como entrada.
CÂMARA JÚNIOR, Joaquim Matoso. Título.
2. No caso de sobrenomes compostos, a entrada é feita por expressão composta.
CASTELLO BRANCO, H. A. Título.
3. Já sobrenomes ligados por hífen e com prefixos devem ser transcritos por extenso.
ALVES-MAZZOTTI, A. J. Título.
LAS CASAS, A. Título.

E quando a autoria é desconhecida?

Nesta hipótese, inicia-se pela primeira palavra do título em caixa alta. Se a palavra for precedida por um artigo este
também deve ser escrito em caixa alta.

Veja dois exemplos:

A EDUCAÇÃO ambiental no séc. XX.

AUDITORIA interna de empresas.

Quando se trata de uma instituição e não de um autor pessoa física?

Os documentos de responsabilidade de entidades (instituições, organizações, empresas) têm entrada pelo nome
delas, escrita por extenso e em CAIXA ALTA.

Observe:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação: referências e elaboração.
Rio de Janeiro, 2002.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a política ambiental do Estado de São Paulo. São
Paulo, 1993. 35 p.

Como faço a referência quando se trata de publicações técnicas?

Quando se tratar de publicações técnicas e administrativas, indica-se o nome da entidade.

No caso de entidades governamentais, quando se tratar de órgãos da administração direta (Ministérios, Secretarias),
indica-se o nome geográfico antes do nome da entidade.

Exemplo:

BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia.


DICA
Uma regrinha importante!
Nos casos em que foram usadas várias fontes do mesmo autor, estes podem ser substituídos por um traço equivalente
a seis dígitos seguido de um ponto (______.), nas referências subsequentes.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação
periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 5p.

_______. NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 3p.

Trabalhos acadêmicos e normas de apresentação gráfica.

Como devo escrever o título na Referência?

Títulos

Os títulos devem ser escritos na forma em que se apresentam nos documentos, sendo apenas a primeira palavra
iniciada com letra maiúscula e destacados com negrito.

Já os subtítulos (informações apresentadas após o título para complementá-lo) devem ser precedidos por dois pontos
e não recebem qualquer destaque gráfico.

Exemplo: RUCH, Gastão. História geral da civilização: da antiguidade ao século XX.

E quando há tradutor? Deve ser mencionado?

Quando há tradutor, atualizador, revisor, ilustrador, entre outros, deve ser mencionado logo após o título.

Veja o modelo:

SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo. Tradução. Edição. Local: Editora, data.

Tradução, prefácio e notas + nome ou Atualização e notas de +nome ou Tradução de +nome

Preciso mencionar a Edição?

Edição
Quando houver a indicação da edição, esta deve ser inserida na sua referência, utilizando-se abreviaturas dos numerais
ordinais e da palavra edição.
4ª edição = 4. ed.

5ª edição = 5. ed.
Exemplo: PATACO, Vera Lúcia P.; VENTURA, Magda Maria; RESENDE, Érica dos Santos. Metodologia para trabalhos
acadêmicos e normas de apresentação gráfica. 4. ed. [...]

Como devo mencionar o nome da Editora?


Editora

O nome da editora é indicado conforme aparece na publicação, seguido de vírgula, eliminando-se as palavras que
identificam sua natureza comercial ou jurídica como: S/A, Ltda, Editora, Livraria etc.
Quando houver duas editoras, ambas devem ser indicadas com seus respectivos locais, seguidas de dois pontos e
separadas por ponto e vírgula.
Se tiver mais que duas editoras, indica-se somente a primeira ou a que estiver em destaque na publicação.

E se não há identificação da editora?


Quando a editora não puder ser identificada, utiliza-se a expressão latina sine nonime, que significa “sem nome”, de
forma abreviada entre colchetes [s.n.].
Exemplo: FRANCO, I. Discursos: de outubro de 1992 a agosto de1993. Brasília, DF: [s.n.], 1993. 107 p.

E se a editora for a própria instituição?


Quando a editora for a própria instituição ou pessoa responsável pela autoria da obra e já tiver sido mencionada, não é
necessário ser indicada.

Exemplo: UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Catálogo de graduação, 1994-1995. Viçosa, MG, 1994. 385 p.
O nome da
SAIBA MAIS editora deveria
A obra não menciona local e editora! Como devo fazer a referência? estar aqui, mas
Na impossibilidade de local e editor da publicação, emprega-se a notação S.l. (ausência de local não é necessário
– letra “S” em maiúscula seguida de ponto e letra “l” em minúscula) repetir.
Exemplo: GONÇALVES, F. B. A história de Mirabor. [S.l.: s.n.], 1993.

Ano de Publicação

Preciso mencionar o ano da publicação?

O ano de publicação do documento deve ser indicado em algarismos arábicos (1,2,3..), mesmo que nele apareça em
algarismos romanos.

Exemplo: LEITE, C. B. O século do desempenho. São Paulo: LTr, 1994.

Se não constar data de publicação, o que faço?

Você poderá inserir uma data provável entre colchetes de acordo com as regras de referenciação.

Regra :[2003 ou 2004]-um ou outro, [2004?]-data provável, [2003]-data certa, porém não indicada na obra ,[entre 1998
e 2000]-o intervalo deve ser inferior a 20 anos.
[ca.1997]-data aproximada,[ 199..]-década certa, [199-?]-década provável,[19--]século certo,ano provável [19--?]século
provável.

Volume

Preciso mencionar o volume?

Nas referências com vários volumes, o número de volumes da obra deve ser indicado após a data e o ponto final, com a
palavra volume abreviada.

Exemplo: RUCH, Gastão. História geral da civilização: da Antiguidade ao século XX. Rio de Janeiro: F. Briguiet, 1940. 4 v.

ATENÇÃO
Não confundir 2 v. (dois volumes) com v. 2 (volume 2).
Páginas

É preciso dizer a página?

A quantidade de páginas é usada principalmente para referenciação de capítulos de livros.

Mas como se faz para referenciar capítulos de livros?

A autoria do capítulo pode ser referenciada de duas formas:

Autoria do capitulo

Quando a autoria do capítulo é diferente da autoria do livro:


SOBRENOME, Prenome (autor do capítulo). Título. In: SOBRENOME, Prenome (autor da obra). Título: subtítulo. Local:
Editora, ano. Página inicial e final.

Exemplo:

ROMANO, Giovani. Imagens da juventude na era moderna. In: LEVI, G.; SCHMIDT, J. (Org.). História dos jovens 2: a
época contemporânea. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.

Quando a autoria do capítulo é igual à autoria da obra:

SOBRENOME, Prenome (autor do capítulo). Título (do capítulo). In: ______. Título: subtítulo. Local: Editora, ano.
Número do capítulo (se houver), página inicial e final.

Exemplo:

SANTOS, F. R. dos. A colonização da terra do Tucujús. In: ______. História do Amapá, 1º grau. 2. ed. Macapá: Valcan,
1994. cap. 3. p. 15-24.

Conforme o que estudamos até aqui, selecione a referência que está de acordo com as normas da ABNT:

1. ABREU JR., Laerthe. Conhecimento transdisciplinar: o cenário epistemológico da complexidade. 1. ed. Piracicaba:
Unimep, 1996.
2. ABREU JR., Laerthe. Conhecimento transdisciplinar: o cenário epistemológico da complexidade. 1. ed. Unimep:
Piracicaba, 1996.
3. ABREU JR., Laerthe. Conhecimento transdisciplinar: o cenário epistemológico da complexidade. 1996. 1. ed.
Piracicaba: Unimep.

A primeira opção é a correta, pois está dentro da estrutura sugerida pela ABNT, veja:

Autor. + Título da Obra: + Subtítulo da Obra. + Edição. + Cidade: + Editora, Ano.

E quando a fonte foi publicada em meio eletrônico?

As referências em meios eletrônicos seguem o modelo de referências bibliográficas, acrescentando-se informações


relativas à descrição física do meio ou suporte.
Para as obras consultadas online são essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre
<brackets>, precedido da expressão: “Disponível em:”
A data de acesso ao documento, precedida da expressão: “Acesso em:” deve conter o dia, o mês abreviado e o ano (04
abr. 2010.).
Exemplo: SOBRENOME, Nome. Título: subtítulo. Cidade: Editora, ano. Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em:
dia mês ano.

A referência abaixo apresenta erros em sua estruturação, reparou?

Sua missão é identificar e organizar seus elementos de forma correta.


Para facilitar o seu trabalho, você não precisa digitar. Basta selecionar os elementos da referência, copiá-los e colá-los
na caixa em branco na ordem apropriada.
MELLO, Luiz Antonio. A onda maldita: como nasceu a Fluminense FM. Disponível em:
http://www.actech.com.br/aondamaldita/creditos.html. Acesso em: 13 out. 1997. Niterói: Arte & Ofício, 1992.
MELLO, Luiz Antonio.A onda maldita: como nasceu a Fluminense FM.Niterói: Arte & Ofício, 1992.Disponível em:
http://www.actech.com.br/aondamaldita/creditos.html. Acesso em: 13 out. 1997.

Dicionários e enciclopédias
SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo. Edição. Local: Editora, data.
Exemplo: FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1986.
Artigo de Jornal
SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo do artigo. Título do jornal, local, dia, mês e ano. Título do caderno, seção ou
suplemento, página inicial e final.
Exemplo: NAVES, P. Lagos andinos dão banho de beleza. Folha de S. Paulo, São Paulo, Maio de 2009. Caderno 8, Folha
Turismo, p. 20.
Monografias, Dissertações e Teses
SOBRENOME, prenome. Título: subtítulo. Ano de entrega. Total de folhas. Tipo de trabalho (grau e área) – instituição,
Local, Ano de defesa.
Exemplo: SILVA, M. L. C. Reimplante dentário. 1990. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) – Faculdade
de Odontologia, Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, 1990.
CD-ROM e DVD
AUTOR. Título. Edição. Local de publicação: Editora, data. Tipo de mídia.
Exemplo: PIZZOTT, R. Enciclopédia básica da mídia eletrônica. São Paulo: SENAC, 2003. 1 DVD.
Entrevista
ENTREVISTADO. Título. Local: data. Nota da Entrevista.
Exemplo: CRUZ, Joaquim. A Estratégia para Vencer. São Paulo, 14 set. 1988. Entrevista concedida a J. A. Dias Lopes.
Site Institucional
INSTITUIÇÃO.Título. Disponível em < endereço eletrônico>. Acesso em: data.
Exemplo: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Disponível em: http://www.abnt.org.br. Acesso em: 30 mar.
2010.
Artigo de Revista
SOBRENOME, Prenome. Título: subtítulo do artigo. Título do periódico, local, volume, fascículo, página inicial e final,
mês e ano.
Exemplo: SEKEFF, Gisela. O emprego dos sonhos. Domingo, Rio de Janeiro, ano 26, n. 1344, p. 30-36, 3 fev. 2002.

E para finalizar, organize as informações abaixo, formando a referência no espaço em branco!


A divina comédia ALIGHIERI, D.A divina comédia Tradução, prefácio e notas de Hernâni
São Paulo: Donato.São Paulo:Círculo do Livro, [1983].
Círculo do Livro, [1983].
Tradução, prefácio e notas de Hernâni Donato.
ALIGHIERI, D.
R: ALIGHIERI, D. A divina comédia. Tradução, prefácio e notas de Hernâni Donato. São Paulo: Círculo do Livro, [1983].

Aula 9 Aula 9: A Construção do Conhecimento na Universidade


Agora, vamos compreender o espaço em que tudo isso ganha sentido: a Universidade.
Bons estudos!

Você sabe o significado da palavra “Universidade”?

Essa palavra provém do latim universitate e significa universalidade, totalidade, conjunto, corpo, companhia,
corporação e comunidade.
Porém, seu significado se expandiu e também serve para indicar o lugar de construção do conhecimento e da cultura.
Configurando, assim, uma instituição que tem a tarefa de promover a reflexão crítica da sociedade.
Formadora de recursos humanos para ciência e tecnologia.
Segundo WANDERLEY (1988, p. 23.): "A universidade tem o papel de formar a cidadania. Cabe-lhe e, talvez seja essa a
sua principal função, desenvolver a inquietude do ser social”.
É papel da universidade em nossos dias promover a interdisciplinaridade, que é a capacidade de diálogo entre
cientistas, provenientes de horizontes diversos trabalhando sobre um tema comum. E cada um contribuindo com sua
metodologia específica para os conteúdos estudados.

Como surgiram as Universidades?


O surgimento da Universidade marcou um momento de transição na história da humanidade. Com o começo da vida
urbana, do pensamento racional e da busca de novos paradigmas foi necessário criar espaços destinados à reflexão.
Levando esse fato em consideração podemos afirmar que a Universidade encontra suas raízes na Europa medieval, por
volta do século XII e XIII, tornando-se o lugar de debates e polêmicas, sofrendo intervenções reais e eclesiásticas.
Apesar de uma única história, cada parte do mundo, desenvolveu um modelo específico.
Vamos conhecer agora um pouco do surgimento das Universidades e alguns destes modelos.
O surgimento da Universidade e alguns dos seus modelos
Estados Unidos
Os Estados Unidos constituíram um sistema universitário competitivo, seletivo e completamente voltado para o
mercado de trabalho.
Trata-se um sistema privado, porém sem fins lucrativos, pois toda a arrecadação é destinada aos centros de pesquisa.
A universidade Americana tem inserido no seu modelo o Junior College que são centros universitários para a formação
massiva de profissionais.
Brasil
O Brasil trabalha com um sistema universitário mais autônomo, desde o fim da Ditadura Militar.
Aqui se tem um sistema normatizado e politizado, com uma gestão de múltiplos conselhos.
Existem modelos de Universidades Públicas e Privadas e ambos respondem ao governo, mas as regras internas, inclusive
a dos currículos, são particulares.
Europa
A partir do final do século XII, começaram a surgir em diversas cidades europeias as primeiras Universidades que eram
controladas diretamente pela Igreja Católica, destacando-se a de Paris, Oxford, Salamanca e Boloña.
As universidades de Paris e Oxford tinham um modelo baseado na evangelização oriunda dos Jesuítas.
Nesse modelo, o professor era capacitado para oferecer um determinado conhecimento.
Já em Salamanca e Boloña, os estudantes se reuniam para exigir o aprendizado do conhecimento que eles desejavam,
o que veio a inspirar o modelo Latino Americano.

Essas primeiras universidades eram frequentadas somente por pessoas que possuíam condições econômicas, além, é
claro, da forte influência católica que essas pessoas tinham.

Outra caraterística dessas Universidades era a falta de autonomia em relação à publicação de ideias que poderiam não
agradar aos membros do clero, que fiscalizavam a produção intelectual. Foi somente a partir do período conhecido por
Renascimento, em meados do século XV e XVI, que os intelectuais conquistaram mais autonomia para criar alternativas
a esse padrão de educação controlado pela Igreja.

Em qual continente surgiram as primeiras Universidades?


Conforme vimos, foi a partir do final do século XII que começaram a surgir em diversas cidades europeias as primeiras
Universidades que eram controladas diretamente pela Igreja Católica.

Mas que função especial a Universidade desempenha na vida das pessoas?


Sua função primordial é educar pessoas para trabalhar com o saber, fornecendo as condições para que estas pessoas
sejam capazes de utilizar o conhecimento em um mundo complexo que não raras vezes é pensado de maneira
simplificada ou ingênua.
É nesse aspecto que podemos afirmar que o debate entre estudantes e as pesquisas realizadas e apresentadas em
espaços acadêmicos fortalecem a sua razão de ser.
O que podemos entender por uma construção crítica do conhecimento?
Trata-se de um ensino cuja preocupação deve focalizar o pensamento crítico do estudante.
Isso implica o compromisso com o pensamento autônomo e deve estimular uma conduta proativa e criativa.
O que significa dizer que o estudante precisa estar consciente do que acontece em sua sociedade e no mundo e deve
entender o processo de construção, expressão e articulação do conhecimento, pois aprender é recriar.
Assista ao vídeo do escritor, palestrante, professor e consultor de comunicação estratégica e marketing, Mário Persona,
para saber mais sobre o assunto.

A produção científica estimulada nas universidades tem como objetivo o exercício da nossa capacidade de pensar e
discernir, direcionados para análises de ambientes, dados e situações diversas. O que exige procedimentos intelectuais
e técnicos (Gil, 1991).
Mas o que podemos entender por produção científica?
Podemos entender como o conjunto de atividades acadêmicas desenvolvidas por docentes e discentes nas instituições
de ensino superior.

Tais atividades são divulgadas através de publicações especializadas e/ou fóruns para debate público que apresentam à
sociedade o resultado de pesquisas que apontam informações, alternativas, caminhos para solução de problemas em
diversas áreas de saber.
Iniciação científica. O que é?
A Iniciação Científica é um programa que visa atender alunos dos cursos de graduação, colocando-os em contato com
grupos/linhas de pesquisa. Busca, também, proporcionar ao aluno, orientado por pesquisador experiente, a
aprendizagem de técnicas e métodos científicos, bem como estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e
da criatividade, decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os problemas de pesquisa; o estudante
pode desenvolver pesquisa no âmbito da Iniciação Científica com bolsa oferecida pelas agências tradicionais de fomento
à pesquisa.
Agências de Fomento
As agências de fomento CAPES e CNPq, bem como as fundações de amparo à pesquisa, assumem função importante
nesse processo de incentivo à produção científica.

A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), por exemplo, foi criada em 1951, pelo
Decreto nº 29.741, com o objetivo de “assegurar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade
suficientes para atender às necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do
país”.
Assim, oferecem bolsas de estudos para iniciação científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. Além de auxílios à
pesquisa, à participação em reuniões científicas, à editoração, entre outros.
Acesse o site do CAPES e do CNPq, para conhecer melhor essas agências de fomento.
O que é CNPQ:
CNPQ é a sigla de Conselho Nacional de Pesquisa, que atualmente é chamado de Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, e é um órgão público que tem o objetivo de incentivar a pesquisa no Brasil.
Capes
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) tem como atribuições a avaliação da pós-
graduação stricto sensu, acesso e divulgação da produção científica, investimentos na formação de especialistas de alto
nível e promoção da cooperação científica internacional.

A Plataforma Lattes
A Plataforma Lattes é um sistema de informação curricular desenvolvido pelo CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que integra dados de currículos e instituições com o objetivo de avaliar a
competência de candidatos à obtenção de bolsas e auxílios, selecionar consultores e membros de comitês e de grupos
assessores e subsidiar a avaliação da pesquisa e da pós-graduação brasileira.

Esse sistema é utilizado por várias instituições de ensino superior e também pela comunidade científica brasileira, a qual
envolve pesquisadores, estudantes, gestores e profissionais.

A plataforma registra as atividades acadêmicas realizadas pelos pesquisadores sendo, hoje, elemento essencial à análise
de mérito e competência por ocasião em que apresentam projetos de pesquisa às Agências de Fomento.

Para isso, os bolsistas de pesquisa, em diferentes níveis — Mestrado, Doutorado e Iniciação Científica —, os
orientadores e outros membros da comunidade devem estar cadastrados na Plataforma Lattes.

Qual é o principal objetivo das agências de fomento, como CAPES e CNPq?


As agências de fomento, bem como as fundações de amparo a pesquisa, têm como principal objetivo incentivar a
produção científica.
Esse incentivo muitas vezes vem através da concessão de financiamento de capital fixo e de giro associado a projetos.

Concluindo...
Podemos dizer que falar de pesquisa é, na verdade, refletir sobre o papel da Universidade e seu compromisso com a
sociedade, com o conhecimento e desenvolvimento da cultura, porque as ações realizadas no interior das instituições
de ensino podem gerar mudanças sociais significativas.
E você faz parte desse processo!

Como ensina João Álvaro Ruiz (2008, p. 19):

Quem acaba de ingressar numa faculdade precisa ser informado sobre a maneira de tirar o máximo proveito do curso
que vai fazer. Em primeiro lugar, o calouro vai perceber que muita coisa mudou em comparação àquilo com que estava
acostumado em seus cursos de primeiro e segundo graus. E quem não souber compreender devidamente o espírito da
nova situação para adaptar-se ativa e produtivamente a ela perderá preciosa oportunidade de integrar-se desde o início
no ritmo desta nova etapa de ascensão no saber, que se chama vida universitária.

Bons estudos!

O que significa a palavra Projeto?

Projeto vem do latim projectu, particípio passado do verbo projecere, que significa lançar para diante ou, conforme
coloca Moacir Gadotti (2001), lançar-se para frente, denotando o sentido de movimento ou mudança.

Nascido em 1941, Moacir Gadotti estabeleceu toda sua carreira na área de educação.
Gadotti é professor titular da Faculdade de Educação da USP desde 1991 e é o atual diretor do Instituto Paulo Freire,
localizado na cidade de São Paulo.
O Educador é licenciado em Pedagogia e Filosofia, fez mestrado em Filosofia da Educação na PUC-SP e doutorado em
Ciências da Educação na Universidade de Genebra – Suíça e doutorado em livre-docência pela Unicamp.
Possui várias publicações voltadas para a área de educação como: Educação e poder (Cortez, 1988); Paulo Freire: Uma
bibliografia (Cortez, 1996); Pedagogia da Terra (Petrópolis, 2000); e Educar para um outro mundo possível (Publisher
Brasil, 2007).

O termo, então, assume o sentido de plano ou descrição escrita e detalhada de um empreendimento.

Já Vasconcellos (1995, p. 143) diz que “Projeto [...] é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar
os desafios do cotidiano [...], só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial,
participativa. É uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes da instituição.”

Mas o que Vasconcellos quer dizer com Instrumento teórico-metodológico que visa ajustar a enfrentar os desafios do
cotidiano?

Na verdade César Vasconcellos, ao falar de instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do
cotidiano, estava se referindo ao PPP — Projeto Político Pedagógico.

Mas você sabe o que é isso?

Toda instituição de ensino (principalmente as escolas) tem “objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a
realizar. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado
Projeto Político Pedagógico ― o famoso PPP.” (LOPES, 2013).

Perceba que as palavras que compõem o nome do documento já dão muitas pistas sobre ele:

Projeto =Propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.

Político =Considera a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que atuarão
individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.

Pedagógico =Define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e


aprendizagem.

Na verdade, o PPP nada mais é do que a organização das práticas pedagógicas, considerando todos os agentes
envolvidos: alunos, professores, coordenadores, comunidade etc.

Pense bem!

Você viu que a palavra projeto vem do verbo projetar, lançar-se para frente, denotando o sentido de movimento ou
mudança.
Porém, este termo assume sentido diferente quando pensamos no papel da Universidade, certo?

Então, marque a única opção abaixo que oferece uma informação errada acerca do Projeto Político Pedagógico:

Projeto Político Pedagógico é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do
cotidiano.

É um estudo que deve ser consciente, sistematizado, orgânico e participativo.

É uma metodologia de trabalho que possibilita ressignificar a ação de todos os agentes de uma instituição de ensino.

É o mesmo que extensão, ou seja, ações da Universidade junto à comunidade, disponibilizando o conhecimento
adquirido com o ensino e a pesquisa.

A última opção está errada, pois o Projeto Político Pedagógico não pode ser confundido com as atividades de
extensão desenvolvidas pelas Universidades.

É Projeto Político Pedagógico ou Projeto Pedagógico?

Vamos encontrar documentos que usam os dois termos. Segundo alguns autores, os nomes projeto pedagógico ou
projeto político pedagógico não apresentam diferenças.
São duas formas que podemos usar para designar o mesmo sentido de projetar, de lançar, de orientar, ou dar sentido a
uma ideia.
A colocação da palavra político ressalta que não há ação pedagógica sem o compromisso com uma ação
transformadora, formando para o exercício da cidadania.
Assim, em sua construção são observadas as seguintes questões (BAFFI, 2002):

• Concepção de homem e mundo;


• Concepção de sociedade;
• Concepção de educação;
• Concepção de universidade;
• Concepção de cidadão;
• Concepção de profissional;
• Concepção de conhecimento;
• Concepção de currículo;
• Relação teoria e prática.

E no Ensino Superior, qual é o papel do Projeto Pedagógico?

O processo de globalização, o avanço da tecnologia e da ciência, o cuidado na utilização de novas linguagens na


construção do conhecimento exige muito mais das instituições de ensino em todos os níveis, concorda?
Por isso, todos os profissionais que atuam no ensino vêm se preocupando com a melhor maneira de adequar-se aos
novos tempos e em mudar a cara da educação.
É nesse sentido que precisamos pensar na visão de mundo subjacente às nossas ideias e práticas.
Assim, o ensino superior assume o papel de articulador da sociedade que contribui de maneira efetiva para a formação
de profissionais capazes de pensar e agir criticamente.
E, para que isso ocorra, não basta a simples ideia, mas um processo para torná-la realidade através de um
planejamento.

Na Universidade cada curso expressa a sua leitura de mundo e deve contribuir, em seu conjunto, para uma discussão
sobre os rumos da sociedade.

É preciso, então, pensar a construção do conhecimento a fim de elaborar um saber sobre a prática que realiza. E essa é
a função de um Projeto Pedagógico.

No Brasil, a Lei nº 9394/94 ― Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ―, em seu art. 12, inciso I, prevê que “os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, têm a incumbência de
elaborar e executar sua proposta pedagógica”.
Logo, o Projeto Pedagógico de uma instituição de ensino é elaborado a partir de um conjunto de leituras e informações
sobre as diretrizes que fundamentam os princípios e métodos da prática educativa, seu compromisso social de maneira
contextualizada.

Nesse instrumento são apresentados os currículos das diversas áreas com seus objetivos e especificidades. O currículo
de um curso representa a síntese dos conhecimentos e valores que caracterizam determinada área de saber.
O termo provém do latim curriculum e significa “curso, rota, o caminho da vida ou das atividades de uma pessoa ou de
um grupo de pessoas”.
Pode ser definido como o programa do curso sistematizado, concebido em uma perspectiva abrangente.

Na atividade de planejamento do PPP são definidas as finalidades e necessidades dos alunos, professores, enfim, dos
cursos de graduação. Por isso, não deve ser entendido como um documento acabado, mas em construção,
considerando-se que, ao longo do tempo, algumas práticas precisam ser revistas e modificadas.

Até aqui você viu o que significa projeto pedagógico e observou que este apresenta a concepção de sua identidade
quando define padrões referenciais, conceituais e estruturais.

Mas o que são padrões referenciais?

Padrões referenciais são aqueles que expressam a visão de sociedade, da instituição, bem como a determinação e
análise das necessidades e problemas prioritários da área de estudo no país.

Quando se pensa em padrões conceituais, focaliza-se no perfil baseado nas competências do profissional a ser formado.

Nessa ótica, quando observamos os padrões estruturais, repensamos conteúdos, métodos e sistema de avaliação em
sintonia com as concepções construídas nas etapas anteriores. Sem desconsiderar a relação entre ensino, pesquisa e
extensão.

No que consiste um perfil baseado em competências?

Segundo o INEP, “competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que
utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer”.

A essa modalidade estrutural dá-se o nome de CHA, que significa Conhecimento, Habilidades e Atitudes.
ATENÇÃO
Capriche no CHA e não o deixe esfriar!
Trabalhar o conhecimento, as habilidades e as atitudes é muito importante para ter um bom desempenho profissional
fora da Universidade.
Por isso, aproveite todas as ações inseridas no PPP do seu curso e desenvolva suas competências.
O Projeto Pedagógico compreende, portanto, a forma como a Universidade pretende realizar seu ideal pedagógico e,
assim, configura o material básico que direciona a ação de todas as unidades acadêmicas, orientando suas práticas
pedagógicas, em especial os projetos pedagógicos dos cursos que a integram, pensando sempre na construção do
conhecimento, habilidades e atitudes que constituem a competência do aluno em formação.
Agora que você conhece um pouco mais sobre este assunto, poderá compreender o projeto pedagógico de alguns dos
curso da Estácio:
• Gestão Ambiental
• Curso Superior de Tecnologia em Segurança do trabalho
• Engenharia de Petróleo e Gás/ CST em Petróleo e Gás/ Engenharia Química
• Ciências Aeronáuticas
• Arquitetura e Urbanismo
• CST em Automação Industrial
• Engenharia de Produção
• Engenharia Civil
• Engenharia Ambiental

Leia o Artigo PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: UMA CONSTRUÇÃO “COLETIVA”? e conheça um pouco mais sobre
PPP.(PDF Salvo)

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