You are on page 1of 13

N.

o 251 — 29 de Outubro de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7199

Artigo 20.o quentemente muito deficientes e estão na origem de


Encargos plurianuais
um número preocupante de acidentes de trabalho graves
e mortais, provocados sobretudo por quedas em altura,
Os encargos decorrentes da aplicação deste diploma esmagamentos e soterramentos.
que tenham reflexo em mais de um ano económico são Face à necessidade imperiosa de reduzir os riscos
inscritos nos programas de investimento e desenvolvi- profissionais nos sectores com maior sinistralidade labo-
mento do orçamento do Instituto das Artes. ral, o acordo sobre condições de trabalho, higiene e
segurança no trabalho e combate à sinistralidade, cele-
Artigo 21.o brado entre o Governo e os parceiros sociais em 9 de
Fevereiro de 2001, previu a revisão e o aperfeiçoamento
Montante dos apoios das normas específicas de segurança no trabalho no sec-
O montante financeiro disponível para cada programa tor da construção civil e obras públicas, bem como o
de apoio é fixado por despacho do Ministro da Cultura, reforço dos meios e da actividade de fiscalização neste
nos termos a estabelecer nos regulamentos previstos nos e noutros sectores mais afectados pela incidência de
artigos 4.o, 9.o e 12.o acidentes de trabalho e doenças profissionais.
O presente diploma procede à revisão da regulamen-
Artigo 22.o tação das condições de segurança e de saúde no trabalho
em estaleiros temporários ou móveis, constante do
Normas transitórias
Decreto-Lei n.o 155/95, de 1 de Julho, continuando natu-
1 — Os apoios plurianuais e anuais concedidos cujos ralmente a assegurar a transposição para o direito
contratos terminem no final de 2003 podem ser reno- interno da Directiva n.o 92/57/CEE, do Conselho, de
vados, por mais um ano, mediante solicitação da enti- 24 de Junho, relativa às prescrições mínimas de segu-
dade beneficiária ao director do Instituto das Artes, rança e saúde no trabalho a aplicar em estaleiros tem-
podendo ser estabelecidas alterações às condições dos porários ou móveis.
contratos iniciais e aos montantes dos apoios, nos casos 2 — O plano de segurança e saúde constitui um dos
e nos termos a definir por portaria do Ministro da instrumentos fundamentais do planeamento e da orga-
Cultura. nização da segurança no trabalho em estaleiros tem-
2 — Com vista às renovações previstas no número porários ou móveis, ao dispor do sistema de coordenação
anterior deverá ser efectuada a avaliação das actividades de segurança, o que justifica a necessidade de aper-
desenvolvidas pelas entidades beneficiárias e a aprecia- feiçoar a respectiva regulamentação.
ção dos respectivos planos de actividades e orçamentos As alterações relativas ao plano de segurança e saúde
para o ano de 2004, devendo ser tidos em conta os respeitam, em primeiro lugar, ao processo da sua ela-
pareceres das delegações regionais da cultura e das boração. O plano deve ser elaborado a partir da fase
comissões previstas no artigo 8.o relativamente aos pro- do projecto da obra, sendo posteriormente desenvolvido
jectos desenvolvidos nas respectivas áreas de influência. e especificado antes de se passar à execução da obra,
com a abertura do estaleiro. Trata-se de um único plano
Artigo 23.o de segurança e saúde para a obra, cuja elaboração acom-
panha a evolução da fase de projecto da obra para a
Entrada em vigor da sua execução.
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte O desenvolvimento do plano da fase do projecto para
ao da sua publicação. a da execução da obra decorre sob o impulso da entidade
executante, que será frequentemente o empreiteiro que
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 7 se obriga a executar a obra, ou o dono da obra se a
de Agosto de 2003. — José Manuel Durão Bar- realizar por administração directa. A entidade execu-
roso — Maria Manuela Dias Ferreira Leite — Pedro tante fornece os equipamentos de trabalho, recruta e
Lynce de Faria — José Manuel Amaral Lopes — Amílcar dirige os trabalhadores e decide sobre o recurso a subem-
Augusto Contel Martins Theias. preiteiros e a trabalhadores independentes. Ela tem o
domínio da organização e da direcção globais do esta-
Promulgado em 24 de Setembro de 2003. leiro e está, por isso, em posição adequada para pro-
Publique-se. mover o desenvolvimento do plano de segurança e saúde
para a fase da execução da obra. Caberá, em seguida,
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. ao coordenador de segurança em obra validar tecni-
camente o desenvolvimento e as eventuais alterações
Referendado em 20 de Outubro de 2003. do plano, cuja aprovação competirá ao dono da obra
O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso. para que se possa iniciar a execução da obra. O regime
assenta numa separação de responsabilidades, em que
a entidade executante é responsável pela execução da
obra e o planeamento da segurança no trabalho e a
MINISTÉRIO DA SEGURANÇA SOCIAL verificação do seu cumprimento são atribuídos ao coor-
denador de segurança, de modo a assegurar que as cir-
E DO TRABALHO cunstâncias da execução não se sobreponham à segu-
rança no trabalho.
Decreto-Lei n.o 273/2003 O dono da obra, se não a realizar por administração
de 29 de Outubro
directa, está associado ao desenvolvimento do plano
através do coordenador de segurança em obra a quem
1 — As condições de segurança no trabalho desen- cabe aprovar as especificações apresentadas pela enti-
volvido em estaleiros temporários ou móveis são fre- dade executante ou outros intervenientes. O dono da
7200 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 251 — 29 de Outubro de 2003

obra nomeará o coordenador de segurança em obra atra- A coordenação e o acompanhamento das actividades
vés de uma declaração escrita que o identifica perante da entidade executante, dos subempreiteiros e dos tra-
todos os intervenientes no estaleiro. O dono da obra balhadores independentes são determinantes para a
tem ainda a responsabilidade específica de impedir que prevenção dos riscos profissionais na construção. O
a entidade executante inicie a implantação do estaleiro coordenador de segurança em obra tem especiais res-
sem que esteja preparado o plano de segurança e saúde ponsabilidades na coordenação e no acompanhamento
para a fase da execução da obra. do conjunto das actividades de segurança, higiene e
A regulamentação do conteúdo do plano de segurança saúde desenvolvidas no estaleiro. A função da coor-
e saúde é também desenvolvida com a indicação dos denação de segurança passará por isso a ser reconhecida
aspectos que o mesmo deve prever, tanto na fase do através de uma declaração escrita do dono da obra
projecto como na da execução da obra. que identifica os coordenadores, as funções que devem
O regime de empreitada de obras públicas prevê que exercer e indica a todos os intervenientes que devem
o projecto da obra que serve de base ao concurso será cooperar com os coordenadores.
elaborado tendo em atenção as regras respeitantes à O desempenho da coordenação de segurança con-
segurança, higiene e saúde no trabalho. Esta disposição tribui tanto mais para a prevenção dos riscos profis-
tem correspondência substancial com a necessidade de sionais quanto os coordenadores forem qualificados
se respeitar os princípios gerais da prevenção de riscos para essa função. A regulamentação da coordenação
profissionais na elaboração do projecto. No desenvol- de segurança vai ser, por isso, sequencialmente com-
vimento desses princípios e para que a empreitada de pletada por um quadro legal promotor da qualificação
obras públicas tenha em consideração, na maior medida dos coordenadores que tenha em consideração as exi-
possível, a prevenção dos riscos profissionais, o plano gências da função e a respectiva acreditação para a qual
de segurança e saúde em projecto deve ser incluído pelo serão determinantes a formação profissional específica,
dono da obra no conjunto dos elementos que servem a experiência profissional e as habilitações académicas.
de base ao concurso e, posteriormente, o plano deve 6 — O dono da obra deve proceder à comunicação
ficar anexo ao contrato de empreitada de obras públicas. prévia da abertura do estaleiro à Inspecção-Geral do
Nas obras particulares, o dono da obra deve incluir o Trabalho, em determinadas situações definidas em fun-
plano de segurança e saúde no conjunto dos elementos ção do tempo de trabalho total previsível para a exe-
que servem de base à negociação para que a entidade cução da obra, em certos casos conjugado com o número
executante o conheça ao contratar a empreitada. de trabalhadores no estaleiro. Nesta matéria, corrige-se
3 — O coordenador de segurança em obra e o plano uma imprecisão da lei anterior determinando-se que
de segurança e saúde não são obrigatórios em obras a comunicação prévia deve ser feita nomeadamente
de menor complexidade em que os riscos são normal- quando for previsível, para a execução da obra, um total
mente mais reduzidos. Contudo, se houver que executar de mais de 500 dias de trabalho, correspondente ao
nessas obras determinados trabalhos que impliquem ris- somatório dos dias de trabalho prestado por cada um
cos especiais, a entidade executante deve dispor de fichas dos trabalhadores.
de procedimentos de segurança que indiquem as medi- 7 — Nas intervenções na obra posteriormente à sua
das de prevenção necessárias para executar esses tra- conclusão, a prevenção dos riscos profissionais depende
balhos. do conhecimento das características técnicas da obra,
4 — Todos os intervenientes no estaleiro, nomeada- para que se possa identificar os riscos potenciais e adop-
mente os subempreiteiros e os trabalhadores indepen- tar processos de trabalho que os evitem ou minimizem,
dentes, devem cumprir o plano de segurança e saúde na medida do possível. A compilação técnica da obra
para a execução da obra. A entidade executante e o é um instrumento muito importante porque colige os
coordenador de segurança em obra devem acompanhar elementos que devem ser tomados em consideração nas
a actividade dos subempreiteiros e dos trabalhadores intervenções posteriores à conclusão da obra, e que pas-
independentes de modo a assegurar o cumprimento do sam a estar enunciados na lei com maior precisão.
plano. 8 — No quadro das garantias da aplicação da legis-
A entidade executante deve não apenas aplicar o plano lação de segurança e saúde no trabalho na construção,
de segurança e saúde nas actividades que desenvolve são reforçados os meios e os poderes de intervenção
durante a execução da obra mas também assegurar que da inspecção do trabalho. Nesse sentido, prevê-se um
os subempreiteiros e os trabalhadores independentes o sistema de registos por parte da entidade executante
cumprem, além de outras obrigações respeitantes ao fun- e dos subempreiteiros, que incluirão, entre outros ele-
cionamento do estaleiro. Esta obrigação da entidade exe- mentos, a identificação de todos os trabalhadores dos
cutante articula-se com a responsabilidade solidária que subempreiteiros e os trabalhadores independentes que
sobre ela impende pelo pagamento de coimas aplicadas trabalhem no estaleiro.
a um subcontratado que infrinja as regras relativas à segu- Estes registos serão determinantes para que seja mais
rança, higiene e saúde no trabalho, se a entidade exe- eficaz o controlo e o acompanhamento da acção dos
cutante não for diligente no controlo da actividade do empregadores e dos trabalhadores independentes com
subcontratado. actividade no estaleiro.
5 — A coordenação de segurança estrutura-se em 9 — O projecto correspondente ao presente diploma
função das actividades do coordenador de segurança foi sujeito a apreciação pública, mediante publicação
em projecto e do coordenador de segurança em obra. na separata n.o 4 do Boletim do Trabalho e Emprego,
A legislação portuguesa é, nesta matéria, mais exigente de 13 de Agosto de 2002, tendo sido aperfeiçoados diver-
do que a referida directiva comunitária porque impõe sos aspectos na sequência dos pareceres de associações
a coordenação de segurança em fase de projecto se este sindicais e patronais.
for elaborado por uma equipa de projecto. A nomeação Resulta, nomeadamente, da apreciação pública o
dos coordenadores de segurança cabe ao dono da obra, esclarecimento das obras em que a existência do plano
de acordo com a directiva. de segurança e saúde é obrigatória; precisa-se o con-
N.o 251 — 29 de Outubro de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7201

teúdo das fichas de procedimentos de segurança para d) Montagem e desmontagem de elementos pre-
obras de menor dimensão em que haja riscos especiais, fabricados, andaimes, gruas e outros aparelhos
por forma que satisfaçam as prescrições da directiva elevatórios;
comunitária sobre o plano de segurança e saúde; pro- e) Demolição;
tege-se a posição do empreiteiro que espera a aprovação f) Construção, manutenção, conservação e altera-
do plano de segurança e saúde para iniciar a obra, uma ção de vias de comunicação rodoviárias, ferro-
vez que o prazo para a sua execução não começa a viárias e aeroportuárias e suas infra-estruturas,
correr antes da aprovação do plano; o dono da obra de obras fluviais ou marítimas, túneis e obras
deve transmitir aos representantes dos trabalhadores a de arte, barragens, silos e chaminés industriais;
declaração que identifica os coordenadores de segu- g) Trabalhos especializados no domínio da água,
rança; dá-se mais saliência ao princípio de que a nomea- tais como sistemas de irrigação, de drenagem
ção dos coordenadores de segurança em projecto e em e de abastecimento de águas e de águas resi-
obra não exonera o dono da obra, o autor do projecto, duais, bem como redes de saneamento básico;
a entidade executante e o empregador das responsa- h) Intervenções nas infra-estruturas de transporte
bilidades que lhes cabem em matéria de segurança e e distribuição de electricidade, gás e teleco-
saúde no trabalho; o dono da obra poderá assegurar municações;
mais eficazmente a elaboração da compilação técnica i) Montagem e desmontagem de instalações téc-
através da recusa da recepção provisória da obra nicas e de equipamentos diversos;
enquanto a entidade executante não proporcionar os j) Isolamentos e impermeabilizações.
elementos necessários; serão comunicados à Inspecção-
-Geral do Trabalho os acidentes de trabalho de que 3 — O presente diploma não se aplica às actividades
resulte, nomeadamente, lesão grave dos trabalhadores, de perfuração e extracção que tenham lugar no âmbito
evitando-se a ambiguidade que adviria da comunicação das indústrias extractivas.
ligada ao internamento dos sinistrados, e preconiza-se
que os elementos necessários ao inquérito sejam reco-
lhidos com a maior brevidade para reduzir ao mínimo Artigo 3.o
a interrupção dos trabalhos no estaleiro. Definições
Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das
Regiões Autónomas. 1 — Para efeitos do presente diploma, entende-se
Assim: por:
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte: a) «Autor do projecto da obra», adiante designado
por autor do projecto, a pessoa singular, reco-
nhecida como projectista, que elabora ou par-
CAPÍTULO I ticipa na elaboração do projecto da obra;
b) «Coordenador em matéria de segurança e saúde
Princípios gerais durante a elaboração do projecto da obra»,
adiante designado por coordenador de segu-
Artigo 1.o rança em projecto, a pessoa singular ou colectiva
que executa, durante a elaboração do projecto,
Objecto
as tarefas de coordenação em matéria de segu-
O presente diploma estabelece regras gerais de pla- rança e saúde previstas no presente diploma,
neamento, organização e coordenação para promover podendo também participar na preparação do
a segurança, higiene e saúde no trabalho em estaleiros processo de negociação da empreitada e de
da construção e transpõe para a ordem jurídica interna outros actos preparatórios da execução da obra,
a Directiva n.o 92/57/CEE, do Conselho, de 24 de Junho, na parte respeitante à segurança e saúde no
relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde trabalho;
no trabalho a aplicar em estaleiros temporários ou c) «Coordenador em matéria de segurança e saúde
móveis. durante a execução da obra», adiante designado
por coordenador de segurança em obra, a pes-
Artigo 2.o soa singular ou colectiva que executa, durante
a realização da obra, as tarefas de coordenação
Âmbito em matéria de segurança e saúde previstas no
1 — O presente diploma é aplicável a todos os ramos presente diploma;
de actividade dos sectores privado, cooperativo e social, d) «Responsável pela direcção técnica da obra» o
à administração pública central, regional e local, aos técnico designado pela entidade executante para
institutos públicos e demais pessoas colectivas de direito assegurar a direcção efectiva do estaleiro;
público, bem como a trabalhadores independentes, no e) «Director técnico da empreitada» o técnico
que respeita aos trabalhos de construção de edifícios designado pelo adjudicatário da obra pública
e de engenharia civil. e aceite pelo dono da obra, nos termos do
2 — O presente diploma é aplicável a trabalhos de regime jurídico das empreitadas de obras públi-
cas, para assegurar a direcção técnica da emprei-
construção de edifícios e a outros no domínio de enge-
tada;
nharia civil que consistam, nomeadamente, em:
f) «Dono da obra» a pessoa singular ou colectiva
a) Escavação; por conta de quem a obra é realizada, ou o
b) Terraplenagem; concessionário relativamente a obra executada
c) Construção, ampliação, alteração, reparação, com base em contrato de concessão de obra
restauro, conservação e limpeza de edifícios; pública;
7202 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 251 — 29 de Outubro de 2003

g) «Empregador» a pessoa singular ou colectiva na utilização da obra e noutras intervenções posteriores,


que, no estaleiro, tem trabalhadores ao seu ser- o autor do projecto ou a equipa de projecto deve ter
viço, incluindo trabalhadores temporários ou em em conta os princípios gerais de prevenção de riscos
cedência ocasional, para executar a totalidade profissionais consagrados no regime aplicável em maté-
ou parte da obra; pode ser o dono da obra, ria de segurança, higiene e saúde no trabalho.
a entidade executante ou subempreiteiro; 2 — Na integração dos princípios gerais de prevenção
h) «Entidade executante» a pessoa singular ou referidos no número anterior devem ser tidos em conta,
colectiva que executa a totalidade ou parte da designadamente, os seguintes domínios:
obra, de acordo com o projecto aprovado e as
disposições legais ou regulamentares aplicáveis; a) As opções arquitectónicas;
pode ser simultaneamente o dono da obra, ou b) As escolhas técnicas desenvolvidas no projecto,
outra pessoa autorizada a exercer a actividade incluindo as metodologias relativas aos proces-
de empreiteiro de obras públicas ou de indus- sos e métodos construtivos, bem como os mate-
trial de construção civil, que esteja obrigada riais e equipamentos a incorporar na edificação;
mediante contrato de empreitada com aquele c) As definições relativas aos processos de exe-
a executar a totalidade ou parte da obra; cução do projecto, incluindo as relativas à
i) «Equipa de projecto» conjunto de pessoas reco- estabilidade e às diversas especialidades, as
nhecidas como projectistas que intervêm nas condições de implantação da edificação e os
definições de projecto da obra; condicionalismos envolventes da execução
j) «Estaleiros temporários ou móveis», a seguir dos trabalhos;
designados por estaleiros, os locais onde se efec- d) As soluções organizativas que se destinem a pla-
tuam trabalhos de construção de edifícios ou nificar os trabalhos ou as suas fases, bem como
trabalhos referidos no n.o 2 do artigo 2.o, bem a previsão do prazo da sua realização;
como os locais onde, durante a obra, se desen- e) Os riscos especiais para a segurança e saúde
volvem actividades de apoio directo aos mes- enumerados no artigo 7.o, podendo nestes casos
mos; o autor do projecto apresentar soluções com-
l) «Fiscal da obra» a pessoa singular ou colectiva plementares das definições consagradas no
que exerce, por conta do dono da obra, a fis- projecto;
calização da execução da obra, de acordo com f) As definições relativas à utilização, manutenção
o projecto aprovado, bem como do cumpri- e conservação da edificação.
mento das disposições legais e regulamentares
aplicáveis; se a fiscalização for assegurada por Artigo 5.o
dois ou mais representantes, o dono da obra
designará um deles para chefiar; Planificação da segurança e saúde no trabalho
m) «Representante dos trabalhadores» a pessoa, 1 — O dono da obra deve elaborar ou mandar ela-
eleita pelos trabalhadores, que exerce as funções borar, durante a fase do projecto, o plano de segurança
de representação dos trabalhadores nos domí- e saúde para garantir a segurança e a saúde de todos
nios da segurança, higiene e saúde no trabalho; os intervenientes no estaleiro.
n) «Subempreiteiro» a pessoa singular ou colectiva 2 — Se a elaboração do projecto se desenvolver em
autorizada a exercer a actividade de empreiteiro diversas fases e em períodos sucessivos, o plano de segu-
de obras públicas ou de industrial de construção rança e saúde deve ser reformulado em função da evo-
civil que executa parte da obra mediante con- lução do projecto.
trato com a entidade executante;
3 — O plano de segurança e saúde será posterior-
o) «Trabalhador independente» a pessoa singular
mente desenvolvido e especificado pela entidade exe-
que efectua pessoalmente uma actividade pro-
fissional, não vinculada por contrato de traba- cutante para a fase da execução da obra.
lho, para realizar uma parte da obra a que se 4 — O plano de segurança e saúde é obrigatório em
obrigou perante o dono da obra ou a entidade obras sujeitas a projecto e que envolvam trabalhos que
executante; pode ser empresário em nome impliquem riscos especiais previstos no artigo 7.o ou
individual. a comunicação prévia da abertura do estaleiro.

2 — As referências aos princípios gerais da segurança, Artigo 6.o


higiene e saúde no trabalho entendem-se como remis- Plano de segurança e saúde em projecto
sões para o regime aplicável em matéria de segurança,
higiene e saúde no trabalho. 1 — O plano de segurança e saúde em projecto deve
ter como suporte as definições do projecto da obra e
as demais condições estabelecidas para a execução da
CAPÍTULO II obra que sejam relevantes para o planeamento da pre-
Desenvolvimento do projecto e execução da obra venção dos riscos profissionais, nomeadamente:
a) O tipo da edificação, o uso previsto, as opções
SECÇÃO I arquitectónicas, as definições estruturais e das
demais especialidades, as soluções técnicas pre-
Projecto da obra conizadas, os produtos e materiais a utilizar,
devendo ainda incluir as peças escritas e dese-
Artigo 4.o nhadas dos projectos, relevantes para a preven-
Princípios gerais do projecto da obra
ção de riscos profissionais;
b) As características geológicas, hidrológicas e geo-
1 — A fim de garantir a segurança e a protecção da técnicas do terreno, as redes técnicas aéreas ou
saúde de todos os intervenientes no estaleiro, bem como subterrâneas, as actividades que eventualmente
N.o 251 — 29 de Outubro de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7203

decorram no local ou na sua proximidade e j) Que o dono da obra, o autor do projecto ou


outros elementos envolventes que possam ter qualquer dos coordenadores de segurança fun-
implicações na execução dos trabalhos; damentadamente considere susceptíveis de
c) As especificações sobre a organização e pro- constituir risco grave para a segurança e saúde
gramação da execução da obra a incluir no con- dos trabalhadores.
curso da empreitada;
d) As especificações sobre o desenvolvimento do
plano de segurança e saúde quando várias enti- Artigo 8.o
dades executantes realizam partes da obra. Obras públicas e obras abrangidas pelo regime jurídico
da urbanização e edificação
2 — O plano de segurança e saúde deve concretizar
os riscos evidenciados e as medidas preventivas a adop- 1 — No âmbito do contrato de empreitada de obras
tar, tendo nomeadamente em consideração os seguintes públicas, o plano de segurança e saúde em projecto deve:
aspectos: a) Ser incluído pelo dono da obra no conjunto dos
a) Os tipos de trabalho a executar; elementos que servem de base ao concurso;
b) A gestão da segurança e saúde no estaleiro, b) Ficar anexo ao contrato de empreitada de obras
especificando os domínios da responsabilidade públicas, qualquer que seja o tipo de procedi-
de cada interveniente; mento adoptado no concurso.
c) As metodologias relativas aos processos cons-
trutivos, bem como os materiais e produtos que 2 — No caso de obra particular, o dono da obra deve
sejam definidos no projecto ou no caderno de incluir o plano de segurança e saúde em projecto no
encargos; conjunto dos elementos que servem de base à nego-
d) Fases da obra e programação da execução dos ciação para que a entidade executante o conheça ao
diversos trabalhos; contratar a empreitada.
e) Riscos especiais para a segurança e saúde dos
trabalhadores, referidos no artigo seguinte;
f) Aspectos a observar na gestão e organização SECÇÃO II
do estaleiro de apoio, de acordo com o anexo I.
Coordenação da segurança
3 — A Inspecção-Geral do Trabalho pode determinar
ao dono da obra a apresentação do plano de segurança
e saúde em projecto. Artigo 9.o
Coordenadores de segurança
Artigo 7.o 1 — O dono da obra deve nomear um coordenador
Riscos especiais de segurança em projecto:
O plano de segurança e saúde deve ainda prever medi- a) Se o projecto da obra for elaborado por mais
das adequadas a prevenir os riscos especiais para a segu- de um sujeito, desde que as suas opções arqui-
rança e saúde dos trabalhadores decorrentes de tra- tectónicas e escolhas técnicas impliquem com-
balhos: plexidade técnica para a integração dos prin-
a) Que exponham os trabalhadores a risco de cípios gerais de prevenção de riscos profissionais
soterramento, de afundamento ou de queda em ou os trabalhos a executar envolvam riscos espe-
altura, particularmente agravados pela natureza ciais previstos no artigo 7.o;
da actividade ou dos meios utilizados, ou do b) Se for prevista a intervenção na execução da
meio envolvente do posto, ou da situação de obra de duas ou mais empresas, incluindo a enti-
trabalho, ou do estaleiro; dade executante e subempreiteiros.
b) Que exponham os trabalhadores a riscos quí-
micos ou biológicos susceptíveis de causar doen- 2 — O dono da obra deve nomear um coordenador
ças profissionais; de segurança em obra se nela intervierem duas ou mais
c) Que exponham os trabalhadores a radiações empresas, incluindo a entidade executante e subem-
ionizantes, quando for obrigatória a designação preiteiros.
de zonas controladas ou vigiadas; 3 — A actividade de coordenação de segurança, em
d) Efectuados na proximidade de linhas eléctricas projecto ou em obra, deve ser exercida por pessoa qua-
de média e alta tensão; lificada, nos termos previstos em legislação especial, e
e) Efectuados em vias ferroviárias ou rodoviárias ser objecto de declaração escrita do dono da obra, acom-
que se encontrem em utilização, ou na sua panhada de declaração de aceitação subscrita pelo coor-
proximidade; denador ou coordenadores, com os seguintes elementos:
f) De mergulho com aparelhagem ou que impli-
quem risco de afogamento; a) A identificação da obra, do coordenador de
g) Em poços, túneis, galerias ou caixões de ar segurança em projecto e ou do coordenador de
comprimido; segurança em obra;
h) Que envolvam a utilização de explosivos, ou sus- b) Se a coordenação couber a uma pessoa colec-
ceptíveis de originarem riscos derivados de tiva, deve ser identificado quem assegura o exer-
atmosferas explosivas; cício da mesma;
i) De montagem e desmontagem de elementos c) O objectivo da coordenação e as funções de
prefabricados ou outros, cuja forma, dimensão cada um dos coordenadores;
ou peso exponham os trabalhadores a risco d) Os recursos a afectar ao exercício da coor-
grave; denação;
7204 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 251 — 29 de Outubro de 2003

e) A referência à obrigatoriedade de todos os inter- cuação de resíduos, a sinalização e as instalações


venientes cooperarem com os coordenadores sociais;
durante a elaboração do projecto e a execução h) A informação e formação dos trabalhadores;
da obra. i) O sistema de emergência, incluindo as medidas
de prevenção, controlo e combate a incêndios,
4 — A coordenação de segurança em projecto e em de socorro e evacuação de trabalhadores.
obra pode ser objecto de uma declaração conjunta ou
de declarações separadas. 2 — O plano de segurança e saúde para a execução
5 — A declaração ou declarações referidas nos núme- da obra deve corresponder à estrutura indicada no
ros anteriores devem ser comunicadas aos membros da anexo II e ter juntos os elementos referidos no anexo III.
equipa de projecto, ao fiscal da obra e à entidade exe- 3 — O subempreiteiro pode sugerir e a entidade exe-
cutante, que as deve transmitir a subempreiteiros e a cutante pode promover soluções alternativas às previstas
trabalhadores independentes, bem como afixá-las no no plano de segurança e saúde em projecto, desde que
estaleiro em local bem visível. não diminuam os níveis de segurança e sejam devida-
6 — O coordenador de segurança em obra não pode mente justificadas.
intervir na execução da obra como entidade executante,
subempreiteiro, trabalhador independente na acepção
do presente diploma ou trabalhador por conta de Artigo 12.o
outrem, com excepção, neste último caso, da possibi- Aprovação do plano de segurança e saúde para a execução da obra
lidade de cumular com a função de fiscal da obra.
1 — O desenvolvimento e as alterações do plano de
segurança e saúde referidos nos n.os 1 e 3 do artigo
Artigo 10.o anterior devem ser validados tecnicamente pelo coor-
denador de segurança em obra e aprovados pelo dono
Responsabilidade dos outros intervenientes
da obra, passando a integrar o plano de segurança e
A nomeação dos coordenadores de segurança em pro- saúde para a execução da obra.
jecto e em obra não exonera o dono da obra, o autor 2 — O plano de segurança e saúde pode ser objecto
do projecto, a entidade executante e o empregador das de aprovação parcial, nomeadamente se não estiverem
responsabilidades que a cada um deles cabe, nos termos disponíveis todas as informações necessárias à avaliação
da legislação aplicável em matéria de segurança e saúde dos riscos e à identificação das correspondentes medidas
no trabalho. preventivas, devendo o plano ser completado antes do
início dos trabalhos em causa.
3 — O dono da obra deve dar conhecimento por
SECÇÃO III escrito do plano de segurança e saúde aprovado à enti-
dade executante, a qual deve dar conhecimento aos
Execução da obra subempreiteiros e trabalhadores independentes por si
contratados, antes da respectiva intervenção no esta-
Artigo 11.o leiro, da totalidade ou parte do plano que devam conhe-
cer por razões de prevenção.
Desenvolvimento do plano de segurança e saúde 4 — O prazo fixado no contrato para a execução da
para a execução da obra
obra não começa a correr antes que o dono da obra
1 — A entidade executante deve desenvolver e espe- comunique à entidade executante a aprovação do plano
cificar o plano de segurança e saúde em projecto de de segurança e saúde.
modo a complementar as medidas previstas, tendo 5 — As alterações do plano de segurança e saúde
nomeadamente em conta: devem ter em conta o disposto no artigo anterior e nos
n.os 1 a 3 do presente artigo.
a) As definições do projecto e outros elementos
resultantes do contrato com a entidade execu-
tante que sejam relevantes para a segurança e Artigo 13.o
saúde dos trabalhadores durante a execução da Aplicação do plano de segurança e saúde para a execução da obra
obra;
b) As actividades simultâneas ou incompatíveis que 1 — A entidade executante só pode iniciar a implan-
decorram no estaleiro ou na sua proximidade; tação do estaleiro depois da aprovação pelo dono da
c) Os processos e métodos construtivos, incluindo obra do plano de segurança e saúde para a execução
os que exijam uma planificação detalhada das da obra.
medidas de segurança; 2 — O dono da obra deve impedir que a entidade
d) Os equipamentos, materiais e produtos a uti- executante inicie a implantação do estaleiro sem estar
lizar; aprovado o plano de segurança e saúde para a execução
e) A programação dos trabalhos, a intervenção de da obra.
subempreiteiros e trabalhadores independentes, 3 — A entidade executante deve assegurar que o
incluindo os respectivos prazos de execução; plano de segurança e saúde e as suas alterações estejam
f) As medidas específicas respeitantes a riscos acessíveis, no estaleiro, aos subempreiteiros, aos traba-
especiais; lhadores independentes e aos representantes dos tra-
g) O projecto de estaleiro, incluindo os acessos, balhadores para a segurança, higiene e saúde que nele
as circulações, a movimentação de cargas, o trabalhem.
armazenamento de materiais, produtos e equi- 4 — Os subempreiteiros e os trabalhadores indepen-
pamentos, as instalações fixas e demais apoios dentes devem cumprir o plano de segurança e saúde
à produção, as redes técnicas provisórias, a eva- para a execução da obra, devendo esta obrigação ser
N.o 251 — 29 de Outubro de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7205

mencionada nos contratos celebrados com a entidade b) Um total de mais de 500 dias de trabalho, cor-
executante ou o dono da obra. respondente ao somatório dos dias de trabalho
5 — A Inspecção-Geral do Trabalho pode determinar prestado por cada um dos trabalhadores.
à entidade executante a apresentação do plano de segu-
rança e saúde para execução da obra. 2 — A comunicação prévia referida no número ante-
rior deve ser datada, assinada e indicar:
Artigo 14.o a) O endereço completo do estaleiro;
b) A natureza e a utilização previstas para a obra;
Fichas de procedimentos de segurança c) O dono da obra, o autor ou autores do projecto
1 — Sempre que se trate de trabalhos em que não e a entidade executante, bem como os respec-
seja obrigatório o plano de segurança e saúde de acordo tivos domicílios ou sedes;
com o n.o 4 do artigo 5.o mas que impliquem riscos d) O fiscal ou fiscais da obra, o coordenador de
especiais previstos no artigo 7.o, a entidade executante segurança em projecto e o coordenador de segu-
deve elaborar fichas de procedimentos de segurança rança em obra, bem como os respectivos domi-
para os trabalhos que comportem tais riscos e assegurar cílios;
que os trabalhadores intervenientes na obra tenham e) O director técnico da empreitada e o represen-
conhecimento das mesmas. tante da entidade executante, se for nomeado
2 — As fichas de procedimentos de segurança devem para permanecer no estaleiro durante a exe-
conter os seguintes elementos: cução da obra, bem como os respectivos domi-
cílios, no caso de empreitada de obra pública;
a) A identificação, caracterização e duração da f) O responsável pela direcção técnica da obra e
obra; o respectivo domicílio, no caso de obra par-
b) A identificação dos intervenientes no estaleiro ticular;
que sejam relevantes para os trabalhos em g) As datas previstas para início e termo dos tra-
causa; balhos no estaleiro;
c) As medidas de prevenção a adoptar tendo em h) A estimativa do número máximo de trabalha-
conta os trabalhos a realizar e os respectivos dores por conta de outrem e independentes que
riscos; estarão presentes em simultâneo no estaleiro,
d) As informações sobre as condicionantes exis- ou do somatório dos dias de trabalho prestado
tentes no estaleiro e na área envolvente, nomea- por cada um dos trabalhadores, consoante a
damente as características geológicas, hidroló- comunicação prévia seja baseada nas alíneas a)
gicas e geotécnicas do terreno, as redes técnicas ou b) do n.o 1;
aéreas ou subterrâneas e as actividades que i) A estimativa do número de empresas e de tra-
eventualmente decorram no local que possam balhadores independentes a operar no estaleiro;
ter implicações na prevenção de riscos profis- j) A identificação dos subempreiteiros já selec-
sionais associados à execução dos trabalhos; cionados.
e) Os procedimentos a adoptar em situações de
emergência. 3 — A comunicação prévia deve ser acompanhada de:
a) Declaração do autor ou autores do projecto e
3 — O coordenador de segurança em obra deve ana- do coordenador de segurança em projecto, iden-
lisar a adequabilidade das fichas de procedimentos de tificando a obra;
segurança e propor à entidade executante as alterações b) Declarações da entidade executante, do coor-
adequadas. denador de segurança em obra, do fiscal ou fis-
4 — A entidade executante só pode iniciar a implan- cais da obra, do director técnico da empreitada,
tação do estaleiro quando dispuser das fichas de pro- do representante da entidade executante e do
cedimentos de segurança, devendo o dono da obra asse- responsável pela direcção técnica da obra, iden-
gurar o respeito desta prescrição. tificando o estaleiro e as datas previstas para
5 — As fichas de procedimentos de segurança devem início e termo dos trabalhos.
estar acessíveis, no estaleiro, a todos os subempreiteiros
e trabalhadores independentes e aos representantes dos 4 — O dono da obra deve comunicar à Inspecção-
trabalhadores para a segurança, higiene e saúde que -Geral do Trabalho qualquer alteração dos elementos
nele trabalhem. da comunicação prévia referidos nas alíneas a) a i) nas
6 — A Inspecção-Geral do Trabalho pode determinar quarenta e oito horas seguintes, e dar ao mesmo tempo
à entidade executante a apresentação das fichas de pro- conhecimento da mesma ao coordenador de segurança
cedimentos de segurança. em obra e à entidade executante.
5 — O dono da obra deve comunicar mensalmente
a actualização dos elementos referidos na alínea j) do
Artigo 15.o n.o 2 à Inspecção-Geral do Trabalho.
Comunicação prévia da abertura do estaleiro 6 — A entidade executante deve afixar cópias da
comunicação prévia e das suas actualizações, no esta-
1 — O dono da obra deve comunicar previamente leiro, em local bem visível.
a abertura do estaleiro à Inspecção-Geral do Trabalho
quando for previsível que a execução da obra envolva
uma das seguintes situações: Artigo 16.o
Compilação técnica da obra
a) Um prazo total superior a 30 dias e, em qualquer
momento, a utilização simultânea de mais de 1 — O dono da obra deve elaborar ou mandar ela-
20 trabalhadores; borar uma compilação técnica da obra que inclua os
7206 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 251 — 29 de Outubro de 2003

elementos úteis a ter em conta na sua utilização futura, h) Se intervierem em simultâneo no estaleiro duas
bem como em trabalhos posteriores à sua conclusão, ou mais entidades executantes, designar a que,
para preservar a segurança e saúde de quem os executar. nos termos da alínea i) do n.o 2 do artigo 19.o,
2 — A compilação técnica da obra deve incluir, tomar as medidas necessárias para que o acesso
nomeadamente, os seguintes elementos: ao estaleiro seja reservado a pessoas autori-
zadas;
a) Identificação completa do dono da obra, do i) Assegurar o cumprimento das regras de gestão
autor ou autores do projecto, dos coordenadores e organização geral do estaleiro a incluir no
de segurança em projecto e em obra, da enti- plano de segurança e saúde em projecto defi-
dade executante, bem como de subempreiteiros nidas no anexo I.
ou trabalhadores independentes cujas interven-
ções sejam relevantes nas características da
mesma; Artigo 18.o
b) Informações técnicas relativas ao projecto geral Obrigações do autor do projecto
e aos projectos das diversas especialidades,
incluindo as memórias descritivas, projecto de 1 — O autor do projecto deve:
execução e telas finais, que refiram os aspectos a) Elaborar o projecto da obra de acordo com os
estruturais, as redes técnicas e os sistemas e princípios definidos no artigo 4.o e as directivas
materiais utilizados que sejam relevantes para do coordenador de segurança em projecto;
a prevenção de riscos profissionais; b) Colaborar com o dono da obra, ou com quem
c) Informações técnicas respeitantes aos equipa- este indicar, na elaboração da compilação téc-
mentos instalados que sejam relevantes para a nica da obra;
prevenção dos riscos da sua utilização, conser- c) Colaborar com o coordenador de segurança em
vação e manutenção; obra e a entidade executante, prestando infor-
d) Informações úteis para a planificação da segu- mações sobre aspectos relevantes dos riscos
rança e saúde na realização de trabalhos em associados à execução do projecto.
locais da obra edificada cujo acesso e circulação
apresentem riscos. 2 — Nas situações em que não haja coordenador de
segurança em projecto, o autor do projecto deve ela-
3 — O dono da obra pode recusar a recepção pro- borar o plano de segurança e saúde em projecto, iniciar
visória da obra enquanto a entidade executante não pres- a compilação técnica da obra e, se também não for
tar os elementos necessários à elaboração da compilação nomeado coordenador de segurança em obra, recolher
técnica, de acordo com o número anterior. junto da entidade executante os elementos necessários
4 — Em intervenções posteriores que não consistam para a completar.
na conservação, reparação, limpeza da obra, ou outras
que afectem as suas características e as condições de
Artigo 19.o
execução de trabalhos ulteriores, o dono da obra deve
assegurar que a compilação técnica seja actualizada com Obrigações dos coordenadores de segurança
os elementos relevantes.
1 — O coordenador de segurança em projecto deve,
no que respeita ao projecto da obra e à preparação
SECÇÃO IV e organização da sua execução:

Obrigações dos intervenientes no empreendimento a) Assegurar que os autores do projecto tenham


em atenção os princípios gerais do projecto da
obra, referidos no artigo 4.o;
Artigo 17.o b) Colaborar com o dono da obra na preparação
Obrigações do dono da obra
do processo de negociação da empreitada e de
outros actos preparatórios da execução da obra,
O dono da obra deve: na parte respeitante à segurança e saúde no
trabalho;
a) Nomear os coordenadores de segurança em pro-
c) Elaborar o plano de segurança e saúde em pro-
jecto e em obra, nas situações referidas nos n.os 1
jecto ou, se o mesmo for elaborado por outra
e 2 do artigo 9.o;
pessoa designada pelo dono da obra, proceder
b) Elaborar ou mandar elaborar o plano de segu-
à sua validação técnica;
rança e saúde, de acordo com os artigos 5.o e 6.o;
d) Iniciar a organização da compilação técnica da
c) Assegurar a divulgação do plano de segurança
obra e completá-la nas situações em que não
e saúde, de acordo com o disposto no artigo 8.o;
haja coordenador de segurança em obra;
d) Aprovar o desenvolvimento e as alterações do
e) Informar o dono da obra sobre as responsa-
plano de segurança e saúde para a execução
bilidades deste no âmbito do presente diploma.
da obra;
e) Comunicar previamente a abertura do estaleiro
2 — O coordenador de segurança em obra deve no
à Inspecção-Geral do Trabalho, nas situações
que respeita à execução desta:
referidas no n.o 1 do artigo 15.o;
f) Entregar à entidade executante cópia da comu- a) Apoiar o dono da obra na elaboração e actua-
nicação prévia da abertura do estaleiro, bem lização da comunicação prévia prevista no
como as respectivas actualizações; artigo 15.o;
g) Elaborar ou mandar elaborar a compilação téc- b) Apreciar o desenvolvimento e as alterações do
nica da obra; plano de segurança e saúde para a execução
N.o 251 — 29 de Outubro de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7207

da obra e, sendo caso disso, propor à entidade e assegurar que os subempreiteiros e trabalha-
executante as alterações adequadas com vista dores independentes e os representantes dos
à sua validação técnica; trabalhadores para a segurança, higiene e saúde
c) Analisar a adequabilidade das fichas de pro- no trabalho que trabalhem no estaleiro tenham
cedimentos de segurança e, sendo caso disso, conhecimento das mesmas;
propor à entidade executante as alterações d) Assegurar a aplicação do plano de segurança
adequadas; e saúde e das fichas de procedimentos de segu-
d) Verificar a coordenação das actividades das rança por parte dos seus trabalhadores, de su-
empresas e dos trabalhadores independentes bempreiteiros e trabalhadores independentes;
que intervêm no estaleiro, tendo em vista a pre- e) Assegurar que os subempreiteiros cumpram, na
venção dos riscos profissionais; qualidade de empregadores, as obrigações pre-
e) Promover e verificar o cumprimento do plano vistas no artigo 22.o;
de segurança e saúde, bem como das outras obri- f) Assegurar que os trabalhadores independentes
gações da entidade executante, dos subemprei- cumpram as obrigações previstas no artigo 23.o;
teiros e dos trabalhadores independentes, g) Colaborar com o coordenador de segurança em
nomeadamente no que se refere à organização obra, bem como cumprir e fazer respeitar por
do estaleiro, ao sistema de emergência, às con- parte de subempreiteiros e trabalhadores inde-
dicionantes existentes no estaleiro e na área pendentes as directivas daquele;
envolvente, aos trabalhos que envolvam riscos h) Tomar as medidas necessárias a uma adequada
especiais, aos processos construtivos especiais, organização e gestão do estaleiro, incluindo a
às actividades que possam ser incompatíveis no organização do sistema de emergência;
tempo ou no espaço e ao sistema de comuni- i) Tomar as medidas necessárias para que o acesso
cação entre os intervenientes na obra; ao estaleiro seja reservado a pessoas autori-
f) Coordenar o controlo da correcta aplicação dos zadas;
métodos de trabalho, na medida em que tenham j) Organizar um registo actualizado dos subem-
influência na segurança e saúde no trabalho; preiteiros e trabalhadores independentes por si
g) Promover a divulgação recíproca entre todos os contratados com actividade no estaleiro, nos ter-
intervenientes no estaleiro de informações sobre mos do artigo seguinte;
riscos profissionais e a sua prevenção; l) Fornecer ao dono da obra as informações neces-
h) Registar as actividades de coordenação em sárias à elaboração e actualização da comuni-
matéria de segurança e saúde no livro de obra, cação prévia;
nos termos do regime jurídico aplicável ou, na m) Fornecer ao autor do projecto, ao coordenador
sua falta, de acordo com um sistema de registos de segurança em projecto, ao coordenador de
apropriado que deve ser estabelecido para a segurança em obra ou, na falta destes, ao dono
obra; da obra os elementos necessários à elaboração
i) Assegurar que a entidade executante tome as da compilação técnica da obra.
medidas necessárias para que o acesso ao esta-
leiro seja reservado a pessoas autorizadas; Artigo 21.o
j) Informar regularmente o dono da obra sobre Registo de subempreiteiros e trabalhadores independentes
o resultado da avaliação da segurança e saúde
existente no estaleiro; 1 — A entidade executante deve organizar um registo
l) Informar o dono da obra sobre as responsa- que inclua, em relação a cada subempreiteiro ou tra-
bilidades deste no âmbito do presente diploma; balhador independente por si contratado que trabalhe
m) Analisar as causas de acidentes graves que ocor- no estaleiro durante um prazo superior a vinte e quatro
ram no estaleiro; horas:
n) Integrar na compilação técnica da obra os ele-
a) A identificação completa, residência ou sede e
mentos decorrentes da execução dos trabalhos
número fiscal de contribuinte;
que dela não constem.
b) O número do registo ou da autorização para
o exercício da actividade de empreiteiro de
Artigo 20.o obras públicas ou de industrial da construção
Obrigações da entidade executante civil, bem como de certificação exigida por lei
para o exercício de outra actividade realizada
A entidade executante deve: no estaleiro;
a) Avaliar os riscos associados à execução da obra c) A actividade a efectuar no estaleiro e a sua
e definir as medidas de prevenção adequadas calendarização;
e, se o plano de segurança e saúde for obri- d) A cópia do contrato em execução do qual conste
gatório nos termos do n.o 4 do artigo 5.o, propor que exerce actividade no estaleiro, quando for
ao dono da obra o desenvolvimento e as adap- celebrado por escrito;
tações do mesmo; e) O responsável do subempreiteiro no estaleiro.
b) Dar a conhecer o plano de segurança e saúde
para a execução da obra e as suas alterações 2 — Cada empregador deve organizar um registo que
aos subempreiteiros e trabalhadores indepen- inclua, em relação aos seus trabalhadores e trabalha-
dentes, ou pelo menos a parte que os mesmos dores independentes por si contratados que trabalhem
no estaleiro durante um prazo superior a vinte e quatro
necessitam de conhecer por razões de pre-
horas:
venção;
c) Elaborar fichas de procedimentos de segurança a) A identificação completa e a residência habitual;
para os trabalhos que impliquem riscos especiais b) O número fiscal de contribuinte;
7208 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 251 — 29 de Outubro de 2003

c) O número de beneficiário da segurança social; 2 — Quando exercer actividade profissional por conta
d) A categoria profissional ou profissão; própria no estaleiro, o empregador deve cumprir as obri-
e) As datas do início e do termo previsível do tra- gações gerais dos trabalhadores previstas no regime apli-
balho no estaleiro; cável em matéria de segurança, higiene e saúde no
f) As apólices de seguros de acidentes de trabalho trabalho.
relativos a todos os trabalhadores respectivos Artigo 23.o
que trabalhem no estaleiro e a trabalhadores
independentes por si contratados, bem como os Obrigações dos trabalhadores independentes
recibos correspondentes.
Os trabalhadores independentes são obrigados a res-
3 — Os subempreiteiros devem comunicar o registo peitar os princípios que visam promover a segurança
referido no número anterior, ou permitir o acesso ao e a saúde, devendo, no exercício da sua actividade:
mesmo por meio informático, à entidade executante. a) Cumprir, na medida em que lhes sejam aplicáveis,
4 — A entidade executante e os subempreiteiros as obrigações estabelecidas no artigo 22.o;
devem conservar os registos referidos nos n.os 1 e 2 b) Cooperar na aplicação das disposições especí-
até um ano após o termo da actividade no estaleiro. ficas estabelecidas para o estaleiro, respeitando
as indicações do coordenador de segurança em
obra e da entidade executante.
Artigo 22.o
Obrigações dos empregadores Artigo 24.o
1 — Durante a execução da obra, os empregadores Acidentes graves e mortais
devem observar as respectivas obrigações gerais pre-
vistas no regime aplicável em matéria de segurança, 1 — Sem prejuízo de outras notificações legalmente
higiene e saúde no trabalho e em especial: previstas, o acidente de trabalho de que resulte a morte
ou lesão grave do trabalhador, ou que assuma particular
a) Comunicar, pela forma mais adequada, aos res- gravidade na perspectiva da segurança no trabalho, deve
pectivos trabalhadores e aos trabalhadores inde- ser comunicado pelo respectivo empregador à Inspec-
pendentes por si contratados o plano de segu- ção-Geral do Trabalho e ao coordenador de segurança
rança e saúde ou as fichas de procedimento de em obra, no mais curto prazo possível, não podendo
segurança, no que diz respeito aos trabalhos por exceder vinte e quatro horas.
si executados, e fazer cumprir as suas espe- 2 — A comunicação do acidente que envolva um tra-
cificações; balhador independente deve ser feita pela entidade que
b) Manter o estaleiro em boa ordem e em estado o tiver contratado.
de salubridade adequado; 3 — Se, na situação prevista em qualquer dos números
c) Garantir as condições de acesso, deslocação e anteriores, o acidente não for comunicado pela entidade
circulação necessária à segurança em todos os referida, a entidade executante deve assegurar a comu-
postos de trabalho no estaleiro; nicação dentro do mesmo prazo, findo o qual, não tendo
d) Garantir a correcta movimentação dos materiais havido comunicação, o dono da obra deve efectuar a
e utilização dos equipamentos de trabalho; comunicação nas vinte e quatro horas subsequentes.
e) Efectuar a manutenção e o controlo das ins- 4 — A entidade executante e todos os intervenientes
talações e dos equipamentos de trabalho antes no estaleiro devem suspender quaisquer trabalhos sob
da sua entrada em funcionamento e com inter- sua responsabilidade que sejam susceptíveis de destruir
valos regulares durante a laboração; ou alterar os vestígios do acidente, sem prejuízo da assis-
f) Delimitar e organizar as zonas de armazenagem tência a prestar às vítimas.
de materiais, em especial de substâncias, pre- 5 — A entidade executante deve, de imediato e até
parações e materiais perigosos; à recolha dos elementos necessários para a realização
g) Recolher, em condições de segurança, os mate- do inquérito, impedir o acesso de pessoas, máquinas
riais perigosos utilizados; e materiais ao local do acidente, com excepção dos meios
h) Armazenar, eliminar, reciclar ou evacuar resí- de socorro e assistência às vítimas.
duos e escombros; 6 — A Inspecção-Geral do Trabalho pode determinar
i) Determinar e adaptar, em função da evolução a suspensão imediata de quaisquer trabalhos em curso
do estaleiro, o tempo efectivo a consagrar aos que sejam susceptíveis de destruir ou alterar os vestígios
diferentes tipos de trabalho ou fases do trabalho; do acidente, sem prejuízo da assistência a prestar às
j) Cooperar na articulação dos trabalhos por si vítimas.
desenvolvidos com outras actividades desenvol- 7 — Compete à Inspecção-Geral do Trabalho, sem
vidas no local ou no meio envolvente; prejuízo da competência atribuída a outras entidades,
l) Cumprir as indicações do coordenador de segu- a realização do inquérito sobre as causas do acidente
rança em obra e da entidade executante; de trabalho, procedendo com a maior brevidade à reco-
m) Adoptar as prescrições mínimas de segurança lha dos elementos necessários para a realização do
e saúde no trabalho revistas em regulamentação inquérito preliminar.
específica; 8 — Compete à Inspecção-Geral do Trabalho auto-
n) Informar e consultar os trabalhadores e os seus rizar a continuação dos trabalhos com a maior brevidade,
representantes para a segurança, higiene e desde que a entidade executante comprove estarem reu-
saúde no trabalho sobre a aplicação das dis- nidas as condições técnicas ou organizativas necessárias
posições do presente diploma. à prevenção dos riscos profissionais.
N.o 251 — 29 de Outubro de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7209

CAPÍTULO III Artigo 26.o


Contra-ordenações graves
Disposições finais e transitórias
Constitui contra-ordenação grave:
o
Artigo 25. a) Imputável ao dono da obra, a violação do n.o 3
do artigo 6.o, da alínea b) do n.o 1 e do n.o 2
Contra-ordenações muito graves do artigo 8.o, do n.o 3 e da primeira parte do
n.o 5 do artigo 9.o, do n.o 3 do artigo 14.o, dos
1 — Constitui contra-ordenação muito grave a ela- n.os 1 a 4 do artigo 15.o, da alínea h) do
boração do projecto, ainda que para atender a espe- artigo 17.o e das alíneas b) e c) do n.o 1 do
cificações do dono da obra, com opções arquitectónicas, artigo 18.o, se o mesmo for empregador do autor
técnicas e organizativas aplicáveis na fase do projecto do projecto, das alíneas c), f), g), i) e m) do
e que não respeitem as obrigações gerais dos empre- n.o 2 do artigo 19.o e do n.o 2 do artigo 24.o,
gadores previstas no regime aplicável em matéria de quando a comunicação do acidente competir
segurança, higiene e saúde no trabalho. àquele, e da segunda parte do n.o 3 do mesmo
2 — A contra-ordenação referida no número anterior artigo;
é imputável ao autor ou autores do projecto, ou ao b) Imputável ao autor do projecto que não seja
dono da obra ou à entidade executante que seja empre- trabalhador do dono da obra ou da entidade
gador do autor do projecto, ou de um deles, sem pre- executante, a violação das alíneas b) e c) do
juízo, neste último caso, da responsabilidade dos outros n.o 1 do artigo 18.o;
autores. c) Imputável à entidade executante, a violação da
3 — Constitui contra-ordenação muito grave: segunda parte do n.o 5 do artigo 9.o, do n.o 5
do artigo 13.o, do n.o 6 do artigo 14.o, da segunda
a) Imputável ao dono da obra, a violação dos n.os 1 parte da alínea c) e das alíneas d) a j) do
e 2 conjugados com o n.o 4 do artigo 5.o, dos artigo 20.o, do n.o 4 do artigo 21.o e do n.o 2
n.os 1 e 2 do artigo 6.o, do artigo 7.o, dos n.os 1 e da primeira parte do n.o 3 do artigo 24.o;
e 2 do artigo 9.o, do n.o 1 e da primeira parte d) Imputável ao empregador, a violação do n.o 4
do n.o 3 do artigo 12.o, do n.o 2 e da segunda do artigo 21.o, das alíneas b) a e) e h) a l) do
parte do n.o 4 do artigo 13.o, dos n.os 1, 2 e n.o 1 do artigo 22.o, dos n.os 1 e 2 do artigo 24.o,
4 do artigo 16.o, da alínea i) do artigo 17.o e das prescrições previstas no Regulamento de
da alínea a) do n.o 1 e do n.o 2 do artigo 18.o, Segurança no Trabalho da Construção Civil,
se o mesmo for empregador do autor do pro- aprovado pelo Decreto n.o 41 821, de 11 de
jecto, das alíneas a), c) e d) do n.o 1 e das alí- Agosto de 1958, e na Portaria n.o 101/96, de
neas b), d), e), h) e n) do n.o 2 do artigo 19.o; 3 de Abril;
b) Imputável ao autor do projecto que não seja e) Imputável ao trabalhador independente, a vio-
trabalhador do dono da obra ou da entidade lação da alínea b) do artigo 23.o, das prescrições
executante, a violação da alínea a) do n.o 1 e previstas no Regulamento de Segurança no Tra-
do n.o 2 do artigo 18.o; balho da Construção Civil, aprovado pelo
c) Imputável à entidade executante, a violação dos Decreto n.o 41 821, de 11 de Agosto de 1958,
n.os 1 e 2 do artigo 11.o, da segunda parte do e na Portaria n.o 101/96, de 3 de Abril.
n.o 3 do artigo 12.o, dos n.os 1 e 3 e da segunda
parte do n.o 4 do artigo 13.o, dos n.os 1, 2, 4 Artigo 27.o
e 5 do artigo 14.o e da alínea a) do n.o 1 e
do n.o 2 do artigo 18.o, se a mesma for empre- Contra-ordenações leves
gadora do autor do projecto, as alíneas a), b),
Constitui contra-ordenação leve a violação dos n.os 5
l) e m) do artigo 20.o, do n.o 1 do artigo 21.o e 6 do artigo 15.o
e dos n.o 4 e 5 do artigo 24.o;
d) Imputável ao empregador, a violação da pri- Artigo 28.o
meira parte do n.o 4 do artigo 13.o, dos n.os 2 Critérios especiais de determinação do valor das coimas
e 3 do artigo 21.o, das alíneas a) a g) do n.o 1
e do n.o 2 do artigo 22.o e do n.o 4 do artigo 24.o; 1 — As coimas aplicáveis a trabalhador independente
e) Imputável ao trabalhador independente, a vio- são as correspondentes às infracções aos regimes jurí-
lação da primeira parte do n.o 4 do artigo 13.o, dicos do contrato de serviço doméstico e do contrato
das alíneas b) a e) do n.o 1 e do n.o 2 do individual de trabalho a bordo de embarcações de pesca.
artigo 22.o e do n.o 4 do artigo 24.o; 2 — Ao dono da obra que não seja titular de empresa
f) Imputável ao coordenador de segurança em são aplicáveis as coimas dos escalões de dimensão da
obra, a violação do n.o 6 do artigo 9.o empresa determinados apenas com base no volume de
negócios e fazendo corresponder a este o custo da obra.
4 — Constitui ainda contra-ordenação muito grave,
imputável ao empregador ou a trabalhador indepen- Artigo 28.o-A
dente, a violação por algum deles do Regulamento de Regiões Autónomas
Segurança no Trabalho da Construção Civil, aprovado
pelo Decreto n.o 41 821, de 11 de Agosto de 1958, se O produto das coimas resultante da aplicação das
a mesma provocar risco de queda em altura, de esma- contra-ordenações previstas no presente diploma e
gamento ou de soterramento de trabalhadores. cobradas nas Regiões constitui receita própria destas.
7210 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 251 — 29 de Outubro de 2003

Artigo 29.o 13 — Difusão da informação aos diversos intervenientes,


Regulamentação em vigor
nomeadamente empreiteiros, subempreiteiros, técni-
cos de segurança e higiene do trabalho, trabalhadores
Até à entrada em vigor do novo Regulamento de por conta de outrem e trabalhadores independentes.
Segurança para os Estaleiros da Construção mantêm-se 14 — Instalações sociais para o pessoal empregado na
em vigor o Regulamento de Segurança no Trabalho da obra, nomeadamente dormitórios, balneários, vestiá-
Construção Civil, aprovado pelo Decreto n.o 41 821, de rios, instalações sanitárias e refeitórios.
11 de Agosto de 1958, e a Portaria n.o 101/96, de 3
de Abril, sobre as prescrições mínimas de segurança ANEXO II
e de saúde nos locais e postos de trabalho dos estaleiros
temporários ou móveis. Estrutura do plano de segurança e saúde para a execução
da obra, prevista no n.o 2 do artigo 11.o

Artigo 30.o 1 — Avaliação e hierarquização dos riscos reportados


Revogação ao processo construtivo, abordado operação a ope-
ração de acordo com o cronograma, com a previsão
É revogado o Decreto-Lei n.o 155/95, de 1 de Julho, dos riscos correspondentes a cada uma por referência
na redacção dada pela Lei n.o 113/99, de 3 de Agosto. à sua origem, e das adequadas técnicas de prevenção
que devem ser objecto de representação gráfica sem-
Artigo 31.o pre que se afigure necessário.
Entrada em vigor 2 — Projecto do estaleiro e memória descritiva, con-
tendo informações sobre sinalização, circulação, uti-
O presente diploma entra em vigor 60 dias após a lização e controlo dos equipamentos, movimentação
sua publicação. de cargas, apoios à produção, redes técnicas, recolha
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 24 e evacuação dos resíduos, armazenagem e controlo
de Julho de 2003. — José Manuel Durão Bar- de acesso ao estaleiro.
roso — António Manuel de Mendonça Martins da 3 — Requisitos de segurança e saúde segundo os quais
Cruz — Maria Celeste Ferreira Lopes Cardona — António devem decorrer os trabalhos.
José de Castro Bagão Félix — António Pedro de Nobre 4 — Cronograma detalhado dos trabalhos.
Carmona Rodrigues. 5 — Condicionantes à selecção de subempreiteiros, tra-
balhadores independentes, fornecedores de materiais
Promulgado em 13 de Outubro de 2003. e equipamentos de trabalho.
6 — Directrizes da entidade executante relativamente
Publique-se. aos subempreiteiros e trabalhadores independentes
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. com actividade no estaleiro em matéria de prevenção
de riscos profissionais.
Referendado em 15 de Outubro de 2003. 7 — Meios para assegurar a cooperação entre os vários
intervenientes na obra, tendo presentes os requisitos
O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso. de segurança e saúde estabelecidos.
8 — Sistema de gestão de informação e comunicação
ANEXO I entre todos os intervenientes no estaleiro em matéria
Gestão e organização geral do estaleiro a incluir no plano de
de prevenção de riscos profissionais.
segurança e saúde em projecto, previstas na alínea f) do 9 — Sistemas de informação e de formação de todos
n.o 2 do artigo 6.o os trabalhadores presentes no estaleiro, em matéria
de prevenção de riscos profissionais.
1 — Identificação das situações susceptíveis de causar 10 — Procedimentos de emergência, incluindo medidas
risco e que não puderam ser evitadas em projecto, de socorro e evacuação.
bem como as respectivas medidas de prevenção. 11 — Sistema de comunicação da ocorrência de aciden-
2 — Instalação e funcionamento de redes técnicas pro- tes e incidentes no estaleiro.
visórias, nomeadamente de electricidade, gás e comu- 12 — Sistema de transmissão de informação ao coor-
nicações, infra-estruturas de abastecimento de água denador de segurança em obra para a elaboração da
e sistemas de evacuação de resíduos. compilação técnica da obra.
3 — Delimitação, acessos, circulações horizontais e ver- 13 — Instalações sociais para o pessoal empregado na
ticais e permanência de veículos e pessoas. obra, de acordo com as exigências legais, nomeada-
4 — Movimentação mecânica e manual de cargas. mente dormitórios, balneários, vestiários, instalações
5 — Instalações e equipamentos de apoio à produção. sanitárias e refeitórios.
6 — Informações sobre os materiais, produtos, substân-
cias e preparações perigosas a utilizar em obra.
7 — Planificação das actividades que visem evitar riscos ANEXO III
inerentes à sua sobreposição ou sucessão, no espaço Elementos a juntar ao plano de segurança e saúde
e no tempo. para a execução da obra, de acordo com o n.o 2 do artigo 11.o
8 — Cronograma dos trabalhos a realizar em obra.
9 — Medidas de socorro e evacuação. 1 — Peças de projecto com relevância para a prevenção
10 — Arrumação e limpeza do estaleiro. de riscos profissionais.
11 — Medidas correntes de organização do estaleiro. 2 — Pormenor e especificação relativos a trabalhos que
12 — Modalidades de cooperação entre a entidade exe- apresentem riscos especiais.
cutante, subempreiteiros e trabalhadores indepen- 3 — Organograma do estaleiro com definição de fun-
dentes. ções, tarefas e responsabilidades.
N.o 251 — 29 de Outubro de 2003 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 7211

4 — Registo das actividades inerentes à prevenção de b) As actividades da entidade executante no que


riscos profissionais, tais como fichas de controlo de respeita a:
equipamentos e instalações, modelos de relatórios de
avaliação das condições de segurança no estaleiro, i) Promover e verificar o cumprimento do
fichas de inquérito de acidentes de trabalho e noti- plano de segurança e saúde, bem como
ficação de subempreiteiros e de trabalhadores inde- das obrigações dos empregadores e dos
pendentes. trabalhadores independentes;
5 — Registo das actividades de coordenação, de que ii) Assegurar que os subempreiteiros cum-
constem:
pram, na qualidade de empregadores, as
a) As actividades do coordenador de segurança em obrigações previstas no artigo 22.o;
obra no que respeita a: iii) Assegurar que os trabalhadores indepen-
i) Promover e verificar o cumprimento do dentes cumpram as obrigações previstas
plano de segurança e saúde por parte da no artigo 23.o;
entidade executante, dos subempreiteiros iv) Reuniões entre os intervenientes no esta-
e dos trabalhadores independentes que leiro sobre a prevenção de riscos profis-
intervêm no estaleiro; sionais, com indicação de datas, partici-
ii) Coordenar as actividades da entidade pantes e assuntos tratados.
executante, dos subempreiteiros e dos
trabalhadores independentes, tendo em
vista a prevenção dos riscos profissionais; c) As auditorias de avaliação de riscos profissionais
iii) Promover a divulgação recíproca entre efectuadas no estaleiro, com indicação das
todos os intervenientes no estaleiro de datas, de quem as efectuou, dos trabalhos sobre
informações sobre riscos profissionais e que incidiram, dos riscos identificados e das
a sua prevenção. medidas de prevenção preconizadas.

You might also like