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Assinado eletronicamente por: MARCUS VINICIUS FIGUEIREDO DE OLIVEIRA COSTA - 12/12/2018 17:37:51 Num. 872695 - Pág. 1
https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18121213382552700000000806659
Número do documento: 18121213382552700000000806659
Resolvem os Membros do Egrégio Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo, de conformidade com a ata e notas taquigráficas
da sessão, que integram este julgado, à unanimidade de votos, julgar aprovada a prestação de contas, com ressalvas, nos termos do
voto do eminente Relator.
Assinado eletronicamente por: MARCUS VINICIUS FIGUEIREDO DE OLIVEIRA COSTA - 12/12/2018 17:37:51 Num. 872695 - Pág. 2
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Número do documento: 18121213382552700000000806659
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO ESPÍRITO SANTO
NOTAS TAQUIGRÁFICAS
SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
11-12-2018
RELATÓRIO
Senhor Presidente: Tratam os autos de Prestação de Contas de campanha apresentada por Luiz Cândido
Durão, candidato eleito como 1º suplente para o cargo de Deputado Estadual nas eleições gerais de 2018.
A Coordenadoria de Controle Interno promove analise preliminar (ID 435445) e aponta ocorrências que
tornaram necessários esclarecimentos por parte do candidato eleito.
Devidamente intimado (ID 439295), o candidato apresentou manifestação e documentos visando sanar as
falhas apontadas pela unidade técnica (IDs 581945, 581995, 582045, 582095, 582145, 582195, 582245,
582295 e 582345).
Os autos retornaram a Coordenadoria de Controle Interno que apresentou parecer conclusivo (ID 638645)
opinando pela aprovação das contas com ressalvas, haja vista a subsistência das seguintes irregularidades:
descumprimento do prazo para a entrega dos relatórios financeiros de campanha, em afronta ao artigo 50,
I da Resolução TSE nº. 23553/2017 em relação a uma doação recebida no valor de R$5.000,00;
identificação de doações recebidas de outros candidatos ou partidos com informações divergentes nas
prestações de contas dos doadores, as quais foram corrigidas posteriormente em prestação de contas
retificadora; a identificação de doações diretas realizadas por outros candidatos e partidos políticos e que
não foram registradas na prestação de contas em exame, sendo sanada a irregularidade também na
prestação de contas retificadora; a identificação de doações recebidas antes da data anterior à data inicial
de entrega da prestação de contas parcial, mas não informados à época; divergências entre as informações
relativas às despesas, constantes da prestação de contas final em exame e aquelas constantes da prestação
de contas parcial e gastos eleitorais realizados em data anterior à data inicial de entrega da prestação de
contas parcial, mas não informados à época o que, de acordo com o artigo 50, §6º da Resolução TSE nº.
23553/2017, caracteriza infração grave. Destaca, ainda, a submissão à análise da Procuradoria Regional
Eleitoral do indício de irregularidade consistente na relação de parentesco entre o candidato e um dos
fornecedores da campanha.
A douta Procuradoria Regional Eleitoral emite parecer (ID 672745) opinando pela aprovação com
ressalvas das contas, nos termos do artigo 77, II da Resolução TSE nº 23.553/17.
Assinado eletronicamente por: CILENE REGINA RAMOS DE SANTIS - 14/12/2018 13:49:10 Num. 931195 - Pág. 1
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Número do documento: 18121413491040200000000863409
É o relatório, em mesa para julgamento.
VOTO
Senhor Presidente: Conforme relatado, tratam os autos de Prestação de Contas de campanha apresentada
por Luiz Cândido Durão, candidato eleito como 1º suplente para o cargo de Deputado Estadual nas
eleições gerais de 2018.
Em seu parecer conclusivo a unidade técnica aponta a existência de algumas pendências que ensejam
ressalvas nas contas apresentadas, quais sejam: descumprimento do prazo para a entrega dos relatórios
financeiros de campanha, em afronta ao artigo 50, I da Resolução TSE nº. 23553/2017 em relação a uma
doação recebida no valor de R$5.000,00; identificação de doações recebidas de outros candidatos ou
partidos com informações divergentes nas prestações de contas dos doadores, as quais foram corrigidas
posteriormente em prestação de contas retificadora; a identificação de doações diretas realizadas por
outros candidatos e partidos políticos e que não foram registradas na prestação de contas em exame,
sendo sanada a irregularidade também na prestação de contas retificadora; a identificação de doações
recebidas antes da data anterior à data inicial de entrega da prestação de contas parcial, mas não
informados à época; divergências entre as informações relativas às despesas, constantes da prestação de
contas final em exame e aquelas constantes da prestação de contas parcial e gastos eleitorais realizados
em data anterior à data inicial de entrega da prestação de contas parcial, mas não informados à época o
que, de acordo com o artigo 50, §6º da Resolução TSE nº. 23553/2017, caracteriza infração grave.
Destaca, ainda, a submissão à análise da Procuradoria Regional Eleitoral do indício de irregularidade na
relação de parentesco entre o candidato e um dos fornecedores da campanha.
No tocante à primeira irregularidade apontada, relativa ao descumprimento do prazo para a entrega dos
relatórios financeiros de campanha, em afronta ao artigo 50, I da Resolução TSE nº. 23553/2017, e com
relação a uma doação recebida no valor de R$5.000,00, em que pese o descumprimento do prazo previsto
na norma, a doação em questão foi informada à Justiça Eleitoral, não havendo que se falar nem em
omissão de receitas e nem prejuízo à análise de regularidade das contas prestadas, cabendo somente o
registro de ressalva.
Acerca dos vícios relativos às doações recebidas de outro candidato com informações divergentes
extraídas da prestação de contas do doador e às doações diretas recebidas de outros candidatos, porém não
registradas na prestação de contas (omissão de receitas), verifico que o candidato, após a identificação da
divergência pela Unidade Técnica, promoveu a retificação das informações em Prestação de Contas
retificadora, sanando as falhas detectadas, o que também enseja o registro de ressalvas nas contas
prestadas pelo candidato.
No que diz à omissão de receitas e despesas na prestação de contas parcial, em data anterior à data inicial
da entrega da prestação de contas parcial, porém não informados à época, em violação ao artigo 50, §4º da
Resolução TSE nº. 23553/2017, verifico que tais informações foram posteriormente registradas na
prestação de contas final, sendo entendimento da jurisprudência do TSE que a omissão de informações na
prestação de contas parcial, quando regularizada na prestação de contas final, não são hábeis a ensejar a
desaprovação das contas, confira-se:
Assinado eletronicamente por: CILENE REGINA RAMOS DE SANTIS - 14/12/2018 13:49:10 Num. 931195 - Pág. 2
https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18121413491040200000000863409
Número do documento: 18121413491040200000000863409
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL
ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. PREFEITO. VICE-PREFEITO.
PRESTAÇÃO DE CONTAS PARCIAL. GASTOS. RELATÓRIOS
FINANCEIROS. OMISSÃO. RECURSOS PRÓPRIOS EM CAMPANHA.
REEXAME. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.Histórico da demanda1. Contra
acórdão do TRE/PE, pelo qual aprovadas, com ressalvas, as contas de Francisco
Hélio de Melo Santos e Sebastião Cordeiro de Carvalho Filho, candidatos aos
cargos de Prefeito e Vice-Prefeito no Município de Belo Jardim/PE, nas Eleições
2016, interpôs recurso especial o Ministério Público Eleitoral.2. Negado
seguimento ao recurso especial: (i) ante a aplicação da Súmula nº 24/TSE,
firmada a premissa de que as falhas apontadas - relativas aos gastos
realizados em momento anterior à data de entrega da prestação de contas
parcial e não informados à época e à ausência de relatórios financeiros
igualmente nas contas parciais - não constituíram óbice à fiscalização das
contas; e (iii) não enseja a desaprovação das contas falha relativa a
informações inicialmente omitidas na prestação de contas parcial, mas
posteriormente regularizadas na prestação de contas final, a teor da
jurisprudência do TSE. Do agravo regimental3. Na linha da exegese aplicável
para as Eleições 2016, aferível a gravidade da irregularidade relativa à omissão
de informações nas contas parciais no momento da prestação de contas final,
porquanto é nesta oportunidade em que confirmado o vício apontado e
examinado dentro do conjunto contábil das contas. Inteligência do art. 43, § 6º, da
Res.-TSE nº 23.463/2015. Precedentes. Agravo regimental não provido. (Recurso
Especial Eleitoral nº 27654, Acórdão, Relator(a) Min. ROSA WEBER,
Publicação: DJE - Diário de justiça eletrônico, Data 21/08/2018)
Por fim, acerca da divergência entre as informações relativas às despesas registradas na prestação de
contas final e as constantes da prestação de contas parcial, haja vista que foi declarado inicialmente o
valor de R$39.300,00 para publicidade de adesivos e, ao final, foi declarado o valor de R$29.280,00,
verifico que o candidato, em sua manifestação, informa que houve um erro de registro e acresce ao valor
finalmente declarado o montante de R$625,00. Desta forma, com relação ao achado, verifico que houve
uma divergência de valores entre a prestação de contas inicial e final de R$10.020,00 para menos, o que
corresponde a aproximadamente 3% dos gastos totais efetuados pelo candidato em sua campanha e que,
ademais, não comprometeram a análise de regularidade das contas por esta Justiça Especializada.
Desta forma, considerando que as falhas detectadas na presente prestação de contas consistem em
irregularidades formais que não impediram a Justiça Eleitoral a realização do controle, fiscalização e
análise da regularidade das movimentações financeiras realizadas pelo candidato em sua campanha nas
eleições de 2018 e, tendo em vista o que dispõem os artigos 30 da Lei de Eleições e 79 da Res. TSE
23.553/2017, não há como desaprovar as contas, devendo as mesmas serem aprovadas com ressalvas.
Por todo o exposto, VOTO no sentido de APROVAR COM RESSALVAS as contas prestadas pelo
candidato para o cargo de Deputado Estadual, Luiz Candido Durão, relativamente às eleições de 2018,
nos termos do artigo 77, II da Res. TSE nº 23.553/2017.
Assinado eletronicamente por: CILENE REGINA RAMOS DE SANTIS - 14/12/2018 13:49:10 Num. 931195 - Pág. 3
https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18121413491040200000000863409
Número do documento: 18121413491040200000000863409
ACOMPANHARAM O VOTO DO EMINENTE RELATOR:-
DECISÃO: À unanimidade de votos, julgar aprovada a prestação de contas, com ressalvas, nos termos do
voto do eminente Relator.
Presentes o Desembargador Ronaldo Gonçalves de Sousa e os juízes Helimar Pinto, Aldary Nunes Júnior,
Adriano Athayde Coutinho, Rodrigo Marques de Abreu Júdice e Marcus Vinícius Figueiredo de Oliveira
Costa.
\cds\ahmd
Assinado eletronicamente por: CILENE REGINA RAMOS DE SANTIS - 14/12/2018 13:49:10 Num. 931195 - Pág. 4
https://pje.tre-es.jus.br:8443/pje-web/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=18121413491040200000000863409
Número do documento: 18121413491040200000000863409