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Avaliação Diagnóstica de Entrada

Língua Portuguesa
1ª Série do Ensino Médio Turma _________
Fevereiro de 2019 Data _____ / _____ / _____
Escola _________________________________________________
Aluno __________________________________________________

Leia o texto e responda às questões 01, 02, 03 e 04.

Manguezal em risco
Gabriel Toscano- estagiário do Instituto Ciência Hoje

Entenda a importância desse ecossistema e saiba por que ele deve ser preservado

Você já viu um manguezal? Encontrado em regiões costeiras tropicais do Brasil e do


mundo, esse ecossistema abriga diversas espécies e, infelizmente, sua existência está
ameaçada por conta das mudanças climáticas. Para conhecê-lo melhor e tentar
preservá-lo, uma equipe de pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ) estuda desde 1994, o manguezal de Guaratiba, que fica a 70
quilômetros do centro da capital carioca.

1
Esse é um trecho do manguezal lá de Guaratiba, no Rio de Janeiro. O Brasil é o segundo país do mundo com maior extensão de
manguezais, ficando atrás apenas da Indonésia. (foto: Acervo do Núcleo de Estudos em Manguezais – UERJ)

Desde então, os pesquisadores descobriram que o manguezal vem sofrendo


bruscamente com os impactos da inconstância climática, que ora traz épocas de muita
chuva, ora traz longos períodos de seca. Durante os períodos úmidos, a vegetação do
mangue tende a crescer, mas, nas épocas de seca, acontece o contrário e o mangue
acaba se retraindo.

[...]

Outro fator que preocupa os pesquisadores é o aumento do nível do mar. Considerado


como um ecossistema de transição, o manguezal fica localizado na divisão entre o
ambiente terrestre e marinho e, caso o nível do mar aumente muito, a vegetação pode
sufocar e ser obrigada a migrar continente adentro.

“O manguezal precisa ir se adaptando conforme a subida do nível das águas”, diz o


oceanógrafo Mário Soares, que coordena o Núcleo de Estudos em Manguezais (Nema)
da UERJ. “O manguezal de Guaratiba, por exemplo, já se expandiu cerca de 100
metros terra adentro desde 1998.”
2
O grande problema é que nem todos os manguezais têm para onde fugir. Alguns ficam
perto de regiões urbanas, enquanto outros acabam invadindo a área de outros
ecossistemas. Como o cenário não é muito otimista, a tendência é que os manguezais
tenham que se deslocar terra adentro cada vez mais para sobreviver.

Em busca da conservação

Mário adiciona que, para evitar a perda de manguezais e permitir que eles migrem e se
adaptem à subida do nível do mar, o Nema propõe diversas medidas. Entre elas está a
criação e a ampliação das unidades de conservação que englobem as áreas
futuramente ocupadas pelos manguezais. Tal medida é muito importante, já que, além
de abrigar diversas espécies, os manguezais são essenciais para evitar o efeito estufa.

Segundo o oceanógrafo, os manguezais absorvem grandes quantidades de carbono,


evitando que o elemento fique solto na atmosfera, o que agravaria o aquecimento
global. “O potencial de absorção de carbono do manguezal é comparável ao de
florestas tropicais terrestres, como até mesmo a floresta amazônica”, explica Mário.
Mais um motivo para preservá-lo, não é mesmo?

Disponível em: <HTTP://chc.org.br/manguezal-em-risco/>. Acesso em: 12 dez. 2018.

Questão 01

No texto, um dos argumentos utilizados para defender a tese de que a preservação do


manguezal é necessária encontra-se em:

(A) [...] a tendência é que os manguezais tenham que se deslocar terra adentro
cada vez mais para sobreviver.
(B) O manguezal de Guaratiba, por exemplo, já se expandiu cerca de 100 metros
terra adentro desde 1998.

3
(C) [...] os manguezais absorvem grandes quantidades de carbono, evitando que o
elemento fique solto na atmosfera, o que agravaria o aquecimento global.

(D) Alguns ficam perto de regiões urbanas, enquanto outros acabam invadindo a
área de outros ecossistemas.

(E) Durante os períodos úmidos, a vegetação do mangue tende a crescer, mas, nas
épocas de seca, acontece o contrário e o mangue acaba se retraindo.

Questão 02

Leia o excerto retirado do texto Manguezal em risco:

“Encontrado em regiões costeiras tropicais do Brasil e do mundo, esse ecossistema


abriga diversas espécies e, infelizmente, sua existência está ameaçada por conta das
mudanças climáticas. Para conhecê-lo melhor e tentar preservá-lo, uma equipe de
pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) estuda desde
1994, o manguezal de Guaratiba, que fica a 70 quilômetros do centro da capital
carioca.”

Em “conhecê-lo” e “preservá-lo, o pronome lo que aparece junto aos dois verbos


refere-se a

(A) mudanças.
(B) mundo.
(C) Brasil.
(D) manguezal.
(E) ecossistema.

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Questão 03

O ponto de interrogação utilizado na última frase do texto (“Mais um motivo para


preservá-lo, não é mesmo?”) indica que

(A) a frase encerra um período e é necessário fazer uma pausa oracional maior.
(B) a pergunta é estilística e, portanto, não existe intenção de resposta.
(C) a ideia não foi concluída e, assim, entende-se que o texto está inacabado.
(D) a frase é imperativa e, com ela, o autor enfatiza o assunto abordado.
(E) a pergunta traduz a incerteza ou a dúvida sobre um termo antecedente.

Questão 04

As aspas que aparecem na frase “O manguezal de Guaratiba, por exemplo, já se


expandiu cerca de 100 metros terra adentro desde 1998.” foram usadas para

(A) reproduzir a fala da pessoa entrevistada exatamente como ela a enunciou.


(B) realçar e reforçar o tom irônico que permeia toda a reportagem jornalística.
(C) indicar que são expressões próprias da gíria ou que são estrangeirismos.
(D) assinalar que o autor da entrevista citou um trecho retirado de outra obra.
(E) destacar uma frase que o entrevistador considerou muito importante.

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Leia o texto e responda à questão 05.

Restos do carnaval
Clarice Lispector

[...]

Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia
acreditar que tanto me fosse dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de
uma amiga minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia era, no figurino,
Rosa. Para isso comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com as quais,
suponho, pretendia imitar as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a
pouco à fantasia tomando forma e se criando. Embora de pétalas o papel crepom nem
de longe lembrasse, eu pensava seriamente que era uma das fantasias mais belas que
jamais vira.

Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito.
E a mãe de minha amiga - talvez atendendo a meu apelo mudo, ao meu mudo
desespero de inveja, ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel - resolveu fazer
para mim também uma fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele
carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que
não eu mesma.

[...]
LISPECTOR, Clarice. Restos de Carnaval. In: Felicidade Clandestina Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p.26

Questão 05

Na narrativa, a descrição dos fatos, em sua sequência temporal, é feita em:

(A) A compra do papel crepom; a confecção da fantasia; a confecção de outra


fantasia; a alegria da garota; a sobra do papel crepom.
(B) A confecção da fantasia; a sobra do papel crepom; a compra do papel crepom; a
confecção de outra fantasia; a alegria da garota.
(C) A alegria da garota; a compra do papel crepom; a confecção de outra fantasia; a
sobra do papel crepom.

6
(D) A compra do papel crepom; a confecção da fantasia; a sobra do papel crepom; a
confecção de outra fantasia; a alegria da garota.
(E) A alegria da garota; a confecção da fantasia; a confecção de outra fantasia; a
compra do papel crepom; a sobra do papel crepom.

Leia o texto e responda à questão 06.

Não Vou me Adaptar


Arnaldo Antunes

Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia


Eu não encho mais a casa de alegria
Os anos se passaram enquanto eu dormia
E quem eu queria bem me esquecia

Será que eu falei o que ninguém dizia?


Será que eu escutei o que ninguém ouvia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar

Eu não tenho mais a cara que eu tinha


No espelho essa cara não é minha
É que quando eu me toquei achei tão estranho
A minha barba estava deste tamanho

Será que eu falei o que ninguém ouvia?


Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar

Hoje o dia pousou na minha cabeça e clareou


Hoje o dia pousou na minha cabeça e clareou
Eu já não tenho mais certeza de nada
De tudo que ontem falei pra você

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Gaguejo quando tento falar
Fraquejo quando tento mandar
Sou forte quando bebo cerveja
Me aqueço quando penso em fumar

Não vou me adaptar


Me adaptar não vou, não
Não vou me adaptar, não

Disponível em: <https://www.vagalume.com.br/arnaldo-antunes/nao-vou-me-adaptar.html>. Acesso em: 12 dez.


2018.

Questão 06

Na letra da música, Não vou me adaptar, assinale o verso que apresenta o emprego
de uma construção de cunho popular.

(A) “Eu não encho mais a casa de alegria”


(B) “Me aqueço quando penso em fumar”
(C) “Eu já não tenho mais certeza de nada”
(D) “E quem eu queria bem me esquecia”
(E) “Será que eu falei o que ninguém ouvia?”

8
Leia o texto e responda à questão 07.

Thaves, Bob. Frank e Ernest. In: O Estado de S, Paulo. C4, Caderno 2, Quadrinhos. Quinta-feira, 9 de novembro
de 2017.

Questão 07

Na tira de Bob Thaves, o comentário do anjo é irônico porque

A) até as entidades celestes acham difícil conseguir que os homens vivam em paz.
B) a fala dos homens é constituída apenas de impropérios e xingamentos.
C) as entidades celestes conseguem sempre apaziguar a civilização terrestre.
D) para resolver o problema terrestre são utilizados raios, trovões e palavrões.
E) para que os homens fiquem silenciosos, é preciso mandar chuvas, raios e trovões.

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Leia o texto e responda às questões 08 e 09.

Exercício e mortalidade

11/11/2017 02h00

Atividade física é o mais próximo do que poderíamos chamar de panaceia 1 na


medicina moderna.
Nos últimos anos, diversos estudos comprovaram que o exercício incorporado à
rotina diária reduz o risco de doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, câncer,
obesidade, problemas reumatológicos e ortopédicos, depressão e o declínio cognitivo 2
característico das demências.
Essas publicações mostraram de forma consistente que a prática de exercícios
está associada a cerca de 30% de redução dos índices de mortalidade.
Talvez a lógica devesse até ser invertida: não é que o exercício faça bem para o
organismo, a vida sedentária é que faz muito mal. Segundo a Organização Mundial da
Saúde o impacto nocivo do sedentarismo na saúde é comparável ao do cigarro. [...]
Um grupo da Universidade Harvard acaba de publicar na revista "Circulation" os
resultados de um inquérito que envolveu 17.700 mulheres saudáveis, com idade média
de 72 anos, cujos níveis de atividade foram avaliados por meio de acelerômetros,

1 Panaceia - Um suposto remédio universal para todos os males físicos e morais.


2 Cognitivo – Relativo ao conhecimento, ao aprendizado.
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aparelhos que medem com mais acurácia3 a intensidade dos exercícios, o número de
horas dedicadas a eles e o tempo gasto em inatividade. [...]
O formato do estudo não permite estabelecer com segurança a relação de causa
e efeito entre atividade física mais vigorosa e a longevidade, mas a probabilidade de se
tratar de relação causal é alta.
No passado, os médicos recomendavam que as pessoas mais velhas fizessem
repouso, para não "sobrecarregar" o organismo. A imagem dos avós aposentados que
passavam os dias cochilando na poltrona da sala, até caírem fulminados pelo infarto do
miocárdio ou derrame cerebral, faz parte das memórias daquela época.
Pacientes operados ficavam proibidos de levantar da cama por três ou quatro
dias para não "dificultar" a cicatrização.
Hoje, o coitado mal saiu do centro cirúrgico, o cirurgião aparece no quarto para
expulsá-lo do leito, a pontapés, se necessário.
O combate à imobilidade ajudou a reduzir significativamente o número de
tromboses venosas e embolias pulmonares, responsáveis pelos altos índices de
complicações e mortalidade pós-operatória daqueles dias.
A tendência atual é considerar tímida a recomendação de 150 minutos de
exercícios leves ou 75 minutos de exercícios mais intensos, por semana, uma vez que
o dia tem 1.440 minutos, e a semana, 10.080.
– Como fazer com a falta de tempo?, você perguntará.
– Cara leitora, isso é problema seu.

VARELLA, Drauzio. Exercício e mortalidade. Folha de S. Paulo. Ilustrada, C 10, sábado, 11 de novembro de
2017. (adaptado)

3 Acurácia – Exatidão de uma medição ou de um instrumento de medição.

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Questão 08

Por meio de argumentos como o de que “Segundo a Organização Mundial da Saúde o


impacto nocivo do sedentarismo na saúde é comparável ao do cigarro.”, o Dr.Drauzio
Varella defende a tese de que

A) os pacientes operados não devem repousar por três ou quatro dias.


B) o fumo e o sedentarismo não são prejudiciais à saúde dos pacientes.
C) o exercício diário reduz o risco de câncer.
(D) a vida sedentária faz muito mal à saúde.
(E) a imobilidade reduz doenças cardíacas.

Questão 09

Releia o diálogo que encerra o artigo do Dr. Drauzio Varella:

“– Como fazer com a falta de tempo?, você perguntará.


– Cara leitora, isso é problema seu.”

Nesse diálogo, a resposta vem carregada de


(A) espanto.
(B) alegria.
(C) ironia.
(D) raiva.
(E) apatia.

12
Leia o texto e responda às questões 10, 11 e 12.

A FIGUEIRA DOS DIABOS


_________________________________________
Recontando Contos Populares

Um amigo, que por alguns anos atuou como delegado em uma cidadezinha do
interior, narrou-me esse "causo". Eu não sei se o acontecido é verdadeiro ou não; certo
é que poderia ser. Mas assim ou assado, eu lhes conto, com minhas letras o que dele
ouvi.
Havia, dentro do cemitério dessa pequena cidade, uma figueira lotada de frutos.
Dois irmãos, seduzidos pelos figos, decidiram entrar no cemitério, na calada da noite, e
pegar uma porção de figos. Pois então... pularam o muro, aproximaram-se da figueira e
o irmão mais velho subiu na árvore, enquanto o mais novo ficou embaixo para catar os
figos que o mais velho deixava cair lá de cima.
E vêm, e vêm figos. De repente o irmão mais novo gritou para o mais velho:
— Mano! Dois figos caíram do lado de fora do muro.
— Não tem importância, depois que a gente terminar aqui, pegamos os outros.
E vêm figos. Terminada a colheita, o mais velho desceu da árvore e com o mais
novo, começou a repartir o resultado da coleta:
— Um pra mim, um pra você; um pra mim, um pra você; um...
E assim, cada qual ia colocando os figos em suas respectivas sacolas.
Segundo a crença de nossos sertanejos, a figueira é planta do diabo. É tido como
certo que nas figueiras há reunião de demônios que ali fazem suas orgias. Então, um
bêbado que passava do lado de fora do muro, escutou aquela conversa de "um pra
mim, um pra você"; para ter certeza de que não estava imaginando coisas, parou e
escutou novamente: "um pra mim, um pra você". Não deu outra, lançou-se numa
carreira despinguelada4 até a delegacia da cidadezinha. Chegou quase sem fôlego,
mas teve força suficiente para dizer ao delegado:
— Doutor, vem comigo! Os diabos estão no cemitério, debaixo da figueira,
dividindo as almas dos mortos!
O delegado, suspeitando ser conversa fiada de cachaceiro, ameaçou-o de prisão
caso não saísse, imediatamente, da delegacia. Ao que o bêbado respondeu:
- Juro Doutor! Juro por Deus que é verdade! Vem comigo!
4
Despinguelada - Com urgência, apressadamente, de imediato. Cf. Dicionário Informal. Disponível em:
<http://www.dicionarioinformal.com.br/despinguelado/>. Acesso em: 13 dez. 2018.
13
Diante de tanta insistência, o delegado resolveu acompanhar o bebum. Foram até
o cemitério, chegaram perto do muro e escutaram a repartição dos irmãos:
- Um pra mim, um pra você... Um pra mim, um pra você...
O delegado um tanto assustado exclama:
- Ora essa! É verdade! Eles estão dividindo as almas dos mortos!
Mal o delegado acabara de falar, os dois irmãos terminaram a divisão dos figos;
então o mais novo perguntou ao mais velho:
— Pronto, acabamos. E agora?
— Agora, a gente vai lá fora e pega os dois que estão do outro lado do muro…
O resto da história vocês podem imaginar, foi um tal de salve-se, quem puder.

Disponível em:<http://www.recantodasletras.com.br/contos/2215500>. Acesso em: 13 dez. 2018. (adaptado)

Questão 10

Em “A figueira do diabo”, o narrador faz uso de termos da linguagem culta e da


linguagem popular para reproduzir para o leitor “com minhas letras” o que ouviu de um
amigo. Nas alternativas a seguir, assinale aquela que contém somente vocábulos ou
expressões da linguagem informal:

(A) Crença; salve-se, quem puder.


(B) Bebum; conversa fiada.
(C) Demônios; quase sem força.
(D) Repartição; planta do diabo.
(E) História; perto do muro.

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Questão 11

O texto “A figueira do diabo” reproduz um “causo” do folclore popular brasileiro, que


apresenta, como personagem (ns) principal (ais)

(A) o bêbado.
(B) os mortos.
(C) o delegado.
(D) os demônios.
(E) os irmãos.

Questão 12

No trecho “[...] que estão do outro lado do muro…”, o termo em destaque retoma a
palavra

(A) irmãos.
(B) dois.
(C) eles.
(D) diabos.
(E) mortos.

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