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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GS
Nº 70006316103
2003/CÍVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO. USUCAPIÃO. APARTAMENTO.


NECESSIDADE DE PLANTA DO TERRENO EM RAZÃO DA
UNIDADE A SER USUCAPIDA POSSUIR TAMBÉM FRAÇÃO IDEAL
SOBRE O TERRENO. INTIMAÇÃO DA FAZENDA PÚBLICA.
RENOVAÇÃO POR CAUTELA. INTERESSE PÚBLICO. CITAÇÃO
DOS CONFINANTES. APLICAÇÃO DO ARTIGO 942 DO CPC.
PRÉDIO DE APARTAMENTOS. CITAÇÃO NA PESSOA DO SÍNDICO.
AGRAVO DE INSTRUMENTO IMPROVIDO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL

Nº 70006316103 PORTO ALEGRE

PAULO DIAS ALMEIDA AGRAVANTE

KARINE DUARTE ALMEIDA AGRAVANTE

DAVID WEINSTEIN AGRAVADO(A)

XANDEL MALTZ WEINSTEIN AGRAVADO(A)

TELMO M WEINSTEIN AGRAVADO(A)

VIVIAN J H WEINSTEIN AGRAVADO(A)

IGNEZ BALZAN AGRAVADO(A)

LIEGE DE PAULO RIBEIRO AGRAVADO(A)

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ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os Desembargadores integrantes da Décima Nona
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em improver o
agravo de instrumento .
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes
Senhores, Desembargador MÁRIO JOSÉ GOMES PEREIRA e Doutor
LEOBERTO NARCISO BRANCHER.
Porto Alegre, 07 de outubro de 2003.

DES. GUINTHER SPODE,


Relator.

RELATÓRIO

DES. GUINTHER SPODE (RELATOR) –


PAULO DIAS ALMEIDA e KARINE DUARTE ALMEIDA
agravaram da decisão do Juiz de Direito da 4ª Vara Cível do Foro de Porto
Alegre, que deferiu, na íntegra, a promoção do Ministério Público, em ação de

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Usucapião na qual são autores.


As decisões deferidas ao MP e ora agravadas são: “... pela
intimação dos requerentes para que tragam aos autos a planta do respectivo
terreno, subscrita por profissional habilitado, com a devida ART/CREA.”;
“Deverá ser renovada a intimação da Fazenda Pública estadual, eis que, até o
presente momento, não há qualquer manifestação.”; “... assim como deverá
ser procedida a citação dos confrontantes do terreno, no qual está abrigado o
prédio.”; ”Por fim, opina-se pelo deferimento do requerimento de fl. 07, item 3.”
Esta última decisão trata de pedido do próprio agravante no sentido de que “...
seja oficiado à CEEE para que informe sobre o endereço de Alcides Flores
Soares,...”.
Alegam os agravantes que não há necessidade de juntar a planta
do imóvel usucapiendo, pois qualquer divergência nas dimensões do imóvel
seriam corrigidas, por ação própria, em decorrência natural da transcrição da
sentença.
Asseveram que o Estado já estaria regularmente intimado por via
postal.
Afirmam que não haveria necessidade da citação dos
confrontantes do terreno onde se localiza o imóvel, por tratar-se de unidade
autônoma e que os confinantes do apartamento já o teriam sido. Referem que
por dizer respeito a terreno situado na Rua dos Andradas, “em pleno centro da
capital...é equivalente a inviabilizar a ação.”
Sobre a elaboração do ofício à CEEE, acatado pelo magistrado
como ordem dirigida à parte e não ao cartório, foi incluído nas razões de
agravo mesmo entendido que o problema é “sanável de ofício”.
Foi determinada a intimação dos agravados para responderem o
recurso tendo todos silenciado.
Dada vista ao Ministério Público, opinou este pelo não provimento

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ao agravo de instrumento, ratificando a promoção inicialmente acolhida.


É o relatório.

VOTO

DES. GUINTHER SPODE (RELATOR) –

Consoante se vê do relatório, o presente instrumento recursal,


interposto por Paulo Dias Almeida e Karine Duarte Almeida, ataca decisão
judicial que, em ação de usucapião, determinou o cumprimento das diligências
requeridas pelo Órgão do Ministério Público.

As diligências deferidas pelo Magistrado “a quo” contra a qual se


insurgem os agravantes dizem respeito à necessidade de planta do terreno,
renovação da intimação da Fazenda Estadual e, por fim, de citação dos
confrontantes do terreno.

Em que pese o esforço do signatário da peça recursal, entendo


como necessárias as diligências requeridas, pois não se pode olvidar que o
Ministério Público é fiscal do rito, cujo campo de ação está restrito ao correto
desenvolvimento do processo.

Assim, vai desacolhida a pretensão recursal, cujas razões de


decidir adoto, no seguinte excerto, o parecer da eminente Procuradora de
Justiça assentada nesta Câmara, Doutora Zuleika Pinto Costa Vargas,
dispensando, por isso, qualquer outra fundamentação, notadamente porque
também alicerçada em jurisprudência desta Corte:

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“Sem razão os agravantes”.

“No que tange à necessidade de planta do terreno, correta a


decisão vergastada. Efetivamente, possuindo a unidade autônoma fração
ideal do terreno onde edificado o prédio em que se insere, necessária é a
apresentação da respectiva planta, exegese do art. 942, do CPC”.

“Em relação à renovação da intimação da Fazenda Pública


Estadual, novamente sem razão os agravantes. Conforme se percebe da
análise do comprovante do recebimento da intimação, consta, apenas, uma
assinatura com número do RG, não havendo garantias de que se trata de
pessoa capaz de realizar o recebimento em nome da Procuradoria-Geral do
Estado, devendo-se, pois, ad cautelam, renovar tal intimação”.

“Referentemente à citação dos confinantes do terreno em que se


insere a unidade condominial, outra vez desassistidos de razão os agravantes.
Da análise do art. 942, do CPC, depreende-se que necessário se impõe a
citação do síndico do prédio lindeiro que, por sua vez, dará ciência aos demais
condôminos da ação proposta”.

Isso posto, nego provimento ao agravo de instrumento.

É o voto.

O DES. MÁRIO JOSÉ GOMES PEREIRA: De acordo.

O DR. LEOBERTO NARCISO BRANCHER:De acordo.

Julgador(a) de 1º Grau:.
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