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23-May-18

Disciplina de Betão 2

RESERVATÓRIOS DE BETÃO ARMADO

• Análise e Dimensionamento

A.D.2018

RESERVATÓRIOS: Análise e Dimensionamento

SUMÁRIO

1. Classificação de Reservatórios e Geometria em Planta


2. Aspectos Gerais de Concepção
3. Acções
4. Análise Estrutural
5. Dimensionamento
6. Disposições Construtivas

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1.1. RESERVATÓRIOS: Introdução

Um reservatório é uma estrutura destinada a armazenamento de líquidos (ex.:


água potável, águas pluviais e residuais, leite, vinho, cerveja, petróleo, etc.)

Os reservatórios podem ser apoiados no solo, parcialmente enterrados,


enterrados ou elevados.

Os reservatórios são geralmente executados em betão armado, em betão pré-


esforçado, e em aço (requer + manutenção mas garantem estanquidade total).
Podem igualmente ser construídos com alvenaria de tijolos ou pedras, madeira,
terra com paredes revestidas, poliéster armado com fibras de vidro.

Em termos estruturais, os reservatórios são constituídos pela laje do fundo,


pelas paredes e, eventualmente, por uma cobertura (no caso de reservatório
de água potável). Em reservatórios elevados existe também uma estrutura de
suporte que pode ser estrutura porticada ou uma coluna única.

As formas em planta dos reservatórios podem ser diversas, sendo as circulares


e as rectangulares as mais comuns. As questões estéticas podem igualmente
ser condicionantes na escolha da geometria.

1.2. RESERVATÓRIOS: Componentes do Reservatório


a) Os reservatórios são basicamente constituídos pelos seguintes componentes:

• Laje de fundo Cobertura


• Paredes
• Cobertura
Parede
b) No caso de reservatórios elevados
existe também uma torre de suporte
(porticada ou fuste único).

c) As ligações entre a parede e a laje de Laje de fundo


fundo podem ser divididas nas
seguintes categorias:

• Ligação monolítica ou contínua


• Ligação articulada ou rótula
Pórtico
Fuste
único

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1.3. RESERVATÓRIOS: Classificação. Tipos de Reservatórios

Os reservatórios podem ser classificados

a) Quanto á posição em relacão ao nível do solo:

• Apoiados no solo
• Parcialmente enterrados (semi-enterrados)
• Enterrados
• Elevados

b) Quanto á geometria:

• Circulares
• Quadrados
• Rectangulares
• Esféricos
• Forma irregular

1.4. RESERVATÓRIOS: Classificação. Tipos de Reservatórios

c) Quanto á compartimentação:

• Simples e múltiplos (abertos ou fechados)


• Com vários níveis e simples
• Com vários níveis e múltiplos

d) Quanto á capacidade de armazenamento:

• Pequeno (Capacidade < 500m3)


• Médio (500 < Capacidade < 5000m3)
• Grande (Capacidade > 5000m3)

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1.5. RESERVATÓRIOS: Classificação. Tipos de Reservatórios

• Posição em relação ao nível do solo

a) Apoiado b) Semi-enterrado c) Enterrado d) Elevado

Reservatório apoiado Reservatório semi-enterrado Reservatório elevado

1.6. RESERVATÓRIOS: Classificação. Tipos de Reservatórios

• Compartimentações

a) Simples e múltiplos b) Com vários níveis c) Com vários níveis e múltiplos


- abertos ou fechados e simples

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2.1. RESERVATÓRIOS: Aspectos Gerais de Concepção

Os reservatórios têm de satisfazer exigências de segurança estrutural quer


funcionais.

(1) – Estados Limite Últimos (2) – Estados Limite de Serviço


• Momento Flector • Deformação
• Esforço Transverso • Fendilhação
• Encurvadura
•Esforço Normal

(3) - Funcionais

• Capacidade de Armazenamento
• Estanqueidade Pretendida

2.2. RESERVATÓRIOS: Aspectos Gerais de Concepção

Laje de Fundo

• Em reservatórios de pequenas dimensões (enterrados, semi-enterrados ou ao


nível do solo) a laje de fundo é normalmente uma laje maciça assente num betão
de regularização (espessura de 10 cm).

• Em reservatórios de grandes dimensões assentes em solos de boa qualidade,


as fundações dos pilares centrais, de suporte da cobertura, são incorporados na
laje de fundo. Em solos pobres considerar juntas nestas zonas.

• As lajes de fundo podem igualmente ser nervuradas ou em grelha.

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2.3. RESERVATÓRIOS: Aspectos Gerais de Concepção

Laje de Fundo
a) Reservatórios de pequenas dimensões

b) Reservatórios de grandes dimensões


Laje nervurada Laje apoiada em estacas

2.4. RESERVATÓRIOS: Aspectos Gerais de Concepção

Paredes Laterais

As paredes laterais estão sujeitas à pressão da água, e no caso de reservatórios


enterrados ou semi-enterrados ao impulso dos terrenos. No caso de existência de
nível freático acima do nível da laje do fundo deve-se considerar a acção das
pressões hidroestáticas sobre as paredes. São normalmente adoptadas as seguintes
soluções estruturais:

• Paredes simples – Espessura constante ou variável em altura (h<3.0m)


• Paredes com contrafortes (ou nervuras) exteriores ou interiores

A Ligação entre as paredes exteriores e a laje de fundo pode ser classificada de:

• Rigida
• Articulada

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2.5. RESERVATÓRIOS: Aspectos Gerais de Concepção

Paredes laterais simples (articuladas ou monolíticas com a laje de fundo)

a) b)

Ligações vedante
articuladas

2.6. RESERVATÓRIOS: Aspectos Gerais de Concepção

Paredes laterais nervuradas (verticais, horizontais ou ambos)


a) Nervuras verticais

Planta

Contrafortes

b) Nervuras horizontais c) Nervuras verticais e horizontais

Contrafortes e nervuras
horizontais

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2.7. RESERVATÓRIOS: Aspectos Gerais de Concepção

Laje de cobertura
A laje de cobertura pode ser executada com elementos planos ou em cúpulas.

As ligações das paredes à laje de cobertura podem ser dos seguintes tipos:
• Ligação rígida (pequenos reservatórios)
• Parede articulada na cobertura
• Parede com junta deslizante
• Parede parcialmente deslizante

a) Ligação rígida b) Laje apoiada c) Junta deslizante


cobertura cobertura cobertura

parede parede
parede

2.8. RESERVATÓRIOS: Aspectos Gerais de Concepção


Laje de cobertura Plana

a) Reservatório de pequenas dimensões

a) Reservatório de grandes dimensões

pilar

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2.9. RESERVATÓRIOS: Aspectos Gerais de Concepção

Laje de cobertura - Cúpula

cúpula

3.1. RESERVATÓRIOS: Acções

Generalidades

As acções a considerar no dimensionamento de reservatórios são as preconizadas


no RSA e no REBAP: acções permanentes; acções variáveis.

- Acções permanentes
• Peso próprio dos elementos estruturais
• Revestimentos (cobertura-utilização de terra para protecção contra a
temperatura)
• Impulso do terreno
• Impulso da água

- Acções variáveis
• Sobrecarga de veículos
• Temperatura e retracção
• Vento
• Sismo

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3.2. RESERVATÓRIOS: Acções

Acções (líquidos)

Líquido Peso volúmico, g (kN/m3)


Vinho 9.5 a 10.0
Cerveja 10.2 a 10.4
Betume 11.0 a 13.0
Gasolina 7.5 a 8.1
Água potável 10.0
Água do mar 10.2 a 10.3
Água poluída 10.5 a 11.0
Álcool 7.8 a 8.2
Leite 10.3
Óleos naturais 12.3
Azeite 7.8
Gasóleo 8.8
Petróleo bruto 12.3

4.1. RESERVATÓRIOS: Análise Estrutural

Introdução

Os reservatórios são dimensionados para garantir resistência à tracção adequada


(ELU) e controlo de fendilhação (ELS).

Para alcançar estes objetivos devem ser satisfeitos os seguintes requisitos:

• Resistência à compressão do betão apropriada.


• Desprezar a resistência à tracção do betão.
• Controlo da fendilhação.

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4.2. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento

a) Estabilidade e Flutuação

• Verificar a segurança ao derrubamento e deslizamento - estabilidade


• O peso da estrutura deve ser superior à impulsão da água (P > 1.1p´) - Flutuação

b) Assentamentos

• Assentamentos diferenciais: - Soluções possíveis


1. Utilização de estacas nas fundações
2. Substituição de terrenos

c) Durabilidade
Causas
Está relacionada com: i. Acção dos líquidos e terrenos
1. Deterioração do betão envolventes
2. Corrosão das armaduras ii. Perda de impermeabilidade
3. Deterioração dos materiais das juntas iii. Ocorrência de fendilhação

4.3. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento


Pré-Dimensionamento
a) Reservatórios rectangulares paredes maciças

i. Espessura constante ii. Espessura variável

iii. Localização da junta iii. Prolongamento da laje de fundo

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4.4. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento


Pré-Dimensionamento
b) Reservatórios rectangulares paredes nervuradas

i. Nervuras verticais
• Nervuras

ii. Nervuras horizontais

4.5. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento


Pré-Dimensionamento
c) Reservatórios rectangulares paredes com contrafortes

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4.6. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento


Quantificação de acções
a) Reservatório apoiado

b) Reservatório semi-enterrado

4.7. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento


Quantificação de acções

c) Reservatório enterrado

• Deve-se considerer as acções


durante a construção (teste do reservatório em
caso de serem semi-enterrados ou enterrados)

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4.8. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento


Quantificação de acções
d) Dimensionamento da laje do fundo e) Verificação das tensões na fundação

Vazio Cheio

Não se tem em conta o peso da P’ corresponde a totalidade das


laje de fundo nem da água cargas fora e dentro do reservatório

4.9. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento


Quantificação de acções: Reservatórios compartimentados

As lajes dos pisos devem ser dimensionadas para as combinações mais desfavoráveis
das acções, considerando a possibilidade de actuarem sobrecargas móveis de
pessoas ou equipas de trabalho nos compartimentos temporariamente vazios

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4.10. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento

Esforços horizontais de paredes (Tabelas de Báres– cargas triangulares)

Esforço Transverso:

Vd

• Planta quadrada • Planta rectangular

Redistribuir
esforços

4.11. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento

Esforços horizontais nas paredes - Redistribuição de Esforços

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4.12. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento

Esforços na laje de fundo


(Laje apoiada no solo - fundação em meio elástico)

4.13. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento

Distribuição aproximada de tensões no solo: Condições de Fundação

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4.14. RESERVATÓRIOS: Dimensionamento


Reservatórios Cilindricos
Os principais esforços na parede, no reservatório cilíndrico, serão as tracções
circunferenciais horizontais (N), cujo valor máximo se localiza normalmente entre 1/5 e
1/3 da altura H da parede (nível de água), os momentos flectores verticais (Mz) e
transversos (V).

Os esforços axiais verticais (Nz) devem-se apenas ao peso próprio da parede e da


cobertura (se existir), podendo geralmente ser desprezados porque são pequenos e
porque têm um efeito positivo de compressão na flexão do betão.

5.1. RESERVATÓRIOS CILÍNDRICOS: Análise Estrutural

Reservatórios Cilindricos: Pré-dimensionamento

• Esbelteza

• Limitar as tensões a um valor de 2 MPa 2R


H

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5.2. RESERVATÓRIOS CILÍNDRICOS: Análise Estrutural


Reservatórios Cilindricos: Esforços principais N e M

1. Diagrama de esforços 2. Diagrama de momentos


axiais circuferenciais flectores verticais

Perturbação na base
devido ao encastramento
das paredes na laje do
fundo

5.3. RESERVATÓRIOS CILÍNDRICOS: Análise Estrutural

Reservatórios Cilindricos: Modelo de cálculo

O funcionamento das paredes do


reservatório vai ser semelhante ao de uma
viga em meio elástico em que as molas
simulam a rigidez dos anéis.

A pressão total actuante em cada nível,


p(z), pode ser decomposta por uma
parcela suportada pelas consolas, pv(z) e
outra suportada pelos anéis, ph(z).

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5.4. RESERVATÓRIOS CILÍNDRICOS: Análise Estrutural

Reservatórios cilindricos: Tensões de tracção nas paredes

5.5. RESERVATÓRIOS CILÍNDRICOS: Análise Estrutural

Reservatórios cilindricos: Determinação de esforços nas paredes

Método de Hangan-Soare
Hipóteses:

- Paredes encastradas na laje de fundo


- Laje de fundo rígida
- Não considera a deformabilidade do solo

Parâmetros a considerar neste método

Nota: Para usar os abacos usar o R exterior = R + e

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5.6. RESERVATÓRIOS CILÍNDRICOS: Análise Estrutural

Reservatórios cilindricos: Determinação de esforços nas paredes

Método de Hangan-Soare

Parâmetros a obter (esforços)

1. Momento na base 2. Cota do ponto de Momento nulo

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3. Momento máximo M’ 4. Cota do ponto de Momento máximo M’

5. Força de tracção circunferencial máxima 6. Cota do ponto de força de tração


circunferencial máxima

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EXEMPLOS: DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DE ARMADURAS

EXEMPLOS: DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DE ARMADURAS

Laje de cobertura

Armadura de canto

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EXEMPLOS: DISPOSIÇÕES CONSTRUTIVAS DE ARMADURAS

a) b) c)

Simplificação:
Painel quadrado
Os momentos Mx e My obtidos
no centro do painel devem ser
afectados de um factor φ = 2

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