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ISBN: 978-85-5722-026-3
Resumo
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1. Introdução
2. Abordagem teórica
Pela ótica de Gitman (2001) a análise de investimentos nada mais é do que alinhar a meta da
indústria à maximização da riqueza dos proprietários. Sendo, através da análise econômica e
financeira de investimentos a base para traçar suas metas e detectar as chances de viabilidade.
Logo, Newman e Lavelle (2000) salientam que antes de qualquer decisão que envolva
aplicação de capital em uma empresa, deve-se primeiro avaliar e analisar o investimento, para
conhecer sua eficiência econômica, e tal processo de decisão requer que os resultados sejam
viáveis, Samanez (2009) afirma que em um investimento deve ser avaliado em critério de sua
rentabilidade e viabilidade econômica.
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Assim, conforme Assaf Neto (2009) para suportar a decisão de investimento é necessário à
preparação, avaliação e seleção das propostas de aplicação dos recursos, com o intuito de ter
retorno em médio e longo prazo.
Além disso, Assaf Neto (2007) defende, que para classificar um investimento como positivo,
o mesmo deve ser capaz de cobrir e remunerar o capital nele aplicado. Então, de acordo com
Macedo e Siqueira (2006) os gestores devem usar técnicas do valor de dinheiro no tempo para
conhecer explicitamente suas oportunidades de obter resultados positivos quando são
avaliadas as séries e fluxos de caixa esperados associados à alternativa de decisão.
Nesse aspecto, Lapponi (2000) defende que o investimento é um fator importante na análise
de viabilidade econômica do projeto, é de suma importância antes de investir, conhecer o
mercado e também os riscos envolvidos, conhecer a quantia que o investimento lhe trará de
retorno e analisar o tempo previsto para recuperar o recurso aplicado.
Em análise de investimentos, Martins (2000) salienta que na previsão dos fluxos de caixa,
deve ser considerado o desconto do custo de capital pelo valor da TMA previamente definida.
Samanez (1999) reforça ainda a necessidade de considerar os fluxo de caixa pelos valores
incrementais, uma vez que representa a rentabilidade líquida do projeto.
Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2010), a TMA representa o valor que o investidor
prescinde com outras possibilidades de investimento, ou seja, “a nova proposta para ser
atrativa deve render, no mínimo, a taxa de juros equivalente à rentabilidade das aplicações
correntes e de pouco risco”.
Ademais, Assaf Neto e Lima (2010) define o VPL como o valor resultante da diferença entre
os resultados previstos de fluxos de caixa e os valores do investimento. Já o VAUE, segundo
Silva e Fontes (2005) refere-se a parcela periódica que seja equivalente aos resultados do
VPL, considerando a vida útil do projeto.
Samanez (1999) apresenta dentre outros métodos, o payback, sendo este aquele que analisa o
período que decorre entre o dispêndio até a remuneração do capital. Em relação a TIR,
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Casarotto Filho e Kopittke (2010) conceitua como sendo a taxa que condiciona o VPL de um
fluxo de caixa ser igual à zero ou nulo.
Abensur (2012) apresenta em seus estudos, os métodos de VPL, TIR e Payback e salienta que
os resultados obtidos através destes métodos, devem ser analisados como parte de um
processo integrado e não verificados isoladamente, pois isto amplia a visão do gestor no
processo decisório.
3. Metodologia
4. Resultados e discussão
Esse método mostra quanto de riqueza o projeto está gerando para os proprietários. De acordo
com Assaf Neto (2007), o valor presente líquido (VPL) é obtido pela diferença entre o valor
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presente dos benefícios líquidos de caixa, previstos para cada período do horizonte de duração
do projeto e o valor presente do investimento.
A fórmula para cálculo deste indicador é:
4.1.4 Payback
Segundo Frezatti (2007), payback corresponde ao período de tempo necessário para que a
empresa recupere, por meio de entradas de caixa, o investimento inicial do projeto. O Payback
é uma maneira simples e objetiva forma de avaliação de investimento, em que ela irá dizer
quando haverá a recuperação do capital investido. No entanto a análise combinada deste com
outros indicadores poderá demonstrar informações valiosas como a relação entre o valor e o
tempo de retorno dos investimentos.
A fórmula para cálculo deste é:
Para tal investimento, observou-se que o Payback é equivalente a 5, isso significa que o
investimento se pagará após o pagamento referente ao quinto periodo.
No cálculo do payback pode ser utilizada uma taxa de desconto para os fluxos de caixa de
cada período, assim como acontece do cálculo do VPL, onde encontra-se então o Payback
Descontado.
O Payback Descontado encontrado é igual a 9, mesmo sendo maior que o Payback Simples,
ele é mais confiável pois leva em consideração o valor dos pagamentos no momento do
investimento. A tabela 1 apresenta os dados referentes a este indicador.
O VAUE trata, segundo Casarotto Filho e Kopittke (2010, p. 95), “em achar a série uniforme
anual (A) equivalente ao fluxo de caixa dos investimentos à Taxa Mínima de Atratividade
(TMA), ou seja, acha-se a série uniforme equivalente a todos os custos e receitas para cada
projeto utilizando-se a TMA”
Esse método pode ser utilizado também para converter o desembolso de um fluxo de caixa e
os seus benefícios no custo anual uniforme equivalente e no benefício anual uniforme
equivalente, respectivamente. Assim, uma vez transformados os custos e os benefícios de um
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fluxo de caixa em seus respectivos valores anuais uniforme equivalente podemos compará-
los. O cálculo é feito pela seguinte fórmula:
em que,
= Fluxo de Caixa do Projeto;
= Taxa de Juros do Projeto;
= Tempo de Vida do Projeto.
Sendo o primeiro termo do lado direito da expressão o valor atual de um fluxo de caixa e o
segundo termo é o fator de recuperação do capital de uma série uniforme.
Nesse caso, o calculo do VAUE resultou em R$ 177.038,11, ou seja, a série de entradas de
caixa levando em consideração o investimento inicial pode ser substituída por uma série
uniforme de pagamentos equivalentes à R$ 177.038,11, sendo um valor positivo,pois o VPL
também é positivo.
Nesse estudo, o valor obtido para esse indicador foi de 1,6, ou seja, a empresa tem condições
de quitar compromissos financeiros tranquilamente, onde, para cada R$ 1,00 de dívida em
curto prazo, a empresa dispõe de 1,6 reais para quitar.
A partir do resultado obtido podemos fazer a seguinte análise:
Maior que 1 (como nesse caso): demonstra que há capital disponível para uma
possível liquidação das obrigações.
Porém, caso o valor do indicador fosse:
Igual a 1: os direitos e obrigações a curto prazo são equivalentes.
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Menor que 1: a empresa não teria capital disponível suficiente para quitar as
obrigações a curto prazo, caso fosse preciso.
A Liquidez Seca tem o cálculo muito parecido com a Liquidez Corrente, com a diferença que
a Liquidez Seca exclui do cálculo acima os estoques, por não apresentarem liquidez
compatível com o grupo patrimonial onde estão inseridos (DE PAULA, 2014).
Para o estudo, obteve-se o valor de 0,97, o que significa quea empresa tem boa capacidade de
pagar suas dívidas sem lançar mão dos estoques. O resultado deste índice será sempre igual
ou menor ao de Liquidez Corrente, e a empresa deve ser cautelosa ao contar com o estoque
como disponibilidade para a liquidação de obrigações, pois depende da venda se concretizar
para possuir realmente o capital em mãos.
Além disso, a Liquidez Imediata é parecida com os anteriores, mas é o mais conservador de
todos, pois considera apenas caixa, saldos bancários e aplicações financeiras em seu cálculo
(DE PAULA, 2014). Ou seja, apenas as contas que possuem de liquidez imediata para quitar
as obrigações.
Liquidez Imediata = Disponível / Passivo Circulante
O valor obtido foi de 0,14. Ou seja, para cada R$ 1,00 investido, há 0,14 de capital imediato.
Logo, como este indicador exclui de seu cálculo todos os estoques, as contas e valores a
receber, acaba se tornando de grande importância para análise da situação de curtíssimo prazo
da empresa.
Por outro lado, a Liquidez Geral, de acordo com De Paula (2014) diferentemente dos três
índices anteriores que avaliam a situação de curto prazo da empresa, a Liquidez Geral leva em
consideração também todas as previsões de médio e longo prazo, incluindo no cálculo os
direitos e obrigações a frente de 12 meses, como vendas parceladas, aplicações de longo prazo
e empréstimos a pagar.
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Todos estes valores foram obtidos no Balanço Patrimonial da empresa. Logo, calculou-se a
LG e obteve-se o valor de 2,35. O que interpreta-se como o fato de que a empresa teria
condições de arcar com suas obrigações, levando em consideração o curto e o longo prazo.
Em suma, para cada R$ 1,00 de dívida a curto e longo prazo, há R$ 2,35 de valores a receber
a curto e longo prazo.
Trata-se do quanto à empresa tem de lucro após a dedução dos custos da empresa, que neste
caso foi de 81%. Ou seja, para cada R$ 100,00 de vendas líquidas a empresa de pneus tem R$
81,00 de lucro bruto. A diferença entre 1 e a Margem Bruta é a representatividade dos custos.
No caso 1 – 0,81 = 0,19, ou seja, para cada R$ 100,00 de vendas líquidas a empresa tem R$
19,00 de custos.
Onde: LAJIR = Lucro Antes dos Juros e do Imposto de Renda VL = Vendas Líquidas (ou
Receitas Líquidas ou Faturamento Líquido)
Neste caso, a MOL é de 53,46%. Ou seja, para cada R$ 100,00 de vendas líquidas a
organização estudada tem R$ 53,46 de lucro operacional. A diferença entre MB e MOL é a
representatividade das despesas operacionais. No caso 0,81 – 0,53 = 0,28, ou seja, para cada
R$ 100,00 de vendas líquidas tem-se R$ 28 de despesas operacionais. Já 1 – MOL é
arepresentatividade dos custos mais despesas operacionais. Como 1 – 0,5346 = 0,4654, para
cada R$ 100,00 de vendas líquidas a obtém-se R$ 46,54 de custos mais despesas
operacionais.
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Margem Líquida = LLD/VL
Onde: LLD = Lucro Líquido Disponível Antes da Distribuição dos Dividendos VL = Vendas
Líquidas (ou Receitas Líquidas ou Faturamento Líquido)
Esta margem indica a representatividade do lucro disponível em relação às vendas líquidas.
Tomando os dados fornecidos, tem-se:
ML = 5.220.383,52/10.849.900,13
ML = 0,4811 ou 48,11 %
De acordo com Oliveira (2002), dentre os índices de lucratividade, que relacionam o lucro da
empresa em relação aos seus investimentos totais, tem-se a Taxa de retorno sobre ativo total
(ROA), que mensura a eficiência global da empresa em gerar lucros com seus ativos
disponíveis. Logo, calculando pela fórmula:
Tendo em vista que este indicador mensura o quanto a empresa obteve de lucro líquido em
relação aos investimentos totais, pelo resultado do cálculo, entende-se que a empresa tem uma
boa rentabilidade.
O Retorno sobre o capital próprio mensura o retorno gerado para os acionistas da empresa. De
acordo com Gitman (2001, p. 60) “O retorno sobre o capital próprio mede o retorno obtido
sobre o investimento dos acionistas ordinários na empresa. Quanto mais alto esse retorno,
melhor para os proprietários”. Quanto maior o retorno, mais atrativa é a ação. A fórmula do
ROE:
Logo, como o valor encontrado foi acima de 20%, podemos concluir que há uma
rentabilidade excelente no caso da empresa de pneus.
De acordo com Silva (2005) este índice permite que se avalie a relação entre as vendas e os
investimentos efetuados.
Então, nesse caso, para o valor encontrado, observa-se que não é um giro alto, pois mais
eficientes serão as operações da empresa do ponto de vista financeiro se este valor de giro seja
mais próximo de 1.
5. Considerações finais
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 656 p.
ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor – 4 ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
HIRSCHFELD, H. Engenharia econômica: análise de custos.6 ed. São Paulo: Atlas, 1998.
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KELLEHER, John & MACCORMACK, Justin. Cuidado com a TIR. Traduzido por
SANVICENTE, A. Z. São Paulo: Revista HSM Management, jan-fev/2005.
SAMANEZ, C. P. Engenharia econômica. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 210 p.
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SECURATO, J. R. Crédito: análise e avaliação do risco. 4ª Edição. São Paulo: Saint Paulo,
2007.
SILVA, Marcio Lopes da; FONTES, Alessandro Albino. Discussão sobre os critérios de
avaliação econômica: valor presente líquido (VPL), valor anual equivalente (VAE) e
valor esperado da terra (VET). Revista Árvore, v. 29, n. 6, p. 931-936, 2005.
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