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COMPLEXO HOSPITAL DE CLÍNICAS

PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE
SUICÍDIO CHC-UFPR-EBSERH

CURITIBA
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
COMPLEXO HOSPITAL DE CLÍNICAS
SETOR DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA DO PACIENTE

Equipe responsável:

Adeli Regina P. Medeiros


Anelise Molon
Claudia Marcia Vieira Gusmão
Ana Cristina Schmidt de Oliveira Netto
Juarez Marques de Medeiros
Luiz Renato de Moraes Braga
Palmira Donda soares
Salmo Zugman
Tatiana Brusamarello

PROTOCOLO DE PREVENÇÃO DE SUÍCIDIO EM


PACIENTES INTERNADOS NO CHC – UFPR-
EBSERH

1ª EDIÇÃO

CURITIBA
2019
COMPLEXO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ

ROSSIELI SOARES DA SILVA

Ministro de Estado da Educação

KLEBER DE MELO MORAIS


Presidente da EBSERH

ARNALDO CORREIA DE MEDEIROS


Diretor de Atenção à Saúde e
Diretor Vice-Presidente Executivo – Substituto

JAIME GREGÓRIO DOS SANTOS FILHO


Diretor de Administração e Infraestrutura

FLAVIO FERREIRA DOS SANTOS


Diretor de Tecnologia da Informação e
Diretor de Orçamento e Finanças – Substituto

MARA REGINA DE CARVALHO ANUNCIATO


Diretora de Gestão de Pessoas - Substituta

CLAUDETE REGGIANI
Superintendente CHC-UFPR

JOSE LUIZ DE GODOY


Gerente de atenção à saúde CHC-UFPR

ROSIRES PEREIRA DE ANDRADE


Gerente de Ensino e Pesquisa CHC-UFPR

MÔNICA EVELISE SILVEIRA


Gerente Administrativa CHC-UFPR

EXPEDIENTE
Núcleo de Segurança do Paciente
Unidade de Gerenciamento das Atividades de Extensão
Unidade de Gestão de Riscos Assistenciais
Unidade de Neuropsiquiatria
Unidade de Urgência e Emergência
Unidade Multiprofissional

CURITIBA
2019
1 INTRODUÇÃO

A prevenção ao suicídio é uma das prioridades do Ministério da Saúde (MS) e


representa um desafio para a saúde pública. O tema suicídio atinge diversos grupos da
sociedade em âmbito mundial, pois trata-se de um fenômeno complexo, multifacetado
que envolve fatores sociais, psicológicos, culturais, entre outros (BRASIL, 2017a). Trata-
se É de uma "epidemia silenciosa", de acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria
- ABP (falta o autor antes da data, 2014).
Estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) evidenciam que
aproximadamente 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, representando uma
taxa anual de 11,4 casos de suicídio por 100 000 habitantes – 15 para homens e 8 para as
mulheres. A população jovem é a mais afetada, sendo o suicídio a segunda causa de morte
mais prevalente, mundialmente, em pessoas com idade entre 15 e 29 anos. (OMS, 2014;
2017). Anualmente, com base em dados da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2014),
mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio no mundo. Para cada adulto que se suicidou,
outros 20 fizeram a tentativa. Em relação à realidade brasileira, o Ministério da Saúde
(BRASIL, 2017a) refere que anualmente ocorrem 10 mil mortes por suicídio e que a cada
3 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida.
No Brasil, anualmente ocorrem 10 mil mortes por suicídio, a cada 3 segundos
uma pessoa atenta contra a própria vida. Os dados do Ministério da Saúde apontam que
as tentativas de suicídio são mais frequentes nas mulheres, porém são os homens que
mais morrem por suicídio. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta maior
causa de óbitos em nosso país. (BRASIL, 2017a). Dados epidemiológicos mostram que
55 649 óbitos no Brasil foram atribuídos ao suicídio entre 2011 e 2015, representando
uma taxa geral de 5,5 casos de suicídio por 100 000 habitantes, sendo a taxa de 8,7 para
homens e 2,4 para mulheres. (BRASIL, 2017b).
Na população indígena, a faixa etária de 10 a 19 anos concentra 44,8% dos
óbitos. Uma atenção maior deve ser dada às pessoas idosas, especialmente aquelas com
70 anos de idade ou mais, pois a presença de doenças crônicas e graves é considerada o
maior fator de risco nessa população. Nos idosos com tentativas de suicídio, observa-se
que o diagnóstico psiquiátrico mais comum é o transtorno depressivo grave, associado a
outros problemas (CAVALCANTE; MINAYO, 2010).
Especificamente no Estado do Paraná, um estudo com objetivo de analisar a
distribuição epidemiológica da mortalidade por suicídio, entre 1996 e 2012, elucidou que
a taxa média de óbitos por suicídio foi de 8,4 casos para cada 100 000 habitantes. (ROSA
et al., 2017). Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, no ano
de 2015, o Paraná contabilizou 721 óbitos notificados como lesões autoprovocadas
intencionalmente, destes 101 foram atribuídos, especificamente, ao município de
Curitiba. (BRASIL, 2017c).
Dados do Serviço de Epidemiologia do CHC-UFPR mostram que das 4825 fichas
de notificação de violência doméstica, sexual e/ou outras violências abertas de maio de
2009 até julho de 2018, 123 foram por tentativa de suicídio e/ou ideação suicida em
pacientes que já internaram por essa causa. Desta população, 32 eram homens e 91 eram
mulheres (CHC-UFPR, 2018).
Entretanto, pacientes internados com doenças físicas podem apresentar maiores
taxas de ideação suicida, e o desconhecimento de comorbidades psiquiátricas por parte
da equipe multiprofissional pode constituir importante fator de risco para o
comportamento suicida, conforme Stefanello e Furlanetto (2012).
Outrossim, o ambiente hospitalar pode servir como cenário para comportamentos
suicidas, precipitados por diagnósticos de doenças graves, ansiedade por separação da
família, dores físicas, medo da morte, entre outros (UFTM, 2017). Muitas vezes, o
estigma em falar sobre o suicídio pode dificultar a identificação e enfrentamento do
problema.
Desta forma, é muito importante que os profissionais de saúde,
independentemente de sua especialidade, abordem o assunto de forma objetiva,
oferecendo condições para que a pessoa em sofrimento e seus familiares possam engajar-
se na identificação e tomada de decisão terapêutica (TEIXEIRA et al, 2016). Para tanto,
é necessário que esses profissionais de saúde estejam sensibilizados, atentos e preparados
para atender pacientes com risco e/ou tentativa de suicídio nos diferentes espaços
hospitalares, de forma integrada (CFM, 2014).
Ressalta-se neste sentido, que a identificação precoce do risco de suicídio
oportuniza o acompanhamento e tratamento durante o período que o paciente está
internado. Da mesma forma, o encaminhamento para serviços de saúde como Unidades
básicas de saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e ambulatórios
especializados do município de origem do paciente contribuem para melhor adesão ao
tratamento e diminuição da possibilidade de concretização do suicídio após a alta
hospitalar.
Além disso, desde de 2011 tanto a tentativa de suicídio quanto o suicídio são
agravos de notificação obrigatória, regulamentada pela Portaria nº 104, de 25 de janeiro
de 2011, sendo necessário o acionamento, no prazo de 24 horas, da rede de atenção e
proteção para a adoção de medidas adequadas a cada caso (BRASIL, 2011).

Este protocolo tem por objetivo elencar estratégias de identificação, assistência e


encaminhamento de pacientes internados que apresentem risco e/ou tentativa de para
suicídio durante o internamento no Complexo Hospital de Clínicas da Universidade
Federal do Paraná.
2. ORIENTAÇOES INICIAIS

2.1 Abordagem do risco: falar sobre o suicídio é o primeiro passo para preveni-lo

Falar direta e abertamente sobre ideação suicida e seus fatores de risco é a forma
mais eficaz de abordar e manejar o risco de suicídio em adultos. Nem sempre a pessoa
expressa claramente seus pensamentos ou sentimentos relacionados ao suicídio, portanto,
é necessário estar sensível para reconhecer que a vontade de morrer pode estar presente e
abrir um espaço para o diálogo, permitindo que a pessoa fale sobre o que se passa com
ela durante o atendimento, sem julgamentos ou interpretações. A escuta ativa possibilita
identificar mais rapidamente um eventual risco de suicídio nos pacientes internados.
Falar sobre o suicídio reduz a ansiedade associada aos pensamentos ou atos de
autoagressão e ajuda a pessoa a se sentir compreendida e a aceitar ajuda (BERTOLOTE;
MELLO-SANTOS; BOTEGA, 2010).

2.2 O paciente que está num serviço de saúde e fala em suicídio, na maioria das vezes
está numa posição ambivalente

Normalmente, existe uma coexistência de desejos e atitudes antagônicas que


capturam a indecisão do indivíduo frente à vida. Ele deseja morrer e, simultaneamente,
deseja ser resgatado ou salvo. A pessoa vive uma batalha interna entre o desejo de viver
e o desejo de morrer. Apenas um quarto dos pacientes admite que deseja a morte, os
demais dizem que querem apenas dormir, afastar-se dos problemas. Nestes casos, um
grito de socorro pode dar certo, ao provocar um movimento de apoio e de reestruturação.
Para isso, é necessário que a equipe assistencial e pessoas próximas estejam preparadas
para atender este paciente (BERTOLOTE; MELLO-SANTOS; BOTEGA, 2010).

2.3 Definições importantes


Em um esforço para padronizar as terminologias comuns sobre os eventos
suicidas, um grupo de pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos
da América, criou um sistema de classificação de ideação e comportamento suicida
embasado em conhecimentos científicos e empíricos sobre esse fenômeno e os principais
fatores de risco. (POSNER et al, 2007; POSNER et al., 2011).

A ideação suicida compreende os pensamentos passivos sobre desejar estar morto


ou os pensamentos ativos sobre tirar a própria vida sem a concretização de atos
preparatórios. (POSNER et al., 2011; POSNER et al., 2014). Já os comportamentos
suicidas são subdivididos em cinco ações, de acordo com as ações empreendidas pela
pessoa, em: suicídio, tentativa de suicídio, tentativa de suicídio interrompida, tentativa de
suicídio abortada e atos preparatórios, (POSNER et al., 2014).

Figura 1 – Definições importantes das diferentes ações do comportamento suicida

É definido como um comportamento lesivo auto infligido que resulta em fatalidade, o


SUICÍDIOIDEA qual deve estar associado a alguma intencionalidade de morte em decorrência do ato
ÇÃO exercido.Morte autoprovocada com evidências, sejam elas implícitas ou explícitas de
que a pessoa pretendia ou tinha intenção de morrer.

ATOS Os atos preparatórios correspondem às providências e preparações do método da


PREPARATÓRIO
É definido como um comportamento tentativa de suicídio.
lesivo auto infligido que resulta em fatalidade, o
S
SUICÍDIO qual deve estar associado a alguma intencionalidade de morte em decorrência do ato
exercido.Morte autoprovocada com evidências, sejam elas implícitas ou explícitas de
que a pessoa pretendia ou tinha intenção de morrer.

Definida como qualquer tipo As


de comportamento autolesivo
tentativas de suicídio Ssão nãofatal,
comportamentos potencialmente auto lesivos
associados
com evidências, sejam elas implícitas a algumadeintencionalidade
ou explícitas que de morte em decorrência do ato
empreendido. Os indícios de intenção de morte na tentativa de suicídio podem ser
a pessoa tinha intenção de morrer. É importante atentar que
considerados explícitos ou implícitos pelo tipo de comportamento ou contexto.
TENTATIVA DE
SUICÍDIO Ainda, asAs tentativas de suicídio podem ser interrompidas ou abortadas.
INTERROMPIDA Configura-se a tentativa de suicídio interrompida quando o indivíduo é
impedido, por causas externas, de iniciar o ato autolesivoauto lesivo; enquanto a
tentativa de suicídio abortada é compreendida quando a pessoa inicia a tomar
medidas para empreender a tentativa de suicídio, no entanto, desiste antes de
concretizar qualquer tipo de comportamento autolesivo. Definida como qualquer
COMPORTAME tipo de comportamento autolesivo não fatal, com evidências, sejam elas implícitas
Aoutentativa dede
explícitas suicídio abortada
que a pessoa tinhaé intenção
compreendida quando
de morrer. a pessoa inicia
É importante a tomar
atentar que
NTO SUICIDA medidas para empreender a tentativa de suicídio, no entanto, desiste antes
nem toda violência autoprovocada caracteriza uma tentativa de suicídio. Estesdeatos
ATOS
podem ser concretizar qualquer
formas de aliviar tipo de comportamento
sofrimentos, sem que haja oauto lesivo.de pôr fim à
objetivo
PREPARATÓRI
Fonte: POSNER et al., vida. Diferenciar
Este(2014).SMS-RJ, os dois
termo se refere a um2016. pode ser difícil na prática clínica e o
conjunto de atitudes que incluem: o pensamentocuidado em de saúde
que uma
OSTENTATIVA
ação autoinfligidamental
resulteprecisa
em suaser desenvolvido
morte de qualquer
(ideação suicida), maneira.
o planejamento, a tentativa e
DE SUICÍDIO
o próprio suicídio. Os atos preparatórios correspondem às providências e preparações
ABORTADA
do método da tentativa de suicídio.
É definido como um comportamento lesivo auto infligido que resulta em fatalidade, o
SUICÍDIO qual deve estar associado a alguma intencionalidade de morte em decorrência do ato
exercido.

Fonte: POSNER et al., (2014).

3. AVALIAÇÃO DE RISCO DE SUICÍDIO

Não há como prever quem cometerá ou não suicídio, mas é possível avaliar o risco
individual que cada paciente apresenta, baseado nos fatores de risco e de proteção, a partir
da anamnese e entrevista investigados numa entrevista individual. Veja a seguir como
identificar estes fatores.
PEGAR A REFERÊNCIA COM A TATIANA BRUSAMARELLO

Uma abordagem calma, aberta, de aceitação e de não-julgamento é fundamental para


facilitar a comunicação. Assim,
 Ouça com cordialidade.
 Trate com respeito.
 Empatia com as emoções.
 Cuidado com o sigilo.

A avaliação do estado mental atual e pensamentos sobre morte e suicídio, plano


suicida atual e sistema de apoio social do paciente são itens indispensáveis à abordagem
do paciente em sofrimento mental com comportamento suicida. Para tanto, a melhor
maneira de descobrir se uma pessoa tem pensamentos de suicídio é perguntar para ela.

Como perguntar a alguém se tem pensamentos de suicídio?

 Você se sente triste?


 Você sente que ninguém se preocupa com você?
 Você sente que a vida não vale mais a pena ser vivida?
 Você sente como se estivesse cometendo suicídio?

Quando perguntar a alguém se tem pensamentos de suicídio?

Quando perguntar?
 Quando a pessoa tem o sentimento de estar sendo compreendida;
 Quando a pessoa está confortável falando sobre seus sentimentos;
 Quando a pessoa está falando sobre sentimentos negativos de solidão,
desamparo, etc.

Veja o que fazer e o que não fazer nessa abordagem.


Ouvir • Atenta e calmamente

Entender • Colocar-se no lugar do outro

Dar mensagens • Demonstrar aceitação e respeito a


não verbais partir de gestos

• Transparecer respeito a opiniões e


Expressar valores do paciente

• Demonstrar autenticidade ao
Conversar interlocutor

• Indicar preocupação, cuidado e


Mostrar afeição

• Prestar atenção aos sentimentos do


Focalizar paciente

• Interromper com frequencia.


• Ficar chocado ou muito emocionado.
• Dizer que você está ocupado.
• Tratar o paciente de maneira que o
coloca numa posição de inferioridade.
• Fazer comentários invasivos e pouco
claros.
• Fazer perguntas indiscretas.
3.1 Fatores de Risco

Os comportamentos suicidas são mais comuns em certas circunstâncias devido a


fatores culturais, genéticos, psicossociais e ambientais. Assim, faz-se necessário ficar
atento a estes fatores para identificar o grau de risco de suicídio. A avaliação deve ser feita
contemplando os fatores de risco e de proteção, pois são fatores que interagem entre si
positivamente ou negativamente, de forma dinâmica. Melhorar a escrita se necessário

Figura 2 – Fatores associados ao risco de suicídio

R I S C O BAI X O

- Nunca tentou suicídio;


- Ideias passivas de mortePensamentos constantes de morte sem atitude ativa;
- Ideias de suicídio são passageiras e perturbadoras;
- Não planeja se matar;

- Transtorno mental, se presente, com sintomas bem controlados e em


acompanhamento com profissionais de saúde mental;
- Boa adesão ao tratamento;
- Tem vida e apoio sociais.
R I S CO M O D E RAD O

- Tentativa de suicídio prévia;


- Depressão ou transtorno bipolar;
- Ideias persistentes de suicídio, vistas como solução.;
- Não tem um plano de como se matar;
- Não é uma pessoa impulsiva;
- Não abusa ou depende de álcool ou outras drogas;
- Conta com apoio social

R I S C O ALTO

-Tentativa de. suicídio prévia;


- Depressão grave, influência de delírio ou alucinação;
- Abuso ou dependência de álcool ou outras drogas;
- Desespero, tormento psíquico intolerável, não vê saídadesesperança;
- Plano definido de se matar;
- Tem meios de como fazê-lo;
- Já tomou providências para o ato suicida.
Fonte: BOTEGA, 2015

Atualmente, existem algumas estratégias que facilitam a estratificação do risco de


suicídio em certas circunstâncias. Dentre estas, o IRIS - Índice de RIsco de Suicídio, tem
como objetivo avaliar o risco de suicídio em indivíduos que apenas verbalizam ideação
suicida, ou seja, que não tenham protagonizado um comportamento suicida recente
(VEIGA et al., 2014).

Este índice foi criado em 1992 no Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar


Universitário de Coimbra, como resposta a solicitações de longa data por parte da
comunidade que estudava sobre o suicídio e trabalhadores em cuidados de Saúde
Primários, com objetivos clínicos, de formação e investigação (VEIGA et al., 2014).
Neste Protocolo a opção por este índice se deu por ser um material livre, gratuito e de
fácil aplicação.

Assim, caso o paciente TENHA VERBALIZADO ideação suicida os


profissionais de saúde podem usar este índice para estratificar o risco (ANEXO I). Commented [ARPdM1]: DENISE. O IRIS deve ser aplicado
nos pacientes entre risco baixo e moderado? Ou seja, que
não protagonizaram um comportamento suicida recente -
GRAVE?

3.2 Fatores de Proteção Commented [ARPdM2]: MARCIO PAES. A Avaliação e o


protocolo inicia-se a partir somente da verbalização do
paciente ou alguma outra avaliação dos profissionais
A identificação precoce e a restrição de acesso aos meios da pessoa vir a cometer o (enfermeiro, psicólogo, médico) será levado em
consideração?
suicídio dentro do CHC constituem importantes componentes de prevenção em pacientes
internados. Durante a anamnese, é importante que sejam conhecidos os fatores capazes de proteger.... Commented [ARPdM3]: MARCIO PAES. Em qual
momento será aplicado o IRIS e por quais profissionais?
Contudo, para que ela seja eficaz é necessário que haja sensibilização e capacitação da
equipe multiprofissional para identificar os fatores de proteção, a partir da escuta ativa, Commented [ARPdM4]: DENISE. Que profissional está
apto a aplicar o IRIS? Tem que nomear pois senão ninguém
agilidade no acionamento de outros profissionais e intervenção no ambiente. faz

Figura 3 – Fatores de proteção

Flexibilidade cognitiva;
Disposição para aconselhar-se em caso de decisões importantes;
Personalidade
Personalidade Disposição para buscar ajuda;
Abertura à experiência de outrem; Habilidade para se comunicar;
Capacidade para fazer uma boa avaliação da realidade;
Habilidade para solucionar problemas da vida.
Personalidade

Bom relacionamento interpessoal;


Senso de responsabilidade em relação à família; Crianças pequenas
Familiares em casa;
Pais atenciosos e consistentesAcolhimento familiar;
Apoio em situações de necessidade.

Integração e bons relacionamentos em grupos sociais (colegas,


amigos, vizinhos);
Adesão a valores e normas socialmente compartilhados;
Sociodemográficos Prática religiosa e outras práticas coletivas (clubes esportivos, grupos
culturais);
Rede social que propicia apoio prático e emocional;
Estar empregado;
Disponibilidade de serviços de saúde mental na comunidade.

Gravidez e puerpério;
Boa qualidade de vida;
Outros Regularidade do sono;
Boa relação terapêutica (instituição, equipe e/ou profissional
responsável, adesão medicamentosa).

Fonte: BOTEGA, 2015


4. ROTINA ASSISTENCIAL NO CHC-UFPR
Após avaliação dos fatores de risco e proteção seguir as condutas descritas no
quadro 1, conforme o risco identificado:

Quadro 1 - Ações a serem desenvolvidas quanto a classificação do risco de suicídio,


Curitiba 2018

ETAPA AÇÕES OBSERVAÇÕES


Risco Nenhuma ação específica. Se internação prolongada, avaliar o Profissionais
considerado paciente em intervalos regularesdiariamente. envolvidos na
baixo prática assistencial.
Enfermagem:
- Colocar o paciente em local seguro, de preferência próximo
- A enfermagem
do posto de enfermagem ou em andar de menor altura, com
pode acionar a
grades nas janelas;
Gestão de Leitos
- Revisar e retirar do alcance pertences que possam oferecer
quando necessário.
Commented [ARPdM8]:
risco, como cintos, cadarços, canivetes, entre outros; NSP que o local para melhor monitoramento é CTSI da UCI,
- Supervisionar a alimentação fornecendo talheres de plástico; mediante troca de pacientes com unidade de origem.
- Durante a higiene corporal, suspender o uso de lâminas de Moderados e graves ou SÓ GRAVES?
barbear ou similares. Se necessário, a equipe de enfermagem
deve realizar o procedimento; supervisionar o uso de giletes;
- Autorizar Informar a necessidade de permanência de
acompanhante ao Serviço Social.

Enfermeirora e Médico do Serviço: Commented [ARPdM5]: LILLIAN. DEVE-SE PREVER


- Acionar psicólogo de referência da unidade. Caso não haja, PLANO DE CONTINGÊNCIA. FORA DO HORÁRIO COMERCIAL,
entrar em contato com o serviço de psicologia no ramal 7882 QUEM ATENDERÁ O PACIENTE?

(segunda a sexta em horário comercial) e na MVFA ramal 5047


Risco (segunda a sexta em horário comercial);
moderado - Acionar o BIP da psiquiatria pelo número (41) 98871-4093; Commented [ARPdM6]: 13.02 grupo não considerou
- Acionar o assistente social da unidade em todos os casos. relevante neste grau de risco que o time de resposta rápida
Caso não haja, entrar em contato com o Serviço Social Central atue.

no ramal 1829 (segunda a sexta-feira em horário comercial, ou - A notificação


o plantão em final de semana, feriados e noturno no mesmo obrigatória deve
ramal);
ser realizada pelos
- Acionar o Serviço de Gestão de Altas:
profissionais do
Enfermeiro de ligação do Serviço de Gestão de altas serviço que
- Encaminhar contrarreferência à Atenção Primária de Saúde identificaram o
com histórico da internação, sugerindo o agendamento e risco.
acompanhamento psicológico e social na UBS, NASF ou
CAPS de referência.

Todos os profissionais:
- Perguntar como está o pensamento hoje, padrão de
sonoAtentar para a situação de risco moderado de suicídio do
paciente e seus desdobramentos na sua prática assistencial;
- Retirar objetos perigosos próximos ao paciente como
ataduras, cadarços, mantas, caixas de pérfuro-cortantes,
equipamentos com cabos (quando possível);
- Solicitar avaliação do médico do serviço; Commented [ARPdM7]: NSP. Psiquiatria estabelece
- Retirar a ficha de notificação obrigatória no Serviço Social, protocolos para contenção química no CHC-UFPR. 21.02
preencher as 03 vias, conforme formulário padrão da em andamento
SEFARH. Precisa de lista com nome, via de administração e
Secretaria Municipal de Saúde, e devolvê-la a este mesmo protocolo de uso para disponibilizar no carro de emergência
Serviço, que acionará as redes de atenção e proteção do e assim agilizar administração.
Município de Curitiba e do Estado do Paraná.
- Registrar no prontuário avaliação e encaminhamentos
realizados.
Continua...

...continuação do quadro 1.

ETAPA AÇÕES OBSERVAÇÕES


Enfermagem:
- Colocar o paciente em local seguro, de preferência
- A enfermagem
próximo do posto de enfermagem ou em andar de menor
pode acionar a
altura, com grades nas janelas; Commented [ARPdM9]: NSP que o local para melhor
Gestão de Leitosmonitoramento é CTSI da UCI, mediante troca de pacientes
- Revisar e retirar do alcance pertences que possam oferecer
quando necessário.
com unidade de origem
risco, como cintos, cadarços, canivetes, entre outros;
- Supervisionar a alimentação fornecendo talheres de
plástico;
- Durante a higiene corporal, suspender o uso de lâminas de
barbear ou similares. Se necessário, a equipe de
enfermagem deve realizar o procedimento;
- Informar a necessidade de permanência de acompanhante
ao Serviço Social.

- Durante a higiene corporal, supervisionar o uso de giletes;


- Autorizar permanência de acompanhante.
Risco alto Commented [ARPdM10]: LILLIAN. DEVE-SE PREVER
PLANO DE CONTINGÊNCIA. FORA DO HORÁRIO COMERCIAL,
Enfermeiroa e Médico do Serviço: QUEM ATENDERÁ O PACIENTE?
- Acionar psicólogo de referência da unidade. Caso não
Commented [ARPdM11]: NSP assistente ou time de
haja, entrar em contato com o serviço de psicologia no
resposta rápida? Protocolo terapêutico fornecido pela
ramal 7882 (segunda a sexta em horário comercial); psiquiatria.
- Acionar o BIP da psiquiatria pelo número (41) 98871-
Commented [ARPdM12]: NSP. Acionar o time de
4093; resposta rápida? Psiquiatria estabelece protocolos para
- Acionar o assistente social da unidade em todos os casos. contenção química no CHC-UFPR. Parenteral x oral pacientes
Caso não haja, entrar em contato com o Serviço Social agitados e que não obedecem ordem para ingerir por via
Central no ramal 1829 (segunda a sexta em horário oral
comercial, ou o plantão em final de semana, feriados e
noturno no mesmo ramal). Commented [ARPdM13]: NSP. Psiquiatria estabelece
- A notificação protocolos para contenção química no CHC-UFPR. Parenteral
Médico do Serviço: obrigatória deve x oral pacientes agitados e que não obedecem ordem para
ingerir por via oral
- Se agitação psicomotora considerar prescrição de ser realizada pelos
contenção física e/ou mecânica no leito, bem como profissionais do SEFARH. Precisa de lista com nome, via de administração e
química. serviço que protocolo de uso para disponibilizar no carro de emergência
e assim agilizar administração do medicamento.
identificaram o
Todos os profissionais: risco.
- Atentar para a situação de risco moderado de suicídio do
paciente e seus desdobramentos na sua prática
assistencial;Perguntar como está o pensamento hoje, padrão
de sono;
- Retirar objetos perigosos próximos ao paciente como
ataduras, cadarços, mantas, caixas de pérfuro-cortantes,
equipamentos com cabos (quando possível);
- Solicitar avaliação do médico do serviço;
- Retirar a ficha de notificação obrigatória no Serviço
Social, preencher as 03 vias, conforme formulário padrão
da Secretaria Municipal de Saúde, e devolvê-la a este
mesmo Serviço, que acionará as redes de atenção e proteção
do Município de Curitiba e do Estado do Paraná.
- Registrar no prontuário avaliação e encaminhamentos
realizados;
- Acionar o Serviço de Gestão de Altas:

Enfermeiro de ligação do Serviço de Gestão de altas


- Encaminhar contrarreferência à Atenção Primária de
Saúde com histórico da internação, sugerindo o
agendamento e acompanhamento psicológico e social na
UBS, NASF ou CAPS de referência.

Fonte: Os autores (2018).

As ações encadeadas acima não dispensam a adequação dos fluxos propostos à


realidade de cada cenário assistencial, desde que haja divulgação e conhecimento por
parte de todas as categorias profissionais envolvidas. Ressalta-se que casos de tentativa
ou suicídio em ambiente hospitalar devem ser notificados no VIGIHOSP.

5. ANEXO I

5.1 IRIS (Índice de RIsco de Suicídio)

IdentificaçãoCliente: __________________________________Reg. HC:


_________________________________________

Data de Admissão: ____/_____/_____ Idade: __________


Nome da mãe: _______________________________________________
ESFERA SUICIDA
1 História pessoal de comportamentos suicida?
não → 0 Sim → 3

OBS: considerar Sim em caso de 2 ou mais comportamentos prévios ou apenas 1 se grave (método
violento ou tendo justificado cuidados intensivos)

2 Plano suicida Apura-se a existência de plano organizado, consistente, letal e exequível?


não → 0 Sim → 20
OBS: valorizar atos preparatórios recentes (ex.: carta de despedida, testamento), bem como o acesso a meios letais (ex.:
arma de fogo, pesticidas / herbicidas)

SOCIODEMOGRÁFICO
1 Sexo Masculino – 1 Feminino – 0
2 Idade ≥ 45 - 1 < 45 → 0
3 Religiosidade* Não - 1 Sim - 0
* existem fatores de natureza religiosa ou espiritual suscetíveis de frear a passagem ao ato?

CONTEXTOS
1 Isolamento - vive só, sem apoio familiar ou social ? não - 0 sim - 2
2 Perda recente marcante - luto, desemprego? não - 0 sim - 2
3 Doença física - incapacitante ou terminal? não - 0 sim - 2
4 Abuso atual de álcool ou substâncias não - 0 sim - 2
5 Doença psiquiátrica grave** não - 0 sim - 2
6 História de internamento psiquiátrico não - 0 sim - 2
7 História familiar de suicídio não - 0 sim - 2
**descompensação atual de psicose, depressão major maior unipolar ou bipolar, perturbação grave da personalidade
Soma do total:
Fonte: (VEIGA et al., 2014).

5.1 Classificação do IRIS

Somar todos os scores e classificar de acordo com o indicado a seguir:

- Score total < 5 → Risco reduzido (baixo)


- Score total ≥ 5 e < 10 → Risco intermediário (moderado)
- Score total ≥ 10 → Risco elevado (alto)

OBS: Estes pontos de corte e riscos associados devem ser objeto de interpretação
cautelosa e como mera sugestão geral, dependendo do contexto de utilização do IRIS. A
orientação final a dar a cada caso nunca dispensa a avaliação clínica especializada
(VEIGA et al., 2014).

5. ANEXO 2
Commented [ARPdM14]: Quem chama se alguém está
PLANO DE CONTINGÊNCIA – ARQUIVO EM EXCEL ameaçando tentar suicídio? Quem chama se o paciente
consolidar o ato?
O que faz se um transeunte, aluno ou colaborador cometer
suicídio nas dependências do CHC-UFPR?
Commented [ARPdM15]: Atualizar plano de
contingência
Formatted: Left: 0.98", Right: 0.98", Top: 1.18",
Bottom: 1.18", Width: 11.69", Height: 8.27"

PLANO DE CONTINGÊNCIA Formatted: Centered


Risco Causa Ações Preventivas Ações de Contenção

Formatted Table
6. REFERÊNCIAS

BERTOLOTE, J. M, MELLO-SANTOS, C.D., BOTEGA, N.J. Detecting suicide risk at


psychiatric emergency services. Rev Bras Psiquiatr., São Paulo, v. 32, supl. 2, p. 87-
95, 2010. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
44462010000600005&lng=en&nrm=iso . Acesso em 26 de novembro de 2018.

Botega, n. j. Crise suicida: avaliação e manejo. Porto Alegre: Artmed, 2015

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº. 104, de 25 de janeiro de 2011. Define as


terminologias adotadas em legislação Nacional, conforme o disposto no Regulamento
Sanitário Internacional 2005 (RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em
saúde pública de notificação compulsória em todo o território nacional e estabelece fluxo,
critérios, responsabilidade s e atribuições aos profissionais e serviços de saúde. [Portaria
na internet]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jan 2011. Disponível em:
http://portal.in.gov.br/. Acesso em 26 de novembro de 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e
Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde no Brasil 2017-2020. Brasilia, DF, 2017a.

______.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por


suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. Boletim Epidemiológico, Brasília, v.48,
n.30, 2017b. Disponível em:
<http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-
epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-aten--ao-a-
sa--de.pdf> Acesso em: 05 fev. 2019.

______. DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SUS – DATASUS. Informações


de Estatísticas vitais – mortalidade e nascidos vivos: banco de dados. 2017c. Disponível
em: http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205. Acesso em 05 fev.
2019.

CAVALCANTE, G. F., MINAYO. M. C. S. Suicídio entre pessoas idosas: revisão da


literatura. Rev Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 4, p. 750-7, 2010. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n4/20.pdf . Acesso em 26 de novembro de 2018.

COMPLEXO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO


PARANÁ. Divisão de Gestão do Cuidado. Unidade de neuropsiquiatria. Procedimento
operacional padrão para pacientes internados com risco de suicídio. Unidade de
Neurologia, 16/05/2018.
COMPLEXO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ. Setor de Vigilância e Segurança do Paciente. Unidade de Vigilância em Saúde.
Relatório do Serviço de Epidemiologia. 2018.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM); Associação Brasileira de Psiquiatria


(ABP). Suicídio: informando para prevenir. Brasília: CFM/ABP, 2014.

ESTELLITA-LINS, C. E. F. De que modo adotar a prevenção do suicídio como Causa e


ainda como pesquisa. Ensaios e diálogos. Rio de Janeiro: ABRASCO, 2016, p.10-13.
Disponível em: https://www.abrasco.org.br/site/wp-
content/uploads/2016/12/artigo_carlos_eduardo_estellita_lins_ENSAIOS_DIALOGOS.
pdf . Acesso em 26 de novembro de 2018.

STEFANELLO, B, FURLANETTO, L. M. [Suicidal ideation in patients admitted to


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TEIXEIRA, D.S. et al. Avaliação do risco de suicídio e sua prevenção. Secretaria


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http://subpav.org/download/prot/Guia_Suicidio.pdf . Acesso em 26 de novembro de
2018.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO. Prevenção de risco do


suicídio. Disponível em:
http://www.ebserh.gov.br/documents/147715/0/SUIC%2BìDIO+4.pdf/46af5b24-31c2-
4134-b44b-628b8f67d2b0 . Acesso em 26 de novembro de 2018.

VEIGA, A.F, ANDRADE, J, GARRIDO, P., NEVES, S, MADEIRA, N, CRAVEIRO,


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OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Preventing suicide: a imperative


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POSNER, K. et al. The Columbia- Suicide Severity Rating Scale: initial validity and
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POSNER, K. et al. From uniform definitions to prediction of risk: the Columbia Suicide
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HUDZIK, T. J. Suicide: phenomenology and neurobiology. Switzerland: Springer
International Publishing, 2014, p.59-84, 2014.

SUGESTÕES PARA SUPRIR A FALA DO MÁRCIO

Como se comunicar com pacientes em risco:


• Ouvir atentamente, ficar calmo.
• Entender os sentimentos da pessoa (empatia).
• Dar mensagens não-verbais de aceitação e respeito.
• Expressar respeito pelas opiniões e valores da pessoa.
• Conversar honestamente e com autenticidade.
• Mostrar sua preocupação, cuidado e afeição.
• Focalizar nos sentimentos da pessoa.

Como não se comunicar


• Interromper muito freqüentemente.
• Ficar chocado ou muito emocionado.
• Dizer que você está ocupado.
• Tratar o paciente de maneira que o coloca numa posição de inferioridade.
• Fazer comentários invasivos e pouco claros.
• Fazer perguntas indiscretas.

Uma abordagem calma, aberta, de aceitação e de não-julgamento é fundamental para


facilitar a comunicação. Assim,
Ouça com cordialidade.
Trate com respeito.
Empatia com as emoções.
Cuidado com o sigilo.

COMO ABORDAR O PACIENTE


Quando a equipe de saúde primária suspeita que exista a possibilidade de um
comportamento suicida, os seguintes aspectos necessitam ser avaliados:
• Estado mental atual e pensamentos sobre morte e suicídio;
• Plano suicida atual – quão preparada a pessoa está, e quão cedo o ato está
para ser realizado;
• Sistema de apoio social da pessoa (família, amigos, etc.).

A melhor maneira de descobrir se uma pessoa tem pensamentos de suicídio é perguntar


para ela.
Como perguntar?
Não é fácil perguntar para uma pessoa sobre sua ideação suicida. Ajuda se você chegar
no tópico gradualmente. Algumas questões úteis são:
• Você se sente triste?
• Você sente que ninguém se preocupa com você?
• Você sente que a vida não vale mais a pena ser vivida?
• Você sente como se estivesse cometendo suicídio?

Quando perguntar?
• Quando a pessoa tem o sentimento de estar sendo compreendida;
• Quando a pessoa está confortável falando sobre seus sentimentos;
• Quando a pessoa está falando sobre sentimentos negativos de
solidão, desamparo, etc.

O que perguntar?
1. Descobrir se a pessoa tem um plano definido para cometer suicídio:
• Você fez algum plano para acabar com sua vida?
• Você tem uma idéia de como você vai fazê-lo?

2. Descobrir se a pessoa tem os meios para se matar:


• Você tem pílulas, uma arma, inseticida, ou outros meios?
• Os meios são facilmente disponíveis para você?

3. Descobrir se a pessoa fixou uma data:


• Você decidiu quando você planeja acabar com sua vida?
• Quando você está planejando fazê-lo?

OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. PREVENÇÃO DO SUICÍDIO: UM


MANUAL PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE EM ATENÇÃO PRIMÁRIA. Genebra: 2000.

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