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Pier Paolo Pasolini (Bolonha, 5 de março de 1922 — Óstia, 2 de

novembro de 1975) foi um cineasta, poeta e escritoritaliano. Em seus trabalhos,


Pasolini demonstrou uma versatilidade cultural única e extraordinária, que serviu
para transformá-lo numa figura controversa. Embora seu trabalho continue a gerar
polêmica e controvérsia até hoje, enquanto Pasolini ainda era vivo, seus trabalhos
foram tidos como obras de arte segundo muitos pensadores da Cultura italiana.

Índice

 1Biografia
 2Vida pessoal
 3A adesão ao Partido Comunista Italiano
 4Cinema
 5Morte
 6Obras
o 6.1Livros
o 6.2Poesias
o 6.3Ensaios
o 6.4Teatro
 7Filmografia
 8Prémios e nomeações
 9Referências
 10Traduções
 11Veja também
 12Referências
 13Ligações externas

Biografia[editar | editar código-fonte]


Era filho de Carlo Alberto Pasolini, militar de carreira, e de Susanna Colussi,
professora primária, natural de Casarsa della Delizia (Friul), ao norte da Itália. Teve
um irmão chamado Guidalberto Pasolini (1925 - 1945), que faleceu em uma
emboscada lutando na Segunda Guerra Mundial. Em 1926, o pai de Pasolini foi
preso por dívidas de jogo, e sua mãe mudou-se para a casa de sua família
em Casarsa della Delizia, na região de Friuli.

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]


Começou a escrever poesias aos sete anos.[1] Em 1939, Pasolini graduou-se
em literatura pela Universidade de Bologna. Era homossexual assumido e um
artista solitário. Antes de ficar famoso como cineasta, Pasolini havia trabalhado
também como professor, poeta e novelista. Entre seus livros mais conhecidos,
estão Meninos da Vida, Uma Vida Violenta e Petróleo (livro). De porte atlético e
estatura média, Pasolini usava óculos com lentes muito grossas.

A adesão ao Partido Comunista Italiano[editar | editar


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Em 26 de janeiro de 1947, Pasolini escreveu uma declaração polêmica para a
primeira página do jornal Libertà: "Em nossa opinião, pensamos que, atualmente,
só o comunismo é capaz de fornecer uma nova cultura." A controvérsia foi
parcialmente devido ao fato de ele ainda não ser um membro do Partido
Comunista Italiano, PCI. Após sua adesão ao PCI, participou de várias
manifestações, e, em meados de 1949, participou do Congresso da Paz, em Paris.
Observando as lutas dos trabalhadores e camponeses, e vendo os confrontos dos
manifestantes com a polícia italiana, ele começou a criar seu primeiro romance. No
entanto, em outubro do mesmo ano, Pasolini foi acusado de corrupção de menores
e atos obscenos em lugares públicos. Como resultado, foi expulso pela seção de
Udine do Partido Comunista e perdeu seu emprego de professor que tinha obtido
no ano anterior em Valvasone, ficando em uma situação difícil.
Em janeiro de 1950, Pier Paolo Pasolini se mudou para Roma com sua mãe.

Cinema[editar | editar código-fonte]


Realizou estudos para filmes sobre a Índia, a Palestina e sobre a Oréstia,
de Ésquilo, que pretendia filmar na África (Apontamento para uma Oréstia
Africana). Seus filmes são muito conhecidos por criticarem a estrutura do governo
italiano (na época fortemente ligado à igreja católica), que promovia a alienação e
hábitos conservadores na sociedade. Além disso, seu cinema foi marcado por uma
constante ligação com o arcaísmo prevalecente no homem moderno. Prova disso
é a obra Teorema, em que um indivíduo entra na vida de uma família e a
desestrutura por inteiro (cada membro da família representa uma instituição da
sociedade).
Dirigiu os filmes da Trilogia da Vida com conteúdo erótico e político: Il
Decameron, I racconti di Canterbury e Il fiore delle mille e una notte. Pasolini, em
um determinado momento da sua vida, renegou esses filmes, afirmando que eles
foram apropriados erroneamente pela indústria cultural, que os classificava como
pornográficos.
Essa trilogia foi filmada na Etiópia, Índia, Irã, Nepal e Iêmen. Os filmes eram
dublados em italiano. Pelo conteúdo pretensamente classificado como erótico, foi
proibido nos Estados Unidos e só chegou a ser exibido ali na década de 80.
No Brasil, só foi exibido após a abertura política. Em Accattone, de 1961, Pasolini
pôs em prática sua visão sobre a classe do proletariado na sociedade italiana da
época. Gostava de trabalhar com atores amadores e do povo.

Morte[editar | editar código-fonte]


Na madrugada entre 1º e 2 de novembro de 1975 Pasolini foi brutalmente
assassinado, em local próximo ao hidro-aeródromo de Óstia. O cadáver foi
encontrado por uma senhora às 6h30min. Foi seu amigo Ninetto Davoli que
reconheceu o corpo[2]. Giuseppe "Pino" Pelosi, à época com dezessete anos, já
conhecido pela polícia por roubos de veículos, tendo sido detido na mesma noite
por estar guiando o carro de Pasolini, cumpriu pena como assassino confesso.
Pelosi afirmou que abordou Pasolini nas cercanias da Estação Termini, no Bar
Gambrinus da Piazza dei Cinquecento, quando foi convidado a entrar em seu
veículo (uma Alfa Romeo 2000 GT Veloce) mediante promessa de um soma em
dinheiro[2][3].
Depois de um jantar oferecido pelo escritor, na trattoria Biondo Tevere[4] próximo
à Basílica de São Paulo Extramuros, os dois se dirigiram à periferia de Óstia. A
tragédia, de acordo com a sentença judicial, teve início depois de uma discussão
sobre as pretensões sexuais de Pasolini às quais Pelosi estava relutante, que
acabou por se precipitar numa altercação fora do veículo. O jovem foi ameaçado
com um pau que depois conseguiu tomar de Pasolini, tendo-lhe golpeado diversas
vezes até fazê-lo cair gravemente ferido mas ainda com vida[2]. Então Pelosi entrou
no veículo e atropelou o escritor diversas vezes, destruindo-lhe a caixa torácica e
causando-lhe a morte.[5] Pelosi foi condenado em primeira instância por homicídio
doloso em 4 de dezembro de 1976, sentença confirmada pela Corte de Apelo[2].
Em 2005, pena cumprida, Pelosi afirmou que não matou Pasolini.
Pino Pelosi morreu em 20 de julho de 2017 aos 59 anos.

Obras[editar | editar código-fonte]


Livros[editar | editar código-fonte]
 Poemas
 Ragazzi di vita (Meninos da Vida, 1955)
 Una vita violenta (Uma Vida Violenta, 1959)
 Il sogno di una cosa (1962)
 Amado Mio - Atti Impuri (Publicado em 1982, mas escrito originalmente em
1948)
 Alì dagli occhi azzurri (1965)
 Teorema (1968)
 Reality (1979)
 Petrolio (1992, incompleto)
Poesias[editar | editar código-fonte]
 La meglio gioventù (1954)
 Le ceneri di Gramsci (1957)
 L'usignolo della chiesa cattolica (1958)
 La religione del mio tempo (1961)
 Poesia in forma di rosa (1964)
 Trasumanar e organizzar (1971)
 La nuova gioventù (1975)
 Roman Poems. (1986)
Ensaios[editar | editar código-fonte]
 Passione e ideologia (1960)
 Canzoniere italiano, poesia popolare italiana (1960)
 Empirismo eretico (1972)
 Lettere luterane (1976)
 Le belle bandiere (1977)
 Descrizioni di descrizioni (1979)
 Il caos (1979)
 La pornografia è noiosa (1979)
 Scritti corsari (1975)
 Lettere (1940–1954) (Letters, 1940-54, 1986)
Teatro[editar | editar código-fonte]
 Orgia (1968)
 Porcile (1968)
 Calderón (1973)
 Affabulazione (1977)
 Pilade (1977)
 Bestia da stile (1977)

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