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Palhoça
UnisulVirtual
2010
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Denise Esteves Moritz
Design instrucional
Melina de la Barrera Ayres
Palhoça
UnisulVirtual
2010
Copyright © UnisulVirtual 2010
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Design Instrucional
Melina de la Barrera Ayres
Diagramação
Oberdan Piantino
Revisão
Amaline Boulos Issa Mussi
620
M85 Moritz, Denise Esteves
Processos de engenharia biológica : livro didático / Denise Esteves
Moritz; design instrucional Melina de la Barrera Ayres. – Palhoça :
UnisulVirtual, 2011.
270 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras da professora. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Equipe UnisulVirtual
7
Palavras da professora
Caro(a) aluno(a),
10
Plano de estudo
o livro didático;
o Sistema Tutorial.
Ementa
Estrutura dos contaminantes orgânicos. Organismos
patogênicos e decompositores. Micro-organismos
importantes nos processos de controle da qualidade
ambiental. Biodegradação. Processos naturais e tecnologias de
remediação. Definição de processos aplicados em tratamento
de líquidos, sólidos e gases. Reatores biológicos aeróbios e
anaeróbios. Processos avançados de biotecnologia. Reutilização
de efluentes. Fundamentos econômicos.
Universidade do Sul de Santa Catarina
Objetivos
Geral:
Analisar os processos biológicos na resolução dos problemas
ambientais a partir do conhecimento de tecnologias ligadas ao
tratamento de efluentes e águas residuárias, para preservação,
controle e recuperação do meio ambiente.
Específicos:
Conhecer a macro e microbiologia no saneamento
ambiental, particularmente no uso de tecnologias de
reatores e sistemas de preservação e recuperação de
ecossistemas aquáticos e terrestres.
12
Processos de Engenharia Biológica
Carga Horária
A carga horária total da disciplina é de 60 horas-aula.
Conteúdo programático/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos
resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de
estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de
conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento
de habilidades e competências necessárias à sua formação.
Unidades de estudo: 4
13
Universidade do Sul de Santa Catarina
14
Processos de Engenharia Biológica
Atividades obrigatórias
15
1
UNIDADE 1
Objetivos de aprendizagem
Conhecer as principais características dos sistemas vivos.
Seções de estudo
Seção 1 Introdução: Seres vivos. Micro-organismos
e seus ambientes naturais.
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Processos de Engenharia Biológica
Biologia
A biologia é o ramo da Ciência que estuda os seres vivos (do
grego βιος - bios = vida e λογος - logos = estudo, ou seja, o
estudo da vida). Debruça-se sobre o funcionamento dinâmico dos
organismos desde uma escala molecular, subcelular, até o nível
populacional e interacional, tanto intraespecificamente quanto
interespecificamente, bem como sobre a interação da vida com
seu ambiente físico-químico. O estudo destas dinâmicas ao longo
do tempo é chamado, de forma geral, de biologia evolutiva e
contempla o estudo da origem das espécies e populações e, ainda,
das unidades hereditárias mendelianas, os genes.
Engenharia
Engenharia é a aplicação criteriosa dos conhecimentos
obtidos nos campos das ciências exatas, naturais, e humanas
e sociais, através da teoria, da experimentação e da prática,
no desenvolvimento de meios para a utilização econômica de
recursos em benefício da humanidade. O ramo da engenharia
aproveita também a aplicação de conhecimentos de matemática,
química, física e economia, entre outros, à concepção,
desenvolvimento e operação de instalações ou instrumentos
que permitem a utilização de organismos vivos para a produção
biotecnológica.
Biotecnologia
É todo um conjunto de atividades tecnológicas abrangendo a
aplicação de organismos, sistemas e/ou processos biológicos a
indústrias primárias, secundárias e de serviços. Neste sentido,
a aplicação da biotecnologia é tão abrangente que pode ser feita
em áreas como a agricultura, o meio ambiente, a extração de
minérios, as indústrias alimentares, etc.
Unidade 1 19
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seres vivos
Elementos químicos em número reduzido, sobretudo carbono,
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, respondem pela maior parte
da composição dos seres vivos, comparecendo como elementos
fundamentais em todas as biomoléculas.
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Processos de Engenharia Biológica
Metabolismo
Unidade 1 21
Universidade do Sul de Santa Catarina
Reprodução
Diferenciação
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Processos de Engenharia Biológica
Comunicação
Movimentação
Unidade 1 23
Universidade do Sul de Santa Catarina
Evolução
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Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 25
Universidade do Sul de Santa Catarina
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Processos de Engenharia Biológica
Principais Macronutrientes
Carbono: corresponde à base de todas as moléculas orgânicas.
Entre os procariotos, a maioria requer algum tipo de composto
orgânico como fonte de carbono, o qual pode ser de diferentes
variedades (aminoácidos, ácidos orgânicos, açúcares, bases
nitrogenadas, etc.).
Unidade 1 27
Universidade do Sul de Santa Catarina
Principais Micronutrientes
Embora necessários em pequenas quantidades, têm papel tão
importante quanto os macronutrientes. São eles:
Cobalto: necessário apenas para a formação da vitamina B12;
Zinco: tem papel estrutural em várias enzimas (DNA e RNA
polimerases) e outras proteínas de ligação ao DNA;
Molibdênio: presente em certas enzimas como a nitrato redutase
assimilativa;
Cobre: importante para enzimas respiratórias;
Manganês: ativador de muitas enzimas;
Níquel: presente em hidrogenases (uma classe de enzimas).
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Processos de Engenharia Biológica
Agricultura Alimentos
NO3 S0
N2 SO42
Aditivos alimentícios
Biotecnologia
Organismos geneticamente modificados
Síntese de produtos farmacêuticos
Terapia gênica para algumas doenças
Unidade 1 29
Universidade do Sul de Santa Catarina
30
Processos de Engenharia Biológica
Um pouco de história
Unidade 1 31
Universidade do Sul de Santa Catarina
32
Processos de Engenharia Biológica
2.1 Bactérias
2.2 Vírus
2.3 Fungos
2.4 Protozoários
2.5 Algas
Unidade 1 33
Universidade do Sul de Santa Catarina
2.1 Bactérias
As bactérias (do grego bakteria, bastão) são organismos
unicelulares, procariontes (não possuem envoltório nuclear, nem
organelas membranosas). Podem ser encontradas na forma isolada
ou em colônias. Podem viver na presença de ar (aeróbias), na
ausência de ar (anaeróbias), ou ainda ser anaeróbias facultativas.
2.1.1. Classificação
Há diversas formas de classificar as bactérias. Elas podem ser
divididas de acordo com as suas exigências nutritivas, de acordo
com as condições necessárias para o seu crescimento, de acordo
com a classificação de Gram e de acordo a sua forma ou grau de
Veja nas páginas a seguir agregação.
todas as informações
referentes a esta Com base em suas exigências nutritivas. Todas as células
classificação. necessitam de energia. Esta pode ser obtida de três maneiras, a
partir de compostos químicos orgânicos (quimiorganotróficos),
de compostos químicos inorgânicos (quimiolitotróficos) ou da
energia luminosa (fototróficos).
34
Processos de Engenharia Biológica
Quimio-heterotróficas ou Quimio-organotróficas:
quando utilizam o carbono de compostos orgânicos
como fonte de energia.
Unidade 1 35
Universidade do Sul de Santa Catarina
36
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 37
Universidade do Sul de Santa Catarina
38
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 39
Universidade do Sul de Santa Catarina
Você sabia?
40
Processos de Engenharia Biológica
Gráfico 1.1 – Curva de crescimento demonstrando as fases lag (adaptação), log (logarítmica de
crescimento acelerado), estacionária (desaceleração), e declínio (morte celular).
Fonte: Elaboração do autor, 2010.
2.2 Vírus
Os vírus são estruturas que representam o limite entre as
formas vivas e as inanimadas. Eles apresentam as estruturas
mais simples, são muito menores que as bactérias (20 – 300
nanômetros; 1nm=1/1.000 μm; 1μm= 1/1000000 ), e ainda assim,
podem inserir-se no material genético da célula hospedeira e
causar grandes danos. Resfriado comum, herpes, poliomielite
e hepatite são exemplos de doenças virais, assim como a febre
aftosa em animais.
Unidade 1 41
Universidade do Sul de Santa Catarina
42
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 43
Universidade do Sul de Santa Catarina
44
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 45
Universidade do Sul de Santa Catarina
2.3 Fungos
Os fungos são os membros de um grande grupo de organismos
eucariotos que inclui micro-organismos tais como as leveduras
e bolores, bem como os mais familiares cogumelos. Os fungos
são diferentes dos vegetais, pois as suas células possuem paredes
A palavra “bolor” tem
emprego pouco nítido,
celulares que contêm quitina, ao contrário das células vegetais,
sendo usada para designar que contêm celulose. Veja abaixo um exemplo de fungo
os fungos filamentosos ou Penicillium sp.
comumente conhecidos
como “mofos”, as
ferrugens e o carvão
(doença de gramíneas).
Figura 1.17 – Bolor contaminando a laranja (a). Macromorfologia do fungo causador (Penicillium sp.)
Para melhor compreensão, e (c) estrutura do fungo ao microscópio ótico.
visualize esta figura Fonte: Elaboração do autor, 2010.
colorida ao final do livro
didático no anexo.
Juntamente com as bactérias, os fungos são os
seres encarregados da decomposição na biosfera.
Suas atividades são tão necessárias para existência
permanente do mundo quanto as dos seres produtores
de alimento.
46
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 47
Universidade do Sul de Santa Catarina
48
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 49
Universidade do Sul de Santa Catarina
50
Processos de Engenharia Biológica
2.4 Protozoários
Unidade 1 51
Universidade do Sul de Santa Catarina
2.4.2 Classificação
A classificação dos protozoários se baseia em sua reprodução,
alimentação (ou nutrição) e, especialmente, em sua locomoção.
Há quatro classes bem definidas:
1. mastigóforos ou flagelados;
2. sarcodinos ou rizópodes;
3. esporozoários;
4. ciliados ou cilióforos.
52
Processos de Engenharia Biológica
2.4.3 Ecologia
Os protozoários servem como indicadores da qualidade
do ambiente. Por exemplo, em águas poluídas por resíduos
industriais normalmente não aparecem muitos protozoários,
Unidade 1 53
Universidade do Sul de Santa Catarina
Figura 1.20 – Alguns tipos de Protozoários encontrados em água salgada e água doce.
Fonte: Disponível em: <http://www.tratamentodeagua.com.br/r10/Biblioteca_Detalhe.
aspx?codigo=96&topico=654>. Acesso em: 28 ago. 2010.
54
Processos de Engenharia Biológica
2.5 Algas
As algas compreendem vários grupos de seres vivos aquáticos
e autotróficos, ou seja, que produzem a energia necessária ao
seu metabolismo através da fotossíntese. São consideradas
semelhantes às plantas, porque contêm o pigmento verde clorofila
que participa do processo de fotossíntese e apresentam uma
parede celular rígida.
2.5.1 Classificação:
As algas classificam-se em procariontes e eucariontes.
Unidade 1 55
Universidade do Sul de Santa Catarina
56
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 57
Universidade do Sul de Santa Catarina
58
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 59
Universidade do Sul de Santa Catarina
60
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 61
Universidade do Sul de Santa Catarina
62
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 63
Universidade do Sul de Santa Catarina
64
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 65
Universidade do Sul de Santa Catarina
b. Halogênios:
66
Processos de Engenharia Biológica
c. Metais Pesados:
d. Outros:
Unidade 1 67
Universidade do Sul de Santa Catarina
68
Processos de Engenharia Biológica
Síntese
Unidade 1 69
Universidade do Sul de Santa Catarina
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas esforce-se para
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1. Você é um agente ambiental e, em visita a um determinado município
de seu estado, depara-se com falta total de condições sanitárias: o
esgoto é a céu aberto, sem calçamento e numerosas crianças brincam
naquele local. Você necessita informar a população sobre os riscos à
saúde. Pesquise sobre a importância do controle dos micro-organismos
e por que, atualmente, esta medida é fundamental para qualquer
atividade que envolva o crescimento de micro-organismos.
70
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 1 71
Universidade do Sul de Santa Catarina
Saiba mais
Se você desejar, aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade
ao consultar as seguintes referências:
72
2
UNIDADE 2
Micro-organismos importantes
nos processos da qualidade
ambiental. Processos
clássicos e biotecnológicos de
identificação destes agentes
Objetivos de aprendizagem
Conhecer os principais bioindicadores.
Seções de estudo
Seção 1 Bioindicadores
74
Processos de Engenharia Biológica
Vamos aprofundar?
Seção 1 – Bioindicadores
A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) e o seu adequado
gerenciamento são alguns dos maiores desafios enfrentados pela
sociedade atual e pelas administrações públicas. No Brasil, a
forma predominante de disposição final de RSU é a céu aberto.
Trata-se de uma prática inadequada de destinação dos resíduos,
que traz, como consequência, uma série de impactos negativos,
sendo totalmente condenável do ponto de vista sanitário,
ambiental e social. Os impactos causados tendem a agravar os
aspectos da poluição ambiental e da saúde pública.
Unidade 2 75
Universidade do Sul de Santa Catarina
Tabela 2. 1 – Principais doenças causadas por vetores e a forma de transmissão destas doenças.
Mosquito do gênero
Malária** Picada de mosquito
Anopheles
Fezes de pulgas
Tifo murino
Rato infectadas
76
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 77
Universidade do Sul de Santa Catarina
78
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 79
Universidade do Sul de Santa Catarina
Micro-organismos Indicadores
Para ser um indicador, o micro-organismo deve preencher os
seguintes requisitos:
Unidade 2 81
Universidade do Sul de Santa Catarina
E, em conjunto, devem:
82
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 83
Universidade do Sul de Santa Catarina
Análise biológica
84
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 85
Universidade do Sul de Santa Catarina
86
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 87
Universidade do Sul de Santa Catarina
88
Processos de Engenharia Biológica
Você sabia?
Em 2000, o Ministério da Saúde, em parceria com a
Representação no Brasil da OPAS/OMS, coordenou o processo de
revisão e atualização da legislação brasileira sobre potabilidade
da água, resultando na publicação da Portaria MS nº 1469/2000,
que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos
ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo
humano e seu padrão de potabilidade.
Unidade 2 89
Universidade do Sul de Santa Catarina
90
Processos de Engenharia Biológica
Cianobactérias
Entre os fatores que levam as cianobactérias a predominar
sobre os outros grupos fitoplanctônicos (microalgas), destacam-
se suas características fisiológicas: as cianobactérias assimilam
os nutrientes (N e P) do meio aquático. De maneira geral,
as cianobactérias são menos eficientes na assimilação desses
nutrientes do que as microalgas (algas verdes ou diatomáceas, por
exemplo), que, em condições normais, crescem mais e melhor.
Unidade 2 91
Universidade do Sul de Santa Catarina
92
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 93
Universidade do Sul de Santa Catarina
Toxinas de cianobactérias
Vários gêneros e espécies de cianobactérias que formam florações
produzem toxinas. As toxinas de cianobactérias, as quais são
conhecidas como Cianotoxinas, constituem uma grande fonte de
produtos naturais tóxicos produzidos por esses micro-organismos
e, embora ainda não estejam devidamente esclarecidas as causas
da produção dessas toxinas, tem-se assumido que esses compostos
têm uma função protetora contra herbivoria, como acontece com
alguns metabólitos de plantas vasculares. (AZEVEDO, 1998).
94
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 95
Universidade do Sul de Santa Catarina
96
Processos de Engenharia Biológica
Protozoários emergentes
Os protozoários constituem um grupo de organismos que inclui
seres de vida livre e parasitas, que se caracterizam por apresentar
diferentes formas, tipos de metabolismos e locais de ocorrência.
Unidade 2 97
Universidade do Sul de Santa Catarina
Organismos-teste
Os organismos-teste servem como parâmetros de avaliação da
qualidade da água em um determinado ambiente. São utilizados
a fim de verificar algum efeito colateral que possa ser causado por
um ambiente específico, evitando, assim, que os seres humanos
possam vir sofrer algum tipo de injúria. Deste modo, se alguma
injúria ocorrer, que ocorra nestes organismos-teste.
98
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 99
Universidade do Sul de Santa Catarina
100
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 101
Universidade do Sul de Santa Catarina
Figura 2.1 – Nodularinas. Estrutura química das hepatotoxinas mais comumente encontradas em
blooms de água doce.
Fonte: CARNEIRO E LEITE, 2008, p.4.
102
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 103
Universidade do Sul de Santa Catarina
3. identificação e confirmação.
104
Processos de Engenharia Biológica
Relembrando
Protozoários: micro-organismos eucarióticos
unicelulares, desprovidos de parede celular.
Encontrados em diversos habitats de água doce e
marinha. Vários parasitam homens e animais, enquanto
outros crescem no solo ou em habitats aéreos
(superfície de árvores). A maioria dos protozoários
nutre-se pela ingestão de compostos particulados por
fagocitose, que é um processo em que uma porção da
membrana flexível envolve uma partícula alimentar,
englobando-a e conduzindo-a ao interior de célula.
Em consonância com sua capacidade de “capturar”seu
próprio alimento, a maioria dos protozoários exibe
motilidade. De fato, seus mecanismos de locomoção
são empregados na sua classificação: Sarcodina (Ex.
Entamoeba sp. cujos movimentos são ameboides),
Mastigophora (são os protozoários que possuem
flagelados - Figura 2.3); etc.
Unidade 2 105
Universidade do Sul de Santa Catarina
106
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 107
Universidade do Sul de Santa Catarina
108
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 109
Universidade do Sul de Santa Catarina
110
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 111
Universidade do Sul de Santa Catarina
a. Coloração de Gram
112
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 113
Universidade do Sul de Santa Catarina
114
Processos de Engenharia Biológica
Relembrando
Bactérias heterotróficas são bactérias incapazes de usar
o gás carbônico (CO2) como única fonte de carbono
e, assim, dependem de organismos autotróficos
(que conseguem utilizar o CO2 para obtenção de
energia) para a produção de carboidratos e de outros
compostos utilizados como alimentos. (PELCZAR, 2009).
Unidade 2 115
Universidade do Sul de Santa Catarina
Figura 2.6 - Contagem em placas, demonstrando a diluição seriada e a inoculação em meio de cultivo
sólido.
Fonte: Disponível em: <http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/crescimento/crescimento.
html#fatores>. Acesso em: 27 set. 2010. Adaptação do autor.
116
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 117
Universidade do Sul de Santa Catarina
Figura 2.8 - Determinação do NMP (Número Mais Provável). Fonte: Disponível em: <http://
helenamazzotti.blogspot.com/2009/11/sobrevivencia-de-coliformes.html>. Acesso em: 27 set. 2010.
118
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 119
Universidade do Sul de Santa Catarina
Figura 2.9 - Técnica dos Tubos Múltiplos Cromogênios (caldo Chromocult Enterococci®, da MERCK)
demonstrando positividade (mudança de cor de amarelo para verde) na presença de grupo
Enterococcus.
Fonte: Machado, 2004, p. 82.
e. Testes bioquímicos
120
Processos de Engenharia Biológica
Figura 2.10 - Prova bioquímica Rugai Modificado (IMVC- indol, vermelho-de-metila, Voges-
Proskauer-citrato), da colônia isolada de Pseudomonas aeruginosa.
Fonte: MACHADO, 2004, p. 79.
Unidade 2 121
Universidade do Sul de Santa Catarina
122
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 123
Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
124
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 125
Universidade do Sul de Santa Catarina
Atividades de autoavaliação
126
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2 127
Universidade do Sul de Santa Catarina
Saiba mais
ITAL/INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS. Manual de métodos de análise
128
3
UNIDADE 3
Processos naturais e
tecnológicos de remediação
Objetivos de aprendizagem
Conhecer e analisar os processos aplicados em
tratamentos de líquidos, sólidos e gases.
Conhecer os tipos de tratamento e aplicação de
biorreatores.
Seções de estudo
Seção 1 Doenças de Veiculação Hídrica
Seção 2 Biotratamentos
Seção 3 Biorreatores
Vamos lá?
130
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 131
Universidade do Sul de Santa Catarina
132
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 133
Universidade do Sul de Santa Catarina
Doença: Amebíase
Geralmente, fala-se de ameba (Entamoeba) sempre que há
diarreias persistentes. A Entamoeba coli é um parasita que se
localiza no intestino humano, mas que não o prejudica. Este tipo
de ameba, portanto, não precisa ser eliminado. Já a Entamoeba
hystolitica é prejudicial e precisa ser eliminada.
134
Processos de Engenharia Biológica
Doença: Gastroenterite
A gastroenterite é um termo geral que se refere a um grupo de
distúrbios cujas causas são as infecções e cujos sintomas incluem
a perda de apetite, a náusea, o vômito, a diarreia de leve a intensa,
a dor tipo cólica e o desconforto abdominal. Juntamente com a
água, ocorre a perda de eletrólitos (sobretudo de sódio e potássio)
Unidade 3 135
Universidade do Sul de Santa Catarina
136
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 137
Universidade do Sul de Santa Catarina
138
Processos de Engenharia Biológica
Doença: Cólera
Doença infecciosa intestinal aguda, de transmissão
predominantemente hídrica, que se caracteriza, em sua forma
mais evidente, por diarreia aquosa súbita, profusa e sem dor,
vômitos ocasionais, desidratação rápida, acidose e colapso
circulatório, causada pelo bastonete Vibrio cholerae.
Unidade 3 139
Universidade do Sul de Santa Catarina
140
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 141
Universidade do Sul de Santa Catarina
Doença: Hepatite A
O agente etiológico é um vírus RNA, possuindo um único
sorotipo, classificado como Hepatovírus. Este vírus está
distribuído largamente em todo o mundo, a ocorrência pode ser
esporádica ou epidêmica, com a tendência a ciclos recorrentes. Em
países em desenvolvimento, os adultos são usualmente imunes,
pois são acometidos na infância, devido às precárias condições de
saneamento e, portanto, as epidemias não são comuns.
142
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 143
Universidade do Sul de Santa Catarina
Seção 2 – Biotratamentos
Antes de iniciarmos esta abordagem, será necessário lembrar
alguns conceitos discutidos em outras disciplinas, entre eles a
biodegradação, biometanização, xenobióticos e biorremediação.
Unidade 3 145
Universidade do Sul de Santa Catarina
146
Processos de Engenharia Biológica
CATEGORIA EXEMPLO
Unidade 3 147
Universidade do Sul de Santa Catarina
148
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 149
Universidade do Sul de Santa Catarina
150
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 151
Universidade do Sul de Santa Catarina
Biometanização
Como definido anteriormente, a biometanização faz parte
do processo de biodegradação, especificamente onde ocorre a
transformação de moléculas xenobióticas por micro-organismos
anaeróbicos (biometanização ou biogás). Para obter energia
renovável a partir de resíduos orgânicos de cozinha e jardim,
estes são submetidos a um pré-tratamento para a eliminação dos
materiais impróprios, sendo posteriormente encaminhados para o
digestor.
152
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 153
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dinâmica ambiente-poluente-micro-organismo
154
Processos de Engenharia Biológica
Fatores econômicos
Unidade 3 155
Universidade do Sul de Santa Catarina
156
Processos de Engenharia Biológica
Biodegradação e biotecnologia
A alusão feita com relação à biotecnologia é muito mais do que
vem sendo mostrado nos meios de comunicação social, porque
esta ciência não está somente relacionada com a Engenharia
Genética. Ela vai além disto, pois é “todo um conjunto de
atividades tecnológicas, abrangendo a aplicação de organismos,
sistemas e/ou processos biológicos a indústrias primárias,
secundárias e de serviços.” (MOTA, 2003, p.1).
Unidade 3 157
Universidade do Sul de Santa Catarina
Indicadores biológicos
Técnicas imunológicas
Técnicas genéticas
158
Processos de Engenharia Biológica
Biorremediação
Numerosas substâncias, hoje presentes no ambiente, têm sido
geradas pelo homem através da síntese química. Embora muitas
possam ser degradadas em poucos meses por algum organismo,
outras persistem na natureza por um longo tempo. Consideradas
recalcitrantes, estas moléculas alheias ao mundo dos seres
vivos (xenobióticas) não são biodegradadas ou, quando o são, o
processo é muito lento.
Unidade 3 159
Universidade do Sul de Santa Catarina
Os contaminantes
Como resultado das atividades humanas, aproximadamente
2,5 milhões de toneladas de substâncias químicas perigosas
são liberadas anualmente no meio ambiente. Em alguns casos,
trata-se de emissões deliberadas e regulamentadas (resíduos
industriais); em outros, de escapamentos acidentais (manchas de
óleo ou de petróleo).
Os tratamentos
Existem vários métodos para retirar substâncias recalcitrantes do
meio ambiente. As opções contemplam a construção de barreiras
físicas, a lavagem ou ventilação do solo contaminado, e, ainda,
sua destruição por incineração ou por biorremediação. Esta
última apela para o uso de agentes biológicos, operando com
menos custo e menor tempo.
160
Processos de Engenharia Biológica
Exemplos do processo
Os vazamentos de petróleo
Um dos mais sérios problemas de contaminação ambiental é o
derramamento de petróleo nos mares, devido a acidentes notórios
(Prestige, Exxon Valdez, Torrey Canyon, Amoco Cadiz e Braer
and Sea Empress, e, em 2010, nos Estados Unidos e no México)
e a situações bélicas (Guerra do Golfo, por exemplo).
Unidade 3 161
Universidade do Sul de Santa Catarina
O petróleo
Na extração de petróleo, técnicas especiais (EOR, do inglês
enhanced oil recovery) envolvem o uso de polímeros de origem
microbiana (xantana) para aumentar a viscosidade e facilitar o
seu bombeamento. A introdução direta dos micro-organismos no
poço (MEOR, do inglês microrganism enhanced oil recovery) parece
menos interessante do ponto de vista econômico, mas isso pode
mudar, se o petróleo começar a se esgotar.
Os metais
A extração de metais solubilizados nas ácidas e escuras águas
do Rio Tinto (Andaluzia, Espanha) data do domínio romano;
abandonadas durante séculos, as minas foram exploradas a
partir do século XIX. Em 1947, com o isolamento de bactérias
quimiotróficas do gênero Thiobacillus, mostrou-se que a
acidificação das águas e a consequente solubilização dos metais
eram o resultado não só de uma ação química, mas também de
uma ação bacteriana.
As bactérias transformam os sulfetos metálicos insolúveis em
sulfatos solúveis, mediante uma reação de oxidação que libera a
energia necessária para sua reprodução e crescimento.
A biolixiviação se aplica especialmente à extração de cobre,
ouro, zinco, níquel e cobalto. A tecnologia é relativamente
simples e requer pouca inversão, sendo adaptada aos países em
desenvolvimento. Na América Latina, usa-se a biolixiviação para
a extração de cobre (Chile, México e Peru) e de ouro (Brasil, Chile
e Peru).
162
Processos de Engenharia Biológica
Seção 3 – Biorreatores
Segundo Schmidell e colaboradores (2001), os biorreatores,
reatores bioquímicos, ou ainda reatores biológicos, são aqueles
reatores nos quais ocorre uma série de reações químicas
catalizadas por biocatalizadores. Estes biocatalizadores podem
ser enzimas ou células vivas (microbianas, animais ou vegetais).
Assim, pode-se classificar os biorreatores em dois grandes
grupos:
Unidade 3 163
Universidade do Sul de Santa Catarina
164
Processos de Engenharia Biológica
Os processos tradicionais
Em alguns lugares, os processos fermentativos (produção de
vinhos, queijos, pães, tofu, missô, sakê, etc.) ainda ocorrem
artesanalmente, dentro de folhas de bananeira e cestas de bambu
ou mesmo em montões; também existem hoje equipamentos
sofisticados com bandejas, colunas, frascos e tambores rotativos,
alguns totalmente automatizados (Figura 3.9).
Unidade 3 165
Universidade do Sul de Santa Catarina
Classificação de biorreatores
Encontram-se na literatura várias formas possíveis de
classificação dos biorreatores, como por exemplo (SCHMIDELL
et al., 2001):
166
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 167
Universidade do Sul de Santa Catarina
Figura 3.11 – Reator Mecânico (STR) demonstrando as formas de controle (pH, temperatura,
agitação, aeração).
Fonte: MALAJOVICH, 2004, p. 59.
168
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 169
Universidade do Sul de Santa Catarina
Controle do processo
Existem três possíveis objetivos para o controle do processo:
Para a biomassa:
’
(g.L.min-1) equação (1)
ou
’
(g.L.min-1) equação (3)
ou
Unidade 3 171
Universidade do Sul de Santa Catarina
172
Processos de Engenharia Biológica
Mudança de escala
A capacidade da cuba de um biorreator varia entre 1 e 10 litros
(L) para um fermentador de laboratório, chegando a 5.000 L em
uma planta piloto e 100.000 L em uma planta industrial.
Unidade 3 173
Universidade do Sul de Santa Catarina
Figura 3.12 – Aumento de escala mostrando os tipos de biorreatores e o volume aproximado nos
diferentes processos, bancada, planta-piloto e fermentador industrial.
Fonte: MALAJOVICH, 2004, p. 61,
174
Processos de Engenharia Biológica
Recuperação do produto
A recuperação do produto representa uma fração considerável do
custo de um processo fermentativo. Se o produto for secretado
fora da célula, estará disperso em um volume grande de água
e será necessário separá-lo por decantação ou filtração. Mas,
se o produto permanecer dentro das células, estas terão que ser
desintegradas para proceder à sua extração.
Unidade 3 175
Universidade do Sul de Santa Catarina
176
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 177
Universidade do Sul de Santa Catarina
Exemplo 1
Como exemplo, utilizaremos uma parte do trabalho de Mesquita
“Uso das Técnicas de Oxidação Química e Biodegradação na
Remoção de Alguns Compostos Orgânicos Recalcitrantes”
(2004), que envolve um processo de remediação englobando os
temas abordados nesta unidade (biorremediação, biorreatores,
tratamento de efluentes, etc.).
Objetivo do trabalho: Avaliar diferentes técnicas de degradação
de poluentes orgânicos encontrados no ambiente. A primeira
parte da tese enfoca a degradação de HPAs e PCBs por bactérias
isoladas da região da Baía de Guanabara e o uso do Reagente de
Fenton na degradação de PCBs.
Escolha do local: O local (mangue no Rio de Janeiro) era
utilizado como aterro de resíduos das indústrias que operavam
ao seu redor. Segundo relato de antigos funcionários da fábrica,
foram enterrados na área, denominada de “lixão”, cinco tambores
metálicos contendo PCBs, de 200 L de capacidade cada. A área
também recebeu grandes quantidades de subprodutos da
fabricação de polímeros – entre eles hidrocarbonetos aromáticos.
Formas de Biotratamento: Uma das alternativas aplicadas foi a
disposição do solo contaminado em células ou em áreas abertas
para a dispersão de nutrientes e micro-organismos, além da
aeração do sistema. Principais gastos com o sistema: escavação
e remoção do material contaminado, área para disposição do
solo contaminado, análises químicas periódicas para avaliação do
método, eficiência do método de oxigenação do sistema.
Metodologia: As amostras de sedimento da Praia da Ribeira e
área do “lixão” foram coletadas em frasco estéril e preservadas
em geladeira a 4°C. Para o isolamento dos micro-organismos,
foram colocados 10 g de amostra de sedimento em frasco
Erlenmeyer de 500 mL, contendo 100 mL de meio mineral
178
Processos de Engenharia Biológica
Gráfico 3. 3 – Ensaio de degradação de HPAs utilizando as cepas isoladas da Praia da Ribeira (RJ).
Fonte: MESQUITA, 2004, p.83.
Exemplo 2
Processos biotecnológicos envolvidos em acidentes com
petróleo: uma das primeiras patentes obtidas em biotecnologia
corresponde a uma bactéria engenherada (modificada
geneticamente), projetada para degradar alguns componentes
do petróleo. Porém o uso deste tipo de bactérias não teve
sucesso na remoção do petróleo derramado em alguns
acidentes, como o do navio Exxon Valdez, no Alaska (1989).
As pesquisas atuais visam preferentemente os micro-organismos
ambientais, especialmente Alcanivorax borkumensis, uma
bactéria capaz de metabolizar 70% dos compostos do petróleo,
especialmente os de baixo peso molecular. O sequenciamento
de seus 2.755 genes, completado recentemente, dará novas
informações sobre suas rotas metabólicas e seus requerimentos
de fósforo e de nitrogênio.
180
Processos de Engenharia Biológica
Problemática
Segundo Francisco Aragão (EMBRAPA, 2010), apesar de a Lei
de Biossegurança, que acaba de ser aprovada pela Câmara dos
Deputados, representar um grande avanço para as pesquisas no
Brasil, o desenvolvimento do setor de biotecnologia como um
todo depende de recursos e de mais agilidade quanto a questões
relacionadas à comercialização. Para o autor, se o país não tratar
a biotecnologia como uma área estratégica, corremos o risco de
nos transformarmos em exportadores de matéria-prima e capital
humano.
Unidade 3 181
Universidade do Sul de Santa Catarina
Síntese
182
Processos de Engenharia Biológica
Atividades de autoavaliação
Ao final de cada unidade, você realizará atividades de autoavaliação. O
gabarito está disponível no final do livro didático. Mas esforce-se para
resolver as atividades sem ajuda do gabarito, pois, assim, você estará
promovendo (estimulando) a sua aprendizagem.
1. Para obter energia renovável a partir de resíduos orgânicos de cozinha
e jardim, estes são submetidos a um pré-tratamento para a eliminação
dos materiais impróprios, sendo posteriormente encaminhados para o
digestor. Este é um processo de biometanização que acontece a uma
temperatura entre 55 ºC e 60ºC durante 15 a 20 dias. Com este processo
são eliminados os germes, podendo-se obter entre 105 a 130 m3 de
biogás por tonelada de resíduos, o que equivale aproximadamente a 70
litros de gasolina.
Partindo destas afirmações, explique, em um texto de
aproximadamente 05 linhas, a diferença entre biodigestão anaeróbia e
biodigestão aeróbia, indicando os gases formados em cada processo.
Unidade 3 183
Universidade do Sul de Santa Catarina
184
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 185
Universidade do Sul de Santa Catarina
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/images/20030711-mafalda.jpg
186
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 3 187
Universidade do Sul de Santa Catarina
Saiba mais
Se você desejar, aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade,
ao consultar as seguintes referências:
188
4
UNIDADE 4
Objetivos de aprendizagem
Conhecer os diferentes contaminantes orgânicos e sua
relação com os organismos vivos.
Conhecer os principais mecanismos utilizados na
reutilização de efluentes hídricos.
Seções de estudo
Seção 1 Poluentes (contaminantes) Orgânicos
Vamos aprofundar?
190
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 191
Universidade do Sul de Santa Catarina
192
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 193
Universidade do Sul de Santa Catarina
194
Processos de Engenharia Biológica
Gráfico 4.1 – Mercado mundial de retardantes de chama (em 2005, foi 1,3 milhão toneladas/ano).
Fonte: GAMA, 2010, p. 6.
Unidade 4 195
Universidade do Sul de Santa Catarina
196
Processos de Engenharia Biológica
c. Metais
Unidade 4 197
Universidade do Sul de Santa Catarina
d. Nutrientes
e. Mecanismos Biológicos
198
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 199
Universidade do Sul de Santa Catarina
200
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 201
Universidade do Sul de Santa Catarina
202
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 203
Universidade do Sul de Santa Catarina
204
Processos de Engenharia Biológica
Legislação
A poluição provocada por produtos químicos é, frequentemente,
um problema transfronteiriço que exige ações a nível
internacional. Por esta razão, a legislação nacional e internacional
é de suma importância.
Unidade 4 205
Universidade do Sul de Santa Catarina
206
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 207
Universidade do Sul de Santa Catarina
Um pouco de história
208
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 209
Universidade do Sul de Santa Catarina
Tipos de reúso
A reutilização de água pode ser direta ou indireta, decorrente de
ações planejadas, ou não:
210
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 211
Universidade do Sul de Santa Catarina
212
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 213
Universidade do Sul de Santa Catarina
a. Abastecimento Humano
b. Abastecimento Industrial
214
Processos de Engenharia Biológica
c. Irrigação
Unidade 4 215
Universidade do Sul de Santa Catarina
216
Processos de Engenharia Biológica
g. Aquicultura
Unidade 4 217
Universidade do Sul de Santa Catarina
218
Processos de Engenharia Biológica
Você sabia:
Tabela 4.1 – Exemplos do consumo médio de água para fabricação de diversos compostos.
Unidade 4 219
etores
Benefícios econômicos
Benefícios sociais
220
Processos de Engenharia Biológica
reúso na aquicultura.
Irrigação de pomares,
cereais, forragens,
pastagem para gados e Coliformes Termotolerantes <
Classe 4 outros cultivos, através de 500NMP/100ml
escoamento superficial ou Oxigênio dissolvido >2,0mg/L
por sistema de irrigação
pontual
Unidade 4 221
Universidade do Sul de Santa Catarina
222
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 223
Universidade do Sul de Santa Catarina
224
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 225
Universidade do Sul de Santa Catarina
226
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 227
Universidade do Sul de Santa Catarina
Onde:
228
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 229
Universidade do Sul de Santa Catarina
230
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 231
Universidade do Sul de Santa Catarina
232
Processos de Engenharia Biológica
Tecnologia
As indústrias têm a necessidade de buscar e desenvolver novas
tecnologias visando à reutilização de água com baixo custo e de
maneira segura, para a manutenção da confiabilidade da planta e
da qualidade do produto.
Unidade 4 233
Universidade do Sul de Santa Catarina
234
Processos de Engenharia Biológica
Síntese
Unidade 4 235
Universidade do Sul de Santa Catarina
Atividades de autoavaliação
236
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4 237
Universidade do Sul de Santa Catarina
238
Processos de Engenharia Biológica
Saiba mais
Se você desejar, aprofunde os conteúdos estudados nesta unidade,
ao consultar as seguintes referências:
Unidade 4 239
Para concluir o estudo
244
MESQUITA, A. C. Uso das técnicas de oxidação química e
biodegradação na remoção de alguns compostos orgânicos
recalcitrantes. [Rio de Janeiro] 2004 XIII, 158 p. COPPE/UFRJ, D.Sc.,
Engenharia Civil, 2004. Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro,
COPPE
NÓBREGA, R.P. (2007). Investigação de dioxinas, furanos e
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos no material particulado
e gases emitidos por motores Diesel. Faculdade de Saúde Pública.
Universidade de São Paulo. SP. 117p.
NUNES, J.A. (1996) - Tratamento Físico Químico de Águas Residuárias
Industriais. 2ª edição Editora J. Andrade.
PELCZAR, Michael J. et al. Microbiologia conceitos e aplicações:
características dos gruos de fungos. 2.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2009. Cap. 3, p. 52-66. (Volume 1 – 2ª Edição).
PELTOLA J., YLÄ-MONONEN, L. (2000). Pentabromodiphenyl ether as a
global POP. Finnish Environment Institute, Chemical Devision, Sweden.
SANTAMARTA, JOSÉ. Por um futuro sem contaminantes orgânicos
persistentes. Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent. Porto Alegre, v.2, n.1, jan./
mar.2001.
SCHMIDELL, W. SOARES, H.M.; ETCHEBEHERE,C. et al. Tratamento
biológico de águas residuárias. Florianópolis: Comissão editorial -
Editora Tribo da Ilha, 2007.
SCHMIDELL, W.; LIMA, U. A. AQUARONE, E.; BORZANI, W. (2001).
Biotecnologia industrial – engenharia bioquímica. Volume 2. Editora
Blucher. São Paulo, SP. 544 páginas.
SILVA, R. Valorização de resíduos orgânicos –implementação do
Processo Kompogas. Universidade do Algarve. Disponível em: <www.
ceifaambiente.net/portugues/arquivo/...a.../download>. Acesso em: jul.
2010.
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE. C.L. Microbiologia. 6.ed. Tradução.
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 543 p.
VIEIRA, A. R.; SAMUEL, L.C.; BARRÊTO, S.R. Cadernos de Educação
Ambiental Água para Vida, Água para Todos: Livro das Águas
/ coordenação – Brasília: WWF-Brasil, 2006. Disponível em: <http://
www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/publicacoes_educacao_
ambiental/?2986>. Acesso em: out. 2010.
245
Sobre a professora conteudista
Unidade 1 - Respostas:
1. Cuidados diários, como o de purificação da água, a
pasteurização do leite e a preservação dos alimentos
são muito importantes para o controle das populações
microbianas, trazendo grandes benefícios para a população.
Os principais motivos para se desenvolver o controle de
micro-organismos são basicamente:
1 - prevenir a transmissão de doenças e infecções;
2 - prevenir a contaminação ou crescimento de micro-
organismos nocivos;
3 - prevenir a deterioração e dano de materiais por micro-
organismos.
2. Os principais grupos de micro-organismos são os
protozoários, fungos, algas e bactérias. Os vírus, apesar de
não serem considerados vivos, têm algumas características
de células vivas e, por isso, são estudados como micro-
organismos.
Bactérias: (do grego bakteria, bastão) são organismos
unicelulares, procariontes (não possuem envoltório nuclear,
nem organelas membranosas). Seu domínio filogenético
é Bactéria. Podem ser encontrados na forma isolada ou
em colônias. Podem viver na presença de ar (aeróbias),
na ausência de ar (anaeróbias), ou ainda ser anaeróbias
facultativas. Sua morfologia é baseada na forma e no arranjo
celular.
Fungos: são micro-organismos eucarióticos
quimiorganotróficos. Reproduzem-se, naturalmente, por meio
de esporos, com poucas exceções. Além disso, a maioria das
partes de um fungo é potencialmente capaz de crescimento.
Um minúsculo fragmento é suficiente para originar um novo
indivíduo. São geralmente aeróbios, podendo, em alguns
casos, como as leveduras, ser aeróbios facultativos.
Protozoários: são organismos eucariotos, na maioria das vezes,
unicelulares. Ingerem partículas alimentares, não apresentam parede
celular rígida e não contêm clorofila.
Protozoários são organismos quimiorganotróficos (heterotróficos).
A maioria dos protozoários é de vida livre e aquática. Podem ser
encontrados na água doce, salobra ou água salgada, levam vida livre
também em lugares úmidos, rastejando pelo solo ou sobre matéria
orgânica em decomposição. No entanto algumas espécies levam
vida parasitária nos organismos de diversos hospedeiros e, assim,
passam a maior parte da vida parasitando diversas espécies de seres
vivos, causando-lhes muitas doenças. São aeróbios obrigatórios. Os
protozoários parasitas são de particular interesse nas ciências da saúde.
Muitos vivem em ambientes aquáticos e formam cistos (estrutura
de resistência e latência dos protozoários), quando as condições
ambientais não são favoráveis.
Algas: compreendem vários grupos de seres vivos aquáticos e
autotróficos, ou seja, que produzem a energia necessária ao seu
metabolismo através da fotossíntese. São consideradas semelhantes
às plantas, porque contêm o pigmento verde clorofila que participa
do processo de fotossíntese e apresentam uma parede celular
rígida. Algas Procariontes (do Reino Monera ou Bactéria). As mais
importantes são as “algas azuis” ou cianofíceas, modernamente
classificadas como Cianobactéria como uma divisão dentro do
domínio Eubactéria ou “verdadeiras” bactérias (ou reino Monera).
Foram dos primeiros seres vivos a aparecer na Terra, com o mais antigo
fóssil datado em 3.800 milhões de anos (Pré-Câmbrico). Acredita-se
que tiveram um papel preponderante na formação do oxigênio da
atmosfera.
Vírus: os vírus são estruturas que representam o limite entre as formas
vivas e as inanimadas. Apresentam as estruturas mais simples, são
muito menores que as bactérias. Trata-se de “parasitas intracelulares
obrigatórios”. Diferentemente das células, os vírus contêm somente
um tipo de ácido nucleico, RNA ou DNA, que é circundado por um
envelope proteico ou capa. Devido à ausência de componentes
celulares necessários ao metabolismo ou reprodução independente, os
vírus podem multiplicar-se somente dentro de células vivas.
250
Unidade 2 - Respostas:
1.
a. Micro-organismos emergentes são aqueles para os quais a atenção e/
ou preocupação de médicos, especialistas e/ou epidemiologistas têm-
se voltado a partir de períodos mais ou menos recentes. Assim, podem
constituir espécies recém-descobertas ou organismos já conhecidos/
identificados, porém cuja capacidade de infectar seres humanos e lhes
ser patogênicos apenas agora se descobriu.
b. Alguns exemplos podem ser os gêneros Cryptosporidium e Giardia.
c. Durante a disciplina abordamos o caso do Caruaru, Pernambuco - Água
utilizada em hemodiálise contaminada com cianobactérias. Mas o aluno
pode citar outro.
d. A eutrofização artificial produz mudanças nas qualidades da água,
incluindo a redução de oxigênio dissolvido, perda das qualidades
cênicas, aumento do custo de tratamento, morte extensiva de peixes e
aumento das incidências de florações de microalgas e cianobactérias.
Estas florações ou bloom se caracterizam pelo intenso crescimento
desses micro-organismos na superfície da água, formando uma densa
camada de células com vários centímetros de profundidade, com
consequências relacionadas com a Saúde Pública.
2. C; D; A; B; E
251
Unidade 3 - Respostas:
1. Biodigestão aeróbia - Em condições aeróbias, a digestão microbiana da
matéria orgânica produz água (H2O) e dióxido de carbono (CO2).
Biodigestão anaeróbia - Em condições anaeróbias, a ação de vários
grupos de micro-organismos forma como produtos finais o metano
(CH4), dióxido de carbono (CO2) e água.
2.
a. A biotecnologia em um primeiro momento serviria para remediar
(BIORREMEDIAÇÃO - refere-se ao uso de micro-organismos para
detoxificar áreas contaminadas) o problema de transmissão de
doenças, através do tratamento adequado de efluentes. Num
segundo momento, caso o primeiro não fosse bem-sucedido, seria o
biotratamento através de técnicas que retirem os micro-organismos do
efluente (BIODEGRADAÇÃO - refere-se à transformação de moléculas
xenobióticas por micro-organismos aeróbicos – compostagem – e
anaeróbicos – biogás).
252
5.
a. Biotecnologia clássica utiliza células biológicas ou parte delas (enzimas,
por exemplo) livres ou imobilizadas. Na biotecnologia moderna são
utilizados gens ou modificações genéticas.
b. Nas últimas décadas, os desenvolvimentos científicos na área da
biologia e da bioengenharia, especialmente aqueles focados na
indústria farmacêutica e na medicina, promoveram uma verdadeira
revolução na forma como a sociedade percebe as biotecnologias
(EFB, 1999a; SCULLY, 2003). Os OGMs (organismos geneticamente
modificados) já são uma parte integral e essencial de muitas
atividades industriais, como a produção de biocombustíveis, que
busca tornar sua produção competitiva através da incorporação
de micro-organismos mais eficazes em seus processos produtivos.
(BOSTON GLOBE, 2006). Importantes iniciativas existem para estimular
o desenvolvimento da biotecnologia ambiental, como o projeto
Biomac, patrocinado pela Administração Federal Suíça, que busca
alavancar técnicas de construção e operação de um biorreator para
a cultura em massa de micro-organismos selecionados. (ARAMIS,
2006). Na área da biotecnologia médica, o polo de competitividade
Bioméditerranée (Le Biocluster de Provence Alpes Côte d’Azur) foi
criado pelo governo regional francês para estimular o desenvolvimento
na área da biotecnologia aplicada, cujo modelo de aproximação
multissetorial é igualmente aplicável à área ambiental. (ASSOCIATION
BIOMÉDITERRANÉE, 2007).
253
Unidade 4 - Respostas:
1. As substâncias químicas emitidas de um incinerador causam uma
variedade de problemas na saúde humana, incluindo impactos no
sistema reprodutivo e imunológico, abortos expontâneosespontâneos,
doenças respiratórias, diabetes, disfunção hormonal e câncer.
2. Os agentes poluidores são inúmeros, podendo ir desde o mercúrio
empregado no garimpo e os agrotóxicos agrícolas, passando pelos
esgotos residenciais e industriais, até as chuvas ácidas e os materiais
sintéticos não -biodegradáveis, como o plástico e o óleo despejado
pelos navios petroleiros. Dioxinas, Furanos, PHAs, etc. O monóxido
de carbono é produzido, sobretudo, pelos automóveis, pela
indústria siderúrgica e pelas refinarias de petróleo. Outros poluentes
atmosféricos são os: hidrocarbonetos, aldeídos, óxidos de azoto, óxidos
de ferro, chumbo e derivados, silicatos, flúor e derivados, entre outros.
3. Oito principais problemas ambientais ou oito temas centrais para o
futuro hídrico do planeta:
1) mudanças globais;
2) perda de diversidade biológica;
3) depleção estratosférica de ozônio;
4) degradação de recursos hídricos;
5) desertificação e degradação do solo;
6) desmatamento e uso não sustentável de florestas;
7) degradação de recursos do mar e do ambiente marinho;
8) poluentes orgânicos persistentes (POPs).
4.
- Proteção dos mananciais e das bacias hidrográficas.
- Tratamento de esgotos e de águas rejeitadas por indústrias.
- Tratamento e disposição do lixo doméstico, industrial e de construção
civil.
- Controle da poluição difusa.
- Treinamento de gerentes, técnicos ambientais e de recursos hídricos.
- Educação sanitária da população.
- Programas de mobilização comunitária e institucional.
254
Biblioteca Virtual
Unidade 1
258
Processos de Engenharia Biológica
Figura 1.15 - Forma de infecção e multiplicação do vírus Influenza em uma célula humana.
Fonte: Disponível em: <http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/virus_container/virus.html>.
Acesso em: 20 ago. 2010.
Figura 1.17 - Bolor contaminando a laranja (a). Macromorfologia do fungo causador (Penicillium sp.) e
(c) estrutura do fungo ao microscópio ótico.
Fonte: Elaboração do autor, 2010.
ANEXOS 259
Universidade do Sul de Santa Catarina
260
Processos de Engenharia Biológica
Figura 1.20 - Alguns tipos de Protozoários encontrados em água salgada e água doce.
Fonte: Disponível em: <http://www.tratamentodeagua.com.br/r10/Biblioteca_Detalhe.
aspx?codigo=96&topico=654>. Acesso em: 28 ago. 2010.
ANEXOS 261
Universidade do Sul de Santa Catarina
262
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 2
ANEXOS 263
Universidade do Sul de Santa Catarina
264
Processos de Engenharia Biológica
Figura 2.6 - Contagem em placas, demonstrando a diluição seriada e a inoculação em meio de cultivo
sólido. Fonte: Disponível em: <http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/crescimento/crescimento.
html#fatores>. Acesso em: 27 set. 2010. Adaptação do autor.
ANEXOS 265
Universidade do Sul de Santa Catarina
Figura 2.9 - Técnica dos Tubos Múltiplos Cromogênios (caldo Chromocult Enterococci®, da MERCK)
demonstrando positividade (mudança de cor de amarelo para verde) na presença de grupo
Enterococcus. Fonte: Machado, 2004, p. 82.
266
Processos de Engenharia Biológica
Figura 2.10 - Prova bioquímica Rugai Modificado (IMVC- indol, vermelho-de-metila, Voges-
Proskauer-citrato), da colônia isolada de Pseudomonas aeruginosa. Fonte: MACHADO, 2004, p. 79.
ANEXOS 267
Universidade do Sul de Santa Catarina
Unidade 3
Gráfico 3. 3 - Ensaio de degradação de HPAs utilizando as cepas isoladas da Praia da Ribeira (RJ).
Fonte: MESQUITA, 2004, p.83.
268
Processos de Engenharia Biológica
Unidade 4
ANEXOS 269