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O
O Touro
O Touro Ápis
Touro Ápis
Ápis
Introdução
Touro Ápis O MAIS VENERADO e o mais
Touro Mnévis célebre dos animais sagrados é, sem
Touro Buchis nenhuma dúvida, o touro Ápis (Hep em
Babuíno egípcio). Os antigos egípcios
Chacal consideravam-no como a expressão
Lobo mais completa da divindade sob a
Íbis forma animal e represetaram-no muitas
Leoa vezes como, por exemplo, nesta
Gata estatueta que se vê ao lado.
Falcão Diferentemente de outras divindades,
era sempre representado na forma
Sol no Horizonte animal e nunca na forma humana com
cabeça animal. Ele encarnava, ao
Hórus de Edfu mesmo tempo, os deuses Osíris e Ptah.
Hórus Antigo O culto do touro Ápis, em Mênfis,
Hórus Menino existia desde a I dinastia pelo menos.
Também em Heliópolis e Hermópolis
Hórus, Filho este animal era venerado desde tempos
de Ísis remotos.
Olho de Hórus
Filhos de Hórus
ANTIGA DIVINDADE AGRÁRIA, simbolizava a força vital da natureza e sua força geradora.
Dizia a lenda que Ptah, sob a aparência de fogo celeste, engravidou uma vaca virgem que concebeu
Deus da Guerra
um touro preto, o qual se tornou o porta-voz ou o duplo de Ptah. Esse touro negro sagrado de
Leão
Mênfis deveria ter certos sinais ou manchas: na fronte, uma mancha branca quadrada; no dorso, a
Escaravelho
figura dum abutre ou duma águia; sob a língua, um nó em forma de escaravelho; os pêlos da cauda
numa mescla de branco e preto e, enfim, um crescente branco sobre o lado direito do corpo.
Carneiro de Amon
Encontrado um bezerro com tais características pelos sacerdotes especiais chamados os Bastões de
Ápis, o animal era conduzido a Mênfis em uma barca dourada e em grande pompa, depois de ter sido
Carneiro de Khnum
nutrido unicamente por mulheres durante 40 dias. Uma vez entronizado cerimoniosamente, vivia no
seu santuário, ao lado do deus Ptah, a mais importante divindade menfita, da qual era tido como o
Rã
arauto, a imagem viva. Sua mãe, um animal também reverenciado, era sua esposa legítima, mas
Escorpião
tinha também vacas concubinas cuidadosamente escolhidas.
Deus Terra
Guardião dos DISTRIBUIA ORÁCULOS, recebia oferendas, participava de procissões. Um festival dedicado
Horizontes ao deus se estendia por sete dias. O povo se reunia em Mênfis para ver os sacerdotes conduzirem o
animal sagrado numa procissão de louvor em meio da acolhedora multidão. Enquanto vivia era
Pássaro Alma alimentado com iguarias, cumulado de honras. A partir do Período Saíta, iniciado em 664 a.C., os
Fênix oráculos alcançaram grande popularidade. Um dos mais procurados era justamente o do touro Ápis,
Bode em Mênfis. Além de se acreditar que qualquer criança que aspirasse a respiração do animal seria
Crocodilo capaz de predizer o futuro, também se interrogava o próprio touro. O indivíduo que consultava o
Hipopótamo oráculo postava-se diante do animal e fazia a sua pergunta. A resposta do deus que o animal
Vaca encarnava podia vir de várias maneiras. Por exemplo, o bovino podia aceitar ou não a comida que lhe
Peixes ofereciam; podia, também, entrar ou não em uma determinada sala e cada uma de tais atitudes seria
Abutre um agouro bom ou mau, conforme estabelecido anteriormente pelos sacerdotes.
Naja da Colheita
A O MORRER,
http://www.fascinioegito.sh06.com/boiapis.htm ERA mumificado, fechado num 1/4
5/3/2014 O Touro Ápis
Naja da Colheita
AO MORRER, ERA mumificado, fechado num
Naja do Cume do sarcófago, submetido a ritos funerários que se
Ocidente estendiam por 60 dias, tomava lugar numa tumba, ao
lado de seus predecessores, enfim, era enterrado
Serpente Uraeus como se fosse um príncipe. Quando um dos
animais sagrados morria — nos diz o historiador
Serpente Apófis grego Diodoro de Sicília — era envolvido em um
sudário; e, golpeando-se o peito e lançando
Serpente Defensora gemidos, conduziam-no à casa dos
embalsamadores. Logo se preparava seu corpo
Serpentes do com o azeite de cedro e outras substâncias
Inferno adequadas à conservação; era depositado depois
em caixas sagradas. Nessa ocasião, o povo inteiro
Glossário ficava de luto, que só cessava quando os sacerdotes
encontrassem um touro com as mesmas
características daquele que havia falecido. Um
templo menfita que abrigava grandes estelas de
alabastro era o local no qual os touros eram
embalsamados. Após a preparação do corpo e dos
órgãos internos, o animal, numa posição agachada,
era envolto em intrincadas bandagens. Eram inseridos
olhos artificiais, seu chifre e face ou eram dourados
ou cobertos com uma máscara de folhas de ouro e o
animal era coberto com uma mortalha. Na figura acima vemos uma estatueta em bronze do sagrado
touro Ápis, conservada no Museu Britânico de Londres. Observe o disco solar entre os chifres.
ATÉ A XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.) cada um desses touros sagrados tinha sua sepultura
particular. Foi Ramsés II (c. 1290 a 1224 a.C.), faraó já da XIX dinastia, quem mandou sepultá-los
em uma câmara mortuária comum, conhecida como Serapeum, nome derivado da palavra grega
Serápis, uma catacumba precedida por uma avenida de esfinges.
QUANDO PTOLOMEU I (304 a 284 a.C.) assumiu o controle do Egito, criou uma nova
divindade, numa tentativa de unificar os gregos e os egípcios pelo estabelecimento de um deus que
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divindade, numa tentativa de unificar OosTouro Ápis
gregos e os egípcios pelo estabelecimento de um deus que
fosse familiar às duas culturas. Essa nova divindade foi chamada de Serápis (Osíris-Ápis) e
combinava características dos deuses gregos Zeus, Asclépio e Dionísio com as do deus egípcio Osíris
e as do culto do sagrado touro Ápis. Sua aparência era grega: um homem barbado e de cabelos
encaracolados, usando algo semelhante a um moderno vaso de flores na cabeça. Mas também tinha
algumas das características do touro Ápis e um nome egípcio. Era encarado pelos egípcios como um
deus da fertilidade e do mundo subterrâneo e tolerado por eles, mas não verdadeiramente aceito.
Nessa época, embora em vida o touro fosse considerado uma encarnação de Ptah e as efígies de
Ápis continuassem a trazer o disco solar entre os chifres, após a morte o animal era comparado a
Osíris (sua veste negra lembrava a cor do deus) e adorado sob o novo nome e aspecto, tendo se
tornado o deus nacional do Egito durante o Período Ptolomaico (304 a 30 a.C.).
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