SIMULADO DE PORTUGUÊS – CESPE/CEBRASPE
Prof. Fernando Pestana
Polícia Rodoviária Federal completa
90 anos salvando vidas
Há poucos dias, ocorreu uma justa homenagem
na Câmara dos Deputados à Polícia Rodoviária Federal, a
chamada PRF, por nove décadas de atuação nas nossas
estradas e rodovias.
A PRF foi criada em 24 de julho de 1928, pelo
então Presidente Washington Luís, grande incentivador
da construção de rodovias, tanto que é dele a famosa
frase “Governar é abrir estradas!”. Ele percebeu também
que, com o aumento do uso de veículos, nascia a
necessidade de organizar o trânsito, fiscalizar e também
apoiar os usuários das estradas.
O primeiro passo foi a criação da Polícia das
Estradas e, sete anos depois, em 23 de julho de 1935,
surgiu o primeiro núcleo de servidores que deram origem
a nossa PRF, data que marca o Dia do Policial
Rodoviário Federal.
Atualmente são 10 mil homens e mulheres
cuidando de 65 mil quilômetros de rodovias de um país-
continente. Originalmente criada como polícia de
trânsito, hoje a PRF enfrenta vários desafios, desde
cuidar da circulação e segurança do tráfego nas rodovias,
até o combate à criminalidade, em particular o tráfico de
drogas, contrabando, roubo de cargas, crimes ambientais,
exploração de crianças nas estradas...
(...)
Mais de 80% das pessoas aprovam a atuação da
PRF e entendem sua importância. Na recente paralisação
dos caminhoneiros, a PRF foi essencial para a
manutenção da democracia, intervindo com rigor mas
responsabilidade quando teve que atuar, evitando que o
eventual uso político do movimento pudesse causar
conflitos que nada tinham a ver com os interesses e
pleitos dos próprios caminhoneiros.
Naturalmente que o Governo precisa apoiar a
PRF cada vez mais; entretanto, a sociedade também
precisa participar desse processo – até porque ela é a
maior beneficiada da presença de uma polícia bem
treinada, equipada e disposta a cumprir sua função com
seriedade e dedicação. Cada cidadão pode contribuir
respeitando as leis do trânsito quando está nas rodovias,
reconhecendo o trabalho dos policiais rodoviários bem
como informando a própria PRF de eventuais desvios de
comportamento dos que não honram a farda da
instituição.
A valorização do Policial Rodoviário Federal
não passa apenas pela estrutura, viaturas, condições de
trabalho e remuneração, é fundamental o reconhecimento
da opinião pública para que continuem atuando cada vez
melhor em prol dos brasileiros e da segurança viária. Aos
nossos governantes de hoje e do futuro, é importante
lembrar, como diria Washington Luís, que governar é
construir estradas, mas também garantir a segurança de
quem por elas circula.
(Texto adaptado de http://estradas.com.br/policia-rodoviaria-federal-
completa-90-anos-salvando-vidas/)
No que se refere aos sentidos e às estruturas linguísticas
do texto, julgue os itens a seguir.
1 Infere-se do texto que a PRF é, em sua origem,
uma corporação governamental incumbida da
manutenção da ordem pública, fiscalização e prevenção
do trânsito para garantir a segurança pública da
coletividade através do exercício do poder de polícia.
2 A atuação política da PRF impediu que a
manifestação dos caminhoneiros gerasse desordem nas
estradas.
3 O papel do cidadão junto à PRF foi sublinhado
pelo autor, o qual enfatizou seu próprio compromisso
com o cumprimento das determinações rodoviárias.
4 O objetivo do texto, de caráter
predominantemente narrativo, é relatar os feitos da PRF,
em sua história de nove décadas, em prol da sociedade.
5 Nos trechos “Naturalmente que o Governo
precisa apoiar a PRF cada vez mais” (6º parágrafo) e “é
importante lembrar, como diria Washington Luís, que
governar é construir estradas” (7º parágrafo), o vocábulo
que tem papéis distintos nas frases.
6 O verbo ocorrer mantém a mesma relação
sintática com “uma justa homenagem” (1º parágrafo) tal
qual abrir mantém com “estradas” (2º parágrafo).
7 A ausência do sinal indicativo de crase presente
no segmento “surgiu o primeiro núcleo de servidores que
deram origem a nossa PRF” só implicaria desvio
gramatical se “nossa” e “PRF” estivessem no plural.
8 O segundo período do quarto parágrafo apresenta
desvio de paralelismo sintático, podendo ser reescrito
corretamente assim: Originalmente criada como polícia
de trânsito, hoje a PRF enfrenta vários desafios, desde
cuidar da circulação e segurança do tráfego nas rodovias,
até combater a criminalidade, em particular o tráfico de
drogas, contrabando, roubo de cargas, crimes ambientais,
exploração de crianças nas estradas...
9 A preposição “a” poderia ser substituída pelo
“que”, sem prejuízo da correção e coesão, em “conflitos
que nada tinham a ver com os interesses e pleitos dos
próprios caminhoneiros”.
10 No último parágrafo, a locução conjuntiva “para
que” poderia ser substituída por a fim de, sem alteração
do sentido e da correção.
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“Algumas formas de virtudes são chamadas de virtudes
intelectuais e outras, de virtudes morais. A sabedoria e o
entendimento e a prudência são virtudes morais. Ao
descrevermos o caráter moral de alguém, não dizemos
que se trata de alguém sábio ou capaz de entendimento,
mas que é uma pessoa moderada ou sóbria. Mas um
homem sábio também é louvado por sua disposição e
chamamos de virtudes as disposições dignas de louvor.
(Trecho retirado de http://socientifica.com.br/2017/11/etica-aristotelica-
como-alcance-da-felicidade/)
A partir das ideias e das estruturas linguísticas do texto
acima, julgue os itens que se seguem.
11 O autor do texto não considera como virtudes
morais a intelectualidade e a sobriedade.
12 O emprego da vírgula no primeiro período tem
um papel coesivo de retomada.
13 Mantêm-se o sentido original e a coerência a
seguinte reescrita do trecho “Ao descrevermos o caráter
moral de alguém, não dizemos que...”: “Contanto que
descrevamos o caráter moral de alguém, não dizemos
que...”.
14 A partícula “se” ligada ao verbo “tratar” indica
uma indeterminação do sujeito.
15 A correção gramatical e as informações gerais do
texto seriam preservadas caso o último período fosse
assim reescrito: Não obstante, também se louva um
homem sábio devido a sua disposição, designando
virtudes as disposições dignas de louvor.
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Para além da curva da estrada
Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte
qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva
da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos
saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.
(Poema de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa; texto retirado
de http://arquivopessoa.net/textos/2666)
Julgue as afirmações que seguem com base no texto
acima.
16 Da ideia principal do texto, podemos concluir
que o eu lírico nos incentiva a não nos preocupar com o
futuro, fazendo-nos louvar e aproveitar o tempo presente.
17 Na voz passiva, o autor poderia transpor o
segmento “E para aquilo que não vejo” da seguinte
maneira: E para aquilo que por mim não tem sido visto.
18 O vocábulo “bastante”, por ser adjetivo, poderia
ser substituído por suficiente, sem alteração de ordem
semântica.
19 Se o termo alguém fosse substituído por pessoas
e o verbo haver fosse substituído por existir no trecho
“Se há alguém para além da curva da estrada”, teria de
haver adaptações quanto à concordância, que não
implicariam outras mudanças no texto.
20 Os vocábulos Além, há e só recebem acento pela
mesma justificativa.

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GABARITO 10- E
11- E
1- C 12- C
2- E 13- E
3- E 14- C
4- E 15- C
5- C 16- C
6- E 17- E
7- E 18- C
8- C 19- E
9- C 20- E
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