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ASPECTOS PRÉ-OPERATÓRIOS
Diante da necessidade de atuação na área ginecológica, devem-se salientar
aspectos específicos de algumas intervenções, como se segue:
- Não é aconselhável a realização de cirurgias vaginais extensas no período
pré-menstrual, pois a grande congestão vascular pélvica que ocorre neste período,
causa maior sangramento.
- A melhor fase para posterior cicatrização é a pré-ovulatória ou estrogênica (1ª
fase do ciclo).
- Nas cirurgias vaginais recomenda-se lavagem prévia do local e preparo
intestinal baixo.
- A sondagem vesical de rotina é necessária.
- Em casos duvidosos pode-se dispor do toque vaginal sob narcose.
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VIAS DE ACESSO
Na cirurgia ginecológica existem três vias de acesso para os procedimentos
ginecológicos: vaginal, abdominal e combinada (associação da via vaginal com a
via abdominal). De importância para a cirurgia geral destaca-se a via abdominal.
O tipo de incisão abdominal a ser empregada deve considerar os seguintes
requisitos:
- Exposição adequada;
- Simplicidade para o procedimento;
- Conforto pós-operatório para o paciente;
- Considerações estéticas;
- Presença de cicatriz anterior;
- Doença pélvica.
Os seguintes tipos de incisão são mais utilizados pelo ginecologista:
- Incisão mediana: utilizado com muita freqüência devido à facilidade de
acesso e a possibilidade de ampliação da incisão se esta se tornar insuficiente.
Permite uma boa exposição operatória.
- Pfannenstiel: é uma incisão transversa de aproximadamente 10 a 15cm,
acima 2cm de púbis com ligeira concavidade voltada para cima. É uma boa via de
acesso para os órgãos pélvicos, tendo ainda a vantagem estética.
- Cherney: é uma incisão transversa de aproximadamente 10 a 15cm,
acima 5cm da sínfise púbica. Proporciona mais amplitude ao campo operatório
devido à secção transversa dos tendões do músculo reto abdominal. Na incisão
tipo Pfannenstiel o músculo reto abdominal é divulsionado na linha média.
- Incisão transversa interilíaca: É uma incisão transversa em forma de arco
com concavidade para cima, indo de uma a outra espinha ilíaca antero superior.
Indicado nas grandes intervenções ginecológicas, como carcinomas, onde o
cirurgião necessita de uma incisão que proporcione acesso amplo.
- Incisão oblíqua lateral: é uma incisão transversa à espinha ilíaca antero
superior. Utilizado para drenagem de abscessos das doenças inflamatórias pélvicas
que não apresentam local de punção e fundo de saco de Douglas. Pode ser
realizado do lado direito ou esquerdo.
- Incisão pararretal: é uma incisão longitudinal a 2cm do bordo externo do
músculo reto abdominal. Abre-se a aponeurose e separa-se o músculo reto
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INDICAÇÕES
Indicam-se as cirurgias ginecológicas de forma eletiva e de urgência.
Logicamente, as cirurgias de urgência são de maior interesse para o cirurgião
geral, uma vez que as eletivas possuem tempo hábil de encaminhamento ao
ginecologista. Nesse sentido, os quadros abdominais agudos destacam-se por sua
elevada freqüência, e são listados abaixo:
I) Quadros Hemorrágicos
1- Gestação ectópica
2- Hemorragia ovárica
a. folículo (ruptura de cisto folicular)
b. corpo lúteo (ruptura de cisto de corpo lúteo)
3- Rotura de cisto endometrial
4- Abortamento
II) Alterações Isquêmicas
1- Torção de tumores
a. ovarianos
2- Degeneração de nódulo de mioma
III) Inflamatório
1- Doença inflamatória pélvica aguda
DIAGNÓSTICO
O tratamento pode ser ambulatorial nos casos leves. Requer internação nos
quadros moderados e severos, para tratamento com antibiótico, e no caso de
abscesso tubo-ovariano roto, a indicação cirúrgica imediata, com drenagem de
abscessos de fundo de saco ou laparotomia.
Deve-se levar em conta que, atualmente, a maioria das doenças
ginecológicas que necessitam de tratamento cirúrgico podem ser abordadas pelo
acesso vídeo-laparoscópico, com excelentes resultados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. Lees HD, Singer A. A Colour Atlas of Gynaecological Surgery. Wolfe Publications, London,
1987.
3. Berek JS, Adashi EY, Hillard PA. Novak´s Gynecology, 12th ed, Baltimore, Williams &
Wilkins, 1996.
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Quadro abdominal
agudo em mulher
Anamnese
Exame Físico
Rotina Laboratorial
Exames de Imagem (USG)
Urgência
Encaminhar ao
Ginecologista
Conduta de acordo com o Diagnóstico
Cirurgião Geral ou Cirurgião Geral +
Ginecologista
Abortamento Gestação
Torção Ectópica
Anexial
Laparotomia ou
Laparocopia
Controle do Curetagem
sangramento ou Expectante ou Cirurgia Radical
aspiração Cirúrgico (Salpingectomia)
Conservador