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000005-0
Interessado: Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Congonhinhas
Assunto: Consulta
Senhor Promotor
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Inclusive quanto à existência de equipe técnica interdisciplinar própria, assim como programa de atendimento
adequado às normas técnicas aplicáveis, devidamente registrado no CMDCA local.
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Cf. art. 100, par. único, inciso III, da Lei nº 8.069/90.
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Valendo neste sentido mencionar o disposto nos arts. 5º, 208 e 216, da Lei nº 8.069/90.
com o CMAS), a aprovação do "Plano Municipal de Efetivação do Direito à
Convivência Familiar"6.
Caso se opte pela criação de uma entidade oficial (governamental) de
acolhimento institucional, será necessário a contratação, via concurso público, de
todos os servidores que nela irão atuar (tanto os "educadores sociais" quanto a
equipe técnica própria)7, sem prejuízo da possibilidade, em havendo pouca
demanda, de tais recursos humanos serem utilizados para realização de ações de
prevenção e outras voltadas ao fortalecimento de vínculos 8.
Neste caso, seria necessário celebrar um "Consórcio Intermunicipal", nos
moldes do disposto na Lei nº 11.107/2005, devendo a forma como serão distribuídas
as responsabilidades, inclusive quanto à contratação dos servidores necessários ao
funcionamento da entidade, ser debatida entre os gestores públicos dos municípios
convenentes, com o suporte de suas respectivas assessorias jurídicas (não será o
Ministério Público que irá indicar como será feita a "divisão de tarefas" entre os
municípios, podendo quando muito indicar os parâmetros normativos que devem ser
seguidos, como forma de evitar possíveis irregularidades).
Em qualquer caso, é fundamental que haja previsão, na proposta
orçamentária do município para 2015 e exercícios subsequentes, dos recursos
necessários à implementação da política pública mencionada, com todos os seus
desdobramentos (das ações de prevenção ao atendimento das famílias dos
acolhidos, passando pela oferta de alternativas ao acolhimento, custeio da
manutenção de crianças e adolescentes em entidades particulares e/ou sediadas
em outros municípios ou criação da entidade oficial e contratação de servidores para
execução do programa respectivo), devendo para tanto ser observado o princípio
constitucional da prioridade absoluta à criança e ao adolescente (art. 227, caput, da
Constituição Federal), com todas as implicações previstas no art. 4º, caput e par.
único, da Lei nº 8.069/90.
Se o "quantum" de recursos públicos que para tanto se fizer necessário
ainda não tiver sido determinado, devem, ao menos, ser criadas "rubricas"
orçamentárias próprias no orçamento dos órgãos públicos corresponsáveis pelas
ações respectivas (com ênfase para assistência social), de modo que, tão logo
aprovado o "Plano de Atendimento" e definido o montante necessário à sua
execução, seja efetuada a adequação orçamentária correspondente, que pode ser
promovida pelo próprio Prefeito (remanejando os recursos previstos no orçamento
de áreas não prioritárias), sem necessidade de alteração legislativa.
Por fim, ainda que se opte pela celebração de convênios (ao invés da
criação de entidade própria de acolhimento), seria importante a definição, junto à
administração local, de um órgão ou setor responsável pelo "gerenciamento" da
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Nos moldes do que ocorre com outros Planos de Atendimento, como é o caso do “Plano Municipal de
Atendimento Socioeducativo”.
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O concurso público é necessário não apenas por ser esta a regra instituída pela Constituição Federal para
contratação de servidores públicos em geral, mas também porque o acolhimento institucional se trata de um
serviço público de caráter permanente, que exige, para sua execução, profissionais devidamente habilitados, que
possuam uma qualificação técnica mínima, a ser definida no edital do concurso. Deverá ser observado, ademais,
o disposto nas “Orientações Técnicas para Serviço de Acolhimento” aprovadas por resolução conjunta do
CONANDA e do CNAS.
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É perfeitamente possível que os editais do concurso façam referência à possibilidade de tais servidores e
técnicos desenvolverem atividades em outros programas desenvolvidos pelo município.
politica de atendimento já referida 9, com a identificação (e eventual contratação) de
técnicos de sirvam de "referência" para o Sistema de Justiça, Conselho Tutelar e
outros integrantes da "rede de proteção" à criança e ao adolescente local sempre
que se cogitar do acolhimento, de modo que, como dito, possam ser acionados a
qualquer momento (dentro ou fora do expediente, inclusive nos finais de semana e
feriados), sempre que se fizer necessário, efetuando o imediato acolhimento (e o
eventual encaminhamento do adolescente à entidade conveniada - que deve ser
efetuado por serviço próprio, em veículo adequado - e não pelo Conselho Tutelar,
vale dizer), sem prejuízo de uma avaliação preliminar acerca da adequação da
medida à luz das normas e parâmetros aplicáveis, tanto técnicos quanto jurídicos (o
que serviria para evitar, inclusive, certos acolhimentos arbitrários por vezes
efetuados pelo Conselho Tutelar, em violação ao disposto nos arts. 101, §2º e 136,
par. único, da Lei nº 8.069/90 - além dos princípios relacionados no art. 100, caput e
par. único, do mesmo Diploma Legal).
Vale também lembrar que, na página do Centro de Apoio Operacional das
Promotorias da Criança, do Adolescente e da Educação na internet, temos publicado
farto material que pode ser utilizado na elaboração e implementação da política
pública anteriormente referida, sendo de livre acesso e utilização pelos técnicos e
gestores municipais.
Posto isto, e acreditando ter respondido às indagações efetuadas na
consulta formulada, aproveito o ensejo para renovar a Vossa Excelência votos de
elevada estima e distinta consideração, colocando, no mais, este CAOP à disposição
para prestar os esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários.
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Nos moldes do previsto no art. 5º, §4º, da Lei nº 12.594/2012.