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Estado do Rio Grande do Sul

Prefeitura Municipal de Santa Maria


Secretaria de Município Desenvolvimento Social

PLANO DE ACOLHIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES


SANTA MARIA/RS
2014 - 2017

Santa Maria
Outubro/2014

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Estado do Rio Grande do Sul
Prefeitura Municipal de Santa Maria
Secretaria de Município Desenvolvimento Social

1. IDENTIFICAÇÃO

ÓRGÃO: Prefeitura Municipal de Santa Maria / RS


CNPJ: 88.488.366.0001.00
ENDEREÇO: Rua Venâncio Aires nº 2277 / Santa Maria – RS
DATA DE ELABORAÇÃO: 03 de outubro de 2014
APROVAÇÃO DO PLANO PELO CONSELHO MUNICIPAL DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL: RESOLUÇÃO DE Nº 09/2014, DE 16 DE DEZEMBRO
DE 2014
PRESIDENTE DO CONSELHO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: JANE
SASSI
GESTÃO: 2014 a 2016
COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO PLANO:
AS. Daniéle Lang Baratto (SMDS)
Profª. Drª Rosane Janczura (UFSM)
AS. Kellen Gomes de Oliveira (Lar de Miriam)
AS. Michele Mendonça Rodrigues (Lar de Miriam)
Psic. Taís Rodrigues Teixeira (Lar de Miriam)
Psic.Denise Bernarde Parode (Lar de Miriam)
Susi Sangoi Rodrigues (Lar de Miriam)
Psic. Micheli Vieira de Oliveira (Aldeias Infantis SOS)
AS. Regina Moro Dal Bem (Aldeias Infantis SOS)
Paula Moura dos Santos (Conselheira Tutelar)
Anderson Ubiratã Amaral dos Santos (Conselheiro Tutelar)

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2. INTRODUÇÃO

Segundo as Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e


Adolescentes (2009) “No Brasil, as origens do atendimento a crianças e adolescentes
em serviços de acolhimento remontam ao período colonial. Mas foi apenas com a
promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que crianças e
adolescentes passaram a ser concebidos como sujeitos de direito, em peculiar condição
de desenvolvimento e que o encaminhamento para serviço de acolhimento passou a ser
concebido como medida protetiva, de caráter excepcional e provisório (Art.101). O
ECA assegurou, ainda, o direito de crianças e adolescentes à convivência familiar e
comunitária, prioritariamente na família de origem e, excepcionalmente, em família
substituta (Art.19)”.
O Acolhimento Institucional caracteriza-se pela provisoriedade e
excepcionalidade do afastamento do convívio familiar, é uma medida protetiva que
deverá ser aplicada por autoridade judiciária, após terem sidos esgotados todos os
recursos para a manutenção da criança/adolescente na família de origem, sendo os
serviços de acolhimento deverão ser organizados com base nos seguintes princípios:
- Excepcionalidade do Afastamento do Convívio Familiar;
- Provisoriedade do Afastamento do Convívio Familiar;
- Preservação e Fortalecimento dos Vínculos Familiares e Comunitários;
- Garantia de Acesso e Respeito à Diversidade e Não discriminação;
- Oferta de Atendimento Personalizado e Individualizado;
- Garantia de Liberdade de Crença e Religião;
- Respeito à Autonomia da Criança, do Adolescente e do Jovem;
A oferta destes serviços tem que estar de acordo com as normativas vigentes,
cabendo a gestão municipal em conjunto com rede socioassistencial, Conselhos de
Diretos, Juizado da Infância e Juventude, CRAS, CREAS, entre outros, elaborar o Plano
Municipal de Acolhimento, que norteará e reordenará os serviços de acolhimento
existentes, estabelecendo objetivos e ações que deverão ser executadas.
O Plano Municipal de Acolhimento de Santa Maria, que irá vigorar até o final do
ano de 2017, tem como objetivo planejar e reordenar os serviços de acolhimentos que

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atendem crianças e adolescentes do município, com a finalidade de atender as


Orientações Técnicas para os Serviços de Acolhimento para Crianças e Adolescentes
(BRASIL, 2009), assim como estar em consonância com a Constituição Federal de
1988, Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA (BRASIL, 1990), Plano Nacional de
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência
Familiar e Comunitária (BRASIL, 2006), Tipificação Nacional dos Serviços
Socioassistenciais (BRASIL, 2009), Sistema Único de Saúde (BRASIL, 1990), Sistema
Único de Assistência Social (BRASIL, 2004), Plano Municipal de Educação (SANTA
MARIA, 2013), Plano Municipal de Saúde (SANTA MARIA, 2013), Plano Municipal
de Assistência Social (SANTA MARIA, 2013), Plano Plurianual (SANTA MARIA,
2013), e Deliberações da Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente de 2012.
Conforme as Orientações para Elaboração do Plano de Acolhimento da Rede de
Serviços de Acolhimento para Crianças, Adolescentes e Jovens (MDS, 2013)
“Entende-se por reordenamento o processo gradativo que envolve a gestão, a unidades
de oferta do serviço e os usuários, visando à qualificação da rede de serviços de
acolhimento existente e sua adequação às normas vigentes.”
Com o intuito de organizar os Serviços de Acolhimento de Criança e
Adolescente do Município se faz necessário reordenar-los, assim como, promover a
oferta de capacitação e qualificação continuada à rede de atendimento socioassistencial,
com ênfase aos trabalhos do serviço de acolhimento e demais setores (saúde e
educação), dar continuidade ao processo de discussão e possibilidades de
implementação do Programa Municipal de Guarda Subsidiada; e realizar
monitoramento e avaliação sistemático dos espaços de acolhimento institucional.
A proposta de estudo e de possibilidade de implementação do Programa de
Guarda Subsidiada, será uma alternativa para o atendimento de crianças e adolescentes
no município garantindo o direito familiar e comunitário. Sabe-se que a família extensa
ou ampliada tem muitas vezes disponibilidade afetiva para acolher uma
criança/adolescente, mas acaba não fazendo devido a falta de recursos financeiros,
assim com a organização deste, será possível o município promover um auxílio
financeiro a família ampliada que ficará responsável em prover os cuidados durante o
período que se fizer necessário.

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A Comissão Municipal de elaboração do Plano de Acolhimento realizou


reuniões para sistematização do documento, participou do Seminário promovido pelo
Ministério Público Estadual – Seminário Referente ao Reordenamento Institucional de
Serviços de Acolhimento Institucional de Santa Maria (MINISTÉRIO PÚBLICO,
2014), com a participação de assistentes sociais, psicólogos e coordenadores de serviços
de acolhimento institucional; representantes da área da Saúde, do CAPS I, da Secretaria
Municipal da Saúde; Conselheiros Tutelares; representante do COMDICA; Secretária
Municipal de Desenvolvimento Social; Secretária Municipal da Educação; Secretária
Municipal da Saúde; membros e servidores do Ministério Público e da Fundação de
Assistência Social e Cidadania - FASC.
A partir disso, foi realizado o diagnóstico do Município referente a crianças e
adolescentes em situação de rompimento de vínculos sociais e pessoais que indica que
atualmente no município de Santa Maria encontram-se 46 crianças e adolescentes
acolhidos, divididos em duas instituições que são conveniadas com a prefeitura, uma na
modalidade de Casa Lar e outra na modalidade de Abrigo Institucional.

3. OBJETIVOS

3.1. OBJETIVO GERAL

Reordenar os Serviços de Acolhimento para Criança e Adolescente do Município de


Santa Maria/RS;

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Desenvolver as adaptações necessárias nos serviços de acolhimento para que atendam


as normativas vigentes;

- Promover a oferta de capacitação e qualificação continuada à rede de atendimento


socioassistencial, com ênfase aos trabalhos do serviço de acolhimento e demais setores
(saúde e educação);

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- Dar continuidade ao processo de discussão e possibilidades de implementação do


Programa Municipal de Guarda Subsidiada;

- Realizar monitoramento e avaliação sistemático dos espaços de acolhimento


institucional.

4. METODOLOGIA DE ARTICULAÇÃO E CONSTRUÇÃO DO PLANO


- Formalização do Termo de Aceite do MDS;
- Realização de seminário pela 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Santa Maria –
29 de abril de 2014 (DOCUMENTO Nº 0096/2014);
- Estudo das legislações, normativas e diretrizes nacionais vigentes;
- Reunião com a rede de atendimento socioassistencial;
Formação de uma comissão municipal designada através de portaria com os seguintes
integrantes:
Representantes do Conselho Tutelar;
Representante da SMDS;
Representante das entidades de acolhimento;
Representante da UFSM;
- Reuniões com a Comissão Municipal de Elaboração do Plano;

5. DIAGNÓSTICO DO MUNICÍPIO SOBRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES


EM SITUAÇÃO DE ROMPIMENTO DE VÍNCULOS SOCIAIS E PESSOAIS

O Município de Santa Maria, localizado na Região Central do Estado do Rio


Grande do Sul. Rodeada pelo perfil de montanhas da Serra Geral. É conhecida como o
“Coração do Rio Grande” localizada 290 Km da Capital do Estado. Santa Maria é uma
Cidade de fácil acesso, tendo ligação rodoviária direta com os principais pontos do
Estado, o que acaba possibilitando que ajam invasões. A população estimada pelo
IBGE, em 2007, é de 263.403 habitantes, sendo 203.920 de pessoas adultas e destas,
13,57% possuem renda de até um salário mínimo, 13,97% possuem renda de um a dois
salários mínimos e 35,98 % não possuem renda, mostrando que a maior parte da
população economicamente ativa recebe até dois salários mínimos. Na população

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estimada, considera-se uma população flutuante de aproximadamente 30 mil pessoas


sendo Santa Maria um Centro Educacional. A Cidade é constituída por pessoas
descendentes de várias etnias, sendo os alemães, italianos, portugueses, poloneses,
negros, índios, judeus e sírio-libaneses, apresentaram participação decisiva na formação
étnica e cultural. Santa Maria cresceu rapidamente, tanto em extensão, população
quanto no setor de prestação de serviços. Houve um grande crescimento no Município,
e necessidade de um maior envolvimento do Poder Público na implantação de Políticas
Públicas. As novas diretrizes da Política Nacional de Assistência Social aprovada em
2004 efetivam esta política como dever do Estado e direito de cidadania, de alcance
socialmente transformador e inclusivo.
O Serviço de Acolhimento em Santa Maria tem sua origem com instituições
beneficentes, segue abaixo informações extraídas do artigo Instituições de
abrigamento em Santa Maria-RS: uma abordagem histórica de Janczura (2012):
- 1932: fundação de uma instituição espirita na modalidade de orfanato/ internato/ lar,
que atendia meninas de 4 a 12 anos, tendo como área de abrangência Santa Maria e
região, realizando aproximadamente 10 abrigamentos por ano, totalizando entre os anos
de 1932 a 1997, 600 abrigamentos;
- 1939: fundação de uma instituição religiosa (metodista), na modalidade
orfanato/internato/lar casa-lar, que atendiam meninos com faixa etária de 07 aos 18
anos, tendo como área de abrangência todo o território do Rio Grande do Sul e outros
estados, realizando aproximadamente 100 abrigamentos por ano, totalizando entre os
anos de 1939 a 2005 uma estimativa entre 4 a 5 mil abrigamentos;
- 1943: fundação de uma instituição religiosa (católica), na modalidade: reformatório/
orfanato/internato/ semi-internato, que atendiam meninos com idades ente 7 e 14 anos,
tendo como área de abrangência todo o Estado, realizando uma média de abrigamento
de 120/ano internato, (80) e semi-internato (40), totalizando entre os anos de 1943 a
2003 uma estimativa de 6000 abrigamentos;
- 1961: fundação de uma instituição não religiosa, na modalidade de lar, atendendo
meninas de zero a 14 anos e meninos até os 6 anos, tendo como área de abrangência
Santa Maria e região (por determinação judicial). A média de abrigamentos: não foi
possível obter esse dado assim como a estimativa de abrigamento dos anos de 1961 a
2006.

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- 1978: fundação de instituição, na modalidade de casa lar, que atendia ambos os sexos
com idade entre zero e 12 anos, com área de abrangência municipal, tendo uma média
anual de 8 abrigamentos, totalizando entre os anos de 1978 a 2006 120 abrigamentos.
- 1992: fundação de instituição, na modalidade de abrigo, atendendo meninos de 7 a 12
anos, com abrangência municipal, tendo uma média anual de 10 abrigamentos,
totalizando entre os anos 1992 a 2006 aproximadamente 846 abrigamentos.
- 1993: fundação do abrigo feminino o qual foi municipalizado em 1997, e em 1999
fundação do abrigo de meninos, atendendo a faixa etária de 12 a 18 anos, com
abrangência municipal. Em 2006 ocorre a unificação dos dois abrigos em um único
espaço; no ano de 2009 os abrigos passam a ser gestados por instituição conveniada
com a prefeitura, onde ocorreu a separação dos adolescentes por sexo. Não foi possível
obter uma estimativa de abrigados até o ano de 2006.
O município De Santa Maria, nos cinco últimos anos, teve a execução dos
serviços de acolhimentos através de convênio, primeiramente com o Lar de Miriam e
Mãe Celita, Recanto da Esperança e a partir de 2013 com as Aldeias Infantis SOS,
realizando uma média de crianças e adolescentes acolhidos no município obtemos os
seguintes números:
- 2010: 102 acolhidos
- 2011: 108 acolhidos
- 2012: 77 acolhidos
- 2013: 85 acolhidos
- 2014: 42 acolhidos até o presente momento.
Em relação ao perfil dos usuários atendidos atualmente no Município de Santa
Maria encontram-se acolhidos 8 crianças do sexo masculino e quatro do sexo feminino,
e adolescentes 12 do sexo masculino e 22 do sexo feminino, as famílias caracterizam-se
pela situação de vulnerabilidade social e pessoal, histórico de violência, baixa
escolaridade, pobreza, uso de álcool e drogas.

6. MARCO SITUACIONAL

6.1 SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL DE SANTA MARIA

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6.1.1 Instituição Beneficente Lar de Mírian e Mãe Celita

HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
A Instituição Lar de Mirian e Mãe Celita é uma Instituição beneficente que
atende crianças e adolescentes no regime de proteção especial – Acolhimento
Institucional, segundo o Estatuto da Criança e adolescente nos artigos 92 e 93. Essa
entidade foi fundada em 12 de agosto de 1961, para abrigar/acolher meninas de zero a
12 anos. Em 26 de março de 1986 esta instituição fundiu-se com o Lar Mãe Celita
formando assim a entidade que hoje existe: A Instituição Beneficente Lar de Mirian e
Mãe Celita, localizada na Avenida Maurício Sirotisk Sobrinho N:51, Bairro Patronato,
CEP: 97020-440 . Essa Instituição tem como objetivo geral: acolher crianças do sexo
feminino de zero a 12 anos e meninos de zero a seis anos em situação de risco social e
pessoal, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê nos capítulos I, II, III,
IV que tratam dos seus direitos fundamentais.
A instituição tem como objetivos específicos: encaminhar, acompanhar e apoiar
as atividades educacionais das crianças acolhidas, desenvolver ações específicas de
educação para as crianças; prover as necessidades básicas fundamentais ao crescimento
sadio e total, tais como alimentação, saúde, vestuário, educação; atingir as famílias das
crianças acolhidas, fortalecendo vínculos familiares.
A Instituição atende crianças encaminhadas através do Juizado da Infância e
Juventude da Comarca de Santa Maria e Conselho Tutelar. Esta Instituição desenvolve
suas ações através de três linhas de intervenção: Receber, Acolher e Desligar.
Num primeiro momento, é realizado o processo de recepção da criança na
unidade acolhimento, entrevista inicial, identificação das demandas iniciais e orientação
sobre o funcionamento da Instituição.
No segundo momento, é feito o acolhimento. Este processo resgata a história da
criança através de entrevistas, visitas domiciliares, avaliação familiar pela Equipe
Técnica interdisciplinar, contatos com a rede de atendimento, estudo de casos entre
Equipes (Serviço Social, Psicologia e demais áreas afins), coordenação e as cuidadoras;
avaliação mensal ao Judiciário e acompanhamento familiar.
Verificando-se a possibilidade de retorno a família, é realizado um estudo
psicossocial referente à dinâmica familiar, esse processo é feito pela equipe
interdisciplinar da unidade de acolhimento (Assistente Social e Psicóloga). E então,

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acontece o desacolhimento/desligamento, esse se torna efetivo a partir dos contatos com


os familiares, contatos com a rede de atendimento através de entrevistas e visitas
domiciliares.
Dado o desligamento/desacolhimento e o retorno à família de origem, a Equipe
Técnica desta unidade dará inicio ao acompanhamento desta família, por seis meses, no
processo de pós-desacolhimento, se necessário, realizando orientações e
encaminhamentos a rede de atendimento de nosso município (CREAS, CRAS,
Secretaria de Habitação, Central de Vagas, Escolas, Creches entre outros).
Quando esgotadas todas as possibilidades de reinserção familiar da criança em
sua família de origem ou ampliada, inicia-se o encaminhamento destes á família
substituta - adoção.
A Instituição vem implementando projetos a fim de fortalecer a função protetiva
da família, tais como: cursos de Padaria, Costura e Artesanato, Informática,
Fortalecimento de Vínculos (atendimento no contra turno escolar) e Artes Integradas.
Esses serviços são ofertados para as famílias, mas podem ser retirados dessa unidade. È
importante destacar que até o ano passado fazíamos vários cursos para a família, mas a
partir desse ano estamos encaminhando para o Pronatec. Atualmente estamos somente
com o serviço de fortalecimento de vínculos.

REDE DE SERVIÇOS:
Rede de atendimento e socioassistencial do Município
AÇÕES DESENVOLVIDAS: Acolhimento Institucional de crianças
RECURSOS HUMANOS:

Função Quantidade Formação Carga Horária Vinculo


Empregatício
Coordenador; 01 Superior 20 horas CLT
Incompleto
Gestão Pública
Assistente 01 Especialista em 20 horas CLT
Criança e
Social;
Adolescente em
Situação de Risco

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Psicólogo: 01 Especialista em 20 horas CLT


Criança e
Adolescente em
Situação de Risco
Educadores 01 Médio Completo 40 horas CLT
Sociais;
Educadores 01 Médio Completo 40 horas CLT
Sociais;
Educadores 01 Pedagogia 25 horas CLT
Sociais;
Educadores 01 Técnico de 25 horas CLT
Sociais; Enfermagem
Educadores 01 Médio Completo 12/36 CLT
Sociais;
Educadores 01 Superior 12/36 CLT
Sociais; incompleto
01 Médio Completo 20 horas CLT
Educadores
Sociais;
Educadores 01 Médio Completo 20 horas CLT
Sociais;
Educadores 01 Médio Completo 20 Horas CLT
Sociais;
Cozinheiro; 01 Ensino 40 horas CLT
Fundamental
Serviços 05 Ensino 40 horas CLT
Gerais Fundamental

RECURSOS FINANCEIROS
A instituição tem as seguintes fontes de financiamento: Mensalidades; Convênios
com as empresas privadas de nosso município; doações da sociedade civil; receitas do
brechó, Convênios com a prefeitura Municipal, Convênio com o CMAS;

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ESTRUTURA FÍSICA
A instituição tem uma infraestrutura que conta com dois prédios, sendo um deste
para atendimento dos técnicos e outro para atendimento a crianças e adolescentes.
Contamos ainda com salas, cozinha, refeitório, dormitórios, sala de atendimentos,
banheiros, secretária, salas para o serviço de fortalecimento de vínculo (ASEMA), sala
de oficina, padaria, sala de informática, sala de balé entre outras.

PERFIL DOS MORADORES E ESTRATÉGIAS PARA QUALIFICAÇÃO DO


SERVIÇO:

No serviço são realizados atendimentos de crianças de ambos os sexos, com


diferentes faixas estariam. Segundo ao Estatuto da Instituição crianças do sexo feminino
até 12 anos em grupo de irmãos até 06 anos.
Ao que se refere às estratégias para qualificação este serviço trabalha na
perspectiva de: centralidade da oferta do serviço com base na família; excepcionalidade
dos afastamento do convívio familiar; provisoriedade do afastamento do convívio
familiar; preservação e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários; garantia
de acesso e respeito à diversidade e não-discriminação; oferta de atendimento
personalizado; garantia de liberdade de crença e religião; respeito à autonomia da
criança; garantir proteção à privacidade dos usuários observado o sigilo profissional;
construção de metodologias de trabalho interdisciplinar; reconhecimento do direito dos
usuários a ter acesso a benefícios, renda e a programas de oportunidades para inserção
social e defesa intransigente dos direitos socioassistenciais.

6.1.1.2 Casa Abrigo de Meninos e Casa Abrigo de Meninas

HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
A Casa Abrigo de Meninos e Meninas atendia uma população de adolescentes
de 12 a 18 anos incompletos, de ambos os sexos. O Abrigo foi interditado em janeiro de
2009, por ordem judicial, devido à incapacidade daquele abrigo atender os parâmetros
básicos e legais para atendimento, como determina o Estatuto da Criança e do
Adolescente. Foram apontados vários fatores para tal interdição, como local

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inadequado, falta de limpeza, falta de profissionais capacitados, estado físico da casa


precário e espaço inadequado para acolher meninos e meninas na mesma estrutura
física. Depois da interdição os adolescentes tiveram que ser recolocados em outros
abrigos.
Como a Instituição Beneficente Lar de Mirian e Mãe Celita já desenvolvia um
trabalho de acolhimento Institucional na área protetiva às crianças, esta Instituição
também passou a desenvolver acolhimento de adolescentes por meio da Casa Abrigo de
Meninas e da Casa Abrigo de Meninas no município de Santa Maria, disponibilizando
atendimento para adolescentes do sexo masculino e feminino, desenvolvendo um
trabalho técnico especializado á Adolescentes, baseado em princípios pedagógicos,
sociais e culturais. Porém, destacando que o Acolhimento Institucional é excepcional e
deve ser o mais breve possível a fim de causar o mínimo de danos à saúde psíquica dos
mesmos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, em seu Art. 88, a
municipalização do atendimento como uma das diretrizes da Política de Atendimento a
Crianças e Adolescentes, desta forma, compete ao poder público municipal à
implantação e manutenção das instituições que desenvolvem programas de Acolhimento
Institucional – Abrigos sejam estas governamentais ou não governamentais.
Desta forma, ressalta-se que o Serviço visa adotar os princípios elencados no
Art. 92 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que são: preservação dos vínculos
familiares e afetivos; integração em família substituta, quando esgotados os recursos de
manutenção na família de origem; atendimento personalizado e em pequenos grupos;
desenvolvimento de atividades em regime de coeducação; não desmembramento de
grupos de irmãos; evitar a transferência para outras instituições de Acolhimento;
participação na vida da comunidade local e preparação gradativa para o desacolhimento.
Para tanto, o abrigo é separado por sexo, tendo duas estruturas físicas para
atendimento. Cada estrutura possui capacidade para atender 12 adolescentes cada, em
suas dependências de quarto possuem acomodações para até 04 adolescentes por quarto.
Possui uma equipe em cada Casa Abrigo formada por: uma Coordenadora Geral, uma
auxiliar administrativa, uma Assistente Social, uma Psicóloga e oito educadores sociais,
que desenvolvem um trabalho voltado para reinserção do adolescente em sua família de

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origem, família ampliada, ou quando isso não for possível para uma família acolhedora
até que esse adolescente possa ser adotado.
A Equipe técnica da Casa Abrigo atua também no acompanhamento das famílias
no período pós desacolhimento com o intuito de prevenir um novo acolhimento
institucional, atendendo também a determinações judiciais para tal. Além disso, é
disponibilizado atendimento social e psicossocial para as adolescentes em situação de
Acolhimento e Pós Desacolhimento, bem como para seus familiares ou responsáveis.
Os Educadores sociais estão presentes nas Casas Abrigo vinte e quatro horas por
dia, conforme regime de trabalho e escala definida junto com a Coordenadora Geral,
onde desenvolvem atividades de cunho pedagógico, social e cultural com os
adolescentes acolhidos, além de incentivar hábitos saudáveis, cuidados básicos com
alimentação, higiene e proteção; organização do espaço físico; produção de registros
diários e fotográficos dos adolescentes; acompanhamento nos atendimentos de saúde,
escola e outros serviços encaminhados e/ou solicitados pela equipe técnica/coordenação,
bem como o acompanhamento a respeito da inserção e permanência na escola, em
cursos e em atividades comunitárias; e propor oficinas pedagógicas e/ou geração de
renda, orientados e supervisionados pela Equipe técnica.
A Auxiliar administrativa atua no apoio orientação e apoio para os
sócioeducadores, auxiliando na proposição de atividades, oficinas, bem como na
resolução de problemas. A Coordenadora Geral atua na parte administrativa do Projeto,
buscando parcerias para a inserção das adolescentes em oficinas ou cursos
profissionalizantes e de geração de renda, bem como buscando articular a rede de
atendimento municipal, onde após o diagnóstico dos adolescentes e familiares são
identificados as suas necessidades, os mesmos são encaminhados para os CAPS,
CREAS, CRAS, escola, projetos sociais dentro da comunidade e outros, onde é mantido
contato mensal sobre como esta sendo efetivado os atendimentos, isto de dá para
possibilitar o acesso das adolescentes acolhidas aos direitos sociais, como saúde,
educação, convivência familiar e comunitária, entre outros.

RECURSOS HUMANOS:
 Casa Abrigo de Meninos

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Sociais; Incompletos
Coordenador 01 Superior 15 horas CLT
Completo em
Psicologia e
Especialista
Assistente 01 Superior 20 horas CLT
Social Completo
Psicólogo 01 Mestranda em 20 horas CLT
Psicologia da
Saúde
Cozinheira e 01 Fundamental 44 horas CLT
Serviços Incompleto
Gerais
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Completo
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Completo
Educador O1 Superior 40 horas CLT
Social Completo
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Completo
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Completo
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Incompleto
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Incompleto
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Completo

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 Casa Abrigo de Meninas

Sociais Incompletos
Coordenador 01 Superior 15 horas CLT
Completo em
Psicologia e
Especialista
Psicólogo 01 Mestranda em 20 horas CLT
Psicologia da
Saúde
Assistente 01 Mestre em 20 horas CLT
Social Educação
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Completo
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Completo
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Incompleto
Educador 01 Superior 40 horas CLT
Social Incompleto
Educador 01 Médio 40 horas CLT
Social Completo
Auxiliar de 01 Fundamental 40 horas CLT
Cozinha Incompleto

RECURSOS FINANCEIROS:
Repasse mensal da Secretaria de Desenvolvimento Social sob forma de
Convênio.

ESTRUTURA FÍSICA:

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 Casa Abrigo de Meninos – situada na Rua Vicente Noal Nº 51 Bairro Noal


cedida pelo Município. Está disposta da seguinte maneira: 04 quartos, 02 salas
de estar, 01 cozinha, 01 área de serviço e 02 Despensas, 02 salas técnicas, 04
banheiros, 01 pátio interno e 01 refeitório;
 Casa Abrigo de Meninas – em anexo a instalações da Instituição beneficente
Lar de Mírian. Está disposta da seguinte maneira: 09 quartos, 01 sala de bem
estar dos educadores, 01 refeitório, 01 sala de convivência, 01 sala de estudos,
01 banheiro, 03 salas técnicas;

PERFIL DOS MORADORES E ESTRATÉGIAS PARA QUALIFICAÇÃO DO


SERVIÇO:
Os acolhidos são adolescentes que foram retirados de suas famílias de origem,
por situações de omissão ou abuso dos pais ou responsáveis, ação ou omissão da
sociedade ou do Estado, ou em razão de sua própria conduta, ou seja, devido as
violências sofridas na Infância ou vivencia de rua, o adolescente desenvolve distúrbios
que o levam ao uso abusivo de drogas e outros transtornos. As atuações do adolescente
culminam no rompimento dos laços familiares, a falta de ter limites internalizados se
reflete através de a não aceitação de autoridade aumentando o confronto com a família e
a sociedade, sendo assim o adolescente passa realizar atos inflacionais, uso abusivo,
exploração sexual colocando-se em várias situações de risco.
Ao que se refere às estratégias para qualificação este serviço trabalha na
perspectiva de: centralidade da oferta do serviço com base na família; excepcionalidade
dos afastamento do convívio familiar; provisoriedade do afastamento do convívio
familiar; preservação e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários; garantia
de acesso e respeito à diversidade e não-discriminação; oferta de atendimento
personalizado; garantia de liberdade de crença e religião; respeito à autonomia do
adolescente; garantir proteção à privacidade dos usuários observado o sigilo
profissional; construção de metodologias de trabalho interdisciplinar; reconhecimento
do direito dos usuários a ter acesso a benefícios, renda e a programas de oportunidades
para inserção social e defesa intransigente dos direitos socioassistenciais.

6.1.2 Aldeias Infantis SOS

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HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
As Aldeias Infantis SOS Brasil é uma organização não governamental sem fins
lucrativos, de promoção ao desenvolvimento social que trabalha desde 1949, na defesa,
garantia e promoção dos direitos de crianças, adolescentes e jovens.
O trabalho conta com o apoio financeiro de pessoas físicas que contribuem com
um valor mensal, e por parcerias com empresas, que financiam projetos e convênios
com o Poder Público.
A organização surgiu com o educador Hermann Gmeiner, em Imst, Áustria, com
o objetivo inicial de acolher crianças órfãs, vítimas da II Guerra Mundial. Com o passar
do tempo o campo de atuação foi ampliado, com programas para famílias, comunidades,
defesa de direitos e ações voltadas à saúde e nutrição, centros educacionais e promoção
de direitos das mulheres, além do auxílio em emergências. Atualmente, em 133 países e
territórios, são crianças em situação de vulnerabilidade social, que perderam ou estão
prestes a perder os cuidados de suas famílias.
Em Santa Maria, as Aldeias Infantis SOS surgiu em 1978-1979, começando a
acolher crianças e adolescentes a partir de 1980, tendo como missão “criar famílias para
crianças necessitadas, ajudando a construir seu próprio futuro e participar no
desenvolvimento de suas comunidades”.

REDE DE SERVIÇOS:
A instituição conta com a rede de serviços nas áreas de Assistência Social,
Educação, Saúde, entre outras.

AÇÕES DESENVOLVIDAS:
No acolhimento institucional, cada núcleo familiar é composto por até nove
crianças, irmãos biológicos ou não, de diferentes idades e de ambos os sexos que ficam
sob o cuidado de uma cuidadora residente (mãe social).
Atualmente o Programa de acolhimento Institucional das Aldeias Infantis SOS-
Santa Maria/RS está com três casas em funcionamento com 26 crianças e adolescentes
acolhidas sendo que cada núcleo familiar possui suas próprias características, ritmo e
rotina. Conta-se com o apoio de três cuidadoras residentes e 2 cuidadoras substitutas.

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No núcleo familiar estimula-se a convivência na comunidade, compartilhando


responsabilidades, trabalhando conflitos e limites da vida cotidiana, na perspectiva de
um desenvolvimento integral. Os núcleos familiares estão inseridos no meio
comunitário, onde crianças, adolescentes e jovens têm a oportunidade de participar
ativamente da realidade local.
As crianças são encaminhadas pelas autoridades da Infância. A instituição detém
a guarda provisória e excepcional das crianças adolescentes e jovens a ela confiada.
Sempre com a garantia de seus direitos básicos como: alimentação, educação, saúde,
lazer e o direito à convivência familiar e comunitária. A idade varia de 0 a 18 anos e o
tempo para permanência é analisado individualmente.
Para os jovens, em processo de emancipação, a instituição oferece apoio,
orientação e acompanhamento, por um período de seis meses, até que esteja garantida
sua autonomia. As Aldeias Infantis SOS Brasil também atua na promoção, defesa e
garantia integral dos direitos das crianças adolescentes e jovens com o Advocacy. Isso é
feito através da participação em diversas redes, campanhas com assento em diferentes
conselhos municipais, estaduais e federal (CONANDA), com o objetivo de trazer ou
evitar mudanças que firam os direitos da criança e do adolescente.
É importante salientar que no contra turno da escola, as crianças e adolescentes
participam: do projeto “Mais Educação nas Escolas”; atendimentos psicopedagógico,
psicológico e pedagógico que é oferecido por meio de projetos sociais na organização,
bem como projetos culturais através do Centro de Convivência Vicente Pallotti e do
grupo de dança gaúcha.
Além do mais, é realizado atividades formativas através de palestras, encontros,
rodas de conversa com as crianças, adolescentes, jovens e também com as cuidadoras
residentes e colaboradores.
Salientamos alguns pontos principais que são realizados pela equipe técnica no
programa de acolhimento Institucional:
- Acompanhamento familiar, com vista à reintegração familiar, bem como
fortalecer os vínculos familiares;
- Apoio e acompanhamento no trabalho desenvolvido pelas cuidadoras
residentes, assim como o monitoramento da rotina das casas lares;
- Apoio na seleção das cuidadoras residentes e demais colaboradores;

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- Capacitação e qualificação dos colaboradores (equipe e cuidadoras residentes);


- Articulação com a rede de atendimento e serviços para crianças, adolescentes e
jovens, realizando assim os devidos encaminhamentos e acompanhamento dos mesmos;
- Elaboração de relatórios, plano de desenvolvimento individual de cada caso
referente as crianças, adolescentes e jovens - CAJ’s.
- Realização de grupos e atividades, visando contribuir na garantia dos direitos
dos mesmos, autonomia e preparação para o mercado de trabalho;
- Escuta da criança/adolescente a fim de prepará-los para o processo de
autonomia e desligamento dos mesmos;
- Acompanhamento pós-desacolhimento no período de seis meses;
RECURSOS HUMANOS :

Quantidade Profissionais Formação Carga Horária Vínculo empregatício


1 Gestor/coordenador Contador 44hs/semanais CLT

1 Assistente Social Serviço Social 30h/semaanis CLT


1 Psicóloga Psicologia 30h/semanais CLT
1 Auxiliar Administrativo Contador 44h semanais CLT
1 Encarregado de Manutenção Ensino Superior 30h/semanais CLT
Incompleto

5 Cuidadoras residentes Ensino médio Mais de CLT


44h/semanais

O Gestor/coordenador é responsável pela gestão do programa e a supervisão das


demais atividades realizadas pelos colaboradores.
Em relação a equipe técnica realiza o monitoramento dos casos,
acompanhamento familiar, articulação com a rede de serviços, encaminhamentos,
preparação para a autonomia, desenvolvimento das cuidadoras residentes e das Crianças
e adolescentes no núcleo de acolhimento, seleção das cuidadoras e o apoio através de
orientações, mediação de conflitos, rodas de conversa tanto com as cuidadoras
residentes quanto com as crianças e adolescentes acolhidas e seus familiares e/ou
pessoas de referências, entre outras. Estas atividades são realizadas tanto a nível interno,
quanto externo, realizando assim o trabalho com as famílias e também com a rede de
atendimentos.

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Auxiliar Administrativo é responsável pela contabilidade dentro do programa,


prestação de contas, e justificativa dos gastos realizados.
Encarregado de manutenção realiza pequenos consertos e reparações na
estrutura física, além de cuidar do paisagismo.
As cuidadoras residentes, são responsáveis pelos cuidados e a proteção das
crianças e adolescentes que encontra-se acolhidos, estabelecendo também cuidados em
relação as casas lares, como limpeza, organização, ambiência, preparação dos alimentos
entre outros, contribuindo assim para o desenvolvimento integral e na garantia dos
direitos dos mesmos.

RECURSOS FINANCEIROS:
Os recursos são através de doações, parcerias, projetos bem como através do
bloqueio judicial a qual é repassado mensalmente para as Aldeias SOS para a
manutenção do serviço de acolhimento.

ESTRUTURA FÍSICA:
- 3 casas lares em funcionamento, contendo: quartos, sala, cozinha, área de serviço,
banheiros, área externa;
- 1 casa de Formação (capacitações, reuniões, atendimentos, grupos, entre outros)
- escritório (5 salas para os profissionais; banheiro, sala de recepção, cozinha)
- espaço físico amplo para atividades e lazer (pracinha e campo de futsal)
Em relação a estrutura física contamos com três casas lares em funcionamento ,
no momento, sendo que cada casa possui 4 quartos em cada casa, havendo em média de
três crianças em cada quarto.
A casa de formação é um local organizado para a realização de palestras,
encontros informativos, formação das cuidadoras residentes (eixo de Educação
continuada), grupos, atividades educativas, entre outros.

PERFIL DOS MORADORES E ESTRATÉGIAS PARA QUALIFICAÇÃO DO


SERVIÇO:

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Grupo de irmãos de ambos os sexos, diferentes faixas etárias. Em relação a


qualificação do serviço, salienta-se que as Aldeias está buscando fazer pequenos ajustes
estruturais de acordo com o reordenamento institucional.

7. PLANEJAMENTO DAS AÇÕES (DEVE CONTER)


Metas/objetivos Ação Prazo de execução Observações
- Desenvolver as Readequação da Doze meses após a Casas lares e abrigos
infraestrutura física aprovação do Plano institucionais
adaptações
dos serviços de localizadas nas
necessárias nos acolhimento comunidades com
infraestrutura
serviços de
adequada conforme
acolhimento para normativas vigentes
Equipe profissional Seis meses após a
que atendam as
mínima conforme aprovação do Plano
normativas normativas
vigentes
vigentes; (Conforme
Serviços de Doze meses após a Até o presente
Resolução 23/2013 acolhimento aprovação do Plano momento os serviços
institucional em Santa Maria
do CNAS, que
realizando estavam atendendo,
elenca as dimensões atendimentos a na modalidade de
crianças e abrigo institucional
a serem
adolescentes com crianças e
reordenadas) idades de zero a adolescentes em
dezoito espaço diferentes
incompletos. conforme sexo e
idade. A partir de
agora será unificado
sexo e idade
conforme determina
as normativas
vigentes.
Criação de uma Doze meses após a Equipe técnica
central de aprovação do Plano formada por no
acolhimento, dentro mínimo um
da SMDS, com assistente social e
equipe técnica um psicólogo,
qualificada para servidores do
gerenciar as vagas e município. Esta
destinar o serviço equipe realizará,
de acolhimento. estudo e analise de
cada caso, e o
encaminhamento das
crianças e

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adolescentes para o
Serviço de
Acolhimento
Institucional.
Estabelecer Seis meses após a Considerando que o
critérios e aprovação do Plano ECA estabelece que
protocolos de criança e adolescente
atendimentos a fim é prioridade absoluta
de promover maior e que a PNAS coloca
agilidade e que as crianças e
efetividade nos adolescentes que
atendimentos de estão em situação de
crianças, acolhimento
adolescentes que se “requerem
encontram nos acompanhamento
serviços de individual e maior
acolhimentos; flexibilidade nas
soluções protetivas.
Da mesma forma,
comportam
encaminhamentos
monitorados, apoios
e processos que
assegurem qualidade
na atenção protetiva
e efetividade na
reinserção
almejada”
Promover a oferta Implementação Seis meses após a
pelo município de aprovação do Plano
de capacitação e
uma Política de
qualificação recursos humanos
que promova
continuada à rede de
qualificação e
atendimento e capacitação
continuada a rede
socioassistencial do
de atendimento.
Município;
Criação de uma Doze meses após a
comissão aprovação do Plano
permanente, dos
operadores da rede
de atendimento
para discussão,
(re)avaliação e
revisão mensal dos
atendimentos que
envolvem os

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serviços de
acolhimento, que
será convocada
pelos profissionais
da Central de
acolhimento;

- Dar continuidade Realizar espaços de Doze meses após a


debates com a aprovação do Plano
ao processo de
finalidade de
discussão e estudar a proposta
de implementação
possibilidades de
do Projeto de
implementação do Guarda Subsidiada.
Programa Municipal
de Guarda
Subsidiada;

Realizar Constituir uma Doze meses após a A equipe será


equipe de aprovação do Plano constituída de uma
monitoramento e
monitoramento e equipe permanente
avaliação avaliação vinculada (os técnicos da
a Central de central de vagas) e
sistemático dos
acolhimento no de membros
serviços de município colaboradores
representantes do:
acolhimento
COMDICA, CMAS,
institucional. Conselhos tutelares,
Ministério Público,
entre outros.
Construir Doze meses após a
instrumento de aprovação do Plano
monitoramento e
avaliação com base
em indicadores
socais

8. PROCESSO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PLANO


O monitoramento e avaliação serão feitos por uma comissão formada pelos
seguintes integrantes:
-1 representante do COMDICA;
1 representante do CMAS;
1 Representante do Conselho Tutelar;

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1 representante da SMDS;
1 representante do Ministério Público;
1 representante das entidades;
Será organizado pela Comissão um instrumento com base em indicadores de
monitoramento e avaliação que vão qualificar a função de cuidado e proteção às
crianças e adolescentes que se encontram em medida protetiva de acolhimento, o que
implica que serão feitas:
- reuniões trimestrais a fim de avaliar o andamento das ações, cumprimento de metas e
outras questões que se fizerem necessárias;
- visitas trimestrais nos Serviços de acolhimento;
- reuniões com a Comissão, sempre que se fizer necessário, para pautar questões
referentes aos serviços de acolhimento de criança e adolescente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando o processo de trabalho e organização dos serviços que acolhem


crianças e adolescentes no município, a necessidade eminente de reordenamento, o
aceite do cofinanciamento do MDS, se faz necessário que o Município de Santa Maria
elabore e implemente o Plano de Municipal de Acolhimento, a fim de regular a
execução dos serviços existentes, e organizá-los conforme as normativas vigentes.
Segundo o laudo elaborado no corrente, por assessoria técnica do Ministério
Público Estadual “A realidade encontrada nos acolhimentos vistoriados apresentou
largo descompasso com as legislações que balizam esse atendimento, sugerindo-se o
reordenamento dos serviços, ou seja, reestruturá-los de forma a atender aos novos
princípios para a superação das práticas que desatendem os marcos regulatórios
vigentes”.
Para possibilitar o processo de discussão o Ministério Público Estadual realizou
um seminário, conforme já citado neste Plano, onde fomentou a proposta de
(re)estruturação dos serviços e também sinalizou para a possibilidade de uma central de
acolhimento formada e gestada pela Prefeitura Municipal de Santa Maria, para fazer
toda a regulação de vagas para as instituições de acolhimento, e também para realização
de monitoramento continuo dos serviços.

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No processo de discussão também emergiu as dificuldades em relação ao espaço


físico atual das instituições de acolhimento, assim como a necessidade de unificação por
sexo e idade das crianças e adolescentes atendidos conforme preconiza as normativas
vigentes. A qualificação profissional permanente envolvendo todos os atores que atuam
na linha de frente e também na retaguarda é ponto fundamental para o andamento dos
serviços, logo entende-se que o município promova uma Política de Recursos Humanos
que oferte qualificação e capacitação continuada a rede de atendimento, assim como a
criação de uma comissão permanente dos operadores da rede de atendimento para
discussão, (re)avaliação e revisão mensal dos atendimentos que envolvem os serviços de
acolhimento.
A proposta de estudo e de possibilidade de implementação do Programa de
Guarda Subsidia, será uma alternativa para que não seja necessário o acolhimento
institucional. Sabe-se que a família ampliada tem muitas vezes disponibilidade afetiva
para acolher uma criança/adolescente, mas acaba não fazendo devido a falta de recursos
financeiros, assim com a organização deste, será possível o município promover um
auxílio financeiro a família ampliada que ficará responsável em prover os cuidados
durante o período que se fizer necessário.
Finalizando, para garantir a execução deste Plano será criada uma equipe de
monitoramento e a avaliação constituída por representantes do COMDICA, CMAS,
Conselhos Tutelares, Ministérios Público, Instituições de Acolhimento e técnicos da
Central de Acolhimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JANCZURA, R. Instituições de Abrigamento em Santa Maria/RS: uma abordagem


histórica. In ARPINI, D. M.; SIQUEIRA, A. C. Psicologia, famílias e leis: desafios à
realidade brasileira. Santa Maria: Ed da UFSM, 2012, p203-233.

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. Relatório de Seminário MP (documento nº


0096/2014).

BRASIL. Orientações Técnicas para os Serviços de Acolhimento para Crianças e


Adolescentes (BRASIL, 2009), Constituição Federal de 1988.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente/ECA (BRASIL, 1990).

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Secretaria de Município Desenvolvimento Social

BRASIL. Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e


Adolescentes à BRASIL. Convivência Familiar e Comunitária (BRASIL, 2006).

BRASIL. Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (BRASIL, 2009).

BRASIL. Sistema Único de Saúde (BRASIL, 1990).

BRASIL. Sistema Único de Assistência Social (BRASIL, 2004).

CNAS, Resolução nº 23 de 27 de setembro de 2013.

MDS. Orientações para Elaboração do Plano de Acolhimento da Rede de Serviços de


Acolhimento para Crianças, Adolescentes e Jovens (BRASIL, 2013).

SANTA MARIA. Plano Municipal de Educação (SANTA MARIA, 2013).

SANTA MARIA. Plano Municipal de Saúde (SANTA MARIA, 2013).

SANTA MARIA. Plano Municipal de Assistência Social (SANTA MARIA, 2013).

SANTA MARIA. Plano Plurianual (SANTA MARIA, 2013).

SANTA MARIA. Deliberações da Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do


Adolescente de 2012.

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