jornal esfo
12ª Edição | São José dos Pinhais | Dezembro de 2018
Entrevista com o Cel. QOPM Mauro Celso Monteiro
Como o senhor analisa o atual
panorama da educação policial militar no
âmbito da PMPR?
A educação policial militar tem
sido desenvolvida e aprimorada há mais de
50 anos, principalmente desde a fundação
da APMG em 1971. Entretanto, a APMG tem
evoluído principalmente no desenvolvi-
mento do ensino superior, com a Escola de
Segurança Pública da APMG com vínculo
acadêmico com a UNESPAR, com a certifi-
cação de cursos de graduação para Oficiais
e pós-graduação latu sensu, além dos cursos
técnico-profissionais realizados na APMG,
com alto nível de profissionalização da ativ-
idade policial, fatores que tem consolidado
as carreiras e a profissão policial militar.
Na sua visão, quais são os
desafios para o desenvolvimento e
evolução da educação policial militar na
PMPR nos próximos anos?
Penso que dentre os principais
desafios está a manutenção da profission-
alização do ensino policial militar, mantendo
e evoluindo o papel da APMG como institu-
ição de ensino superior, melhorando sempre
os níveis do ensino e da pesquisa, mas prin-
cipalmente, uma adaptação e atualização
constante das matrizes curriculares e capac-
itação dos professores e instrutores, focados
na constante transformação e evolução da
sociedade.
IV Encontro Internacional de Diretores de Educação Policial
Nos dias 7, 8 e 9 de novembro de
2018, na cidade de Foz do Iguaçu/PR, foi
realizado o IV Encontro Internacional de Di-
retores de Educação Policial, evento promo-
vido pela PMPR em conjunto com a Polícia
Nacional da Colômbia (sede da Secretaria
Executiva da Rinep) e contou com a organi-
zação da Academia Policial Militar do Guatu-
pê. O evento reuniu 15 nações - dentre elas
Colômbia, Turquia, El Salvador e México - e
37 organizações policiais.
De acordo com David Harvey, em
sua obra “A Compreensão do tempo-espa-
ço e a condição pós-moderna”, os aconte-
cimentos globais passam por um processo
de aceleração. A nova sociedade, posterior
ao Fordismo, é marcadamente global e des-
provida de fronteiras. O fenômeno da glo-
balização também alcançou as organizações
criminosas, suas estruturas, organizações e
práticas. Diante desse cenário, as forças po-
liciais têm o desafio de aprimorar e moder-
nizar seus paradigmas e técnicas, sendo que
De que forma o contato da
APMG com instituições de ensino nacio-
nais e internacionais pode beneficiar a
PMPR?
Esse aspecto é fundamental para
a APMG, observando que como uma Uni-
versidade voltada para as Ciências Policiais
e Segurança Pública, ter um constante in-
tercâmbio entre instituições nacionais e in-
ternacionais possibilitará uma permuta do
ensino, pesquisa e cultura de instituições do
ensino policial, buscando sempre uma in-
ternacionalização curricular e da pesquisa,
o intercâmbio acadêmico entre instrutores
e alunos, e principalmente conhecer as re-
alidades de outros estados ou nações que
possam contribuir com experiências adquiri-
das, de acordo com suas peculiaridades e
culturas, mas que possam contribuir com o
ensino técnico-profissional de alta qualidade
e isso denotará no desempenho e profis-
sionalismo dos policiais militares e conse-
quentemente na importância e na imagem
da PMPR perante a sociedade.
Ao olhar para o ensino da PMPR
daqui a cinco anos, o que o senhor gos-
taria de ver concretizado?
Espero que daqui a cinco anos,
possamos ter um ciclo permanente de edu-
cação na formação inicial e continuada para
o desenvolvimento da carreira dos policiais
militares, com nosso Curso de Formação de
o intercâmbio de informações apresenta-se
como importante ferramenta para a concre-
tização desse objetivo.
Essa mentalidade vem sendo con-
solidada por meio da Rede de Internaciona-
lização de Educação Policial (RINEP), ente de
caráter acadêmico que envolve as Polícias
Civis e Militares de 17 diferentes países da
Europa e da América. Criada em 2016, na
Colômbia, hoje conta com 33 instituições
de educação policial e visa à internaciona-
lização educativa nos corpos de polícia e a
cooperação acadêmica entre as instituições
participantes.
Na pauta do IV Encontro Interna-
cional de Diretores de Educação Policial esti-
veram presentes tópicos como a criação de
um núcleo curricular comum às Academias
Policiais pertencentes à RINEP; o reconhe-
cimento mútuo de cursos realizados entre
corporações; a figura da RINEP como fo-
mentadora de acordos internacionais de se-
gurança; a exploração científica da biologia
Oficiais como grad-
uação e os cursos
de superiores de
tecnologia em Se-
gurança Pública e
Cidadania para Sol-
dados.
Paralela-
mente a educação
continuada com
cursos de especial-
ização latu sensu,
e um programa de Mestrado Profissional
strictu sensu aprovado pela CAPES e sendo
realizado pela APMG. Ainda, cada vez mais
a APMG ser referência na capacitação e at-
ualização profissional da PMPR. Finalmente,
espero que a FAPMG – Fundação de Apoio
a Academia Policial Militar do Guatupê, que
esta sendo fundada neste mês, possa ser
um modelo de fomento e apoio ao de-
senvolvimento do ensino, pesquisa, cultura
e esporte da nossa APMG e consequente-
mente da melhoria continua das atividades
desenvolvidas pela PMPR em todo estado
do Paraná.
Foto: Diretor/Comandante da APMG
Entrevista cedida ao 1º Ten. QOPM Alison
do policial e da mente criminosa; além de
processos acadêmicos de certificação inter-
nacional para o asseguramento da qualida-
de dos sistemas educativos policiais.
No final do evento, foi realizada a
passagem da presidência executiva da RINEP,
cargo que foi ocupado pelo Coronel QOPM
Mauro Celso Monteiro no ano de 2018, para
o General do Peru, Miguel Palomino.
Autoria: Cad. 2º PM Delai
Foto: P5/APMG
1
Retrospectiva 2018
O ano foi marcado pela despedida
dos Aspirantes 2018 em junho (foto 3) e por
dois Espadins Tiradentes, um da turma que
ingressou em agosto de 2017 (foto 1),
outro dos calouros de 2018 (foto 2).
Em março aconteceu a desafiadora
marcha no CICBA. Foram 39
km na subida da Serra da
Graciosa e diversas instru-
ções. (foto 4)
Compromissada
com o esporte e o espírito
de corpo, a Escola, com o apoio dos
cadetes do 3°ano, organizou os Jogos
Olímpicos EsFO, em que sagrou-se
campeão o 3° PM Alfa. (foto 8)
Neste ano 62 Cadetes foram premia-
dos em diversas modalidades esporti-
vas, entre elas corridas de rua (5K, 10K,
21K), MMA, corrida de orientação e
Duathlon. Os cadetes também rece-
beram premiações no Torneio de tiro
promovido pela APMG e participaram
dos Jogos dos Servidores de São José dos
Pinhais, sendo premiados nas seguintes mo-
dalidades: handebol feminino e masculino,
basquete feminino e masculino, vôlei mas-
culino e misto, vôlei de areia, futebol society
e natação.
A equipe da APMG foi premiada
com terceiro lugar geral dos Jogos dos Ser-
vidores de São José dos Pinhais.
1. Espadim, março de 2018. Fotografia Marilly Padilia; 2. Aniversário 164 anos da PMPR e entrega do Espadim Tiradentes 2018. Fotografia: 3º Sargento Gomes; 3. Aspirantado,
junho de 2018; 4.Marcha CICBA, março de 2018; 5. Ação Social em comemoração ao dia das crianças. Fotografia: 3º Sargento Gomes; 6. Operação Futebol, novembro de 2018; 7.
IV Encontro Internacional dos Diretores de Educação Policial, novembro de 2018; 8. Jogos Olímpicos da EsFo, 2018; 9. Rapel Torre da Oi, setembro de 2018; 10. Sete de Setembro.
Fotografia Soldados Adilson Voinaski Afonso e Juliana Pereira; 11. Festa Junina da Academia Policial Militar do Guatupê. Fotografia: 3 º Sargento Gomes; 12. Corrida CrossCountry
APMG 2018. Fotografia: Marilly Padilia.
Cultura PM
Neste ano a EsFO realizou entre os
cadetes do Corpo de Alunos o concurso de
canções militares, a fim de exaltar os valo-
res da nossa instituição. A canção eleita foi
‘‘Você almeja alcançar a estrela tão so-
nhada?’’ de autoria do Cadete 3º PM Bruno
Hiroshi Souto Uratani.
Você almeja alcançar a estrela tão sonhada?
Então se prepare pra uma árdua jornada
Porque a Vitória não chega por acaso
Mas sim com muita luta, persistência e cansaço
Assim como aço sou forjado em fogo forte
Treinado e preparado pra não temer a morte
PM ou BM sempre vidas a salvar
Diante do perigo não posso hesitar
Honestidade, integridade, bravura e moral
São valores inerentes de um bom oficial
Exemplo a seguir do Coronel ao Aspirante
Porque a tropa é o espelho do Comandante
Para ser da EsFO é preciso vocação
É muito sacrifício e abnegação
Mas a recompensa chega no final
Da minha Gloriosa, serei Oficial
da terceira idade e recepcionando jo-
vens e crianças para conhecerem um
pouco mais da APMG.(foto 5)
No dia 11 de novembro o 3°CFO
PM elaborou a Operação Futebol para
o jogo entre Paraná e Vitória, válido
pelo Campeonato Brasileiro. Toda a
escola foi empregada tanto no plane-
jamento, coordenação, controle e exe-
cução das atividades (foto 6).
A Rede de Internaciona-
lização da Educação Policial
(RINEP) promoveu em Foz
do Iguaçu, nos dias 7, 8 e 9
de novembro, o IV Encontro
Internacional de Diretores de
Educação Policial. O evento foi
elaborado pela PMPR em conjunto com a
Polícia Nacional da Colômbia (sede da Se-
cretaria Executiva da Rinep) e contou com
a organização da Academia Policial Militar
do Guatupê. Participaram 17 nações - dentre
elas Colômbia, Turquia, El Salvador (foto 8).
O rapel na Torre da OI, em setem- Por fim, a EsFO agradece a cola-
bro, abrilhantou a passagem do 2°para o 3° boração de todos os instrutores, Unidades,
CFO. Foram 109 m de pura emoção. (foto 9) militares estaduais e civis que colaboraram
Em junho aconteceu a tradicional Festa Ju- para a realização de todas as atividades do
nina da APMG, integrando a Polícia Militar ano de 2018.
com a sociedade. (foto 4).
A EsFO empenhou-se em diversas Autoria:Cad. 3º PM Patricia e Cad. 1º PM Blanc
ações sociais, arrecadando brinquedos e lei-
te em pó, visitando creches, escolas e bailes
com o tal Cadete:
-Onde está o cabo solteiro seu “moco-
Direto do túnel do tempo rongo”, porque demorou tanto?
O Cadete nervoso e demonstrando um
O “Cabo Solteiro” misto de medo com incerteza, articulando dificul-
tosamente as palavras, baixinho respondeu:
Aconteceu no ano de 1987, durante -Senhor Tenente, um cabo solteiro não
aula da disciplina de Operações de Defesa Interna encontrei, mas consegui achar aqui o Cabo Levi,
e Defesa Territorial (ODIDT), ministrada aos Cade- que é noivo, ou seja, quase solteiro, apontando
tes do 1º CFO PM – Pelotão Alfa. para o militar que o acompanhava que também
O Instrutor, um Tenente “Caveira” mi- não aguentou e “caiu” na gargalhada
nistrava aulas de pista de cordas aos Cadetes no As gargalhadas dos demais Cadetes foram imen-
bosque ao lado do Bloco da EsFO, quando em sas. O Tenente não sabia se sorria ou se já deman-
determinado momento, percebendo a falta de dava a reprimenda no “tabacudo”.
um equipamento de segurança, melhor dizendo O Cabo Levi foi dispensado o Tenente
de uma seção de cordas a qual costumeiramente perguntou ao Cadete “confuso” se ele não sabia o
chamamos de “cabo solteiro”, determinou a um que era um “cabo solteiro” e ficando sem respos-
Cadete, que já tinha fama de “confuso” e que se ta, demandou outro Cadete para cumprir a mis-
expressava com certa dificuldade em função do são, enquanto o Cadete “confuso” era orientado
“sotaque” carregado e típico (o indigitado era do por assim dizer e a cada apoio sobre o solo tinha
Amazonas), que fosse até o Bloco do Centro de que gritar:
Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP, -Cabo Solteiro é uma corda e não um
hoje EsFAEP), e buscasse um “cabo solteiro” para militar!
a continuidade da instrução.
Passada mais de meia hora o indigita-
do retornou, acompanhado de um outro militar
estadual. A inquietude e a contrariedade do ins- Texto escrito pelo Tenente-Coronel QOPM Maurício Ce-
trutor eram visíveis. De pronto o Tenente berrou sar de Moraes
2
 Atividade PM
Você conhece os números relati-
vos à manutenção do Regimento de Polícia
Montada Coronel Dulcídio, unidade opera-
cional mais antiga da Polícia Militar do Pa-
raná? Este dispõe da seguinte estrutura: um
Centro Veterinário com centro cirúrgico, 3
veterinários e 90 cavalos, os quais são ali-
mentados pela mais diversificada matriz
alimentar de todo o Brasil, que inclui alfa-
fa, aveia, ração, matéria verde e sal mineral,
totalizando aproximadamente 65.000 kg de
gêneros alimentícios e cerca 200.000 litros
de água destinados ao consumo equino
mensal.
O RPMon teve sua origem na se-
ção de Cavalaria da Província do Paraná,
instituída pela Lei nº 522, de 28 de Junho de
1879. Em agosto de 1966 recebeu a deno-
minação histórica de Regimento de Polícia
Montada Coronel Dulcídio e desde então
está instalado no bairro do Tarumã. O pio-
neiro policiamento hipomóvel era destinado
principalmente para o transporte das tropas,
principalmente pelo caminho da Graciosa,
que ligava Curitiba à Antonina. Com o pas-
sar do tempo, descobriu-se que esse pro-
cesso de policiamento conta com caracterís-
ticas que possibilitam uma maior eficiência
na atuação em grandes concentrações de
público. Sua ostensividade, efeito psicológi-
co, poder repressivo, mobilidade e extenso
campo de visão o tornam de grande valor
para a Segurança Pública, sendo aplicado
em eventos como: Copa do Mundo de 2014,
manifestações de 2013, eleições, festivais,
entre outros eventos de grande porte.
O serviço de Choque Montado,
1º Esquadrão, é fundamental para opera-
ções de reintegração de posse, rebeliões
em presídio e manifestações, se faz impres-
cindível nas Operações Futebol. Conta com
14 conjuntos (cavalo+ cavaleiro), 14 bastões,
coletes e capacetes, dois caminhões e uma
viatura de apoio. Toda essa estrutura é ne-
A RPA(Remotely Piloted Aircraft),
Aeronave Remotamente Pilotada, conheci-
da como “drone”é utilizada pelo Corpo de
Bombeiros do Paraná por meio da Defesa
Civil para mapamento de áreas de risco,
ampliando o campo de visão e a seguran-
ça do Bombeiro Operador. Serão também
aplicados no monitoramento de banhistas
na Operação Verão 2018/19. Estes aparelhos
foram utilizados pelo Corpo de Bombeiros
do Rio de Janeiro para avaliar as estruturas
do Museu Nacional após o incêndio, sem
expor os profissionais. Os seus benefícios se
estendem a situações de incêndios florestais
e urbanos, para acompanhar a evolução das
cessária para a realização de apenas uma atua também em proximidade com a comu-
das 80 Operações Futebol que são realiza- nidade através do Policiamento Montado,
das por ano, as quais exigem muita técnica que desperta a curiosidade das pessoas e,
do policial e de seu cavalo, demandando 20 principalmente, pelo programa de Equotera-
horas mensais de treinamento para manu- pia, que desde 1992 já beneficiou aproxima-
tenção de Choque Montado e Equitação damente 3.500 famílias, contribuindo para
da tropa hipo. Os policiais devem ser es- o autocontrole e desenvolvimento neural,
pecialistas em polícia montada, tendo sido motor e psicológico de pacientes diagnos-
aprovados em curso com esta finalidade. Os ticados com Síndrome de Down, esclerose
semoventes, de maneira análoga, também múltipla, hiperatividade, estresse, depressão
passam por uma seleção para compor a entre outros. Provando assim que apesar de
tropa especializada e são escolhidos os que sua alta representação ostensiva e repressiva
possuem franqueza, calma, retidão, tenham também vai ao encontro da moderna filoso-
porte avantajado, boa caixa torácica, bons fia de Polícia Comunitária, amplamente di-
aprumos e sejam naturalmente impulsiona- fundida pelas principais polícias do mundo.
dos. Os cavalos passam ainda por um ades-
tramento, que leva em média o período de Autoria: Cad. 3º PM Gradovski; Revisão técnica: Major
2 meses, composto pelas seguintes fases:
QOPM Cruz, Apoio: Ten. QOPM Galvão, Ten. QOPM Zi-
lotto e Ten. QOPM Wosniak
adestramento básico, dessensibilização e si-
mulação de ambiente hostil. Foto divulgada na página:
​​ Vale ressaltar que o Regimento wwww.instagram.com/rpmon­_pmpr
Atividade BM
chamas e decidir qual front priorizar; buscas
Autoria: Cad 3º BM Gabriel; Revisão técnica: 2º Ten.
terrestres e aquáticas e resgate vertical. Além
QOBM Fernandes
de diversas aplicações, seus benefícios são a
agilidade, rapidez no preparo dos profissio- Foto: www.bombeiros.pr.gov.br
nais operadores e baixo custo de operação,
quando comparado à aviação tradicional
com helicópteros e aviões.
Defesa Civil usará drones para mapear áreas de risco.
Disponível em: <http://www.bombeiros.pr.gov.br/modu-
les/noticias/article.php?storyid=7026> Acesso em 22 de
novembro de 2018.
MIRANDA LIMA, E. Drones de asas rotativas nas ativida-
des operacionais do CBMDF: Análise das possibilidades
de uso. 2016. 118f. Monografia do Curso de Aperfeioçoa-
mento de Oficiais, CBMDF, Brasília, 2016.
3
Cantinho da Saudade
Quais os principais fatos que
marcaram o período em que o senhor foi
Cadete da PMPR?
Ingressamos na PMPR como Ca-
detes no dia 07 de março de 1964 e já no
final desse mês irrompeu a “Revolução de 31
de Março de 1964”, que depôs o Presidente
João Goulart, interrompendo as iniciativas
dos governantes de implantar o “comunis-
mo” no Brasil.
Os Cadetes foram empregados na
segurança do Palácio Iguaçu e na prefeitura
Municipal de Curitiba, além de outras ativi-
dades. Nossa turma, por não ter uniformes
ainda, não era utilizada operacionalmente,
mas tinha que comparecer ao Centro de
Formação e Aperfeiçoamento, na Rua Vi-
cente Machado, aguardando ordens, até
que nos liberassem para retornar na manhã
seguinte.
No final de 1964 participamos da
Olimpíada dos Cadetes em São Paulo e,
no ano seguinte, no Rio de Janeiro. Nesses
eventos travávamos contatos com os Cade-
tes dos outros estados, trocando experiên-
cias.
Anualmente a Escola de Oficiais
realizava a “Olimpíada dos Cadetes” com
diversas modalidades desportivas entre as
turmas. Era uma semana intensa de com-
petições: atletismo, natação, futebol, vôlei,
basquete e outras modalidades. Como as
turmas não eram grandes os melhores atle-
tas se desgastavam muito, pois tinham que
participar de várias competições.
Nas “Décadas de Cinquenta e Ses-
senta” a Polícia Militar instalou diversos Ba-
talhões e Companhias no Interior do Estado.
Em vista disso ficou carente de Oficiais Su-
balternos. Na época cursávamos dois anos
preparatórios (CP) e três de CFO. Então, su-
primiram nossas férias, aumentaram a carga
diária e, assim, nossa formatura ocorreu no
dia 31 de Março de 1968, no dia da come-
moração do Aniversário da Revolução.
Após as formaturas realizadas em
1968 (turmas 14ª e 15ª) mais uma turma, a
16ª, concluiu o curso no CFA em 1969, com
a formatura realizada no Quartel General da
PMPR. As turmas seguintes terminaram o
curso na APMG, ainda em construção, de-
vido ao comprometimento do prédio que
abrigava o CFA.
Último dia de aula da turma de 1968
Quais conselhos o senhor pode proferir
aos atuais Cadetes e às novas gerações
de Oficiais da PMPR?
Para obter sucesso na carreira
Policial Militar é necessário muito esforço,
dedicação, desprendimento, aspirações, ob-
jetivos, correção e honestidade. Para tanto,
seguem alguns conselhos:
- Aproveitar bem os conteúdos das maté-
rias do curso;
- Ouvir as experiências narradas pelos pro-
fessores e instrutores, internalizando os fatos
positivos;
- Cuidar da sua imagem profissional como
Cadete e como Oficial;
- Elencar como seus exemplos Oficiais dedi-
cados, responsáveis e honestos;
- Ter responsabilidade em todas as missões
recebidas e nas tarefas que realizar;
- Respeitar seus superiores e tratar bem os
subordinados, sendo justo com estes ao elo-
giá-los e ao repreendê-los;
- Buscar aperfeiçoamento profissional na
carreira, aproveitando os processos de Tec-
nologia da Informação;
- Honrar seu “Juramento” proferido na Sole-
nidade de Formatura.
Completando 50 anos de Aspirantado
da turma de 1968, qual o retrospecto da
PMPR neste período e quais os desafios
da Corporação nos próximos 50 anos?
Nesses últimos 50 anos a PMPR
evoluiu bastante na melhoria das condições
de trabalho da tropa:
- Equipamentos de proteção, coletes balís-
ticos, escudos mais leves, transparentes e
mais apropriados para o manejo;
- Uniformes mais confortáveis para o cum-
primento das variadas missões;
- Armamentos mais adequados operacio-
nalmente para fazer frente aos confrontos
inevitáveis com marginais;
- Modernas viaturas operacionais adequa-
das às atividades desenvolvidas pelas unida-
des ou frações de tropa;
- Adequada alimentação das tropas empre-
gadas em operações, seja fornecida pelas
unidades ou através de diárias, entre muitas
outras melhorias.
Também nesse perío-
do, a Corporação criou novas unidades
operacionais e interiorizou unidades e su-
bunidades, tanto as de polícia como as de
bombeiros. Nas décadas de sessenta e se-
tenta vários batalhões foram instalados no
interior. Procedimento no qual, no decorrer
dos anos, paulatinamente, novas unidades
foram criadas. Isso ainda vem ocorrendo.
No início da década de noventa,
quando comandei o Comando do Policia-
mento do Interior (CPI), havia 15 Batalhões
e 03 Companhias Independentes de Polícia
Militar subordinados ao CPI, além dos Bata-
lhões Rodoviário e Florestal.
Posteriormente, foram criados os
Comandos Regionais, cujas sedes foram
alocadas nas principais cidades de cada área
regional. E também foram criadas novas uni-
dades de Batalhão e Companhia Indepen-
dente.
Quanto aos desafios para os próximos 50
anos, não me atrevo a elencá-los, mas vejo
jovens Oficiais desenvolvendo aplicativos
para facilitar o contato do cidadão com a
área operacional, fazendo suas solicitações,
acompanhando o desenrolar das ações,
seus resultados e concluindo que a Polícia
Militar estará sempre pronta a lhe oferecer o
que tem de melhor.
Novos tempos estão chegando. Mudanças
estão ocorrendo. Posturas políticas diferen-
ciadas. As pessoas de bem acordaram.Gran-
des esperanças para 2019.
Eugenio Semmer, Cel. PM RR
Entrevista cedida ao 1º Ten. QOPM Alison
Fotos cedidas pelo Cel. RR Semmer e pelo
Cel. RR Ribeiro
Equipe Editorial
Supervisores: 1º Ten. QOPM da Silva e 1º Ten. QOPM Alison
Editora chefe: Cad 3º PM Patrícia
Equipe de arte: Cad. 3º PM Fracaro e Cad. 1º PM Simonini
Equipe de revisão: Cad. 3º PM Conrado e Valeria, Cad. 1º
PM Alves, De Sá e Lisiane.
Equipe de logística: Cad. 3º PM Nogueira, Thaísa, Molina,
Assunção e Pilz.
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