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DPI TEMA 2 – O Processo de Aquisição e Aprendizagem de línguas UP-2019

Faculdade de Ciências da Linguagem, Comunicação e Artes


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Departamento de Ciências da Linguagem


Curso de Português

Disciplina de Didáctica de Português I

Tema 2: O Processo de Aquisição e Aprendizagem de línguas


- Teorias explicativas sobre o processo de Aquisição de Línguas

2.1. Os conceitos Associados: L1, LM, LN, L2, LE, LA, LO, Língua Padrão
L1- Língua Primeira - é a que primeiro adquirimos e falamos em ordem de
aprendizegem, isto é, cronologicamente, L1 designa a primeira língua adquirida e coincide com
LM.
LM - Língua Materna - é a primeira língua que adquirimos; a língua pela qual nos
comunicamos pela primeira vez. Também podemos chamá-la de L1.
LN- Língua Nacional - é a língua que se fala dentro de uma determinada nãção; é a que
liga os falantes de toda nação- de unidade nacional; é que se fala dentro de uma nação e que
carregar uma série de valores etno-culturais, sociais, etc.
L2- Língua Segunda- é qualquer outra língua aprendida depois da língua materna, ou
seja, L2 designa a segunda língua adquirida que também pode ser LE.
Em termos de uso e proficiência, a L1 pode passar a ser L2 e vice-versa. Do ponto de
vista da função social, L2 é a segunda língua com estatuto social reconhecido no território onde
se fala.
LE - Língua Estrangeira- é toda língua que não faz parte ou não pertence a uma
determinada comunidade linguística; é a que aprendida longe do espaço geográfico de onde é
originário, sem estatuto social reconhecido, ensinada por professores não nativos.
LA- Língua Alvo - é a língua que se está aprender. A língua que se pretende alcançar e
dominar como os seus falantes nativos.

Adaptado pela Dra. Célia Adriano Cossa UP- Curso de Português


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LO - Língua oficial - é aquela escolhida para ser o veículo comum de comunicação;


aquela que será usada para a redacção dos actos administrativos, das leis etc.
Língua Padrão - língua que representa a norma a ser seguida por outras variantes
daquela língua. é um conjunto de regras dotada de uma gramática, que difere em maior oumenor
grau, de um conjunto de regras ideal.

2.2. Diferenças entre Aquisição e Aprendizagem.


2.2.1. A aquisição é a interiorização natural do conhecimento, isto é, a apropriação
inconsciente de uma língua por mera exposição a sua utilização e como tal caracteriza-se por
ser: intuitivo, subconsciente, implícito (saber “como” e não “sobre”), assistemático e instável;
mais orientado para a produção do sentido do que para a forma; Socialmente marcado (porque
resultante das múltiplas interacções em que o falante se vê envolvido desde que nasce). A
aquisição é um processo subcosnciente e intuitivo de construção de uma língua. Este processo
leva a fluência.

2.2.2. A aprendizagem é um processo consciente no qual o aprendente tenta formar,


descobrir regras de funcionamento da língua e geralmente é consciente do seu próprio processo
de aprendizagem. Este é marcado pela aprendizagem de estruturas e regras linguísticas.
-A aprendizagem é um processo de apropriação consciente de uma língua. Pelo que que se
caracteriza por ser um processo reflexivo, consciente e explícito, sistematizado; orientado para
as relações de forma-sentido, tendente, pela via da regularização e da padronização, ao exercício
do controle normativo da produção verbal.

2.3. Teorias explicativas sobre o processo de aquisição de Línguas


As teorias explicativas sobre a aquisição de línguas não são unânimes nos mecanismos
envolvidos na apropriação da língua. Existem duas grandes linhas teóricas. Há, por um lado, a
dos que defendem o carácter adquirido e o inatista da língua e dos que defendem o papel
determinante do meio, isto é, o factor social e o biológico.

Adaptado pela Dra. Célia Adriano Cossa UP- Curso de Português


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2.3.1. O Behaviorismo
 O que é Behaviorismo/comportamentalismo?
A palavra Behaviorismo vem de behavior que em inglês significa comportamento. É
uma área da psicologia que estuda o comportamento. É uma das três principais correntes da
psicologia, juntamente com a psicologia da forma (Gestalt) e psicologia analítica (psicanálise).

 Como surgiu o behaviorismo?


Surgiu como oposição ao funcionalismo e estruturalismo. Em 1913, o psicólogo John
Watson publica o artigo “Psicologia: como os behavioristas a veem”. Em 1914, na
obra Behavior, Watson abordou de novo o conceito de psicologia do comportamento. Watson
se baseou em teorias e noções de vários estudiodos como Descartes, Pavlov, Loeb e Comte.

 O que defende o behaviorismo?


O behaviorismo olha para o comportamento como uma forma funcional e reacional de
organismos vivos. Não aceita qualquer relação com o transcendental, com a introspecção e
aspectos filosóficos. Estuda comportamentos objetivos observáveis. De acordo com Watson, o
estudo do meio que envolve um indivíduo possibilita a previsão e o controle do comportamento
humano.

 Behaviorismo de Skinner
O behaviorismo radical, conceito proposto pelo psicólogo americano Burrhus Frederic
Skinner. Era oposto ao behaviorismo de Watson. Segundo Skinner, o meio ambiente era o
responsável pelo comportamento humano. Esta vertente do behaviorismo teve grande
popularidade no Brasil e nos Estados Unidos.
O que defende o Behaviorismo de Skinner?/ Características do Behaviorismo:
estímulo, resposta, repetição, imitação, frequência, formação de hábitos, papel do
ambiente. (méritos e defeitos);
Skinner defendia a utilização de elementos observáveis para explicar o comportamento
humano. Os aspectos cognitivos não são considerados porque o ser humano é um ser
homogéneo e não composto pelo corpo e mente. O behaviorismo radical contempla os
estímulos dados aos indivíduos pelo meio ambiente.

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De acordo com Skinner, na aquisição da linguagem tinha que se ter em conta os


seguintes elementos: - estímulo, resposta, reforço (positivo e negativo), repetição, imitação,
frequência, formação de hábitos, papel do ambiente. A linguagem é adiquirida pela observação
e, principalmente, por estímulo e resposta. Esta teoria via a criança como uma “tábula rasa”.
Toda a forma de aprendizagem ocorre através das experiências empíricas, memorização e
repetição exaustiva. É preciso que ocorra também o reforço positivo e negativo.
Em outras palavras, o conjunto de palavras que se usam no ambiente em que o apredente
se encontra inserido constituem para ele um estímulo ao qual ele responde reproduzindo por
imitação desta palavra. À um estimulo externo espera-se uma resposta observável. Esta resposta
pode ser reforçada negativamente (por uma repreensão, por exemplo) ou positivamente (por
um sorriso, um carinho, etc). O reforço tem um papel importante neste processo, porque se for
positivo possibilita a memorização das palavras e construções gramaticais pois o aprendente
repetirá a palavra ou construções até que se torne um hábito.
Em suma, para Skinner, qualquer aprendizagem é resultado da acção de factores
externos ao indivíduo. A aprendizagem de uma língua é produto de um processo repetido de
Estímulo – Resposta, merecendo um reforço. Os quais se resumem no seguinte esquema:

 Subsídios teóricos
No âmbito da educação:
 O behaviorismo remete para uma alteração do comportamento dos elementos
envolvidos no processo de aprendizagem. Esta mudança nos professores e alunos
poderia melhorar a aprendizagem.
 A educação é um importante elemento capaz de transformar a conduta de indivíduos.
Acreditava-se que com os estímulos específicos, era possível "transformar" e "moldar"
o comportamento de uma criança, para que ela pudesse exercer qualquer profissão por
ele escolhida.
 Especificamente:
- O behaviorismo, revela a importância da prática sistemática da linguagem, repetição e
reforço das estruturas linguísticas;
- A prática e repetição constantes proporcionam criação de hábitos linguísticos para
interiorização da linguagem,
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- As aprendizagens devem ser apresentadas por etapas e de forma proporcional.

 LIMITAÇÕES:
 Ao privilegiarem o papel do meio-ambiente e da experiência, os behavioristas
concebem a linguagem como mera colecção de hábitos e não como um sistema de
regras interiorizadas.
 Ao considerarem os estímulos linguísticos, a criança como um ser moldado a partir do
reforço fornecido pelo meio-ambiente e a imitação essenciais para o processo de
aprendizagem, ignoram a capacidade que o humano tem de produzir frases e expressões
nunca antes ouvidas, ou seja, ignoram o aspecto criativo da linguagem, a criatividade
da criança, e o papel da mente no processo de aprendizagem e, por isso, não explicam
como produzimos e compreendemos sentenças nunca antes ouvidas.
 Em suma, o Behaviorismo não tem em conta as predisposições da criança.

2.3.2. A Teoria Inatista ou Teoria Mentalista de Chomsky (1965)


Chomsky que na sua obra Syntatic Estrutures (1957) contestou muitas ideias defendidas
por Skinner, defende que o aprendente está equipado de mecanismos específicos para
aprendizagem da língua, capacidade inata. Especificamente, o indivíduo possui um dispositivo
de aquisição da linguagem- Language Acquisition Device (LAD) composta por uma Gramática
Universal (GU). Este é activado pela exposição à língua. O aluno aprende no processo de
formação de hipóteses.
A gramática universal é constituída por dois tipos de princípios:
- Princípios rígidos, invariáveis que devem estar incorporados em qualquer gramática
final;
- Princípios abertos cujo valor final e definitivo é apenas atingido durante o processo de
aquisição, através da fixação das suas regras a partir do meio ambiente.
 Até aos cinco anos, as crianças adquirem aspectos básicos da sua língua materna
para Chomsky a linguagem é determinada pela estrutura da mente e possui
algumas características importantes como:
(1) A criatividade, isto é, a capacidade que todos seres humanos têm de produzir
compreender um número infinitamente grande de frases que nunca tenham ouvido
nem produzido anteriormente;
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(2) A dualidade de estrutura que é a possibilidade de representar as frases por


combinação de fonemas.
Os estímulos iniciais fornecidos a criança são “pobres”, visto que são essencialmente
formados por expressões gramaticais da língua. A aquisição centrada na sintaxe consiste na
testagem de hipóteses pela criança a partir de dados primários fornecidos pelo meio ambiente
linguístico.
 Subsídios desta teoria para a educação e outros estudos
 Ajuda a compreender a importância da gramática interna do aprendente na censura ou
avaliação das construções linguísticas que recebe do meio ambiente.
 Mostra que a aprendizagem é resultado da interiorização de gramaticas e a sua
explicitação.
 Revela que o apredente testa hipóteses sobre os estímulos que recebe e erros sobre a
língua.
 Impulsiona uma nova visão nos estudos psicolinguisticos da aquisição da linguagem;
 Põe em relevo a importância das bases biológicas da linguagem e dos mecanismos
específicos da sua produção.

 Limitações:
 Não deu importância devida à interacção verbal e ao contexto;
 Não dá a devida atenção à fase de adolescência, onde o aprendente já lida com
abstracções
 Negligenciou a semântica (significação) e a pragmática (funções da linguagem) em
detrimento da aquisição da sintaxe valorizando o sistema de competência (combinação
de palavras e de fonemas).
 Não explicou onde se localiza o LAD e nem como ele é activado.

Terminada a discussão das teorias Behavioristas e Mentalistas sobre a Aquisição e


aprendizagem de uma L1, propõe-se a seguir uma breve descrição da abordagem procedural,
cognitivista e o Interacionista.

2.3.3. Breve caracterização da abordagem procedural, do Cognitivismo de Piaget,


do Interaccionismo de Vigotsky e Luria e o Construtivismo.
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Estas teorias que se enquadram numa perspectiva que defende o papel determinante do
meio, isto é, o factor social é que determina a aquisição da língua. Mas também consideram a
a interacção entre factores externos (sócio-culturais e religiosos, por exemplo) e internos (sua
constituição físico-bilógica-anatómica, seu desenvolvimento cognitivo) no processo de
aquisição da linguagem. Os factores externos e internos influenciam o processamento do input
linguístico que o aprendente recebe do meio e processa naquilo que é chamado intake. Assim,
estes determinam a qualidade do output, isto é, o conjunto de princípios e valores sócio-culturais
e o seu desenvovimento físico e cognitivo que influenciam no processamento, escolha e
reprodução (que é a sua utilização adequado aos diferentes contextos de comunicação).

2.3.3.1. Abordagem procedural


Segundo Ullman (2005), a linguagem divide-se em dois tipos de informação: aquela que
é idiossincrática e deve ser memorizada individualmente como itens, léxico mental; e aquela
que é guiada por regras da gramática, consistindo de regularidades - especialmente em termos
de sintaxe e morfologia -que podem ser generalizadas.
Normalmente, o conhecimento e o uso dessas regularidades da língua são implícitos, o
falante não possui tal conhecimento conscientemente. A premissa básica da abordagem
declarativa/ procedural: aspectos da distinção léxico-gramática estão ligados a dois tipos de
memória: declarativa (explícita) e procedural (implícita).
Na perspectiva procedural, as crianças em fase de aquisição de L1, inicialmente,
aprendem as formas idiossincráticas via memória declarativa e, gradualmente, a memória de
procedimentos adquire o conhecimento gramatical subjacente, que diz respeito às regras e
combinações.
A procedural é responsável pelas novas aprendizagens, novas habilidades motoras e
cognitivas, hábitos para além de controlar as antigas. Na aquisição da L1, ela serve na
aprendizagem de factos, eventos itens léxico-mentais, sons e significados de palavras,
gramática. Assim, a aquisição da linguagem é um processo gradual.

2.3.3.2. Cognitivismo
Em oposição ao inatismo-mentalismo de Chomsky, para os cognitivistas, baseados nos
estudos de Jean Pieget, a aquisição e aprendizagem de uma L1 depende do desenvolvimento
da inteligência da criança que resulta da sua interacção com o meio através da assimilação
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e acomodação. Este processo dá-se por volta dos 18 meses com a superação da inteligência
sensório-motora a caminho da pré-operatória quando a criança já relaciona um símbolo a o
significado a que representa, armazena e recupera a experiência, isto é, desenvolve-se nele a
função simbólica e representacional. Nesta fase, a criança desenvolve também a
descentralização das acções em ralação ao seu próprio corpo; a coordenação gradual das acções
e a permanência do objecto.
Com efeito, todos aspectos que a criança desenvolve nesta fase, permitem-lhe
internalizar e conceptualizar as acções, representar uma acção e evocar outras pelo pensamento,
podendo ser com símbolos convencionais e não só os dele. Assim, segundo Piaget, a criança já
adquiriu a linguagem porque ela é um sistema simbólico de representações.
No entanto, Piaget, ao defender que o desenvolvimento cognitivo resulta da interacção
com o meio-ambiente, recusa a programação genética e ta teoria e subestima o papel do social
e das outras pessoas no desenvolvimento da criança. Desta limitação, surge o Interacionismo
de que falaremos à seguir.

2.3.3.2. Interacionismo
À partir das propostas de Vygotsky começa-se a vislumbrar uma solução para as
limitações do comportamentalismo que deixava de lado o papel da mente, do inatismo que
cingia sua argumentação no papel da mente. O Interacionismo, para além de ver a criança
como um potencial parceiro comunicativo, valoriza o papel dos factores sociais,
comunicativos e culturais como básicos na aquisição da linguagem, isto é, o pré-requisito para
aquisição da linguagem é a interacção social e a troca comunicativa entre a criança e seus
interlocutores.
Neste contexto, as características da fala dos mais velhos (input) dirigida a criança são
fundamentais no processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem. A fala dos mais
velhos a que a criança está exposta é alterada por ela em todos os aspectos funcionais da língua
(fonológicos, morfológicos, sintácticos, semânticos e pragmáticos).
A criança é submersa por seus interlocutores num universo significativo que na
conversação atribuem significados e intenção às suas emissões vocais, gestos, direcção do olhar
e choros que recebem interpretações, significações e classificações. Os adultos respondem às
acções da criança como se fossem intencionalmente direccionadas a eles o que desenvolve
conceitos como tópico/comentário expressando o Sujeito/Predicado.
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Para os interacionistas, a linguagem é uma actividade constituiva do conhecimento


do mundo pela criança onde ela se constrói como um dos sujeitos do diálogo que se estabelece
com os adultos.

2.3.3.3. O Construtivismo
 Quando, como e com quem surge?
Surgiu no século XX, a partir das experiências do biólogo, filósofo e epistemólogo suíço
Jean Piaget (1896-1980). Este observava crianças desde o nascimento até a adolescência e
percebeu que o conhecimento se constrói na interacção do sujeito com o meio em que ele vive.

 O que é conhecimento?
O conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado nem nas estruturas
internas do sujeito, porquanto estas resultam de uma construção efectiva e contínua, nem nas
características preexistentes do objecto, uma vez que elas só são conhecidas graças a mediação
necessária dessas estruturas, e que essas, ao enquadrá-las, enriquecem-nas. (PIAGET, 2007,
p.1).
 Na pedagogia,

O contrutivismo contribuíu na construção de novas teorias pedagógicas:

- o sujeito passa a ser visto como capaz de construir o conhecimento na interacção


com o meio físico e social.
- A inteligência é vista “[...] como desenvolvimento de uma actividade assimiladora
cujas leis funcionais são dadas a partir da vida orgânica e cujas sucessivas estruturas
que lhe servem de órgãos são elaboradas por interacção dela própria com o meio
exterior” (PIAGET, 1987)
- O construtivismo não é uma prática nem um método, e sim uma teoria que permite
conceber o conhecimento como algo que não é dado e sim construído e constituído
pelo sujeito através de sua acção e da interacção com o meio. (Becker,1994)

- O sentido do construtivismo na educação diferencia-se da escola como


transmissora de conhecimento.

 Contribuições para o E-A da Língua Portuguesa

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- Transferir o foco da escola, do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja,
o aluno;

- O processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual pois cada salto
cognitivo depende de uma assimilação e de uma re-elaboração dos esquemas internos,
que necessariamente levam tempo;

-Os supostos erros da crianças evidenciam como ele releu o conteúdo aprendido. O que
as crianças aprendem não coincide com aquilo que lhes foi ensinado.

- Na teoria de Piaget, o conhecimento objetivo aparece como uma aquisição, e não como
um dado inicial. O caminho em direcção a este conhecimento objectivo não é linear.
Esta noção de erros construtivos é essencial.

- O aprendizagem da alfabetização não ocorre isolado da escrita;

-A alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita por
isso deve-se usar de textos de actualidade, livros, histórias, jornais, revistas;

O aluno deve participar activamente do próprio aprendizado, mediante a


experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o desenvolvimento do
raciocínio, entre outros procedimentos.

Portanto, a educação deve ser um processo de construção do conhecimento, através da


reflexão, baseada num novo modo de conceber o mundo, a vida e as relações sociais e, para
que isso se efective, como educadores precisamos de um bom suporte teórico.

Adaptado pela Dra. Célia Adriano Cossa UP- Curso de Português


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Bibliografia Básica
1. AMOR, Emília. Didáctica do Português. Fundamentos e Metodologias. 3ª ed. Lisboa,
Texto Editora, 1993.
2. CHOMSKY, Noam. Reflexões sobre a linguagem. Lisboa, Edições 70, 1975.
3. CHAKUR, Cilene Ribeiro de Sá Leite; SILVA, Rita de Cássia da e MASSABNI, Vânia
Galindo. O Construtivismo no Ensino Fundamental: um caso Desconstrução.
GT: Psicologia da Educação /n.20, UNESP. Disponível online
4. ELS, Theo Van et al. Applied linguistics and the learning and teaching of foreign language.
London, Edward Arnold Ltd. 1987.
5. REIS, Carlos e ADRAGÃO, José V. Didáctica do Português. 2ª ed. Lisboa. Universidade
Aberta. 1992
6. RICHARDS, J.C.. Error analysis: perspectives on second language acquisition. London,
Longman, 1974.
7. SKILBECK, Malcom. A reforma dos programas escolares. Rio Tinto, Edições ASA, 1992.
8. SANCHIS, Isabelle de Paiva e MAHFOUD, Miguel. Interação e construção: o sujeito e
o conhecimento no construtivismo de Piaget. Ciências & Cognição, 2007;
Vol 12: 165-177 disponível online em http://www.cienciasecognicao.org
9. WALLACE, Michael. Teaching vocabulary. London, Hienemann educational Books, 1987.

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