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O Modelo Innovation Competing

Values Framework- ICVF (Estrutura


de Valores Concorrentes da
Inovação)
Categoria: 2015
Publicado em Domingo, 01 Novembro 2015 10;50
Acessos: 2328

Na semana passada esta newsletter fez referência ao Modelo de 4 Níveis


de Competências, que está sendo desenvolvido pelo C.E.S.A.R.,
marcadamente com respeito às empresas de TICs. Nesta newsletter
vamos apresentar brevemente o Modelo de Valores Concorrentes
(Competing Values Framework), associando-o ao Modelo de 4 Níveis de
Competências através do modelo aqui denominado Innovation
Competing Values Framework- ICVF (Estrutura de Valores Concorrentes
da Inovação).

O Competing Values Framework - CVF foi desenvolvido pelos


Professores da Universidade de Michigan, nos EUA, Robert E. Quinn e
John Rohrbaugh, tendo adquirido popularidade a partir do artigo “A
competing values organizational effectiveness”, publicado na revista
Public Productivity Review, No. 2, pp 122-140, de 1981. O modelo evoluiu
ao longo do tempo e é hoje apresentado, de forma mais condensada, no
livro “Diagnosing and Changing Organizational Culture: Based on the
Competing Values Framework”, de Kim S. Cameron e Robert E. Quinn.

Um bom e breve resumo do CVF pode ser encontrado, em português,


aqui. O CVF é apresentado num esquema de quatro quadrantes que
qualificam duas dimensões analíticas contrastantes de estruturas
organizacionais. Uma dimensão diferencia uma ênfase na flexibilidade,
espontaneidade (típicas dos processos orgânicos), da ênfase na
estabilidade, ordem e controle (típicas dos processos mecanicistas).
Uma segunda dimensão diferencia uma orientação interna com foco na
integração, colaboração e união de uma orientação externa, com foco na
diferenciação, competição e rivalidade (ver Figura 1 à frente).

Os quadrantes também são contraditórios ou concorrentes na diagonal.


Os quadrantes definem quatro culturas organizacionais: a) Clã: culturas
orientadas à colaboração (para fazer as coisas juntos); b) Adhocracy:
culturas dinâmicas e empreendedoras, com foco no risco e na inovação
(para fazer as coisas pioneiramente); c) Mercado: culturas orientadas a
resultados, com foco em competição (para fazer as coisas rapidamente);
e, d) Hierarquia: culturas estruturadas e controladas, com foco em
eficiência, estabilidade (para fazer as coisas certas).

Ao contrário dos estudos qualitativos etnográficos, o CVF foi pensado


para expressar medidas quantitativas de uma variedade de ambientes
organizacionais. Ele foca nas tensões e conflitos concorrentes inerentes
a qualquer sistema humano. No livro acima citado os autores apresentam
uma metodologia (Organizational Culture Assessment Instrument –
OCAI) para diagnosticar a cultura organizacional e instruções para como
completar e estabelecer scores para ela.

Apesar do seu apelo (pelo modo intuitivo de concepção) e popularidade,


o CVF, no entanto, não foi pensado para contextos organizacionais
eminentemente voltados à tecnologia e à inovação. Sendo assim,
fazendo uso dos aspectos da cultura da inovação explicitados no livro de
Philipp Herzog (ver newsletter de 19/10/2015), sobre a existência de
“construtos orientadores” relacionados com inovação, ou “mentalidades
orientadoras”, ou “facetas” da cultura inovadora (como a mentalidade
“orientada ao mercado” – market orientation, a mentalidade “orientada à
tecnologia” – technology orientation, a mentalidade “orientada ao
espírito empreendedor”- entrepreneurship orientation, e a mentalidade
“orientada ao aprendizado” - learning orientation), podemos identificar o
que pode aqui ser chamado de “Innovation Competing Values
Framework- ICVF” (apontado na Figura 2 à frente), que representa a
justaposição dos valores da inovação no CVF.

E como podemos associar o Modelo de 4 Níveis de Competências a este


ICVF? Basta recordar o que representam os 4 níveis definidores deste
modelo: N1- Recursos; N2- Capacidades; N3- Soluções; e, N4-
Negócios (ver newsletter de 19/10/2015). Logo, pelas definições de
cada um destes níveis, é possível associar os Níveis 1 e 2 aos quadrantes
esquerdos do ICVF (sem especificar precisamente se no quadrante
superior ou inferior), e os Níveis 3 e 4 aos quadrantes direitos do ICVF
(sem, necessariamente, especificar se no quadrante superior ou inferior).

O que podemos inferir, a partir deste modelo denominado ICVF, é que as


empresas de TICs no Brasil parecem refletir o fato de que os valores dos
quadrantes da esquerda do ICVF (valores de aprendizado/pesquisa e de
tecnologia) estão dominando a cultura da inovação em detrimento dos
valores que são fundamentais aos negócios inovadores, que são
característicos dos valores dos quadrantes da direita do ICVF
(hegemonia que se constata independentemente se os processos
organizacionais são orgânicos ou mecanicistas), apesar da onda de
“startapismo” emergente no país!

Com este ICVF a Creativante passa a ter um novo modelo para aferir a
cultura de inovação das empresas, organizações e instituições. E se
estas ainda não possuírem uma cultura de inovação, este modelo
possibilita qualquer gestor a detectar como se encontram os valores da
sua cultura corporativa e como ela pode evoluir para uma cultura de
inovação!

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre os


valores concorrentes da cultura organizacional, não hesite em nos
contatar!
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