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DISTRIBUIÇÃO TÍPICA DOS PERÍODOS DE PRODUÇÃO DE BAKHTIN

fase filosófica – 1918-1924 (influência do neokantismo e da fenomenologia – não há escrito de 1918, há


referências do próprio Bakhtin nas conversas com Viktor Duvakin, em 1973).

Fase de crítica teórica – 1925-1929 (diálogo com o freudismo, o marxismo soviético, o formalismo russo, a
linguística e a filologia).

Fase teórica – década de 1930 (formulação de uma poética histórica, sobretudo em torno do romance – é
quando, em um conjunto de textos, nem todos destacados na cronologia a seguir, formula aquilo que se
convencionou chamar de sua Teoria do romance) e de 1940.

Fase final – década de 1960 e de 1970 (retorno à metafísica da primeira fase na perspectiva de uma teoria
social e da filosofia da linguagem).

Os estudos orientados durante a disciplina se restringem à parte da produção que vai até a terceira fase.

CRONOLOGIA DA OBRA

DURANTE VLADÍMIR LÊNIN (1917-1924)

(A) Arte e responsabilidade (1919)

(A) Para uma filosofia do ato [responsável] (1920 – inacabado)

(D) Conferências sobre história da literatura russa [sobre a obra de Viatcheslav Ivánov] (1920)

(A) O autor e o herói [a personagem] na atividade estética (1920-1923)

(B) O problema do conteúdo, do material e da forma na atividade estética (1923-1924)

DURANTE JOSEF STÁLIN (1924-1953)

(B) O discurso na vida e o discurso na arte [poesia] (Voloshinov/Bakhtin, 1926)

O freudismo (Voloshinov/Bakhtin, 1927)

(B) O método formal nos Estudos Literários: uma introdução crítica a uma poética sociológica
(Medviédev/Bakhtin, 1928)

(C) Marxismo e filosofia da linguagem (Voloshinov/Bakhtin, 1929)

(C) Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem (Voloshinov/Bakhtin, 1929)

(D) Problemas da poética de Dostoievski (1929)

(E) O discurso na poesia e o discurso no romance (1934-1935)

(E) O romance de educação [formação] e sua importância na história do realismo (1936-1938)


(E) As formas do tempo e do cronotopo no romance: ensaios de uma poética clássica (1937-1938, revisto
em 1973, incluindo as Observações finais)

(B/C) Metodologia das Ciências Humanas (1939-1940)

(E) Da pré-história do discurso do romance (1940)

(D) Rabelais e Gógol: arte do discurso e cultura popular (1940, fragmento da tese sobre Rabelais e a história
do realismo)

(E) Epos e romance: sobre a metodologia do estudo do romance (1941)

(C) Questões de estilística no ensino da língua (1942-1945)

(C) Diálogo I. A questão do discurso dialógico (de 1950 – rascunhos)

(C) Diálogo II (de 1952 – rascunhos)

(C) Os gêneros do discurso (1952-1953)

DURANTE NIKITA KHRUSHCHEV (1953-1964)

(B/C) O problema do texto na linguística, na filologia e em outras ciências humanas (1959-1961 –


inacabado)

(D) Reformulação do livro de Dostoievski (1961-1962, publicado em 1976 e 1979 – neste ano, com um guia
para a edição de 1963)

DURANTE LEONID BREJNEV (1964-1982)

(D) A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rebelais (1965)

(B) Os Estudos Literários hoje (1970)

(B/C) Apontamentos de 1970-1971

Conversas com Viktor Duvakin (1973)

Questões de Literatura e Estética (antologia de 1975)

Estética da criação verbal (antologia de 1979)

Leituras-chave (teoria): Arte e responsabilidade (1919), Para uma filosofia do ato [responsável] (1920), O
autor e o herói [a personagem] na atividade estética (1923), O problema do conteúdo, do material e do
método na atividade estética, O discurso na vida e o discurso na arte [poesia] (1926), O discurso na poesia e
o discurso no romance (1934-1935), Epos e romance: sobre a metodologia do estudo do romance (1941).

Ordem das leituras-chave (teoria): O discurso na poesia e o discurso no romance (1934-1935), O discurso
na vida e o discurso na arte [poesia] (1926) e O autor e o herói [a personagem] na atividade estética (1923).
OBS.: No primeiro caso, de O discurso na poesia e o discurso no romance (1934-1935), farei relação com
Epos e romance: sobre a metodologia do estudo do romance (1941). No segundo caso, de O discurso na
vida e o discurso na arte [poesia] (1926), farei relação com O problema do conteúdo, do material e do
método na atividade estética – convém destacar que para aprofundamento, é preciso ir a O método formal
nos Estudos Literários: uma introdução crítica a uma poética sociológica (1928). E no terceiro caso, de O
autor e o herói [a personagem] na atividade estética (1923), farei relação com Arte e responsabilidade
(1919) e com Para uma filosofia do ato [responsável] (1920).

Leituras-chave (crítica): Leitura sobre Separação (de 1830), de Pushkin, em Para uma filosofia do ato
[responsável] (1920), Conferências sobre história da literatura russa [sobre a obra de Viatcheslav Ivánov]
(1920). Comentários a respeito das anotações nominadas como Sobre Maiakovski (conjunto de notas dado
como provavelmente da década de 1940, sem ano definido). [Notar-se-á que Bakhtin privilegiava autorias
do século XIX, como Pushkin, Gógol e Dostoievski, e poetas simbolistas de linguagem arcaizante, como
Viatcheslav Ivánov, Konstantin Balmont, Andrei Biéli e Valeri Briússov, e que tinha pouco ou nenhum
interesse (até certo desprezo ou isso mesmo) por acmeístas, como Mikhail Kuzmin, Anna Akhmatova e
Ossip Mandelstam. Dessa geração, embora não fosse nem propriamente simbolista nem acmeísta, também
não mostrou interesse por Marina Tzvetaeva. Do simbolista Aleksandr Blok, Bakhtin com Medviédev, em
1920, proferiu palestras (ainda não traduzidas em português) sobre sua poesia. Não há referência ao
famoso poeta Serguei Iessiênin. Desprezo mesmo, demonstrava pelos futuristas, com reservas a Velimir
Khébnikov (que elogiava) e Vladímir Maiakovski (que admirava a ponto de escrever a seu respeito). Com
Medeviédev em O método formal nos Estudos Literários: uma introdução crítica a uma poética sociológica
(1928) comenta Boris Pasternak. Não se sabe por que, mas decerto pelo período, também não trata de
Josef Brodsky.

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