You are on page 1of 18

Administração

Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011

Professor Rafael Ravazolo

www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração

LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO - LEI Nº 12.527/2011

A Lei nº 12.527, conhecida como Lei de Acesso à Informação (LAI), tem o propósito de regula-
mentar o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas e seus disposi-
tivos são aplicáveis aos três Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A publicação da LAI significa um importante passo para a consolidação democrática do Brasil
e também para o sucesso das ações de prevenção da corrupção no país. Por tornar possível a
maior participação popular e o controle social das ações governamentais, o acesso da socieda-
de às informações públicas permite que ocorra uma melhoria na gestão pública.
No Brasil, o direito de acesso à informação pública foi previsto na Constituição Federal, no art.
5º, inciso XXXIII do Capítulo I – dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos –, o qual dispõe
que: “todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de respon-
sabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado”.
A Constituição também tratou do acesso à informação pública no art. 5º, inciso XIV, no art. 37,
§ 3º, inciso II e no art. 216, § 2º. São esses os dispositivos que a LAI regulamenta, estabelecen-
do requisitos mínimos para a divulgação de informações públicas e procedimentos para facilitar
e agilizar o seu acesso por qualquer pessoa.
A LAI torna essencial o princípio da transparência máxima: o acesso é a regra, e o sigilo é a exce-
ção. Salvaguardando-se os dados pessoais e as exceções expressas na lei, todas as demais infor-
mações são consideradas públicas e, por isso, passíveis de serem disponibilizadas aos cidadãos.
A LAI também consolida e define o marco regulatório sobre o acesso à informação pública sob
a guarda do Estado e estabelece procedimentos para que a Administração responda a pedidos
de informação do cidadão. Para isso, a LAI estipula:
•• procedimentos, normas e prazos para o processamento dos pedidos de informação;
•• a criação de um Serviço de Informações ao Cidadão em todos os órgãos e entidades do
poder público;
•• que órgãos e entidades públicas devem divulgar informações de interesse coletivo, sobre-
tudo por meio da Internet, salvo aquelas cuja confidencialidade esteja prevista no texto
legal;
•• mecanismos de recurso em caso de negativa de acesso à informação.
A seguir, um quadro com o resumo dos conteúdos da LAI.

www.acasadoconcurseiro.com.br 3
Lei nº 12.527/2011

Regula o acesso a informações previsto no inci- do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º


so XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 do art. 216 da Constituição Federal.
e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal; al-
tera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; Parágrafo único. Subordinam-se ao regime
revoga a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e desta Lei:
dispositivos da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de I – os órgãos públicos integrantes da admi-
1991; e dá outras providências. nistração direta dos Poderes Executivo, Le-
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o gislativo, incluindo as Cortes de Contas, e
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- Judiciário e do Ministério Público;
guinte Lei: II – as autarquias, as fundações públicas, as
empresas públicas, as sociedades de econo-
mia mista e demais entidades controladas
direta ou indiretamente pela União, Esta-
CAPÍTULO I dos, Distrito Federal e Municípios.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos que couber, às entidades privadas sem fins lu-
a serem observados pela União, Estados, Distri- crativos que recebam, para realização de ações
to Federal e Municípios, com o fim de garantir de interesse público, recursos públicos direta-
o acesso a informações previsto no inciso XXXIII mente do orçamento ou mediante subvenções

4 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

sociais, contrato de gestão, termo de parceria, IV – informação pessoal: aquela relacionada


convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen- à pessoa natural identificada ou identificá-
tos congêneres. vel;
Parágrafo único. A publicidade a que estão V – tratamento da informação: conjunto
submetidas as entidades citadas no caput de ações referentes à produção, recepção,
refere-se à parcela dos recursos públicos classificação, utilização, acesso, reprodu-
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo ção, transporte, transmissão, distribuição,
das prestações de contas a que estejam le- arquivamento, armazenamento, elimina-
galmente obrigadas. ção, avaliação, destinação ou controle da
informação;
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei
destinam-se a assegurar o direito fundamental VI – disponibilidade: qualidade da informa-
de acesso à informação e devem ser executados ção que pode ser conhecida e utilizada por
em conformidade com os princípios básicos da indivíduos, equipamentos ou sistemas au-
administração pública e com as seguintes dire- torizados;
trizes:
VII – autenticidade: qualidade da informa-
I – observância da publicidade como precei- ção que tenha sido produzida, expedida,
to geral e do sigilo como exceção; recebida ou modificada por determinado
indivíduo, equipamento ou sistema;
II – divulgação de informações de interesse
público, independentemente de solicita- VIII – integridade: qualidade da informação
ções; não modificada, inclusive quanto à origem,
trânsito e destino;
III – utilização de meios de comunicação
viabilizados pela tecnologia da informação; IX – primariedade: qualidade da informação
coletada na fonte, com o máximo de deta-
IV – fomento ao desenvolvimento da cultu- lhamento possível, sem modificações.
ra de transparência na administração públi-
ca; Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de
acesso à informação, que será franqueada, me-
V – desenvolvimento do controle social da diante procedimentos objetivos e ágeis, de for-
administração pública. ma transparente, clara e em linguagem de fácil
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se: compreensão.

I – informação: dados, processados ou não,


que podem ser utilizados para produção e
transmissão de conhecimento, contidos em CAPÍTULO II
qualquer meio, suporte ou formato; DO ACESSO A INFORMAÇÕES E
II – documento: unidade de registro de in- DA SUA DIVULGAÇÃO
formações, qualquer que seja o suporte ou
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder
formato;
público, observadas as normas e procedimentos
III – informação sigilosa: aquela submetida específicos aplicáveis, assegurar a:
temporariamente à restrição de acesso pú-
I – gestão transparente da informação, pro-
blico em razão de sua imprescindibilidade
piciando amplo acesso a ela e sua divulga-
para a segurança da sociedade e do Estado;
ção;

www.acasadoconcurseiro.com.br 5
II – proteção da informação, garantindo-se § 1º O acesso à informação previsto no ca-
sua disponibilidade, autenticidade e integri- put não compreende as informações refe-
dade; e rentes a projetos de pesquisa e desenvolvi-
mento científicos ou tecnológicos cujo sigilo
III – proteção da informação sigilosa e da in- seja imprescindível à segurança da socieda-
formação pessoal, observada a sua disponi- de e do Estado.
bilidade, autenticidade, integridade e even-
tual restrição de acesso. § 2º Quando não for autorizado acesso inte-
gral à informação por ser ela parcialmente
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
Lei compreende, entre outros, os direitos de ob- sigilosa por meio de certidão, extrato ou có-
ter: pia com ocultação da parte sob sigilo.
I – orientação sobre os procedimentos para § 3º O direito de acesso aos documentos
a consecução de acesso, bem como sobre o ou às informações neles contidas utilizados
local onde poderá ser encontrada ou obtida como fundamento da tomada de decisão e
a informação almejada; do ato administrativo será assegurado com
II – informação contida em registros ou do- a edição do ato decisório respectivo.
cumentos, produzidos ou acumulados por § 4º A negativa de acesso às informações
seus órgãos ou entidades, recolhidos ou objeto de pedido formulado aos órgãos e
não a arquivos públicos; entidades referidas no art. 1º, quando não
III – informação produzida ou custodiada fundamentada, sujeitará o responsável a
por pessoa física ou entidade privada decor- medidas disciplinares, nos termos do art. 32
rente de qualquer vínculo com seus órgãos desta Lei.
ou entidades, mesmo que esse vínculo já § 5º Informado do extravio da informação
tenha cessado; solicitada, poderá o interessado requerer à
IV – informação primária, íntegra, autêntica autoridade competente a imediata abertu-
e atualizada; ra de sindicância para apurar o desapareci-
mento da respectiva documentação.
V – informação sobre atividades exercidas
pelos órgãos e entidades, inclusive as rela- § 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º
tivas à sua política, organização e serviços; deste artigo, o responsável pela guarda da
informação extraviada deverá, no prazo de
VI – informação pertinente à administração 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar teste-
do patrimônio público, utilização de recur- munhas que comprovem sua alegação.
sos públicos, licitação, contratos administra-
tivos; e Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas
promover, independentemente de requerimen-
VII – informação relativa: tos, a divulgação em local de fácil acesso, no
âmbito de suas competências, de informações
a) à implementação, acompanhamento e
de interesse coletivo ou geral por eles produzi-
resultados dos programas, projetos e ações
das ou custodiadas.
dos órgãos e entidades públicas, bem como
metas e indicadores propostos; § 1º Na divulgação das informações a que se
refere o caput, deverão constar, no mínimo:
b) ao resultado de inspeções, auditorias,
prestações e tomadas de contas realizadas I – registro das competências e estrutura
pelos órgãos de controle interno e externo, organizacional, endereços e telefones das
incluindo prestações de contas relativas a
exercícios anteriores.

6 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

respectivas unidades e horários de atendi- VI – manter atualizadas as informações dis-


mento ao público; poníveis para acesso;
II – registros de quaisquer repasses ou VII – indicar local e instruções que permi-
transferências de recursos financeiros; tam ao interessado comunicar-se, por via
eletrônica ou telefônica, com o órgão ou en-
III – registros das despesas; tidade detentora do sítio; e
IV – informações concernentes a procedi- VIII – adotar as medidas necessárias para
mentos licitatórios, inclusive os respectivos garantir a acessibilidade de conteúdo para
editais e resultados, bem como a todos os pessoas com deficiência, nos termos do art.
contratos celebrados; 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de
V – dados gerais para o acompanhamento 2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Di-
de programas, ações, projetos e obras de reitos das Pessoas com Deficiência, aprova-
órgãos e entidades; e da pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de
julho de 2008.
VI – respostas a perguntas mais frequentes
da sociedade. § 4º Os Municípios com população de até
10.000 (dez mil) habitantes ficam dispen-
§ 2º Para cumprimento do disposto no ca- sados da divulgação obrigatória na internet
put, os órgãos e entidades públicas deverão a que se refere o § 2º, mantida a obrigato-
utilizar todos os meios e instrumentos legí- riedade de divulgação, em tempo real, de
timos de que dispuserem, sendo obrigatória informações relativas à execução orçamen-
a divulgação em sítios oficiais da rede mun- tária e financeira, nos critérios e prazos pre-
dial de computadores (internet). vistos no art. 73-B da Lei Complementar nº
101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Respon-
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na
sabilidade Fiscal).
forma de regulamento, atender, entre ou-
tros, aos seguintes requisitos: Art. 9º O acesso a informações públicas será as-
segurado mediante:
I – conter ferramenta de pesquisa de conte-
údo que permita o acesso à informação de I – criação de serviço de informações ao ci-
forma objetiva, transparente, clara e em lin- dadão, nos órgãos e entidades do poder pú-
guagem de fácil compreensão; blico, em local com condições apropriadas
para:
II – possibilitar a gravação de relatórios em
diversos formatos eletrônicos, inclusive a) atender e orientar o público quanto ao
abertos e não proprietários, tais como pla- acesso a informações;
nilhas e texto, de modo a facilitar a análise
das informações; b) informar sobre a tramitação de docu-
mentos nas suas respectivas unidades;
III – possibilitar o acesso automatizado por
sistemas externos em formatos abertos, es- c) protocolizar documentos e requerimen-
truturados e legíveis por máquina; tos de acesso a informações; e

IV – divulgar em detalhes os formatos utili- II – realização de audiências ou consultas


zados para estruturação da informação; públicas, incentivo à participação popular
ou a outras formas de divulgação.
V – garantir a autenticidade e a integridade
das informações disponíveis para acesso;

www.acasadoconcurseiro.com.br 7
CAPÍTULO III entidade, cientificando o interessado da re-
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO messa de seu pedido de informação.
À INFORMAÇÃO § 2º O prazo referido no § 1º poderá ser
prorrogado por mais 10 (dez) dias, median-
Seção I te justificativa expressa, da qual será cienti-
DO PEDIDO DE ACESSO ficado o requerente.

Art. 10. Qualquer interessado poderá apresen- § 3º Sem prejuízo da segurança e da prote-
tar pedido de acesso a informações aos órgãos ção das informações e do cumprimento da
e entidades referidos no art. 1o desta Lei, por legislação aplicável, o órgão ou entidade
qualquer meio legítimo, devendo o pedido con- poderá oferecer meios para que o próprio
ter a identificação do requerente e a especifica- requerente possa pesquisar a informação
ção da informação requerida. de que necessitar.

§ 1º Para o acesso a informações de inte- § 4º Quando não for autorizado o acesso


resse público, a identificação do requerente por se tratar de informação total ou par-
não pode conter exigências que inviabilizem cialmente sigilosa, o requerente deverá ser
a solicitação. informado sobre a possibilidade de recurso,
prazos e condições para sua interposição,
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devendo, ainda, ser-lhe indicada a autorida-
devem viabilizar alternativa de encaminha- de competente para sua apreciação.
mento de pedidos de acesso por meio de
seus sítios oficiais na internet. § 5º A informação armazenada em formato
digital será fornecida nesse formato, caso
§ 3º São vedadas quaisquer exigências rela- haja anuência do requerente.
tivas aos motivos determinantes da solicita-
ção de informações de interesse público. § 6º Caso a informação solicitada esteja dis-
ponível ao público em formato impresso,
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá au- eletrônico ou em qualquer outro meio de
torizar ou conceder o acesso imediato à infor- acesso universal, serão informados ao re-
mação disponível. querente, por escrito, o lugar e a forma pela
qual se poderá consultar, obter ou repro-
§ 1º Não sendo possível conceder o aces- duzir a referida informação, procedimento
so imediato, na forma disposta no caput, esse que desonerará o órgão ou entidade
o órgão ou entidade que receber o pedido pública da obrigação de seu fornecimento
deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) direto, salvo se o requerente declarar não
dias: dispor de meios para realizar por si mesmo
I – comunicar a data, local e modo para se tais procedimentos.
realizar a consulta, efetuar a reprodução ou Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da
obter a certidão; informação é gratuito, salvo nas hipóteses de
II – indicar as razões de fato ou de direito da reprodução de documentos pelo órgão ou en-
recusa, total ou parcial, do acesso pretendi- tidade pública consultada, situação em que po-
do; ou derá ser cobrado exclusivamente o valor neces-
sário ao ressarcimento do custo dos serviços e
III – comunicar que não possui a informa- dos materiais utilizados.
ção, indicar, se for do seu conhecimento, o
órgão ou a entidade que a detém, ou, ain- Parágrafo único. Estará isento de ressarcir
da, remeter o requerimento a esse órgão ou os custos previstos no caput todo aquele
cuja situação econômica não lhe permita

8 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou III – os procedimentos de classificação de


da família, declarada nos termos da Lei nº informação sigilosa estabelecidos nesta Lei
7.115, de 29 de agosto de 1983. não tiverem sido observados; e
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informa- IV – estiverem sendo descumpridos prazos
ção contida em documento cuja manipulação ou outros procedimentos previstos nesta
possa prejudicar sua integridade, deverá ser Lei.
oferecida a consulta de cópia, com certificação
de que esta confere com o original. § 1º O recurso previsto neste artigo somen-
te poderá ser dirigido à Controladoria-Geral
Parágrafo único. Na impossibilidade de ob- da União depois de submetido à apreciação
tenção de cópias, o interessado poderá soli- de pelo menos uma autoridade hierarquica-
citar que, a suas expensas e sob supervisão mente superior àquela que exarou a deci-
de servidor público, a reprodução seja feita são impugnada, que deliberará no prazo de
por outro meio que não ponha em risco a 5 (cinco) dias.
conservação do documento original.
§ 2º Verificada a procedência das razões do
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro recurso, a Controladoria-Geral da União de-
teor de decisão de negativa de acesso, por certi- terminará ao órgão ou entidade que adote
dão ou cópia. as providências necessárias para dar cum-
primento ao disposto nesta Lei.
Seção II
§ 3º Negado o acesso à informação pela
DOS RECURSOS
Controladoria-Geral da União, poderá ser
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a interposto recurso à Comissão Mista de Re-
informações ou às razões da negativa do acesso, avaliação de Informações, a que se refere o
poderá o interessado interpor recurso contra a art. 35.
decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de
sua ciência. desclassificação de informação protocolado em
Parágrafo único. O recurso será dirigido à órgão da administração pública federal, poderá
autoridade hierarquicamente superior à o requerente recorrer ao Ministro de Estado da
que exarou a decisão impugnada, que deve- área, sem prejuízo das competências da Comis-
rá se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias. são Mista de Reavaliação de Informações, pre-
vistas no art. 35, e do disposto no art. 16.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos ór-
gãos ou entidades do Poder Executivo Federal, § 1º O recurso previsto neste artigo somen-
o requerente poderá recorrer à Controladoria- te poderá ser dirigido às autoridades men-
-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 cionadas depois de submetido à apreciação
(cinco) dias se: de pelo menos uma autoridade hierarqui-
camente superior à autoridade que exarou
I – o acesso à informação não classificada a decisão impugnada e, no caso das Forças
como sigilosa for negado; Armadas, ao respectivo Comando.
II – a decisão de negativa de acesso à infor- § 2º Indeferido o recurso previsto no caput
mação total ou parcialmente classificada que tenha como objeto a desclassificação
como sigilosa não indicar a autoridade clas- de informação secreta ou ultrassecreta, ca-
sificadora ou a hierarquicamente superior a berá recurso à Comissão Mista de Reavalia-
quem possa ser dirigido pedido de acesso ção de Informações prevista no art. 35.
ou desclassificação;

www.acasadoconcurseiro.com.br 9
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões entidade privada que tenha qualquer vínculo
denegatórias proferidas no recurso previsto no art. com o poder público.
15 e de revisão de classificação de documentos si-
gilosos serão objeto de regulamentação própria Seção II
dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério DA CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Público, em seus respectivos âmbitos, assegurado QUANTO AO GRAU E PRAZOS
ao solicitante, em qualquer caso, o direito de ser
informado sobre o andamento de seu pedido.
DE SIGILO

Art. 19. (VETADO). Art. 23. São consideradas imprescindíveis à se-


gurança da sociedade ou do Estado e, portanto,
§ 1º (VETADO). passíveis de classificação as informações cuja di-
vulgação ou acesso irrestrito possam:
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Mi-
nistério Público informarão ao Conselho I – pôr em risco a defesa e a soberania na-
Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional cionais ou a integridade do território nacio-
do Ministério Público, respectivamente, as nal;
decisões que, em grau de recurso, negarem
acesso a informações de interesse público. II – prejudicar ou pôr em risco a condução
de negociações ou as relações internacio-
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que cou- nais do País, ou as que tenham sido forneci-
ber, a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao das em caráter sigiloso por outros Estados e
procedimento de que trata este Capítulo. organismos internacionais;
III – pôr em risco a vida, a segurança ou a
saúde da população;
CAPÍTULO IV IV – oferecer elevado risco à estabilidade fi-
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO nanceira, econômica ou monetária do País;
À INFORMAÇÃO
V – prejudicar ou causar risco a planos ou
Seção I operações estratégicos das Forças Armadas;
DISPOSIÇÕES GERAIS VI – prejudicar ou causar risco a projetos de
pesquisa e desenvolvimento científico ou
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à infor- tecnológico, assim como a sistemas, bens,
mação necessária à tutela judicial ou adminis- instalações ou áreas de interesse estratégi-
trativa de direitos fundamentais. co nacional;
Parágrafo único. As informações ou docu- VII – pôr em risco a segurança de institui-
mentos que versem sobre condutas que ções ou de altas autoridades nacionais ou
impliquem violação dos direitos humanos estrangeiras e seus familiares; ou
praticada por agentes públicos ou a mando
de autoridades públicas não poderão ser VIII – comprometer atividades de inteligên-
objeto de restrição de acesso. cia, bem como de investigação ou fiscali-
zação em andamento, relacionadas com a
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as de- prevenção ou repressão de infrações.
mais hipóteses legais de sigilo e de segredo de
justiça nem as hipóteses de segredo industrial Art. 24. A informação em poder dos órgãos e
decorrentes da exploração direta de atividade entidades públicas, observado o seu teor e em
econômica pelo Estado ou por pessoa física ou razão de sua imprescindibilidade à segurança da
sociedade ou do Estado, poderá ser classificada
como ultrassecreta, secreta ou reservada.

10 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

§ 1º Os prazos máximos de restrição de § 1º O acesso, a divulgação e o tratamen-


acesso à informação, conforme a classifica- to de informação classificada como sigilosa
ção prevista no caput, vigoram a partir da ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
data de sua produção e são os seguintes: cessidade de conhecê-la e que sejam devi-
damente credenciadas na forma do regu-
I – ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; lamento, sem prejuízo das atribuições dos
II – secreta: 15 (quinze) anos; e agentes públicos autorizados por lei.

III – reservada: 5 (cinco) anos. § 2º O acesso à informação classificada


como sigilosa cria a obrigação para aquele
§ 2º As informações que puderem colocar que a obteve de resguardar o sigilo.
em risco a segurança do Presidente e Vice-
-Presidente da República e respectivos côn- § 3º Regulamento disporá sobre procedi-
juges e filhos(as) serão classificadas como mentos e medidas a serem adotados para
reservadas e ficarão sob sigilo até o térmi- o tratamento de informação sigilosa, de
no do mandato em exercício ou do último modo a protegê-la contra perda, alteração
mandato, em caso de reeleição. indevida, acesso, transmissão e divulgação
não autorizados.
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos
no § 1º, poderá ser estabelecida como ter- Art. 26. As autoridades públicas adotarão as
mo final de restrição de acesso a ocorrên- providências necessárias para que o pessoal a
cia de determinado evento, desde que este elas subordinado hierarquicamente conheça as
ocorra antes do transcurso do prazo máxi- normas e observe as medidas e procedimentos
mo de classificação. de segurança para tratamento de informações
sigilosas.
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou
consumado o evento que defina o seu ter- Parágrafo único. A pessoa física ou entida-
mo final, a informação tornar-se-á, automa- de privada que, em razão de qualquer vín-
ticamente, de acesso público. culo com o poder público, executar ativida-
des de tratamento de informações sigilosas
§ 5º Para a classificação da informação em adotará as providências necessárias para
determinado grau de sigilo, deverá ser ob- que seus empregados, prepostos ou repre-
servado o interesse público da informação sentantes observem as medidas e procedi-
e utilizado o critério menos restritivo possí- mentos de segurança das informações re-
vel, considerados: sultantes da aplicação desta Lei.
I – a gravidade do risco ou dano à segurança Seção IV
da sociedade e do Estado; e
Dos Procedimentos de Classificação,
II – o prazo máximo de restrição de acesso Reclassificação e Desclassificação
ou o evento que defina seu termo final.
Art. 27. A classificação do sigilo de informações
Seção III no âmbito da administração pública federal é de
DA PROTEÇÃO E DO CONTROLE DE competência:
INFORMAÇÕES SIGILOSAS I – no grau de ultrassecreto, das seguintes
autoridades:
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a
divulgação de informações sigilosas produzidas a) Presidente da República;
por seus órgãos e entidades, assegurando a sua
proteção. b) Vice-Presidente da República;

www.acasadoconcurseiro.com.br 11
c) Ministros de Estado e autoridades com as II – fundamento da classificação, observa-
mesmas prerrogativas; dos os critérios estabelecidos no art. 24;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e III – indicação do prazo de sigilo, contado
da Aeronáutica; e em anos, meses ou dias, ou do evento que
defina o seu termo final, conforme limites
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consu- previstos no art. 24; e
lares permanentes no exterior;
IV – identificação da autoridade que a clas-
II – no grau de secreto, das autoridades re- sificou.
feridas no inciso I, dos titulares de autar-
quias, fundações ou empresas públicas e Parágrafo único. A decisão referida no ca-
sociedades de economia mista; e put será mantida no mesmo grau de sigilo
da informação classificada.
III – no grau de reservado, das autoridades
referidas nos incisos I e II e das que exerçam Art. 29. A classificação das informações será re-
funções de direção, comando ou chefia, avaliada pela autoridade classificadora ou por
nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Di- autoridade hierarquicamente superior, median-
reção e Assessoramento Superiores, ou de te provocação ou de ofício, nos termos e prazos
hierarquia equivalente, de acordo com re- previstos em regulamento, com vistas à sua des-
gulamentação específica de cada órgão ou classificação ou à redução do prazo de sigilo, ob-
entidade, observado o disposto nesta Lei. servado o disposto no art. 24.
§ 1º A competência prevista nos incisos I e § 1º O regulamento a que se refere o caput
II, no que se refere à classificação como ul- deverá considerar as peculiaridades das in-
trassecreta e secreta, poderá ser delegada formações produzidas no exterior por auto-
pela autoridade responsável a agente públi- ridades ou agentes públicos.
co, inclusive em missão no exterior, vedada
a subdelegação. § 2º Na reavaliação a que se refere o caput,
deverão ser examinadas a permanência dos
§ 2º A classificação de informação no grau motivos do sigilo e a possibilidade de danos
de sigilo ultrassecreto pelas autoridades decorrentes do acesso ou da divulgação da
previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I informação.
deverá ser ratificada pelos respectivos Mi-
nistros de Estado, no prazo previsto em re- § 3º Na hipótese de redução do prazo de si-
gulamento. gilo da informação, o novo prazo de restri-
ção manterá como termo inicial a data da
§ 3º A autoridade ou outro agente público sua produção.
que classificar informação como ultrasse-
creta deverá encaminhar a decisão de que Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou
trata o art. 28 à Comissão Mista de Reava- entidade publicará, anualmente, em sítio à dis-
liação de Informações, a que se refere o art. posição na internet e destinado à veiculação de
35, no prazo previsto em regulamento. dados e informações administrativas, nos ter-
mos de regulamento:
Art. 28. A classificação de informação em qual-
quer grau de sigilo deverá ser formalizada em I – rol das informações que tenham sido
decisão que conterá, no mínimo, os seguintes desclassificadas nos últimos 12 (doze) me-
elementos: ses;

I – assunto sobre o qual versa a informação; II – rol de documentos classificados em


cada grau de sigilo, com identificação para
referência futura;

12 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

III – relatório estatístico contendo a quanti- II – à realização de estatísticas e pesquisas


dade de pedidos de informação recebidos, científicas de evidente interesse público ou
atendidos e indeferidos, bem como infor- geral, previstos em lei, sendo vedada a iden-
mações genéricas sobre os solicitantes. tificação da pessoa a que as informações se
referirem;
§ 1º Os órgãos e entidades deverão manter
exemplar da publicação prevista no caput III – ao cumprimento de ordem judicial;
para consulta pública em suas sedes.
IV – à defesa de direitos humanos; ou
§ 2º Os órgãos e entidades manterão extra-
to com a lista de informações classificadas, V – à proteção do interesse público e geral
acompanhadas da data, do grau de sigilo e preponderante.
dos fundamentos da classificação. § 4º A restrição de acesso à informação re-
lativa à vida privada, honra e imagem de
Seção V pessoa não poderá ser invocada com o in-
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS tuito de prejudicar processo de apuração
de irregularidades em que o titular das in-
Art. 31. O tratamento das informações pessoais formações estiver envolvido, bem como em
deve ser feito de forma transparente e com res- ações voltadas para a recuperação de fatos
peito à intimidade, vida privada, honra e ima- históricos de maior relevância.
gem das pessoas, bem como às liberdades e ga-
rantias individuais. § 5º Regulamento disporá sobre os proce-
dimentos para tratamento de informação
§ 1º As informações pessoais, a que se re- pessoal.
fere este artigo, relativas à intimidade, vida
privada, honra e imagem:
I – terão seu acesso restrito, independente-
mente de classificação de sigilo e pelo prazo CAPÍTULO V
máximo de 100 (cem) anos a contar da sua DAS RESPONSABILIDADES
data de produção, a agentes públicos legal-
mente autorizados e à pessoa a que elas se Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ense-
referirem; e jam responsabilidade do agente público ou mi-
litar:
II – poderão ter autorizada sua divulgação
ou acesso por terceiros diante de previsão I – recusar-se a fornecer informação reque-
legal ou consentimento expresso da pessoa rida nos termos desta Lei, retardar delibera-
a que elas se referirem. damente o seu fornecimento ou fornecê-la
intencionalmente de forma incorreta, in-
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informa- completa ou imprecisa;
ções de que trata este artigo será responsa-
bilizado por seu uso indevido. II – utilizar indevidamente, bem como sub-
trair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar
§ 3º O consentimento referido no inciso II ou ocultar, total ou parcialmente, informa-
do § 1º não será exigido quando as informa- ção que se encontre sob sua guarda ou a
ções forem necessárias: que tenha acesso ou conhecimento em ra-
zão do exercício das atribuições de cargo,
I – à prevenção e diagnóstico médico, quan- emprego ou função pública;
do a pessoa estiver física ou legalmente
incapaz, e para utilização única e exclusiva- III – agir com dolo ou má-fé na análise das
mente para o tratamento médico; solicitações de acesso à informação;

www.acasadoconcurseiro.com.br 13
IV – divulgar ou permitir a divulgação ou II – multa;
acessar ou permitir acesso indevido à infor-
mação sigilosa ou informação pessoal; III – rescisão do vínculo com o poder públi-
co;
V – impor sigilo à informação para obter
proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins IV – suspensão temporária de participar em
de ocultação de ato ilegal cometido por si licitação e impedimento de contratar com a
ou por outrem; administração pública por prazo não supe-
rior a 2 (dois) anos; e
VI – ocultar da revisão de autoridade supe-
rior competente informação sigilosa para V – declaração de inidoneidade para licitar
beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo ou contratar com a administração pública,
de terceiros; e até que seja promovida a reabilitação pe-
rante a própria autoridade que aplicou a pe-
VII – destruir ou subtrair, por qualquer nalidade.
meio, documentos concernentes a possíveis
violações de direitos humanos por parte de § 1º As sanções previstas nos incisos I, III e
agentes do Estado. IV poderão ser aplicadas juntamente com a
do inciso II, assegurado o direito de defesa
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, do interessado, no respectivo processo, no
da ampla defesa e do devido processo legal, prazo de 10 (dez) dias.
as condutas descritas no caput serão consi-
deradas: § 2º A reabilitação referida no inciso V será
autorizada somente quando o interessa-
I – para fins dos regulamentos disciplinares do efetivar o ressarcimento ao órgão ou
das Forças Armadas, transgressões militares entidade dos prejuízos resultantes e após
médias ou graves, segundo os critérios ne- decorrido o prazo da sanção aplicada com
les estabelecidos, desde que não tipificadas base no inciso IV.
em lei como crime ou contravenção penal;
ou § 3º A aplicação da sanção prevista no inci-
so V é de competência exclusiva da autori-
II – para fins do disposto na Lei nº 8.112, de dade máxima do órgão ou entidade pública,
11 de dezembro de 1990, e suas alterações, facultada a defesa do interessado, no res-
infrações administrativas, que deverão ser pectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias
apenadas, no mínimo, com suspensão, se- da abertura de vista.
gundo os critérios nela estabelecidos.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respon-
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, po- dem diretamente pelos danos causados em
derá o militar ou agente público responder, decorrência da divulgação não autorizada ou
também, por improbidade administrativa, utilização indevida de informações sigilosas ou
conforme o disposto nas Leis nos 1.079, de informações pessoais, cabendo a apuração de
10 de abril de 1950, e 8.429, de 2 de junho responsabilidade funcional nos casos de dolo
de 1992. ou culpa, assegurado o respectivo direito de re-
gresso.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que
detiver informações em virtude de vínculo de Parágrafo único. O disposto neste artigo
qualquer natureza com o poder público e deixar aplica-se à pessoa física ou entidade priva-
de observar o disposto nesta Lei estará sujeita da que, em virtude de vínculo de qualquer
às seguintes sanções: natureza com órgãos ou entidades, tenha
acesso a informação sigilosa ou pessoal e a
I – advertência; submeta a tratamento indevido.

14 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

CAPÍTULO VI Art. 36. O tratamento de informação sigilosa


DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS resultante de tratados, acordos ou atos interna-
cionais atenderá às normas e recomendações
Art. 35. (VETADO). constantes desses instrumentos.

§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reava- Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de


liação de Informações, que decidirá, no âm- Segurança Institucional da Presidência da Repú-
bito da administração pública federal, sobre blica, o Núcleo de Segurança e Credenciamento
o tratamento e a classificação de informa- (NSC), que tem por objetivos:
ções sigilosas e terá competência para: I – promover e propor a regulamentação do
I – requisitar da autoridade que classificar credenciamento de segurança de pessoas
informação como ultrassecreta e secreta es- físicas, empresas, órgãos e entidades para
clarecimento ou conteúdo, parcial ou inte- tratamento de informações sigilosas; e
gral da informação; II – garantir a segurança de informações sigilo-
II – rever a classificação de informações ul- sas, inclusive aquelas provenientes de países
trassecretas ou secretas, de ofício ou me- ou organizações internacionais com os quais a
diante provocação de pessoa interessada, República Federativa do Brasil tenha firmado
observado o disposto no art. 7o e demais tratado, acordo, contrato ou qualquer outro
dispositivos desta Lei; e ato internacional, sem prejuízo das atribui-
ções do Ministério das Relações Exteriores e
III – prorrogar o prazo de sigilo de informa- dos demais órgãos competentes.
ção classificada como ultrassecreta, sempre
por prazo determinado, enquanto o seu Parágrafo único. Regulamento disporá so-
acesso ou divulgação puder ocasionar ame- bre a composição, organização e funciona-
aça externa à soberania nacional ou à inte- mento do NSC.
gridade do território nacional ou grave risco Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei no 9.507,
às relações internacionais do País, observa- de 12 de novembro de 1997, em relação à in-
do o prazo previsto no § 1o do art. 24. formação de pessoa, física ou jurídica, constan-
§ 2º O prazo referido no inciso III é limitado te de registro ou banco de dados de entidades
a uma única renovação. governamentais ou de caráter público.

§ 3º A revisão de ofício a que se refere o in- Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão
ciso II do § 1o deverá ocorrer, no máximo, proceder à reavaliação das informações classifi-
a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação cadas como ultrassecretas e secretas no prazo
prevista no art. 39, quando se tratar de do- máximo de 2 (dois) anos, contado do termo ini-
cumentos ultrassecretos ou secretos. cial de vigência desta Lei.

§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela § 1º A restrição de acesso a informações,


Comissão Mista de Reavaliação de Informa- em razão da reavaliação prevista no caput,
ções nos prazos previstos no § 3o implicará a deverá observar os prazos e condições pre-
desclassificação automática das informações. vistos nesta Lei.

§ 5º Regulamento disporá sobre a compo- § 2º No âmbito da administração públi-


sição, organização e funcionamento da Co- ca federal, a reavaliação prevista no caput
missão Mista de Reavaliação de Informa- poderá ser revista, a qualquer tempo, pela
ções, observado o mandato de 2 (dois) anos Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
para seus integrantes e demais disposições ções, observados os termos desta Lei.
desta Lei.

www.acasadoconcurseiro.com.br 15
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de IV – pelo encaminhamento ao Congresso
reavaliação previsto no caput, será mantida Nacional de relatório anual com informa-
a classificação da informação nos termos da ções atinentes à implementação desta Lei.
legislação precedente. Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o dis-
§ 4º As informações classificadas como se- posto nesta Lei no prazo de 180 (cento e oiten-
cretas e ultrassecretas não reavaliadas no ta) dias a contar da data de sua publicação.
prazo previsto no caput serão consideradas, Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei nº 8.112,
automaticamente, de acesso público. de 11 de dezembro de 1990, passa a vigorar
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a con- com a seguinte redação:
tar da vigência desta Lei, o dirigente máximo de “Art. 116. .....................................................
cada órgão ou entidade da administração públi-
ca federal direta e indireta designará autoridade VI – levar as irregularidades de que tiver ci-
que lhe seja diretamente subordinada para, no ência em razão do cargo ao conhecimento
âmbito do respectivo órgão ou entidade, exer- da autoridade superior ou, quando houver
cer as seguintes atribuições: suspeita de envolvimento desta, ao conhe-
cimento de outra autoridade competente
I – assegurar o cumprimento das normas re- para apuração;
lativas ao acesso a informação, de forma efi-
ciente e adequada aos objetivos desta Lei; ..........................................................” (NR)

II – monitorar a implementação do disposto Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº


nesta Lei e apresentar relatórios periódicos 8.112, de 1990, passa a vigorar acrescido do se-
sobre o seu cumprimento; guinte art. 126-A:

III – recomendar as medidas indispensáveis “Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser res-
à implementação e ao aperfeiçoamento das ponsabilizado civil, penal ou administrativa-
normas e procedimentos necessários ao cor- mente por dar ciência à autoridade superior
reto cumprimento do disposto nesta Lei; e ou, quando houver suspeita de envolvimento
desta, a outra autoridade competente para
IV – orientar as respectivas unidades no que apuração de informação concernente à prática
se refere ao cumprimento do disposto nesta de crimes ou improbidade de que tenha conhe-
Lei e seus regulamentos. cimento, ainda que em decorrência do exercí-
cio de cargo, emprego ou função pública.”
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará ór-
gão da administração pública federal responsável: Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, em legislação própria, obedeci-
I – pela promoção de campanha de abran- das as normas gerais estabelecidas nesta Lei, de-
gência nacional de fomento à cultura da finir regras específicas, especialmente quanto ao
transparência na administração pública e disposto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III.
conscientização do direito fundamental de
acesso à informação; Art. 46. Revogam-se:
II – pelo treinamento de agentes públicos I – a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005; e
no que se refere ao desenvolvimento de
práticas relacionadas à transparência na ad- II – os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de
ministração pública; janeiro de 1991.

III – pelo monitoramento da aplicação da lei no Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oi-
âmbito da administração pública federal, con- tenta) dias após a data de sua publicação.
centrando e consolidando a publicação de in- Brasília, 18 de novembro de 2011; 1900 da
formações estatísticas relacionadas no art. 30; Independência e 1230 da República

16 www.acasadoconcurseiro.com.br
Administração – Lei de Acesso à Informação - Lei nº 12.527/2011 – Prof. Rafael Ravazolo

SLIDES - LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO - LEI Nº 12.527/2011

Lei de Acesso à Informação – 12.527/11


• Regulamenta o direito constitucional de acesso dos cidadãos às
informações públicas (Art. 5º, XXXIII; Art. 37, § 3º, II; Art. 216, § 2º)
• Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
• Princípio Básico: o acesso é a regra e o sigilo é a exceção.
– Salvaguardando-se os dados pessoais e as exceções expressas na lei,
todas as demais informações são consideradas públicas e, por isso,
passíveis de serem disponibilizadas aos cidadãos. 1

Temática por capítulo Artigos Principais assuntos


LAI – Visão Geral
Aplicabilidade da Lei 1e2 Quem se submete ao regramento.
Diretrizes (princípios) 3 Diretrizes do direito fundamental de acesso a informações.
Definições de expressões básicas: informação, documento,
Glossário 4
informação sigilosa, etc.
Compromissos e deveres do Estado: direito de acesso e de
Garantias do direito de acesso 5, 6, 7 e 9 informar é regra; não pode deixar o cidadão no limbo; SIC;
Audiências Públicas.
Transparência ativa - divulgação Categorias de informação a serem divulgadas proativamente;
8
proativa Canais e formas de divulgação.
Transparência passiva - pedidos Exigências para o pedido (identificação do cidadão);
10 a 14
de informação Procedimentos, prazos e custo para o atendimento .
Direito de recurso à recusa de Procedimentos e prazos para recurso – ritos legais;
15 a 20
liberação de informação Autoridades responsáveis; Pedido de desclassificação.
Regras e níveis de restrição de acesso (classificação); Prazos
Restrições de acesso –
21 a 31 (5, 15 e 25 anos); Controle de informações sigilosas e
Exceções ao direito de acesso
pessoais; Justificativa do não acesso.
Responsabilidade dos agentes 32 a 34 Condutas ilícitas; Sanções.
Disposições gerais 35 a 47 Comissão Mista de Reavaliação de Informações; outras.

www.acasadoconcurseiro.com.br 17

You might also like