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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DA BAHIA.

“Onde não houver respeito pela vida e pela integridade física e


moral do ser humano, onde as condições mínimas para uma
existência digna não forem asseguradas, onde não houver
limitação de poder, enfim, onde a liberdade e a autonomia, a
igualdade e os direitos fundamentais não forem reconhecidos e
minimamente assegurados, não haverá espaço para dignidade
humana e a pessoa não passará de mero objeto de arbítrio e
injustiças.” (Ingo Sarlet – Juiz e Jurista brasileiro)

KELLY DANUSE JESUS DOS SANTOS, brasileira, trabalhadora rural, filha


de Matias Angelo dos Santos, inscrita no CPF nº 022.271.955-92, RG nº
09.944.720.95, residente e domiciliada no Entrocamento de Valença ,povoado do
tacanha Mirim, zona rural de Valença- Bahia, CEP 45.400-000 sem endereço
eletrônico, vem por intermédio da sua advogada com endereço profissional à
Avenida Antônio Carlos Magalhães nº122, CEP 48.700.000, e-mail:
sousaenunesadv@gmail.com, telefones (71) 98138-8694 e (75) 999820361 vem
respeitosamente à presença de V. Exa., propor

PENSÃO POR MORTE

Em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS,


autarquia federal, através da sua Procuradoria Regional, pelos motivos de fato e de
direito a seguir articulados:

1. PRELIMINARES

1.1 DO PEDIDO DE ISENÇÃO DE CUSTAS PROCESSUAIS


Sousa e Nunes
Rua Manoel Ribeiro nº 128, 1º andar, sala B, Tento , Valença- Bahia, CEP 45.400-000
Email: sousaenunesadv@gmail.com;
Tendo em vista que o autor se encontra impossibilitado de arcar com as
despesas processuais sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família.
Requer a concessão do benefício da gratuidade da justiça, nos termos da
Legislação Pátria, inclusive para efeito de possível recurso nos termos da
lei 1.060/50 e artigo 5º LXXIV da Constituição Federal/98.

1.2 DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO

A requerente opta pela realização de audiência conciliatória (CPC, art. 319,


inc. VII), razão qual requer a citação da requerida, por carta (CPC, art. 247, caput)
para comparecer à audiência designada para essa finalidade (CPC, art. 334, caput
c/c § 5º).

1.3 DA NEGATIVA ADMINISTRATIVA

Alega a parte autora que antes de judicializar a respectiva demanda tentou


por diversas vezes resolver a situação administrativamente, porém sem êxito.

2. DOS FATOS

No dia 03 de janeiro de 2017 faleceu a Sr. Edson Santos Miranda, pai da


Autora Kessia Edlen dos Santos Miranda, sendo que no época do óbito o de cujus
era segurado instituidor, exercendo atividade rural em regime de economia
familiar;

Que o falecido deixou a dependente: Kessia Edlen dos Santos Miranda


(filha) nascida em 24 de maio de 2006 a qual é a autora da ação e está sendo
representada pela sua mãe Kelly Danuse Jesus dos Santos;

Sousa e Nunes
Rua Manoel Ribeiro nº 128, 1º andar, sala B, Tento , Valença- Bahia, CEP 45.400-000
Email: sousaenunesadv@gmail.com;
Que o de cujus, nasceu, cresceu e sempre viveu na zona rural, contraiu
união estável com mãe da autora e passou a laborar nas terras do sogro Sr. Matias
Angelos dos Santos, localizada no sítio Monte Alegre, povoado no tacanha zona
rural do entrocamento de Valença – Bahia, que labutava dia- a dia juntamente com
a comanheira objetivando a subsistência da sua família;

Que o de cujus nunca teve outra fonte de renda, sempre trabalhou


diariamente para sobreviver e assegurar a subsistência dos filhos na lavoura, no
cultivo da banana, mandioca, cacau, cravo, etc;

Ocorre que em 19 de outubro de 2017 a autora pleiteou junto a Autarquia


Previdenciária o seu direito no qual é o benefício de pensão por morte na condição
de dependente sob nº 179.134.256-3;

A requerente apresentou todos os documentos atinentes para comprovar


seu pedido, foram eles:

 A requerente apresentou certidão de óbito, que consta o endereço do falecido


no:sítio Monte Alegre, povoado do tacanha, Entrocamento de Valença, Bahia,
CEP 45.400-000;
 A requerente apresentou Certidão de nascimento de inteiro teor, datada em
24 de maio de 2006, que consta que o falecido é agricultor e reside na zona
rural do entrocamento de Valença;
 A requerente apresentou, Itr’s em nome da Sr. Matias Angelos dos Santos,
sogro do falecido;
 A requerente apresentou cartão de gestante, que comprova todo
acompanhamento médico durante a gravidez desde dezembro de 2005,
cnstando endereço na zona rural do entrocamento de Valença;
 A requerente apresentou declaração e boletim escolar que comprova sua
assiduidade na escola da zona rural, bem como sua residência;

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 A requerente apresentou cadastro da família, que comprova a residência do
falecido, e da sua genitora na zona rural do entrocamento de Valença;
 A requerente apresentou certidão de batistério do falecido, que comprova por
meio da celebração datada em 25 de dezembro de 1987, a residência na zona
rural do entrocamento de Valença;
 A requerente apresentou declaração de três testemunhas que afirmam que o
de cujus residia e exercia atividades ruras até janeiro de 2007 no sítio monte
alegre, povoado do tacanha, zona rural do entrocamento de Valença- Bahia.

Ocorre que, o pedido foi indeferido sob alegação que não foi apresentado
documentos que demonstrasse condição de dependente, e que o falecida não era
trabalhadora rural;

Sendo assim diante de tais fatos a autora não teve alternativa a não ser
procurar amparo jurisdicional.

3. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

A pensão por morte é um benefício previdenciário. Salienta-se que no Brasil


é regulada pela Lei 8.213/91, onde está elencada os benefícios da previdência
social;
Que consiste em um benefício para ser pago aos dependentes do segurado
falecido, frise-se que o benefício é pago desde a data do óbito ou se já estiver
passado 90 (noventa) dias, desde a data da entrada do requerimento;
Que o benefício é cessado para os filhos quando estes completarem a idade
de 21 (vinte e um) anos ou acontecer de se emanciparem;
Este benefício tem caráter substitutivo mediante o salário da falecida. Se
ocorrer de não substituir deve ao menos minimizar a sua falta, contribuindo de
tamanha forma para o caso em tela, haja vista que, era o único sustento dos seus
dependentes, nos quais hoje passam por grandes necessidades no seio financeiro;

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O ordenamento jurídico pátrio estabelece que constitui Princípio
Fundamental e Objetivo Fundamental da República, entre outros, a
dignidade da pessoa humana e erradicar a pobreza e a marginalização e
reduzir as desigualdades sociais e regionais, respectivamente, conforme arts.
1º, III e 3º, III, da CF/88. in verbis:
"Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos:
...
III - a dignidade da pessoa humana;
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil:
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;"

A dignidade da pessoa humana deve ser respeitada, e é justamente


nos momentos de maior fragilidade, quando os cidadãos têm sua força de
trabalho comprometida ou na falta de acesso ao emprego, que a
Previdência cumpre o seu papel de manter o ser humano dentro do nível
existencial minimamente adequado. Assim, é íntima a vinculação entre o
direito à Previdência e à dignidade humana.

"Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto


integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos


da lei, organizar a seguridade social, com base nos
seguintes objetivos:

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I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e


serviços às populações urbanas e rurais;"

Nenhum desses objetivos pode ser atingido sem que todos os


brasileiros tenham acesso à alimentação básica. Não há liberdade, se
houver fome. Não há desenvolvimento, se os cidadãos não conseguem
fazer as refeições básicas para sobreviver com o mínimo de dignidade.

O art. 6º da Constituição Federal, supracitada, com a redação dada pela EC


nº 64, incluiu como um dos direitos sociais a alimentação, o que reforça a
importância que o Estado de dar a esse direito essencial de todo brasileiro.
Diante da importância do direito pleiteado na demanda, VERBA
ALIMENTAR, não deve o julgador, tanto no âmbito administrativo quanto judicial,
se limitar aos documentos apresentados, e sim, buscar a verdade real do caso
apresentado.

Assim, deve haver a conjugação do início de prova material, com as


presunções admitidas em direito, bem como com a prova testemunhal,
diligência externa (no caso do INSS),entre outras, a fim de que se permita
a prova da atividade rural desempenhada pela segurada especial,
afastando dessa categoria de segurada o difícil ônus que lhe cabe, já que
como expressado inicialmente, há um elevado nível de informalidade que
cerca o meio da atividade rural.
No caso em tela, a recorrente teve seu benefício de pensão por
morte indeferido por falta de comprovação de atividade rural pela não
caracterização de qualidade de assegurado especial.

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Leciona o Artigo 74 e seguintes da Lei 8212/91, que dispõe in verbis:
“A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do
segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da data:( Redação dada
pela Lei nº 9.528, de 10.12.97):
I – do óbito, quando requerida até trinta dias depois deste; (inciso
acrescentado pela Lei 9.528/97);
II- do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no
inciso anterior; ( Inciso acrescentado pela Lei 9.528/97);
III- da decisão judicial, no caso de morte presumida, (Inciso
acrescentado pela Lei 9.528/97.

A datar da edição da Lei Complementar nº 11/71 introduziu consigo a


pensão por morte aos trabalhadores rurais sendo assim os dependentes tem o
direito a receber o benefício;

Conforme o art. 6º desta lei, analisemos:


Art. 6º A pensão por morte do trabalhador rural,
concedida segundo ordem preferencial aos dependentes,
consistirá numa prestação mensal, equivalente a 30%
(trinta por cento) do salário-mínimo de maior valor no
País.
Podemos elencar algumas jurisprudências que versam mediante a Lei
Complementar nº11/71, observemos:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR
MORTE DE TRABALHADOR RURAL FALECIDO NA VIGÊNCIA
DA LEI COMPLEMENTAR Nº 11/71 (09.10.1988).
APLICAÇÃO DA NORMA VIGENTE À DATA DO ÓBITO.
INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL.
COMPLEMENTAÇÃO POR PROVA TESTEMUNHAL.
COMPANHEIRA. QUALIDADE DE DEPENDENTE. JUROS DE
MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS

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ADVOCATÍCIOS. CUSTAS. APELAÇÃO PROVIDA. SENTENÇA
REFORMADA. PEDIDO INICIAL PROCEDENTE. 1. Para
concessão do benefício de pensão por
morte de trabalhador rural, nos termos do art. 3º, "caput"
e §2º da LC 11/71, deve ser comprovada a condição de
segurado do falecido e a dependência da autora. 2. Início
de prova material: certidão de nascimento do filho,
ocorrido em 25.08.1977, na qual consta a profissão do
falecido como lavrador (fl. 20). 3. A prova oral produzida
nos autos confirma a qualidade de trabalhador rural do
falecido, bem como a união estável do casal (fls. 60/61).
4. DIB: a contar da data do óbito, respeitada a prescrição
quinquenal. 5. Atrasados: a correção monetária deve
observar o novo regramento estabelecido pelo Supremo
Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, no
julgamento do RE 870.947/SE, no qual fixou o IPCA-E
como índice de atualização monetária a ser aplicado a
todas as condenações judiciais impostas à Fazenda
Pública. Juros moratórios conforme Manual de Orientação
de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal. 6.
Honorários de advogado: 10% sobre o valor da
condenação, correspondente às parcelas vencidas até o
momento da prolação do acórdão. 7. Sem custas, porque
nas causas ajuizadas perante a Justiça Estadual, no
exercício da jurisdição federal (§3º do art. 109 da CF/88),
o INSS está isento delas quando lei estadual específica
prevê o benefício, o que se verifica nos estados de Minas
Gerais, Goiás, Rondônia, Bahia e Mato Grosso. Em se
tratando de causas ajuizadas perante a Justiça Federal, o
INSS está isento de custas por força do art. 4º, inc. I,
da Lei n. 9.289/96, abrangendo, inclusive, as despesas

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com oficial de justiça. 8. A implantação do benefício deve
se dar em 30 dias (obrigação de fazer), por aplicação do
art. 497 do NCPC. 9. Apelação provida, para, reformando a
sentença, julgar procedente o pedido inicial, concedendo à
parte autora pensão por morte rural, nos termos dos itens
4 a 7. (grifo nosso)
Também:
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. PENSÃO POR
MORTE. ESPOSA FALECIDA NA VIGÊNCIA DA LEI
COMPLEMENTAR Nº 11/71 POSTERIORMENTE À
PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1998 E
ANTERIORMENTE À EDIÇÃO DA LEI Nº 8.213/91. NORMA
VIGENTE À DATA DO ÓBITO (13.12.1988) NÃO
RECEPCIONADA. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL.
COMPLEMENTAÇÃO POR PROVA TESTEMUNHAL.
CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. CUSTAS. APELAÇÃO PROVIDA. SENTENÇA
REFORMADA. PEDIDO PROCEDENTE. 1. Para obtenção do
benefício de pensão por morte é necessária a
comprovação do óbito; a qualidade de segurado do
instituidor e a condição de dependente do beneficiário. 2.
Segundo orientação jurisprudencial do Superior Tribunal
de Justiça e desta Corte, deve-se aplicar para a concessão
do benefício de pensão por morte, a legislação vigente ao
tempo do óbito do instituidor (Súmula 340/STJ). 3.
Comprovada a qualidade de segurado instituidor
da pensão, bem como a condição de cônjuge do autor,
deve ser reconhecido o direito à pensão por morte, na
qualidade de dependente previdenciário. 4. Com a
promulgação da Constituição Federal de 1988, a igualdade
entre os sexos alcançou status de direito fundamental,

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nos termos do art. 5º, I, cuja aplicabilidade é imediata.
Desse modo, a norma do Decreto 89.312/84, na parte em
que condiciona apenas ao marido inválido a possibilidade
de obter os benefícios próprios do dependente, conflita
com a nova ordem constitucional, não tendo sido,
portanto, recepcionada. 5. A Lei Complementar nº 16/73,
em seu art. 8º, valendo-se da interpretação autêntica,
espancou eventuais dúvidas exegéticas a respeito do
termo inicial do benefício de pensão, dispondo: "São
fixadas como datas em que passam a ser devidas as
mensalidades relativas aos benefícios de que tratam os
artigos 4º, 5º e 6º, da Lei Complementar nº 11, de 25 de
maio de 1971, a da entrada do requerimento para a
aposentadoria por velhice, a do respectivo laudo médico
no que respeita à aposentadoria por invalidez, e aquela da
ocorrência do óbito, quanto à pensão" (grifei). Significa
dizer que desde a LC nº 11/71, o termo inicial do
benefício de pensão por morte era o
evento morte. Precedentes do STJ, inclusive
desautorizando o enunciado da SÚMULA 197/TFR
("A pensão por morte de trabalhador rural, ocorrida após
a entrada em vigor da Lei Complementar nº 11, de 1971,
não requerida na via administrativa, é devida a partir da
citação"). 6. Da certidão de óbito juntada aos autos
verifica-se que à época do falecimento do segurado
(13.12.1988 - fls. 14) ainda não vigorava a Lei8.213/91,
publicada em 24.07.1991. Assim, o termo inicial do
benefício será a da data do óbito, nos termos da LC 16/73,
observada a prescrição quinquenal. 7. No caso concreto, o
benefício será devido do Requerimento Administrativo
(27.04.2016 - fls. 17), conforme fixado na sentença, ante

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ausência de manifestação da parte em sentido contrário.
8. A correção monetária deve obedecer aos índices
previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal, sendo
aplicada desde a data em que cada parcela se tornou
devida (Súmula 19 do TRF da 1ª Região) 9. Os juros de
mora são devidos à razão de 1% ao mês, a partir da
citação, reduzindo-se a taxa para 0,5% ao mês, a partir da
edição da Lei nº. 11.960/09. 10. Nas causas ajuizadas
perante a Justiça Estadual, o INSS está isento das custas
somente quando lei estadual específica prevê a isenção.
11. Apelação provida em parte. (grifo nosso)
Ainda:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. TRABALHADOR
RURAL. ÓBITO DA ESPOSA ANTERIOR À LEI8.213/91 E
POSTERIOR A CF/88. VIGÊNCIA DAS LEIS
COMPLEMENTARES 11/71 E 16/73. APLICAÇÃO DO ART.
201, V, DA CF. DEPENDÊNCIA PRESUMIDA. QUALIDADE DE
SEGURADA. ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA
MATERIAL CORROBORADA POR PROVA TESTEMUNHAL.
TUTELA ANTECIPADA. TERMO INICIAL. CORREÇÃO
MONETÁRIA. JUROS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
CUSTAS. 1. Os óbitos de segurados ocorridos entre o
advento da CF/88 e da Lei 8.213/91 regem-se, direta e
imediatamente, pelo disposto no art. 201, V, da CF, que,
sem recepcionar a parte discriminatória da legislação
anterior, equiparou homens e mulheres para efeito
de pensão por morte. Precedentes deste Tribunal e do
STF. 2. A pensão por morte é disciplinada pela legislação
vigente à época do óbito do instituidor e, na presente
hipótese, a sua concessão, mediante o reconhecimento da
qualidade de trabalhadora rural da extinta, está

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subordinada à demonstração da condição de segurada da
falecida esposa do autor e a dependência do requerente
em relação à de cujus (LC 11/71, art. 3º). 3. O início de
prova material foi demonstrado com a apresentação de
certidão de casamento, em que se verifica a ocupação
profissional do nubente como lavrador, e de certidão de
óbito da esposa do autor, constando declarada a profissão
da falecida como doméstica/do lar. A prova testemunhal
coerente e robusta, por sua vez, comprova o exercício de
atividade rural da instituidora da pensão antes do
evento morte, além de confirmar que, à época do óbito, o
autor e a falecida viviam sob o mesmo teto. 4. A
orientação jurisprudencial desta Corte é no sentido de que
a qualidade de segurado especial do marido se estende
para fins de reconhecimento da condição de rurícola de
sua mulher, ainda que da correspondente certidão a
profissão dela conste como doméstica ou do lar. 5.
Benefício devido a partir da data do óbito da ex-segurada
(LC 16/73, art. 8º), observada a prescrição quinquenal. 6.
Juros e correção monetária nos termos do Manual de
Cálculos da Justiça Federal, em sua versão atualizada, nos
termos do voto. 7. Honorários advocatícios devidos no
percentual de 10% (dez por cento) sobre as prestações
vencidas até a prolação da sentença, nos termos do
enunciado da Súmula 111 do STJ. 8. Nas causas ajuizadas
perante a Justiça Estadual, no exercício da jurisdição
federal (CF, art. 109, § 3º), o INSS está isento das custas
somente quando lei estadual específica prevê a isenção, o
que ocorre nos Estados de Minas Gerais, Goiás, Rondônia
e Mato Grosso. Em se tratando de causas ajuizadas
perante a Justiça Federal, o INSS está isento de

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custas por força do art. 4º, I, da Lei 9.289/96. 9.
Implantação imediata do benefício, no prazo máximo de
30 dias (CPC, art. 273), com comunicação imediata à
autarquia previdenciária. 10. Negar provimento à
apelação do INSS.
Podemos trazer a baila quais seriam os pressupostos para que pudesse
adentrar como beneficiário do Programa de Assistência, verifiquemos:
Art. 3º São beneficiários do Programa de Assistência
instituído nesta Lei Complementar o trabalhador rural e
seus dependentes.
§ 1º Considera-se trabalhador rural, para os efeitos desta
Lei Complementar:
a) a pessoa física que presta serviços de natureza rural a
empregador, mediante remuneração de qualquer espécie.
b) o produtor, proprietário ou não, que sem empregado,
trabalhe na atividade rural, individualmente ou em regime
de economia familiar, assim entendido o trabalho dos
membros da família indispensável à própria subsistência e
exercido em condições de mutua dependência e
colaboração.
§ 2º Considera-se dependente o definido como tal na Lei
Orgânica da Previdência Social e legislação posterior em
relação aos segurados do Sistema Geral de Previdência
Social.
Frise-se que mediante a Lei nº 3.807/60 (Lei Orgânica da Previdência Social
– LOPS), está previsto em seu art. 11 em relação aos dependentes, observemos:
Art. 11. Consideram-se dependentes dos segurados, para
os efeitos desta Lei:
I - a esposa, o marido inválido, a companheira, mantida
há mais de 5 (cinco) anos, os filhos de qualquer condição
menores de 18 (dezoito) anos ou inválidos, e as filhas

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solteiras de qualquer condição, menores de 21 (vinte e
um) anos ou inválidas.
A este propósito, faz-se mister trazer à colação o entendimento
jurisprudencial que assevera:
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. TRABALHADOR R
URAL. COMPROVAÇÃO. BENEFICIÁRIO DA RENDA MENSAL
VITALÍCIA. LEI 6179/74. REQUISITOS PARA CONVERSÃO
EM APOSENTADORIA POR IDADE. PEDIDO PROCEDENTE
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA PRESUMIDA. TERMO INICIAL.
JUROS DE MORA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CUSTAS.
CORREÇÃO MONETÁRIA.1. "Reconhecida a condição
de trabalhador rural do instituidor da pensão, por
documentos juntados aos autos, os autores tem direito ao
benefício previdenciário de pensão por morte, nos termos
da legislação previdenciária, ainda que ele recebesse o
benefício de renda mensal vitalícia, uma vez que
preenchia os requisitos para a conversão do benefício em
aposentadoria por idade." (REO 2006.01.99.006763-
8/RO).2. "Configura início de prova material a
consignação da qualificação profissional de 'lavrador' ou
'agricultor' em documentos como certidão de casamento,
certidão de alistamento militar e carteira de
identificação/filiação a Sindicato". (AC
1998.38.00.031231-6/MG, Rel. Desembargador Federal
Eustáquio Silveira, Primeira Turma do TRF 1ª Região, DJ
de 26/09/2002 P.78).3. Atendido o disposto no art. 55, §
3º da Lei 8.213/91, uma vez que presente início razoável
de prova material, corroborado pela prova testemunhal, a
evidenciar a qualidade de rurícola do de cujus.
Preenchidos os requisitos para conversão do benefício
assistencial recebido em aposentadoria por idade, (arts.

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39, I e 48 da Lei 8213/91), é devida
a pensão por morte aos dependentes, nos termos do art.
75 da Lei 8213/91.4. A prova da condição de dependência
econômica da autora é presumida, por se tratar de
cônjuge do segurado especial. (art. 16, §4º, Lei
8213/91).5. Ausente a comprovação do requerimento
administrativo, a pensão por morte tem por termo inicial a
data da citação. Precedente (REO 2006.01.99.006763-
8/RO).6. Correção monetária que se determina que seja
feita de acordo com o Manual de Cálculos e Procedimentos
da Justiça Federal.7. Juros de mora, fixados em 1%,
contados do respectivo vencimento das parcelas.8. As
custas são devidas em reembolso, nos termos da Lei
9289/96.9. Verba honorária fixada em 10% (dez por
cento) sobre o valor da condenação, incidindo, no entanto,
somente sobre as parcelas vencidas até o momento da
prolação do acórdão, de acordo com o previsto no § 3º do
art. 20 do CPC e na Súmula 111/STJ.10. Apelação
provida.(AC 2006.01.99.015464-4/MG, Rel. Juíza Federal
Mônica Neves Aguiar Da Silva (conv), Segunda Turma,DJ
p.46 de 22/11/2007)

Excelência! Nítido está que a autora tem os seus direitos totalmente


amparados e que o indeferimento da Ré foi totalmente ilegal, dado que, a falecida
estava conjecturada nos parâmetros para que os seus dependentes pudessem ser
beneficiados;
Nesse diapasão impende salientar que é perceptível que de forma plausível
os seus dependentes possam usufruir de tal benefício!

Ora! O nosso tribunal é totalmente uniforme a tal caso, dando total


provimento a casos similares ao caso em tela, nada mais a comprovar, uma vez

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que, a Autora encontra-se totalmente conjecturada nos requisitos impostos pela Ré,
mediante todos os documentos em anexo.

A. Da tutela de urgência

Podemos compreender que a Tutela de urgência compreende duas espécies:


Antecipação de tutela e medida cautelar, tendo como objetivo primordial evitar
danos graves e de difícil reparação;
Sendo assim, a tutela de urgência é evocada quando está diante de um risco
plausível de que a tutela jurisdicional não se possa efetivar, tais medidas devem ser
tomadas de imediato para que possa assim garantir a execução ou antecipar os
efeitos da decisão final;
Mediante o Novo Código de Processo Civil para que possa haver a concessão
da tutela de urgência devem ser abarcados alguns requisitos, sejam eles: juízo de
probabilidade e perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo;
Portanto, o caso em tela necessita de um comprometimento da prestação
jurisdicional, uma vez que, tem o risco ou o perigo ao dano lhe acompanhando, por
isso que faz-se necessário a tutela de urgência, pois é uma tutela apropriada para o
caso, dado que, esta é imediata;
A tutela de urgência está elencada no art. 300 do CPC, analisemos:
Art. 300. "A tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo
de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,
conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para
ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a
caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente
não puder oferecê-la

§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou


após justificação prévia.

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§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será
concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos
da decisão.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser


efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens,
registro de protesto contra aliena- ção de bem e qualquer outra
medida idônea para asseguração do direito.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual,


a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de
urgência causar à parte adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não
fornecer os meios necessários para a citação do requerido no
prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer
hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da
pretensão do autor. Parágrafo único. A indenização será liquidada
nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que
possível. (g.n.)
Excelência, haja vista que, o único sustento familiar era o da falecida, os
seus dependentes estão totalmente comprometidos. Que absurdo! Passam
necessidades, sendo até então comprometidos em seu âmbito social, sem direito a
necessidades mínimas, acarretando até mesmo no desenvolvimento dos seus
estudos;
Frise-se que os seus dependentes tinham uma relação muito íntima com a
falecida, ora, a sua mãe faleceu. Além de lidar com a dor da perda, tem que passar
por situações totalmente desnecessárias;

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Tal fato é um absurdo do tamanho do SOL! A autora vem saboreando
amargamente por dias tristes, sofridos de caráter totalmente lamentável e que
nenhum ser que aqui vive pode passar por um insensato fato como este;
Em frente a tudo que aqui foi exposto nada mais justo do que a Excelência
prover todos os direitos que lhe são resguardados;
Por tudo que aqui foi elencado, se conclui que a Requerente preenche os
requisitos necessários à concessão de sua pensão por morte por ser trabalhadora
rural.

4. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, pede a Vossa Excelência à:


1- Conceder a assistência judiciária gratuita, conforme requerido inicialmente;
2- Requer a Citação da Ré, no Endereço retro mencionado, para, querendo,
contestar no prazo de lei, sob pena de revelia e confissão ficta da matéria;
3- Requer o autora, na forma do CDC, a inversão do ônus da prova em
seu favor, (ex-vi, art. 6º.Inciso-VIII, da Lei 8078/90, eis que é a parte
hipossuficiente na relação jurídica dispondo de meios tecnológicos
necessários para constituir sua prova;
4- Requer a concessão da Tutela de Urgência, para fins de que a Autora possa
vir a receber mensalmente o valor do benefício previdenciário, da PENSÃO
POR MORTE, em virtude do falecimento de sua mãe, uma vez que, foram
preenchidos todos os requisitos para a concessão deste benefício, e por ser
a Autora pobre e estar passando por sérias dificuldades financeiras, e para
que desta forma, seja preservado o bem principal a ser tutelado pelo
direito, ou seja, o direito à vida durante o trâmite do processoJulgar, afinal,
PROCEDENTE a presente ação, condenando a Ré, a Autarquia Federal do
Instituto Nacional do Seguro Social, ao pagamento à Autora do benefício de
PENSÃO POR MORTE, em virtude do falecimento do seu pai e ao pagamento
dos benefícios retroativos a data do requerimento administrativo, que fora
negado, ou seja, que requer o pagamento do benefício desde 19 de outubro

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de 2017, data em que foi dada entrada no pedido administrativo sob o
número do benefício de nº: 179.134.256-3;

5- Que seja condenada a Ré, nas custas processuais pertinentes ao feito, bem
como nos honorários advocatícios sucumbenciais, no percentual de 20%,
sobre o valor da causa, nos exatos termos da Lei Federal nº 8.906/94, por
ser imperativo de Justiça;
6- Em respeito ao art. 319 do CPC, VII, manifesta interesse na realização da
Audiência de Conciliação;
7- Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em lei admitidas,
INCLUSIVE APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS ANEXOS A ESTA
EXORDIAL, RATIFICANDO A AUTENCIDADE, bem como pelo depoimento
pessoal do Representante da parte Ré, que fica desde já requerido, sob
pena de confesso, oitivas de testemunhas, juntadas de novos documentos,
etc.

DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à presente lide o valor de R$ 37.480,00(trinta e sete mil e duzentos


reais), nos exatos termos do artigo 291, do NCPC.

Termos em que pede deferimento.


Valença, Bahia, 25 de junho de 2018.

Aritana Nunes
OAB/BA 52.625

Laiane Santos
OAB/BA.34.756

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