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ACABAR COM AS OBRAS-PRIMAS, ‘Uma das canes da atmosfera asfixians, nt qual vives sem eeapatria possivele sem remédio pelt ‘qual somos todos um pouco culpados, mesmo os mais revoluconiros dente n6s~, 60 respeito plo que & «ito, formulae ou pintado ¢ que tomou Frm, como se toda expresso jé no esivesse exarida e no tivsse chad a pono em que éprocso que as cosas areben- fem para se comegar tudo de novo. [E preciso acabar com aieia das obras primas reser. ‘das uma assim charade elite e que a massa ao en- tende; amit que io existe, no esprit, uma zona reservada, como pra as lignes sexuas clndostinas ‘As obraspimas do passa Slo boas para o passa {o, a paramos Temos o drei de dizer 0 au fo dito ‘emesme 0 que nko fo dito de um modo que seis nosso, media, deo, que responda aos modes de enti atuais «que odo o mundo compreenda idisice censurar¢ massa por ao tro senso do sublime, quando se ontunde o sublime om uma de sae " reno rsev pono smanifestagdes formas qv So ais, e sempre, manifes: tages moras, Es, por exemple, assa de hoje én teompreende Epo, oso dar que a culpa & de Edo reve nto da mass. Em Ep ref hi o tra do Incsto iia de que anatoreza zoe da morale que em algun liar hi for ‘is erantes com as qua seria bom tomar euidd; que fe dé exes frgas o name de destino ou outro qualquer. ‘Alm dso, ha presenga de uma epidemia de peste «qu & uma encaragio sea desasfrgas. Masta isso {bb disfarces e ima linguagem gue perderam qualquer onto cm o im epiletin egrosciro deste tempo. Sbfoces alee fle alto, mas com modos que jé no sto ‘est Soca, Ele fala Fino demas par esta Epa, epae- ‘ee qe el fala de ado 'No entant, musa que as catistofes de estadas defer laze tome, que cone os teremots, peste, ‘revolugio a guerra: gue €seasvel is agonis devon radas do amor, consegu aleancar todas esis elevads nogies © a6 pode para tomar eonscincia dela, mas com ‘oondigdo de qe se sib falar sua pripriainguagem fe que a nogdo dessas coisas nd the chegue aravés de tdsfrcese palvrasadulteradas, prtencentes a épocas ‘morte que mancs mais poder se retomadas. ‘A massa hoje come angameno,¢ vida de mist fio ela pede apenas para tomar conse das eis = ‘gundo us guts o destino se manifesta, avez, advinhar 0 segredo de suas apices. Deixsmos os edesacrica de textos, as estes & crea de formas ereconbecamos que o que jo dito ‘io est mais por dizer; que uma expresso io vale das vezes, ilo vive das vezes; qu toda plavra promuncae «da morre es age no momenta em que ¢ ronunciade, ‘que uma forma useda no serve mas 6 conv a que Ss procure outa que o eao nin lugar do mundo onde um gst feito nlo se faz ds ves ‘Sea massa nio vais obrs-primas itis & por. aque esas obas-primas so Ierdra, it, Fxadas © ftxadas em formas que ji no respondem ds ncessda- es do tempo, [Longe de acusar a massa eo pic, dovemas acu ‘© antepao formal qu intrpomes entre ads ea mass, ¢ esi forma deiolatria nova, esa idlaia das obras mas fixadas, que € um dos aspectas do eoormisma bras Ese conformismo que nos faz confi o subline, as ibis, as cos com as formas que tomaram através do tempo e em nis mesmos ~ emt nosss menalidades de ‘esnobes, de preiosos e estes que o pio j no com preende. [isso to, sett initilacwsaro mau gosto do pb co que se dle com insides, coquanto mo se mos. ‘tar ao pic um espeiculo vido; edestio aque me Seja mostrado aqui um espeticulo vilido, © valid no sentido supremo do teat, depos dos tlimos grandes melodramas omnis, so €, hi gem anos (0 plea que toma o falso por verdadeir tem © senso do verdadeiro e sempre teage dant do verdaeiro ‘quando colocad & sia fens. Nto & por em ena que ‘se deve peur hoje, mas nara; e,oeroa-se a massa ds rune uma ocaito para mostrar sta dignde ume 1a, que cla a most 6 reso rsev pURI0 ‘Sea mass se desacostumou de ir ao tea; se ac tuamos todos por consider otto como uma art infe= io, um modo de dstracio wg, e por uiliz-lo como texte para nossos mas nsins, o or nko nos ‘lzorem que isso cr teatro, ow sj, mena elas. Fo Por nos habituarem desde hi quatrocetos anos, desde & Renascenga, a um tee puramente descitve¢ narrt- ‘que mara psicolgia oi pores epenbarum em ze vive, em cen, sere plausves mas dosigados, com o espeiculo de un lado © o pablo do oro foi por se mostrar massa apenas o explo dagilo que el & (0 proprio Shakespeae & responsive por esta aber rago e depradagio, por es dia desires do te tr que quer que uma representa etal dine publi co intact, sem que ua imager langadaprovogue qual {ue abalo ne organism, imprimindo ele uma marca ‘ue do masse apagars Se em Shakespeare o homem is vees preocups ‘com aguilo qu oulrapass, tats sempre, definitive mont, das conseqncias dessa preocupasio no homer, iso €,4 psicologis. A picologia que se empenta em reduzit 0 desco- nes ido 20 conheido, on sj, ao catiano eso come, a causa dasa diminuglo e desse desperdsio assustz ‘ordeenengi, que me parce ter chegado ao ition gas me parece gue tanto tuo como nés mesmos deve- mos acahar com a psiologin Creo, als, ue a ess resqito estamos todos do condo e que nfo & precio dsce ao repugnant ealro moderna e francés para condenar 0 teat pscolgice case cou asonees rans 7 istrisde dink, de ngisis por causa do dinhei- 1p, de asvsmo socal, de agoissameross em que oak truism nunca interfere, de sexulidadespvithads dom «rots sem mists no sio do dominio do teatro quan oslo psicolgia. Ess angst, ese est, ers cos inte dos quis somos apenas yoveurs que se delet, 'scabam em revel em nee: € precisa perce, ‘O mais grave, porom, no & isso, ‘Se Shakespeare seus imiadoes nos isinsram art ‘6 dos tempos uma idea da ae pela ae com a arte de tum ido ea vids do out, potames iar angios com ‘idea ineicaze presuigos enquano a vid I frm se Imantnka. Mas agora vemos muito bem 0s sina indica ores de que que nos manna vivo nose mat, do {ue estamos todos locos, desesperads e dents, E et hos convo a reagit-—— Esta iia date deslznd, Ye pesi-encantamento que s existe parreneaa Ozer, ¢ uma iia de deca ‘nein e demonstra claramente nossa frga de casei. "Noss amigo litera por Rimbaud, Jarry, Lau- tegamont alguns outros, que leveu dos homens 80 su clio mas que prs os outros se redu a paps de ba, faz parte da ia da poesia teria, da arte desligada, da atvdadeesprtual neta, que nada fz ei produ ¢ ‘onsate que fi no memento em que a poesia indivi, ‘que 55 compromete auele que a faz eno momento en que a faz, rassva da malta mais abusvn que tetra fo mais desprezad por poeta que nunca vera 0 senso rer da ag deta eer massa nem da eficci, nem do etige TE preciso acaba com a superstilo dos texts eda poesia eset. A poesia escritavale uma tea vez,

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