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Descentralização Desconcentração
Representa a transferência da atividade Existe uma especialização de funções dentro
administrativa para outra pessoa, sendo esta da própria estrutura estatal, sem que haja a
física ou jurídica, integrante ou não da criação de uma nova pessoa jurídica.
própria estrutura administrativa.
A descentralização de atividades pode A desconcentração funciona como uma
ocorrer tanto para entidades da distribuição interna de funções dentro de
Administração Indireta (autarquias, uma mesma pessoa jurídica.
fundações, empresas públicas e sociedades
de economia mista) como para particulares
(concessionários e permissionários de
serviços públicos).
Criação e
Por meio de lei
extinção
Órgãos
públicos
Organização e Pode se dar
funcionamento por decreto
OBS: em alguns casos estabelecidos pela própria CRFB, a iniciativa legislativa para a criação de
órgãos públicos é atribuída a outros agentes públicos. Exemplo: art. 96, II, “c” e “d” da CRFB -
em relação aos órgãos do Poder Judiciário, cuja iniciativa pertence ao representante daquelas
instituições:
Exceções:
1) A própria legislação pode conferir capacidade processual a alguns órgãos públicos, tal
como ocorre com os órgãos que atuam na defesa dos consumidores (art. 82, III do
CDC).
2) Embora não haja lei expressa nesse sentido, temos construção doutrinária e
jurisprudencial no sentido de reconhecer a capacidade processual dos órgãos públicos,
de acordo com dois requisitos: (a) órgão de cúpula da hierarquia administrativa; (b)
defesa de suas prerrogativas institucionais.
Exige-se que seja um órgão de cúpula porque, se não o fosse, o conflito poderia ser
resolvido pela própria hierarquia (Ex: o presidente poderia tranquilamente solucionar um
conflito entre ministérios). É o caso, por exemplo, de um conflito entre a Prefeitura e a Câmara
dos Vereadores: não há hierarquia, pois um órgão é de cúpula do executivo e outro do
legislativo. Nesse caso, como não pode ser resolvida a discussão na esfera extrajudicial
(mesma hierarquia), deve-se reconhecer sua capacidade processual, para que se resolva o
conflito em juízo.
Ademais, o órgão só pode ir a juízo para defender suas prerrogativas institucionais (Ex:
prerrogativa da Câmara para investigar através de CPIs ou prerrogativa do Judiciário de
receber os “duodécimos”). Recentemente, o STJ trouxe um caso em que se discutiu a
capacidade da Câmara para ir a juízo para questionar descontos na remuneração de
vereadores.
Nesse caso, o STJ entendeu que era uma discussão apenas de índole patrimonial, e não
uma prerrogativa institucional. Deveria, portanto, ser aplicada a regra, e não a exceção. Em
fevereiro de 2014, também decidiu o STJ que a Câmara de Vereadores não poderia ir a juízo
para discutir a retenção de verbas do Fundo de participação dos municípios, por se tratar
apenas de interesse patrimonial do ente municipal, e não de prerrogativa institucional do
órgão. Por sua importância, recomendamos a leitura da ementa:
3) Quanto à estrutura:
- Simples/unitários: possuem somente um centro de competência. Não há outros
órgãos compondo a sua estrutura organizacional. Exemplo: Assembleia Legislativa.
- Compostos: possuem outros órgãos ligados a sua estrutura, com divisão de atividades.
Exemplo: Congresso Nacional (formado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados).
4) Quanto às funções:
- Ativos: são os órgãos responsáveis pela execução concreta das decisões
administrativas, como no caso da prestação de serviços públicos, execução de obras
ou exercício do poder de polícia estatal. Exemplo: Polícia Rodoviária Federal,
Secretaria de Saúde estadual.
- Consultivos: são os que atuam na emissão de pareceres jurídicos, assessorando outros
órgãos. Exemplo: procuradorias.
- De controle: atuam na atividade de controle dos demais órgãos e agentes públicos,
seja no âmbito de um mesmo Poder ou entre Poderes diversos. Exemplo: Tribunal de
Contas da União.
Administração Indireta
1Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal,
aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
II - disponham sobre:
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI.
Contudo, atenção com a redação do art. 37, XIX da CRFB para não confundir:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
Cria as autarquias e as
São criadas diretamente pela
fundações públicas de direito
lei
público
LEI
AUTORIZA A CRIAÇÃO das
fundações públicas de direito Deve haver o posterior
privado, empresas públicas e registro de seus atos
sociedades de economia constitutivos
mista
Vale destacar também o art. 37, inciso XX, que dispõe acerca da criação de
subsidiárias:
Entretanto, isso não significa que é necessário editar uma lei específica para a criação de
cada uma das subsidiárias. Para o Supremo Tribunal Federal, basta apenas a autorização
genérica contida na própria lei que autorizou a criação das empresas estatais.
4) Devem obedecer a finalidade pública que foi especificada na própria lei que as
instituiu ou que autorizou a instituição, em razão do princípio da reserva legal. Nesse
sentido, devem desempenhar as atividades administrativas que estiverem previstas na
lei.
5) As entidades administrativas sujeitam-se ao controle pela Administração Direta da
pessoa política a qual são vinculadas.
Atenção! Aqui não temos propriamente um controle hierárquico ou algum tipo de
subordinação entre essas entidades. Lembrando que não há hierarquia entre entidades com
personalidades jurídicas diversas, uma vez que o poder hierárquico se manifesta dentro de
uma mesma pessoa jurídica, de forma interna.
Dessa forma o controle sofrido por parte das entidades da Administração Indireta é um
“controle finalístico”, também chamado de “supervisão ministerial”.
Autarquias
Atenção! STF considerou CONSTITUCIONAL lei estadual que condiciona a nomeação dos
dirigentes de autarquias e fundações à prévia aprovação da Assembleia Legislativa. Em sentido
diverso, entendeu INCONSTITUCIONAL exigir essa aprovação prévia da Assembleia Legislativa
quando se tratar de dirigentes da empresas públicas e sociedades de economia mista.
2 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios: VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
3 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Conselhos profissionais
OAB
Agências Executivas
São autarquias ou fundações públicas que, por estarem ineficientes, celebram contrato
de gestão com o respectivo Ministério Superior. Dessa forma, a qualificação de “agência
executiva” depende do cumprimento de dois requisitos: (a) deve possuir um plano de
reestruturação; (b) deve celebrar o contrato de gestão com o Ministério Supervisor
correspondente.
Características principais:
- Nomeação diferenciada de seus dirigentes: estes são nomeados pelo Presidente da
República, após a aprovação do Senado, para exercer mandatos fixos. A existência de
mandato certo significa que o dirigente não será exonerado de forma livre, só
podendo perder seus cargos nos casos de: (a) renúncia; (b) processo administrativo
disciplinar; (c) condenação criminal transitada em julgado. Além disso, quando o
dirigente deixa a autarquia, ele se submete a um período denominado “quarentena”.
Neste período, o ex-dirigente fica impedido por 4 (quatro) meses de prestar qualquer
tipo de serviço no setor público ou empresa integrante do setor que é regulado pela
agência. Contudo, vale destacar que durante a quarentena o ex-dirigente fica
vinculado à agência, recebendo a remuneração correspondente.
- As agências reguladoras possuem o chamado “poder normativo”, podendo
regulamentar e normatizar certas atividades de interesse social. Ressalte-se que esse
poder normativo deve ater-se aos aspectos técnicos da matéria, de acordo com a lei.
Além disso, só se obriga o prestador do serviço, e não o seu usuário.
Fundações públicas
Muito embora seja este o entendimento majoritário, Rafael Oliveira defende em sua
obra que as fundações estatais devem ser consideradas como pessoas jurídicas de direito
privado, integrando a Administração Indireta, visto que as fundações públicas de direito
público seriam verdadeiras “autarquias”.
Todavia, o próprio autor ressalta que o estudo das fundações estatais leva em
consideração a classificação entre fundações públicas de direito público e fundações públicas
de direito privado, uma vez que este é o entendimento do próprio Supremo Tribunal Federal.
4XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua
atuação.
considerados atos administrativos, até mesmo
para fins de controle.
Foro processual: tratando-se de entidades Foro processual: justiça estadual.
federais, serão julgadas pela justiça federal
(inteligência do art. 109, I CRFB, já que são
consideradas autarquias fundacionais), com
exceção das ações de falência, as de acidente de
trabalho e as sujeitas a justiça eleitoral e do
trabalho.
Sendo fundações estaduais ou municipais, serão
julgadas pela justiça estadual.
Responsabilidade: objetiva, de acordo com o art. Responsabilidade: a responsabilidade será objetiva
37, §6o da CRFB. se estivermos diante de fundações estatais de
direito privado prestadoras de serviços públicos.
Empresas estatais
Além disso, o art. 173, §1o da CRFB dispõe que “a lei estabelecerá o estatuto jurídico da
empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços,
(...)”. Com isso, foi editada a Lei n. 13.303/2016, que será objeto de estudo em separado.
5 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (…).
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
6 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse
coletivo, conforme definidos em lei.
A denominação “empresas estatais” engloba as empresas públicas e as sociedades de
economia mista, ambas criadas mediante autorização legal, com o posterior arquivamento de
seus atos constitutivos no registro competente.
EXCEÇÕES:
1) Mandados de segurança contra atos de
império praticados por autoridade de
empresa publica/sociedade de economia
mista (art. 109, VIII CRFB);
2) Se União intervier no processo, como
assistente ou opoente (Súmula 517 do
STF: “as sociedades de economia mista só
têm foro na Justiça Federal quando a
União intervém como assistente ou
opoente”).
Regime de pessoal: regime celetista, devendo Regime de pessoal: também celetista, vide
haver, porém, a realização de concurso público observações sobre o regime de pessoal das
para tanto. empresas públicas.
Terceiro Setor
São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que são criadas por lei e
prestam atividades de interesse público em favor de certas categorias sociais ou profissionais.
Exemplos: SESI, SESC, SENAC, SENAI.
Sua criação depende de lei. Essa exigência decorre da necessidade de uma lei que
institua as contribuições sociais, espécie de tributo. Logo, é uma autorização legislativa para a
criação de tributos e para o seu repasse a tais entidades.
Estas pessoas são criadas por Confederações privadas, após autorização legal, para
prestarem serviço de amparo a determinadas categorias profissionais. Recebem contribuições
7OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método,
2016. p. 199.
sociais que são cobradas de forma compulsória da iniciativa privada8, instituídas pela União,
que exerce a fiscalização sobre tais entidades.
Vale ressaltar que o STF possui entendimento no sentido de que quando o produto das
contribuições ingressa nos cofres dos serviços sociais autônomos, perde o caráter de recurso
público, devido a natureza jurídica de direito privado de tais entidades.
OBS: Os serviços sociais autônomos NÃO se submetem ao regime dos precatórios para o
pagamento de débitos oriundos de decisão judicial, conforme entendeu o STF, pois são
pessoas jurídicas de direito privado.
OBS: Por ostentarem natureza jurídica de direito privado e não integram a Administração
Indireta. Vale ressaltar que o STF entende que, muito embora não haja a exigência de concurso
público, isso não as exime de manterem um padrão de objetividade e de eficiência na
contratação e gastos com pessoal.
8 Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no at. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a
folha de salários, destinadas as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao
sistema sindical.
Entidades de apoio
São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que exercem serviços não
exclusivos, relacionados a pesquisa, saúde, desenvolvimento institucional, ciência e educação.
São fundações instituídas por particulares (e por isso estão sujeitas à fiscalização pelo
Ministério Publico), com o fim de auxiliar a Administração Pública, mas não a integram.
Em âmbito federal, temos a Lei n. 8958 de 1994, que estabelece normas sobre as
relações entre as instituições federais de ensino superior e pesquisa científica e tecnológica e
as fundações de apoio. Entretanto, cabe ressaltar que os demais entes federados possuem
autonomia para editar suas próprias legislações acerca do tema.
Além disso, podem ser contratadas, por prazo determinado e sem licitação, à luz do
art. 24, inciso XIII da Lei 86669.
Organizações sociais
De acordo com a Lei n. 9637, “o Poder Executivo poderá qualificar como organizações
sociais pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades sejam
9 Art. 24. É dispensável a licitação: XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à
recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não
tenha fins lucrativos.
dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e
preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, atendidos aos requisitos previstos nesta
Lei”.
As organizações da sociedade civil de interesse público estão regidas pela Lei n. 9790,
que em seu art. 1o dispõe: “Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido
constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que
os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por
esta Lei”.
10 Art. 7o Na elaboração do contrato de gestão, devem ser observados os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos:
I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das metas a serem
atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de
desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade;
II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem
percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções.
Parágrafo único. Os Ministros de Estado ou autoridades supervisoras da área de atuação da entidade devem definir
as demais cláusulas dos contratos de gestão de que sejam signatários.
Tais objetivos sociais estão elencados no art. 3o da Lei, dentre eles: promoção da
assistência social, promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e
artístico, promoção gratuita da educação e da saúde, promoção da segurança alimentar e
nutricional, etc.
OBS: atenção com as entidades que NÃO podem ser qualificadas como OSCIP, à luz do art. 2o
da Lei 979011.
Além disso, a qualificação da OSCIP é uma atividade vinculada, de acordo com o art. 1o,
§2o da Lei: “A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao cumprimento
dos requisitos instituídos por esta Lei”. Nesse sentido, cumprindo os requisitos previstos na
Lei, a entidade deverá ser qualificada como OSCIP.
11 Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se
dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei:
I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional;
III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e
confessionais;
IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados
ou sócios;
VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras;
IX - as organizações sociais;
X - as cooperativas;
XI - as fundações públicas;
XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações
públicas;
XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que
se refere o art. 192 da Constituição Federal.
Quais seriam, então, as diferenças entre organizações sociais (“OS”) e organizações da
sociedade civil de interesse publico (“OSCIP”)?
12 Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos,
interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da
Justiça, instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos:
I - estatuto registrado em cartório;
II - ata de eleição de sua atual diretoria;
III - balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV - declaração de isenção do imposto de renda;
V - inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.
Art. 6o Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o Ministério da Justiça decidirá, no prazo de trinta dias,
deferindo ou não o pedido. (…).
13 Art. 4º Preenchidos os requisitos exigidos nesta lei, bem como preenchidos eventuais requisitos específicos, será
deferida, pelo Governador do Estado ou por delegação ao Secretário de Estado ou a Servidor Público, a qualificação
da entidade como organização social.
QUESTÕES OBJETIVAS
Gabarito: Alternativa C
Conforme estudamos em nosso material, as autarquias em regime especial são submetidas a
um regime jurídico peculiar, diferente daquele relativo às autarquias comuns. Caso a autarquia
seja alcançada por alguma regra especial, peculiar às suas atividades, além daquelas regras do
regime jurídico comum, será considerada autarquia em regime especial, quais sejam:
- Agências Reguladoras
- Autarquia Territorial
-Associações Públicas
-Autarquia Fundacional/Fundação Autárquica
-Agências Executivas
Gabarito: Alternativa B
Exceção: O STF decidiu que a OAB, quando contrata seus empregados, não precisa realizar
concurso público (STF ADI 3026).
Esses Conselhos são criados por lei e possuem personalidade jurídica de direito
público, exercendo uma atividade tipicamente pública, qual seja, a fiscalização do
exercício profissional. Os Conselhos são dotados de poder de polícia e poder
arrecadador. STF. 1ª Turma. MS 28469, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/06/2015
Gabarito: Alternativa C
Conforme estudado em nossa apostila, o artigo 173, § 1º, II, da CF/88, preconiza que
as empresas públicas e sociedades de economia mista se sujeitam ao mesmo regime jurídico
das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas
e tributários. Frise-se que no § 2º tais entes não poderão gozar de privilégios fiscais não
extensivos às do setor privado.
Logo, de posse dessa breve síntese, os arts. 1º e 2º da hipotética Lei Federal XX não
estariam em consonância com a CF/88.
Gabarito: Alternativa B
a) Incorreta. A criação de uma SEM se dá por meio de autorização em lei específica.
CF. Art. 37. XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada
a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
d) Incorreta. A SEM não goza do privilégio da imunidade tributária, até para que ela possa
concorrer no mercado em igualdade de condições com as demais empresas privadas.
e) Incorreta. Não existe essa vedação! É possível ainda hoje a criação de SEM exploradora de
atividade econômica.
Gabarito: Alternativa D
6. (FGV - 2018 - TJ-SC - Analista Administrativo) As organizações sociais (OS) são entidades
de direito privado que tiveram origem na estratégia de publicização de parte de atividades
exercidas pelo Estado. Em relação às OS é correto afirmar que:
Gabarito: Alternativa C
a) Incorreta. As OS atuam ao lado do Estado, mas não compõem a estrutura do Estado. Não
integram a administração direta, nem a indireta.
b) Incorreta. São entidades privadas que executam atividades de interesse do Estado,
limitando-se a: ensino; pesquisa científica; desenvolvimento tecnológico; proteção e
preservação do meio ambiente; cultura; e saúde.
c) Correta.
Para qualificação como OS, deve haver a comprovação do registro do ato constitutivo
e aprovação, por ato discricionário, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da
área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Adm.
Federal e Reforma do Estado. Além disso, é necessária a celebração do Contrato de Gestão:
instrumento firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social,
com vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades
relativas às áreas relacionadas (Art. 5º, Lei 9637/98):
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, entende-se por contrato de gestão o instrumento
firmado entre o Poder Público e a entidade qualificada como organização social, com
vistas à formação de parceria entre as partes para fomento e execução de atividades
relativas às áreas relacionadas no art. 1º.
Gabarito: Alternativa A
Trata-se de assunto já visto anteriormente. Atenção, pois é tema recorrente na Banca FGV.
A Agência Reguladora nada mais é do que uma Autarquia em Regime Especial, sendo assim,
formada mediante o processo denominado de Descentralização, também integrando a
Administração Pública Indireta.
8. (FGV - 2018 - Câmara de Salvador - BA - Analista Legislativo Municipal) A Câmara
Municipal, na busca de aprimorar seu sistema de controle interno e atender ao princípio da
eficiência, subdividiu a gerência de controladoria e finanças em duas novas gerências, uma
de controladoria, outra de finanças. Esse fenômeno administrativo, eminentemente
interno, de distribuição de competência dentro da mesma pessoa jurídica, é chamado pela
doutrina de direito administrativo de:
Gabarito: Alternativa D
Novamente, trata-se de tema já abordado em questão muito similar, ou seja, de
grande incidência de questões.
Lembrando que na desconcentração as atribuições são repartidas entre órgãos
públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárquica.
Gabarito: Alternativa C
10. (FGV - 2018 - SEFIN-RO – Contador) Com relação às agências reguladoras, assinale a
afirmativa correta.
a) São empresas públicas.
b) São instituídas como autarquias sob regime especial.
c) Podem atuar em qualquer área, independentemente da área de regulação.
d) São uma nova espécie de pessoa jurídica, distinta daquelas previstas no texto
constitucional, que integram a administração pública indireta.
e) Devem, obrigatoriamente, ter personalidade jurídica de direito privado.
Gabarito: Alternativa B
Em breve síntese, as agências reguladoras são pessoa jurídica de direito público interno,
criadas por meio de lei, cuja função é a de regular e fiscalizar as atividades de determinado
setor privado do país. As agências reguladoras são conceituadas como sendo autarquias sob
regime especial, criadas para regular um setor específico da atividade econômica.