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Resumo
O presente artigo tem a finalidade de trazer questões sobre o trabalho artístico e as suas inter-relações com a
área da comunicação, do entretenimento e do consumo no espaço midiático em nossa sociedade
contemporânea. O corpus do artigo são as audições da primeira fase do programa American Idol, quando os
cantores fazem suas primeiras apresentações diante de um júri que avalia o desempenho de cada participante.
Nesse contexto, será discutido a concepção de espaço biográfico numa reflexão sobre como esse espaço é
apresentado no programa, através da análise de cinco audições escolhidas aleatoriamente.
Introdução
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Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho - 08 Comunicação, Consumo, Trabalho e Espacialidades. Coordenador:
Prof. Dr. Vander Casaqui, do 2º Encontro de GTs - Comunicon, realizado nos dias 15 e 16 de outubro de 2012.
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Mestranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação e Práticas de Consumo – ESPM, graduada em
Psicologia(UFBA) e Pedagogia(UCSAL), orientanda do Prof. Dr. Vander Casaqui.
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criando uma relação de consumo comandada pelo processo psíquico de identificação e projeção no
sentido abordado por Morin, surgindo um imaginário que funciona como um universo espectral que
permite a projeção e identificação mágica, religiosa ou estética (1997, p. 77).
A televisão vai ocupar nesse contexto, um espaço relevante com seus espetáculos,
programas de competição, novelas, apresentações musicais, notícias , etc.
Nesse sentido, o programa de televisão American Idol constitui um objeto de particular
interesse para a pesquisa em Comunicação, no qual pode-se explorar a concepção de espetáculo
televisivo e suas implicações nesse campo.
O American Idol é um programa de televisão criado pelo produtor americano Simon Fuller e
foi ao ar pela primeira vez em junho de 2002, tornando-se o programa musical com o maior volume
de investimentos publicitários nos Estados Unidos da América. Com características que misturam
reality show com programa de auditório, o American Idol apresenta uma competição entre calouros
para eleger o melhor cantor ou cantora. O formato do programa envolve a avaliação feita por três
juízes, artistas renomados e populares da área da música, que opinam sobre a performance dos
candidatos e ao mesmo tempo oferecem conselhos para o desenvolvimento artístico dos
participantes, cabendo ao público escolher por meio de votos qual o cantor ou cantora com quem
mais se identificam nos programas finais.
O programa é apresentado por Ryan Seacrest e possui um roteiro geral que se repete em
todas as edições, no qual os aspirantes à carreira artística participam de uma audição seletiva
realizada pelos jurados, quando são avaliados por suas performances e selecionados para participar
do programa que envolve a competição entre os selecionados.
Após a etapa de seleção, treze candidatos são escolhidos para participar do programa e a
cada semana um deles é eliminado com o voto do público e mais uma avaliação dos juízes.
O presente estudo tem o objetivo de explorar as mediações que envolvem o mundo do
trabalho na produção de sentidos, representações sociais e a sua presença midiática dentro do
contexto do programa, buscando articular uma reflexão sobre as narrativas articuladas que
compõem as relações sociais e as trocas simbólicas que caracterizam as teias entre comunicação e
consumo.
Por intermédio desta análise, questões podem ser inferidas na busca de uma compreensão
mais apurada sobre esse tema, como por exemplo: Como o trabalho artístico é representado na
mídia? Como o discurso sobre ser artista é construído? Quais as simbologias envolvidas ? Quais as
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lógicas do trabalho na área do entretenimento? Assim, o nosso propósito é debater de que maneira o
trabalho artístico se configura e é representado na mídia e no universo do entretenimento.
Dessa forma, para averiguar as questões delineadas, optamos por analisar o momento das
audições da temporada de 2012 do programa que aconteceram nas cidades de Savannah (estado da
Geórgia) e San Diego (Califórnia), pois esses episódios apresentam a escolha do artista que
participará do programa.
A concepção de espetáculo televisivo no programa American Idol.
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Kellner (2006) se baseia nos estudos de Debord, mas vai desenvolver uma abordagem mais
específica, buscando interpretar o que os diversos tipos de espetáculo nos dizem sobre a atualidade
e dentro dessa perspectiva ressalta que a mídia, a televisão, os filmes, a música, o teatro, o
ciberespaço são permeados pelos espetáculos sedutores, fascinando os habitantes da sociedade de
consumo, os envolvendo nas semióticas do mundo do entretenimento, da informação e
influenciando de forma profunda o pensamento e ação dessas pessoas (2006, p.122).
Nesse sentido, o programa revela um cenário que busca roubar o olhar do espectador
convidando-o ao consumo de imagens espetaculares que traduzem a confirmação do sucesso num
jogo de pura sedução.
Para Morin, jogo e espetáculo mobilizam uma parte do lazer moderno e sempre estiveram
presentes na nossa vida social; o que este autor ressalta é que a extensão televisionária ou
teleauditiva do espetáculo são os progressos de uma concepção lúdica da vida (1997, p.70). Toda a
estrutura do programa American Idol é organizada e concebida como um grande espetáculo com
regras próprias se configurando como um jogo.
Em todo espetáculo de teatro, cinema, televisão, existe a presença do lúdico que não se pode
isolar, fazendo parte de todo movimento dos espetáculos esportivos, televisivos e radiofônicos
(MORIN, 1997, p.72).
Dentro desse contexto, todos os participantes do programa, desde os jurados passando pelo
apresentador, público e calouros participam com afinco de uma rica e envolvente dinâmica
composta de tensão e competição num jogo que comanda toda a concepção estética do American
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Idol, onde cada um domina o seu papel e a forma de atuar, criando tensões e contrastes num grande
jogo-espetáculo.
vários agentes que conduzem o artista (calouro) como um produto que vai ser avaliado dentro do
universo da arte televisiva.
Como o programa segue o formato dos reality shows, essa dinâmica ganha contornos entre a
ficção e a realidade, numa dramatização que busca expressar o ritmo das produções televisivas
dentro da própria televisão.
Em nossa sociedade contemporânea os reality shows se afirmaram como atração televisiva
de destaque com diferentes temáticas, desde a exposição de pessoas convivendo numa mesma casa,
passando por competição de estilistas, cabeleireiros, empresários até desafios para sobreviver como
no famoso Survivor (CASTRO, 2006).
O calouro aspirante a artista profissional vai representar justamente esse profissional que
precisa de um produtor que o conduza até o sucesso e o introduza de forma legítima no mercado
artístico. Nas audições que consistem em sessões para a avaliação do júri, existe um roteiro a ser
seguido, no qual o candidato se apresenta diante dos jurados e depois de uma rápida análise e de
uma conversa breve, o calouro recebe o veredicto final que consiste em ouvir um “não” ou a frase
que se tornou célebre: “You go to Holywood!”.
O júri é sempre composto por pessoas famosas da área da música. Na temporada de 2012,
participaram como jurados a cantora Jennifer Lopez, o roqueiro Steven Tyler, da banda de rock
Aerosmith, e Randy Jackson, ex integrante da banda The Jackson Five e irmão de Michael Jackson.
Fig.13: Caloura em frente aos jurados para audição. Figura 24: Jurado Steven Tyler aprovando candidato .
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Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=kkVxjISk8gk>. Acesso em 24 de agosto de 2012.
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Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=HxD1NZ4k1Fw>. Acesso em 24 de agosto de 2012.
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a vedete com uma personalidade que desabrocha “sobre a dupla face do sonho e do imaginário” das
massas (p.75).
Na busca da compreensão da lógica que organiza essas relações, pode-se trazer o conceito
de campo desenvolvido por Bourdieu, no qual agentes se relacionam dentro de espaço comum com
regras específicas e numa luta por seus objetivos.
Cada um tem sua posição e atua dentro dela de acordo com seus interesses e dessa forma
acontecem as relações de poder e força. É nessa dinâmica que vai existir todo um jogo de
linguagem e de ações simbólicas que vão representar o lugar que cada agente ou personagem deve
ocupar naquele contexto social.
Pode-se descrever o campo social como um espaço multidimensional de posições tal que
qualquer posição atual pode ser definida em função de um sistema multidimensional de
coordenadas cujos valores correspondem aos valores das diferentes variáveis pertinentes: os
agentes distribuem-se assim nele, na primeira dimensão, segundo o volume global do capital
que possuem e, na segunda dimensão, segundo a composição do seu capital – quer dizer,
segundo o peso relativo das diferentes espécies no conjunto das suas posses (BOURDIEU,
2003, p.135).
competição de auditório, traz a vertente do trabalho como modelo de superação para alcançar o
sucesso e explora a história de vida dos participantes.
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O espaço biográfico dessa participante é representado por imagens que mostram seu dia a
dia trabalhando com pessoas deficientes e suas atividades como artes e coral. Normim fala em off
sobre seu envolvimento emocional com esse trabalho.
As imagens se alteram e Normim começa a cantar na sala de audição realizando sua
apresentação. Os jurados a aprovam e nas palavras de avaliação pode-se escutar Steven Tyler
dizendo: “muito bonito! Sua entonação de voz é perfeita!”. Jennifer Lopez diz que ficou arrepiada e
Randy Jackson fala que ela tem um “açúcar especial”, em seguida faz a pergunta tradicional aos
seus colegas de júri: “Ela vai para Hollywood?” e todos respondem ao mesmo tempo com um
“sim”.
Normim abre um sorriso alegre e sai da sala aos pulos, do outro lado da sala, a mãe a espera
e as duas se abraçam comemorando aos gritos, enquanto Normim diz a célebre frase “Eu vou para
Hollywood!”.
Audição de Phllip Phillips6 - sexo masculino, 20 anos. Cidadade - Savannah - Geórgia.
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Disponível em : <http://www.youtube.com/watch?v=ZBcVlxi3x88>. Acesso em 24 de agosto de 2012.
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Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=HxD1NZ4k1Fw>. Acesso em 24 de agosto de 2012.
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Os jurados expressam suas impressões: “Gostei de ouvir isso!”, “Acho que os outros
amaram também. Incrível cara. Eu adorei. Um artista de verdade!”, “É algo novo e fresco, faz todos
pararem para assistir”, “Ele vai para Hollywood!” e “Bom trabalho, querido!”.
Audição de Ashley Robles 7 - sexo feminino, 26 anos. Cidadede - San Diego - Califórnia.
Ashley é apresentada pelo locutor como uma mãe solteira que cuida de uma filha de 5 anos.
Logo surgem imagens de Ashley interagindo com a filha com uma música animada ao fundo num
clima de família feliz. As cenas mostram Ashley brincando com a filha, almoçando, passeando ,
trabalhando num escritório, atendendo ao telefone e teclando no computador.
As imagens mudam para a sala de audição; o diálogo entre Ashley e os jurados ainda é em
torno da sua filha. Ashley começa a cantar e se sai muito bem arrebatando elogios dos jurados,
como: “Onde você tem andando esse tempo todo?” ou ainda “Ela é fantástica”, “Você vai ser
grande!” Após os elogios, Ashley sai da sala sorrindo e se encontra com a filha e amigos, a câmera
se aproxima e mostra uma fala da filha de Ashley dizendo:“ Eu vou para Hollywood!”.
Jessica se apresenta como uma cantora experiente, relata que canta desde os 10 anos de
idade, que já se apresentou em diversas aberturas de jogos na escola e que já participou de diversos
shows de talento, porém faz uma péssima apresentação, despertando nos jurados expressões de
desolação e ao mesmo tempo crítica negativa.
Randy Jackson é o primeiro a se manifestar perguntando a concorrente: “Você chama isso
de cantar? Seu negócio não é esse”. Em seguida, Steve Tyler comenta: “Você armou a rede, mas a
bola não entrou.” Jessica pede uma nova chance, quer cantar de novo, mas Randy Jackson continua
com as críticas: “As pessoas dizem que você pode cantar?” Jessica é reprovada por todos e sai da
sala com o comentário de Jennifer Lopez: “Não tem jeito querida.”
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Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=x3FSVzU8coE&feature=related>. Acesso em 24 de agosto de
2012.
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Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=VtFxjDcsihc>. Acesso em 24 de agosto de 2012.
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Jennifer Diley é uma moça jovem que se apresenta com um biquíni e um short curto nas
cores da bandeira dos Estados Unidos, dizendo que é patriota. O apresentador Ryan Seacrest faz
uma rápida entrevista com ela, mas explora bastante com imagens o corpo da moça pedindo para
ela subir e descer uma escada enquanto é filmada.
Ao começar a cantar, Jennifer parece que vai fazer uma boa apresentação, mas se perde na
afinação e os jurados desaprovam. Randy Jackson fala: “Você parecia que ia nos explodir vestida
desse jeito... você veio aqui para nos explodir, é isso?”. Em seguida, Jennifer Lopez comenta: “Não
adianta vir vestida assim, a sua voz é que deve ser trabalhada...” Jennifer tem a chance de fazer uma
nova apresentação, mas os jurados desaprovam de novo com um silêncio revelador, criando um
clima de mal estar e Jennifer decepcionada se retira da sala.
Análise:
Será utilizado na abordagem metodológica, a Análise de Discurso da escola francesa
baseada nos estudos de Eni P. Orlandi como suporte para a investigação das mensagens
apresentadas na estrutura do programa, buscando o real sentido em sua materialidade lingüística e
histórica. As histórias contadas expressam a tentativa dessas pessoas para alcançar uma carreira
artística de sucesso e os relatos são apresentados de forma romanceada com função narrativa
envolvente e emocional.
Existe na formação discursiva das histórias relatadas um não-dito,“considerando que há
sempre no dizer um não-dizer necessário” (Orlandi, 2009, p.82) que pode ser destacado, quando
mostram os relatos de Ashley que é mãe solteira com a sua filha o tempo ao seu lado, ou no
momento em que apresentam a vida profissional de Normim que trabalha com deficientes físicos,
trazendo um contexto mais dramático e romanceado para o programa numa tentativa de valorizar
essas histórias e criar a identificação do espectador com os personagens.
No transcorrer do programa há um interdiscurso carregado de conceitos sobre o que é ser um
artista de sucesso que permeia a estrutura da fala dos jurados, como podemos observar nas seguintes
frases: “Gosto do jeito que ele mexe os pés. É um pequeno James Brown!” ou “É algo novo e
fresco, faz todos pararem para assistir.” A comparação com outros artistas renomados é uma
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Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=s_4mmKcEDvE>. Acesso em 24 de agosto de 2012.
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constante no programa e a expectativa sobre o “algo” diferente e inusitado que vai despontar como
“novo” está sempre presente.
A tensão entre o “ter talento ou não ter talento” faz parte da fala dos personagens,
surgindo em algumas cenas um silêncio que funciona como censura e que expõe a pessoa ao
ridículo, explorando a falta de talento ao máximo e trazendo um ar de comicidade ao programa,
como no caso das participantes Jessica e Jennifer Diley que participam de um intrincado jogo de
duplo sentido representado pelas imagens, como por exemplo quando o apresentador Ryan Seacrest
pede para Jennifer Diley subir e descer as escadas com o biquíni e short justos e não faz nenhum
comentário, apenas olha para as câmeras com um olhar jocoso, ou quando após a apresentação de
Jennifer, todos os jurados ficam calados num silêncio revelador de desaprovação.
Os discursos dos jurados são permeados por metáforas, como no momento em que Steven
Tyler compara o desempenho de Jessica a um jogador de basquete que “quase acertou a bola na
rede” deslocando o conceito do esporte para a arte. Orlandi destaca que “o efeito metafórico, o
deslize – próprio da ordem do simbólico – é lugar da interpretação, da ideologia, da historicidade
(2009, p. 80).
A frase “Você vai para Hollywood!” manifesta uma mensagem que forma um sistema de
significantes que podem representar diversos contextos ligados ao sucesso, pois Hollywood é a
cidade cinematográfica símbolo do sucesso dos grandes astros americanos, Hollywood significa
chegar ao topo, seguir em direção à fama, fazer parte dos eleitos do mundo dos olimpianos, alcançar
o sucesso na carreira artística.
Nesse contexto, os jurados utilizam um “sistema sintático intrínsecamente passível de jogo”
(Orlandi, 2009, p.80) no qual falam a partir de um lugar representado pelo saber com o poder de
conferir ao outro o reconhecimento como artista ou não, atuando como proprietários de sabedoria e
competência para avaliar as performances dos candidatos, utilizando palavras que constroem a
imagem do artista como um lutador, vencedor, esportista, como: “Você vai ser grande”ou “Ela é
fantástica!” ou ainda “um artista de verdade”.
O artista é avaliado como um produto em exposição e a expressão desse artista é
representada como um “negócio”, vale lembrar quando Randy Jackson diz para Jessica: “seu
negócio não è esse.”
A principal proposta do programa American Idol é a eleição de um ídolo americano no
campo da música e para isso existe todo um processo de construção desse artista que se configura
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http://www.youtube.com/watch?v=ZBcVlxi3x88
http://www.youtube.com/watch?v=HxD1NZ4k1Fw
http://www.youtube.com/watch?v=x3FSVzU8coE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=VtFxjDcsihc
http://www.youtube.com/watch?v=s_4mmKcEDvE
http://www.youtube.com/watch?v=kkVxjISk8gk
http://www.youtube.com/watch?v=HxD1NZ4k1Fw
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