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APOSTILA DE RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I

Prof. Kenji

VISÃO GERAL DA RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS


A resistência dos materiais é o ramo da mecânica que estuda as relações entre cargas externas
aplicadas a um corpo deformável e a sua intensidade de forças internas quer atuam dentro do
corpo. Este estudo abrange também o cálculo das deformações do corpo e o estudo de sua
estabilidade, quando submetido a forças externas. A tensão de a deformação são grandezas
fundamentais mos procedimentos que envolvem o cálculo de uma estrutura.
Estrutura é a parte que sustenta uma construção ou um equipamento.
Alguns elementos estruturais:
Blocos – tem as 3 dimensões com valores da mesma ordem de grandeza;
Placas – tem 1 das dimensões bastante inferior às demais;
Barras – tem 2 dimensões bastante inferiores à terceira.

Projeto estrutural
São necessárias 3 fases para o cálculo de uma estrutura:
Anteprojeto – A estrutura pode ser um navio, um edifício, uma prótese óssea, etc. e e tem suas
dimensões arbitradas segundo critérios técnicos e empíricos.
Modelagem – Modelar é descrever um comportamento através de equações matemáticas. Numa
estrutura leva-se em consideração o conhecimento do comportamento dos elementos estruturais
e do carregamento envolvido e determinadas as deformações e tensões e que a estrutura está
submetida.
Dimensionamento dos elementos estruturais – É necessário o conhecimento de questões
específicas de cada material que constitui a estrutura (aço, madeira, concreto, etc.)
O cálculo de uma estrutura depende de 3 critérios:
 Estabilidade - Toda estrutura deverá atender às equações universais de equilíbrio estático.
 Resistência - Toda estrutura deverá resistir às tensões internas geradas pelas ações
solicitantes
 Rigidez - Além de resistir às tensões internas geradas pelas ações solicitantes, as estruturas
não podem se deformar excessivamente.

Pressupostos
A resistência dos materiais é uma ciência desenvolvida a partir de ensaios experimentais e de
análises teóricas que determinam o comportamento mecânico das peças em modelos
matemáticos idealizados, que devem ter razoável correlação com a realidade.
Alguns pressupostos são admitidos nestas deduções:
1. Continuidade – a matéria apresenta uma estrutura contínua, desconsiderando-se todas os
vazios e porosidades;
2. Homogeneidade – o material apresenta características mecânicas em todos os pontos;
3. Isotropia – o material apresenta as mesmas características mecânicas em todas as direções.
Ex. a madeira apresenta características distintas, nas direções da fibra e na perpendicular,
portanto não é considerado isotrópico;
4. Equilíbrio – se a estrutura está em equilíbrio, cada uma das partes também está em
equilíbrio;
5. Pequenas deformações – as deformações são muito pequenas quando comparadas com as
dimensões da estrutura;
6. Lei de Hooke – a força aplicada é proporcional ao deslocamento: F = k . d.
7. Conservação de áreas – a seção transversal, após a deformação, conserva as suas
dimensões primitivas.
Para compensar as incertezas na avaliação das cargas, na determinação das propriedades dos
materiais, nos pressupostos ou nas simplificações é previsto nas Normas Técnicas a adoção de
coeficientes de segurança adequados.

VÍNCULOS OU APOIOS

Vínculos de 1ª classe
Impedem o movimento de translação na direção normal ao plano de apoio, fornecendo 1 única
reação.

Vínculos de 2ª classe
Impedem 2 movimentos, no sentido vertical e horizontal, podendo fornecer duas reações.
y
x

Engastamento de 3ª classe
Impede a translação em qualquer direção, impedindo também a rotação através de um
contramomento, que bloqueia a ação do momento de solicitação.

Ry
Rx
M

Rx e Ry impedem o movimento na direção x e y e M impede a rotação.

ESTRUTURA
É o conjunto de elementos de construção, composto com a finalidade de receber e transmitir
esforços.

TIPOS DE ESTRUTURAS

Estruturas hipoestáticas – Este tipo de estrutura é instável à elasticidade.

RA RB
Estruturas isoestáticas

É quando o número de reações a serem determinadas é igual ao número de equações de


estática.

P
RAX

RAY RB

Estruturas hiperestáticas

É quando a quantidade de equações de estática são insuficientes para determinar as reações nos
apoios. Para solucionar a questão é possível utilizar as equações de deslocamento.

RAX P RBX

RAY RBY

REVISÃO DE MECÂNICA GERAL

FORÇA
Força é toda a grandeza capaz de provocar movimento, alterar o estado de movimento ou
provocar deformação em um corpo. É uma grandeza vetorial cuja intensidade pode ser obtida pela
expressão da física:
F = m.a
onde:
F = força
m = massa do corpo
a = aceleração provocada
Sendo força um elemento vetorial somente se caracteriza se forem conhecidos a direção, o
sentido, o módulo ou intensidade e o ponto de aplicação
Força pode provocar movimento ou deformação

Peso dos corpos


O peso dos corpos é uma força de origem gravitacional que apresenta características especiais.
Módulo: P = m.g
Direção: Vertical
Sentido: de cima para abaixo
Ponto de aplicação: centro de gravidade do corpo

UNIDADES
Existem muitas unidades representando forças sendo as mais comuns:
N – Newton
kgf - kilograma força
Relação: 1 kgf = 10 N
CARACTERÍSTICAS DAS FORÇAS

Princípio de ação e reação


Quando dois corpos se encontram, toda a ação exercida por um dos corpos sobre o outro
corresponde uma reação do segundo sobre o primeiro de mesmo módulo e direção, mas com
sentidos contrários, que é a 3ª lei de Newton.
Pode-se observar que estas duas forças têm pontos de aplicação diferentes e, portanto causam
efeitos diferentes, cada uma atuando no seu ponto de aplicação.

Princípio da transmissibilidade de uma força


Quando se aplica uma força em um corpo sólido a mesma se transmite com seu módulo, direção
e sentido em toda a sua reta suporte ao longo deste corpo.

REVISÃO DE TRIGONOMETRIA

Triângulo retângulo

a c



C b A

sen  = cos  = tg  =

sen  = cos  = tg  =
Assim:
c = a . sen  b = a . cos 

 = arc sen  = arc cos  = arc tg

Relação fundamental da trigonometria

sen2 x + cos2 x = 1

Razões Trigonométricas especiais

30 O 45 O 60 O

seno

cosseno

tangente 1
Triângulo qualquer

c A
B R

a b

Lei dos senos

= 2R

Lei dos cossenos

a2 = b2 + c2 – 2bc . cos A

b2 = a2 + c2 – 2ac . cos B

c2 = a2 + b2 – 2ab . cos C

Decomposição das forças


Qualquer força no espaço pode ser decomposta segundo três direções que desejarmos.
Normalmente, usam-se como referência três direções ortogonais entre si, escolhidas de acordo
com a conveniência do problema.

Nestes casos pode-se usar a resultante F ou suas componentes Fx, Fy e Fz para obter o efeito
desejado.
Qualquer força contida em um plano também pode ser decomposta segundo duas direções.
Normalmente são usadas duas direções perpendiculares entre si, também escolhidas de acordo
com a conveniência do problema.
No caso plano que é o mais usual:

Fy F

Fx x
Fx = F . cos 
Fy = F . sen 

A força F decomposta também pode ser chamada de resultante da soma vetorial de suas
componentes Fx e Fy.
Nos problemas pode-se utilizar para cálculos apenas a força resultante, ou as suas componentes,
o que se tornar mais fácil. Isto pode se constituir em uma das ferramentas mais úteis no trabalho
com as forças.
A soma vetorial ou geométrica não corresponde à soma algébrica.

Exemplo: Calcular a resultante das forças F1 = 50 N, F2 = 80 N e F3 = 70 N, aplicadas no bloco


conforme a figura.

F3 F1 F2

Exemplo: Calcular as componentes Fx e Fy, da força F, da figura.

F
Fy
30 o
Fx

Exercício: Calcular as componentes horizontal e vertical da força de 200 N aplicada na viga,


conforme figura.

60 o

Exercício: Calcular as cargas nos cabos que sustentam o peso de 4 kN.

o
60 o 50

CLASSIFICAÇÃO DAS FORÇAS


As forças podem ser classificadas de acordo com a sua origem, modo de se comportar, etc. como,
por exemplo, as forças de contato (ex: locomotivas, musculares, etc.) e as de ação à distância (ex:
elétricas, gravitacionais, magnéticas, etc.).
Em análise estrutural as forças são divididas conforme esquema abaixo:
Forças externas: atuam na parte externa na estrutura e são o motivo de sua existência. Podem
ser:
Ações: São forças independentes que podem atuar em qualquer ponto de uma estrutura.
Correspondem às cargas as quais a estrutura está submetida, normalmente são conhecidas ou
avaliadas.
Ex: peso do pedestre em uma passarela, peso próprio das estruturas, etc.
Reações: São forças que surgem em determinados pontos de uma estrutura (vínculos ou apoios),
sendo consequência das ações, portanto não são independentes, devendo ser calculadas para se
equivalerem as ações e assim preservarem o equilíbrio do sistema.
Forças internas: são aquelas que mantêm unidos os pontos materiais que formam o corpo sólido
de nossa estrutura (solicitações internas). Se o corpo é estruturalmente composto de diversas
partes, as forças que mantém estas partes unidas também são chamadas de forças internas
(forças desenvolvidas em rótulas).

MOMENTO DE UMA FORÇA


O momento de uma força é a medida da tendência que tem a força de produzir giro em um corpo
rígido. Este giro pode se dar em torno de um ponto (momento polar) ou em torno de um eixo
(momento axial).
Momento polar (momento de uma força em relação a um ponto)
Chama-se de momento de uma força F em relação a um ponto O, o produto vetorial do vetor OA
pela força F, sendo A um ponto qualquer situado sobre a reta suporte da força F. Logo, também é
um vetor, e para a sua caracterização é preciso determinar o seu módulo, direção e sentido.
Representa fisicamente a grandeza da tendência de giro em torno deste ponto que esta força
impõe ao corpo.

O efeito do vetor momento é o de provocar um giro com determinado sentido em relação ao ponto
O considerado. O vetor momento apresenta as seguintes características:
· direção: perpendicular ao plano formado pela força e pelo vetor OA
· sentido: regra da mão direita
· módulo: produto do módulo da força F pela menor distância do ponto O a reta suporte da força.
· ponto de aplicação: ponto "O" em relação ao qual se calculou o momento.

Mo = F .OA.sen 

ou Mo = F. d

A distância d que representa o módulo do vetor OA é também chamada de braço de alavanca. Ela
é a menor distância entre a reta suporte da força e o ponto em relação ao qual se calcula o
momento, isto é, pode ser obtida pela perpendicular à reta que passa pelo ponto. Isto simplifica
em muito o calculo do momento polar de uma força.
M = F.d

Regra da mão direita:


A regra da mão direita consiste em se posicionar os dedos da mão direita no sentido da rotação
provocada pela força em torno do ponto O. Neste caso o polegar indica o sentido do momento.
Exemplo: Determine o peso que devemos colocar na extremidade direita da gangorra a fim de
que ela permaneça em equilíbrio estático.

P1 = 30 kN
a=2m
b=4m
P=?

Exemplo: Determine a força desenvolvida no tirante da estrutura, a fim de que ela permaneça em
equilíbrio, sabendo-se que a barra pesa 5 kN. A barra é presa a uma parede por meio de um pino
O.

G = 5 kN
L=3m
a= 15º
T=?
Exercício: 1 tábua uniforme de 50 N suporta 2 crianças que pesam 500 N e 400 N. Estando o
suporte da gangorra no centro de gravidade da tábua e a criança de 500 N a 1,2 m do centro,
determine
a) A força para cima exercida pelo suporte sobre a tábua;
b) Onde a criança de 400 N deve se sentar a fim de equilibrar o sistema?

Exercício: Calcular o momento provocado na alavanca da morsa, durante a fixação da peça,


conforme a figura.

Momento axial
Momento axial é o valor algébrico da projeção ortogonal sobre o eixo do momento polar produzido
pela força em relação a um ponto qualquer do eixo. Pode ser representado por uma grandeza
escalar quando se adota uma convenção para a orientação do eixo.

Exemplo 1: Força perpendicular ao plano do eixo

Mx = F . d
Força inclinada em relação ao plano do eixo

Mx = Fz . d
Fz = F . sen a
OBSERVAÇÃO:
O momento de uma força em relação a um eixo é nulo sempre que a força e o eixo forem
coplanares (concorrentes ou paralelos).

Unidade de momento
Sendo o momento produto de uma força por uma distância, a unidade desta grandeza é o produto
de uma unidade de força por uma unidade de distância.
Exemplos: kgf.m , kN.m , N.m , kN.cm , etc
O momento axial produzido por um sistema de forças atuando simultaneamente em um corpo é
igual à soma algébrica dos momentos axiais, produzidos em relação ao mesmo eixo, de cada uma
das forças atuando isolada.

BINÁRIO OU PAR DE FORÇAS


Denomina-se binário a um sistema constituído por um par de forças paralelas de módulos iguais e
sentidos opostos. A resultante em termos de forças é nula, entretanto há um momento polar
resultante de módulo igual ao produto da força pela distância entre as duas forças paralelas.

F F

Exemplo: Supondo as forças indicadas no desenho atuando perpendicularmente ao eixo x. O


sistema 1 representa 1 binário e o sistema 2 representa outro.
a) Quanto vale o binário 1?
b) Quanto vale o binário 2?
c) São equivalentes? Pq?
d) Quanto vale o momento polar do sistema 1 em relação ao ponto A, C e E?
e) Quanto vale o momento polar do sistema 2 em relação ao ponto B, D e E?
f) Quanto vale o momento polar resultante destes 2 sistemas em relação aos pontos A, B, C,
D e E?

1 2 2
1
10kN 10kN
5kN 5kN
A B C D E
1m 2m 1m 2m

Cargas distribuídas
São as cargas que atuam ao longo de um trecho. Para os cálculos adota-se que a carga total
estará aplicada no centro geométrico da peça que origina a carga.

Exemplos: O peso próprio da viga.


O peso de uma caixa d´água atuando sobre uma viga.

Exemplo: Determinar as reações nos apoios, nas vigas solicitadas pela reação da carga
distribuída, conforme a figura.

q = 30N/m

A 8m B

A resultante da carga distribuída de intensidade q e comprimento l será q . l e atuará no ponto l/2,


em relação a A ou B.

Q
4m 4m

RA RB

TENSÕES E DEFORMAÇÕES
Denomina-se tensão ou pressão a relação entre uma força aplicada em uma estrutura e a área
dessa estrutura transversal à força. As aplicações práticas mais usuais na engenharia são:

Tensão de compressão em pilares


P é a carga axial de compressão aplicada segundo o eixo longitudinal do pilar, sendo C o
centroide da secção transversal. Dispersando o próprio peso do pilar, a tensão de compressão  C
é:

 C= P

Tensão de tração em barras, fios de aço, cabos, cordoalhas e estais


As barras geralmente metálicas podem ser submetidas à tração para, conforme a figura.
A, B e C são articulações
B

A C
Fio de aço tracionado
P

A barra BC está tracionada e a barra AC está comprimida.


Barra BC

T = T/S
S = área da secção transversal da barra BC
Fio de aço com diâmetro d

T = P/S = 4P/( d2)


S =  d2/4
As cordoalhas são cabos de aço flexíveis compostas de fios de aço especiais entrelaçados e os
estais são cabos de aço compostos por dezenas de cordoalhas, o que lhes proporcionam grande
capacidade de carga, sendo utilizadas para sustentar tabuleiros das pontes estaiadas. Os estais
trabalham tracionados.

Suécia/Dinamarca

Exemplo: Uma barra de secção circular com 50 mm de diâmetro, e tracionada por uma carga
normal de 36 kN. Determine a tensão normal atuante na barra.
DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO
O diagrama tensão-deformação é o gráfico dos correspondentes valores de σ e ε, onde o eixo das
ordenadas representa as tensões σ e o eixo das abscissas representa as deformações ε. É
importante ressaltar que diagramas de 2 corpos de prova de um mesmo material podem não ser
exatamente idênticos, pois os resultados dependem de várias variáveis como: composição do
material, imperfeições microscópicas, fabricação, velocidade de aplicação da carga e temperatura
do ensaio.

Figura-Diagrama tensão-deformação para um material dúctil

Comportamento elástico: Os elementos estruturais utilizados na construção civil quando são


submetidos a esforços de tensão sofrem deformações com intensidades proporcionais às tensões
aplicadas. Aumentando-se as tensões aplicadas, aumentam-se as deformações até um ponto
limite, a partir do qual as deformações aumentam significativamente, além da proporcionalidade
que vinha ocorrendo anteriormente. Este ponto é chamado de Limite de Proporcionalidade.
As estruturas devem ser projetadas para que os elementos trabalhem no trecho linear do
diagrama tensão-deformação, visto que nesse trecho cessada a tensão, cessa a deformação e a
estrutura volta à sua geometria original.
O trecho linear tem um comportamento elástico e segue a Lei de Hooke.

=E.
E – módulo de elasticidade ou módulo de Young
 - deformação
 = L / L
Até o Y o trecho é não linear, onde a deformação cresce mais rapidamente que a tensão até o
limite elástico ou ponto de escoamento.
Escoamento: Depois temos a região de escoamento onde ocorre a plastificação. Um leve
aumento na tensão, acima do limite elástico, resultará numa acomodação do material causando
uma deformação permanente.
A tensão que causa o escoamento é chamada de tensão de escoamento, σY. Neste caso, mesmo
se a carga for removida, o corpo de prova continuará deformado. O corpo de prova poderá
continuar a se alongar mesmo sem qualquer aumento de carga. Nesta região, o material é
denominado perfeitamente plástico.
Deformação específica por endurecimento: Se ao término do escoamento, uma carga adicional
for aplicada ao corpo de prova, a tensão continuará a aumentar com a deformação específica
continuamente até atingir um valor de tensão máxima, referida por tensão última, σU. Durante a
execução do ensaio nesta região, enquanto o corpo de prova é alongado, sua área da seção
transversal diminui ao longo de seu comprimento nominal, até o ponto que a deformação
corresponda a tensão última.
Estricção: Ao atingir a tensão última, a área da seção transversal começa a diminuir em uma
região localizada do corpo de prova, e não mais ao longo do seu comprimento nominal. Este
fenômeno é causado pelo deslizamento de planos no interior do material e as deformações reais
produzidas pela tensão cisalhante (necking). Uma vez que a área da seção transversal diminui
constantemente, esta área só pode sustentar uma carga menor. Assim, o diagrama tensão-
deformação tende a curvar-se para baixo até a ruptura do corpo de prova com uma tensão de
ruptura, σR.

Corpo de prova instante antes e depois da ruptura para material dúctil

Exemplo: O diagrama tensão-deformação de um material é mostrado abaixo. Se um corpo de


prova é carregado até 600 MPa, determine a deformação permanente remanescente quando o
corpo é descarregado.

Exercício: Em uma haste de latão são marcados 2 traços que distam entre si 50,0 mm. A haste é
tensionada de forma que a distância entre os 2 traços passa a ser de 56,7 mm. Calcule a
deformação sofrida pela haste de latão.
50 mm

56,7 mm

Exercício: Uma barra de ferro de 4 m de comprimento e 0,5 cm2 de secção transversal é esticada
1 mm, quando uma massa de 225 kg é pendurada em sua extremidade inferior. Considere g = 9,8
m/s2. Calcule o módulo de Young da barra.

Valores (faixas) dos módulos de elasticidade dos materiais de construção civil

Material Peso específico (kN/m3) Módulo de elasticidade (kN/cm3)


Concreto simples 24 2.500
Concreto armado 25 3.000
Aço estrutural 78,5 21.000
Alumínio 26,9 7.000
Bronze 83,2 9.800
Cobre 88,8 10.500
Madeira estrutural 3 a 12 700 a 1.400

COEFICIENTE DE SEGURANÇA – TENSÃO ADMISSÍVEL

Denomina-se tensão admissível ad ao valor da tensão adotada no projeto que garanta que a
estrutura irá trabalhar no trecho linear da lei de Hooke. O valor de ad é obtido a partir da tensão
escoamento dividido pelo coeficiente de segurança.

ad =
C.S. = coeficiente de segurança ou fator de segurança (F.S.)
Os coeficientes ou fatores de segurança são estabelecidos pelas normas técnicas de cada país,
no Brasil, pela ABNT.

Exemplo: Um condomínio horizontal de residências com 422 casas será abastecido por uma
caixa d´água metálica, cilíndrica, com 14 metros de diâmetro interno. Considerando 6 pessoas por
casa e um consumo médio de 200 litros por morador, por dia e que a capacidade da caixa deve
prever 5 dias de abastecimento, pede-se calcular a tensão de compressão nas 3 colunas ( = 100
cm) de concreto armado que sustentarão a caixa. Considerar que o peso da estrutura metálica da
caixa represente 6% do peso total do volume de água armazenada.

Exercício: A viga de concreto armado da figura é prismática (secção transversal constante) e


horizontal, com peso específico C = 25 kN/m3. Apoiada nas suas extremidades por 2 pilares
iguais, com secção quadrada de 30 cm de lado. A viga suporta uma parede de alvenaria com 18
kN/m3 de peso específico e 30 cm de espessura, sendo de 6,2 a altura. A viga tem secção
retangular com 30 cm de base e 80 cm de altura, sendo de 9 m o vão. Calcular a tensão de
compressão nos pilares.
6,2m

0,8m
A B
9m

Exercício: A viga horizontal, prismática da figura suporta a parede de alvenaria indicada. As suas
extremidades são apoiadas por colunas com 20 cm de diâmetro. Calcular a tensão em cada pilar.
Viga de concreto - C = 25 kN/m3 parede de alvenaria ALV = 16 kN/m3
Base = 40 cm, altura = 90 cm espessura = 40 cm

18m
8m
90cm
A B 40cm
10 m

Exercício: Calcular o diâmetro de uma coluna de um edifício alto, na sua base, sabendo-se que a
área de influência da coluna é de 20 m2 e que para um edifício alto e sujeito a cargas de ventos,
um parâmetro de projeto adequado é Ni = 1,2 Tf, por andar e por m 2, sendo N a carga normal no
pilar e i o número de andares. O edifício tem 40 andares e a tensão admissível do concreto
armado da coluna é 20 Mpa.

Exercício: Calcular a altura da parede de alvenaria da figura para que a tensão de compressão
admissível dos pilares quadrados com 32 cm de lado atinja o valor de 60 kgf/cm2. A viga de
concreto armado tem secção transversal retangular com 0,5 m de base e 1,2 m de altura.
CONCRETO = 2,5 tf/m3, ALVENARIA = 2,0 tf/m3, espessura da parede = 0,5 m

h=?

A 10 m B

TENSÃO DE CISALHAMENTO
As tensões de cisalhamento atuam tangencialmente às superfícies, ao passo que as tensões de
compressão/tração atuam perpendicularmente às superfícies.
2 chapas soldadas.
S
Solda

S = área de solda entre as duas placas


 = tensão de cisalhamento
 = F/S
A tensão de cisalhamento é consequência da ação de forças cortantes.
As peças sujeitas ao cisalhamento direto, tais como: parafusos, rebites, chavetas e etc. são
dimensionadas em função da tensão média de cisalhamento atuante nas suas secções
transversais.

Exemplo: 1 placa é fixada a uma base de madeira por meio de 3 parafusos de diâmetro 22 mm.
Calcular a tensão média de cisalhamento nos parafusos ara uma carga P = 120 kN, conforme
figura.

Exercício: Duas peças de madeira de seção retangular 80mm x 140mm são coladas uma à outra
em um entalhe inclinado, conforme mostra a figura. Calcular as tensões na cola para P = 16 kN e
 = 30o.

COEFICIENTE DE POISSON
Ao se aplicar uma força axial de tração em um corpo deformável esse corpo se alonga e se
contrai lateralmente, já ao se aplicar uma força de compressão o oposto ocorre.

 longitudinal = L/L
 lateral = r/r
O coeficiente de Poisson é definido pela relação entre essas duas deformações

=

Essa relação é constante na faixa de elasticidade. O sinal é negativo porque um alongamento


longitudinal, que é uma deformação positiva, gera uma contração lateral (deformação negativa).
O coeficiente de Poisson é adimensional e varia entre 0,25 e 0,35 para sólidos não porosos. O
valor máximo é 0,5 da borracha e o mínimo é zero para a cortiça.
Exemplo: Uma barra de material homogênio e isotrópico de 500 mm de comprimento e 16 mm de
diâmetro, sob a ação da carga axial de 12 kN, tem o seu diâmetro reduzido em 2,4 μm e seu
comprimento aumentado em 300 μm. Determinar o coeficiente de Poisson do material.

Revisão
Exercício: Uma carga de 2000 kgf está suspensa conforme mostra 1, 2 e 3 a figura ao lado.
Determinar as forças normais atuantes nas barras

Calcular as tensões que ocorrem nos pilares retangulares das extremidades A e B da viga de
concreto armado da figura.
Pilar retangular
Lado a = 20 cm. Lado b = 50 cm
9m Tensão admissível = 110 kgf/cm2
Viga de concreto - CONCRETO = 25 kN/m3

3m 3m Parede de concreto- ALVENARIA= 20 kN/m3


12 m Espessura = 50 cm
Pilar A = 20 cm x 50 cm,
Pilar B = 30 cm x 50 cm

Exercício: Calcular o diâmetro do rebite para unir, com segurança as duas chapas do esquema
abaixo: O material do rebite tem limite de escoamento à cisalhamento de 600MPa. Usaremos
coeficiente de segurança de 3.

Exercício: A barra circular da figura é de aço e possui diâmetro de 20 mm e o comprimento de


0,8m. Encontra-se submetida a uma carga axial de 10 kN. Pede-se:
a) Tensão normal atuante;
b) Alongamento;
c) Deformação longitudinal
d) Deformação transversal ou lateral.
E AÇO = 210 GPa, = 0,3
0,8 m

10 kN

20 mm

Exercício: Determinar as tensões nos pilares em A e B, de diâmetro 30 cm, sendo a viga


solicitada pela ação da carga distribuída, conforme a figura.
Exercício
SISTEMAS ESTATICAMENTE INDETERMINADOS

Sistemas hiperestáticos são aqueles cuja solução exige que as equações da estática sejam
complementadas pelas equações do deslocamento, originadas por ação mecânica ou por
variação térmica.

O deslocamento originado por ação mecânica será determinado através da lei de Hooke.

Para estudar o deslocamento originado na peça pela variação de temperatura, vamos nos basear
na experiência a seguir:

Supondo inicialmente, que uma barra de comprimento l0 esteja a uma temperatura inicial t0. A
barra ao ser aquecida passa para uma temperatura t, automaticamente acarretando o aumento da
sua medida linear, lf = l0 + Δl.

Essa variação da medida linear, observada na experiência, é proporcional a variação de


temperatura (Δt), ao comprimento inicial da peça (l0), e ao coeficiente de dilatação linear do
material (α); desta forma, podemos escrevê-la:
PEÇAS HIPERESTÁTICAS

Em casos onde a vinculação é excessiva (peça hiperestática), precisam-se também condições


além das estabelecidas pelo equilíbrio estático.

Como os vínculos nas extremidades são de 3ª espécie, conclui-se que a deformação na direção
da carga aplicada é impedida. Considerando-se a barra formada por dois trechos determinados
pelo ponto de carga aplicada, podemos montar o seguinte sistema:

Σ Fx = 0 - R1 + P - R2 = 0

Equação de Compatibilidade: ∆ L = 0 ∆L1 = ∆L2

Exemplo: Uma barra de seção quadrada de 5 cm de lado está fixa rigidamente entre duas
paredes e suporta uma carga axial de 20.000 Kgf, conforme figura. Calcular as reações nos
engastes e o alongamento da parte tracionada.

Emat = 2,4 . 106 kgf/cm2


Exemplo: Calcular os L e analisar a deformação da estrutura, assim como calcular as reações
nos apoios.

5cm2 10cm2 5cm2 2m

3m 3m
10 t

TENSÃO TÉRMICA

Supondo o caso de uma peça biengastada de área transversal A e comprimento inicial L. Se


retirarmos um dos engastamentos, a variação de temperatura Δt > 0, provocará o alongamento da
peça (dilatação), uma vez que a peça estará livre.

Com o engastamento duplo, originar-se-á uma carga axial, que reterá o alongamento da peça.

Dilatação Δl originada pela variação de temperatura ( Δl > 0 ).

Dilatação contida pela reação dos engastamentos.

A variação linear devido a variação de temperatura Δl (t) e a variação linear devido à carga axial
de reação Δl (R), são iguais, pois a variação total é nula, desta forma,
Exemplo: Uma viga de aço com comprimento L = 4m e área de secção transversal A= 2800 mm 2
engastadas nas paredes A e B, livre de tensões a uma temperatura de 17ºC. Determinar a força
térmica e a tensão térmica, originada na viga, quando a temperatura subir para 42ºC.

E aço = 2,1 x 10 5 MPa


α aço = 1,2 x 10 -5 ºC -1

Exemplo: A figura dada representa uma viga de aço com comprimento 5m e área de seção
transversal 3600 mm2. A viga encontra-se engastada na parede A e apoiada junto à parede B,
com uma folga de 1 mm desta, a uma temperatura de 12 ºC.

Determinar a tensão atuante na viga quando a temperatura subir para 40 ºC. Eaço = 2,1 x 10 5 MPa
α aço = 1,2 x 10 –5 ºC -1.

PEÇAS CONSTITUÍDAS DE 2 MATERIAIS DIFERENTES E COAXIAIS

Na prática surge frequentemente a necessidade de se projetar peças constituídas de dois ou mais


materiais diferentes, sujeitas á tração ou compressão axial. Como exemplo para o problema
supõe-se um cilindro envolto por um tubo. As peças são construídas em materiais diferentes e
comprimidos entre os pratos de uma prensa. Sendo os materiais coaxiais tem o centro de
gravidade comum.
Corta-se esta peça e adotando-se o método das seções para serem determinadas as tensões
atuantes nestes materiais:

Exemplo: Um tubo de aço, com D aço = 100 mm, d aço= 80 mm envolve um tubo de Cobre tem D
cu = 80 mm e d = 60 mm com mesmo comprimento do tubo de aço. O conjunto sofre uma carga
de 24 kN aplicada no centro das chapas de aço da figura. E aço = 210 GPa, E cu = 112 GPa.
Determinar as tensões normais no tubo de Cobre, e no de aço.

Exemplo: Duas barras cilíndricas, uma de aço (E = 200 GPa) e outra de latão (E = 105 GPa) são
ligadas em C e engastadas em A e E. Para o carregamento indicado determinar as reações em A
e E. Diâmetro do aço = 40 mm e diâmetro do latão = 30 mm. (Todas as dimensões em mm)

180 120 100 100

60 kN 40 kN
aço latão
A B C D E

Exemplo: O conjunto representado na figura é constituído por uma secção transversal, A1=3600
mm2 e comprimento de 500 mm e uma secção transversal, A2 = 7200 mm2 e comprimento de 250
mm. Determinar as tensões normais atuantes nas secções transversais das partes 1 e 2 da peça,
quando houver uma variação de temperatura de 20ºC. O material da peça é aço.
E aço = 2,1 x 10 5 MPa
α aço = 1,2 x 10 –5 ºC -1

TORÇÃO

O comportamento das peças quando submetidas a um momento de torção (ou torque), em


relação ao seu eixo longitudinal, o qual produz ou tende a produzir rotação ou “Torção” na peça.

Torção em manivela.

Esta ação de torcer é resistida pelo material, através de forças


internas de cisalhamento, desta forma o corpo está submetido a uma
solicitação de Torção. A condição de equilíbrio exige que a peça
produza um momento interno igual e oposto ao aplicado
externamente.

A região da peça que fica localizada entre estes dois planos, está submetida à torção. O torque
aplicado ou transmitido sempre produz rotação, “deformando” o eixo por torção e
consequentemente produzindo “tensões” no material.

Deformação da Torção.

A hipótese de torção considera que a deformação longitudinal, num eixo submetido a um torque T
numa extremidade e engastado na extremidade oposta, apresenta um campo de deformações
onde o valor máximo ocorre na extremidade livre (ponto A’).
MOMENTO TORÇOR ou TORQUE

O torque atuante na peça representada é definido através do produto entre a intensidade da carga
aplicada e a distância entre o ponto de aplicação da carga e o centro da seção transversal (pólo).

Tem-se portanto:

Mt = F . 

Onde: Mt- Momento de torçor ou torque

F - Carga aplicada
 – distância entre o ponto de aplicação da carga e o polo
Para as transmissões mecânicas construídas por polias, engrenagens, rodas de atrito, correntes,
etc., o torque é determinado através de:

Mt = FT . r

Onde: Mt - Torque

FT - Força tangencial

r - raio da peça

CISALHAMENTO NA TORÇÃO

As tensões de cisalhamento, que aparecem quando uma peça de seção circular é submetida a um
momento de torção, são assim representadas graficamente. Dependendo da distância que tem, o
ponto estudado, ao centro da seção, teremos os valores da tensão, variando de zero até uma
tensão máxima. Essa tensão nos é dada pela fórmula:

 = Mt. ρ / J
onde  - tensão de cisalhamento ocasionada pela solicitação de torção

Mt - momento torçor na seção estudada

ρ - distância entre do ponto estudado e o centro da seção

J – momento de inércia polar, da seção em estudo


MOMENTO POLAR DE INÉRCIA

É chamado momento polar de inércia ao momento de inércia calculado em relação ao eixo de


giração da peça. Chamamos de momento polar devido a que ao estudarmos a seção esse eixo
nos aparece como um ponto. O momento polar de inércia de uma seção circular é

J= .d4 / 32

J = .r4 / 2

Perfil de Tensão na Torção.

O ponto A’ para a seção transversal, também corresponde à máxima deformação (εmáx) de


torção, variando linearmente até o centro do eixo onde a deformação é nula (ε = o).

Considerando o regime elástico, segundo a Lei de Hooke, podemos afirmar que: se a deformação
varia linearmente do centro (nula) à extremidade (máxima), a tensão também assim o fará.

Para eixos se seção transversal maciça:

 = = = =
  



Para eixos se seção transversal vazada:

 = =

 

Exemplo: Um eixo de transmissão tem seção vazada, com diâmetro interno de 100 mm e externo
de 150 mm. Determine qual o torque máximo que poderá ser transmitido, sendo a tensão
admissível igual a 83 MPa.

EIXOS E ÁRVORES

Define-se Eixos, como elementos de máquinas utilizados para suportar componentes rotativos
e/ou transmitir potência ou movimento rotativo. Os eixos trabalham em condições extremamente
variáveis de ambiente e carregamento (esforços).
Eixos-árvore: Nesta situação, o elemento está em movimento. Ex.: Eixos que compõem a caixa de
transmissão de um veículo, ou um eixo de uma serra circular.

Exemplo: Calcular uma árvore, para que execute com segurança o trabalho proposto no
esquema abaixo. O material que queremos utilizar na árvore tem tensão de escoamento ao
cisalhamento valendo 500 MPa. Usaremos coeficiente de segurança 2.

POTÊNCIA ( P )

Denomina-se potência a realização de um trabalho na unidade de tempo.

Unidade de Potência no SI é determinada em W (watt).

Unidade de potência fora do SI, utilizadas na prática.

cv (cavalo vapor): cv = 735,5 W


Como Vp = ω . r,

P = Ft . ω . R

Mt = Ft . r,

P = Mt . ω

ω = 2 π f, portanto:

P = Mt . 2 π f

Exemplo: Uma árvore de aço possui diâmetro d = 30 mm, gira com uma velocidade angular  =
20  rad/s, movida por uma força tangencial Ft = 18 kN.

Determinar:

a) rotação (n)
b) frequência (f)
c) velocidade periférica (Vp)
d) potência (P)
e) torque (Mt)

Exercício - Um eixo maciço de aço AB será usado para transmitir 3.750 W do motor M ao qual
está acoplado. Se o eixo girar a n = 175 rpm e o aço tiver uma tensão de cisalhamento admissível
adm = 100 MPa, determine o diâmetro exigido para o eixo.

Exemplo - Dimensionar a árvore maciça de aço, para que transmita com segurança uma potência
de 7355 W (≈ 10 cv), girando com uma rotação de 800rpm. O material a ser utilizado e o ABNT
1040L, com  = 50 MPa (tensão admissível de cisalhamento na torção).
Exercício - Um eixo tubular de diâmetro interno de 30 mm e diâmetro externo de 42 mm é usado
para transmitir 90 kW de potência. Determinar a frequência de rotação do eixo de modo que a
tensão de cisalhamento não exceda 50 MPa.

Exercício - Um motor de 60 CV (1 CV = 736 w) aciona um utilizador através de um eixo com


4.000 rpm. Calcule o torque aplicado ao eixo.

Exercício - Um eixo circular vazado de aço tem diâmetro interno de 40 cm e diâmetro externo de
60 cm. Qual o maior momento de torção que pode ser aplicado ao eixo para que as tensões de
cisalhamento não excedam 120 MPa?

Exercício - Um eixo-árvore de secção transversal constante, e diâmetro igual a 50 mm, transmite


uma potência de 60 kW a uma frequência de 30 Hz Pede-se determinar no eixo:
a) a velocidade angular
b) a rotação
c) o torque atuante
d) a tensão máxima atuante

MÓDULO DE RIGIDEZ

A relação entre a tensão de cisalhamento () e a deformação ou distorção () de cisalhamento é


chamada de módulo de elasticidade ao cisalhamento, ou módulo de rigidez ou módulo transversal
de elasticidade (G).


G=

DISTORÇÃO

Se o material obedecer a lei de Hooke



=

ÂNGULO DE TORÇÃO

O ângulo de torção “θ“ que gira uma seção em relação a outra, ocasionado pela solicitação de
torção, pode ser calculado por:

θ=

onde:
θ - ângulo de torção de uma seção em relação à outra
Mt - momento torçor atuante na seção em estudo
L - distância entre as duas seções em estudo
G - módulo de elasticidade à torção
J - momento de inércia polar da seção em estudo

G.J = Rigidez na torção

Distorção máxima


max = r .

 (Razão de torção)

max = r . 
Exercício: Qual é o valor de momento de torção deve ser aplicado à extremidade do eixo circular
para que o ângulo de torção produzido seja de 2º.
G = 80 GPa., diâmetro interno de 40 cm, diâmetro externo de 60 cm, L = 1,5 m

Exercício: Um momento torçor de 1 MN.m age sobre um eixo de aço, G = 50 GPa, com raio 10 cm
(seção circular). Qual é a rotação entre os dois extremos do eixo, distantes 10 m entre si?

Exercício: Um eixo circular é feito pela compressão de um tubo de alumínio em uma barra de
latão, para formar uma seção de dois materiais, que então agem como uma unidade. Se, devido à
aplicação de um torque Mt, aparecer uma tensão de cisalhamento de 7 kgf/mm2 nas fibras
externas do eixo, qual é a magnitude do torque Mt? Para o alumínio E = 7 . 103 kgf/mm2, G = 2,8 .
103 kgf/mm2 e para o latão E = 11,2 . 103 kgf/mm2, G = 4,28 . 103 kgf/mm2.

Exercício: Um eixo de secção circular de diâmetro 7/4” está submetido a Mt = 10.000 kgf.cm.
Calcular a tensão de cisalhamento máxima e o deslocamento angular correspondente a 1 metro
de comprimento. G = 800 tf/cm2.
REVISÃO

Exercício: Uma barra rígida horizontal AB é articulada em A e nos pontos D e B, que a ligam às
barras CD e EB. A barra EB é de aço, tem 1,5 m de comprimento e área da seção transversal
igual a 3 cm2, A barra CD é de cobre, tem 1,0 m de comprimento e área da seção transversal
igual a 5 cm2. E aço = 2100 tf/cm2 e E cobre = 1200 tf/cm2. Quais são as forças normais nas
barras de aço e cobre produzidas pela carga de 18 tf, desconsiderando o peso da barra AB.

E
C
A D
 B
1,2 m 0,6 m 0,6 m

18 tf

Exercício: Considere um pilar de concreto armado de 2,5 m de altura e secção quadrada de 20


cm de lado, armado com 4 barras de aço de ½”, colocadas simetricamente em relação ao eixo
vertical. O pilar suporta a carga axial de compressão de 60 tf, aplicada por intermédio de uma
placa absolutamente rígida. Sendo para o aço Eaço = 2100 tf/cm2 e para Econcreto = 180 tf/cm2.
Quais as tensões no aço e no concreto.

Exercício - Um eixo circular vazado de aço tem comprimento de 1,5 m, diâmetro interno de 40 cm
e diâmetro externo de 60 cm. Qual o maior momento de torção que pode ser aplicado ao eixo para
que as tensões de cisalhamento não excedam 120 MPa?

Exercício - Qual é o valor de momento de torção deve ser aplicado à extremidade do eixo circular
do exercício anterior para que o ângulo de torção produzido seja de 2º.G = 80 GPa.

Exercício - Um eixo-árvore de secção transversal constante, e diâmetro igual a 50 mm, transmite


uma potência de 60 kW a uma frequência de 30 Hz Pede-se determinar no eixo:
a) a velocidade angular
b) a rotação
c) o torque atuante
d) a tensão máxima atuante

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