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"Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e
membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas,
tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-
se um santuário santo no Senhor. Nele vocês também estão sendo juntamente edificados,
para se tornarem morada de Deus por seu Espírito."
Efésios 2:19-22
Assim foi durante séculos na cristandade, a confiança de que Deus estava sempre presente,
fosse na Providência Divina, manifesta na sincronicidade dos fatos naturais, coordenando
mesmo as coisas dolorosas e difíceis em benefício dos fiéis; fosse na excepcionalidade dos
milagres, inexplicáveis, em que Deus muda as circunstâncias de modo misterioso, através da
oração, por misericórdia, aos quais só podemos ser gratos.
Só nos fins do séc XIX retorna essa ansiedade por uma confirmação sobrenatural da validação
da existência de Deus, através de dons, carismas, na Igreja, por meio daqueles que alegassem
especial espiritualidade.
Tal choque gera a reação desta busca frenética por um retorno as origens em grupos que
buscam assim uma fundamentação para o maravilhoso, porém não na fé diante do
incognoscível, mas na busca de algo visível e palpável, na ansiedade da resposta.
Tal fenômeno social se dá no contexto da sociedade dos Estados Unidos da América, que se vê
como uma Nova Jerusalém e Nova Roma, na sua concepção de Destino Manifesto, em que
creem ser a realização última de Deus para Sua Igreja, nos últimos tempos.
Tal convicção faz surgir toda sorte de grupos que aguardam e pregam a "Parousia", a Segunda
Vinda do Senhor, a manifestação de uma espiritualidade profética, e por fim, dos próprios
dons apostólicos. Neste cenário, surgem os "milenaristas", com suas datações da vinda de
Cristo nas nuvens, e sucessivas decepções.
É este o cenário social que se desenrola a partir de Parham e, na sequência, Seymour, que se
espalhará, primeiro nos EUA, e posteriormente, no mundo cristão, pela convicção destes, de
que esta "segunda bênção" precisa ser compartilhada com aqueles que creem, mesmo isso
sendo oposto ao ensino da Escritura.
"Portanto, as línguas são um sinal para os descrentes, e não para os que creem; a profecia,
porém, é para os que creem, e não para os descrentes." 1 Coríntios 14:22
Outro problema se dá nas instruções apostólicas para o futuro da Igreja, nos alertas contra
manifestações extraordinárias, que substituem a fé por uma convicção da vista, mas que são
operação de engano, imitativa dos milagres que fundaram a Igreja, que não precisa de novo
fundamento, e sim, que precisa se manter firme em seus alicerces originais.
"Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas
para, se possível, enganar até os eleitos." Mateus 24:24
"Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão sinais e maravilhas para, se
possível, enganar os eleitos." Marcos 13:22
"Então Jesus lhe disse: "Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram". João
20:29
Em segundo não atentar que no tempo presente a Igreja está na expectativa das circunstâncias
do Fim, e este não é caracterizado por características da Fundação da Igreja, em uma
experiência deslocada.
"O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão
espíritos enganadores e doutrinas de demônios." 1 Timóteo 4:1
Em quarto, que é esta expectativa sobrenaturalista que induz a predisposição da aceitação dos
sinais miraculosos do homem da iniquidade, como sendo algo provindo do Senhor, para
enganar a muitos.
"A vinda desse perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o poder, com sinais e com
maravilhas enganadoras." 2 Tessalonicenses 2:9
Enfim, quero deixar demonstrado que, a posição cessacionista não tem relação com não
testemunhar eventos aparentemente sobrenaturais, mas sim da observação da Escritura, que
adverte contra o ressurgimento de tais eventos, como preparatórios para o engano de
espíritos malignos e do próprio anticristo, e que, este dia se aproxima, e devemos estar
firmados na fé, como foi dado aos apóstolos, sem lançar novo fundamento.