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ISBN: 978-85-7638-731-2
CDD 001.42
11 | Raciocínio indutivo
12 | O conhecimento de senso comum
13 | O conhecimento científico
14 | A metodologia científica
19
O método científico e a pesquisa
20 | Método experimental
21 | O caráter provisório da ciência
21 | Pesquisa
Métodos quantitativos, 35
qualitativos e coleta de dados
35 | Método quantitativo
35 | Método qualitativo
36 | Coleta de dados
69
Estrutura de uma monografia
69 | Elementos pré-textuais
70 | Elementos textuais
74 | Elementos pós-textuais
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Referências
mário
O homem queria uma nova explicação para o mundo, por isso partiu em
busca de verdades decorrentes de um pensamento lógico e coerente. Essa
busca o tornou cada vez mais exigente com o conhecimento que adquiria e
transmitia.
O raciocínio lógico
O raciocínio lógico é a arte de bem pensar e, de acordo com Hegel (apud
CHAUÍ, 1998, p.80), “de modo algum podemos renunciar ao pensamento”.
Para se ter uma idéia mais clara a respeito de raciocínio lógico, vejamos,
sinteticamente, o que é raciocínio e o que é lógica.
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Raciocínio dedutivo
É o argumento cuja conclusão é inferida necessariamente de duas
premissas. É o raciocínio que nos permite tirar, de uma ou várias proposições,
uma conclusão que delas decorre logicamente. A Matemática, por exemplo,
usa predominantemente processos dedutivos de raciocínio.
Raciocínio indutivo
É o raciocínio ou forma de conhecimento pelo qual passamos do
particular ao universal, do especial ao geral, do conhecimento dos fatos ao
conhecimento das leis.
11
O conhecimento científico
O “conhecimento científico vai além do empírico, procurando conhecer
além do fenômeno, suas causas e leis” (CERVO; BERVIAN, 1996, p. 7).
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A metodologia científica
A metodologia trata das formas de se fazer ciência. Cuida dos
procedimentos, das ferramentas e dos caminhos para se atingir a realidade
teórica e prática, pois essa é a finalidade da ciência (DEMO, 1985).
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Síntese
O estudo da Metodologia Científica estimula a reflexão, que propicia
a descoberta da realidade que nos rodeia.
Os fundamentos da Metodologia Científica fornecem instrumentos
para a comprovação de hipóteses que fazemos sobre a realidade.
Os procedimentos em Metodologia Científica orientam-nos na análise
e na apresentação dos resultados da investigação científica.
15
Atividades de aplicação
1. Vídeo: A Guerra do Fogo (França/Canadá, 1981, 96 min.). Direção
Jean-Jacques Annaud. Por causa de uma briga, apaga-se o fogo de
uma tribo pré-histórica, que só sabia conservá-lo, não reproduzi-lo. O
filme apresenta as principais hipóteses de evolução da humanidade a
partir, ou em função, da descoberta da tecnologia do fogo. Assista ao
filme e reflita sobre a evolução do homem.
16
17
Todos nós conhecemos muitos métodos. Eles fazem parte da nossa vida.
Galliano (1986, p.4) diz que “qualquer pessoa civilizada é uma espécie de ilha
cercada de métodos por todos o lados, ainda que nem sempre tenha cons-
ciência disso”. Do momento em que acordamos pela manhã, todas as nossas
ações seguem métodos para que possam ser realizadas adequadamente.
Desde preparar uma refeição, dirigir um carro, até estudar ou trabalhar, o
método está sempre presente em nossas vidas.
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Método experimental
Em tese, o método experimental se caracteriza pelas seguintes etapas:
observação, hipótese, experimentação, generalização (lei e teoria). Na
prática, porém, o processo não se realiza necessariamente nessa ordem, po-
dendo variar conforme as circunstâncias.
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Pesquisa
A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas. Assim,
ela parte de uma dúvida ou de um problema, buscando uma resposta ou
solução, com o uso do metódo científico. Pesquisa também é uma forma
de obtenção de conhecimentos e descobertas acerca de um determinado
assunto ou fato. Existem vários tipos de pesquisa:
Pesquisa bibliográfica
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Pesquisa documental
A característica da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados
está restrita a documentos, escritos ou não. Estas podem ser feitas no mo-
mento em que o fato ou fenômeno ocorre, ou depois. São compiladas pelo
autor. Exemplos: estatísticas, cartas, contratos, fotografias, filmes, mapas etc.
Pesquisa descritiva
A pesquisa descritiva, conforme diz o próprio nome, descreve uma reali-
dade tal como esta se apresenta, conhecendo-a e interpretando-a por meio
da observação, do registro e da análise dos fatos ou fenômenos (variáveis).
Ela procura responder questões do tipo “o que ocorre” na vida social, política,
e econômica, sem, no entanto, interferir nessa realidade.
Pesquisa experimental
É aquela que manipula deliberadamente algum aspecto da realidade, a
partir de condições anteriormente definidas. Esse tipo de pesquisa busca es-
tabelecer relações de causa e efeito, ou seja, procura responder “por quê” um
fenômeno ocorre. Para desenvolver uma pesquisa experimental é preciso
realizar um experimento, que deverá acontecer em ambiente natural (pes-
quisa de campo), ou em laboratório (pesquisa de laboratório).
Pesquisa de campo
Esse tipo de pesquisa consiste na observação de fatos e fenômenos tal
como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no
registro de variáveis que se presumem relevantes para os analisar. Não deve
ser confundida com a simples coleta de dados.
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Pesquisa de laboratório
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O método constitui característica tão importante da ciência que, não raro, indenti-
ficamos ciência com seu método. Cumpre, pois, que o destaquemos para um breve
estudo.
A palavra método é de origem grega e significa o conjunto de etapas e proces-
sos a serem vencidos ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da
verdade.
Os diversos passos do método científico não foram estabelecidos aprioristicamen-
te; de fato, os homens procuraram agir cientificamente e só depois pararam para
examinar o caminho que conduzira seu trabalho ao êxito. Assim, surgiu o método
ou o traçado fundamental do caminho a percorrer na pesquisa científica.
Não foi somente com o método que tal fenômeno de reflexão e sistematização
ocorreu, pois o homem primeiro viveu, e só depois estudou a vida: primeiro viveu
moralmente, e só depois sistematizou a moral, primeiro raciocinou com lógica es-
pontânea ou natural, e só depois definiu as leis do raciocínio; assim, também, o
homem primeiro agiu metodicamente, e só depois estruturou os passos e exigên-
cias do método científico.
A importância do método
O método confere segurança e é fator de economia na pesquisa, no estudo, na
aprendizagem. Estabelecido e aprimorado pela contribuição cumulativa dos ante-
passados, não pode ser ignorado hoje, em seus delineamentos gerais, sob pena de
insucesso.
Entretanto, se, por um lado, pode ser aceita a opinião de que “um espírito medío-
cre, mas guiado por um bom método, fará muitas vezes mais progressos nas ciên-
cias que outro mais brilhante que caminha ao acaso”, por outro lado, é preciso não
exagerar a importância do método ou sua eficácia incondicional. O método é um
extraordinário instrumento de trabalho que ajuda, mas não substitui por si só o ta-
lento do pesquisador. O melhor será que o espírito talentoso não caminhe ao acaso
ou às apalpadelas, mas aceite a contribuição do método para conseguir progressos
nas ciências.
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Atividades de aplicação
Em grupos de três ou quatro alunos, exponha e discuta:
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A escolha do tema
A escolha do tema deve estar ligada à área de atuação profissional,
ou que faça parte da experiência pessoal do estudante. Isso torna o traba-
lho de desenvolvimento monográfico muito mais interessante e eficiente,
porque o estudante já possui conhecimentos prévios que poderão facilitar
a interpretação de textos, idéias e jargões da área, além de orientar a busca
de bibliografia e consulta a profissionais especializados.
experiências individuais;
material escrito em livros, revistas, periódicos etc.;
diálogos com professores, autoridades e colegas de curso;
observação direta do comportamento de fenômenos e fatos;
senso comum;
participação em seminários, encontros, congressos etc.;
reflexão.
Uma vez perguntaram a Newton como ele havia descoberto a lei da gra-
vidade, e ele respondeu: “Pensando sobre ela”. Assim, percebe-se que a refle-
xão é, sem dúvida, uma rica fonte de idéias. Com apoio na reflexão, podem
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Por fim, é de suma importância que o tema tenha um foco de estudo res-
trito. Isso proporcionará ao pesquisador mais segurança e facilidade na rea-
lização da pesquisa.
Evite:
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Existem algumas condições que facilitam essa tarefa, tais como: imersão
sistemática no objeto, estudo da literatura existente e discussão com pessoas
que acumulam muita experiência prática no campo de estudo.
29
Caso o problema proposto não se adapte a essas regras, não precisa ser
afastado. O melhor é proceder à sua reformulação ou esclarecimento.
Variáveis
O pesquisador científico precisa determinar quais são os componentes
dos elementos que serão investigados bem como a precisão utilizada para
a mensuração do objeto de estudo. Para tanto, é necessário determinar as
variáveis da pesquisa para que estas possam permitir maior clareza e confia-
bilidade nos resultados da pesquisa.
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31
32
Atividades de aplicação
1. Em grupos de três ou quatro alunos, exponha e discuta um tema para
estudo, extraído da sua área de atuação profissional. Após a discussão,
cada aluno defende a sua idéia, explicando a importância do tema e a
sua viabilidade de estudo ou pesquisa.
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Método quantitativo
É aquele que se baseia em dados mensuráveis das variáveis, procurando
verificar e explicar sua existência, relação ou influência sobre outra variável.
Quando uma pesquisa se vale desse tipo de método, ela busca analisar a
freqüência de ocorrência para medir a veracidade ou não daquilo que está
sendo investigado.
Método qualitativo
Recebe esse nome pelo fato de se fundamentar em uma estratégia baseada
em dados coletados em interações sociais ou interpessoais, analisadas a
partir dos significados que participantes e/ou pesquisador atribuem ao fato
(CHIZZOTI, apud CAMPOS, 2001). Nesse tipo de pesquisa, o pesquisador se
propõe a participar, compreender e interpretar as informações.
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Coleta de dados
A coleta de dados é a fase da pesquisa que tem por objetivo obter informa-
ções sobre a realidade. Conforme as informações necessárias, existem diversos
instrumentos e formas de operá-los. Nas ciências humanas, o questionário e a
entrevista são os mais freqüentes instrumentos para coleta de dados. As suas
respostas dão ao pesquisador a informação necessária para o desenvolvimen-
to do estudo. “O conhecimento assim obtido refere-se à expressão verbal do
fato, pelo entrevistado, sendo que na maioria das vezes, o pesquisador não
observou os acontecimentos diretamente” (DENKER, 1998, p.137).
Entrevista
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Estruturada
Não-estruturada
Consiste de uma conversação informal que pode ser alimentada por per-
guntas abertas ou de sentido genérico, proporcionando maior liberdade
para o entrevistado. Esse tipo de entrevista é mais difícil de ser tabulada. Há
uma dificuldade de contar com pesquisadores preparados para essa tarefa;
por essa razão, o mais recomendável é a utilização da entrevista estruturada.
Exemplo de pergunta não-estruturada:
1. Em sua opinião, o que é turismo e como ele pode contribuir para o de-
senvolvimento dos municípios?
2. Conhece as leis de incentivo fiscal ao turismo?
Em caso afirmativo: Qual é a sua opinião sobre esse incentivo?
Vantagens da entrevista
Aplicável a analfabetos.
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Desvantagens da entrevista
Questionário
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Fechadas: (ou com alternativas fixas) são aquelas que limitam as res-
postas às alternativas apresentadas – são muito usadas. Podem ter
apenas duas alternativas: sim e não (dicotômicas), ou várias. Desti-
nam-se a obter respostas mais precisas. Exemplo:
Vantagens do questionário
mais rápido;
Desvantagens do questionário
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Idas a campo
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Conclusões
Nas primeiras décadas do século XX, observava-se já que as ciências exatas e na-
turais não estavam mais tão certas e seguras em suas perspectivas e em seus resul-
tados quanto se imaginara. Verificava-se pouco a pouco que as descobertas consi-
deradas científicas sofriam também influências e limitações da coletividade a que o
investigador pertencia, assim como das próprias qualidades e preparo do mesmo; o
conteúdo do seu saber estava assim condicionado pela sua inserção numa socieda-
de, e também pelas circunstâncias de tempo e de espaço. A objetividade não podia
ser, em seus resultados, tão indubitável quanto se acreditara, e as técnicas quanti-
tativas não fugiam às injunções de tempo, de espaço, de predicados variados nas
conclusões a que chegavam, reunindo-se neste aspecto às qualitativas.
Admitia-se agora que em toda ciência, em todo conhecimento a ela ligado, o fator
qualidade vinha em primeiro lugar: era a qualidade que fazia uma coisa se distinguir
de todas as demais; que fazia as ciências e os conhecimentos terem suas caracterís-
ticas próprias. A qualidade, composta pelos aspectos sensíveis de uma coisa ou de
um fenômeno naquilo que a percepção pode captar, constitui assim o que é funda-
mental em qualquer estudo ou pesquisa, pois é o ponto de partida para qualquer
um deles. Todo cientista, ao determinar o tema de sua pesquisa, se encontra inserido
num universo físico, social e intelectual que a delimita; é também por meio da per-
cepção do que neste universo existe que formula o que pretende investigar. Nesta
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Para poder operar neste nível mais alto, necessita o pesquisador de uma forma-
ção específica que lhe permita a tomada consciente de uma posição determinada
no conjunto de conhecimentos que são os seus, oriundos de sua experiência, mas
ampliada pelo saber já acumulado pelas ciências em geral e por sua ciência em par-
ticular. Deve ter (...) diagnosticado sua própria posição nas diversas correntes de
pensamento de sua disciplina; distinguido a variedade de técnicas de que poderá
lançar mão no decorrer do trabalho e as limitações de cada uma, a fim de escolher
as mais eficientes na solução de seu problema. Os cientistas (...) devem, portanto, ter
uma formação teórica específica.
Atividades de aplicação
1. Em que circunstâncias torna-se necessária a utilização de questionários?
3. Faça uma pesquisa com sua família, com entrevistas. Anote o depoi-
mento de seus familiares acerca de um acontecimento histórico que
tenham presenciado. Compare os depoimentos entre si e com a versão
oficial existente nos livros de história. Qual é a sua conclusão?
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45
Capa
Autor, título, cidade, ano.
Folha de rosto
Autor; título; texto explicativo sobre o projeto, mencionando o órgão (ou
instituição) ao qual se destina o projeto; orientador, cidade, ano.
Introdução
Expõe e delimita o tema a ser estudado/pesquisado.
Justificativa
Expõe a relevância acadêmica ou social do tema apresentado. Apresenta as
razões de ordem teórica e/ou prática que justificam a realização da pesquisa.
Problema
Deve ser apresentado como uma pergunta específica – focada e delimi-
tada – sobre o tema a ser estudado. Essa pergunta deve ser clara, objetiva e
suscetível de solução.
Hipótese(s)
Deve propor uma resposta para a pergunta estabelecida no problema.
Essa resposta deve oferecer uma solução possível ao problema, que será de-
clarada falsa ou verdadeira ao final da pesquisa.
Objetivos
Relatam o que se pretende alcançar com o desenvolvimento da pesquisa.
Os objetivos dividem-se em: geral e específicos.
Método
Descreve o método de abordagem, ou seja, o tipo de pesquisa a ser utili-
zado e os elementos necessários para a sua realização.
Cronograma
ATIVIDADES MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV
Pesquisa bibliográfica X X X X X X X
Redação parcial X X X X X X
Pesquisa de campo X X
Tabulação dos dados X X
Interpretação dos dados X
Conclusões X X
Redação final X X X
Apresentação final X
FONSECA, 2007.
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Referencial teórico
(também chamado de Marco Teórico ou Fundamentação Teórica)
Referências
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Atenção para:
a ordem e a numeração dos itens.
o uso de letras maiúsculas e minúsculas.
o uso de negrito ou não-negrito.
digitação: letra Arial ou Times New Roman – 12, espaço 1,5.
Técnicas de leitura
A leitura é um fator decisivo de estudo, não é tarefa, é cultura. A leitura
propicia a ampliação de conhecimentos, a obtenção de informações básicas
ou específicas, a abertura de novos horizontes para a mente, a sistematiza-
ção do pensamento, o enriquecimento de vocabulário e o melhor entendi-
mento do conteúdo das obras (LAKATOS; MARCONI, 1991).
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Uma leitura deve ser proveitosa e trazer resultados satisfatórios. Para tal,
alguns aspectos são fundamentais, como: atenção, intenção, reflexão, espíri-
to crítico, análise e síntese. Uma leitura de estudo deve ser realizada com um
objetivo ou propósito para que o conhecimento gerado possa ser avaliado,
discutido e aplicado.
Objetivos da leitura
Análise de texto
Importância da leitura
João Álvaro Ruiz, 2002, p.34-35.
Não basta ir às aulas para garantir pleno êxito nos estudos. É preciso ler e, princi-
palmente, ler bem. Quem não sabe ler não saberá resumir, não saberá tomar apon-
tamentos e, finalmente, não saberá estudar. Ler bem é o ponto fundamental para os
que quiserem ampliar e desenvolver as orientações e aberturas das aulas. É muito
importante participar das aulas; elas não circunscrevem, não limitam; ao contrário,
abrem horizontes para as grandes caminhadas do aluno que leva a sério seus estu-
dos e quer atingir resultados plenos de seus cursos. Aliás, quase todas as cadeiras
desenvolvem programas de pesquisa bibliográfica para que o aluno desenvolva
temas e reconstrua ativamente o que outros já construíram. Para elaborar trabalhos
de pesquisa, é necessário ir às fontes, aos autores, aos livros; é preciso ler, ler muito e,
principalmente, ler bem. Durante as primeiras aulas de qualquer disciplina, os mes-
tres apresentam criteriosa bibliografia; alguns livros são básicos, ou de leitura obri-
gatória, para quem quer colher todo fruto das aulas; outros são mais especializados
ou se concentram em algum item do programa, e pode, entre os tratados gerais
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de consulta obrigatória, ser indicado um, como livro de texto. A indicação do livro
de texto tem vantagens e inconvenientes cuja análise ultrapassaria os limites que
este compêndio impõe. Diremos, apenas, que o livro de texto é muito bom para a
preparação da aula, mas que o aluno não pode ater-se exclusivamente a ele. Timeo
hominem unius libri, diziam os antigos. Devemos temer o homem de um livro só. É ne-
cessário abeberar-se de outras fontes mais amplas, mais especializadas sobre cada
tema ou sobre cada pormenor dos programas.
Se não é possível pensar em fazer um bom curso sem descobrir ou fazer aparecer
espaços de tempo para o estudo extra-aula e se é necessário programar criteriosa-
mente a utilização desse tempo, não seria igualmente impossível pensar em fazer
um bom curso sem ter à mão boas fontes de leitura? É possível que se pretenda
fazer um curso universitário sem freqüentar bibliotecas ou sem adquirir, ao menos,
os livros básicos para cada programa?
É preciso sentir atração pelo saber, e encontrar onde buscá-Io. É necessário iniciar
este trabalho com determinação e perseverar nele; o crescimento cultural tem crises
como o crescimento físico; quem não sente apetite não deve deixar de alimentar-se;
comprometeria sua saúde. Também na leitura trabalhada devemos ser perseveran-
tes; só esta perseverança garantirá aquela espécie de saltos de integração de dados,
que se vão acumulando e associando como frutos da leitura continuada.
Atividades de aplicação
a) Em grupos de três ou quatro colegas, discutam e estabeleçam a exis-
tência de um “problema” a ser resolvido em sua cidade. Em seguida
apontem uma “justificativa” para o estudo de tal problema e finalmen-
te apresentem uma “hipótese” para a solução desse problema.
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Parágrafo
O parágrafo tem, antes de tudo, uma importância visual. O texto dividido
em parágrafos “descansa” a vista do leitor, impedindo que o olhar se perca
num emaranhado sem fim de linhas. Compare as duas formas seguintes:
(a) (b)
Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxx.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xx
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
xxxxxxxxxxxxxxxxxx. xxxxxxxxxxxx xxxx xx xxxx xx
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Frases curtas
A frase curta apóia-se no fato de que é mais fácil assimilar uma idéia por vez. Os períodos
recheados de orações subordinadas, em geral, contém muitas idéias, tornando-se
complexos e de difícil entendimento. Freqüentemente, frases com 10 a 15 palavras são as
de decodificação mais simples. (MEDEIROS,1998, p.57).
Vocabulário
Evite o uso de palavras abstratas ou de conotação que envolvem precon
ceito.
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Coesão
O texto deve apresentar um encadeamento de palavras que fazem senti-
do quando combinadas.
Para definir melhor o que seja coesão, podemos dizer que se trata de uma
forma de recuperar, em uma sentença B, um termo presente em uma sen-
tença A. Exemplo:
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Conectivos que podem ser usados no texto, em geral, de acordo com as diferentes situações
adição: e, nem, também, não só... mas também, além disso, em adição, ademais, acrescentando.
alternância: ou... ou, quer... quer, seja... seja.
causa: porque, já que, visto que, graças a, em virtude de, pois, por (+ infinitivo).
condição: se, caso, desde que, a não ser que, a menos que.
comparação: como, assim como, tal como, do mesmo modo que.
conformidade: conforme, segundo, consoante, como.
conclusão ou conseqüência: logo, portanto, pois, tão... que, tanto... que, de modo que, de forma
que, de maneira que, assim sendo, resumindo, por outro lado.
explicação: pois, porque, porquanto, por exemplo, isto é.
finalidade: para que, a fim de que, para (+ infinitivo).
oposição: mas, porém, entretanto, embora, mesmo que, apesar de (+ infinitivo).
proporção: à medida que, à proporção que, quanto mais, quanto menos.
tempo: quando, logo que, assim que, toda vez que, enquanto, sempre que.
semelhança ou ênfase: do mesmo modo, igualmente.
contraste: mas, porém, entretanto, todavia, ao contrário, em vez de, por outro lado, ao passo que,
desde.
Coerência
A coerência resulta da relação harmoniosa entre os pensamentos ou
idéias apresentadas num texto sobre um determinado assunto. Refere-se,
dessa forma, ao conteúdo, ou seja, à seqüência ordenada das opiniões ou
fatos expostos.
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Resumindo...
Objetividade
Os assuntos devem ser tratados de maneira direta e simples.
Apoiar-se em dados e provas e não em opiniões sem confirmação.
O emprego do pronome se é o mais adequado para manter a objetividade:
“procedeu-se ao levantamento”; “buscou-se tal coisa”; “realizou-se...” etc.
Outro recurso consiste em usar verbos nas formas impessoais: “tal infor-
mação foi obtida...”; “o procedimento adotado...”
Evitar o uso de primeira pessoa (eu, nós), dar preferência para: “este traba-
lho”, “no presente estudo”, “nesta pesquisa” etc.
Clareza
Idéias expressas sem ambigüidade.
Vocabulário adequado e de frases curtas, facilitando a leitura.
Correção gramatical.
Precisão
Empregar expressões que traduzam exatidão daquilo que se quer trans-
mitir (registro de observações, medições e análises efetuadas).
Usar adjetivos que indiquem claramente a proporção dos objetos
mencionados.
Ler e revisar os textos depois de digitados.
Coerência
Manter a seqüência lógica e ordenada na apresentação das idéias.
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Estrutura de um texto
Quanto à estrutura de um texto, segue um exemplo adaptado de Granatic
1996, cujo título é: Terra, uma preocupação constante.
Introdução
1.ª etapa
Tópico frasal Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas
que preocupam a todos.
1 Existem populações imersas em completa miséria.
2 A paz é interrompida freqüentemente por conflitos internacionais.
3 O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico.
2.ª etapa
Desenvolvimento
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Conclusão
Em virtude dos fatos mencionados, é possível acreditar que o homem está muito
longe de solucionar os graves problemas que afligem diretamente uma grande parcela
da humanidade e indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É o desejo
de todos que algo seja feito no sentido de conter essas forças ameaçadoras, para
que o ser humano possa suportar as adversidades e construir um mundo que será
mais facilmente habitado pelas gerações vindouras.
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63
Além dos erros acima citados, também é necessário ter clareza e precisão
lingüística, o que significa obedecer a critérios de estrutura gramatical do
idioma e evitar:
Termos que sejam ambíguos: por exemplo, a descrição “Fulano que-
brou as cadeiras”, pode gerar a dúvida: seriam móveis que servem de
assento ou ossos ilíacos?
Vocabulário com significado vago ou indefinido: por exemplo, “Fulano
falou várias vezes”, deve ser substituído por “Fulano falou cinco vezes”.
Termos amplos: por exemplo: “brincar” pode ter vários significados,
tais como, jogar bola, peteca, pular corda etc., por essa razão, ao invés
de registrar “o menino brinca com a bola”, deve-se especificar cada
uma das ações apresentadas pelo garoto, ou seja, “o menino anda em
direção à bola, pega a bola, joga-a no chão etc.”
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Há, ainda, para garantir maior objetividade aos métodos de observação, a estraté-
gia da observação comparada de grupos de controle. Imaginemos que um sociólo-
go tenha interesse em observar a emergência de líderes em grupos sociais e esco-
lha para isso a observação de um grupo de crianças num acampamento de férias. É
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Atividades de aplicação
1. Conforme o que você aprendeu nesta aula, qual a importância da ob-
servação para uma pesquisa científica?
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Elementos pré-textuais
(informações que ajudam na identificação e na utilização do trabalho)
Capa.
Folha de rosto.
69
Obs: cada um desses itens deve iniciar numa nova página e na ordem acima apre-
sentada, com exceção de “resumo e abstract”, que devem ficar numa mesma página.
Elementos textuais
(Compreende a introdução e os seus componentes. Também é a parte do traba-
lho onde se expõe o conteúdo da pesquisa. Sua organização depende da nature-
za do trabalho)
1 Introdução
É a explicação do autor para o leitor sobre o tema da monografia. Esta será
a primeira seção do texto (chamada seção primária), portanto, terá o indica-
tivo 1 (exemplo: 1 INTRODUÇÃO), de acordo com a norma NBR 6024:1990.
Deve ter início numa folha própria.
Essa parte inicial do trabalho tem a finalidade de dar ao leitor uma visão
clara e simples do assunto, que é apresentado como um todo, sem detalhes.
Aqui, não são mencionados os resultados alcançados, pois estes causariam
o desinteresse pela leitura integral do trabalho. A introdução poderá ser es-
70
1.1 Justificativa
Explicar os motivos que levaram o autor a realizar tal pesquisa. Por que
pesquisar esse assunto e qual a sua relevância social?
1.3 Hipótese(s)
Caso não haja o item problema, este item (hipótese) será omitido.
71
1.5 Método
2 Referencial teórico
(Marco teórico ou fundamentação teórica)
3 Resultados e discussão
73
Elementos pós-textuais
(Elementos complementares que têm relação com o texto, mas que, para
torná-lo menos denso, costumam ser apresentados após os elementos
textuais)
5 Referências
74
Glossário1
Anexos1
Apêndices1
Referências
Elementos textuais
Resumo
Listas1
Sumário1
Termo de aprovação
Epígrafe2
Agradecimentos2
Dedicatória2
Folha de Rosto
Capa1
1
Elementos condicionados à necessidade
2
Elementos opcionais
75
AUTOR
TÍTULO
LOCAL (CIDADE)
ANO
76
Atividades de aplicação
a. Antes de iniciar a elaboração de uma monografia, vá até uma bibliote-
ca e consulte algumas monografias já prontas. Observe os elementos
utilizados nestas monografias, e “como” eles estão dispostos ao longo
do trabalho.
77
Formato
Folha de estilo
79
Paginação
Capa
Folha de rosto
80
Glossário*
Anexos* AUTOR
Apêndices*
Referências
Texto
Sumário* TÍTULO
Folha de Rosto
Capa*
Trabalho de Conclusão de Curso
(Monografia,Tese, Dissertação) apresentado
como requisito parcial à obtenção do grau
de Bacharel (Licenciatura, Graduação,
Mestrado, Doutorado) em (especificação
do curso) (departamento) (instituição).
LOCAL (CIDADE)
* Elementos ANO
condicionados à
necessidade.
Sumário
Texto
Apêndices
81
Anexos
Glossário
Notas de rodapé
São informações que aparecem ao pé das páginas com o objetivo de
complementar alguns pontos do texto sem, no entanto, o sobrecarregar. As
notas de rodapé podem ser de referências (com indicação das fontes con-
sultadas), ou explicativas (que evitam explicações longas dentro do texto).
São utilizadas para:
indicar a fonte de uma citação, ou seja, o livro de onde se extraiu uma
frase ou do qual se utilizou uma idéia ou informação;
fornecer a tradução de uma citação importante;
fazer observações pertinentes e comentários adicionais etc.
82
Citações
São informações extraídas de fontes consultadas e mencionadas no texto,
com a função de esclarecer e sustentar o assunto abordado, complementan-
do as idéias do autor do trabalho acadêmico-científico. Para todo e qualquer
tipo de citação, direta ou indireta, é obrigatório mencionar a fonte de onde a
idéia foi retirada, isto é, o sobrenome(s) do(s) autor(es) e o ano de publicação
da obra, a saber:
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Citações diretas
Citações diretas curtas (até três linhas): são transcritas entre aspas,
com o mesmo tipo e tamanho da letra que está sendo utilizada no
texto. O uso das aspas delimita as citações diretas. Após uma citação
direta, além do sobrenome do autor e o ano de publicação da obra, é
necessário indicar a página em que ela se localiza. Exemplo:
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Citação de citação
Referências
Esse é um elemento obrigatório. É a relação das fontes utilizadas pelo
autor e que permite a identificação de documentos impressos ou registrados
em qualquer suporte físico, tais como: livros, periódicos, material audiovisual
ou internet. As Referências devem ser mencionadas em trabalhos científicos
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Como recurso tipográfico para destaque do título das obras com a indi-
cação da autoria ou responsabilidade, a ABNT sugere o itálico, o negrito ou
o grifo.
Exemplo:
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Exemplo:
Artigos de jornal
Exemplo:
MORIN, Edgar. A ciência total. Folha de S. Paulo, 6 set. 1998. Caderno Mais, p.
5-11.
MARTINS, Fernando. IPTU deve render mais 25% a mais. Gazeta do Povo,
Curitiba, p. 9, 13 jan. 2001.
Guia
TÍTULO. Local: Editora, data, paginação.
Exemplo:
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Eventos
Exemplo:
Exemplo:
Internet
Exemplo:
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Atividades de aplicação
1. Em grupos de três ou quatro alunos discuta as conseqüências desfavo-
ráveis que podem advir da não-observância das normas da ABNT, em
um trabalho científico, com relação à...
Estrutura
Digitação
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90