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FUELING THE FUTURE

Eficiência energética e Sustentabilidade

Andreia Dias, José Monteiro, Francisco Borges, João Prata e Rute Pegado
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RESUMO

O presente projeto trata da eficiência energética e sustentabilidade. Na área da eficiência energética,


iniciámos o projeto, com um inquérito, online e entrevistas à população, sobre a temática, isto é, formas
de poupar energia, aparelhos de maior consumo, tarifa bi-horária e tri-horária, leitura e interpretação das
faturas de eletricidade, análise de consumos, termo-fixo e termo variável. Após a análise dos resultados,
comunicámos as principais conclusões, nas redes sociais, em vídeo e ao departamento de ambiente do
Município de Oliveira do Hospital.
Na área da sustentabilidade analisámos novas formas de obter energia elétrica e combustíveis do futuro.
Sabendo que, no final do século XX, os cientistas demonstraram que os micróbios poderiam produzir
eletricidade, que é a base da tecnologia microbiana de células de combustível (ou MFC), isolámos bactérias
de diferentes tipos de solo, e avaliámos o seu crescimento pelo método de difusão em agar-agar. Assim, c
construimos três pilhas usando o sedimento três amostras de solo enriquecidas com bactérias isoladas de
desperdícios urbanos. Verificou-se o aparecimento de um biofilme e conseguimos uma potência máxima
de 14,3 µW, para o composto para plantas (A).

Palavras-chave: Eficiência energética, sustentabilidade, células de combustível microbianas, resíduos


urbanos.
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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................3

FUNDAMENTOS TEÓRICOS .............................................................................................................4

MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................................6

ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ......................................................................................7

CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 11

Índice de figuras
Figura 2.Célula eletroquímica microbiana ..............................................................................................5
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INTRODUÇÃO

Já imaginou ficar sem luz em casa, na rua, não poder usar (ou ficar preso no) elevador, estragar a comida
no frigorífico, nem mesmo poder assistir um filme, telefonar, ou conectar-se à internet, por falta de energia?
Cada vez mais, as cidades deverão garantir um abastecimento a 100% de energia elétrica: os prejuízos
causados pela falta de energia serão cada vez maiores, tanto no sector público quanto no privado.
Contudo, como ainda não existem fontes inexauríveis de energia elétrica à nossa disposição – e as redes
elétricas, como tudo neste mundo estão sujeitas a falhas. Assim, é da nossa responsabilidade gerir os
recursos energéticos de que dispomos de forma a não comprometer as gerações futuras.
Num esforço global para combater as alterações climáticas, as cidades têm uns dos maiores potenciais
para fazer a diferença. Com o crescimento da migração para áreas urbanas, as cidades não têm escolha a
não ser apostar em novas fontes de energia, que produzam o mínimo impacto nos ecossistemas. A energia
deverá ser o foco principal desse esforço. Desde a expansão de fontes renováveis até a adoção de
tecnologias de ponta de eficiência energética e armazenamento, as cidades têm a oportunidade de reduzir
drasticamente as suas emissões de carbono
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS

CÉLULAS ELETROQUÍMICAS MICROBIANAS


Pode parecer difícil de acreditar que as bactérias podem produzir eletricidade, no entanto, algumas
bactérias conseguem fazer isso. Em laboratório, a G. sulfurosa tem exibido um comportamento que lhe
permite produzir pequenas correntes elétricas. A matéria-prima para estas bactérias é decomposição da
matéria orgânica — o material de fossas sépticas. Estas bactérias podem ser úteis para a produção de
eletricidade a partir de águas residuais. As bactérias produzem eletricidade da mesma maneira que uma
bateria utiliza reações químicas para produzir eletricidade. As baterias têm dois polos, ou terminais. Estes
são como elétrodos. Um é positivo, e um é negativo. Eletricidade flui do terminal negativo para o terminal
positivo. Por exemplo, quando se liga um carro, girando a chave, conecta-se os dois terminais da bateria
através de um percurso elétrico que passa nas bobinas do motor de arranque. Os eletrões imediatamente
fluem do terminal negativo para o terminal positivo. As baterias de carro são classificadas como baterias
ácidas como 60% das baterias de chumbo no mundo. Em cada terminal, as placas são banhadas em ácido
sulfúrico. As placas no polo negativo, que fornecem eletrões, são feitas de chumbo. As placas no polo
positivo, que absorvem os eletrões, são feitas de óxido de chumbo. Quando os terminais estão ligados, no
polo negativo o chumbo reage com o ácido sulfúrico para produzir sulfato de chumbo libertando eletrões.

Pb + SO4 2–
→ PbSO4 + 2e– (1)

Esses eletrões extras então fluem para o pólo positivo, onde ocorre a seguinte reação:

PbO2 + 4H++SO42- + 2e– → PbSO4 + 2H2O (2)

O constante fluxo de eletrões do ânodo para o cátodo (polo negativo para o polo positivo) cria uma
corrente que pode ser usada para dispositivos de alimentação elétrica. A função inicial das baterias de carro
é para ligar o motor através da energia elétrica e, portanto, deve ser capaz de gerar alta tensão, uma
variável dependente da corrente. Numa célula de combustível bacteriana a saída de tensão não será tão
alta, mas uma corrente é criada e, portanto, produz-se energia elétrica. As bactérias crescem naturalmente
na superfície negativa, formando uma colónia altamente estável, chamada biofilme. O outro terminal é
colocado nas águas límpidas acima. As bactérias no ânodo alimentam-se da decomposição de materiais
vegetais fornecidos pelos sedimentos, oxidando desta forma vários compostos orgânicos, incluindo o ião
acetato, a dióxido de carbono, iões de hidrogénio e eletrões. A equação química para a oxidação do ião
acetato é:

CH3COO– + 2H2O → 2 CO2 + 7H+ + 8e– (3)


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G. sulfurosa tem propriedades físicas que permitem que os eletrões fluam para fora das suas
paredes celulares para o ânodo. No ânodo esses eletrões continuam a fluir através do fio para polo positivo,
o cátodo, onde os eletrões se combinam com protões e oxigénio para produzir água:

O2 + 4H+ + 4e– → 2H2O (4)

A redução e oxidação em diferentes locais significa que eletrões vão ser libertados e consumidos em
polos diferentes, permitindo o fluxo consistente de eletrões através do fio sendo um processo análogo à
bateria de chumbo, em meio ácido no carro. Para definir o poder gerado deve-se examinar o crescimento
do biofilme e quão rápido a oxidação ocorre no ânodo, em última análise, examinando quão rápido os
eletrões se movem entre os dois elétrodos. A Figura 2 representa este processo. Uma simples célula de
combustível microbiana que produz energia através da criação de um biofilme de bactérias G. sulfurosas
no ânodo que promovem a redução no cátodo. A entrada de "resíduos" no ânodo é uma mistura de
componentes orgânicos, incluindo o ião acetato.

Figura 1Célula eletroquímica microbiana


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MATERIAL E MÉTODOS
I-Parte Eficiência Energética
Iniciámos o projeto, com um inquérito, online, anexo I, e entrevistas à população, sobre a temática, isto
é, formas de poupar energia, aparelhos de maior consumo, tarifa bi-horária e tri-horária, leitura e
interpretação das faturas de eletricidade, análise de consumos, termo-fixo e termo variável. Após a análise
dos resultados, comunicámos as principais conclusões, nas redes sociais, em vídeo e ao departamento de
ambiente do Município de Oliveira do Hospital.

II-Parte

Células de combustível microbiano

Prepararam-se três amostras aquosas de solo: Colocou-se um filtro de plástico ou coador sobre uma tigela
grande e mediu-se cerca de 500 mL de solo. Agitou-se suavemente o filtro sobre a tigela para que a
amostra ficasse isenta de quaisquer partículas pequenas e duras (como pedras, seixos, galhos, etc.). 1
Acrescentou-se água destilada e misturou-se até que a lama do solo se parecesse com massa de “biscoito”.2
Retiraram-se amostras de água de cada recipiente e fizeram-se meios de cultura, em caixas de petri
esterilizadas, usando o método de difusão em agar-agar. Preparou-se igualmente um meio de cultura com
água proveniente de fossas séticas. Incubaram-se as caixas de petri em estufa a 37 ºC Rotularam-se todos
os recipientes com o tipo de solo (A-composto de plantas, B- solo de jardim, C-Mistura dos dois tipos solo)
e adicionou-se a cada tipo de solo cerca de 5 de mL de água de fossas séticas.

Nota de segurança: O cátodo e ânodo da célula (os elétrodos) são feitos de um material condutor
chamado fibra de grafite. Não colocar o cátodo ou o ânodo perto de aparelhos eletrónicos ou plugues de
alimentação e não disperse as fibras no ar, pois as fibras causarão escassez elétrica quando em contato
com a eletrónica. Proceder á montagem do ânodo ligando o fio verde ao elétrodo de grafite mais fino.
Repetiram-se os passos 6 e 7 usando o cátodo (o mais espesso, preto, círculo feltro) e o fio laranja (que é
menor que o fio verde).

1
É importante remover essas partículas do solo porque podem arejar o solo e inibir o crescimento das bactérias desejadas (as
bactérias não querem ser expostas ao oxigénio).
2
Adicionar
mais água se a lama estiver muito quebradiça ou adicione mais solo se a mistura parecer muito húmida.
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Montou-se o circuito com solo compactado entre os elétrodos e mediu-se a diferença de potencial, em
triplicata, para diferentes resistências, 100, 460, 1000 e 2200 Ω, ao longo de uma semana, nos diferentes
recipientes. As células de combustível microbianas foram colocadas em ambientes fechados à temperatura
ambiente normal (cerca de 19-25 ° C).
Posteriormente, após analisar o solo que apresenta melhores resultados, colocou-se a hipótese de um solo
enriquecido com sais aumentar a potência da pilha. Desta forma, recolheu-se uma amostra de solo
proveniente de fossas séticas, dividiu-se por cinco copos (E, F, G, H e I) e enriqueceu-se o solo com
diferentes proporções de sais, de acordo com a percentagem existente no composto para plantas, a saber:
hidrogenofosfato de potássio (K2HPO4) 0,1 %, hidrogenofosfato de amónio ((NH 4)2HPO4) 0,5%, sulfato de
magnésio (MgSO4) 0,1% À amostra E foi ainda adicionada 2% de sacarose, a amostra F foi acidificada
com ácido acético, pH=5,5, a amostra G, foi adicionada 2% de sacarose e acidificada com ácido acético,
pH=5,5. À amostra H foi apenas adicionada os sais, controlo positivo e a amostra I funcionou como controlo
negativo, sendo apenas constituída por solo recolhido.
No sentido, de aumentar a potência da pilha, foram ainda construídas membranas que funcionam como
ponte salina, para permitir e facilitar a troca iónica e manter a neutralidade do meio. Por outro lado,
pretendeu-se construir membranas, que fossem permeáveis à agua de forma a que a água que fluísse para
o cátodo fosse livre de matéria orgânica.
As membranas foram construídas misturando-se 75 g de cloreto de sódio com 200 mL de água e 5 g de
agar-agar comercial. Levou-se à ebulição com agitação constante e colocou-se a arrefecer à temperatura
ambiente.
Por fim, procedeu-se à montagem das pilhas colocando a membrana entre os elétrodos e mediu-se a
diferença de potencial, nos terminais das resistências em que a pilha demonstrou melhor desempenho na
primeira atividade.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS


No que concerne à primeira atividade foram inquiridos cerca de dezassete pessoas entre familiares diretos,
vizinhos e conhecidos dos elementos que compõem a equipa. Os testemunhos foram recolhidos nos
concelhos de Tábua (Midões, Póvoa de Midões, Ázere e Tábua) e Oliveira do Hospital (Oliveira do Hospital,
Travanca de Lagos, Lagares da Beira e Nogueira do Cravo) entre os dias 27 de novembro e 5 de dezembro.
Após a análise das entrevistas organizámos as respostas a esta questão por patamares, a saber: de 30€ a
45€ (inclusive), de 45€ a 60€ (inclusive), de 60€ a 75€ (inclusive), de 75€ a 100€ e Mais de 100€. Assim,
52,8 % dos inquiridos paga em média entre 30€ a 45€, 17,7% paga entre 45€ a 60€, 17,7% paga entre
60€ e 75€, 5,9% paga entre 75€ a 100€ e 5,9€ paga mais de 100€.
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No que concerne à comparação das faturas mensais, cerca de 53,3% dos inquiridos faz a comparação e
46,7% não faz. Dos que fazem a comparação das faturas referem que comparam apenas o preço.
No que se refere aos equipamentos que contribuem para um maior consumo de eletricidade, a maioria dos
inquiridos, cerca de 41,2%, referiram o forno elétrico, as máquinas de lavar roupa e secar e máquina de
lavar loiça, 23,5% os aquecedores elétricos e aparelhos de ar condicionado, 17,6% os frigoríficos e arcas
frigoríficas, 5,8 % o forno elétrico e os restantes, cerca de 11,8 não respondeu.
Relativamente ao tipo de tarifário, todos os inquiridos têm tarifa simples e apenas 29,4% conhece outros
tipos de tarifário.
Após a análise desta questão decidimos compilar algumas das respostas que os inquiridos nos forneceram,
que refletem as ações que a maioria dos inquiridos faz para poupar energia: “Quando saio de uma divisão
tenho o cuidado de apagar as luzes de todos os equipamentos que estejam ligados e não sejam
necessários”; “No final da sua utilização desligamos sempre os eletrodomésticos na tomada. Por exemplo
como temos duas arcas quando cabe tudo só numa desligamos a outra”; “ Desligar os aparelhos eletrónicos
quando saio da divisão da casa e deixam de ser necessários”.
Relativamente ao investimento/alteração que os inquiridos fariam para aumentar a eficiência energética da
habitação, cerca de 47% investia na energia solar, tanto para aquecimento como para a produção de
energia eléctrica, 35,6% respondeu “não sei”. 17,4% refere que optaria por caldeira a biomassa.

Figura 2. Gráfico de Potência em função da resistência.


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Na segunda atividade experimental, as bactérias do tipo G. sulfurosa têm sido objeto de estudo, exibindo
um comportamento que lhe permite produzir pequenas correntes elétricas. A matéria-prima para estas
bactérias é decomposição da matéria orgânica — o material de fossas sépticas, onde o crescimento
bacteriano foi maior, do que nas restantes amostras de solo. Assim, conseguimos construir três pilhas
usando o sedimento três amostras de solo enriquecidas com bactérias isoladas de desperdícios urbanos.
Verificou-se o aparecimento de um biofilme e conseguimos uma potência máxima de 14,3 µW, para o
composto para plantas A.

Figura 3. Gráfico de diferença de potencial em função do tempo.

Desta forma, supusemos que um meio rico em sais (hidrogenofosfato de potássio (K2HPO4),
hidrogenofosfato de amónio ((NH4)2HPO4) e sulfato de magnésio (MgSO4) ), otimizava a potência da pilha,
assim preparámos os meios E, F, G, H e I e constatou-se que o meio que otimiza a pilha bacteriana é o
meio constituído por sais, sacarose e ligeiramente ácido (pH=5,5), meio G. No meio constituído apenas por
sais, I, a tensão da pilha permaneceu constante e foi menor que nos restantes meios.
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CONCLUSÕES

No que concerne à eficiência energética verifica-se que a maioria dos inquiridos não sabe interpretar a
fatura da eletricidade, quando escolhem um eletrodoméstico têm mais em conta o preço do que a eficiência
energética.
No que se refere à sustentabilidade desenvolvemos três tipos de pilhas bacterianas, com diferentes
amostras de solo e constatámos que a potência elétrica é maior quando usamos substrato para plantas
enriquecido com água proveniente de fossas séticas, provavelmente, esta diferença deve-se ao facto do
composto para plantas ser enriquecido com sais, que promovem a troca protónica, aumentando a eficiência
da pilha. Assim, preparámos cinco pilhas bacterianas em meios diferentes e desenvolvemos membranas
de cloreto de sódio, sal comum, que promovem a troca protónica (iões H +) e são permeáveis à água.
Concluímos que o meio que otimiza as pilhas bacterianas são um meio enriquecido com sais, açucar e
acidificado (pH=5,5).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aelterman, P. (2009). Microbial fuel cells for the treatment of waste streams with energy ecovery. Ph.D.
Thesis, Gent University, Belgium.
Bockris, J. O. M. S. S., & Srinivasan, S. (1969). Fuel cells-Their electrochemistry, 1st ed. McGraw-Hill, New
York, pp. 525-531. ISBN 0070063451.
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