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JORNADA DE TRABALHO

CONCEITO: A jornada ou duração do trabalho corresponde ao lapso temporal de trabalho


ou disponibilidade do empregado perante seu empregador, em virtude do contrato.

LIMITES: No artigo 7º inciso XIII, da Constituição Federal, a máxima será de 8


horas diárias, com o limite de 44 horas semanais, esclarecendo que jornadas menores
podem ser fixadas pela Lei, convenções coletivas ou regulamento de empresas. Todo
trabalho realizado além desses limites é considerado extraordinário, desde que não
regularmente compensado.

“Art. 7º, XIII CF — duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e
quarenta e quatro horas semanais, facultada a compensação de horários e a
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”.

HORAS EXTRAORDINÁRIAS: A CLT permite que o trabalhador faça prorrogação de


horas extraordinárias no limite máximo de 2 horas por dia. Para que seja válido é preciso
que as horas extras estejam acertadas em um acordo individual entre o trabalhador e
o empregado ou em uma convenção coletiva de trabalho.

HORAS “IN ITINERE”: O deslocamento da residência para o local/posto efetivo de


trabalho e para o seu retorno por qualquer meio de transporte, mesmo que fornecido pelo
empregador, não será considerado tempo a disposição do empregador.

Art. 58 da CLT, § 2º - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer


atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado
expressamente outro limite.

§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva


ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer
meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.

TEMPO DE SOBREVISO (Art. 244, § 2º CLT)

O empregado está aguardando ordens após o seu horário de trabalho, em sua


própria casa/residência.
O limite legal é de até 24 horas de sobreaviso.
Cada hora que o empregado está de sobreaviso, o ordenamento jurídico
entende que este tempo integra o tempo de serviço do empregado e ele será remunerado
à base de 1/3 do salário hora normal.

Súmula nº 428 TST, inciso I e II: o mero uso de instrumentos telemáticos ou


informatizados (ex: celular), por si só não caracteriza regime de sobreaviso, sendo
que o empregado aguarde ordens, em qualquer momento o chamado para o serviço
pelo empregador, durante o período de descanso.

TEMPO DE PRONTIDÃO (Art. 244, § 3º CLT)

O empregado aguardará a execução de ordens nas dependências da empresa


ou via férrea.
Valor da hora será de 2/3 do salário hora normal (por ser mais desgastante).
O limite legal é de até 12 horas de prontidão.

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO

É aquele que o trabalhador exerce suas atividades em sistema de alternância


de turnos (Ex.: uma semana trabalha durante o dia e na outra durante a noite). A sua
jornada será de 6h, no máximo, podendo ser ampliada para 8h, mediante negociação
coletiva.

JORNADA NOTURNA

É direito dos trabalhadores noturnos a remuneração do trabalho superior à do


diurno (Art. 7º, IX CF).
Essa proteção diferenciada tem como fundamento a nocividade do trabalho
noturno pra a saúde do trabalhador.
VEDADO: Trabalho noturno aos menores de 18 anos.

TRABALHADOR URBANO: A jornada noturna acontece entre 22 horas e 5 horas.


A hora noturna trabalhada equivale a 52 minutos e 30 segundos. O valor da
remuneração paga ao empregado que trabalha à noite deve ser no mínimo 20% a mais do
que o valor pago pela hora trabalhada durante o dia.

ADICIONAL
Noturna – Hora reduzida 20%
Hora Ficta – para compensar o desgaste do trabalho noturno.
Na prática, o empregado trabalha apenas 7h à noite.

TRABALHADOR RURAL:

AGRICULTURA 21h às 5h ADICIONAL


25%
PECUÁRIA 20h às 4h

Obs.: Não há hora ficta de trabalho e nem hora reduzida, não se aplica banco de horas.

JORNADA CONTROLADA

A regra é que a prestação de serviços seja controlada pelo empregador.


Se o estabelecimento possuir mais de 10 empregados é obrigatória a anotação
da entrada e saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico. Os intervalos intrajornadas
podem ser pré-assinados.

PERÍODOS DE REPOUSO

São pequenos lapsos de tempo, que visa a recuperação de energias do


empregado, o que favorece o descanso físico e mental. Possui duas modalidades: intervalo
interjornada e intrajornada.

- INTERVALO INTRAJORNADA

É aquele concedido durante a jornada de trabalho para que o empregado


descanse e recupere as suas energias e horário para alimentação.
*Há possibilidade de indenização do intervalo.

REGRA:
JORNADAS | INTERVALO
Superior a 4h até 6h | 15 min
Acima de 6h | Min 1h e máx. 2h

- INTERVALO INTERJORNADA

É o período de descanso entre duas jornadas de trabalho consecutivas.


Esse intervalo além de garantir a saúde física e mental do trabalhador, busca
assegurar o mínimo de convivência familiar e social.
A concessão do descanso semanal de 24h (folga semanal) não desobriga o
empregador de conceder também o intervalo interjornada de 11 horas consecutivas.
*O tempo de intervalo não concedido deve ser remunerado como hora
extraordinária.

JORNADA POR TEMPO PARCIAL (Art. 58-A CLT)

Considera-se trabalho em regime de tempo especial quando a duração não


exceda a 30 horas semanais, sem possibilidade de hora suplementar. A lei também permite
que a jornada parcial seja de 26 horas por semana com acréscimo de até 6 horas extras
semanais. Essas horas extras podem ser compensadas na semana seguinte, se não
forem compensadas, deverão ser quitadas na folha de pagamento.
O empregado que trabalha em jornada de tempo parcial terá a mesma
quantidade de dias de férias do empregado comum, ou seja, em períodos que vão de 12
a 30 dias, conforme a quantidade de faltas no período aquisitivo das férias.

Acima de 26h/ semana Não pode prestar


horas extras.
Até 30h/ semana

*Salário proporcional a sua jornada (Art. 58-A, § 1º CLT).


É possível a venda de 1/3 das férias, em abono pecuniário (§ 6º CLT).
As férias pelo regime parcial são regidas pelo Art. 130 CLT.

JORNADAS ESPECIAIS

Advogado, bancários, técnicos em radiologia, professor, jornalistas,


engenheiros e médicos, minas e subsolo, telefonista, artistas profissionais, músicas,
etc.
Os bancários, por exemplo, em conformidade com o Art. 224 da CLT devem
laborar em regra por 6 horas diárias.

Advogado – 4 horas diárias, 20 horas semanais, salvo negociação coletiva ou


dedicação exclusiva (art. 20, Lei n. 8.906/94). Portanto, a jornada especial somente se
aplica ao advogado empregado em relação ao qual o empregador não exija exclusividade
no exercício da atividade, permitindo que tenha atuação profissional por conta própria
concomitantemente ao emprego.
Havendo, porém, exclusividade exigida pelo empregador, a jornada de trabalho
do advogado é de 8 horas diárias e 44 horas semanais. Em caso de trabalho em horas
extras, serão remuneradas com adicional não inferior a 100% (art. 20, § 2º, Lei n. 8.906/94).
Considera-se trabalho do advogado empregado em horário noturno o realizado
entre as 20 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte, sendo as horas noturnas
remuneradas com adicional de 25% sobre a hora normal (art. 20, § 3º, Lei n. 8.906/94).

Professor – Ao professor, é vedado dar no mesmo estabelecimento de ensino,


mais de 4 aulas consecutivas ou mais de 6 aulas intercaladas (Art. 318 CLT). As aulas que
excederem esse limite deverão ser remuneradas como extras.
Se excedida a jornada máxima, as horas excedentes devem ser remuneradas
com adicional de no mínimo 50% sobre a hora normal (Art. 318 e art. 7º, XVI CF e OJ SDI-
1, 206, TST).
Nas aulas ministradas após as 22 horas, o professor faz jus ao adicional
noturno de 20% sobre o valor da hora diurna (art. 7º, IX CF e art. 73 CLT).
As atividades extraclasse (preparação de aulas, correção de provas e
trabalhos) não são consideradas como extras, sendo inerentes à função e já remuneradas
pelo salário recebido pelo professor.

JORNADA DE 12 X 36 (Art. 59-A CLT)

Nessa jornada o empregado trabalha por 12 horas, mas deve folgas nas 36
horas seguintes.
Para essa jornada ser válida, precisa ser estabelecida em acordo ou convenção
coletiva. Só poderá ser feita mediante acordo individual, na área da saúde.
Muito comum em plantonistas como vigilantes, técnicos e auxiliares de
enfermagem.

EXCLUÍDOS DO DIREITO DE HORAS EXTRAS (Art. 62 CLT)

Vendedores Externos: Não tem como controlar a jornada de trabalho.


Gerentes: Eles recebem no mínimo 40% de gratificação.
Teletrabalhadores: trabalham fora das dependências do empregador; utiliza tecnologias
de informação e comunicação; é possível alteração do regime presencial para o
teletrabalho, desde que haja mútuo consentimento e seja registrado em contrato; Contrato
deve ser escrito, prevendo a responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento
de equipamentos tecnológicos e reembolso das despesas.
Não há remuneração de horas extras: cargos de gestão e confiança, jornadas
especiais, jornadas de 6 horas, sobreaviso, “in itinere”, hora de descanso, trabalho externo.

COMPENSAÇÃO DE JORNADAS (Art. 59, § 2º CLT)

Corresponde em acrescer a jornada de determinados dias em função de outro


suprimido, sem que essas horas configurem como horas extras.

OBJETIVO: Redução ou supressão do trabalho aos sábados, carnaval, quarta-


feira de cinzas, etc.

Art. 59, § 6º CLT: “é lícito o regime de compensação de jornada estabelecido


por acordo individual, tácito ou escrito, para compensação no mesmo mês”.
A prorrogação de jornada corresponde a possibilidade de realização de horas
extras. E possuem três formas: Anual, semestral e mensal (a compensação deverá ser no
mesmo mês).

CONCLUSÃO

Estes foram alguns aspectos importantes sobre a jornada de trabalho.


Não tratar com seriedade essa matéria poderá trazer prejuízos tanto para o
empregado que provavelmente colocará em risco a sua saúde, como para o empregador
que poderá colocar em risco a viabilidade de seu empreendimento, já que poderá sofrer
condenações judiciais caso as normas não sejam respeitadas.
Além do que, manter uma jornada coerente e com um descanso efetivo
trará resultados mais positivos do que manter jornadas de trabalho excessivas.
Diante desse cenário é importante que as empresas contem com
um departamento jurídico especializado, ou que sejam assessorados por escritórios
competentes, para que assim, possam planejar o negócio de forma a evitar desagraveis
surpresas que comprometerão o empreendimento futuramente.
O mesmo ocorre aos colaboradores, que ao se deparar com situações que
lhe possam causar algum tipo de lesão devem procurar um profissional qualificado para
melhor lhe orientá-los.

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