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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

ELLEN RAYSSA OLIVEIRA

TAILAN SILVA SOUSA

A IMPORTÂNCIA DO COOPERATIVISMO PARA O


FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE
CRUZ DAS ALMAS

Cruz das Almas /BA


Setembro de 2017
ELLEN RAYSSA OLIVEIRA

TAILAN SILVA SOUSA

A IMPORTÂNCIA DO COOPERATIVISMO PARA O


FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR NO MUNICÍPIO DE
CRUZ DAS ALMAS

Pré-projeto de Trabalho de Conclusão de


Curso apresentado na Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia para disciplina de
Metodologia da pesquisa para fins
avaliativos.

Professora orientadora: Maria Nilza

Cruz das Almas /BA


Setembro de 2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................04

2 JUSTIFICATIVA......................................................................................................05
3 OBJETIVOS............................................................................................................06
2.1 OBJETIVO GERAL ..............................................................................................06
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................06

4 REVISÃO BIBLIOGRAFICA...................................................................................07
4.1 HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO.....................................................................07
4.2 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO.................................................................08
4.3 OBJETIVOS ECONÔMICOS DO COOPERATIVISMO........................................10
4.4 COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO NO BRASIL...........................................11
4.5 COOPERATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR...........................................12
4.6 O COOPERATIVISMO COMO AUXÍLIO AO AGRICULTOR................................13
5 PROCEDIMENTOS.................................................................................................15
6 CRONOGRAMA......................................................................................................16
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................17

APÊNDICE ................................................................................................................19
1 INTRODUÇÃO

A sociedade brasileira é recortada, no tempo e no espaço, por interesses


conflitantes de grupos e classes sociais. Esses interesses expressam
concepções distintas de desenvolvimento, que disputam entre si os rumos a
serem dados à própria sociedade. (DELGADO; BERGAMASCO, 2017)
Com relação ao desenvolvimento rural no Brasil, temos dois âmbitos de
crescimento, por um lado, uma agricultura centrada na modernização e voltada
para as grandes empresas agropecuárias, sobretudo está fundamentada tanto
economicamente quanto politicamente na propriedade concentrada de terra e
dos demais recursos.
Por outro lado, tem-se a agricultura familiar, cujo principal elemento se dá
pela predominação da gestão da terra pelos membros de uma mesma família,
que realizam o processo produtivo, dando ênfase na diversificação e,
eventualmente, complementada pelo trabalho assalariado.
Dessa forma, em uma sociedade paulatinamente competitiva, lesada pelos
inúmeros impactos da globalização, a demanda por possibilidades de encarar
esses desafios tem sido a ânsia dos agricultores familiares. Nesta perspectiva,
o cooperativismo apresenta-se como uma alternativa interessante aos
agricultores familiares, organizando, agregando valor, comercializando e de
alguma forma tentando inserir a produção em mercados locais, regionais e
globais, constituindo-se como instrumento de enfrentamento à concorrência
empresarial (RIBEIRO, 2012).
Dessa forma, como uma tentativa de manutenção da agricultura familiar, a
prefeitura municipal do município de Cruz das Almas realiza a feira da agricultura
familiar, que como o próprio nome sugere é formada por agricultores familiares
que estão organizados em cooperativas e associações.
Sendo assim, fundamentando-se nos princípios do cooperativismo e na
formatação da agricultura familiar, esse trabalho busca averiguar qual a
importância do cooperativismo para o fortalecimento da agricultura familiar em
Cruz das Almas.
2 JUSTIFICATIVA

Sabe- que o modelo econômico brasileiro se baseou ao longo dos anos no


cultivo de monoculturas voltados à exportação, e recebendo grandes estímulos
econômicos dos governantes. Atualmente, o cenário não sofreu drásticas
alterações, tendo forte apoio das redes midiáticas e incentivos econômicos.
Dessa maneira, torna-se desafiador a inserção dos pequenos agricultores
familiares no mercado da produção agrícola.
Sendo assim, esse trabalho intenciona valorizar o cooperativismo e seus
benefícios para consolidação da agricultura familiar no município de Cruz das
Almas, com a finalidade de expor a organização em núcleos como uma possível
alternativa para a manutenção desse ramo de produção frente aos desafios
impostos pelo modelo econômico brasileiro, assegurando assim aos agricultores
familiares sua visibilidade nos mercados locais, proporcionando maior
estabilidade e segurança financeira.
3 OBJETIVOS

3.1 GERAL
Ressaltar qual o papel desempenhado pela organização em cooperativas
no fortalecimento da agricultura familiar, bem como as estratégias utilizadas
para tal consolidação.

3.2 ESPECÍFICOS

 Analisar qual o papel do cooperativismo na ampliação de renda dos


agricultores;
 Investigar qual o perfil dos participantes das cooperativas e o grau
de participação e atuação dos mesmos;
 Estudar quais os benefícios advindos após a organização em
cooperativas.
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 HISTÓRIA DO COOPERATIVISMO

O cooperativismo tem, como objetivo, difundir os ideais em que se baseia,


no intuito de atingir o pleno desenvolvimento financeiro, econômico e social de
todas as sociedades cooperativas. A cooperação sempre existiu nas sociedades
humanas desde as eras mais remotas. Menos evoluído, menos agressivo, mas
sempre como a resultante de necessidades imperiosas de sobrevivência.
(Reisdorfer, 2014)
A cooperação surgiu como necessidade, como meio de sobrevivência e,
principalmente, como agrupamento de pessoas que na reciprocidade de seu
trabalho, no conjunto de suas ideias e no esforço continuado de suas ações,
realizavam seus propósitos e seus objetivos. (Reisdorfer, 2014)
Quando se fala de cooperativismo, fala-se de cooperação, fala-se das
relações que as pessoas estabelecem entre si para alcançar um objetivo comum.
Sabe-se que a Revolução Industrial, pela mecanização de processos, promoveu
elevada exclusão social. O desenvolvimento, muito rápido, não é compartilhado
e, logo, não é em benefício de todos. Os excluídos do processo de
desenvolvimento se organizam de forma solidária para se contraporem aos
efeitos nefastos produzidos pelo sistema capitalista. (Reisdorfer, 2014)
As cooperativas surgiram no meio capitalista do século XIX como uma
reação às consequências da doutrina liberal e individualista, ao aumento da fome
e do estado de miséria e penúria em que se encontrava a maior parte da classe
trabalhadora. Foi por volta de 1750 que surgiu a industrialização na Europa, e,
com ela a sistematização do trabalho. Estava então, criada uma nova realidade
social, com o advento das fábricas, que cativou a população da época, pois podia
ser aprendido somente uma parte do trabalho, em vez de ter que saber o todo,
e ficavam protegidos da chuva e do sol. (Reisdorfer, 2014)
No Brasil, a prática do cooperativismo teve início no final do século XIX,
mas a cultura já poderia ser observada desde a época colonial. Ela se
desenvolveu tanto no meio urbano quanto no rural, tendo forte influência das
culturas alemã e italiana, principalmente na área agrícola. Os imigrantes
trouxeram de seus países de origem a bagagem cultural, o trabalho associativo
e a experiência de atividades familiares comunitárias, que os motivaram a
organizar-se em cooperativas. (Organização das Cooperativas Brasileiras, 2013)
Para atuar em defesa do movimento cooperativista, foi criada, em 1969, a
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), entidade reconhecida como
representante oficial do setor no País. A OCB é uma sociedade civil, sem fins
lucrativos, com neutralidade política. (Organização das Cooperativas Brasileiras,
2013)
Mais tarde, em 1998, o Governo Federal criou o Serviço Nacional de
Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), para aprimorar e profissionalizar a
autogestão das cooperativas. Órgão do Sistema S, o Sescoop oferece
programas de formação, promoção social e monitoramento. Em 1971, ocorreu
a regulamentação do segmento, com a sanção da Lei no 5.764, na qual são
especificadas as regras para a criação de cooperativas. (Organização das
Cooperativas Brasileiras, 2013)

4.2 PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO

O cooperativismo tem por base uma série de princípios, que decorrem dos
valores estudados. Esses princípios foram estabelecidos na formação da
primeira cooperativa, pelos 28 tecelões pioneiros de Rochdale no ano de 1844,
na Inglaterra. Vamos estudá-los com base em Cenzi (2009):
• 1º Princípio – adesão livre e voluntária.
• 2º Princípio – gestão democrática.
• 3º Princípio – participação econômica dos membros.
• 4º Princípio – autonomia e independência.
• 5º Princípio – educação, formação e informação.
• 6º Princípio – intercooperação.
• 7º Princípio – interesse pela comunidade.
Vamos agora detalhar cada um desses princípios:
1º Princípio – adesão livre e voluntária: As cooperativas são organizações
voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizarem os seus serviços e
assumirem as responsabilidades como membros, sem discriminação de sexo,
ou de ordem social, política e religiosa. (Farias; Gil, 2013)
2º Princípio – gestão democrática: As cooperativas são organizações
democráticas, controladas pelos seus membros que participam ativamente na
formulação de suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e mulheres,
eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante
estes. (Farias; Gil, 2013)
3º Princípio – participação econômica dos membros: Os sócios contribuem
equitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam esse capital
democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da
cooperativa. Os membros recebem uma remuneração limitada ao capital
integralizado como condição de sua adesão. O excedente é destinado a uma ou
mais das seguintes finalidades:
i) Desenvolvimento da cooperativa, possibilitando o estabelecimento de
fundos de reserva, parte dos quais, pelo menos, será indivisível.
ii) Benefício aos associados na proporção de suas operações com a
cooperativa.
iii) Apoio a outras atividades aprovadas em assembleia. (Farias; Gil,
2013)
4º Princípio – autonomia e independência: As cooperativas são
organizações autônomas, de ajuda mútua, controlada pelos seus membros. Se
essas firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições
públicas, ou recorrerem ao capital externo, devem fazê-lo em condições que
assegurem o controle democrático pelos seus membros, mantendo a autonomia
da cooperativa. Contudo, deve ficar claro que isso não significa que a
cooperativa tenha autonomia para desrespeitar a lei do local onde ela estiver
inserida. (Farias; Gil, 2013)
5º Princípio – educação, formação e informação: As cooperativas
promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes
eleitos e dos trabalhadores, de forma que possam contribuir eficazmente para o
desenvolvimento de suas cooperativas. Também devem informar aos seus
associados suas operações. (Farias; Gil, 2013)
6º Princípio – intercooperação: As cooperativas trabalham em conjunto,
através de estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais, aumentando
a força do movimento cooperativo. A integração entre cooperativas pode ocorrer
tanto no campo da organização do movimento como na compra e venda de
serviços e bens. (Farias; Gil, 2013)
7º Princípio – interesse pela comunidade: As cooperativas trabalham para
o desenvolvimento sustentável das comunidades onde estão inseridas, através
de políticas aprovadas pelos seus membros. (Farias; Gil, 2013)

4.3 OBJETIVOS ECONÔMICOS DO COOPERATIVISMO

O cooperativismo visa também à geração de trabalho e renda para pessoas


que, tradicionalmente, ficam marginalizadas no mercado, através de uma base
associativa, eliminando-se atravessadores. (Farias; Gil, 2013)
No sistema capitalista os trabalhadores possuem a força de trabalho que
geralmente vendem em troca do salário, enquanto a burguesia possui os meios
de produção, ou seja, tudo o que serve para a produção, como terras,
equipamentos, maquinário, matéria-prima e mesmo o capital. Dessa forma,
grande parte da riqueza produzida pelos trabalhadores acaba se concentrando
nas mãos de quem detém o controle dos meios de produção. (Farias; Gil, 2013)
O cooperativismo propõe conciliar, através das cooperativas, o capital e o
trabalho, valorizando sempre, em primeiro lugar, o fator trabalho. Dessa forma,
através de uma cooperativa, os associados passam a controlar não apenas o
seu próprio capital, como também o seu potencial de trabalho, na medida em
que cada associado é dono de uma parte ideal da cooperativa da qual ele é
sócio. (Farias; Gil, 2013)
Assim, os membros de uma cooperativa atuam no mercado através dela, o
que elimina os atravessadores e aumenta o seu ganho. Por outro lado,
diferentemente de uma empresa capitalista em que cada sócio recebe o retorno
proporcional ao capital investido na empresa, em uma cooperativa o retorno é
sempre proporcional ao trabalho desenvolvido pelo associado através dela, ou
seja, quanto mais o associado opera através de sua cooperativa, maior será o
seu retorno. (Farias; Gil, 2013)
Portanto, o cooperativismo concorre também para a inclusão econômica de
seus membros, gerando trabalho e renda para quem participa das inúmeras
cooperativas espalhadas pelo mundo inteiro. (Farias; Gil, 2013)
4.4 COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO NO BRASIL

O início da história do cooperativismo agropecuário no Brasil é marcado


por uma estrutura autoritária, na qual os interesses dos agricultores familiares
não eram considerados. As iniciativas eram para a produção exportadora. Esse
modelo beneficiou os produtores que detinham grandes extensões de terra e
privilegiavam a monocultura. Já os pequenos produtores, camponeses e demais
agricultores cujas atividades produtivas eram realizadas pela família, se viam
cada vez mais marginalizados (PIRES, 2009).
A partir da crise econômica mundial no final dos anos 1920, o governo
brasileiro redefine suas estratégias de produção. O cooperativismo é
compreendido como possibilidade de amenizar alguns problemas gerados pela
crise, o café deixa de ser o principal produto que sustenta a economia e surge a
necessidade de diversificar a produção nacional. O governo incentiva a
constituição de cooperativas agropecuárias, sobretudo as cooperativas que
conseguissem escoar a produção da pequena propriedade (PINHO,
1965). Chiarello (2006) afirma que:
"O governo passou a incluir o cooperativismo na pauta da política agrícola
nacional, como forma de defender a produção em pequena propriedade,
estimulando a policultura e o desenvolvimento do mercado interno" (p. 23).
Além disso, este impulso à constituição de cooperativas agropecuárias
estava relacionado à tentativa do Estado de solucionar os problemas
relacionados ao abastecimento dos centros urbanos. Neste sentido, a
constituição de cooperativas nesta época tinha como objetivo a eliminação dos
intermediários. Machado, (2006) relata que:
"[...] a primazia foi das cooperativas agrícolas de laticínios, que criaram
canais alternativos para a comercialização dos produtos de abastecimento.
Nelas, diversos pequenos produtores uniam esforços na tentativa de criar
alternativas aos sistemas de comercialização existentes e que eram controlados
por 'intermediários'" (p. 44-45).
4.5 COOPERATIVISMO NA AGRICULTURA FAMILIAR

Após o processo de redemocratização vivido pelo Brasil nos 1980,


iniciativas de organização da sociedade civil, sobretudo no campo, se
manifestaram. O movimento sindical dos trabalhadores rurais, mobilizado pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), o Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), o Movimento dos Pequenos
Agricultores (MPA), dentre outros, exerceram papel importante, demonstrando a
resistência de grupos que a princípio estavam destinados a desaparecer. Altafin
(2005) afirma que "com diferentes orientações, esses grupos organizados
pressionam o Estado por políticas que os incluam no processo de
desenvolvimento do País, colocando suas reivindicações na pauta de prioridade
do governo" (p. 16).
Surge o conceito de agricultura familiar, e sua legitimação perante o Estado
se dá em meados dos anos 1990, com a criação do Pronaf (Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Desde então, o conceito agricultura
familiar vem sendo utilizado pelo Estado e no meio acadêmico como uma
espécie de guarda-chuva que abriga situações que se contrapõem à agricultura
patronal. Como afirma Schneider (2003),
"[...] a incorporação e a afirmação da noção de agricultura familiar mostrou-
se (sic) capaz de oferecer guarida a um conjunto de categorias sociais, como,
por exemplo, assentados, arrendatários, parceiros, integrados a agroindústrias,
que não mais podiam ser confortavelmente identificados com as noções de
pequenos produtores, ou simplesmente, de trabalhadores rurais" (p. 100).
Algumas características básicas foram estabelecidas para que agricultor
familiar fosse reconhecido como tal, tais como: a) a gestão é feita pelos
proprietários; b) os responsáveis pelo empreendimento estão ligados entre si por
laços de parentesco; c) o trabalho é fundamentalmente familiar; d) o capital
pertence à família; e) o patrimônio e os ativos são objeto de transferência
intergeracional no interior da família e f) os membros da família vivem na unidade
familiar (GASSON e ERRINGTON, 1993 apud ABRAMOVAY, 1997, p. 74).
Contudo, a agricultura familiar continua não sendo o modelo central do
desenvolvimento rural brasileiro e, sim, o das grandes propriedades, que contam
com trabalho assalariado. Apesar de contarem com a menor proporção de terras,
as unidades familiares são mais expressivas em quantidade, ocupam menos
parte das terras, geram mais trabalho e renda, além de contribuir com produção
maior por área cultivada (ABRAMOVAY, 1997).
Os processos de globalização deixaram as disputas pelos mercados mais
acirradas entre os atores que nele atuam, ocasionando a exclusão de parte da
população do sistema de produção. No que se refere à agricultura familiar, a
constituição de associações e cooperativas se mostra como uma importante
ferramenta de organização social, política e econômica. Nesta perspectiva, o
cooperativismo apresenta-se como uma alternativa interessante aos agricultores
familiares, organizando, agregando valor, comercializando e de alguma forma
tentando inserir a produção em mercados locais, regionais e globais,
constituindo-se como instrumento de enfrentamento à concorrência empresarial
(RIBEIRO, 2012).

4.6 O COOPERATIVISMO COMO AUXÍLIO AO AGRICULTOR

Compreende-se que uma cooperativa é formada por pessoas que de forma


voluntária, se unem por meio de uma associação, com o objetivo comum e de
caráter econômico. Para esta finalidade organizam uma empresa de controle e
propriedade comuns fazendo a organização na produção e comercialização de
bens e serviços, onde benefícios materiais e sociais são divididos, gerando
assim, rendas e oportunidades aos cooperados. Ainda conforme esse
pensamento, as cooperativas têm sua constituição organizada de forma livre, em
que organiza suas atividades econômicas com o intuito de acessar os mercados.
Esta ação está pautada em princípios e valores como: solidariedade, ajuda
mútua, honestidade, democracia e participação (MAPA, 2008).
Em todas as atividades humanas, uns dependem dos outros para
realizarem com sucesso seus empreendimentos. Dessa necessidade surgiram
as cooperativas. Para Pais (2009, p.3):
“Cooperativa é uma associação de pessoas unidas voluntariamente para
realizar um objetivo comum, por meio da formação de uma organização, que é
administrada democraticamente. “
Conforme o mesmo Manual de capacitação da Tecnologia Social, a luta
pela sobrevivência e a busca de melhores condições de vida das comunidades,
resultou no associativismo onde uma pessoa jurídica que é registrada em
cartório, juntamente com outras pessoas que tem as mesmas aspirações. Esta
ação acontece na busca de melhores condições de vida do grupo e da
comunidade (PAIS, 2009).
Nem sempre os agricultores tiveram a possibilidade de estarem
organizados para que seu trabalho fosse realizado de forma eficiente e moderna.
O DENACOOP (2006, p.108), faz a seguinte explanação:
“Gerenciar uma cooperativa não é tarefa fácil. Seguir os princípios do
cooperativismo e conhecer o ramo de atuação são aspectos imprescindíveis,
mas é preciso ainda entender de administração, contabilidade, técnicas de
liderança, tecnologia. Por isso, a gestão é um desafio do cooperativismo
brasileiro. Para buscar profissionais, é necessária educação, informação e
intercooperação. ”
Nesse sentido, Vilpoux (2011, p.215) destaca que modernização da
economia, com necessidade cada vez maior de redução de custos e melhoria de
qualidade, obriga os produtores a serem mais eficientes. Essa eficiência tem que
ser aprendida e é por isso que se faz necessário a associação por meio das
cooperativas que é onde acontece a troca de ideias, o incentivo e apoio logístico.
De acordo com esse pensamento Altiere (2004 p. 72) aponta que incentivos e/ou
subsídios podem ser necessários para alguns agricultores na medida em que
esperam seus sistemas produtivos gerarem os ganhos.
5 PROCEDIMENTOS
Para a confecção desse trabalho utilizou-se como metodologia
inicialmente uma revisão bibliográfica acerca da área de conhecimento sobre a
qual está fundamentada esse trabalho. Posteriormente, será realizada uma
pesquisa de campo, na qual pretende-se aplicar um questionário, que segue em
apêndice, com agricultores que compõe a feira. Em seguida, em posse desses
dados será realizado uma análise qualitativa dos agentes envolvidos na
pesquisa realizada.
6 CRONOGRAMA

Atividades Ago Set


1 Escolha e delimitação do tema X
2 Levantamento de literatura X
3 Elaboração do problema, das hipóteses, dos objetivos e da X
justificativa.
4 Elaboração da fundamentação teórica X
5 Elaboração da metodologia e do cronograma, e das referências. X
6 Revisão do texto X
7 Entrega do pré-projeto X
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVAY, R. Agricultura familiar e uso do solo. Revista São Paulo em


perspectiva. São Paulo, v. 11, n. 2, p. 73-78, abr/jun. 1997.

ALTAFIN, I. Reflexões sobre o conceito de agricultura familiar. Brasília,


2005, 18 p.

ALTIER, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável.


4ª ed. – Porto Alegre: Editora UFGRS, 2004.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de


Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo: MAPA/SDC
DENACOOP. Brasília, 2009.

CENZI, N. L. Cooperativismo: desde as origens ao Projeto de Lei de Reforma


do Sistema Cooperativo Brasileiro. Curitiba: Editora Juruá, 2009.

CHIARELLO, C. L. Análise da gestão de cooperativas rurais tradicionais e


populares: estudo de casos na Cocamar e Copavi. São Carlos, 2006.

DELGADO, G. C. BERGAMASCO, S. M. P. P. (orgs.) Agricultura familiar


brasileira: desafios e perspectivas de futuro. Brasília: Ministério do
Desenvolvimento Agrário, 2017.

DENACOOP em ação/ BRASIL Ministério da Agricultura, Pecuária e


abastecimento. Evolução do cooperativismo no Brasil. Brasília, 2006.

FARIAS, C.M.; GIL, M. F. Cooperativismo. Pelotas: Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia;

Lei nº 11.326 de 14.07.2006, disponível em:


<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2006/lei-11326-24-julho-2006-544830-
normaatualizada-pl.pdf>

MACHADO, J. M. B. A formação econômica brasileira e as cooperativas


agrícolas: dispositivos jurídicos para a subordinação econômica
camponesa. Curitiba, 2006.

ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS. Cartilha


cooperativismo. Brasília – DF, 2013.

PINHO, D. B. O cooperativismo no "Brasil desenvolvido" e no "Brasil


subdesenvolvido". São Paulo: USP, 1965.

PIRES, M. L. L. e S. et al. Cooperativismo, agricultura familiar e redes sociais


na reconfiguração dos espaços rurais. In: Congresso Brasileiro de Sociologia:
consensos e controvérsia, 14, 28-31 jul. Rio de Janeiro, 2009.
REISDORFER, V. K. Introdução ao cooperativismo. Santa Maria:
Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Politécnico, Rede e-Tec Brasil,
2014.

RIBEIRO, K. Á. A importância das cooperativas agropecuárias para o


fortalecimento da agricultura familiar: o caso da associação de produtores
rurais do núcleo VI - Petrolina/PE. In: Encontro Brasileiro de Pesquisadores
em Cooperativismo, 2, ago. 2012 ,. Brasília: SESCOOP, 2012.

Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Técnico Industrial


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SCHNEIDER, S. Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. Revista


Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, n. 51, p. 99-121, fev. 2003.

VILPOUX, O. F. Sustentabilidade e Agricultura Familiar. Curitiba: CRV, 2011.


APÊNDICE

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

1. Faixa etária:
a) Abaixo de 15 anos
b) 15 a 25 anos
c) 26 a 36 anos
d) 37 a 47 anos
e) 48 a 58 anos
f) 59 a 70 anos
g) Acima de 70 anos

2. Gênero:
a) Masculino
b) Feminino

3. Nível de escolaridade:
a) Alfabetizado
b) 1º grau completo
c) 1º grau incompleto
d) 2º grau completo
e) 2º grau incompleto
f) Curso superior
g) Analfabeto

4. Quem é o principal responsável pela renda familiar?


a) Mãe
b) Pai
c) Outro membro familiar: ___________

5. Sempre morou na zona rural?


SIM ( ) NÃO ( )

6. O que sua propriedade significa para você?


a) É um patrimônio da minha família 
b) É minha ferramenta de trabalho
c) Um bem que posso vender a qualquer momento

7. Quem trabalha na sua propriedade?


a) Somente a família
b) b) trabalhadores assalariados

8. Você participa de alguma cooperativa?


SIM ( ) NÃO ( )

9. Com que frequência participa das reuniões?


a) Semanalmente
b) Mensalmente
c) Trimestralmente
d) Semestralmente
e) Nunca participa

10. Houve um aumento na renda após se juntar à cooperativa?


SIM ( ) NÃO ( )

11. A cooperativa presta serviço de assistência técnica?


a) Cursos de capacitação
b) Eventos de campo
c) Outros: __________

12. Você já se beneficiou por algum crédito fornecido pelo Governo?


SIM ( ) NÃO ( )

13. O fato de participar da cooperativa facilitou a obtenção do crédito rural?


SIM ( ) NÃO ( )

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