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TRABALHO CIENTÍFICO

COMPLIANCE NO MERCADO DE CAPITAIS


(ESTUDO DE CASO : EMPRESA BANCO BIC S.A.)

Autor: Ph.D. Doutor João Maria Funzi Chimpolo

Professor Associado da Faculdade de Economia da Universidade

Agostinho Neto
RESUMO

A presente dissertação, subordinada ao tema: Compliance no mercado de capitais,


estudo de caso : Empresa Banco BIC S.A., tem como objectivo determinar o nível de
conhecimento e cumprimento de Compliance dos funcionários no banco. Nossa
pretensão inicial foi a de averiguar o conhecimento que têm os funcionários do
Compliance, código de conduta emitido pelo banco e seu cumprimento.
Participaram neste estudo de caso funcionários de cinco agências do banco BIC do
município do Viana. Os funcionários responderam voluntariamente a um questionário
com perguntas relacionadas com o cumprimento do código de conduta da instituição.
Os questionários foram construídos com base na escala de Likert, com base nas
diversas investigações já realizadas sobre a Compliance. O interesse deste tema
surgiu de acordo aos últimos acontecimentos que Angola tem estado atravessar,
ligados a luta acerrada contra a corrupção e a impunidade, o branqueamento de
capitais e o repatriamento de capitais
Palavras-chave: Compliance, Mercado de capitais, Código de conduta, Governação
Corporativa

I
ABSTRACT

The present dissertation, subject to the theme: Compliance in the capital market, case
study: Empresa Banco BIC S.A., aims to determine the level of knowledge and
compliance of employees' compliance with the bank. Our initial intention was to
ascertain the knowledge that Compliance employees have, the code of conduct issued
by the bank and its compliance.
Participants in this case study were employees from five branches of the BIC bank in
the municipality of Viana. Employees voluntarily responded to a questionnaire with
questions related to compliance with the institution's code of conduct. The
questionnaires were constructed based on the Likert scale, based on the various
investigations already carried out on Compliance. The interest of this theme has arisen
according to the latest events that Angola has been going through, linked to the fight
against corruption and impunity, money laundering and the repatriation of capital
Keywords: Compliance, Capital Markets, Code of Conduct, Corporate Governance

II
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição dos funcionarios por género ................................................ 69


Gráfico 2 - Distribuição dos funcionarios por faixa etária ......................................... 70
Gráfico 3 - Distribuição dos participantes por habilitações académicas ................... 71
Gráfico 4 - Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco ........................... 72
Gráfico 5 - Sente-se satisfeito com seu ambiente de trabalho ................................ 73
Gráfico 6 - O Banco leva em conta o clima organizacional e as necessidades e
motivações dos funcionários ..................................................................................... 74
Gráfico 7 - Possui as qualificações, conhecimentos e competências técnicas
necessárias para o correcto exercício das suas funções .......................................... 75
Gráfico 8 - Tem necessidade de formação, bem como situação de carência de meios
materiais ou técnicos. ................................................................................................ 76
Gráfico 9 - Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a
informação obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções. ................. 76
Gráfico 10 - Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais. ................................................................................................................. 77
Gráfico 11 - Cumpre com os procedimentos das barreiras éticas à passagem de
informação implementados. ...................................................................................... 78
Gráfico 12 - O banco procura reduzir ao mínimo a ocorrências de conflitos de
interesses com ou entre Clientes. ............................................................................. 79
Gráfico 13 - Tem conhecimento de forma aprofundada, permanente e documentada
as políticas, os processos e os procedimentos instituídos no Banco. ....................... 80
Gráfico 14 - Cumpre com as directrizes internas do banco de prevenção e repressão
a criminalidade organizada, prevenir e combater o branqueamento do produto de
actividades criminosas, bem como o financiamento do terrorismo. .......................... 81
Gráfico 15 - Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso
de mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance. ........................... 82
Gráfico 16 - O Banco reconhece o direito que assiste a todos os Clientes de
reclamar .................................................................................................................... 82

III
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Negociação da dívida pública .................................................................. 31


Tabela 2 - Distribuição dos funcionarios por género ................................................. 69
Tabela 3 - Distribuição dos funcionarios por faixa etária .......................................... 70
Tabela 4 - Nível académico dos funcionarios. .......................................................... 71
Tabela 5 - Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco.............................. 72
Tabela 6 - Sente-se satisfeito com seu ambiente de trabalho .................................. 72
Tabela 7 - O Banco leva em conta o clima organizacional e as necessidades e
motivações dos funcionários ..................................................................................... 73
Tabela 8 - Possui as qualificações, conhecimentos e competências técnicas
necessárias para o correcto exercício das suas funções .......................................... 74
Tabela 9 - Tem necessidade de formação, bem como situação de carência de meios
materiais ou técnicos. ................................................................................................ 75
Tabela 10 - Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a
informação obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções. ................. 76
Tabela 11 - Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais. ................................................................................................................. 77
Tabela 12 - Cumpre com os procedimentos das barreiras éticas à passagem de
informação implementados. ...................................................................................... 77
Tabela 13 - O banco procura reduzir ao mínimo a ocorrências de conflitos de
interesses com ou entre Clientes. ............................................................................. 78
Tabela 14 - Tem conhecimento de forma aprofundada, permanente e documentada
as políticas, os processos e os procedimentos instituídos no Banco. ....................... 79
Tabela 15 - Cumpre com as directrizes internas do banco de prevenção e repressão
a criminalidade organizada, prevenir e combater o branqueamento do produto de
actividades criminosas, bem como o financiamento do terrorismo. .......................... 80
Tabela 16 - Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso
de mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance. ........................... 81
Tabela 17 - O Banco reconhece o direito que assiste a todos os Clientes de
reclamar .................................................................................................................... 82
Tabela 18 - Resultados estatísticos do análises multivariado. .................................. 87
Tabela 19 - Resultados das Correlações. ................................................................. 88

IV
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Membros negociador do mercado de capitais ........................................ 36


Quadro 2 - Membros negociadores 2015-2016 ........................................................ 38

V
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BAI - Banco Angolano de Investimentos


BFA - Banco de Fomento Angola
BIC - Banco Internacional de Crédito
BNA – Banco Nacional de Angola
BNI - Banco de Negócios Internacional
BODIVA – Bolsa de Dívida e Valores de Angola
BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo
BT - Bilhetes do tesouro.
CMC – Comissão do Mercado de Capitais
COSO - Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
DRH - Direcção de Recursos Humanos.
FECUAN – Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto
GC - Gabinete de Compliance
IFB - Instituições Financeiras Bancárias
IIA – Institute of Internal Auditors
IOSCO - International Organization of Securities
MC - Mercado de Capitais
MCA – Mercado de Capitais Angolano
OT - Obrigações do tesouro
PGR - Procuradoria Geral da República
PMEs - Pequenas e Medias Empresas
SBA - Standard Bank Angola
UAN – Universidade Agostinho Neto
UIF - Unidade de Informação Financeira

VI
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Funções do Mercado de Capitais ............................................................. 28


Figura 2 - Estrutura organizativa do Banco BIC ....................................................... 67
Figura 3 - Agências do Banco BIC ........................................................................... 68
Figura 4 - Resultados das Correlações .................................................................... 89

VII
ÍNDICE

RESUMO...................................................................................................................... I

ABSTRACT ................................................................................................................. II

LISTA DE GRÁFICOS ................................................................................................ III

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. IV

LISTA DE QUADROS ................................................................................................ V

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................... VI

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ VII

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1

CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................... 4

1.1. Compliance ....................................................................................................... 4

1.1.1. Elementos de Compliance .......................................................................... 4

1.1.2. A Função de Compliance ............................................................................ 8

1.1.3. Abandono das práticas de compliance e suas consequências ................. 14

1.1.4. Relacionamento entre o compliance e as áreas de uma instituição ......... 16

1.1.4.1. Alta Administração ........................................................................... 17

1.1.4.2. Auditoria Interna............................................................................... 17

1.1.4.3. Gestão de Riscos ............................................................................. 18

1.1.4.4. Controle Interno ............................................................................... 19

1.1.4.5. Jurídico ............................................................................................ 20

1.1.4.6. Área Comercial ................................................................................ 20

1.1.4.7. Recursos Humanos ......................................................................... 21

1.1.4.8. Órgãos Reguladores, Autorreguladores e Associações de Classe .. 21

1.2. Mercado de capitais ........................................................................................ 22

1.3. O mercado de capitais angolano..................................................................... 26

1.3.1. Razões para a criação do mercado de capitais angolano ........................ 26

1.3.2. Funções do Mercado de Capitais angolano .............................................. 27


VIII
1.3.3. Instrumentos do Mercado de Capitais angolano ....................................... 28

1.3.3.1. Instrumentos representativos do capital social ................................ 29

1.3.3.2. Instrumentos representativos da dívida ........................................... 29

1.3.3.3. Instrumentos derivados .................................................................... 32

1.3.4. Mercado de capitais e crescimento económico ........................................ 34

1.3.5. Os desafios estratégicos do mercado de capitais angolano ..................... 35

1.3.6. O papel da BODIVA no fomento e desenvolvimento do mercado de


capitais................................................................................................................ 39

CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA UTILIZADA NA INVESTIGAÇÃO ........................... 41

2.1. Métodos estatísticos aplicado na investigação. .............................................. 42

2.1.1. O tamanho da mostra ............................................................................... 42

2.1.2. Análises de relação entre variáveis .......................................................... 42

2.1.3. Análises multivariadas .............................................................................. 44

2.2. Modelo de pesquisa. ....................................................................................... 44

2.3. Universo e amostra da pesquisa. .................................................................... 45

2.4. Sujeitos da pesquisa. ...................................................................................... 45

2.5. Técnica e instrumentos de investigação. ........................................................ 46

2.6. Compliance. Código de Conduta do Banco BIC ............................................. 46

CAPITULO 3 - CARACTERIZAÇÃO DO BANCO INTERNACIONAL DE CRÉDITO DE


ANGOLA E ANALISES E DISCUSÃO DOS RESULTADOS .................................... 65

3.1. Caracterização do Banco BIC de Angola. ....................................................... 65

3.1.1. Missão, Visão e Valores ........................................................................... 65

3.1.2. Órgãos Sociais do Banco BIC, SA ............................................................ 67

3.1.3. Número de agências. ................................................................................ 68

3.1.4. Caracterização da amostra. ...................................................................... 69

3.1.5. Distribuição dos participantes por género ................................................. 69

3.1.6. Distribuição dos funcionarios por faixa etária ........................................... 70

IX
3.1.7. Distribuição dos funcionarios por habilitações literárias /Académicas ...... 71

3.2. Análise e interpretação dos resultados .......................................................... 71

3.3. Analises dos resultados estatísticos ............................................................... 83

3.3.1. Análises multivariadas. ............................................................................. 86

3.3.2. Correlações. ............................................................................................. 87

CONCLUSÕES ......................................................................................................... 90

SUGESTÕES ............................................................................................................ 92

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 93

ANEXOS ..................................................................................................................... 1

X
INTRODUÇÃO

A presente dissertação tem como tema: Compliance no mercado de capitais (estudo


de caso : Empresa Banco BIC S.A.).
A questão da Governação Corporativa e do Compliance, constitui uma realidade
quase recente dentro do espectro econômico Angolano, não significa que antigamente
existia uma anarquia completa, mas sim que do ponto de vista jurídico e em
obediência as boas práticas internacionais, sobre esta matéria, Angola ainda
encontra-se no prelúdio e a dar os primeiros passos.
Neste sentido, quanto a Governação Corporativa e um maior controlo interno das
instituições financeiras, o BNA (Banco Nacional de Angola) foi pioneiro na abordagem
e regulação destas matérias, que versam sobre as políticas, práticas, estruturas
decisórias e procedimentos sobre a estrutura de capital, estratégia de negócios gestão
de risco, remuneração, prevenção e gestão de conflitos de interesses e transparência,
divulgação de informação por parte das instituições financeiras.
Relativamente ao Compliance antes do paradigma atual de governação já era visível
por parte das instituições financeiras a vontade de seguir as normas emanadas por
parte das autoridades de supervisão ainda que de uma forma “subjetiva”, todavia tem
sido notável o esforço por parte das instituições financeiras em ter um departamento
ligado ao Compliance muito por causa de imperativos emanados pelas autoridades
de supervisão.
Neste sentido os primeiros normativos sobre matérias de compliance no sistema
financeiro angolano registaram-se no mercado bancário, pois no quadro da Lei nº
34/11, de 12 de Dezembro (Lei Sobre o Branqueamento de Capitais e ao
Financiamento ao Terrorismo), O BNA exigiu que as instituições bancárias
integrassem na sua estrutura um departamento designado por Compliance
Officer responsável por comunicar com a Unidade de Informação Financeira (UIF) e
outras entidades competentes, sobre matérias ligadas ao Combate ao
Branqueamento de Capitais e Financiamento ao Terrorismo, incluindo o controlo
interno.
Face ao exposto e fruto dos últimos acontecimentos que Angola tem estado
atravessar, ligados a luta acerrada contra a corrupção e a impunidade, o novo modus
operandi da PGR, o branqueamento de capitais, o repatriamento de capitais, a
problemática das privatizações, o aumento do capital social mínimo por parte dos
bancos comerciais. Mais do que nunca a Problemática da Governação Corporativa e
do Compliance, de forma oportuna irão ganhar um protagonismo maior na mitigação
de potenciais riscos susceptíveis as mudanças que Angola está atravessar.
Funcionando não apenas como mecanismos de protecção dos investidores, e
atracção de investimentos, mas também como base para a construção de um sistema
financeiro organizado e disciplinado, assente nas boas práticas internacionais.
Formulação do problema
Considerando a situação que Angola tem estado atravessar, ligados a luta acerrada
contra a corrupção e a impunidade, o branqueamento de capitais, o repatriamento de
capitais, por parte dos bancos comerciais., apraz-nos apresentar o seguinte problema:
Qual é a situação do conhecimento e cumprimento de Compliance dos funcionários
no banco BIC S.A.?
Objectivo geral
Determinar o nível de conhecimento e cumprimento de Compliance dos funcionários
no banco BIC S.A
Objectivos específicos
1. Analisar os fundamentos teóricos – conceptuais relacionados com a
Compliance e o mercado de capitais.
2. Explicar os métodos, técnicas e ferramentas utilizadas na investigação,
assim como seu desenho metodológico.
3. Diagnosticar o estado de conhecimento e cumprimento de Compliance dos
funcionários no banco BIC S.A. nas Agencias do Município de Viana.

Importância do tema
Tendo em conta as frequentes notícias divulgadas, pela mídia em geral, de casos
relacionados às diversas formas de erros, fraudes e corrupções que estão expostas
às instituições financeiras. Assim, de forma a evitar e minimizar os efeitos destes atos,
que, em alguns casos, podem atingir a imagem da empresa gerando descredibilidade
e, em última instância, até a descontinuidade dos negócios e, com isso, sérios
reflexos na sociedade, as autoridades competentes buscam minimizar os diversos
riscos envolvidos através de leis e regulamentos. Nos últimos anos, devido aos
inúmeros escândalos, percebe-se uma evolução dessas legislações, o que
demonstra uma constante preocupação dos órgãos reguladores. Como consequência

2
disso, existe a necessidade de um acentuado aperfeiçoamento dos sistemas de
controles pelos profissionais de auditoria, compliance e controles internos.
Delimitação do tema
O tema que nos propusemos abordar é abrangente, pois, aborda “Compliance no
mercado de capitais”. Por esta razão, restringimos a nossa pesquisa à funcionários
no banco BIC S.A..
Limitação do tema
Cientes da nossa limitação no mundo do saber, erros involuntários surgirão nas
diversas fases da elaboração do estudo. No entanto, a investigação conhece algumas
limitações dentre as quais dificuldade no acesso à informação de interesse para se
desenvolver a presente dissertação.
Estrutura do trabalho
Para melhor compreensão, estruturamos o trabalho da seguinte forma:
No capítulo 1: Abordamos a fundamentação teórica, referente a elementos e função
de Compliance. Abandono das práticas de compliance e suas consequências,
relacionamento entre o compliance e as áreas de uma instituição. O mercado de
capitais, o mercado de capitais angolano, razões para a criação do mercado de
capitais angolano, funcione e instrumentos do mesmo. Mercado de capitais e
crescimento económico. Os desafios estratégicos do mercado de capitais angolano e
o papel da BODIVA no fomento e desenvolvimento do mercado de capitais.
No capítulo 2: Explicamos a metodologia seguida na investigação, abordando desde
o ponto de vista teórico os diferentes métodos, técnicas e ferramentas utilizadas no
desenvolvimento da dissertação, ou que aporte dá solidez a investigação científica.
No capítulo 3: Realçou-se a caracterização e diagnóstico do Banco BIC S.A., com
maior enfoque na sua Estrutura, Funcionalidade e Missão, Visão e Valores em
seguida a análise e discussão dos resultados obtidos no campo, explicando
primeiramente o inquérito, depois a avaliação dos resultados estatísticos.
No final são apresentadas as recomendações que pensamos serem pertinentes e as
conclusões a que chegamos, na expectativa de que estas impulsionem novas
pesquisas na área de Compliance nos bancos em Angola.

3
CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. Compliance

1.1.1. Elementos de Compliance

A maior preocupação das sociedades industrializadas, no começo do século XX, era


exclusivamente a busca pelo lucro. Quanto maior a procura pelos interesses
econômicos, maior seria a elevação da riqueza e do bem-estar geral. SANDEL (2012).
Desde o início do século passado, o mundo se deparava com organizações tais como
a de Al Capone (1899-1947), líder do crime organizado em Chicago, EUA. Acredita-
se que a actuação dele teria originado o termo “money laundering”. Al Capone
comprou uma rede de lavanderias, cujos serviços eram pagos com moedas e cédulas
de baixo valor, que se misturavam às oriundas de actividades ilícitas, como a venda
de bebidas alcoólicas na época da Lei Seca. Assim, era possível fazer depósito da
quantia arrecadada sem levantar maiores suspeitas. RIZZO (2013).
No entanto, houve uma mudança de paradigmas, em especial, com a quebra da Bolsa
de Valores de Nova Iorque de 1929, o que levou os atores da política norteamericana
a buscar mecanismos de reequilibrar o sistema. Aparece, então, a função de
Compliance. Em 1934, a SEC, agência regulatória do mercado de acções, foi criada
para coibir às actividades ilegais das empresas. DE CARLI (2012).
Em 1960, a figura do profissional de compliance (Compliance Officer) ganha força, e
a sua primordial função é dar efetivo cumprimento às leis e proteger os negócios dos
investidores. RIZZO (2013).
Com o escândalo Watergate, em 1974, teve início um gradual processo de ética nas
instituições e de combate à corrupção. MAEDA (2013). No plano empresarial, a
adoção de políticas de compliance, enquanto técnica mais apurada, difere do método
anterior (busca maior pelo lucro a qualquer preço, apesar de que diretrizes éticas eram
seguidas) em razão de os gestores terem condições de administrar processos, planos
e os códigos morais das organizações. COIMBRA e BINDER (2010).
De acordo com Silva (2012), essa organização mais ética do espaço econômico
decorre da percepção de que padrões de comportamento meramente oportunistas
terminam por ser insustentáveis. É o caso, por exemplo, do suborno e da corrupção
de agentes econômicos para obtenção ou renovação de contratos, a concessão de
licitações ou outras vantagens indevidas. O eventual ganho material imediato para
4
uma empresa que suborna é mais do que compensado, negativamente, se a prática
se generaliza com o efeito adverso sobre a alocação eficiente de recursos, decorrente
da distorção da livre concorrência provocada pelo alto suborno.
A partir dessa mudança de paradigmas, as organizações buscam meios de conduzir
seus gestores e colaboradores a inserir e praticar a ética diariamente no contexto
profissional, por meio de um conjunto de normas, técnicas e instrumentos. Dáse a
esse conjunto de práticas o nome de ética empresarial ou organizacional, “[...]que
envolve o conjunto de valores, princípios e fins que orientam o comportamento da
organização e compõem a sua cultura corporativa, influenciando as suas estratégias,
estrutura e decisões [...]”.COIMBRA e BINDER (2010).
Para dar condições de aplicação à ética empresarial, surge o compliance. O termo:
origina-se do verbo inglês to comply, que significa cumprir, executar, obedecer,
observar, satisfazer o que lhe foi imposto. Compliance é o dever de cumprir, de estar
em conformidade e fazer cumprir leis, diretrizes, regulamentos internos e externos,
buscando mitigar o risco atrelado à reputação e o risco legal/regulatório. COIMBRA
(2010).
Lima (2011), entende compliance como conformidade “de um novo campo que tem
vertentes jurídicas e administrativas importantes”. É preciso, portanto, entender as
necessidades de cada um dos campos, seja da realidade administrativa, seja do
direito, para atender satisfatoriamente os requisitos necessários. Já Maeda entende
como “os esforços adotados pela iniciativa privada para garantir o cumprimento de
exigências legais e regulamentares relacionadas às suas actividades e observar
princípios de ética e integridade corporativa”. MAEDA (2013).
Costa e Araújo (2014), explicam que o termo compliance estabeleceu-se, nos últimos
anos, como tema da moda no direito penal. Contudo, apesar de ter ganhado crescente
atenção da doutrina, não há, ainda, consenso sobre seu tratamento e suas
consequências no âmbito criminal. Sua aplicação nasceu no campo financeiro, no
qual, no Brasil, conta, por exemplo, com regras bastante específicas determinadas
pelo Banco Central, mas hoje acabou por expandir-se por diversos outros âmbitos da
actividade empresarial. Assim, o assunto passou a ocupar um espaço importante de
reflexão no campo do direito penal econômico.
Segundo Mosbacher (2013), o termo compliance, entretanto, difere da governança
corporativa. A governança corporativa é, de acordo com a CVM e com a BOVESPA,

5
um conjunto de práticas ou mecanismos que objectivam garantir a tomada coerente
de decisões, alinhadas com as visões da empresa, finalizando o desempenho delas.
Esse processo protege todos os participantes do mercado de capitais – sejam
acionistas, sejam stakeholders -, e necessita de transparência. Cabe lembrar que há
dois tipos essenciais de governança corporativa: o modelo shareholder, de origem
anglo-saxônica, cujo perfil é voltado ao interesse acionário e à multiplicação de lucros,
e o stakeholder, nipogermânico, cujos valores são mais abrangentes, incluindo
cuidados ambientais e sustentabilidade. SILVA (2012).
As ações perante a BOVESPA têm níveis diferenciados para o grau de confiabilidade
da governança corporativa. BM&F BOVESPA (2015).
O conceito trazido pelo IBGC revela que a governança corporativa: é o sistema pelo
qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre
accionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e
conselho fiscal. A governança corporativa é orientada pelos seguintes princípios:
transparência, equidade, prestação de contas e reponsabilidade corporativa. A
governança contribui para o aumento do valor da sociedade, a facilitação de seu
acesso ao capital e a contribuição para a perenidade da empresa.
Já o Compliance faz parte dos mecanismos internos da governança corporativa. Os
outros mecanismos incluem o controle accionário, o Conselho de Administração,
práticas transparentes, planeamento estratégico, auditoria interna. Os mecanismos
externos podem ser percebidos na monitoria do grau competitivo frente ao mercado,
a estrutura de capital, fiscalização dos agentes de mercado, protecção legal aos
investidores. SILVA (2012).
Nas palavras de Benedetti (2014), Na verdade, quando se fala em compliance,
automaticamente se quer referir aos sistemas de controles internos de uma instituição
que permitam esclarecer e dar segurança àquele que se utiliza de ativos econômico-
financeiros para gerenciar e prevenir a realização de eventuais operações ilegais, que
podem culminar em desfalques, não somente à instituição, como também, aos seus
clientes, investidores e fornecedores.
Já o risco de Compliance é entendido como risco legal de sanções regulatórias, de
perdas monetárias ou de abalo na reputação – consequência provável caso se deixe
de cumprir leis, regulamentos, convenções de mercado, padrões estabelecidos por

6
associações, códigos de conduta e práticas pautadas por boas condutas. BASEL
COMMITTEE ON BANKING SUPERVISION (2015).
O descumprimento ou as falhas podem estar relacionadas com o gerenciamento de
funções, conflitos de interesses, problemas na venda de produtos, políticas de
prevenção à lavagem de dinheiro. COIMBRA e BINDER (2010).
Para que exista um programa de Compliance, é necessário que existam preceitos
éticos. No entanto, eles não são apenas componentes de Compliance, mas a ética é
fundamental para que o programa possa surtir efeitos. A implantação de um programa
de Compliance envolve, fundamentalmente, a criação de códigos morais, ouvir o
posicionamento dos stakeholders, o enfrentamento das questões éticas,
investigações internas, e contínuo investimento em ética. Entende-se que ética e
Compliance são extremamente dependentes, “enquanto a ética pode ser o fim visado
pelas empresas, bem como o meio a ser observado em qualquer prática, o
Compliance oferece um caminho, reunindo métodos adequados para o perfil de cada
empresa”. COIMBRA e BINDER (2010).
O Compliance abrange não só o ordenamento jurídico local, em suas especificidades,
mas também, “[...]convenções internacionais, códigos de ética setoriais, códigos de
melhores práticas, políticas internas da organização e o código de ética ou de conduta
da organização”. COIMBRA e BINDER (2010).
Na mesma linha, há normas não-cogentes, que podem servir de base aos programas
de Compliance, como a: Norma AS 3806:2006. Essa norma envolve os princípios para
Compliance, como a existência de um grupo diretivo comprometido à individualização
e à aplicação das medidas regulatórias; a devida implementação e comprometimento
coletivo, bem como fazer uso de mecanismos de controle; realizar o constante
monitoramento e divulgação do programa de cada empresa, e trabalhar na melhoria
contínua, buscando a atualização. COIMBRA e BINDER (2010).
Além de regulamentações das próprias empresas e das normas de cada país, existem
princípios orientadores, normalmente direcionados a setores específicos, e.g.,
bancos, indústria química, indústria farmacêutica. Mesmo sendo voltados a
determinados segmentos, alguns grupos de princípios podem ser generalizados,
como os Princípios Orientadores do Comitê da Basileia para Instituições Financeiras.
COIMBRA e BINDER (2010).

7
Dessa forma, o programa de compliance precisa levar em conta as características da
organização, como o sector de actuação, a estrutura corporativa, a actividade, o país
onde as práticas acontecem, a cultura local, o ordenamento jurídico, bem como
qualquer outra circunstância específica que deva ser observada. O programa não é
estanque, mas os requisitos mínimos a se observar são iguais para todas as
empresas. Quanto ao aspecto sobre onde as práticas acontecem, o panorama ideal é
a adequação às necessidades locais, mas se deve ter cautela para não perder o fio
condutor do compliance da empresa. Há, ainda, necessidade de constante verificação
e actualização das normas de compliance, pois o entendimento das autoridades
quanto ao devido cumprimento legal pode mudar. COIMBRA e BINDER (2010).
Nesse ponto, em síntese, verifica-se que o histórico referente aos programas de
compliance, seus elementos, tanto éticos quanto relativos ao ordenamento jurídico, o
risco de compliance e a relação com stakeholders, além da influência de normas
estrangeiras são relevantes para compreender o compliance.

1.1.2. A Função de Compliance

Sabe-se que conduta íntegra e responsável das empresas é um problema mundial.


No contraponto, está a força pela governança corporativa, não só pela actuação
conforme as normas legais, mas o uso das melhores práticas e valores. A quebra de
uma regra envolve não só uma falha individual, mas uma falha da organização. A
busca por mecanismos de compliance envolve melhora na rentabilidade, redução de
custos e aumento da competitividade. Da mesma forma, esses mecanismos servem
como elemento coercitivo para cumprir normas e evitar corrupção. Segundo Coimbra
e Binder (2010): “[...] empresas precisam estar preparadas para ser transparentes,
responsáveis e para enfrentar o controle social”.
Acrescentam os mesmos autores: [...] do ponto de vista macro, não se pode perder
de vista que uma sociedade composta por organizações íntegras constitui-se uma
sociedade mais justa e harmoniosa, com maior respeito aos direitos individuais, com
menos corrupção e pobreza. Assim, o Compliance não protege apenas a organização
em si, mas a sociedade como um todo. Ademais, o respeito à lei é um dos pilares
centrais do Estado Democrático de Direito. A falta de integridade é factor de perda de
confiança nas organizações, afetando ainda a economia nacional.

8
Para que se entenda como aplicar Compliance, precisamos analisar sua definição. A
função de Compliance pode ser compreendida como: [...] uma função instituída nas
organizações que lhes assegura a aderência a regras legais, regulamentares, às
políticas internas e às boas práticas do mercado, evidentemente alinhadas aos
objetivos globais da organização. Funciona também como uma ferramenta
institucional para identificar riscos e, portanto, mitigá-los para evitar perdas financeiras
por sanções legais e regulatórias. RIZZO (2013).
Tornar as organizações íntegras não é tarefa fácil. É comum ver grandes empresas
envolvidas em escândalos como os casos da concordata da WorldCom, a situação da
Arthur Andersen, o caso Xerox, o Parmalat. COIMBRA e BINDER (2010).
A postura ética, a governança e a sustentabilidade, em geral, já fazem parte do
discurso das organizações, mas é preciso um esquema de Compliance para garantir
a coerência e aplicabilidade dessa postura:
Para a organização estar em Compliance, ela precisa colocar a questão no centro de
sua estratégia, como elemento formador da sua identidade, convertendo-o em política
e programa, criando uma infraestrutura e um ambiente de Compliance com o
compromisso da administração e dos colaboradores de respeito às normas.
COIMBRA e BINDER (2010).
É preciso lembrar que a simples implementação de programas de Compliance não é
capaz, per se, de tornar a empresa imune aos escândalos, crises e desvios
comportamentais de seus gestores e colaboradores. No entanto, a adoção desses
programas reduz consideravelmente os riscos, aprimora a fiscalização interna e
aumenta o rigor no combate a fraudes. O primeiro estímulo a adoção desses
programas veio das instituições financeiras, e posteriormente, estendeu-se a outros
setores, como o de telecomunicações e o farmacêutico, aplicando-se a todo tipo de
organização, “[...] tanto empresas e entidades do terceiro setor como entidades
públicas (pequenas ou grandes), empresas de capital aberto e empresas fechadas de
todas as regiões do mundo”. COIMBRA e BINDER (2010).
Em arquivo virtual, ABBI define a missão de compliance como: assegurar, em conjunto
com as demais áreas, a adequação, fortalecimento e o funcionamento do sistema de
controles internos da instituição, procurando mitigar os riscos de acordo com a
complexidade de seus negócios, bem como, disseminar a cultura de controles para
assegurar o cumprimento de leis e regulamentos existentes.

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O compliance está composto por elementos que pautam o programa ético da
empresa. Entre eles, está a integridade, que tanto é valor fundamental, como razão
de ser do programa de compliance. Em contraponto, o compliance é tido como
elemento central do sistema de integridade, ao mesmo tempo em que garante a
própria integridade. Aqui, a integridade funciona estabelecendo limites com base na
visão e na missão da empresa, alinhado com os interesses e responsabilidades.
COIMBRA e BINDER (2010).
As funções de compliance têm como foco a monitoria de actividades de risco e
prevenção das ações danosas. Essa fiscalização se dá pelo estabelecimento de
limites e actuação pela integridade. Uma vez estabelecidos os limites, a empresa
passa a actuar com uma identidade de governança, independente de quem estiver no
poder. Essa busca por uma identidade é possível porque as entidades não têm apenas
um objectivo específico para a personalidade jurídica, mas também “são também
entidades éticas, que se orientam segundo alguns valores, padrões e melhores
práticas [...]. Por isso, a maneira como as empresas são governadas passou a ser um
tema de interesse coletivo”. COIMBRA e BINDER (2010).
São considerados elementos essenciais para a garantia da função de compliance: o
suporte da equipe de liderança, levantamento e processamento dos dados sobre
riscos, adoção de políticas e controles internos, criação de canais de comunicação,
treinamento dos funcionários, auditoria. A empresa deve ser clara ao mostrar que o
cumprimento das normas é valor fundamental da empresa, inclusive as normas éticas.
MAEDA (2013).
Mais do que possuir mera previsão de realização de auditoria, é fundamental que os
contratos contenham cláusulas cuidadosamente revisadas e adequadas para o
sistema jurídico brasileiro, caso contrário a capacidade de conduzir auditoria com
acesso a documentos, informações e pessoas necessários para uma completa análise
de riscos poderá ser fortemente impactada. MAEDA (2013).
Ademais, é preciso averiguar, para que a função de compliance atinja o seu máximo,
que a empresa conheça e compreenda os setores de risco, tanto internamente quanto
externamente. Assim, é possível prever quais actividades ou comportamentos podem
expor a empresa a maiores consequências, e mitigar os danos sofridos:
Ao invés de aguardar que problemas ocorram para agir de forma reactiva, espera-se
que empresas ajam de forma preventiva com base na antecipação dos principais

10
problemas. Nesse sentido, é fundamental que o desenvolvimento de programas de
Compliance seja pautado por um exercício específico de mapeamento e análise de
riscos. A importância deste ponto é destacada expressamente em todas as principais
referências internacionais sobre programas de Compliance. [...]. Em casos recentes
nos Estados Unidos, também é possível observar a menção à análise de risco como
um dos pilares centrais para a criação e implementação de um programa de
Compliance efetivo. MAEDA (2013).
Quanto aos riscos externos, deve-se levar em consideração: os riscos específicos de
cada sector de actuação, pois há riscos diferentes e medidas distintas que devem ser
adotadas para evitar os riscos; o ambiente regulatório e o risco de corrupção – que é
diferente em cada região ou país –, valendo-se de publicações internacionais, como
as da Transparência Internacional, e a percepção dos empregados da empresa e
consultas locais; o grau de envolvimento da empresa com actividades públicas
(governo, empresas públicas); a interação da empresa com órgãos públicos (para
obtenção de autorizações, registros, licenças, importação e exportação de produtos),
e os riscos locais; o tipo de negócio da empresa, o uso de serviços terceirizados e a
interação destes com o governo, em distribuição, consultoria, prestação de serviços
ou até mesmo vendas; o uso de brindes, presentes, gastos com hospitalidade e
viagens, contribuições políticas, doações, patrocínios, extorsão e propina. MAEDA
(2013).
Ademais, o Compliance tem por objetivo criar uma organização, de identidade comum,
de interdependência entre os membros e um estado de ordem. É uma decorrência e
um a exigência do Estado Democrático de Direito, em razão deste ser pautado por
normas influenciadas por seus valores fundamentais, garantindo direitos individuais e
pondo limites à vida em sociedade, inclusive no âmbito econômico. COIMBRA e
BINDER (2010).
Entendem Coimbra e Binder (2010), que: O primeiro compromisso ético dos cidadãos,
inclusive das organizações, entre as quais se incluem as empresas (cidadania
empresarial), reside no cumprimento da lei. Não simplesmente para evitar a imposição
de alguma sanção, mas como um dever cívico. A cidadania não se compõe apenas
por um conjunto de direitos, mas também por uma série de deveres, dentre eles o de
seguir as determinações legais e o de pagar impostos. É a chamada ética da
legalidade. O compromisso ético das organizações não se esgota na obediência às

11
leis, mas começa no respeito por esse “mínimo ético”. As normas são produtos da
ação democrática dos parlamentos e um mecanismo para equilibrar o interesse
privado com o interesse público”.
Além das funções protetivas de identidade da empresa, e de imposição da ética
corporativa, o compliance é visto como um pilar da governança corporativa, por
fortalecer o respeito às regras e por mitigar riscos. Assim, evita-se a violação das
normas e desgastes desnecessários – inclusive acções civis ou criminais. Essa busca
por padrões éticos acaba por antecipar a conduta da empresa em futuras regulações.
Dessa forma, o compliance reduz gastos logísticos e o tempo de resposta a um
problema, porque os riscos são mais visíveis a quem estiver atuando na gestão da
empresa. A busca por ética vai além dos limites físicos da empresa: a instituição acaba
se envolvendo com causas ambientais e sociais, cumprindo padrões de
responsabilidade ambiental, e tendo real envolvimento em projectos sociais.
COIMBRA e BINDER (2010).
De acordo com Benedetti (2014), “Como resultado, há um aumento na possibilidade
de sucesso da empresa, o que beneficia todos (directores e colaboradores de maneira
geral), bem como o consumidor, que representa, neste contexto, a sociedade”.
No entanto, o compliance deixará de existir se os riscos, sejam gerados, sejam
previstos, não tiverem tratamento adequado. Cabe lembrar que o programa de
compliance deve ser um facilitador das relações dentro da organização, nunca um
problema burocratizador. Do contrário, o programa não cumprirá a sua função.
ALMEIDA DOS SANTOS (2011).
De acordo com Rizzo (2013), “Compliance caminha ao lado da governança
corporativa e da gestão de riscos, e é bem difícil considerar um sem o outro, já que
são ligados no conceito e na prática”. Almeida dos Santos adverte para “a
impossibilidade [do uso] de supersistemas de controle como instrumento para sanar
a corrupção. A prática de compliance, no entanto, contribui para o enfrentamento do
problema”.
Nas palavras de Rizzo (2013), “[...] Compliance não é simplesmente o cumprimento
das leis e regulamentações, é principalmente um meio de agregar valor à marca
institucional protegendo o que lhe é mais caro: a reputação”. O sucesso do programa
de compliance depende da verificação se todos aqueles que devem cumpri-lo estão

12
agindo de acordo com o esperado, além da atuação rigorosa e precisa em caso de
falha ou de descumprimento das normas.
Da mesma forma que os demais componentes do programa de Compliance
anticorrupção, também o monitoramento e a auditoria devem ser implementados
proporcionalmente em razão dos riscos da empresa. Nesse sentido, espera-se que o
monitoramento seja mais fortemente exercido com relação às áreas que apresentam
maior nível de exposição a violações. O mesmo se aplica a auditorias, que devem ser
conduzidas de forma mais frequente em mercados, regiões e assuntos mais
suscetíveis a práticas ilícitas. Além de permitir a comunicação de denúncias por
empregados, canais de comunicação também devem permitir o recebimento de
informações, de modo confidencial, por terceiros e parceiros comerciais. Ao receber
denúncias ou tomar conhecimento de suspeitas de condutas ilícitas, a empresa deve
responder rapidamente para investigar os factos e adotar medidas disciplinares
proporcionais, que podem incluir o desligamento de empregados ou a rescisão de
contratos com parceiros comerciais. Além disso, vale mencionar que um dos fatores
centrais para a credibilidade de qualquer investigação interna é a imediata
preservação de possíveis fontes de evidência e documentos, inclusive eletrônicos, o
que ressalta a importância de ação ágil por parte da empresa em casos de suspeitas
de irregularidades. Outra medida para aumentar as chances de que a empresa
detecte possíveis violações de legislações de anticorrupção ou outras questões éticas
se refere à inclusão de um componente focado em tais questões em entrevistas de
desligamento de empregados (se não todos, ao menos de empregados em
determinadas funções ou posições de maior risco). Ao passo que muitos empregados
poderão relutar em comunicar violações durante o curso de seus vínculos com a
empresa, a probabilidade de que estejam dispostos a fazê-lo no momento de sua
saída da empresa será, via de regra, maior. Obviamente, determinadas precauções
devem ser tomadas para endereçar outros riscos para a empresa, especialmente na
esfera trabalhista, sendo importante que tal componente de entrevistas de
desligamento seja conduzido por profissionais devidamente treinados. MAEDA
(2013).

13
1.1.3. Abandono das práticas de compliance e suas consequências

O abandono das práticas de compliance acarreta diversas consequências. Pode-se


enumerar os danos à reputação da marca, dos funcionários, sanções criminais, civis
e administrativas, cassação de licença de operação, como no caso dos bancos,
multas, encargos legais, punições cada vez mais severas e até mesmo dificuldade de
convívio no ambiente de trabalho. Valer-se do compliance previne responsabilizações
civis e criminais dos gestores e proprietários. Entendem Coimbra e Binder (2010), que,
por ser o compliance um dever ético, ele deve ser cumprido independentemente de
compensação financeira, já que “as boas práticas trazem recompensa para toda a
sociedade”.
Quando o compliance é descumprido, há dificuldade no mercado para atrair
investidores e manter os clientes, já que a reputação da empresa fica comprometida.
É por meio de regras objectivas que se oportuniza a quem procura a organização a
chance de escolher qual é melhor forma de manter a reputação, usando de boas
práticas, ou seja, fair play. Em caso de non-compliance, os danos atingem também a
coletividade (e.g., dano ambiental e reputação econômica) e várias pessoas,
individualmente (lesão ao investidor). Até o próprio direito, se não aplicar as sanções
adequadas, prejudica a confiança e a segurança jurídica. De um modo geral, a
corrupção e o desrespeito ao compliance causam a má-alocação de recursos.
COIMBRA e BINDER (2010).
Maeda (2013), aponta que: Nos últimos anos, o tema Compliance, especialmente em
matéria de anticorrupção, tem figurado no topo da lista de prioridades de grande parte
das empresas, particularmente daquelas com operações multinacionais.
Investimentos significativos têm sido realizados no desenvolvimento de estruturas e
programas de Compliance voltados à prevenção e à detecção de desvios de conduta,
bem como na remediação de eventuais problemas identificados. [...]. A simples
comunicação ao mercado de que uma empresa está em processo de investigação ou
colaborando com as autoridades na apuração de possíveis violações de legislações
anticorrupção gera efeitos imediatos no valor das ações da empresa.
Alertam os autores Coimbra e Binder (2010), quanto à atração de investimentos: Os
investidores internacionais escolhem onde investir pelo grau de corrupção do país.
Não basta ser um país economicamente estável, se for desprovido de padrões de

14
conduta ética. A qualidade ética de um país é fundamental para o desenvolvimento
dos negócios (fator de atração e manutenção dos investidores).
As empresas são analisadas tanto pelo perfil técnico quanto pela postura na estrutura
de mercado. Isso significa que as empresas com má-reputação não são bem vistas
pelos investidores. Elas aparentam ser inseguras, e cresce a desconfiança em torno
do negócio. O non-compliance, que envolve corrupção, fraude, violação de regras de
concorrência, encarece o negócio e inviabiliza o investimento. COIMBRA e BINDER
(2010).
Outra consequência envolve o ambiente regulatório, que também é influenciado pela
falta de compliance, porque as empresas começam a ser comparadas entre si. Em
alguns sectores, há um compliance específico para o negócio desenvolvido, para
equilibrar as situações de mercado. “O cumprimento de normas é indispensável para
a equidade nas relações da organização com seus stakeholders e para um
comportamento responsável da organização e de seus dirigentes”. COIMBRA e
BINDER (2010).
Em contraponto, o cumprimento do Compliance torna a empresa mais convidativa aos
investimentos, inclusive de possíveis sócios minoritários, por ser mais segura e
previsível. A imagem da empresa confere maior credibilidade ao negócio quando
amparada pelas regras de compliance, uma vez que seus actos são transparentes e
passíveis de fiscalização dos actos por órgãos de controle, tanto externos como
internos. Ademais, o fato de existir transparência dentro da empresa já propõe uma
espécie de filtro aos stakeholders: só investem aqueles que realmente se alinham à
política da companhia. No entanto, o desequilíbrio trazido pela falta de compliance
acarreta prejuízos de gestão e de desempenho, fragilização da imagem dos gestores
e da marca, desconfiança, insegurança, instabilidade decisória, tratamento desigual
entre stakeholders e accionistas, e até dúvida quanto à viabilidade do negócio.
COIMBRA e BINDER (2010).
Aclaram Coimbra e Binder que: “[...] o compliance é um aliado do princípio de
transparência. A transparência e o controle atento da gestão evitam o risco de
ocorrência de fraudes (causas de grandes prejuízos financeiros e de imagem). A
preocupação com a mitigação de riscos torna a organização mais consciente dos
prejuízos que pode sofrer e contribui para que ela tome as melhores decisões”.

15
Além disso, o cumprimento de regras de compliance: reduz o custo das negociações
comerciais e com o governo, atrai investidores e doadores de recursos com orientação
ética, atrai e retém profissionais com fortes princípios morais, promove vantagem
competitiva em relação a clientes/consumidores eticamente engajados, orienta para a
redução de sanções legais em jurisdições como EUA e Itália, aumenta a credibilidade
dos negócios, e influencia futuras leis e regulamentações. Se existir corrupção, pode
ensejar processo criminal e responsabilidade administrativa, proibição de participação
em processos de licitação nacionais e internacionais, danos à reputação, à marca e à
acção da organização, censura regulatória, custo de acção corretiva e eventuais
multas, perda de oportunidades de negociações em mercados corrompidos, aumento
da magnitude da corrupção e políticas regulamentadoras mais duras e rígidas
internacional, regional e nacional. COIMBRA e BINDER (2010).
Dessa forma, a implantação de programa de Compliance pode ensejar até a redução
da penalidade das companhias. Em oposição, a falta do programa acarreta problemas
à imagem da empresa, à sua reputação, a possível responsabilização civil e criminal
de seus agentes, quebras de relacionamentos com clientes e fornecedores, e até a
ruína da empresa. Há, inclusive, uma proposta de criação de um selo ético pela CGU
para as empresas que adotarem práticas de boa governança e aplicarem de forma
efetiva os requisitos de compliance. BASILE (2013).

1.1.4. Relacionamento entre o compliance e as áreas de uma instituição

A seguir se tem a intenção de demonstrar os pontos de intersecção entre o compliance


e as diversas áreas, assim como suas responsabilidades. Esse somatório de esforços
é o caminho para o atingimento de uma cultura de compliance na instituição.
A International Organization of Securities – IOSCO, em documento de outubro de
2003, “The Function of Compliance – Study on what the Regulations of the Member’s
Furisdictions Provide for the Function of Compliance Officer”, identifica o Compliance
Officer como o agente responsável por aconselhar todas as linhas de negócios da
instituição, bem como todas as áreas de suporte, no que diz respeito à regulação e às
políticas corporativas aplicáveis à indústria em que actua a organização, sempre
zelando pelos mais altos padrões éticos de comportamento comercial. Além disso, o
compliance coordena, com outras áreas de controle, a efectiva comunicação com
reguladores e facilita a estruturação de produtos, o desenvolvimento de negócios,

16
buscando encontrar soluções criativas e inovadoras para questões tanto regulatórias
como internas.

1.1.4.1. Alta Administração

É imprescindível que haja o comprometimento da Alta Administração da instituição


com as atividades de Compliance, pois esse relacionamento valida todo o trabalho de
Compliance. A Alta Administração deverá acompanhar periodicamente o programa de
Compliance implementado na instituição que – juntamente com um sistema de
Controles Internos adequado à estratégia de negócios adotada – maximizará o retorno
do investimento, proporcionará segurança ao ambiente operacional e maior
confiabilidade na instituição. Devido a esse suporte, a área de Compliance, ganha
adequada estrutura administrativa de apoio, independência funcional e respeito para
evitar conflitos de interesses e assegurar a isenta e atenta leitura dos factos, buscando
conformidade por meio de acções preventivas e correctivas. (CANDELORO, RIZZO E
PINHO, 2012)
Ainda segundo Candeloro, Rizzo e Pinho (2012) a prática, e a disseminação, da ética
e integridade nos negócios, pela Alta Administração, ditará o padrão de
comportamento desejado que, indo além do cumprimento de leis e regulamentos,
construirá a cultura organizacional.

1.1.4.2. Auditoria Interna

Segundo Coimbra e Manzi (2010), conforme conceito do IIA – Institute of Internal


Auditors, dos EUA, a auditoria interna é uma atividade independente, de avaliação
objetiva e de consultoria, destinada a acrescentar valor e melhorar as operações de
uma organização. A auditoria interna assiste a organização na consecução dos seus
objectivos, mediante uma abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação da
eficácia da gestão de risco, do controle e dos processos de governança.
As actividades desenvolvidas pelo compliance e auditoria são complementares. A
auditoria interna efectua os seus trabalhos de forma aleatória e periódica, por meio de
amostragens, a fim de certificar o cumprimento das normas e processos instituídos
pela Alta Administração, bem como a eficácia dos controles.
O compliance, por sua vez, executa as suas actividades de forma rotineira e
permanente, sendo responsável por monitorar e assegurar que as diversas áreas e

17
unidades da organização estejam em conformidade com a regulação aplicável ao
negócio. O compliance dedica, igualmente, grande parte dos seus esforços com
actividades de comunicação e treinamento, com vistas à criação de uma cultura de
compliance.
Essas áreas contribuem para a identificação de fragilidades nos controles internos e
promovem uma cultura de correção dos pontos de não conformidade, por meio de
reporte para a Alta Administração. O compliance engloba o acompanhamento dos
pontos falhos identificados na auditoria até a sua regularização, configurando essa
uma das interseções das duas áreas.
O compliance faz parte da cultura organizacional, podendo executar processos e
implantar controles. Ao contrário da auditoria, responsável por avaliar a estrutura de
controles internos, devendo, assim, não se envolver na execução de processos e na
definição de controles. Portanto, a área de compliance, assim como as demais
unidades da organização, devem ser objectos de avaliação da auditoria interna.
Por meio da auditoria do compliance, é possível avaliar se a função foi estruturada de
acordo com o porte da organização, se há independência para que a área desenvolva
um trabalho preventivo de identificação de possíveis não conformidades. E,
principalmente, avaliar se as demais áreas da organização estão assumindo as suas
responsabilidades em relação ao compliance.

1.1.4.3. Gestão de Riscos

O Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO),


editou, em setembro de 2004, um documento intitulado Iniciativas de Gerenciamento
de Risco – Estrutura Integrada (“Enterprise Risk Management – Integrated
Framework”), cujo foco é o gerenciamento do risco. Este documento pode e deve ser
aplicado às instituições financeiras como ferramenta para o gerenciamento dos riscos
associados às suas operações. Desse modo, pode diminuir perdas potenciais. Sabe-
se que é necessária a existência de uma robusta estrutura para efetivamente
identificar, avaliar e gerenciar riscos.
Segundo Coimbra e Manzi (2010), nos últimos anos, as organizações têm efectuado
enorme investimento em estruturas de gerenciamento de riscos corporativos.
Contudo, determinados riscos ainda não são cobertos, como por exemplo, os de

18
conformidade (riscos de sanções legais ou regulamentares, perdas financeiras ou
reputacionais decorrentes da falta de cumprimento de disposições legais etc).
Ainda segundo Coimbra e Manzi (2010), a implementação de um programa de análise
dos riscos de conformidade assegura de forma eficiente à alocação de recursos de
compliance em áreas de maior risco. Uma adequada gestão de risco de compliance
pode incluir, não somente as transações diárias das operações da organização, mas
também os níveis de conformidade dos sistemas, processos, pessoas com as políticas
e procedimentos internos e externos.

1.1.4.4. Controle Interno

Segundo Coimbra e Manzi (2010), a estruturação da área de controles internos tem


como objectivos:
 Optimizar os processos internos das organizações, com objectivos de buscar
alternativas viáveis para a redução de custos e aumento de receitas;
 Desenvolver e implantar processos, para atender aos objectivos de negócios
da organização;
 Adotar critérios de medição de resultados baseados em resultados concretos e
na identificação de vantagens competitivas;
 Avaliar o nível de exposição aos riscos dos processos e os respectivos
controles existentes, apontando eventuais melhorias nos controles de forma
que os riscos estejam devidamente minimizados e gerenciados; e
 Racionalizar processos, visando eliminar eventuais duplicidades, retrabalhos e
actividades improdutivas bem como oportunidades de automatização.
Ainda segundo Coimbra e Manzi (2010), como resultados esperados de um sistema
de controles internos, podemos citar os seguintes:
 Diminuir a possibilidade de danos na reputação de uma organização;
 Assegurar que a instituição está cumprindo as leis e regulamentações;
 Garantir a salvaguarda dos bens, exatidão e fidedignidade dos registros;
 Manter a exposição aos riscos, conforme os limites aceitos pela organização.
Em linhas gerais, a função de compliance envolve a avaliação de que todas as normas,
procedimentos, controles e registros que compõem o ambiente de controles internos
estão funcionando adequadamente para minimizar os riscos das atividades exercidas

19
pelas organizações, enquanto isso a área de controles internos abrangem sistemas,
processos, procedimentos, pessoas e tecnologia.

1.1.4.5. Jurídico

Segundo Candeloro, Rizzo e Pinho (2012), em algumas instituições, compliance e


Jurídico encontram-se sob a mesma diretoria, uma vez que o perfil dos profissionais
que desempenham as duas funções é muito semelhante; porém, o Jurídico administra
risco legal e não risco de Compliance. O Departamento Jurídico define a roupagem
por meio da qual o negócio pode ser conduzido, dentro do arcabouço regulatório do
país onde a actividade se desenvolve. Embora as duas áreas tenham como função
principal fazer com que a instituição cumpra normas, sejam elas estabelecidas pela
administração, pelos órgãos reguladores ou pelas leis do judiciário vigentes no país,
o compliance tem uma área de actuação mais ampla, incluindo o Código de Ética,
melhores práticas e demandas internacionais.
Ainda conforme Candeloro, Rizzo e Pinho (2012), algumas funções podem ser
extremamente antagônicas, o que gera um grande potencial de conflito de interesses.
O Jurídico funciona como órgão consultivo da instituição e, no intuito de viabilizar
negócios, pode flexibilizar o entendimento de determinada lei. Já o compliance tem a
função de zelar pela completa observância das leis, para evitar riscos de sanções e
processos judiciais. Além disso, o compliance pode vetar um determinado acto que,
mesmo legal no sentido jurídico, pode ir contra os valores éticos da instituição. Por
exemplo, uma instituição financeira pode optar por não financiar uma empresa que
potencialmente cause danos ao meio ambiente e que, sob o aspecto jurídico, poderia
ser aceitável. Assim, há uma tendência que essas áreas se complementem, mas sem
ligação hierárquica, mesmo porque, o Jurídico não tem a independência funcional
necessária à função de compliance.

1.1.4.6. Área Comercial

A área comercial pode se beneficiar da actuação de Compliance tanto no suporte às


decisões operacionais e estratégicas como na consultoria permanente com relação à
conformidade das operações. A actuação do Compliance pode, também, prevenir os
integrantes da área comercial de sofrerem penalidades aplicáveis pelos reguladores,
autorreguladores ou pela própria instituição, no caso da inobservância involuntária das

20
normas, regulamentos e até das políticas internas. Outra actividade importante que o
Compliance desenvolve com a área de negócios, embora a responsabilidade recaia
inteiramente sobre o gerente de relacionamento, é o suporte na condução do processo
“Conheça seu Cliente”, que é de fundamental importância na prevenção à lavagem de
dinheiro. CANDELORO, RIZZO e PINHO. (2012).

1.1.4.7. Recursos Humanos

Faz parte das responsabilidades do Compliance o aculturamento à missão, visão e


valores determinados pela instituição. Além disso, o Código de Ética e as melhores
práticas também devem estar instituídos em todos os níveis hierárquicos, sem
distinção entre as funções. A área de Recursos Humanos tem a responsabilidade de
garantir a adesão de todos ao Código de Ética, sejam funcionários, temporários ou
terceirizados. Esse comprometimento é obtido através de treinamentos específicos
presenciais ou e-learnings. A organização dos treinamentos de Compliance
necessitará do apoio e da condução da logística pela área de Recursos Humanos,
que normalmente se encarrega do controle de participação dos funcionários e ainda
assegura que todos passem pelos treinamentos obrigatórios. CANDELORO, RIZZO e
PINHO (2012).

1.1.4.8. Órgãos Reguladores, Autorreguladores e Associações de Classe

Segundo Candeloro, Rizzo e Pinho (2012), parcerias e relacionamentos externos são


vitais para o bom desempenho das actividades do compliance. Auditores externos,
órgãos reguladores e de fiscalização, autorreguladores, associações de classe e
comissões de compliance são, em alguns casos, factores determinantes para a boa
solução de conflitos que podem surgir no exercício da actividade, actuando como
consultores e orientadores.
Outro factor importante é estabelecer o compliance como ponto focal e canalizador de
entradas e saídas de informações e demandas regulatórias e autorregulatórias, o que
propicia uma comunicação interna coordenada, efectiva e consistente, evitando falha
no cumprimento das solicitações externas, incorreto tratamento de informações
confidenciais e ausência dos devidos retornos, tanto para a auditoria interna, quanto
para os próprios reguladores ou autorreguladores. O compliance terá maior chance
de sucesso à medida que, entre outras qualidades, consiga conhecer e compreender

21
os órgãos reguladores e autorreguladores. Estando familiarizado com os objectivos,
poderes e funções desses organismos, o compliance conseguirá estabelecer uma
relação apropriada com todos, por vezes até estreita e de confiança e cooperação
plena. O relacionamento próximo será evidência de uma cultura e ambiente de
compliance saudáveis.
O regulador e o autorregulador precisam perceber que há uma vontade real da
instituição de estar em conformidade, e que esse desejo não é somente da área de
compliance, em si, mas também da Alta Administração e, consequentemente, de todo
o corpo funcional da instituição.

1.2. Mercado de capitais

O termo ‘mercado financeiro’ pode ser cindido para se criar dois tipos: o mercado
financeiro em sentido estrito e o Mercado de Capitais. No primeiro, a canalização e
mobilização dos recursos financeiros são efetivados por um intermediário financeiro,
que se posta entre o investidor e o beneficiário do investimento, sendo papéis típicos
das instituições bancárias, que captam valores junto aos clientes e emprestam a
terceiros, mediante remuneração. Já no Mercado de Capitais a relação de
financiamento se estabelece de maneira direita entre o prestador de recursos e o
beneficiário. YAZBEK (2007).
Se por um lado as Sociedades Anônimas foram uma grande mola propulsora do
desenvolvimento da indústria, por outro, o Mercado de Capitais, ao gerar recursos
para investimento nas empresas, representou, também, enorme factor de
desenvolvimento empresarial.
O termo ‘mercado’ pode ser utilizado em diversos contextos e nos seus mais variados
significados. No entanto, nos interessa aqui tratar de mercado como sendo o “lócus
abstrato em que ocorre a formação de preço a partir da contraposição entre oferta e
demanda, sem maiores considerações de cunho institucional”. YAZBEK (2007).
Mercado deve ser entendido como o local onde se encontram fornecedores e
consumidores, oferta e demanda, cada qual visando atender seus interesses, ou
mesmo interesses de terceiros. Suas funções primordiais são as de determinar
preços, realizar negócios, balizar a demanda e a procura, com vistas a promover o
equilíbrio na economia. Por meio do mercado, os fornecedores decidem quanto e

22
quando produzir, com vistas a atender às demandas dos consumidores, que definem
quanto e quando comprar, caso o preço lhes seja interessante. PINHEIRO (2006).
Grau E. (2006), entende que “os mercados são instituições jurídicas”, deixando de
significar exclusivamente o lugar onde são praticadas relações de troca, passando,
também a expressar um projecto político, como “princípio de organização social” e
comenta: Antes, porém, o mercado deve ser compreendido, qual observa Avelãs
Nunes, como ‘uma instituição social, um produto da história, uma criação histórica da
humanidade (correspondente a determinadas circunstâncias econômicas, sociais,
políticas e ideológicas), que veio servir (e serve) os interesses de uns (mas não os
interesses de todos), uma instituição política destinada a regular e a manter
determinadas estruturas de poder que asseguram a prevalência dos interesses de
certos grupos sobre os interesses de outros grupos sociais’. Neste sentido, tanto o
Estado como o mercado são espaços ocupados pelo poder social, entendido o poder
político nada mais do que como uma certa forma daquele.
Para um correto e equilibrado funcionamento do mercado há que haver concorrência
entre os agentes nele atuantes, necessitando, portanto, de um certo número de
produtores e consumidores, que ajam de forma independente e provoquem a disputa,
não podendo, nenhum deles possuir poder de mercado, ou seja, não possam
determinar, de forma unilateral, condições, preços, entre outros, dos produtos
comercializados, por exemplo. A concorrência é fundamental para a melhoria na
eficiência dos agentes do mercado, gerando o bem estar social. Há que haver,
também, liberdade para ingresso e saída do mercado, por parte daqueles que nele
atuam.
O risco é ínsito ao mercado, provocando temores que abalam os empresários, os
empreendedores, e também, os investidores. Há o medo da concorrência, das crises
do comércio mundial, surgimento de novos produtos e novas tecnologias, erros de
gestão por parte dos empresários, fenômenos da natureza como secas, chuvas em
excesso, terremotos, entre outros, greves, intervenções estatais. Os assalariados
também são atingidos por esses temores, só que, neste caso, o medo é de perder o
emprego, deixar de ser produtivo, ser substituído por outro funcionário ou mesmo por
máquinas. Por fim, os consumidores, ficam receosos de serem ludibriados, fraudados,
mal-atendidos, manipulados. GRAU (2006).

23
No Mercado de Capitais são realizadas usualmente operações de médio e longo
prazo, sendo que os principais títulos negociados são as acções (representam parte
do capital das empresas), as debêntures e os bônus de subscrição, dentre outros. É
um mercado de risco, como já informado, onde o investidor, por exemplo, aposta no
crescimento e no lucro da empresa da qual é accionista visando, com isso, a
valorização de suas acções, obtendo, assim, rendimentos.
A combinação de operações de crédito com a emissão de acções resulta na estrutura
de capital de uma empresa. Uma eficiente administração procura viabilizar volumes
de capitais de terceiros (empréstimos) e próprio (participação) de maneira que,
reduzindo o custo do primeiro, viabilize os projectos de investimentos da empresa, os
quais, com os resultados gerados, permitem optimizar o retorno do capital próprio.
GRAU (2006).
A expressão “Mercado de Capitais” é usualmente empregada como denominação
para os diferentes segmentos do mercado de investimento de capitais. “Capital” aqui
se refere a um activo gerador de rendimento, podendo existir na forma de dinheiro ou
valores mobiliários, conhecidos como capitais financeiros. KUMPEL (2007).
O crescimento e desenvolvimento do Mercado de Capitais estão directamente ligados
ao processo de desenvolvimento econômico de um país, ao mesmo tempo em que
contribui, fundamentalmente, para esse desenvolvimento através, por exemplo, da
geração de novos empregos e renda. Através deste mercado, as empresas obtêm
recursos financeiros para financiar seus projectos de desenvolvimento.
O mercado de capitais assume papel dos mais relevantes no processo de
desenvolvimento econômico. É o grande municiador de recursos permanentes para a
economia, em virtude da ligação que efectua entre os que têm capacidade de
poupança, ou seja, os investidores, e aqueles carentes de recursos de longo prazo,
ou seja, que apresentam déficit de investimento. ASSAF NETO (2001).
As empresas, quando necessitam de recursos financeiros, podem recorrer ao
Mercado de Capitais através da negociação de seus títulos e valores mobiliários.
Aqueles que dispõem de recursos financeiros para aplicar poderão recorrer ao
Mercado de Capitais para promover a aquisição destes títulos e valores mobiliários.
Assim, este mercado é composto, basicamente, daqueles que precisam captar
recursos financeiros e daqueles que têm esses recursos a oferecer.

24
Muitos países, e dentre eles o Brasil, têm procurado, nas últimas décadas, estimular
o financiamento das actividades empresariais e o desenvolvimento da actividade
econômica por meio de captação de recursos junto ao mercado de valores
mobiliários, por meio da abertura do capital das empresas. Tal modelo de
financiamento é menos dispendioso para as empresas do que a forma, até então
tradicional, de financiamento obtidos junto às instituições bancárias.
A abertura de capitais apresenta, também, outras vantagens aos accionistas, porque
pode gerar a maximização do valor do bloco de acções de controle da sociedade,
repartição de riscos do empreendimento com o investidor, possibilidade de vender
suas participações no mercado, entre outros.
São características fundamentais do Mercado de Capitais o seu dinamismo e a
liquidez das aplicações, tendo em vista que os títulos adquiridos podem ser vendidos
a qualquer momento neste mesmo mercado. A competitividade global também
contribuiu, e ainda tem contribuído, para o aumento da importância dos mercados de
capitais para as economias em geral.
O Mercado de Capitais organizado permite ao investidor uma série de possibilidades,
como a conversão de activos líquidos em investimentos fixos, ou seja, permite ao
poupador aplicar suas economias no Mercado de Capitais e, por sua vez, a empresa
poderá utilizar esse dinheiro em investimento directo na compra de equipamentos, por
exemplo. Ocorre, ainda, no Mercado de Capitais, a soma de pequenos e pulverizados
investimentos que juntos se transformam em grandes investimentos de capital nas
empresas.
O aumento dos níveis de confiabilidade e confiança no Mercado de Capitais fez com
que ele assumisse, com o passar do tempo, papel relevante na capitalização das
empresas. Não há como se negar a grande vantagem às empresas em se obter
recursos financeiros por meio de lançamento de acções no Mercado de Capitais em
relação aos empréstimos bancários, em vista da cobrança, pelos bancos, de taxas
elevadas de juros.
Esse Mercado de Capitais convenientemente estruturado, administrado e protegido
mostra-se de grande importância, também, na função de tornar dinâmica as
transferências e actividades referentes à poupança e às amplas possibilidades e
oportunidades de investimento. De inegável importância dentro deste contexto é a
questão da transparência, uma vez que todas as informações relevantes que possam

25
influir no ânimo do investidor, possibilitando que os ofertadores e demandadores
estejam mais bem informados, devem ser imediatamente comunicadas.
A captação de recursos no mercado de acções é muito menos onerosa, sob todos os
aspectos, e permite a diluição dos riscos da empresa que os partilha com o mercado
investidor, sem onerar o preço final do produto ou serviço, o que contribui para o
aumento de sua competitividade, factor de suma importância na economia
globalizada. SOUZA (2005).

1.3. O mercado de capitais angolano

Embora tenhamos dito alguma coisa a respeito do mercado de capitais, numa ou


noutra ocasião ao longo dos capítulos que antecederam a este, importa reforçar que
o mercado de capitais angolano encontra-se dentro sistema financeiro angolano, mais
concretamente dentro do mercado financeiro e está sob supervisão da CMC.
Para compreendermos o mercado de capitais angolano é imperioso a apresentação
das razões que estiveram na base da criação deste espaço onde os instrumentos de
investimentos e cobertura de risco são transaccionados.

1.3.1. Razões para a criação do mercado de capitais angolano

Os agentes económicos sobretudo as famílias, as empresas e o governo, enquanto


agentes deficitários precisam dos agentes excedentários para poderem ver
materializadas as suas necessidades quer de investimento quer de financiamentos do
seu negócio ou dos seus projectos.
Durante muito tempo em Angola, os agentes deficitários recorriam aos bancos para
fazerem os créditos para verem satisfeitas as suas necessidades, quer para
investimento, quer para verem financiados os seus projectos/ negócios. Mas isso, nem
sempre funcionou como era de se esperar pois, a necessidade de investimento e
financiamento era muito superior a capacidade de resposta dos agentes
excedentários por via dos bancos. Ou seja, o sector bancário mostrou-se incapacitado
para responder a necessidade de investimento ou financiamento dos agentes
deficitários.
Posto isto, é imperioso a apresentação daquilo que esteve na origem da criação do
mercado de capitais angolano.

26
Em nosso entender, o mercado de capitais angolano surge da necessidade do próprio
mercado, isto é: da “necessidade de investimento e financiamento; incapacidade do
sector bancário para financiar toda a economia; investidores procurarem retornos
superiores aos dos instrumentos do mercado monetário” (Santos, 2016:13).
Os instrumentos financeiros do mercado monetário são fundamentalmente
“instrumentos de dívida de curto prazo, transaccionáveis, líquidos e de baixo risco.
São também tipicamente instrumentos de rendimento nominal fixo” (Abreu et al,
2012:23).
Para fazer face a tudo quanto acima foi aflorado, é necessário olhar para as funções
do mercado de capitais angolano. E, é sobre estas funções que nos vamos concentrar
na secção a seguir.

1.3.2. Funções do Mercado de Capitais angolano

Tendo em conta as razões que estiveram na base da criação do mercado de capitais


angolano e que mereceram a nossa atenção na secção anterior, importa realçar que
o mercado de capitais angolano deve ter condições de atrair o capital externo por via
da produção de informação, onde os agentes deficitários e os agentes excedentários
têm como um local propício de oportunidades de investimento e de financiamento dos
seus projectos cuja protecção da carteira de investimento sentem-se salvaguardadas.
Outrossim, a liquidez dos activos devem ser garantidas para que se verifique a
diversificação do negócio.
Importa referir que liquidez de activos consiste na “capacidade de um activo ser
convertido em meio de pagamento imediato (moeda), rapidamente e sem custos
significativos. Um activo é tanto mais líquido quanto mais o mercado tem muitos
compradores e vendedores e nele se efectua um elevado número de transacções”
(ABREU et al, 2012:152).
Este elevado número de transacções vai permitir que haja diversificação do negócio.
Em suma, o mercado de capitais angolano tem como funções atrair capital externo,
criar oportunidades de investimento e de financiamento, produzir informações, criar
liquidez de activos, proteger a carteira de investimentos dos agentes económicos e
diversificar o negócio.
Confira a figura 1, que ilustra as funções do mercado de capitais angolano.

27
Figura 1 - Funções do Mercado de Capitais
Fonte: Santos, 2016: 16

Com o mercado de capitais em pleno funcionamento, contribuirá significativamente


para a diversificação económica do país, para o efeito é necessário que tenha
instrumentos que o permitem funcionar em pleno.
É sobre estes instrumentos do mercado de capitais angolano que nos vamos ater a
seguir.

1.3.3. Instrumentos do Mercado de Capitais angolano

Constam entre os principais tipos de instrumentos do mercado de capitais angolano,


os seguintes: “os instrumentos representativos do capital social de determinada
sociedade ou empresa (Acções); os instrumentos representativos de dívida
(Obrigações; hipotecas); e os instrumentos derivados” (Santos, 2016: 15).
Embora o mercado de capitais congregue estes três instrumentos, há autores que
fazem justamente o contrário, ou seja, fazem a separação dos instrumentos por
mercado, ou seja, cada instrumento pertence a um mercado específico, embora sejam
todos, considerados, instrumentos financeiros.
Autores como Abreu et al (2012:25), defendem que os instrumentos representativos
de dívida de médio e longo prazo constituem instrumentos financeiros do mercado

28
obrigacionista; Já para o mercado de capitais, as acções constituem o instrumento
financeiro mais relevante; Enquanto que os instrumentos dos derivados fazem parte
do mercado de derivados.
Apesar desta diferença, e como o que nos interessa mesmo é o mercado de capitais
angolano, a estratificação do mercado de capitais angolano é que merecerá a nossa
análise e descrição. Pois então, importa sublinhar os três instrumentos que o mercado
de capitais angolano utiliza, designadamente as acções, as obrigações e os
derivados. Passemos agora a descrição.

1.3.3.1. Instrumentos representativos do capital social

Os instrumentos representativos do capital social de uma sociedade ou empresa são


as acções.
De acordo com Abreu et al (2012:25), “ uma acção corresponde a uma parte do capital
social da empresa, sendo o detentor da acção proprietário da percentagem
correspondente da empresa, o que lhe confere um conjunto de direitos. O máximo que
um accionista pode perder em caso de falência é o valor do seu investimento inicial,
não sendo o seu património pessoal passível de responder ou satisfazer obrigações
da empresa”.
Os mesmos autores que temos vindo a citar, apresentam-nos três formas, como é que
o mercado estabelece o preço das acções. Para eles,
1) “O preço é estabelecido pelo comprador que está disposto a pagar o preço mais
elevado – pode não ser o valor máximo que ele está disposto a pagar, mas será
sempre superior ao valor que o segundo comprador está disposto a pagar;
2) O preço do mercado é definido pelo comprador que valoriza mais a acção – o
comprador que valoriza a acção é aquele que está disposto a pagar o preço mais
elevado, logo é ele que fixa o preço;
3) Quem tem mais informação pode pagar mais pois reduz o risco: na medida em que
sabe mais sobre os fluxos futuros, desconta-os a uma taxa inferior” (Abreu et al,
2012:189-190).

1.3.3.2. Instrumentos representativos da dívida

Nos instrumentos representativos de dívida, destacam-se as obrigações. Importa


sublinhar que as obrigações mais comuns são as emitidas pelos Estados, muito

29
embora as empresas também emitam obrigações, na medida em que as mesmas
oferecem uma forma de financiamento externo alternativa ao financiamento bancário.
De acordo com Abreu et al (2012:142-143) existem dois tipos de obrigações, a
obrigação de cupão e a obrigação de cupão zero.
Quanto a obrigação de cupão – paga ao proprietário da obrigação (mutuante) um juro
fixo (rendimento de cupão) todos os períodos até a maturidade, momento em que, por
último, um montante específico (valor facial) é pago.
Uma obrigação de cupão é identificada por 4 tipos de informação:
O emitente da obrigação; a maturidade da obrigação; a taxa de cupão, expressa como
uma percentagem do valor facial do cupão; valor facial da obrigação.
Na obrigação de cupão regista-se um caso particular, que é a obrigação perpétua que
se consubstancia na obrigação que proporciona um rendimento fixo (rendimento de
cupão) sem prazo de maturidade (sem data de vencimento), isto é, perpétua e
portanto também sem reembolso do principal.
Quanto a obrigação de cupão zero consiste em uma obrigação que não vence
rendimento de cupão e que é comprada abaixo do valor facial, recebendo o seu
proprietário como rendimento apenas o valor facial, o qual é pago na data de
vencimento.
Existem três factores que influenciam a curva da oferta de obrigações,
designadamente a rentabilidade dos investimentos, a expectativa da taxa de inflação
e o saldo orçamental (cf. Abreu et al, 2012:157).
Quanto a rentabilidade dos investimentos, importa referir que quanto mais elevadas
forem as expectativas de lucro associadas a novos projectos de investimentos numa
empresa, maior é a vontade de os implementar e consequentemente maior é a
necessidade de recurso a financiamento externo. Em períodos de forte crescimento
económico aumenta frequentemente a viabilidade económica dos projectos. Isso
pressupõe que, em períodos de expansão económica aumenta a oferta de obrigações
enquanto que em períodos de recessão a oferta de obrigações se contrai.
Quanto a expectativa da taxa de inflação, importa referir que para uma dada taxa de
juro, um aumento da taxa de inflação esperada, provoca uma diminuição da taxa de
juro real. Sendo o custo real do endividamento mais baixo aumenta a oferta de
obrigações, para cada nível de preço e taxa de juro. No que ao saldo orçamental diz

30
respeito, um aumento do deficit público provoca um aumento da emissão de
obrigações públicas.
Em suma, os instrumentos representativos da dívida podem ser divididos em dois
eixos: por um lado, os instrumentos da dívida pública e por outro, os instrumentos da
dívida corporativa. Nos instrumentos da dívida pública encontramos para além das
obrigações do tesouro (OT-NR; OT- TXC; OT- ME), cujo “valor nominal da OT, as
taxas de juro de cupão e o prazo de resgate – que deverá ser de 1 a 30 anos, sempre
múltiplo de 6 meses – são definidos por decreto executivo do Ministro das Finanças;
Os cupões de juro são pagos semestralmente; O resgate é efectuado pelo valor ao
par, acrescido dos juros do último cupão; A OT pode ser transaccionada em mercado
secundário mediante registo de alteração de titularidade” (Pacheco, 2015:16).
Os bilhetes do tesouro apresentam um prazo de resgate variável na ordem de 28, 63,
91, 182 e 364 dias;
São colocados no mercado primário pelo valor facial descontado do montante
correspondente aos juros, devendo na data de vencimento ocorrer o resgate pelo valor
nominal;
Os mesmos podem ser transaccionados em mercado secundário mediante registo de
alteração de titularidade.
As obrigações do tesouro são as mais procuradas comparando com os bilhetes do
tesouro. Para se ter uma ideia, no primeiro trimestre de 2017 foram negociados 252
OT contra os 21 BT, conforme se pode ver na tabela abaixo, discriminado por meses.
Tabela 1 - Negociação da dívida pública

Meses Obrigações do Tesouro Bilhetes do Tesouro Total


Janeiro 78 6 84
Fevereiro 78 2 80
Março 96 13 109
Total 252 21 273
Fonte: BODIVA, 2017
Nesta tabela, é possível verificar que, durante o primeiro trimestre de 2017, foram
negociados mais obrigações do tesouro do que bilhetes do tesouro. Se por um lado,
estes números são importantes para a compreensão do fenómeno, mais importante
ainda é a ilação que se retira dos mesmos, pois apesar dos Bilhetes do Tesouro serem
poucos comparativamente às OT, deve-se sublinhar o facto do crescimento da
procura por BT.

31
Nesta ordem de ideias, de acordo com a BODIVA, no seu relatório mensal de Abril do
ano que temos vindo abordar, 2017, o aumento da procura por BT consubstancia-se
no seguinte:
“(i) recente aumento das taxas de remuneração no mercado
primário, que actualmente se situa acima dos 20% e (ii) maior
preferência por activos de curto prazo, dado o actual contexto de
mercado, (iii) cenário de estabilidade cambial que retira
atractividade aos títulos indexados ao dólar-americano, sendo
que o BT´s surgem como alternativa de investimento”.
No que tange a dívida corporativa, importa referir que os investidores compram títulos
emitidos pelas empresas que precisam de dinheiro. Esses títulos dão aos investidores
o direito de receber a quantia emprestada, mais juros previamente determinados. Os
títulos são chamados de títulos de dívida e esse mercado é conhecido como mercado
de renda fixa.
No nosso caso em particular, os instrumentos da dívida corporativa não se fazem
sentir porque, infelizmente, “as empresas nacionais ainda não cumprem os requisitos
para abrirem o capital em bolsa” (Pacheco, 2015:22).

1.3.3.3. Instrumentos derivados

Tendo em conta que no mercado de capitais os recursos dos poupadores são


destinados à promoção do desenvolvimento económico de forma directa, isto é, de
projectos e empresas. É no mercado de capitais que empresas que precisam de
recursos conseguem financiamento, por meio da emissão de títulos, vendidos
directamente aos poupadores/investidores, sem intermediação bancária. Dessa
forma, os investidores acabam emprestando o dinheiro de sua poupança a empresas,
também sem a intermediação bancária.
Os instrumentos derivados podem ser subdivididos em quatro classes,
designadamente: os forward, os futuros, as opções e os swaps.
Começando pelo primeiro instrumento, os forward são acordos específicos entre duas
partes para a realização de uma transacção financeira numa data futura. Se esses
contratos estiverem ligados a títulos de dívida, fala-se de contratos forward de taxa de
juro. Estes envolvem a venda futura de um título de dívida (Abreu et al, 2012: 26).

32
Consta num contracto forward de taxa de juro, os seguintes elementos: “o título que
será objecto de transacção; o montante envolvido na transacção; o preço (a taxa de
juro) do título no momento da transacção; e a data da transacção” (Idem: 210).
A negociação deste contracto é feita pelos dois agentes interessados permitindo que
os montantes e condições do contrato possam ser ajustados aos interesses das
partes, aliás os contratos constituem a manifestação da vontade das partes. Este facto
permite que os contratos forward sejam tão flexíveis quanto a vontade das partes,
permitindo, igualmente, uma cobertura total do risco.
Se por um lado, essa flexibilidade em termos de chegar a um acordo directo entre as
partes interessadas constitui uma vantagem, por outro pode estar na origem de alguns
inconvenientes. Ora, vejamos:
O primeiro inconveniente é a “dificuldade em encontrar a contraparte ou, quando se
encontra, dada a exiguidade do mercado, os preços podem não ser muito competitivos
(falta de liquidez do mercado). O segundo é o “risco de falência, que deriva de não
existir nenhuma garantia contra perdas, se a contraparte for a falência” (Abreu et al,
2012:211).
Pelo facto de existir o risco de falência da contraparte, os intervenientes antes de
firmarem o contracto necessitam de informação sobre a situação financeira da
contraparte.
Embora haja um mercado importante no tocante aos títulos de tesouro ou hipotecas,
o papel do contracto forward vê-se cada vez mais reduzido pelo facto combinado do
risco de não pagamento e a falta de liquidez.
Existe uma similitude entre os contratos forward e os futuros, na medida em que
especifica que uma das partes tem que entregar um certo instrumento financeiro à
outra, numa certa data futura. O contrato de futuros tem características que permitem
superar as desvantagens dos forward, ou seja, os riscos de liquidez e de falência
destes contratos, uma vez que os contratos de futuros são transaccionados em
mercados organizados (como as bolsas) (Abreu et al , 2012:26).
As opções são contratos que dão ao seu proprietário a opção, isto é, o direito de
comprar (ou o direito de vender) o activo subjacente a um preço pré-determinado,
designado por preço de exercício (strike price), dentro de um período de tempo (o
prazo até à expiração). O vendedor de uma opção (designado também por writer) é

33
obrigado a vender (ou a comprar) o activo subjacente ao comprador da opção se este
decidir exercer o seu direito de compra (ou de venda).
Já a swap é um contrato em que cada parte troca (swap) um conjunto de pagamentos
ou fluxos de tesouraria futuros (e não de activos) que detém por um conjunto de
pagamentos ou fluxos de tesouraria futuros que a outra parte detém.
Existem vários tipos de swap, destacando-se dois: swap de taxa de câmbio ou swap
cambial e swap de taxa de juro.
O primeiro, swap de taxa de câmbio ou swap cambial, envolve a troca de um conjunto
de um conjunto de pagamentos numa moeda por um conjunto de pagamentos noutra
moeda; mais concretamente, um swap cambial é a transacção simultânea à vista e a
prazo de uma moeda contra a outra moeda. Por exemplo, uma parte compra à vista
(spot) um dado montante de kwanzas contra dólares e, simultaneamente, vende, a
prazo (forward) o mesmo montante de dólares contra kwanzas.
Já o segundo, swap de taxa de juro, envolve a troca de um conjunto de pagamentos
de juros por outro conjunto de pagamentos de juros com características diferentes,
ambos denominados na mesma moeda ( Abreu et al, 2012:221-222).
Embora não sendo fácil devido as especificidades de cada instrumento, importa
sublinhar que, de maneira geral, os instrumentos derivados têm como função:
permissão da gestão e cobertura do risco; e favorecimento da liquidez no mercado.

1.3.4. Mercado de capitais e crescimento económico

O desenvolvimento do mercado de capitais proporciona o desenvolvimento


empresarial e estimula a adopção mais ampla de práticas de sustentabilidade e de
governação corporativa, ampliando as possibilidades de captação de recursos por
empresas de diferentes portes. Ao mesmo tempo, fruto da estabilidade económica e
de uma série de avanços institucionais que se traduzem em incentivos ao
empreendedorismo, regista-se um crescimento expressivo no número de
empreendedores (Cf. IBRI; CVM, 2015:9).
O mercado de capitais é eficiente na medida em que a captação de recursos por
empresas é mais barata, pois não há necessidade do pagamento da spread aos
bancos. Para o investidor é vantajoso, pois ele pode desfazer-se do título a qualquer
momento, o que não seria possível num empréstimo tradicional. Ou seja, se o
investidor mudar de opinião quanto ao risco de investir em determinada empresa,

34
pode vender os títulos no mercado. Essa liquidez (facilidade de compra e de venda)
reduz o seu risco de perda. Assim, o mercado de capitais faz com que o repasse de
recursos dos poupadores às empresas seja mais interessante para ambas as partes.
Em função de tudo quanto foi acima exposto, não nos resta concluir que o mercado
de capitais é fundamental para o crescimento económico de um país, pois sem ele
muitos projectos não conseguiriam sair do papel por falta de capital e financiamento.
Muitas empresas perderiam sua competitividade e dificilmente conseguiriam
desenvolver-se. Poucas sobreviveriam num ambiente sem a injecção de capital de
investidores. Vale também recordar, que com o mercado de capitais o empresariado
desenvolve-se e as empresas de diferente portes vêem as suas possibilidades de
captação de recursos ampliadas.
Para que tudo isto que elencamos acima, se vêem materializados, é necessário que
o mercado de capitais funcione de facto, para tal tem de enfrentar e resolver alguns
desafios que são estratégicos.
É sobre os desafios estratégicos do mercado de capitais angolano que nos vamos
concentrar na próxima secção.

1.3.5. Os desafios estratégicos do mercado de capitais angolano

O mercado de capitais angolano tem vários desafios. Estes circunscrevem-se no seu


funcionamento.
Os players do mercado de capitais angolano são vários, a saber: instituições que
facilitam o processo de negociação (corretoras, distribuidoras), local de negociação
(bolsa de valores) instrumentos (acções, obrigações e outros títulos), os organismos
de supervisão do mercado (CMC), os emitentes, investidores (empresas e pessoas
singulares) e legislação correspondente.
É vital que o nosso MC (Mercado de Capitais) cresça, que os juros reais conheçam
uma queda e que se verifique um aumento na competição com a entrada de novos
players nacionais e internacionais. A título ilustrativo, no MC, os únicos membros
negociadores são IFB (Instituições Financeiras Bancárias), para sermos mais
rigorosos o BNA tem registado e autorizado trinta IFB, e destas apenas sete
negoceiam na bolsa. Ou seja, apenas 24, 3(3)%. É um número bastante aquém,
quando os investidores podem ser empresas e pessoas singulares.

35
Estes dados podem ser vistos no quadro abaixo intitulado membros negociador do
mercado de capitais que, infelizmente, tem registado um único membro negociador
que são os bancos.
Quadro 1 - Membros negociador do mercado de capitais

Fonte: BODIVA, Abril 2017.

Dissemos infelizmente, porque o que esteve na origem da criação do Mercado de


Capitais entre outros elementos foi a incapacidade dos bancos financiarem toda
economia, hoje com tristeza assistimos, que são os mesmos bancos, os únicos
membros negociadores do mercado. Há toda a necessidade de se reforçar a
mensagem no sentido de outros membros poderem vir e negociarem, pois só é desta
forma que se vai estimular o crescimento económico com membros diversificados,
pois aumentará o montante negociado. Aliás, a CMC tem como visão “acredita(r) no
Mercado de Valores Mobiliários e Instrumentos Derivados como alternativa
preferencial de capitalização e financiamento do Estado e das empresas, e como
veículo, por excelência, de canalização das poupanças da sociedade para
instrumentos de investimento diversificados” (CMC, 2014: 17).
Outro elemento, igualmente, de importância extrema que se alia ao que temos vindo
a aflorar é o facto de que até ao preciso momento a dívida corporativa ainda não se
36
negoceia na bolsa porque “as empresas nacionais não reúnem os requisitos para
estarem registados na bolsa” (já citado).
Tudo o que elencámos acima ainda não se verifica, em nosso entender, porque o MC
não tem sido suficientemente atraente aos olhos das empresas.
Nesta ordem de ideias, a BODIVA, a CMC, a CEVAMA, o fundo de investimentos, os
accionistas minoritários e vários departamentos ministeriais de forma isolada ou
conjunta devem tomar uma série de medidas capazes de contribuir para o sucesso do
MC, sucesso este que passa pela atracção das empresas, pois este constitui um dos
grandes desafios do MC.
Estudos comparados em outras paragens dão conta que o “principal instrumento de
promoção
do mercado de capitais deverá ser a governação corporativa que, de um lado, é, entre
outras
coisas, quem dará a segurança necessária ao investidor e, de outro, valorizará as
empresas que, assim, poderão ter um custo de captação menor. Este processo
possibilitará que o benefício da abertura de capital se estenda sobre um número maior
de empresas pois, tanto do lado dos investidores quanto do lado das empresas alguns
bons casos de sucesso vão projectar e atrair outros. Portanto, a principal barreira a
ser superada é a criação de alguns casos de sucesso” (Bovespa, 2000:10).
Apesar dos esforços que se tem feito no sentido da governação corporativa, onde a
CMC reconhece que a confiança dos investidores é legítima e “é um pilar fundamental
sobre o qual os Mercados de Valores Mobiliários surgem e se robustecem. E essa
confiança estabelece-se e afirma-se pela transparência dos processos de gestão das
empresas que sejam ou queiram ser emitentes de valores mobiliários. A adopção de
boas práticas de governação corporativa e a sua boa divulgação dão aos investidores
uma sólida compreensão de como são tomadas as decisões que podem afectar os
seus investimentos. Além disso, os investidores que confiam nas práticas de
governação corporativa de uma determinada empresa são mais propensos a
manterem-se ou tornarem-se accionistas” (CMC, 2014:5).
Para o efeito, a CMC enquanto regulador, supervisor, fiscalizador e também
dinamizador comprometeu-se já em 2014 em “tudo (estamos a) fazer para tornar
realidade os Mercados de Valores Mobiliários e Instrumentos Derivados em Angola,
proporcionando novas formas, mais atractivas e seguras, de remuneração das

37
poupanças e de financiamento a longo prazo do nosso desenvolvimento
socioeconómico. E estamos certos de que o edifício institucional e legal que estamos
a construir, e cuja construção está na recta final, irá acolher a seu tempo um núcleo
de investidores e emitentes capazes de colocar Angola no lugar a que justamente
aspira no atlas mundial dos mercados financeiros” (CMC, 2014:5).
Dizíamos, apesar deste posicionamento da CMC em tudo fazer para atrair empresas
neste mercado a realidade é diferente. Se por um lado, houve esforço que culminou
com a abertura do mercado secundário da dívida pública a 19 de Dezembro de 2014.
Por outro lado, este mercado em termos de negociadores não evoluiu muito.
Em 2015, por exemplo, a BODIVA contou com cinco membros negociadores,
designadamente: o Banco de Fomento Angola (BFA), o Standard Bank Angola (SBA),
o Banco Angolano de Investimentos (BAI), o Banco de Negócios Internacional (BNI),
o Banco Millenium Atlântico.
Já em 2016, os negociadores subiram de cinco para oito membros, acrescentando,
deste modo, na lista anterior os bancos Internacional de Crédito (BIC), regional do
Keve e o banco económico.
Importa ainda sublinhar, que durante estes dois anos, o BFA figurou no topo do
ranking como o banco que realizou mais negociações em termos de montante
negociado, ocupando desta forma parte significativa da quota de mercado, conforme
se pode ver no quadro abaixo.
Quadro 2 - Membros negociadores 2015-2016

Fonte: BODIVA, 2016:7

Em Janeiro de 2017, o número de negociadores da dívida pública desceu de oito para


seis, abandonando a negociação os bancos Económico e o BNI. De Fevereiro à Abril
38
do mesmo ano, o número de negociadores voltou a subir, ou seja, subiu de seis para
sete membros, com o retorno do Banco Económico (cf. Quadro 6).
Em suma, os resultados obtidos até agora ainda não satisfazem as razões que
estiveram na base da criação do MC. A seguir, veremos o papel da BODIVA no
fomento e desenvolvimento do mercado de capitais.

1.3.6. O papel da BODIVA no fomento e desenvolvimento do mercado de capitais

A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) enquanto Sociedade Gestora de


Mercados Regulamentados desempenha um papel basilar no processo de
implementação e promoção do mercado de valores mobiliários no nosso país.
Neste contexto e considerando que o acesso equitativo a informação de mercado
constitui um dos principais pilares da transparência e democraticidade no mercado de
valores mobiliários, “a BODIVA, no âmbito das suas competências, propõe-se a
divulgar, numa base regular, toda a informação relevante sobre as operações
realizadas nos mercados sob sua gestão” (BODIVA, 2016:3).
Para o efeito, a BODIVA disponibiliza mensalmente um relatório dos mercados. Neste
relatório consta informações sobre a negociação e a pós-negociação.
Na secção negociação vem espelhada o montante negociado, o montante negociado
(por membro negociador), o montante negociado (por ano de vencimento), os
negócios realizados, os negócios realizados (por membro negociador), o preço médio
dos negócios realizados (por negociador), o preço médio dos negócios realizados (por
maturidade). Já na secção pós-negociação vem o montante sob custódia, a liquidação
e o rating Angola.
Apesar desta informação ser de grande utilidade, a BODIVA declina-se de qualquer
responsabilidade pois considera que o relatório “não é uma recomendação de
investimento, não constitui qualquer tipo de aconselhamento, nem é uma oferta de
compra ou de venda de instrumentos financeiros” (cf. Relatórios BODIVA, último
parágrafo e última página).
Para além dos relatórios mensais, a BODIVA disponibiliza igualmente o relatório anual
dos mercados, onde vem espelhado as actividades de negociação, a custódia e
liquidação bem como outros factos relevantes que ocorreram no ano em relato (cf.
BODIVA, Relatório anual de 2016).

39
Por último, mas não menos importante, a BODIVA realiza formação de operadores de
mercado, admite novos membros e envia à CMC ofícios circulares.

40
CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA UTILIZADA NA INVESTIGAÇÃO

Nos capítulos anteriores foi efetuada a revisão da literatura. No presente capítulo


apresenta-se um desenho da metodologia de investigação seguida, a caracterização
da empresa em estudo, definem-se os objetivos, as variáveis, o tipo de investigação,
a amostra, definem-se os instrumentos de recolha de dados, explica-se como vai ser
efetuado o tratamento dos dados e, por último mostra-se ou Compliance. Código de
Conduta do Banco BIC.

O método geral que prima na concepção e desenvolvimento da investigação é o


dialético materialista por ser um método integrador, geral e uma ferramenta
fundamental para a investigação porque possibilita adoptar posições objectivas
baseadas na lógica da ciência e a partir deste objectivo e das tarefas de investigação
plantadas se determinarão os de carácter teóricos e empíricos.

Dentro dos métodos teóricos se utiliza o analítico - sintético de grande utilidade para
o estudo da bibliografia consultada, que permite precisar os fundamentos teóricos
relacionados com as relações interpessoais, estabelecendo uma relação recíproca
entre a análise (desmembrar em várias partes um objecto de investigação) e a síntese
(integração novamente das partes).

O método indutivo - dedutivo, fixa as possibilidades de determinar os fundamentos


teóricos que se expressam na bibliografia por diferentes autores e a induzir as
principais regularidades que aportam os instrumentos aplicados, para realizar as
analises que se propõe de maneira que se contribua na transformação que se deseja
em obter óptimos resultados com respeito ao que os clientes se encontrem satisfeitos
com o cumprimento dos funcionários do banco do código de conduta emitido pelo
banco e isto a sua vez dá prestígio e credibilidade ao banco tanto na esfera nacional
como internacional.

Foi empregado também o método de análise histórico - lógico, com o qual analisou-
se a evolução do tema de investigação e sua direcção nos últimos cinco anos.

Dos métodos empíricos foi utilizado a análises documental para analisar e estudar
documentos, artigos, resumo de investigações e literatura científica em geral,
relacionada com o tema de investigação.

O método de enfoque de sistema emprega-se para argumentar na concepção de


41
integrar as diferentes variáveis da investigação que têm um impacto significativo no
desenvolvimento do futuro do Banco BIC, visto que os objectivos do Banco não podem
funcionar de maneira separada ou asilada, mas sim, têm que se homogeneizar como
um todo.

Inquérito: Foi utilizada esta técnica sob a forma de questionário oral com perguntas,
semifechadas e abertas, com o objectivo de aprofundar a recolha de informações
sobre a aplicação do código de conduta (Compliance), emitido pelo banco pelos
diferentes funcionários e clientes do banco

2.1. Métodos estatísticos aplicado na investigação.

2.1.1. O tamanho da mostra

A selecção da amostra representa uma questão essencial em qualquer investigação.


Existem alguns critérios para a designação da mesma:
 O critério para determinar a mesma deve estar baseado fundamentalmente no
qualitativo, definindo-se as características da população e os objectivos a
alcançar.
 Se o estudo indaga sobre conhecimentos globais, pode realizar-se com uma
amostra mais restringida.
Com a finalidade de achar uma amostra representativa utilizou-se a seguinte fórmula:
N∗K2 ∗P∗Q
n=
e2 (N−1)+K2 ∗P∗Q

Onde:

N: tamanho da população.
e: error 10%.
K: probabilidade para a qual cumpre-se o nível de confiança, que segue uma
distribuição normal. Só valor é de 1.28.
P e Q: parâmetros da Distribuição Binomial. Considera-se P como a probabilidade
de ocorrência e Q como a de não ocorrência, ambas com um mesmo valor de 50%.

2.1.2. Análises de relação entre variáveis

Para as análises estatísticas utilizou-se o software Statgraphics. Este pacote estatístico


permite as análises que se realizam para determinar as relações entre variáveis; tem
como objectivos específicos:
42
 Projectar o valor de uma variável, dado o valor determinado de outra.
 Determinar se uma variável é capaz de explicar o comportamento da outra.
Para o desenvolvimento de análises estatísticas realizou-se através de análises de
regressão entre as variáveis, onde se consideraram para este estudo as principais
variáveis que intervieram no diagnóstico da aplicação do código de conduta
(Compliance), emitido pelo banco e que foram incluídas no inquérito; baseado nesta
lógica tivemos em conta as seguintes variáveis:
 Possui as qualificações, conhecimentos e competências técnicas necessárias
para o correcto exercício das suas funções.
 Tem necessidade de formação, bem como situação de carência de meios
materiais ou técnicos.
 Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco.
 Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso de
mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance.
 Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais.
 Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a informação
obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções.
Estas análises têm como objectivo, a partir da aplicação de técnicas estatísticas:
 Estabelecer a relação estatística entre as variáveis antes mencionadas.
 Determinar os intervalos de comportamento de cada variável.
Para o cumprimento destes objectivos foram utilizadas as técnicas, Análises de
Séries de Tempo e Análises de Regressão entre Variáveis, de acordo ao objecto de
estudo prático.
As análises do Coeficiente de Correlação (R), que indica que tipo de relação existe
entre duas variáveis, assim como a magnitude mencionada da correlação com duas
coeficientes importantes, a teremos em conta o objectivo da sua utilização:
 Coeficiente de Correlação.
2
 Coeficiente R o Coeficiente de determinação.
O Coeficiente de Correlação é uma medida da associação entre variáveis que pode
tomar valores entre -1 y +1 (J. Pupo et al., 2004). A interpretação de seu resultado é
a seguinte:
 Se estiver próximo a 1 ou -1 a correlação é forte (por cima de ±0.8).

43
 Se está próximo a 0, a correlação é fraca.
 Se é maior que 0 a correlação é direita, a relação é linear positiva.
 Se é menor que 0 a correlação é inversa, a relação é linear negativa.
 Se for igual a 0 a correlação é nula.
Se este coeficiente eleva-se ao quadrado, se obtém o coeficiente de determinação
2
R , que indica que a percentagem da variabilidade na variável dependente, explica-
se pela variável independente; este coeficiente expressa de forma percentual, como
a variável independente definida é capaz de explicar o comportamento da variável
dependente, o qual pode-se mover no intervalo de 90 a 99.99%. Para obter resultados
2
mais confiáveis, R pode mover-se em um intervalo de 0 a 1 e a medida que chega a
1, o ajuste alcançado é melhor, pois diminuem os erros de estimação, podendo-se
concluir que este coeficiente oferece uma medida da bondade do ajuste feito (J. Pupo
2
et al., 2004). Quando o valor de R aloja-se no 100%, pode-se categorizar que:
 Não existe relação entre as variáveis.
 O modelo selecionado para fazer o ajuste não é o adequado
 Existem outras variáveis que modificam e explicam a variabilidade1

2.1.3. Análises multivariadas

Este procedimento está desenhado para resumir várias colunas de dados


quantitativos. Calcularam-se vários dados estatísticos, incluindo correlações,
covariâncias e correlações parciais. No procedimento, também estão incluídos uma
série de gráficos multivariados, que proporcionam vistas interessantes dos dados.
Depois deste procedimento, para futuras pesquisas podem ser seleccionados outros
objectivos para construir um modelo estatístico dos dados abaixo apresentados.
Dependendo dos objectivos do investigador, um de vários procedimentos poderia ser
apropriado.

2.2. Modelo de pesquisa.

Considerando que a actividade de pesquisa ou trabalho cientifico visa aumentar o


conhecimento do homem a respeito do mundo circundante, queremos apresentar e
justificar o tipo de pesquisa que levamos a cabo, através de várias bibliografias de

1
A introdução de mais variáveis com técnicas de análises multivariadas, permitirá identificar a importância que outras variáveis podem ter
sobre a variável dependente.
44
consultadas e obedecendo cada uma determinado passo e depois, enquadrarmos a
nossa pesquisa, no tipo de abordagem descritiva.
A abordagem descritiva é a pesquisa onde se procura descrever fenómenos,
identificar variáveis e inventariar factos. No concreto iremos descrever e identificar
através das perspectivas construtivas, os processos que influenciam na motivação
dos funcionários que estão presentes nas interacções, avaliador e avaliados,
investigando o seu papel e significado em termos de motivação e desenvolvimento,
ou ainda investigando como são, como podem ser resolvidos, que permita o
cumprimento das tarefas do Banco para seu melhor futuro desenvolvimento.

Na pesquisa descritiva podem ser empregues diversas variantes como: estudo do


caso, ou estudo de levantamento.

No nosso caso concreto, situamos a nossa investigação na variante estudo de


levantamento, porque achamos mais adequada ao trabalho que pretendemos
efectuar.

O estudo de levantamento é um estudo intensivo que visa descrever as características


do universo por meio de uma amostra seleccionada segundo métodos aleatórios.

2.3. Universo e amostra da pesquisa.

O nosso estudo foi feito nas cinco agências bancarias do Município de Viana
pertencentes ao Banco Internacional de Crédito (BIC). Depois de analisar o universo
da população 70 trabalhadores, decidiu-se aplicar o inquérito a totalidade dos
trabalhadores efectivos, baseado em que são 40 pessoas que laboram em cinco
agências bancarias do Município de Viana, sendo factível e fácil sua aplicação,
ademais de conhecer realmente com certeza os critérios da totalidade da população.
Sendo una quantidade significativa e suficiente para obter a informação necessária e
precisa que permita conhecer o critério dos funcionários sobre da aplicação do código
de conduta (Compliance), emitido pelo banco.

2.4. Sujeitos da pesquisa.

Os sujeitos da pesquisa são os elementos que forneceram os dados para a sua


realização um total de 40 distribuídos em cinco agências bancarias do Município de
Viana.

45
2.5. Técnica e instrumentos de investigação.

Foi nosso objectivo preferencial nesta investigação estabelecermos um Tabela


interpretativo das opiniões dos inqueridos, acerca dos principais critérios sobre as
relações interpessoais que têm os funcionários e sua influência no desempenho
laboral. Para tal nós buscamos uma metodologia que conduzisse a construção de um
instrumento de pesquisa adequado aos nossos propósitos, como um questionário,
entrevista e método documentativo.
Assim também foram utilizados instrumentos, meios e vias que poderão garantir a
fiabilidade dos resultados esperados tais como: consultas de documentos e
entrevistas.

O questionário de opiniões resultou na vantagem para o nosso trabalho, porque


permitiu simultaneamente aplicar á toda a população alvo do estudo, e obtermos maior
liberdade nas respostas mais rápidas e precisas.

Permitiu-nos ainda ao inquerido concentrar-se, poupar tempo o que facilitou a


classificação e a comparação dos dados obtidos. Houve menos riscos de distorção,
pela não influência do pesquisador em obtermos respostas que materialmente seriam
inacessíveis.

2.6. Compliance. Código de Conduta do Banco BIC

Nos termos dos Artigos Nrs. 70º a 75º da Lei 12/2015 de 17 de Junho – Lei das
Instituições Financeiras, o Banco BIC, S.A. deve, enquanto Instituição Financeira,
adoptar um código de conduta e divulgá-lo junto dos Clientes, designadamente
através da página da internet, devendo desse código constar os princípios e as
normas de conduta que regem os vários aspectos das suas relações com os Clientes,
incluindo os mecanismos e os procedimentos internos por si adoptados no âmbito da
apreciação das reclamações.
São também as melhores práticas de Corporate Governance que prevêem e
estimulam a adopção de um código de conduta.
Os objectivos subjacentes a estas realidades têm que ver, portanto, com a promoção
de uma cultura de integridade e de cumprimento entre o Banco e os seus
Stakeholders, permitindo assim Crescermos Juntos!

Capítulo I (Objecto, Âmbito e Objectivos)


46
Artigo 1.º (Objecto)
O Código de Conduta estabelece e sistematiza os princípios e as regras de natureza
comportamental que devem ser imperativamente observadas no exercício de toda a
actividade bancária, incluindo aquela que verse sobre valores mobiliários ou produtos
derivados negociados em mercados regulamentados, para a qual o Banco está
legalmente autorizado a exercer.
Artigo 2.º (Âmbito)
1. O Código de Conduta é aplicável:
a) Ao Banco;
b) Aos titulares dos Órgãos Sociais; e
c) Aos Colaboradores permanentes ou eventuais, mandatários e a outras
Pessoas Singulares ou Colectivas que lhes prestem serviço a título
permanente ou ocasional, directa ou indirectamente, independentemente da
natureza do vínculo subjacente.
d) O grupo de Pessoas referidas em b) e c) designar-se-ão, de ora em diante,
de “Pessoas Sujeitas”.
Artigo 3.º (Objectivos)
As normas previstas no presente Código de Conduta visam:
a) Definir, concretizar e promover uma cultura de integridade entre o Banco e os
seus Stakeholders, observando as melhores práticas ao nível do Corporate
Governance e afirmando a plena observância por princípios éticos e
deontológicos, contribuindo desta forma para a sustentabilidade económica e
financeira do Banco e para a criação de uma imagem, interna e externa,
credível e respeitada;
b) Contribuir para a promoção de uma cultura organizacional de cumprimento
legal e regulamentar uniforme, garantindo a existência de estruturas e
processos eficazes e eficientes;
c) Contribuir para a contínua afirmação de uma imagem institucional de rigor e
competência, garantindo a boa reputação do Banco nos mercados em que
opera.
Artigo 4.º (Supervisão da Aplicação)
1. Sem prejuízo da responsabilidade de cada uma das Pessoas Sujeitas, o
Gabinete de Compliance (de ora em diante GC) é, por delegação de poderes

47
da Administração, o Órgão interno responsável pela supervisão da divulgação,
aplicação e actualização do presente Código, devendo ser-lhe dirigidas
quaisquer dúvidas de interpretação que possam obstar ao seu cumprimento
2. A Administração dota o GC de todos os recursos e ferramentas essenciais
destinados a assegurar o cumprimento do número anterior.
3. Todas as áreas do Banco devem coadjuvar o GC no exercício do dever que
lhe foi confiado, em especial, as demais Áreas de controlo interno, bem como
os Quadros Directivos.

Capítulo II (Deontologia e Ética no Exercício da Actividade)

Artigo 5.º (Princípios Gerais)


1. As Pessoas Sujeitas devem pautar os seus comportamentos pessoais e
profissionais de acordo com inquestionáveis padrões de Integridade e de
Cumprimento, sendo que o exercício e o respeito por estes valores nunca
poderão ser olvidados ou comprometidos, independentemente da natureza
dos motivos e das pessoas em causa.
2. Sem prejuízo do número anterior, o presente Código de Conduta aplicar-se-á
às Pessoas Sujeitas sempre que estas adoptem comportamentos, ainda que
na sua esfera privada, que afectem directa ou indirectamente o Banco.
Artigo 6.º (Responsabilidade das Pessoas Sujeitas)
1. As Pessoas Sujeitas, no exercício da sua actividade, respeitarão as normas
legais e regulamentares, bem como os normativos internos aplicáveis.
2. De igual forma e cumulativamente, esforçar-se-ão para conhecer e
implementar as melhores práticas nacionais e internacionais que sejam
aplicáveis à actividade bancária.
3. As Pessoas Sujeitas devem basear os seus actos numa cuidada ponderação
dos factos concretos em causa, do seu enquadramento teórico e técnico e dos
seus impactos actuais e potenciais utilizando, para além dos seus
conhecimentos, o bom senso e a prudência.
4. Quando, a propósito de qualquer situação concreta subsistam questões
susceptíveis de afectarem a reputação, o desempenho eficiente e rentável do
Banco, é responsabilidade de todas as Pessoas Sujeitas reportarem a
situação em causa à sua Hierarquia quando tal se afigure indispensável para
a salvaguarda dos interesses do Banco.
48
5. Por seu turno, a Hierarquia avaliará criticamente da necessidade de dar
conhecimento ao GC, sempre que a situação tiver implicações de natureza
reputacional.

Capítulo III (Organização Interna)

Artigo 7.º (Competência Técnica, Qualidade e Eficiência)

1. O Banco, enquanto Instituição de Crédito sujeita à supervisão do Banco


Nacional de Angola, procura, no exercício da sua actividade, assegurar
elevados níveis de competência técnica e garantir a disponibilização dos
meios humanos, materiais e técnicos necessários para assegurar a qualidade
e eficiência dos seus serviços.
2. Esta preocupação constante do Banco visa essencialmente assegurar que as
Pessoas Sujeitas reúnem as qualificações, conhecimentos e competências
técnicas necessárias para o correcto exercício das suas funções, para a
prestação da informação devida e para a disponibilização de produtos
adequados e serviços bancários e financeiros de qualidade aos Clientes,
respeitando sempre os princípios da integridade e cumprimento.
3. As Pessoas Sujeitas devem informar os respectivos Superiores Hierárquicos
sobre qualquer necessidade de formação, bem como sobre qualquer situação
de carência fundada de meios humanos, materiais ou técnicos susceptíveis
de afectar a capacidade do Banco de prestar serviços de qualidade e de forma
eficiente.
Artigo 8.º (Protecção dos Bens do Banco)
1. As Pessoas Sujeitas apenas podem utilizar prudentemente os bens do Banco
ou aqueles que estejam sob o seu controlo no âmbito da sua actividade de
negócio, devendo também zelar pela sua boa conservação, evitando a
inconveniente utilização dos mesmos ou a ocorrência de desperdícios e
contribuindo para uma gestão eficiente dos referidos equipamentos.
2. As Pessoas Sujeitas devem respeitar na íntegra as regras definidas em
normativo interno que versem sobre acessos físicos e acessos digitais.
Artigo 9.º (Sistemas de Comunicação e Equipamentos Electrónicos)
1. As Pessoas Sujeitas não podem utilizar os sistemas de comunicação e
equipamentos do Banco de forma potencialmente prejudicial ou

49
comprometedora, devendo os contactos pessoais, utilizando estes sistemas
de comunicação e equipamentos, ser mantidos a um nível mínimo e ao
estritamente necessário.
2. As mensagens de natureza pessoal e a informação de carácter não
profissional enviada, recebida ou consultada pelas Pessoas Sujeitas,
nomeadamente através da utilização de e-mail e/ou de telefones gravados,
estão sujeitas a reserva e tratamento confidencial.
Artigo 10.º (Reserva da Vida Privada)
O reconhecimento, o respeito e a promoção da dignidade das Pessoas Sujeitas são
incompatíveis com quaisquer violações da reserva da intimidade da sua vida privada,
não sendo permitidas quaisquer ingerências arbitrárias, nomeadamente, aquelas
relacionadas com a sua família, com as suas orientações afectivas e sexuais, com o
seu estado de saúde e com as suas opções políticas e religiosas.
Artigo 11.º (Nome, Instalações e Relações do Banco)
O nome, o logótipo e/ou as marcas registadas do Banco, as suas instalações e as
relações profissionais não podem ser utilizadas pelas Pessoas Sujeitas para
benefício pessoal ou para o desenvolvimento de trabalho não relacionado com o
exercício das suas funções e/ou serviços.
Artigo 12.º (Criação e Gestão de Registos)
1. As Pessoas Sujeitas são responsáveis por manterem os dados, informações
e documentos recolhidos, utilizados, detidos e geridos pelo Banco (“Registos”)
de forma completa e precisa. O conteúdo e a linguagem utilizada pelas
Pessoas Sujeitas na elaboração dos Registos devem obedecer a níveis
elevados de conhecimento, de honestidade intelectual e a padrões
profissionais inquestionáveis, reflectindo, de forma correcta, pormenorizada e
ordenada, todos os aspectos em que estão envolvidas no âmbito da sua
actividade profissional.
2. Os Registos criados e mantidos pelas Pessoas Sujeitas, independentemente
do suporte em causa, poderão vir a ser visualizados, utilizados ou
conservados pelo Banco ou por terceiros autorizados.
3. Na elaboração, manutenção, gestão e eliminação dos Registos, são
observados os requisitos legais aplicáveis, nomeadamente na Lei nº 22/11 de
17 de Junho – Lei da Protecção de Dados Pessoais.

50
4. É proibida a ocultação, destruição e a alteração de quaisquer Registos
potencialmente relevantes numa situação de litígio ou no contexto de qualquer
processo, interno ou externo, potencial ou efectivo.
Artigo 13.º (Propriedade Intelectual)
1. As Pessoas Sujeitas devem respeitar os direitos de propriedade intelectual e
os inerentes direitos do Banco em relação a projectos, programas, sistemas
informáticos, equipamentos, normativos internos e, em geral, em relação a
todas as obras e trabalhos concebidos ou desenvolvidos pelo Banco, seja pela
actividade de qualquer uma das Pessoas Sujeitas, seja pela actividade
desenvolvida por terceiros.
2. A reprodução ou a divulgação a terceiros, total ou parcial, independentemente
do meio utilizado, é expressamente proibida salvo autorização expressa do
respectivo Superior Hierárquico e do Administrador de pelouro.
Artigo 14.º (Protecção de Dados Pessoais)
1. As Pessoas Sujeitas que tenham acesso ou lidem com dados pessoais
relativos a Pessoas Singulares e Colectivas respeitam o sigilo profissional
relativamente aos dados pessoais tratados, abstendo-se de os utilizar para
uma finalidade diferente daquela que motivou a respectiva recolha e
protegendo-os de qualquer difusão ou acesso não autorizados.
2. Nos termos da legislação em vigor em matéria de protecção de dados
pessoais, as Pessoas Sujeitas e restantes titulares de dados têm o direito de
informação, de acesso e de oposição ao tratamento de dados, podendo,
nomeadamente, aceder, consultar e exercer o direito de rectificação dos seus
dados pessoais mantidos pelo Banco.
Artigo 15.º (Defesa dos Interesses dos Clientes)
1. As Pessoas Sujeitas respeitam de forma conscienciosa os interesses que lhes
são confiados pelos Clientes, prestam toda a informação e disponibilizam
produtos e serviços bancários e financeiros de qualidade, agindo sempre de
acordo com os mais elevados níveis de integridade.
2. Esta exigência implica que todas as Pessoas Sujeitas procedam com a
máxima diligência nas suas relações com os Clientes, ou seja, que actuem de
acordo com os princípios da repartição de riscos e da segurança das
aplicações, proporcionando-lhes os produtos e serviços bancários e

51
financeiros que melhor se ajustam às suas necessidades financeiras e ao seu
perfil de risco.
3. As Pessoas Sujeitas actuam de acordo com as instruções escritas recebidas
dos Clientes aplicando sempre o Preçário em vigor ou aquele para o qual
estejam autorizados.
4. As Pessoas Sujeitas informarão prontamente os Clientes, quer da execução
e resultados das operações que efectuem em resultado das suas instruções,
quer da ocorrência de dificuldades especiais que possam condicionar ou
inviabilizar a concretização daquelas.
Consequentemente, as Pessoas Sujeitas devem formular um juízo crítico sobre
a instrução em concreto do Cliente, independentemente do fim a que a mesma
se destina, com o objectivo de verificar se a mesma se adequa ao respectivo
perfil de risco. Em caso dúbio ou negativo, deverão transmitir por escrito ao
Cliente essa mesma informação ficando ao critério deste a execução ou não da
operação.
5. As Pessoas Sujeitas podem diligentemente transmitir aos Clientes quaisquer
factos ou circunstâncias de que tomem conhecimento, não sujeitos a sigilo
profissional ou que não se revistam de informação privilegiada, susceptíveis
de justificar a revisão, alteração ou revogação das instruções recebidas.
6. Ao dever de diligência que incumbe a todas as Pessoas Sujeitas nas suas
relações com os Clientes corresponde necessariamente o dever de estes
cumprirem as diversas obrigações legais e contratuais nas suas relações com
o Banco, em particular, o dever de prestarem às Pessoas Sujeitas
informações verdadeiras e actuais sobre a sua identidade, morada, situações
económica e profissional de forma a permitir, a todo o tempo, uma avaliação
correta, fundamentada e documentada do seu perfil de risco.
Artigo 16.º (Tratamento Íntegro)
1. As relações entre as Pessoas Sujeitas e os Clientes devem pautar-se pela
lealdade, respeito, discrição, transparência, objectividade e neutralidade.
2. É essencial que as Pessoas Sujeitas respeitem os interesses que lhes são
confiados pelos Clientes, disponibilizando informação transparente e clara
sobre os produtos e serviços bancários e financeiros oferecidos e abstendo-
se de obter, para si ou para terceiros não autorizados, directa ou

52
indirectamente, vantagens sobre os mesmos através da manipulação de
informação confidencial, adulteração ou omissão de factos relevantes ou de
outros comportamentos ou práticas desleais.
3. Sem prejuízo dos números anteriores, o Banco não está impedido de praticar
condições diferenciadas, tanto na realização de operações activas e passivas
como na prestação de serviços, tendo em conta designadamente o risco do
Cliente e das operações, bem como a rentabilidade destas.
Artigo 17.º (Conflitos de Interesses)
1. Aos Colaboradores do Banco, está vedado o exercício de qualquer actividade
profissional exterior ao mesmo fora do seu horário de trabalho, que possa
conflituar com os interesses do Banco. No caso da existência de dúvidas face
a determinada situação, devem os mesmos comunicar, com antecipação, a
situação em causa à sua Hierarquia e à Direcção de Recursos Humanos (de
ora em diante “DRH”).
2. As Pessoas Sujeitas devem estar atentas a quaisquer actividades ou relações
que possam interferir, potencialmente ou de facto, com a sua capacidade e
dever de agir no melhor interesse legítimo do Banco e dos Clientes, dando-se
prevalência, em caso de conflito, aos últimos.
3. As Pessoas Sujeitas são responsáveis por fazerem uma avaliação ponderada,
procurarem auxílio especializado, identificarem e reportarem à respectiva
Hierarquia e, simultaneamente, ao GC, quando tal se afigure necessário para
a salvaguarda dos interesses do Banco, quaisquer situações susceptíveis de
consubstanciarem conflitos de interesses, ainda que potenciais
4. Em caso de ocorrência de conflitos de interesses entre, por um lado, o Banco
e Pessoas Sujeitas e, por outro lado, os interesses legítimos de Clientes, o
Banco deve pautar a sua actuação na resolução desses conflitos pela
transparência e rigor, por forma a garantir aos Clientes em causa um
tratamento imparcial, objectivo e equitativo.
5. O Banco promove uma cultura institucional, uma estrutura organizativa,
procedimentos e mecanismos de controlo que previnam ou reduzam ao
mínimo a ocorrência de conflitos de interesses com ou entre Clientes.
6. Em qualquer caso, quando o conflito de interesses com o Cliente se verifique
ou seja susceptível de se verificar em relação a uma Pessoa Sujeita, esta não

53
deve intervir, por si ou por interposta pessoa, na prestação do serviço ou na
realização da operação, salvo se devidamente autorizada.
7. Quando, relativamente à prestação de determinado serviço ou à realização
de determinada operação, não for possível evitar a ocorrência de um conflito
de interesses e com um grau de certeza razoável seja expectável que os
interesses do Cliente serão prejudicados, o Banco informará por escrito o
Cliente da origem e natureza do conflito, prestando de seguida o serviço ou
realizando a operação se essa for a vontade do Cliente.
8. Sempre que o Banco disponha de políticas ou procedimentos relativos a
gestão de conflitos de interesses em áreas de negócio específicas, como é o
caso da prestação de serviço de intermediação financeira e da realização de
operações sobre instrumentos financeiros, as mesmas prevalecem sobre as
normas de conflitos de interesses gerais.

Artigo 18.º (Segredo Profissional)


1. As Pessoas Sujeitas têm a obrigação de proteger a confidencialidade de toda
a informação obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções ou
da prestação dos seus serviços, não a devendo divulgar a pessoas que não
estejam autorizadas a recebê-la ou que não tenham necessidade de ter
conhecimento da mesma.
2. As Pessoas Sujeitas devem certificar-se de que os documentos relativos à
sua actividade profissional são tratados com recurso aos meios
disponibilizados para minimizar o risco do acesso aos mesmos por pessoas
não autorizadas.
3. As Pessoas Sujeitas não devem discutir assuntos confidenciais em locais
públicos. Caso exista tal necessidade por motivos estritamente profissionais,
devem munir-se dos indispensáveis cuidados para assegurar o tratamento tão
sigiloso quanto possível da informação em causa de forma a evitar a
percepção da mesma por pessoas não autorizadas.
4. Sendo o dever de segredo profissional um dos pilares fundamentais em que
se suporta a relação de confiança entre Clientes e as Pessoas Sujeitas, estas
devem respeitá-lo de forma escrupulosa, não podendo revelar quaisquer
informações respeitantes às relações com os Clientes, excepto nos casos em
que estejam devidamente autorizados pelos mesmos ou nos casos

54
expressamente consagrados na lei. Nessas circunstâncias e antes da
divulgação da informação, dar-se-á sempre conhecimento ao respectivo
Superior Hierárquico e ao GC quando tal se afigure necessário para a
salvaguarda dos interesses do Banco.
5. O dever de segredo não cessa com o termo de funções ou serviços.
6. A violação do dever de segredo profissional, previsto no artigo 76º da Lei
12/2015-Lei das Instituições Financeiras, resultante da má utilização da
informação dos Clientes ou da sua transmissão indevida a pessoas não
autorizadas constitui um crime punível nos termos do disposto no Código
Penal.
Artigo 19.º (Dignidade das Pessoas Sujeitas)
1. No Banco, a dignidade das Pessoas Sujeitas é imperiosamente respeitada e
um valor inalienável. As práticas de recursos humanos reconhecem, valorizam
e promovem o respeito pelos direitos humanos e baseiam-se, nomeadamente,
nos seguintes princípios:
a) Respeito pela dignidade da Pessoa Humana e, por conseguinte, das
Pessoas Sujeitas;
a) Segurança e higiene das Pessoas Sujeitas no e do local de trabalho,
respectivamente;
b) Não tolerância de quaisquer práticas de discriminação e de assédio.
2. As qualidades intrínsecas e distintivas de cada Pessoa Sujeita são
merecedoras de respeito e consideração por parte do Banco implicando, neste
sentido, o rigoroso respeito por um conjunto de direitos e deveres
fundamentais.
Artigo 20.º (Segurança e Saúde)
1. O reconhecimento e o respeito pelos princípios da segurança e saúde das
Pessoas Sujeitas no local de trabalho traduzem-se no desenvolvimento de um
esforço contínuo com o objectivo de proporcionar um ambiente de trabalho
seguro, saudável, limpo e produtivo. Aqueles devem ser acompanhados pela
preocupação contínua das Pessoas Sujeitas em observarem as regras
vigentes sobre segurança e saúde no trabalho.
2. Para garantir a segurança das Pessoas Sujeitas e Clientes, o Banco reserva-
se o direito de utilizar meios de vigilância à distância suportados por

55
equipamento tecnológico nas suas instalações com plena observância das
regras vigentes sobre estes temas.
Artigo 21.º (Igualdade, Não Discriminação e Assédio)

1. A discriminação com base no sexo, na orientação sexual, na raça, na idade,


na incapacidade, no estado civil, na ascendência, no estado socioeconómico,
nas convicções políticas ou ideológicas e na filiação sindical ou partidária de
uma Pessoa Sujeita, assim como o assédio, são totalmente proibidos.
2. Se, nalguma circunstância, alguma Pessoa Sujeita sentir que está a ser vítima
de discriminação ou de assédio, ou se testemunhar ou receber uma queixa
relacionada com este tipo de comportamento, deverá comunicar de forma
escrita e fundamentada tal facto ao seu Superior Hierárquico e,
simultaneamente, à responsável da DRH.
3. Não obstante, o Conselho de Administração do Banco deverá ser
directamente informado sobre qualquer comportamento aqui enquadrável
quando em causa estiver uma Pessoa Sujeita que, pelo seu grau hierárquico
ou funcional, não permita a aplicação do número anterior.
4. Todas as denúncias anónimas efectuadas, sem prejuízo do apuramento de
eventuais responsabilidades disciplinares, serão liminarmente
desconsideradas.
5. Quando às demais, a confidencialidade será devidamente assegurada com a
garantia de que o denunciante não pode ser, em qualquer circunstância,
prejudicado.
Artigo 22.º (Apresentação das Pessoas Sujeitas)

As Pessoas Sujeitas, com especial incidência naquelas que estão em contacto


com o público, devem apresentar-se de forma cuidada, discreta, de acordo com o
princípio do bom senso e compatível com a dignidade institucional do Banco.
Artigo 23.º (Relacionamento entre Colaboradores)
1. As Pessoas Sujeitas devem assumir um comportamento íntegro, respeitoso e
honesto que permita manter e cultivar um relacionamento correcto e cordial
entre si e, desse modo, promover um forte espírito de equipa e contribuir para
um bom ambiente de trabalho e a prossecução de objectivos comuns.

56
2. As Pessoas Sujeitas que tenham entre si relações familiares ou equivalentes
devem informar à responsável pela DRH.
Artigo 24.º (Recrutamento, Formação e Avaliação)
1. O Recrutamento no Banco tem como objectivo principal a selecção de
candidatos que possuam as necessárias competências técnicas e
comportamentais para o posto de trabalho a prover, que perspectivem um
bom desempenho profissional e que se enquadrem no modelo cultural e
organizacional do Banco.
2. O Banco considera que a formação é um dos principais mecanismos para a
valorização do seu principal activo: os Colaboradores. A valorização e
motivação do capital humano do Banco são alguns dos imperativos
estratégicos fundamentais para o sucesso, pautando-se pelo cumprimento
das disposições legais.
3. As Pessoas Sujeitas serão avaliadas de acordo com o mérito demonstrado no
exercício das suas funções, bem como em consonância com os resultados
obtidos, assegurandose o respeito pelo princípio do contraditório.
Artigo 25.º (Relação com Fornecedores)
1. O relacionamento do Banco com Fornecedores de bens e serviços constitui
uma oportunidade para optimizar o seu poder negocial, sempre respeitando
os critérios objectivos em que deve basear-se a contratação de bens e
serviços a terceiros: preço, qualidade, disponibilidade, independência face ao
Banco e o integral cumprimento das obrigações fiscais para com o Estado.
2. O Banco procura igualmente utilizar o relacionamento com Fornecedores
como uma oportunidade para partilhar as melhores práticas e valores
empresariais procurando assegurar que a sua cadeia de Fornecedores
respeite as regras em vigor para cada Área em causa mas, também, os
direitos humanos e o ambiente.
3. O Banco deverá garantir que os Fornecedores e Prestadores de Serviços
observam integralmente as políticas internas e a legislação aplicável,
guardando confidencialidade relativamente ao seu relacionamento com o
Banco, excepto se a respectiva divulgação tiver sido superiormente
autorizada.

57
4. As decisões de aquisição de bens ou serviços pelo Banco devem ser
totalmente independentes de qualquer influência indevida, ainda que
potencial, por parte de qualquer Fornecedor. Estes comportamentos não
devem ser tolerados por nenhuma Pessoa Sujeita responsável pelo
relacionamento com determinado Fornecedor e, a sucederem, devem ser de
imediato reportados ao GC, quando tal se afigure necessário para a defesa
dos interesses do Banco.
5. A negociação das condições financeiras e a respectiva formalização de todos
os contractos com Fornecedores, bem como a centralização da informação
relativa à sua avaliação, é da responsabilidade da Área adquirente do serviço
do Fornecedor, coadjuvada pela DJ e pela Direcção de Recursos Materiais,
quando recaia no âmbito de actuação deste Órgão.
Artigo 26.º (Aceitação de Presentes e Entretenimento)
1. Salvo o disposto no n.º 3 do presente Artigo, as Pessoas Sujeitas não devem
aceitar presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais. Da mesma forma, não devem aceitar nem permitir que um familiar
próximo aceite presentes, serviços, empréstimos ou qualquer forma de
tratamento preferencial proveniente de Clientes, Fornecedores ou outros
terceiros em troca de um relacionamento comercial passado, presente ou
futuro com o Banco.
2. É expressamente proibida a aceitação pelas Pessoas Sujeitas de presentes
em dinheiro ou seus equivalentes.
3. Os presentes não monetários podem ser aceites quando a sua aceitação for
adequada e culturalmente conveniente
4. Em caso de dúvida quanto à possibilidade de aceitação de presentes não
monetários, as Pessoas Sujeitas devem consultar o respectivo Superior
Hierárquico, quando tal se afigure necessário para a defesa dos interesses do
Banco.
Artigo 27.º (Oferta de Presentes)
Se a oferta de um presente por uma Pessoa Sujeita for susceptível de ser
percepcionada por terceiros como um possível acto de suborno ou como o
pagamento de um favor, tal oferta não deverá ser feita.
Artigo 28.º (Chinese Walls)

58
1. Todas as Pessoas Sujeitas estão obrigadas a cumprir os procedimentos das
Chinese Walls( barreiras éticas à passagem de informação) implementados
ou a implementar pelas diferentes Áreas de Negócio do Banco, com o
objectivo de segregar as Pessoas Sujeitas envolvidas em transacções com
acesso a informação privilegiada sobre Clientes ou operações de outras que
não têm, nem têm necessidade de ter, acesso a essa informação.
2. A estrutura orgânica do Banco procura garantir, tanto quanto possível, a
afectação dos Colaboradores em exclusividade a cada actividade, sem
interferência em qualquer outra susceptível de conflito.
3. Nas diferentes Áreas do Banco é observada a completa separação física e
funcional entre as actividades de negócio e os respectivos serviços
operacionais e de controlo.
Artigo 29.º (Dever de Conhecer os Clientes)
1. As Pessoas Sujeitas que desempenhem funções comerciais devem conhecer
de forma aprofundada, permanente e documentada os Clientes com os quais
estabelecem e mantêm relações negociais.
2. O cumprimento rigoroso deste dever de conhecimento e de diligência
continuada nas relações com os Clientes permite ao Banco entender com
quem está a desenvolver relações de negócio, se os Clientes actuam por sua
própria conta ou por conta de terceiros e, ainda, certificar-se que os Clientes,
actuais ou potenciais, não estão envolvidos, voluntária ou involuntariamente,
em actividades relacionadas com o branqueamento de capitais ou o
financiamento do terrorismo.
3. Pretende-se assim, e entre outros, mitigar os riscos do Banco se constituir em
veículo para, ou objecto de, fraude interna, externa ou criminalidade
financeira, assegurando que a sua reputação e a sua integridade estão
devidamente salvaguardadas.
Artigo 30.º (Dever de Conhecer as Políticas, os Processos e os Procedimentos)
1. Todas as Pessoas Sujeitas devem conhecer de forma aprofundada,
permanente e documentada as políticas, os processos e os procedimentos
instituídos no Banco.
2. Pretende-se, assim e entre outros, mitigar os riscos do Banco se constituir em
veículo para, ou objecto de, fraude interna, externa ou criminalidade

59
financeira, assegurando que a sua reputação e a sua integridade estão
devidamente salvaguardadas.
Artigo 31.º (Dever de Conhecer as Transacções)
1. As Pessoas Sujeitas, sobretudo aquelas que desempenham funções
comerciais, devem conhecer de forma aprofundada, permanente e
documentada as transacções, actuais ou futuras, de forma a auxiliar as áreas
de controlo interno do Banco a estabelecer padrões comportamentais sempre
e quando se justificar.
2. Pretende-se assim, e entre outros, mitigar os riscos do Banco se constituir em
veículo para, ou objecto de fraude interna, externa ou actividades de
branqueamento de capitais ou financiamento do terrorismo, ou criminalidade
financeira, assegurando que a sua reputação e a sua integridade estão
devidamente salvaguardadas.
Artigo 32.º (Anti - Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e
Proliferação)
1. O Banco está consciente da necessidade de reprimir a criminalidade
organizada e de prevenir e combater o branqueamento do produto de
actividades criminosas, bem como o financiamento do terrorismo e a
proliferação de actividades relacionadas com negócios que, ainda que legais
ou legalizadas, sejam eticamente dúbias.
2. Para efeitos do número anterior, o Banco adopta elevados níveis de protecção
no sector financeiro para que a solidez, a integridade, o cumprimento e a
estabilidade das instituições financeiras, bem como a confiança no sistema
financeiro no seu conjunto não sejam comprometidas.
3. Consequentemente, o Banco estabeleceu directrizes internas exigindo que as
diferentes áreas de negócio desenvolvam e implementem programas
efectivos de prevenção e repressão aos temas referidos no número 1. deste
Artigo, por forma a observar a legislação nacional e internacional em vigor,
bem como as melhores práticas nacionais e internacionais, salvaguardando-
se, desta forma, o Banco e os Clientes contra a sua utilização e
instrumentalização em esquemas (potencialmente) ilícitos.
4. Para uma eficaz prevenção daquelas actividades criminosas é essencial que
todas as Pessoas Sujeitas cumpram estritamente com o dever de

60
identificação dos clientes no momento de início da relação de negócio, bem
como assegurem um permanente e aprofundado grau de conhecimento dos
Clientes e das suas transacções ao longo das relações negociais
estabelecidas, observando os princípios gerais de actuação e os demais
deveres estabelecidos na legislação aplicável e nos termos estabelecidos nos
normativos internos, com vista a reportarem situações relevantes ao GC, para
que este, por sua vez, assegure o exercício dos deveres que legalmente
impendem sobre o Banco.
5. Sempre que alguma Pessoa Sujeita tiver conhecimento de algum facto ou
suspeitar de alguma operação que possa vir a ser qualificado como
branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, deverá de imediato
proceder à respectiva comunicação ao GC.
Artigo 33.º (Abuso de Mercado)
1. O exercício das actividades de gestão de activos, de intermediação financeira,
de consultoria para investimento e outras deve pautar-se, nomeadamente,
pela observância dos princípios já enunciados no Artigo 5.º.
2. Sem prejuízo do que estiver especificamente previsto em normativo interno,
às Pessoas Sujeitas que disponham de informação privilegiada é
expressamente proibido que a transmitam a alguém fora do âmbito das suas
funções ou que a utilizem, designadamente que com base nessa informação,
negoceiem ou aconselhem alguém a negociar em valores mobiliários ou
outros instrumentos financeiros ou ordenem a sua subscrição, aquisição,
venda ou troca, directa ou indirectamente, para si ou para outrem, antes da
mesma ser tornada pública.
3. É absolutamente proibida a divulgação de informações falsas, incompletas,
exageradas ou tendenciosas, a realização de operações de natureza fictícia
ou a execução de outras práticas fraudulentas para alterar artificialmente o
regular funcionamento do mercado de valores mobiliários ou de outros
instrumentos financeiros.
4. Sempre que alguma Pessoa Sujeita tiver conhecimento de algum facto que
possa vir a ser qualificado como abuso de mercado, deverá de imediato
proceder à comunicação ao GC.
Artigo 34.º (Prestação de Informação, Publicidade e Marketing)

61
1. A prestação de informação, obrigatória ou facultativa, às autoridades e ao
público em geral, deve ser efectuada com observância rigorosa do princípio
da legalidade, particularmente das disposições legais aplicáveis, das normas
regulamentares e orientações estabelecidas pelas Entidades Supervisoras.
2. Em todas as Agências do Banco, encontrar-se-á acessível o preçário
actualizado, contendo as taxas de juro em vigor, indexantes, comissões e
custo dos serviços prestados e/ou o modo de os calcular.
3. As acções de publicidade ou de marketing, sobre o Banco, as suas actividades
ou respectivos produtos e serviços, devem ter sempre em conta os interesses
do Cliente/Consumidor e respeitar os princípios de veracidade, da
objectividade, da clareza e da oportunidade.
4. As Pessoas Sujeitas abster-se-ão de transmitir, por sua iniciativa ou a pedido
de terceiros, qualquer notícia ou informação sobre o Banco aos meios de
comunicação social, salvo aprovação expressa da Administração.
Artigo 35.º (Entidades de Supervisão, Fiscalização, Tribunais e Áreas de
Controlo Interno)
1. Constitui um dever das Pessoas Sujeitas cooperarem com quaisquer
Entidades de Supervisão, ou de Fiscalização, com os Tribunais e com as
Áreas de Controlo Interno do Banco, sempre e quando se trate de matérias no
âmbito dos poderes e das competências que lhes estão atribuídas legal,
contratualmente ou por normativo interno.
2. É proibida a retenção, adulteração ou omissão de informações relevantes,
assim como a prestação de declarações falsas ou enganosas, em especial,
às Áreas de Controlo Interno, às Autoridades e aos Supervisores que
conduzam acções de auditoria, de compliance ou de investigação junto do
Banco, ao Conselho Fiscal e a Auditores Externos.
3. As Pessoas Sujeitas devem comunicar ao GC no caso de serem, por força
do exercício da sua actividade no Banco:
a) Sujeitos a investigação por qualquer Autoridade ou Entidade Reguladora;
b) Chamados a testemunhar ou a fornecer documentos, fora do desempenho
normal das suas funções, a qualquer Autoridade ou Entidade Reguladora;
c) Objecto de qualquer queixa-crime ou de um pedido de indemnização
judicial feito por qualquer Stakeholder.

62
Capítulo IV (Reclamações)

Artigo 36.º (Direito a Reclamar)


1. O Banco reconhece o direito que assiste a todos os Clientes de reclamar,
encarando-o como um meio para melhorar os serviços e produtos por si
prestados e disponibilizados.
2. Os Clientes podem exercer o direito previsto no número anterior sempre que
entenderem que o Banco não terá agido de forma adequada, devendo o
motivo subjacente à reclamação, ou seja, o conteúdo da mesma, estar
directamente relacionado com as actividades bancárias desenvolvidas.
Artigo 37.º (Recepção, Apreciação e Tratamento)
O Banco actua de acordo com os princípios da gratuitidade, imparcialidade,
objectividade e celeridade, tendo, para o efeito, elaborado e implementado os
procedimentos internos para a recepção, a apreciação e o tratamento das
reclamações, os quais deverão ser respeitados e cumpridos por todas as Pessoas
Sujeitas.
Quando, da análise efectuada, se conclui pela razão na apresentação da reclamação,
o Banco promove as acções necessárias à satisfação da pretensão do Reclamante e,
sendo caso disso, à reparação de prejuízos que, comprovadamente, lhe tenham sido
causados.
Uma vez concluída a análise da reclamação, e consoante o canal e o meio utilizados
pelo Cliente para a apresentação da mesma, a posição assumida ser-lhe-á transmitida
por escrito.
O Banco possui normativo interno que regula os procedimentos relativos à recepção
e tratamento de reclamações recebidas de Clientes.
Artigo 38.º (Como Reclamar)
O “site” do Banco, através da opção “Contacto”, presta informação sobre os canais
que podem ser utilizados, assim como disponibiliza os meios necessários à
formalização de reclamações:
a) Endereço postal;
b) Contactos telefónicos e respectivos horários;
c) Contactos electrónicos (endereço de e-mail);
d) Formulário electrónico que pode ser preenchido.

63
Capítulo V (Poder Disciplinar)

Artigo 39.º (Âmbito)


1. A violação, negligente ou dolosa, por acção ou omissão, e ainda que na forma
tentada, das normas previstas no presente Código de Conduta, constitui
infracção disciplinar punível nos termos da Lei Geral do Trabalho e demais
legislação complementar, sem prejuízo da responsabilidade contra-
ordenacional, criminal ou civil a que os factos integrantes dessa violação
possam concomitantemente dar lugar.
2. Sempre que a infracção resulte da omissão de um dever, a aplicação da
sanção não dispensa o infractor do seu cumprimento se for ainda possível.
Artigo 40.º (Competência)
Compete à Administração do Banco o exercício do poder disciplinar sobre as
Pessoas Sujeitas, bem como a determinação da aplicação das sanções legalmente
previstas.

Capítulo VI (Disposições Finais)

Artigo 41.º (Conhecimento e Aceitação pelas Pessoas Sujeitas)


1. O Código de Conduta, bem como as suas alterações, presumem-se do
conhecimento de todas as Pessoas Sujeitas assim que forem divulgados via
intranet e internet e devendo todos os Colaboradores assinarem o Termo de
Recebimento e Compromisso conforme Anexo I ao presente documento.
2. Uma cópia do Termo de Recebimento assinado, deve ser anexado ao
Processo Individual de cada trabalhador, existente na DRH.

Entrada em vigor: 12/04/2013


Alteração Nr 2 - 25/01/2017
Direcção de Organização

64
CAPITULO 3 - CARACTERIZAÇÃO DO BANCO INTERNACIONAL DE CRÉDITO
DE ANGOLA E ANALISES E DISCUSÃO DOS RESULTADOS

3.1. Caracterização do Banco BIC de Angola.

O Banco Internacional de Crédito (BIC), iniciou a sua actividade em Maio de 2005, e


embora possa ser definido como um banco jovem, é considerado um banco de
referência no Sector Bancário, dentro e fora de Angola. O maior banco privado em
Angola em termos de cobertura de unidades comerciais, com 220 balcões em todo o
país, das quais 192 Agências, 17 Centros de Empresa, 3 Centros de Investimento, 7
Balcões Empresa e 1 Private Banking.
É um banco moderno e dinâmico que faz uso das mais sofisticadas tecnologias.
Prestamos igualmente uma especial atenção à eficiência e à personalização na
abordagem do mercado. Pretendemos ser a sua referência como parceiro estratégico
do seu negócio. Um banco Angolano de capital privado, constituído por investidores
nacionais e estrangeiros.
O Banco BIC é uma instituição que pretende abranger o mercado nacional a retalho,
e também consagrar-se como um parceiro privilegiado do tecido empresarial
Angolano. Pretendemos, para tal, apoiar as PMEs (Pequenas e Medias Empresas)
assim como os grandes grupos empresariais.
O know-how dos quadros está baseado em mais de 30 anos de experiência na Banca
Angolana, constituindo assim uma equipa de profissionais especializada, dedicada e
capacitada para o mercado nacional como para a arena internacional.
O Banco BIC é cada vez mais uma marca internacional. Não só com a presença em
Portugal, desde 2008, mas também em Cabo Verde (IFI), África do Sul (Rep. Office)
e, num futuro próximo na Namíbia.

3.1.1. Missão, Visão e Valores

Missão.

Sermos um Banco sólido, rentável, socialmente responsável, eficiente, ágil, com


presença nacional e internacional, vocacionado para a criação de valor, parceiro das
empresas e das famílias, que se distingue pela valorização dos seu activos, pela
satisfação dos seus Clientes e pela realização dos seus colaboradores, sempre
guiado por um comportamento de elevada responsabilidade ética e social.
65
Visão.

Ser o melhor e maior Banco privado a operar em Angola, crescendo de forma


sustentada, inovadora e oferecendo as melhores soluções aos Clientes, com
permanente capacidade de renovação, contribuindo de forma activa para o
desenvolvimento e crescimento de Angola.

Valores

Transparecer em todos os nossos comportamentos, atitudes e decisões, os princípios


que nos servem de guia no exercício das nossas responsabilidades, bem como na
prossecução dos nossos objectivos.

Orientação ao Cliente

Construir relações duradouras com os Clientes assentes no rigor, integridade e


transparência. A nossa dedicação e compromisso com os nossos valores fazem com
que os Clientes saibam que podem contar connosco para fornecer serviços de
excelência, que os ajudam a alcançar seus objectivos pessoais e profissionais.

Inovação

Observar e interpretar permanentemente o mercado para que possamos marcar a


diferença num ambiente altamente competitivo, não só pela antecipação de soluções
e aquisição de novos conhecimentos, como também pela criação de valor.

Ambição

A permanente união entre a humildade pessoal e a ambição profissional permite-nos


acreditar que podemos fazer sempre mais e melhor, sendo esta crença uma das
forças motrizes do crescimento profissional de cada um em particular e da equipa em
geral.

Reconhecimento e valorização contínua dos colaboradores

Os Recursos Humanos são uma das grandes forças impulsionadoras do nosso


crescimento e da concretização dos nossos objectivos estratégicos. Pautamos a
nossa acção pela criação de condições de trabalho e planos de carreira individuais
que propiciem a satisfação e elevem a motivação de todos, assim como privilegiamos
o investimento contínuo no desenvolvimento das suas competências técnicas e
comportamentais.

66
3.1.2. Órgãos Sociais do Banco BIC, SA

Figura 2 - Estrutura organizativa do Banco BIC


Fonte: Banco BIC Relatório de conta 2017

Assembleia Geral
Presidente : Manuel Pinheiro Fernandes
Secretario: Luís Manuel Cortês dos Santos
Conselho de Administração
Presidente: Fernando Mendes Teles
Vogais: Graziela Rodrigues Esteves, Fernando Aleixo Duarte, Graça Maria Pereira,
Hugo Silva Teles, Jaime Galhoz Pereira, José Manuel Cândido, Pedro Nunes
M'Bidingani, Isabel José dos Santos, Amadeu Maurício
Comissão Executiva do Conselho de Administração
Presidente: Fernando Mendes Teles
Vogais: Graziela Rodrigues Esteves, Fernando Aleixo Duarte, Graça Maria Pereira,
Hugo Silva Teles, Jaime Galhoz Pereira, José Manuel Cândido, Pedro Nunes
M'Bidingani
67
Secretário da Sociedade: Marta Carvalho
Conselho Fiscal
Presidente: Sérgio Henrique Serra
Vogal: Maria Ivone dos Santos
Auditor Externo:
PKF Angola - Auditores e Consultores, S.A.

3.1.3. Número de agências.

O Banco BIC, SA dispõe actualmente de uma rede de 193 agências para atendimento
público.

Figura 3 – Agências do Banco BIC


Fonte: Banco BIC, 2018

68
3.1.4. Caracterização da amostra.

Como foi referido na metodologia apresentada na parte introdutória, a população


escolhida para o estudo foi as agências bancarias do Município de Viana. Segundo a
listagem fornecida pelos serviços da mesma, instituição ela é composta por um total
de 40 efectivos distribuídos em 5 agências (Agência Estalagem, Agência Viana II,
Agência Zango, Agência Viana – Sometal e Agência Zango II), os quais todos
formaram parte da amostra da investigação.
A amostra foi estratificada tendo em conta o género, faixa etária e nível académico.

3.1.5. Distribuição dos participantes por género

Tabela 2 - Distribuição dos funcionarios por género

Género Frequência Percentagem


Masculino 23 57,5%
Feminino 17 42,5%
Total 40 100%
Fonte: Questionário

57,50%

60,00% 42,50%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Masculino Feminino

Gráfico 1 - Distribuição dos funcionarios por género


Fonte: Questionário
Quanto ao género, houve uma maior participação de funcionarios do sexo masculino
do que a do sexo oposto. Para se ter uma ideia, responderam ao nosso questionário
57,5% do sexo masculino e 42,5% do sexo feminino. Ou seja, dos 40 funcionarios que
responderam ao nosso questionário 23 são do sexo masculino e 17 do sexo oposto,

69
existindo um equilíbrio em quanto a género dos inqueridos conforme pode ver-se no
gráfico acima.

3.1.6. Distribuição dos funcionarios por faixa etária

Tabela 3 - Distribuição dos funcionarios por faixa etária

Faixa etária Frequência Percentagem


25 – 30 20 50%
31 – 35 10 25%
36 – 40 8 20%
41 – 45 2 5%
Total 40 100%

Fonte: Questionário
É possível ainda verificar na tabela acima, que a maior parte dos participantes ao
questionário encontram-se na faixa-etária entre 25–30 anos de idade.
50%

50%
45%
40%
35%
25%
30%
20%
25%
20%
15%
5%
10%
5%
0%
25 – 30 31 – 35 36 – 40 41 – 45

Gráfico 2 - Distribuição dos funcionarios por faixa etária


Fonte: Questionário
Quanto a idade dos respondentes ao questionário, esta varia entre os 25 aos 45 anos
de idade. Sendo que a maior parte da população angolana é jovem, pensamos ser
uma excelente média de idade para ter experiência nesta matéria.

70
3.1.7. Distribuição dos funcionarios por habilitações literárias /Académicas

Tabela 4 - Nível académico dos funcionarios.

Habilitações Frequência Percentagem


Médio 15 37,5%
Licenciado 20 50%
Mestre 5 12,5%
Total 40 100%
Fonte: Questionário
50%

50,00%
37,50%
45,00%
40,00%
35,00%
30,00%
25,00% 12,50%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
Médio Licenciado Mestre

Gráfico 3 - Distribuição dos participantes por habilitações académicas


Fonte: Questionário

Considerando que a população estudada é adulta, pensamos que devia ter um nível
de escolaridade mais alto do que se apresenta, visto que as políticas educativas
actuais incentivam os cidadãos, ter grande possibilidade de faz mestrado e
especialização dos diferentes perfiles profissionais.

Tipo de vínculo laboral

Em relação ao tipo de vínculo, o 100% do pessoal são efectivo.

3.2. Análise e interpretação dos resultados

Nesta secção iremos nos debruçar sobre as respostas dadas pelos participantes ao
questionário, com o intuito de atingir os objectivos que nos propusemos alcançar com
a presente dissertação.
71
Tabela 5 - Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 35 87,5%
Quase sempre 5 12,5%
Às vezes 0 0%
Raramente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 40 100

Fonte: Elaboração própria


87,50%
90,00%
80,00%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
12,50%
20,00%
0% 0% 0%
10,00%
0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 4 - Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco


Fonte: Elaboração própria
Como se mostra no gráfico anterior a maioria dos funcionários do banco 85 %
conhecem o código de conduta, o que significa que o banco cumpre com as diretrizes
da administração.
Tabela 6 - Sente-se satisfeito com seu ambiente de trabalho
Respostas Inquiridos Percentagens
Muito satisfeito 30 75%
Satisfeito 5 12,5%
Mais ou menos 5 12,5%
Insatisfeito 0 0%
Muito insatisfeito 0 0%

72
Total 40 100
Fonte:
Elaboração própria

75%
80%
70%
60%
50%
40%
30% 12,50% 12,50%
20% 0% 0%
10%
0%
Muito Satisfeito Mais ou Insatisfeito Muito
satisfeito menos insatisfeito

Gráfico 5 - Sente-se satisfeito com seu ambiente de trabalho


Fonte: Elaboração própria
Com respeito ao ambiente de trabalho a grande totalidade se sente satisfeito 87,5%,
e 12,50% esta mas ou menos satisfeito, o que significa que o banco deve continuar
trabalhando neste aspecto.
Tabela 7 - O Banco leva em conta o clima organizacional e as necessidades e
motivações dos funcionários
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 25 62,5%
Quase sempre 8 20%
Às vezes 3 7,5%
Raramente 3 7,5%
Nunca 1 2,5%
Total 40 100

Fonte: Elaboração própria

73
62,50%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
20%
30,00%
20,00% 7,50% 7,50%
2,50%
10,00%
0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 6 - O Banco leva em conta o clima organizacional e as necessidades e


motivações dos funcionários
Fonte: Elaboração própria
Conforme mostra o gráfico em cima estão divididas as opiniões com respeito ao clima
organizacional e a motivação, 82,5% estão de acordo, 10% não concordam e 7,5%
responderam que às vezes.
Tabela 8 - Possui as qualificações, conhecimentos e competências técnicas
necessárias para o correcto exercício das suas funções
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 25 62,5%
Quase sempre 5 12,5%
Às vezes 6 15%
Raramente 3 7,5%
Nunca 1 2,5%
Total 40 100

Fonte: Elaboração própria

74
62,50%
70,00%

60,00%

50,00%

40,00%

30,00%
15%
12,50%
20,00%
7,50%
10,00% 2,50%

0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 7 - Possui as qualificações, conhecimentos e competências técnicas


necessárias para o correcto exercício das suas funções
Fonte: Elaboração própria
O gráfico mostra que um 75% dos funcionários são da opinião que possuem
qualificação, conhecimentos e competências técnicas necessárias para o correto
exercício de suas funções, 12,5% opinam que quase sempre, 7,5% raramente e 2,5%
que nunca.
Tabela 9 - Tem necessidade de formação, bem como situação de carência de meios
materiais ou técnicos.
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 25 62,5%
Quase sempre 10 25%
Às vezes 5 12,5%
Raramente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 40 100
Fonte: Elaboração própria

75
62,50%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00% 25%
30,00% 12,50%
20,00% 0% 0%
10,00%
0,00%
Sempre Quase Às vezes Raramente Nunca
sempre

Gráfico 8 - Tem necessidade de formação, bem como situação de carência de


meios materiais ou técnicos.
Fonte: Elaboração própria
No gráfico anterior se mostra que um 62,5 dos funcionários têm necessidade de
formação e carência de médios materiais e técnicos, 25% opinam que quase sempre
e 12,5 porcento expõem que às vezes.
Tabela 10 - Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a
informação obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções.
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 30 75%
Quase sempre 7 17,5%
Às vezes 3 7,5%
Raramente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 40 100
Fonte: Elaboração própria

75%
80%
70%
60%
50%
40%
30% 17,50%
20% 7,50%
0% 0%
10%
0%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 9 - Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a


informação obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções.

76
Fonte: Elaboração própria
Conforme se mostra no gráfico anterior a maioria dos funcionários, 92,5% cumprem
com a obrigação de proteger a confidencialidade da informação obtida.
Tabela 11 - Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais.
Respostas Inquiridos Percentagens
Nunca 36 90%
Raramente 3 7,5%
Às vezes 1 2,5%
Quase sempre 0 0%
Sempre 0 0%
Total 40 100

Fonte: Elaboração própria

90%
100%

80%

60%

40%
7,50%
20% 2,50% 0% 0%

0%
Nunca Raramente Às vezes Quase sempre Sempre

Gráfico 10 - Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou


potenciais.
Fonte: Elaboração própria
O 90% dos funcionários, a maioria opinam que não aceitam presentes remunerário
dos clientes ou fornecedores atuais ou potenciais cumprindo asim com o código de
conduta do banco.
Tabela 12 - Cumpre com os procedimentos das barreiras éticas à passagem de
informação implementados.
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 20 50%
Quase sempre 12 30%
Às vezes 6 15%

77
Raramente 2 5%
Nunca 0 0%
Total 40 100

Fonte: Elaboração própria


50%

50%
45%
40%
30%
35%
30%
25%
15%
20%
15%
5%
10%
0%
5%
0%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 11 - Cumpre com os procedimentos das barreiras éticas à passagem de


informação implementados.
Fonte: Elaboração própria
El 50% dos funcionários cumpre com os procedimentos das barreiras éticas à
passagem de informação implementados, 30% cumpre quase sempre, 15% Às vezes
e so um 5% raramente.

Tabela 13 - O banco procura reduzir ao mínimo a ocorrências de conflitos de


interesses com ou entre Clientes.
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 20 50%
Quase sempre 10 25%
Às vezes 7 17,5%
Raramente 3 7,5%
Nunca 0 0%
Total 40 100
Fonte: Elaboração própria

78
50%

50%

40%
25%
30% 17,50%
20%
7,50%
10% 0%

0%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 12 - O banco procura reduzir ao mínimo a ocorrências de conflitos de


interesses com ou entre Clientes.
Fonte: Elaboração própria
De acordo ao gráfico anterior 50% dos funcionarios opinam que o banco procura
reduzir ao mínimo a ocorrências de conflitos de interesses com ou entre Clientes, um
25% opinam que quase sempre, 17,5% Às vezes e so um 7,5% raramente.
Tabela 14 - Tem conhecimento de forma aprofundada, permanente e documentada
as políticas, os processos e os procedimentos instituídos no Banco.
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 15 37,5%
Quase sempre 10 25%
Às vezes 10 25%
Raramente 5 12,5%
Nunca 0 0%
Total 40 100
Fonte: Elaboração própria

79
37,50%
40,00%

35,00%

30,00% 25% 25%

25,00%

20,00%
12,50%
15,00%

10,00%

5,00% 0%

0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 13 - Tem conhecimento de forma aprofundada, permanente e documentada


as políticas, os processos e os procedimentos instituídos no Banco.
Fonte: Elaboração própria
Conforme se mostra no gráfico anterior o 37,5% dos funcionarios opinam que tem
conhecimento de forma aprofundada, permanente e documentada as políticas, os
processos e os procedimentos instituídos no Banco, um 25% opinam quase sempre,
25% opinam Às vezes e um 12,5% raramente.
Tabela 15 - Cumpre com as directrizes internas do banco de prevenção e repressão
a criminalidade organizada, prevenir e combater o branqueamento do produto de
actividades criminosas, bem como o financiamento do terrorismo.
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 25 62,5%
Quase sempre 10 25%
Às vezes 5 12,5%
Raramente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 40 100

Fonte: Elaboração própria

80
62,50%
70,00%

60,00%

50,00%

40,00%
25%
30,00%
12,50%
20,00%

10,00% 0% 0%

0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 14 - Cumpre com as directrizes internas do banco de prevenção e repressão


a criminalidade organizada, prevenir e combater o branqueamento do produto de
actividades criminosas, bem como o financiamento do terrorismo.
Fonte: Elaboração própria
Conforme se mostra no gráfico anterior o 62,5% dos funcionarios cumpre com as
directrizes internas do banco de prevenção e repressão a criminalidade organizada,
prevenir e combater o branqueamento do produto de actividades criminosas, bem
como o financiamento do terrorismo, um 25% opinam quase sempre, 12,5% opinam
Às vezes.
Tabela 16 - Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso
de mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance.
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 20 50%
Quase sempre 11 27,5%
Às vezes 6 15%
Raramente 3 7,5%
Nunca 0 0%
Total 40 100

Fonte: Elaboração própria

81
50%

50%

40%
27,50%
30%
15%
20%
7,50%
10% 0%

0%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 15 - Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso
de mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance.
Fonte: Elaboração própria
De acordo ao gráfico anterior 50% dos funcionarios opinam que se conhecer de algum
facto que possa vir a ser qualificado como abuso de mercado, procede a comunicá-lo
ao Gabinete de Compliance, um 27,5% opinam que quase sempre, 15% Às vezes e
so um 7,5% raramente.
Tabela 17 - O Banco reconhece o direito que assiste a todos os Clientes de reclamar
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 17 42,5%
Quase sempre 11 27,5%
Às vezes 8 20%
Raramente 4 10%
Nunca 0 0%
Total 40 100
Fonte: Elaboração própria

42,50%
50,00%

40,00% 27,50%
30,00% 20%

20,00% 10%

10,00% 0%

0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca

Gráfico 16 - O Banco reconhece o direito que assiste a todos os Clientes de reclamar


Fonte: Elaboração própria
82
Conforme se mostra no gráfico anterior o 22,5% dos funcionarios opinam que o Banco
reconhece o direito que assiste a todos os Clientes de reclamar, um 27,5% opinam
quase sempre, 20% opinam Às vezes e um 10% raramente.

3.3. Analises dos resultados estatísticos

Este passo se realiza para determinar e avaliar quais são as variáveis analisadas na
investigação que tem uma correlação significativa estatisticamente. Para elo se
realizam análises de regressão, análises multivariado e comparação de várias
mostras utilizando o paquete estatístico Statgraphics.

Analises das variáveis Possui as qualificações, conhecimentos e competências


técnicas necessárias para o correcto exercício das suas funções VS. Tem
necessidade de formação, bem como situação de carência de meios materiais
ou técnicos.

A saída mostra os resultados de ajustar um modelo linear para descrever a relação


entre Possui as qualificações, conhecimentos e competências técnicas necessárias
para o correcto exercício das suas funções e Tem necessidade de formação, bem
como situação de carência de meios materiais ou técnicos. A equação do modelo
ajustado é:

Possui as qualificações, conhecimentos e competências técnicas necessárias


para o correcto exercício das suas funções = 0,837209 + 0,895349 * Tem
necessidade de formação, bem como situação de carência de meios materiais
ou técnicos

Posto que o valor-P na tabela ANOVA é menor que 0,05, existe uma relação
estatisticamente significativa entre Possui as qualificações, conhecimentos e
competências técnicas necessárias para o correcto exercício das suas funções e Tem
necessidade de formação, bem como situação de carência de meios materiais ou
técnicos com um nível de confiança do 95,0%.

O estatístico R-Quadrada indica que o modelo ajustado explica 91,678% da


variabilidade em Possui as qualificações, conhecimentos e competências técnicas
necessárias para o correcto exercício das suas funções. O coeficiente de correlação
é igual a 0,957486, indicando uma relação relativamente forte entre as variáveis. O
erro estândar do estimado indica que a deviação estândar dos resíduos é 3,22959.
83
Este valor pode-se usar para construir limites de projeção para novas observações,
selecionando a opção de Pronósticos do menu de texto.

O erro absoluto medio (MAE) de 1,91628 é o valor promedio dos resíduos. O


estatístico de Durbin-Watson (DW) examina os resíduos para determinar se tem
alguma correlação significativa basada na ordem no que sé presentam no arquivo de
dados. Posto que o valor-P é maior que 0,05, não tem indicação de uma
autocorrelação serial em os resíduos com um nível de confiança do 95,0%.

Analises das variáveis Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco VS.


Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso de
mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance

A saída mostra os resultados de ajustar um modelo linear para descrever a relação


entre Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco e Se conhecer de algum
facto que possa vir a ser qualificado como abuso de mercado, procede a comunicá-lo
ao Gabinete de Compliance. A equação do modelo ajustado é:

Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco = -6,14634 + 1,76829* Se


conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso de
mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance

Posto que o valor-P na tabela ANOVA é menor que 0,05, existe uma relação
estatisticamente significativa entre Tem conhecimento do Código de Conduta do
Banco e Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso de
mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance com um nível de
confiança do 95,0%.

O estatístico R-Quadrada indica que o modelo ajustado explica 82,7105% da


variabilidade em Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco. O coeficiente
de correlação é igual a 0,909453, indicando uma relação relativamente forte entre as
variáveis. O erro estândar do estimado indica que a deviação estândar dos resíduos
é 7,32104. Este valor pode-se usar para construir limites de projeção para novas
observações, selecionando a opção de Pronósticos do menu de texto.

O erro absoluto medio (MAE) de 5,10732 é o valor promedio dos resíduos. O


estatístico de Durbin-Watson (DW) examina os resíduos para determinar se tem
alguma correlação significativa basada na ordem no que sé presentam no arquivo de

84
dados. Posto que o valor-P é maior que 0,05, não tem indicação de uma
autocorrelação serial em os resíduos com um nível de confiança do 95,0%.

Analises das variáveis Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco VS.


Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais.

A saída mostra os resultados de ajustar um modelo linear para descrever a relação


entre Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco e Aceita presentes em
numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou potenciais. A equação do modelo
ajustado é:

Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco = 0,251521 + 0,96856*


Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais.

Posto que o valor-P na tabela ANOVA é menor que 0,05, existe uma relação
estatisticamente significativa entre Tem conhecimento do Código de Conduta do
Banco e Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais com um nível de confiança do 95,0%.

O estatístico R-Quadrada indica que o modelo ajustado explica 99,4596% da


variabilidade em Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco. O coeficiente
de correlação é igual a 0,997295, indicando uma relação relativamente forte entre as
variáveis. O erro estândar do estimado indica que a deviação estândar dos resíduos
é 1,29426. Este valor pode-se usar para construir limites de projeção para novas
observações, selecionando a opção de Pronósticos do menu de texto.

O erro absoluto medio (MAE) de 0,73712 é o valor promedio dos resíduos. O


estatístico de Durbin-Watson (DW) examina os resíduos para determinar se tem
alguma correlação significativa basada na ordem no que sé presentam no arquivo de
dados. Posto que o valor-P é maior que 0,05, não tem indicação de uma
autocorrelação serial em os resíduos com um nível de confiança do 95,0%.

Analises das variáveis Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco VS.


Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a informação
obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções

85
A saída mostra os resultados de ajustar um modelo linear para descrever a relação
entre Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco e Cumpre com a obrigação
de proteger a confidencialidade de toda a informação obtida ou criada no contexto do
exercício das suas funções. A equação do modelo ajustado é:

Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco = -1,59248 + 1,19906*


Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a informação
obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções.

Posto que o valor-P na tabela ANOVA é menor que 0,05, existe uma relação
estatisticamente significativa entre Tem conhecimento do Código de Conduta do
Banco e Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a
informação obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções com um nível
de confiança do 95,0%.

O estatístico R-Quadrada indica que o modelo ajustado explica 98,6323% da


variabilidade em Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco. O coeficiente
de correlação é igual a 0,993138, indicando uma relação relativamente forte entre as
variáveis. O erro estândar do estimado indica que a deviação estândar dos resíduos
é 2,05908. Este valor pode-se usar para construir limites de projeção para novas
observações, selecionando a opção de Pronósticos do menu de texto.

O erro absoluto medio (MAE) de 1,52226 é o valor promedio dos resíduos. O


estatístico de Durbin-Watson (DW) examina os resíduos para determinar se tem
alguma correlação significativa basada na ordem no que sé presentam no arquivo de
dados. Posto que o valor-P é maior que 0,05, não tem indicação de uma
autocorrelação serial em os resíduos com um nível de confiança do 95,0%.

3.3.1. Análises multivariadas.

O quadro a seguir mostra o resumo estatístico para cada uma das variáveis
selecionadas. Inclui medidas de tendência central, de variabilidade, e de forma. De
particular interesse aqui é o sesgo estandardizado e a curtosis estandardizada, as
quais podem usasse para determinar sim a mostra provem de uma distribuição
normal. Valores de estos estadísticos fora do rango de -2 a +2 indicam deviações
significativas da normalidade, as quais tenderiam a invalidar muitos dos

86
procedimentos estatísticos que se aplicam habitualmente a estos dados. Las
siguientes variables muestran curtosis estandarizada fuera del rango esperado:
 Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco
 Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais.

Tabela 18 - Resultados estatísticos do análises multivariado.

exercício das suas funções

qualificado como abuso de


confidencialidade de toda
Cumpre com a obrigação
numerário de Clientes ou

comunicá-lo ao Gabinete
Fornecedores actuais ou

facto que possa vir a ser


Possui as qualificações,

situação de carência de
a informação obtida ou

competências técnicas

Se conhecer de algum
Código de Conduta do
Tem conhecimento do

correcto exercício das


criada no contexto do

formação, bem como


Tem necessidade de
Aceita presentes em

mercado, procede a
necessárias para o

meios materiais ou
conhecimentos e

de Compliance
de proteger a

suas funções
potenciais

técnicos
Banco

Reconto 5 5 5 5 5 5
Promedio 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Deviação Estândar 15,7003 15,248 12,6293 9,69536 7,84219 10,3682
Coeficiente de Variação 196,25% 190,599% 157,867% 121,192% 98,0274% 129,603%
Mínimo 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0
Máximo 36,0 35,0 30,0 25,0 20,0 25,0
Rango 36,0 35,0 30,0 24,0 20,0 25,0
Sesgo Estandardizado 2,01084 1,94411 1,79345 1,84054 0,875404 1,32068
Curtosis Estandardizada 2,22534 2,08824 1,7999 1,94316 0,203283 0,881273

Fonte: El StatAdvisor

3.3.2. Correlações.

A seguinte tabela mostra as correlações momento produto de Pearson, entre cada par
de variáveis. O rango de estos coeficientes de correlação vai de -1 a +1, e medem a
força da relação lineal entre as variáveis. Também se mostra, entre parêntesis, o
número de pares de dados utilizados para calcular cada coeficiente. O terceiro número
em cada bloque da tabela é um valor-P que proba a significância estatística das
correlações estimadas. Valores-P abaixo de 0,05 indicam correlações
significativamente diferentes de cero, com um nível de confiança do 95,0%. Os
seguintes pares de variáveis têm valores-P por debaixo de 0,05:

 Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou


potenciais e Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco
87
Tabela 19 - Resultados das Correlações.

exercício das suas funções

qualificado como abuso de


confidencialidade de toda
Cumpre com a obrigação
numerário de Clientes ou

comunicá-lo ao Gabinete
Fornecedores actuais ou

facto que possa vir a ser


Possui as qualificações,

situação de carência de
a informação obtida ou

competências técnicas

Se conhecer de algum
Código de Conduta do
Tem conhecimento do

correcto exercício das


criada no contexto do

formação, bem como


Tem necessidade de
Aceita presentes em

mercado, procede a
necessárias para o

meios materiais ou
conhecimentos e

de Compliance
de proteger a

suas funções
potenciais

técnicos
Banco
Aceita presentes em
numerário de Clientes ou
Fornecedores actuais ou
0,9973 0,9885 0,9871 0,8914 0,9445
potenciais
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0002 0,0015 0,0018 0,0423 0,0156
Tem conhecimento do
Código de Conduta do 0,9973 0,9931 0,9808 0,9095 0,9567
Banco
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0002 0,0007 0,0032 0,0323 0,0107
Cumpre com a obrigação
de proteger a
confidencialidade de toda a
informação obtida ou
0,9885 0,9931 0,9861 0,9466 0,9832
criada no contexto do
exercício das suas funções
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0015 0,0007 0,0020 0,0147 0,0026
Possui as qualificações,
conhecimentos e
competências técnicas
necessárias para o
0,9871 0,9808 0,9861 0,9207 0,9575
correcto exercício das suas
funções
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0018 0,0032 0,0020 0,0265 0,0105
Se conhecer de algum
facto que possa vir a ser
qualificado como abuso de
mercado, procede a
0,8914 0,9095 0,9466 0,9207 0,9839
comunicá-lo ao Gabinete
de Compliance
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0423 0,0323 0,0147 0,0265 0,0024
Tem necessidade de
formação, bem como
situação de carência de 0,9445 0,9567 0,9832 0,9575 0,9839
meios materiais ou
técnicos
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0156 0,0107 0,0026 0,0105 0,0024

Fonte: El StatAdvisor

88
Figura 4 - Resultados das Correlações

Fonte: El StatAdvisor

89
CONCLUSÕES

O presente estudo teve como objectivo determinar o nível de conhecimento e


cumprimento de Compliance dos funcionários no banco BIC S.A. Com base na
informação obtida pela presente dissertação, quer por meio da revisão bibliográfica
quer por meio dos questionários entregues aos funcionarios do banco que se
predispuseram em responder, permitiu-nos chegar as seguintes conclusões:
1. Para a organização estar em Compliance, ela precisa colocar a questão no
centro de sua estratégia, como elemento formador da sua identidade,
convertendo-o em política e programa, criando uma infraestrutura e um
ambiente de Compliance com o compromisso da administração e dos
colaboradores de respeito às normas. COIMBRA e BINDER (2010).
2. Ao longo da investigação, foram analisados os aspectos relacionados com a
Compliance e o código de conduta emitido pelo banco. Investigo-se sobre o
conhecimento dos funcionários e a aplicação de dito código. Analisou-se o
mercado de capitais angolano, as razões de sua criação e seu funcionamento
3. Com esta dissertação, pretendesse assim apresentar a nossa contribuição para
a melhoria desta instituição aumentando as oportunidades no mercado
financeiro, atraindo inversores e mostrando a transparência de suas ações
4. Com a aplicação das técnicas e métodos de investigação se pretendeu obter
na prática informação relevante e oportuna para a tomada de decisões, a qual
se resume em:
 As variáveis analisadas na investigação que estão relacionadas com a
Compliance e o código de conduta foram: Possui as qualificações,
conhecimentos e competências técnicas necessárias para o correcto
exercício das suas funções, tem necessidade de formação, bem como
situação de carência de meios materiais ou técnicos, tem conhecimento do
Código de Conduta do Banco, se conhecer de algum facto que possa vir a
ser qualificado como abuso de mercado, procede a comunicá-lo ao
Gabinete de Compliance, aceita presentes em numerário de Clientes ou
Fornecedores actuais ou potenciais, cumpre com a obrigação de proteger
a confidencialidade de toda a informação obtida ou criada no contexto do
exercício das suas funções.

90
 A análise estatística demostra que existe uma relação estatisticamente
significativa entre as variáveis antes mencionadas, o que significa que os
métodos, procedimentos e estilos de direcção que implementa a
governanza corporativa do Banco BIC S.A. estão a incidir positivamente
nos funcionários do banco e os clientes.

91
SUGESTÕES

De acordo com o estudo exposto, torna-se necessário elaborar algumas sugestões e


recomendações para a melhora contínua do cumprimento do Compliance:
 Que a governança corporativa do banco continue exigindo aos funcionários o
cumprimento do código de conduta
 Que se realizem cada certo tempo treinamento sobre o Compliance aos
funcionários
 Estender esta investigação a todas a agências do Banco BIC S.A

92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Baden: Nomos Verlagsgesellsschaft.
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São Paulo: Atlas.
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94
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<http://www.abbi.com.br/download/funcaodecompliance_09.pdf> Acesso em 14 de
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Compliance fuction in banks. Disponível em <http://www.bis.org/publ/bcbs113.pdf>.
Acesso em 30 de maio de 2015.
“Norma Australiana AS 3806, edição 2006, é o primeiro padrão do mundo a apresentar
os princípios para o desenvolvimento, a implementação e a manutenção de
Programas de Compliance eficazes, tanto em organizações públicas quanto privadas.
Tais princípios têm por finalidade ajudar as organizações a identificar e reparar
deficiências em seu compliance e a desenvolver processos para a melhoria contínua
nessa área”. AS 3806:2006. Regulamentações de Mercado. Disponível em:
<http://www.polyitsolutions.com.br/glossario/conteudo-grc/regulamentacoes-de-
mercado/>. Acesso em 05 de dezembro de 2015.
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em<http://ri.bmfbovespa.com.br/fck_temp/26_2/Diretrizes_de_Governanca_Corporati
va_da_BMFBOV ESPA.pdf>. Acesso em 30 de maio de 2015>.

95
ANEXOS
Anexo 1 - Estrutura do Inquérito por questionário
Caro(a) funcionario,
Vimos por este meio solicitar a sua colaboração no preenchimento deste questionário
que se enquadra no âmbito da realização do mestrado em Compliance no Mercado
de Capitais, estudo de caso : Empresa Banco BIC S.A., da Faculdade de Economia
da Universidade Agostinho Neto. Ao colaborar nesta investigação, cuja finalidade é
determinar o nível de conhecimento e cumprimento de Compliance dos funcionários
no banco BIC S.A, estará a contribuir, decerto, para uma melhor clarificação do
problema que se levanta.
As respostas são confidenciais e serão utilizadas apenas para fins estatísticos, pelo
que lhe solicitamos a máxima sinceridade nas respostas.
Sabendo que o preenchimento do questionário lhe vai ocupar algum tempo,
agradecemos, antecipadamente, a sua preciosa colaboração.
Atenciosamente,
Nelson Dias Dos Santos Cadete

A. Dados do funcionario:

Idade: ________ Género: Masculino Feminino


Nível académico: Médio Licenciado Mestre
Quanto tempo trabalha no Banco?__________________
Principais funções desempenhadas?__________________________________
_______________________________________________________________

Fonte: Elaboração própria


Leia com atenção e assinale somente uma das alternativas com um X

Quase sempre

Raramente
Às vezes
Sempre

Nunca
Nº Perguntas

1 Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco


2 Sente-se satisfeito com seu ambiente de trabalho
O Banco leva em conta o clima organizacional e as necessidades e
3
motivações dos funcionários
Possui as qualificações, conhecimentos e competências técnicas
4
necessárias para o correcto exercício das suas funções
Tem necessidade de formação, bem como situação de carência de
5
meios materiais ou técnicos.
Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a
6
informação obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções
Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
7
potenciais.
Cumpre com os procedimentos das barreiras éticas à passagem de
8
informação implementados.
O banco procura reduzir ao mínimo a ocorrências de conflitos de
9
interesses com ou entre Clientes.
Tem conhecimento de forma aprofundada, permanente e documentada
10
as políticas, os processos e os procedimentos instituídos no Banco.
Cumpre com as directrizes internas do banco de prevenção e repressão
a criminalidade organizada, prevenir e combater o branqueamento do
11
produto de actividades criminosas, bem como o financiamento do
terrorismo
Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso
12
de mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance
13 O Banco reconhece o direito que assiste a todos os Clientes de reclamar
Anexo 2 - RECOLHA PROVISÓRIA DE DADOS

Questionário para Funcionários:

Os questionários foram baseados na escala de Likert, com uma escala de 1 a 5, sendo


5 (sempre) a nota máxima e 1 (Nunca) a nota mínima.

Perguntas Sempre Quase Às vezes Raramente Nunca


sempre
1 35 5 0 0 0
2 30 5 5 0 0
3 25 8 3 3 1
4 25 5 6 3 1
5 25 10 5 0 0
6 30 7 3 0 0
7 36 3 1 0 0
8 20 12 6 2 0
9 20 10 7 3 0
10 15 10 10 5 0
11 25 10 5 0 0
12 20 11 6 3 0
13 17 11 8 4 0
Anexo 3 - Análise estatística dos dados

Regressão Simples - Possui as qualificações, conhecimentos e competências


técnicas necessárias para o correcto exercício das suas funções VS. Tem
necessidade de formação, bem como situação de carência de meios materiais
ou técnicos
Variável dependente: Possui as qualificações, conhecimentos e competências
técnicas necessárias para o correcto exercício das suas funções
Variável independente: Tem necessidade de formação, bem como situação de
carência de meios materiais ou técnicos

Lineal: Y = a + b*X

Coeficientes
Mínimos Quadrados Estándar Estatístico
Parámetro Estimado Error T Valor-P
Intercepto 0,837209 1,90747 0,43891 0,6904
Pendente 0,895349 0,155745 5,74883 0,0105

Análisis de Variação
Fonte Soma de Gl Quadrado Meio Razão-F Valor-P
Quadrados
Modelo 344,709 1 344,709 33,05 0,0105
Residuo 31,2907 3 10,4302
Total (Corr.) 376,0 4

Coeficiente de Correlação = 0,957486


R-Quadrada = 91,678 porcento
R-Quadrado (ajustado para g.l.) = 88,904 porcento
Error estándar del est. = 3,22959
Error absoluto meio = 1,91628
Estadístico Durbin-Watson = 2,53549 (P=0,5302)
Autocorrelação de residuos en retraso 1 = -0,318746

Regressão Simples - Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco VS. Se


conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso de
mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance
Variável dependente: Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco
Variável independente: Se conhecer de algum facto que possa vir a ser
qualificado como abuso de mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de
Compliance

Lineal: Y = a + b*X

Coeficientes
Mínimos Quadrados Estándar Estatístico
Parámetro Estimado Error T Valor-P
Intercepto -6,14634 4,96625 -1,23762 0,3039
Pendente 1,76829 0,466772 3,78834 0,0323

Análisis de Variação
Fonte Soma de Gl Quadrado Meio Razão-F Valor-P
Quadrados
Modelo 769,207 1 769,207 14,35 0,0323
Residuo 160,793 3 53,5976
Total (Corr.) 930,0 4

Coeficiente de Correlação = 0,909453


R-Quadrada = 82,7105 porcento
R-Quadrado (ajustado para g.l.) = 76,9473 porcento
Error estándar del est. = 7,32104
Error absoluto meio = 5,10732
Estadístico Durbin-Watson = 1,67568 (P=0,0951)
Autocorrelação de residuos en retraso 1 = -0,0592192
Regressão Simples - Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco VS.
Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais.
Variável dependente; Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco
Variável independente: Aceita presentes em numerário de Clientes ou
Fornecedores actuais ou potenciais

Lineal: Y = a + b*X

Coeficientes

Mínimos Quadrados Estándar Estatístico


Parámetro Estimado Error T Valor-P
Intercepto 0,251521 0,666148 0,377576 0,7309
Pendente 0,96856 0,0412178 23,4986 0,0002

Análisis de Variação

Fonte Soma de Gl Quadrado Meio Razão-F Valor-P


Quadrados
Modelo 924,975 1 924,975 552,18 0,0002
Residuo 5,02535 3 1,67512
Total (Corr.) 930,0 4

Coeficiente de Correlação= 0,997295


R-Quadrada = 99,4596 porcento
R-Quadrado (ajustado para g.l.) = 99,2795 porcento
Error estándar del est. = 1,29426
Error absoluto meio = 0,73712
Estadístico Durbin-Watson = 2,81983 (P=0,7662)
Autocorrelação de residuos en retraso 1 = -0,417635

Regressão Simples - Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco VS.


Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a informação
obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções
Variável dependente: Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco
Variável independente Cumpre com a obrigação de proteger a
confidencialidade de toda a informação obtida ou criada no contexto do
exercício das suas funções

Lineal: Y = a + b*X

Coeficientes

Mínimos Quadrados Estándar Estatístico


Parámetro Estimado Error T Valor-P
Intercepto -1,59248 1,12839 -1,41128 0,2530
Pendente 1,19906 0,0815198 14,7088 0,0007

Análisis de Variação

Fonte Soma de Gl Quadrado Meio Razão-F Valor-P


Quadrados
Modelo 917,281 1 917,281 216,35 0,0007
Residuo 12,7194 3 4,23981
Total (Corr.) 930,0 4

Coeficiente de Correlação = 0,993138


R-Quadrada = 98,6323 porcento
R-Quadrado (ajustado para g.l.) = 98,1764 porcento
Error estándar del est. = 2,05908
Error absoluto meio = 1,52226
Estadístico Durbin-Watson = 1,48163 (P=0,0896)
Autocorrelação de residuos en retraso 1 = 0,144351

Fonte: El StatAdvisor
Anexo 4 – SnapStat Comparação de varias mostras

SnapStat: Comparación Varias Muestras


Gráfico de Dispersión

Muestra Recuento Media Sigma 40


Aceita presentes
5 de Clientes 8 15,7003
conhecimento5do Código Conduta 8 15,248
Cumpre obrigação
5 de proteger 8 12,6293 30

respuesta
Possui qualificações
5 conheci 8 9,69536
Se conhecer abuso
5 de mercado 8 7,84219
Tem necessidade5 de formação 8 10,3682 20
30 8 11,151

10

0
Aceita
conhecimento
presentes
CumprePossui
do
de
obrigação
Se
Código
Clientes
conhecer
qualificações
TemConduta
denecessidade
proteger
abuso
conheci
de mercado
de formação

Gráfico Caja y Bigotes Tabla ANOVA


Suma de Media
Fuente Cuadrados Gl Cuadrado Razón-F
Aceita presentes de Clientes Entre 0,0 5 0,0 0,00
Dentro de 3606 24 150,25
conhecimento do Código Conduta Total 3606 29

Cumpre obrigação de proteger Valor-P = 1,0000


Possui qualificações conheci
Verificación de Varianza
Levene's: 0,0503716
Se conhecer abuso de mercado
Valor-P = 0,9982
Tem necessidade de formação

0 10 20 30 40
respuesta

Gráfico de Medias Gráfico ANOM


Con intervalos LSD del 95,0% Con 95% Límites de Decisión
17 23
LDS=22,16
14 18
LC=8,00
11 13 LDI=-6,16
Media

Media

8 8

5 3

2 -2

-1 -7
Aceita
conhecimento
presentes
CumprePossui
do
de
obrigação
Se
Código
Clientes
conhecer
qualificações
TemConduta
denecessidade
proteger
abuso
conheci
de mercado
de formação Aceita
conhecimento
presentes
CumprePossui
do
de
obrigação
Se
Código
Clientes
conhecer
qualificações
TemConduta
denecessidade
proteger
abuso
conheci
de mercado
de formação

Fonte: El StatAdvisor

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