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Agostinho Neto
RESUMO
I
ABSTRACT
The present dissertation, subject to the theme: Compliance in the capital market, case
study: Empresa Banco BIC S.A., aims to determine the level of knowledge and
compliance of employees' compliance with the bank. Our initial intention was to
ascertain the knowledge that Compliance employees have, the code of conduct issued
by the bank and its compliance.
Participants in this case study were employees from five branches of the BIC bank in
the municipality of Viana. Employees voluntarily responded to a questionnaire with
questions related to compliance with the institution's code of conduct. The
questionnaires were constructed based on the Likert scale, based on the various
investigations already carried out on Compliance. The interest of this theme has arisen
according to the latest events that Angola has been going through, linked to the fight
against corruption and impunity, money laundering and the repatriation of capital
Keywords: Compliance, Capital Markets, Code of Conduct, Corporate Governance
II
LISTA DE GRÁFICOS
III
LISTA DE TABELAS
IV
LISTA DE QUADROS
V
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
VI
LISTA DE FIGURAS
VII
ÍNDICE
RESUMO...................................................................................................................... I
ABSTRACT ................................................................................................................. II
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
IX
3.1.7. Distribuição dos funcionarios por habilitações literárias /Académicas ...... 71
CONCLUSÕES ......................................................................................................... 90
SUGESTÕES ............................................................................................................ 92
ANEXOS ..................................................................................................................... 1
X
INTRODUÇÃO
Importância do tema
Tendo em conta as frequentes notícias divulgadas, pela mídia em geral, de casos
relacionados às diversas formas de erros, fraudes e corrupções que estão expostas
às instituições financeiras. Assim, de forma a evitar e minimizar os efeitos destes atos,
que, em alguns casos, podem atingir a imagem da empresa gerando descredibilidade
e, em última instância, até a descontinuidade dos negócios e, com isso, sérios
reflexos na sociedade, as autoridades competentes buscam minimizar os diversos
riscos envolvidos através de leis e regulamentos. Nos últimos anos, devido aos
inúmeros escândalos, percebe-se uma evolução dessas legislações, o que
demonstra uma constante preocupação dos órgãos reguladores. Como consequência
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disso, existe a necessidade de um acentuado aperfeiçoamento dos sistemas de
controles pelos profissionais de auditoria, compliance e controles internos.
Delimitação do tema
O tema que nos propusemos abordar é abrangente, pois, aborda “Compliance no
mercado de capitais”. Por esta razão, restringimos a nossa pesquisa à funcionários
no banco BIC S.A..
Limitação do tema
Cientes da nossa limitação no mundo do saber, erros involuntários surgirão nas
diversas fases da elaboração do estudo. No entanto, a investigação conhece algumas
limitações dentre as quais dificuldade no acesso à informação de interesse para se
desenvolver a presente dissertação.
Estrutura do trabalho
Para melhor compreensão, estruturamos o trabalho da seguinte forma:
No capítulo 1: Abordamos a fundamentação teórica, referente a elementos e função
de Compliance. Abandono das práticas de compliance e suas consequências,
relacionamento entre o compliance e as áreas de uma instituição. O mercado de
capitais, o mercado de capitais angolano, razões para a criação do mercado de
capitais angolano, funcione e instrumentos do mesmo. Mercado de capitais e
crescimento económico. Os desafios estratégicos do mercado de capitais angolano e
o papel da BODIVA no fomento e desenvolvimento do mercado de capitais.
No capítulo 2: Explicamos a metodologia seguida na investigação, abordando desde
o ponto de vista teórico os diferentes métodos, técnicas e ferramentas utilizadas no
desenvolvimento da dissertação, ou que aporte dá solidez a investigação científica.
No capítulo 3: Realçou-se a caracterização e diagnóstico do Banco BIC S.A., com
maior enfoque na sua Estrutura, Funcionalidade e Missão, Visão e Valores em
seguida a análise e discussão dos resultados obtidos no campo, explicando
primeiramente o inquérito, depois a avaliação dos resultados estatísticos.
No final são apresentadas as recomendações que pensamos serem pertinentes e as
conclusões a que chegamos, na expectativa de que estas impulsionem novas
pesquisas na área de Compliance nos bancos em Angola.
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CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1. Compliance
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um conjunto de práticas ou mecanismos que objectivam garantir a tomada coerente
de decisões, alinhadas com as visões da empresa, finalizando o desempenho delas.
Esse processo protege todos os participantes do mercado de capitais – sejam
acionistas, sejam stakeholders -, e necessita de transparência. Cabe lembrar que há
dois tipos essenciais de governança corporativa: o modelo shareholder, de origem
anglo-saxônica, cujo perfil é voltado ao interesse acionário e à multiplicação de lucros,
e o stakeholder, nipogermânico, cujos valores são mais abrangentes, incluindo
cuidados ambientais e sustentabilidade. SILVA (2012).
As ações perante a BOVESPA têm níveis diferenciados para o grau de confiabilidade
da governança corporativa. BM&F BOVESPA (2015).
O conceito trazido pelo IBGC revela que a governança corporativa: é o sistema pelo
qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre
accionistas/cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e
conselho fiscal. A governança corporativa é orientada pelos seguintes princípios:
transparência, equidade, prestação de contas e reponsabilidade corporativa. A
governança contribui para o aumento do valor da sociedade, a facilitação de seu
acesso ao capital e a contribuição para a perenidade da empresa.
Já o Compliance faz parte dos mecanismos internos da governança corporativa. Os
outros mecanismos incluem o controle accionário, o Conselho de Administração,
práticas transparentes, planeamento estratégico, auditoria interna. Os mecanismos
externos podem ser percebidos na monitoria do grau competitivo frente ao mercado,
a estrutura de capital, fiscalização dos agentes de mercado, protecção legal aos
investidores. SILVA (2012).
Nas palavras de Benedetti (2014), Na verdade, quando se fala em compliance,
automaticamente se quer referir aos sistemas de controles internos de uma instituição
que permitam esclarecer e dar segurança àquele que se utiliza de ativos econômico-
financeiros para gerenciar e prevenir a realização de eventuais operações ilegais, que
podem culminar em desfalques, não somente à instituição, como também, aos seus
clientes, investidores e fornecedores.
Já o risco de Compliance é entendido como risco legal de sanções regulatórias, de
perdas monetárias ou de abalo na reputação – consequência provável caso se deixe
de cumprir leis, regulamentos, convenções de mercado, padrões estabelecidos por
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associações, códigos de conduta e práticas pautadas por boas condutas. BASEL
COMMITTEE ON BANKING SUPERVISION (2015).
O descumprimento ou as falhas podem estar relacionadas com o gerenciamento de
funções, conflitos de interesses, problemas na venda de produtos, políticas de
prevenção à lavagem de dinheiro. COIMBRA e BINDER (2010).
Para que exista um programa de Compliance, é necessário que existam preceitos
éticos. No entanto, eles não são apenas componentes de Compliance, mas a ética é
fundamental para que o programa possa surtir efeitos. A implantação de um programa
de Compliance envolve, fundamentalmente, a criação de códigos morais, ouvir o
posicionamento dos stakeholders, o enfrentamento das questões éticas,
investigações internas, e contínuo investimento em ética. Entende-se que ética e
Compliance são extremamente dependentes, “enquanto a ética pode ser o fim visado
pelas empresas, bem como o meio a ser observado em qualquer prática, o
Compliance oferece um caminho, reunindo métodos adequados para o perfil de cada
empresa”. COIMBRA e BINDER (2010).
O Compliance abrange não só o ordenamento jurídico local, em suas especificidades,
mas também, “[...]convenções internacionais, códigos de ética setoriais, códigos de
melhores práticas, políticas internas da organização e o código de ética ou de conduta
da organização”. COIMBRA e BINDER (2010).
Na mesma linha, há normas não-cogentes, que podem servir de base aos programas
de Compliance, como a: Norma AS 3806:2006. Essa norma envolve os princípios para
Compliance, como a existência de um grupo diretivo comprometido à individualização
e à aplicação das medidas regulatórias; a devida implementação e comprometimento
coletivo, bem como fazer uso de mecanismos de controle; realizar o constante
monitoramento e divulgação do programa de cada empresa, e trabalhar na melhoria
contínua, buscando a atualização. COIMBRA e BINDER (2010).
Além de regulamentações das próprias empresas e das normas de cada país, existem
princípios orientadores, normalmente direcionados a setores específicos, e.g.,
bancos, indústria química, indústria farmacêutica. Mesmo sendo voltados a
determinados segmentos, alguns grupos de princípios podem ser generalizados,
como os Princípios Orientadores do Comitê da Basileia para Instituições Financeiras.
COIMBRA e BINDER (2010).
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Dessa forma, o programa de compliance precisa levar em conta as características da
organização, como o sector de actuação, a estrutura corporativa, a actividade, o país
onde as práticas acontecem, a cultura local, o ordenamento jurídico, bem como
qualquer outra circunstância específica que deva ser observada. O programa não é
estanque, mas os requisitos mínimos a se observar são iguais para todas as
empresas. Quanto ao aspecto sobre onde as práticas acontecem, o panorama ideal é
a adequação às necessidades locais, mas se deve ter cautela para não perder o fio
condutor do compliance da empresa. Há, ainda, necessidade de constante verificação
e actualização das normas de compliance, pois o entendimento das autoridades
quanto ao devido cumprimento legal pode mudar. COIMBRA e BINDER (2010).
Nesse ponto, em síntese, verifica-se que o histórico referente aos programas de
compliance, seus elementos, tanto éticos quanto relativos ao ordenamento jurídico, o
risco de compliance e a relação com stakeholders, além da influência de normas
estrangeiras são relevantes para compreender o compliance.
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Para que se entenda como aplicar Compliance, precisamos analisar sua definição. A
função de Compliance pode ser compreendida como: [...] uma função instituída nas
organizações que lhes assegura a aderência a regras legais, regulamentares, às
políticas internas e às boas práticas do mercado, evidentemente alinhadas aos
objetivos globais da organização. Funciona também como uma ferramenta
institucional para identificar riscos e, portanto, mitigá-los para evitar perdas financeiras
por sanções legais e regulatórias. RIZZO (2013).
Tornar as organizações íntegras não é tarefa fácil. É comum ver grandes empresas
envolvidas em escândalos como os casos da concordata da WorldCom, a situação da
Arthur Andersen, o caso Xerox, o Parmalat. COIMBRA e BINDER (2010).
A postura ética, a governança e a sustentabilidade, em geral, já fazem parte do
discurso das organizações, mas é preciso um esquema de Compliance para garantir
a coerência e aplicabilidade dessa postura:
Para a organização estar em Compliance, ela precisa colocar a questão no centro de
sua estratégia, como elemento formador da sua identidade, convertendo-o em política
e programa, criando uma infraestrutura e um ambiente de Compliance com o
compromisso da administração e dos colaboradores de respeito às normas.
COIMBRA e BINDER (2010).
É preciso lembrar que a simples implementação de programas de Compliance não é
capaz, per se, de tornar a empresa imune aos escândalos, crises e desvios
comportamentais de seus gestores e colaboradores. No entanto, a adoção desses
programas reduz consideravelmente os riscos, aprimora a fiscalização interna e
aumenta o rigor no combate a fraudes. O primeiro estímulo a adoção desses
programas veio das instituições financeiras, e posteriormente, estendeu-se a outros
setores, como o de telecomunicações e o farmacêutico, aplicando-se a todo tipo de
organização, “[...] tanto empresas e entidades do terceiro setor como entidades
públicas (pequenas ou grandes), empresas de capital aberto e empresas fechadas de
todas as regiões do mundo”. COIMBRA e BINDER (2010).
Em arquivo virtual, ABBI define a missão de compliance como: assegurar, em conjunto
com as demais áreas, a adequação, fortalecimento e o funcionamento do sistema de
controles internos da instituição, procurando mitigar os riscos de acordo com a
complexidade de seus negócios, bem como, disseminar a cultura de controles para
assegurar o cumprimento de leis e regulamentos existentes.
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O compliance está composto por elementos que pautam o programa ético da
empresa. Entre eles, está a integridade, que tanto é valor fundamental, como razão
de ser do programa de compliance. Em contraponto, o compliance é tido como
elemento central do sistema de integridade, ao mesmo tempo em que garante a
própria integridade. Aqui, a integridade funciona estabelecendo limites com base na
visão e na missão da empresa, alinhado com os interesses e responsabilidades.
COIMBRA e BINDER (2010).
As funções de compliance têm como foco a monitoria de actividades de risco e
prevenção das ações danosas. Essa fiscalização se dá pelo estabelecimento de
limites e actuação pela integridade. Uma vez estabelecidos os limites, a empresa
passa a actuar com uma identidade de governança, independente de quem estiver no
poder. Essa busca por uma identidade é possível porque as entidades não têm apenas
um objectivo específico para a personalidade jurídica, mas também “são também
entidades éticas, que se orientam segundo alguns valores, padrões e melhores
práticas [...]. Por isso, a maneira como as empresas são governadas passou a ser um
tema de interesse coletivo”. COIMBRA e BINDER (2010).
São considerados elementos essenciais para a garantia da função de compliance: o
suporte da equipe de liderança, levantamento e processamento dos dados sobre
riscos, adoção de políticas e controles internos, criação de canais de comunicação,
treinamento dos funcionários, auditoria. A empresa deve ser clara ao mostrar que o
cumprimento das normas é valor fundamental da empresa, inclusive as normas éticas.
MAEDA (2013).
Mais do que possuir mera previsão de realização de auditoria, é fundamental que os
contratos contenham cláusulas cuidadosamente revisadas e adequadas para o
sistema jurídico brasileiro, caso contrário a capacidade de conduzir auditoria com
acesso a documentos, informações e pessoas necessários para uma completa análise
de riscos poderá ser fortemente impactada. MAEDA (2013).
Ademais, é preciso averiguar, para que a função de compliance atinja o seu máximo,
que a empresa conheça e compreenda os setores de risco, tanto internamente quanto
externamente. Assim, é possível prever quais actividades ou comportamentos podem
expor a empresa a maiores consequências, e mitigar os danos sofridos:
Ao invés de aguardar que problemas ocorram para agir de forma reactiva, espera-se
que empresas ajam de forma preventiva com base na antecipação dos principais
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problemas. Nesse sentido, é fundamental que o desenvolvimento de programas de
Compliance seja pautado por um exercício específico de mapeamento e análise de
riscos. A importância deste ponto é destacada expressamente em todas as principais
referências internacionais sobre programas de Compliance. [...]. Em casos recentes
nos Estados Unidos, também é possível observar a menção à análise de risco como
um dos pilares centrais para a criação e implementação de um programa de
Compliance efetivo. MAEDA (2013).
Quanto aos riscos externos, deve-se levar em consideração: os riscos específicos de
cada sector de actuação, pois há riscos diferentes e medidas distintas que devem ser
adotadas para evitar os riscos; o ambiente regulatório e o risco de corrupção – que é
diferente em cada região ou país –, valendo-se de publicações internacionais, como
as da Transparência Internacional, e a percepção dos empregados da empresa e
consultas locais; o grau de envolvimento da empresa com actividades públicas
(governo, empresas públicas); a interação da empresa com órgãos públicos (para
obtenção de autorizações, registros, licenças, importação e exportação de produtos),
e os riscos locais; o tipo de negócio da empresa, o uso de serviços terceirizados e a
interação destes com o governo, em distribuição, consultoria, prestação de serviços
ou até mesmo vendas; o uso de brindes, presentes, gastos com hospitalidade e
viagens, contribuições políticas, doações, patrocínios, extorsão e propina. MAEDA
(2013).
Ademais, o Compliance tem por objetivo criar uma organização, de identidade comum,
de interdependência entre os membros e um estado de ordem. É uma decorrência e
um a exigência do Estado Democrático de Direito, em razão deste ser pautado por
normas influenciadas por seus valores fundamentais, garantindo direitos individuais e
pondo limites à vida em sociedade, inclusive no âmbito econômico. COIMBRA e
BINDER (2010).
Entendem Coimbra e Binder (2010), que: O primeiro compromisso ético dos cidadãos,
inclusive das organizações, entre as quais se incluem as empresas (cidadania
empresarial), reside no cumprimento da lei. Não simplesmente para evitar a imposição
de alguma sanção, mas como um dever cívico. A cidadania não se compõe apenas
por um conjunto de direitos, mas também por uma série de deveres, dentre eles o de
seguir as determinações legais e o de pagar impostos. É a chamada ética da
legalidade. O compromisso ético das organizações não se esgota na obediência às
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leis, mas começa no respeito por esse “mínimo ético”. As normas são produtos da
ação democrática dos parlamentos e um mecanismo para equilibrar o interesse
privado com o interesse público”.
Além das funções protetivas de identidade da empresa, e de imposição da ética
corporativa, o compliance é visto como um pilar da governança corporativa, por
fortalecer o respeito às regras e por mitigar riscos. Assim, evita-se a violação das
normas e desgastes desnecessários – inclusive acções civis ou criminais. Essa busca
por padrões éticos acaba por antecipar a conduta da empresa em futuras regulações.
Dessa forma, o compliance reduz gastos logísticos e o tempo de resposta a um
problema, porque os riscos são mais visíveis a quem estiver atuando na gestão da
empresa. A busca por ética vai além dos limites físicos da empresa: a instituição acaba
se envolvendo com causas ambientais e sociais, cumprindo padrões de
responsabilidade ambiental, e tendo real envolvimento em projectos sociais.
COIMBRA e BINDER (2010).
De acordo com Benedetti (2014), “Como resultado, há um aumento na possibilidade
de sucesso da empresa, o que beneficia todos (directores e colaboradores de maneira
geral), bem como o consumidor, que representa, neste contexto, a sociedade”.
No entanto, o compliance deixará de existir se os riscos, sejam gerados, sejam
previstos, não tiverem tratamento adequado. Cabe lembrar que o programa de
compliance deve ser um facilitador das relações dentro da organização, nunca um
problema burocratizador. Do contrário, o programa não cumprirá a sua função.
ALMEIDA DOS SANTOS (2011).
De acordo com Rizzo (2013), “Compliance caminha ao lado da governança
corporativa e da gestão de riscos, e é bem difícil considerar um sem o outro, já que
são ligados no conceito e na prática”. Almeida dos Santos adverte para “a
impossibilidade [do uso] de supersistemas de controle como instrumento para sanar
a corrupção. A prática de compliance, no entanto, contribui para o enfrentamento do
problema”.
Nas palavras de Rizzo (2013), “[...] Compliance não é simplesmente o cumprimento
das leis e regulamentações, é principalmente um meio de agregar valor à marca
institucional protegendo o que lhe é mais caro: a reputação”. O sucesso do programa
de compliance depende da verificação se todos aqueles que devem cumpri-lo estão
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agindo de acordo com o esperado, além da atuação rigorosa e precisa em caso de
falha ou de descumprimento das normas.
Da mesma forma que os demais componentes do programa de Compliance
anticorrupção, também o monitoramento e a auditoria devem ser implementados
proporcionalmente em razão dos riscos da empresa. Nesse sentido, espera-se que o
monitoramento seja mais fortemente exercido com relação às áreas que apresentam
maior nível de exposição a violações. O mesmo se aplica a auditorias, que devem ser
conduzidas de forma mais frequente em mercados, regiões e assuntos mais
suscetíveis a práticas ilícitas. Além de permitir a comunicação de denúncias por
empregados, canais de comunicação também devem permitir o recebimento de
informações, de modo confidencial, por terceiros e parceiros comerciais. Ao receber
denúncias ou tomar conhecimento de suspeitas de condutas ilícitas, a empresa deve
responder rapidamente para investigar os factos e adotar medidas disciplinares
proporcionais, que podem incluir o desligamento de empregados ou a rescisão de
contratos com parceiros comerciais. Além disso, vale mencionar que um dos fatores
centrais para a credibilidade de qualquer investigação interna é a imediata
preservação de possíveis fontes de evidência e documentos, inclusive eletrônicos, o
que ressalta a importância de ação ágil por parte da empresa em casos de suspeitas
de irregularidades. Outra medida para aumentar as chances de que a empresa
detecte possíveis violações de legislações de anticorrupção ou outras questões éticas
se refere à inclusão de um componente focado em tais questões em entrevistas de
desligamento de empregados (se não todos, ao menos de empregados em
determinadas funções ou posições de maior risco). Ao passo que muitos empregados
poderão relutar em comunicar violações durante o curso de seus vínculos com a
empresa, a probabilidade de que estejam dispostos a fazê-lo no momento de sua
saída da empresa será, via de regra, maior. Obviamente, determinadas precauções
devem ser tomadas para endereçar outros riscos para a empresa, especialmente na
esfera trabalhista, sendo importante que tal componente de entrevistas de
desligamento seja conduzido por profissionais devidamente treinados. MAEDA
(2013).
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1.1.3. Abandono das práticas de compliance e suas consequências
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conduta ética. A qualidade ética de um país é fundamental para o desenvolvimento
dos negócios (fator de atração e manutenção dos investidores).
As empresas são analisadas tanto pelo perfil técnico quanto pela postura na estrutura
de mercado. Isso significa que as empresas com má-reputação não são bem vistas
pelos investidores. Elas aparentam ser inseguras, e cresce a desconfiança em torno
do negócio. O non-compliance, que envolve corrupção, fraude, violação de regras de
concorrência, encarece o negócio e inviabiliza o investimento. COIMBRA e BINDER
(2010).
Outra consequência envolve o ambiente regulatório, que também é influenciado pela
falta de compliance, porque as empresas começam a ser comparadas entre si. Em
alguns sectores, há um compliance específico para o negócio desenvolvido, para
equilibrar as situações de mercado. “O cumprimento de normas é indispensável para
a equidade nas relações da organização com seus stakeholders e para um
comportamento responsável da organização e de seus dirigentes”. COIMBRA e
BINDER (2010).
Em contraponto, o cumprimento do Compliance torna a empresa mais convidativa aos
investimentos, inclusive de possíveis sócios minoritários, por ser mais segura e
previsível. A imagem da empresa confere maior credibilidade ao negócio quando
amparada pelas regras de compliance, uma vez que seus actos são transparentes e
passíveis de fiscalização dos actos por órgãos de controle, tanto externos como
internos. Ademais, o fato de existir transparência dentro da empresa já propõe uma
espécie de filtro aos stakeholders: só investem aqueles que realmente se alinham à
política da companhia. No entanto, o desequilíbrio trazido pela falta de compliance
acarreta prejuízos de gestão e de desempenho, fragilização da imagem dos gestores
e da marca, desconfiança, insegurança, instabilidade decisória, tratamento desigual
entre stakeholders e accionistas, e até dúvida quanto à viabilidade do negócio.
COIMBRA e BINDER (2010).
Aclaram Coimbra e Binder que: “[...] o compliance é um aliado do princípio de
transparência. A transparência e o controle atento da gestão evitam o risco de
ocorrência de fraudes (causas de grandes prejuízos financeiros e de imagem). A
preocupação com a mitigação de riscos torna a organização mais consciente dos
prejuízos que pode sofrer e contribui para que ela tome as melhores decisões”.
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Além disso, o cumprimento de regras de compliance: reduz o custo das negociações
comerciais e com o governo, atrai investidores e doadores de recursos com orientação
ética, atrai e retém profissionais com fortes princípios morais, promove vantagem
competitiva em relação a clientes/consumidores eticamente engajados, orienta para a
redução de sanções legais em jurisdições como EUA e Itália, aumenta a credibilidade
dos negócios, e influencia futuras leis e regulamentações. Se existir corrupção, pode
ensejar processo criminal e responsabilidade administrativa, proibição de participação
em processos de licitação nacionais e internacionais, danos à reputação, à marca e à
acção da organização, censura regulatória, custo de acção corretiva e eventuais
multas, perda de oportunidades de negociações em mercados corrompidos, aumento
da magnitude da corrupção e políticas regulamentadoras mais duras e rígidas
internacional, regional e nacional. COIMBRA e BINDER (2010).
Dessa forma, a implantação de programa de Compliance pode ensejar até a redução
da penalidade das companhias. Em oposição, a falta do programa acarreta problemas
à imagem da empresa, à sua reputação, a possível responsabilização civil e criminal
de seus agentes, quebras de relacionamentos com clientes e fornecedores, e até a
ruína da empresa. Há, inclusive, uma proposta de criação de um selo ético pela CGU
para as empresas que adotarem práticas de boa governança e aplicarem de forma
efetiva os requisitos de compliance. BASILE (2013).
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buscando encontrar soluções criativas e inovadoras para questões tanto regulatórias
como internas.
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unidades da organização estejam em conformidade com a regulação aplicável ao
negócio. O compliance dedica, igualmente, grande parte dos seus esforços com
actividades de comunicação e treinamento, com vistas à criação de uma cultura de
compliance.
Essas áreas contribuem para a identificação de fragilidades nos controles internos e
promovem uma cultura de correção dos pontos de não conformidade, por meio de
reporte para a Alta Administração. O compliance engloba o acompanhamento dos
pontos falhos identificados na auditoria até a sua regularização, configurando essa
uma das interseções das duas áreas.
O compliance faz parte da cultura organizacional, podendo executar processos e
implantar controles. Ao contrário da auditoria, responsável por avaliar a estrutura de
controles internos, devendo, assim, não se envolver na execução de processos e na
definição de controles. Portanto, a área de compliance, assim como as demais
unidades da organização, devem ser objectos de avaliação da auditoria interna.
Por meio da auditoria do compliance, é possível avaliar se a função foi estruturada de
acordo com o porte da organização, se há independência para que a área desenvolva
um trabalho preventivo de identificação de possíveis não conformidades. E,
principalmente, avaliar se as demais áreas da organização estão assumindo as suas
responsabilidades em relação ao compliance.
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conformidade (riscos de sanções legais ou regulamentares, perdas financeiras ou
reputacionais decorrentes da falta de cumprimento de disposições legais etc).
Ainda segundo Coimbra e Manzi (2010), a implementação de um programa de análise
dos riscos de conformidade assegura de forma eficiente à alocação de recursos de
compliance em áreas de maior risco. Uma adequada gestão de risco de compliance
pode incluir, não somente as transações diárias das operações da organização, mas
também os níveis de conformidade dos sistemas, processos, pessoas com as políticas
e procedimentos internos e externos.
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pelas organizações, enquanto isso a área de controles internos abrangem sistemas,
processos, procedimentos, pessoas e tecnologia.
1.1.4.5. Jurídico
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normas, regulamentos e até das políticas internas. Outra actividade importante que o
Compliance desenvolve com a área de negócios, embora a responsabilidade recaia
inteiramente sobre o gerente de relacionamento, é o suporte na condução do processo
“Conheça seu Cliente”, que é de fundamental importância na prevenção à lavagem de
dinheiro. CANDELORO, RIZZO e PINHO. (2012).
21
os órgãos reguladores e autorreguladores. Estando familiarizado com os objectivos,
poderes e funções desses organismos, o compliance conseguirá estabelecer uma
relação apropriada com todos, por vezes até estreita e de confiança e cooperação
plena. O relacionamento próximo será evidência de uma cultura e ambiente de
compliance saudáveis.
O regulador e o autorregulador precisam perceber que há uma vontade real da
instituição de estar em conformidade, e que esse desejo não é somente da área de
compliance, em si, mas também da Alta Administração e, consequentemente, de todo
o corpo funcional da instituição.
O termo ‘mercado financeiro’ pode ser cindido para se criar dois tipos: o mercado
financeiro em sentido estrito e o Mercado de Capitais. No primeiro, a canalização e
mobilização dos recursos financeiros são efetivados por um intermediário financeiro,
que se posta entre o investidor e o beneficiário do investimento, sendo papéis típicos
das instituições bancárias, que captam valores junto aos clientes e emprestam a
terceiros, mediante remuneração. Já no Mercado de Capitais a relação de
financiamento se estabelece de maneira direita entre o prestador de recursos e o
beneficiário. YAZBEK (2007).
Se por um lado as Sociedades Anônimas foram uma grande mola propulsora do
desenvolvimento da indústria, por outro, o Mercado de Capitais, ao gerar recursos
para investimento nas empresas, representou, também, enorme factor de
desenvolvimento empresarial.
O termo ‘mercado’ pode ser utilizado em diversos contextos e nos seus mais variados
significados. No entanto, nos interessa aqui tratar de mercado como sendo o “lócus
abstrato em que ocorre a formação de preço a partir da contraposição entre oferta e
demanda, sem maiores considerações de cunho institucional”. YAZBEK (2007).
Mercado deve ser entendido como o local onde se encontram fornecedores e
consumidores, oferta e demanda, cada qual visando atender seus interesses, ou
mesmo interesses de terceiros. Suas funções primordiais são as de determinar
preços, realizar negócios, balizar a demanda e a procura, com vistas a promover o
equilíbrio na economia. Por meio do mercado, os fornecedores decidem quanto e
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quando produzir, com vistas a atender às demandas dos consumidores, que definem
quanto e quando comprar, caso o preço lhes seja interessante. PINHEIRO (2006).
Grau E. (2006), entende que “os mercados são instituições jurídicas”, deixando de
significar exclusivamente o lugar onde são praticadas relações de troca, passando,
também a expressar um projecto político, como “princípio de organização social” e
comenta: Antes, porém, o mercado deve ser compreendido, qual observa Avelãs
Nunes, como ‘uma instituição social, um produto da história, uma criação histórica da
humanidade (correspondente a determinadas circunstâncias econômicas, sociais,
políticas e ideológicas), que veio servir (e serve) os interesses de uns (mas não os
interesses de todos), uma instituição política destinada a regular e a manter
determinadas estruturas de poder que asseguram a prevalência dos interesses de
certos grupos sobre os interesses de outros grupos sociais’. Neste sentido, tanto o
Estado como o mercado são espaços ocupados pelo poder social, entendido o poder
político nada mais do que como uma certa forma daquele.
Para um correto e equilibrado funcionamento do mercado há que haver concorrência
entre os agentes nele atuantes, necessitando, portanto, de um certo número de
produtores e consumidores, que ajam de forma independente e provoquem a disputa,
não podendo, nenhum deles possuir poder de mercado, ou seja, não possam
determinar, de forma unilateral, condições, preços, entre outros, dos produtos
comercializados, por exemplo. A concorrência é fundamental para a melhoria na
eficiência dos agentes do mercado, gerando o bem estar social. Há que haver,
também, liberdade para ingresso e saída do mercado, por parte daqueles que nele
atuam.
O risco é ínsito ao mercado, provocando temores que abalam os empresários, os
empreendedores, e também, os investidores. Há o medo da concorrência, das crises
do comércio mundial, surgimento de novos produtos e novas tecnologias, erros de
gestão por parte dos empresários, fenômenos da natureza como secas, chuvas em
excesso, terremotos, entre outros, greves, intervenções estatais. Os assalariados
também são atingidos por esses temores, só que, neste caso, o medo é de perder o
emprego, deixar de ser produtivo, ser substituído por outro funcionário ou mesmo por
máquinas. Por fim, os consumidores, ficam receosos de serem ludibriados, fraudados,
mal-atendidos, manipulados. GRAU (2006).
23
No Mercado de Capitais são realizadas usualmente operações de médio e longo
prazo, sendo que os principais títulos negociados são as acções (representam parte
do capital das empresas), as debêntures e os bônus de subscrição, dentre outros. É
um mercado de risco, como já informado, onde o investidor, por exemplo, aposta no
crescimento e no lucro da empresa da qual é accionista visando, com isso, a
valorização de suas acções, obtendo, assim, rendimentos.
A combinação de operações de crédito com a emissão de acções resulta na estrutura
de capital de uma empresa. Uma eficiente administração procura viabilizar volumes
de capitais de terceiros (empréstimos) e próprio (participação) de maneira que,
reduzindo o custo do primeiro, viabilize os projectos de investimentos da empresa, os
quais, com os resultados gerados, permitem optimizar o retorno do capital próprio.
GRAU (2006).
A expressão “Mercado de Capitais” é usualmente empregada como denominação
para os diferentes segmentos do mercado de investimento de capitais. “Capital” aqui
se refere a um activo gerador de rendimento, podendo existir na forma de dinheiro ou
valores mobiliários, conhecidos como capitais financeiros. KUMPEL (2007).
O crescimento e desenvolvimento do Mercado de Capitais estão directamente ligados
ao processo de desenvolvimento econômico de um país, ao mesmo tempo em que
contribui, fundamentalmente, para esse desenvolvimento através, por exemplo, da
geração de novos empregos e renda. Através deste mercado, as empresas obtêm
recursos financeiros para financiar seus projectos de desenvolvimento.
O mercado de capitais assume papel dos mais relevantes no processo de
desenvolvimento econômico. É o grande municiador de recursos permanentes para a
economia, em virtude da ligação que efectua entre os que têm capacidade de
poupança, ou seja, os investidores, e aqueles carentes de recursos de longo prazo,
ou seja, que apresentam déficit de investimento. ASSAF NETO (2001).
As empresas, quando necessitam de recursos financeiros, podem recorrer ao
Mercado de Capitais através da negociação de seus títulos e valores mobiliários.
Aqueles que dispõem de recursos financeiros para aplicar poderão recorrer ao
Mercado de Capitais para promover a aquisição destes títulos e valores mobiliários.
Assim, este mercado é composto, basicamente, daqueles que precisam captar
recursos financeiros e daqueles que têm esses recursos a oferecer.
24
Muitos países, e dentre eles o Brasil, têm procurado, nas últimas décadas, estimular
o financiamento das actividades empresariais e o desenvolvimento da actividade
econômica por meio de captação de recursos junto ao mercado de valores
mobiliários, por meio da abertura do capital das empresas. Tal modelo de
financiamento é menos dispendioso para as empresas do que a forma, até então
tradicional, de financiamento obtidos junto às instituições bancárias.
A abertura de capitais apresenta, também, outras vantagens aos accionistas, porque
pode gerar a maximização do valor do bloco de acções de controle da sociedade,
repartição de riscos do empreendimento com o investidor, possibilidade de vender
suas participações no mercado, entre outros.
São características fundamentais do Mercado de Capitais o seu dinamismo e a
liquidez das aplicações, tendo em vista que os títulos adquiridos podem ser vendidos
a qualquer momento neste mesmo mercado. A competitividade global também
contribuiu, e ainda tem contribuído, para o aumento da importância dos mercados de
capitais para as economias em geral.
O Mercado de Capitais organizado permite ao investidor uma série de possibilidades,
como a conversão de activos líquidos em investimentos fixos, ou seja, permite ao
poupador aplicar suas economias no Mercado de Capitais e, por sua vez, a empresa
poderá utilizar esse dinheiro em investimento directo na compra de equipamentos, por
exemplo. Ocorre, ainda, no Mercado de Capitais, a soma de pequenos e pulverizados
investimentos que juntos se transformam em grandes investimentos de capital nas
empresas.
O aumento dos níveis de confiabilidade e confiança no Mercado de Capitais fez com
que ele assumisse, com o passar do tempo, papel relevante na capitalização das
empresas. Não há como se negar a grande vantagem às empresas em se obter
recursos financeiros por meio de lançamento de acções no Mercado de Capitais em
relação aos empréstimos bancários, em vista da cobrança, pelos bancos, de taxas
elevadas de juros.
Esse Mercado de Capitais convenientemente estruturado, administrado e protegido
mostra-se de grande importância, também, na função de tornar dinâmica as
transferências e actividades referentes à poupança e às amplas possibilidades e
oportunidades de investimento. De inegável importância dentro deste contexto é a
questão da transparência, uma vez que todas as informações relevantes que possam
25
influir no ânimo do investidor, possibilitando que os ofertadores e demandadores
estejam mais bem informados, devem ser imediatamente comunicadas.
A captação de recursos no mercado de acções é muito menos onerosa, sob todos os
aspectos, e permite a diluição dos riscos da empresa que os partilha com o mercado
investidor, sem onerar o preço final do produto ou serviço, o que contribui para o
aumento de sua competitividade, factor de suma importância na economia
globalizada. SOUZA (2005).
26
Em nosso entender, o mercado de capitais angolano surge da necessidade do próprio
mercado, isto é: da “necessidade de investimento e financiamento; incapacidade do
sector bancário para financiar toda a economia; investidores procurarem retornos
superiores aos dos instrumentos do mercado monetário” (Santos, 2016:13).
Os instrumentos financeiros do mercado monetário são fundamentalmente
“instrumentos de dívida de curto prazo, transaccionáveis, líquidos e de baixo risco.
São também tipicamente instrumentos de rendimento nominal fixo” (Abreu et al,
2012:23).
Para fazer face a tudo quanto acima foi aflorado, é necessário olhar para as funções
do mercado de capitais angolano. E, é sobre estas funções que nos vamos concentrar
na secção a seguir.
27
Figura 1 - Funções do Mercado de Capitais
Fonte: Santos, 2016: 16
28
obrigacionista; Já para o mercado de capitais, as acções constituem o instrumento
financeiro mais relevante; Enquanto que os instrumentos dos derivados fazem parte
do mercado de derivados.
Apesar desta diferença, e como o que nos interessa mesmo é o mercado de capitais
angolano, a estratificação do mercado de capitais angolano é que merecerá a nossa
análise e descrição. Pois então, importa sublinhar os três instrumentos que o mercado
de capitais angolano utiliza, designadamente as acções, as obrigações e os
derivados. Passemos agora a descrição.
29
embora as empresas também emitam obrigações, na medida em que as mesmas
oferecem uma forma de financiamento externo alternativa ao financiamento bancário.
De acordo com Abreu et al (2012:142-143) existem dois tipos de obrigações, a
obrigação de cupão e a obrigação de cupão zero.
Quanto a obrigação de cupão – paga ao proprietário da obrigação (mutuante) um juro
fixo (rendimento de cupão) todos os períodos até a maturidade, momento em que, por
último, um montante específico (valor facial) é pago.
Uma obrigação de cupão é identificada por 4 tipos de informação:
O emitente da obrigação; a maturidade da obrigação; a taxa de cupão, expressa como
uma percentagem do valor facial do cupão; valor facial da obrigação.
Na obrigação de cupão regista-se um caso particular, que é a obrigação perpétua que
se consubstancia na obrigação que proporciona um rendimento fixo (rendimento de
cupão) sem prazo de maturidade (sem data de vencimento), isto é, perpétua e
portanto também sem reembolso do principal.
Quanto a obrigação de cupão zero consiste em uma obrigação que não vence
rendimento de cupão e que é comprada abaixo do valor facial, recebendo o seu
proprietário como rendimento apenas o valor facial, o qual é pago na data de
vencimento.
Existem três factores que influenciam a curva da oferta de obrigações,
designadamente a rentabilidade dos investimentos, a expectativa da taxa de inflação
e o saldo orçamental (cf. Abreu et al, 2012:157).
Quanto a rentabilidade dos investimentos, importa referir que quanto mais elevadas
forem as expectativas de lucro associadas a novos projectos de investimentos numa
empresa, maior é a vontade de os implementar e consequentemente maior é a
necessidade de recurso a financiamento externo. Em períodos de forte crescimento
económico aumenta frequentemente a viabilidade económica dos projectos. Isso
pressupõe que, em períodos de expansão económica aumenta a oferta de obrigações
enquanto que em períodos de recessão a oferta de obrigações se contrai.
Quanto a expectativa da taxa de inflação, importa referir que para uma dada taxa de
juro, um aumento da taxa de inflação esperada, provoca uma diminuição da taxa de
juro real. Sendo o custo real do endividamento mais baixo aumenta a oferta de
obrigações, para cada nível de preço e taxa de juro. No que ao saldo orçamental diz
30
respeito, um aumento do deficit público provoca um aumento da emissão de
obrigações públicas.
Em suma, os instrumentos representativos da dívida podem ser divididos em dois
eixos: por um lado, os instrumentos da dívida pública e por outro, os instrumentos da
dívida corporativa. Nos instrumentos da dívida pública encontramos para além das
obrigações do tesouro (OT-NR; OT- TXC; OT- ME), cujo “valor nominal da OT, as
taxas de juro de cupão e o prazo de resgate – que deverá ser de 1 a 30 anos, sempre
múltiplo de 6 meses – são definidos por decreto executivo do Ministro das Finanças;
Os cupões de juro são pagos semestralmente; O resgate é efectuado pelo valor ao
par, acrescido dos juros do último cupão; A OT pode ser transaccionada em mercado
secundário mediante registo de alteração de titularidade” (Pacheco, 2015:16).
Os bilhetes do tesouro apresentam um prazo de resgate variável na ordem de 28, 63,
91, 182 e 364 dias;
São colocados no mercado primário pelo valor facial descontado do montante
correspondente aos juros, devendo na data de vencimento ocorrer o resgate pelo valor
nominal;
Os mesmos podem ser transaccionados em mercado secundário mediante registo de
alteração de titularidade.
As obrigações do tesouro são as mais procuradas comparando com os bilhetes do
tesouro. Para se ter uma ideia, no primeiro trimestre de 2017 foram negociados 252
OT contra os 21 BT, conforme se pode ver na tabela abaixo, discriminado por meses.
Tabela 1 - Negociação da dívida pública
31
Nesta ordem de ideias, de acordo com a BODIVA, no seu relatório mensal de Abril do
ano que temos vindo abordar, 2017, o aumento da procura por BT consubstancia-se
no seguinte:
“(i) recente aumento das taxas de remuneração no mercado
primário, que actualmente se situa acima dos 20% e (ii) maior
preferência por activos de curto prazo, dado o actual contexto de
mercado, (iii) cenário de estabilidade cambial que retira
atractividade aos títulos indexados ao dólar-americano, sendo
que o BT´s surgem como alternativa de investimento”.
No que tange a dívida corporativa, importa referir que os investidores compram títulos
emitidos pelas empresas que precisam de dinheiro. Esses títulos dão aos investidores
o direito de receber a quantia emprestada, mais juros previamente determinados. Os
títulos são chamados de títulos de dívida e esse mercado é conhecido como mercado
de renda fixa.
No nosso caso em particular, os instrumentos da dívida corporativa não se fazem
sentir porque, infelizmente, “as empresas nacionais ainda não cumprem os requisitos
para abrirem o capital em bolsa” (Pacheco, 2015:22).
32
Consta num contracto forward de taxa de juro, os seguintes elementos: “o título que
será objecto de transacção; o montante envolvido na transacção; o preço (a taxa de
juro) do título no momento da transacção; e a data da transacção” (Idem: 210).
A negociação deste contracto é feita pelos dois agentes interessados permitindo que
os montantes e condições do contrato possam ser ajustados aos interesses das
partes, aliás os contratos constituem a manifestação da vontade das partes. Este facto
permite que os contratos forward sejam tão flexíveis quanto a vontade das partes,
permitindo, igualmente, uma cobertura total do risco.
Se por um lado, essa flexibilidade em termos de chegar a um acordo directo entre as
partes interessadas constitui uma vantagem, por outro pode estar na origem de alguns
inconvenientes. Ora, vejamos:
O primeiro inconveniente é a “dificuldade em encontrar a contraparte ou, quando se
encontra, dada a exiguidade do mercado, os preços podem não ser muito competitivos
(falta de liquidez do mercado). O segundo é o “risco de falência, que deriva de não
existir nenhuma garantia contra perdas, se a contraparte for a falência” (Abreu et al,
2012:211).
Pelo facto de existir o risco de falência da contraparte, os intervenientes antes de
firmarem o contracto necessitam de informação sobre a situação financeira da
contraparte.
Embora haja um mercado importante no tocante aos títulos de tesouro ou hipotecas,
o papel do contracto forward vê-se cada vez mais reduzido pelo facto combinado do
risco de não pagamento e a falta de liquidez.
Existe uma similitude entre os contratos forward e os futuros, na medida em que
especifica que uma das partes tem que entregar um certo instrumento financeiro à
outra, numa certa data futura. O contrato de futuros tem características que permitem
superar as desvantagens dos forward, ou seja, os riscos de liquidez e de falência
destes contratos, uma vez que os contratos de futuros são transaccionados em
mercados organizados (como as bolsas) (Abreu et al , 2012:26).
As opções são contratos que dão ao seu proprietário a opção, isto é, o direito de
comprar (ou o direito de vender) o activo subjacente a um preço pré-determinado,
designado por preço de exercício (strike price), dentro de um período de tempo (o
prazo até à expiração). O vendedor de uma opção (designado também por writer) é
33
obrigado a vender (ou a comprar) o activo subjacente ao comprador da opção se este
decidir exercer o seu direito de compra (ou de venda).
Já a swap é um contrato em que cada parte troca (swap) um conjunto de pagamentos
ou fluxos de tesouraria futuros (e não de activos) que detém por um conjunto de
pagamentos ou fluxos de tesouraria futuros que a outra parte detém.
Existem vários tipos de swap, destacando-se dois: swap de taxa de câmbio ou swap
cambial e swap de taxa de juro.
O primeiro, swap de taxa de câmbio ou swap cambial, envolve a troca de um conjunto
de um conjunto de pagamentos numa moeda por um conjunto de pagamentos noutra
moeda; mais concretamente, um swap cambial é a transacção simultânea à vista e a
prazo de uma moeda contra a outra moeda. Por exemplo, uma parte compra à vista
(spot) um dado montante de kwanzas contra dólares e, simultaneamente, vende, a
prazo (forward) o mesmo montante de dólares contra kwanzas.
Já o segundo, swap de taxa de juro, envolve a troca de um conjunto de pagamentos
de juros por outro conjunto de pagamentos de juros com características diferentes,
ambos denominados na mesma moeda ( Abreu et al, 2012:221-222).
Embora não sendo fácil devido as especificidades de cada instrumento, importa
sublinhar que, de maneira geral, os instrumentos derivados têm como função:
permissão da gestão e cobertura do risco; e favorecimento da liquidez no mercado.
34
pode vender os títulos no mercado. Essa liquidez (facilidade de compra e de venda)
reduz o seu risco de perda. Assim, o mercado de capitais faz com que o repasse de
recursos dos poupadores às empresas seja mais interessante para ambas as partes.
Em função de tudo quanto foi acima exposto, não nos resta concluir que o mercado
de capitais é fundamental para o crescimento económico de um país, pois sem ele
muitos projectos não conseguiriam sair do papel por falta de capital e financiamento.
Muitas empresas perderiam sua competitividade e dificilmente conseguiriam
desenvolver-se. Poucas sobreviveriam num ambiente sem a injecção de capital de
investidores. Vale também recordar, que com o mercado de capitais o empresariado
desenvolve-se e as empresas de diferente portes vêem as suas possibilidades de
captação de recursos ampliadas.
Para que tudo isto que elencamos acima, se vêem materializados, é necessário que
o mercado de capitais funcione de facto, para tal tem de enfrentar e resolver alguns
desafios que são estratégicos.
É sobre os desafios estratégicos do mercado de capitais angolano que nos vamos
concentrar na próxima secção.
35
Estes dados podem ser vistos no quadro abaixo intitulado membros negociador do
mercado de capitais que, infelizmente, tem registado um único membro negociador
que são os bancos.
Quadro 1 - Membros negociador do mercado de capitais
37
poupanças e de financiamento a longo prazo do nosso desenvolvimento
socioeconómico. E estamos certos de que o edifício institucional e legal que estamos
a construir, e cuja construção está na recta final, irá acolher a seu tempo um núcleo
de investidores e emitentes capazes de colocar Angola no lugar a que justamente
aspira no atlas mundial dos mercados financeiros” (CMC, 2014:5).
Dizíamos, apesar deste posicionamento da CMC em tudo fazer para atrair empresas
neste mercado a realidade é diferente. Se por um lado, houve esforço que culminou
com a abertura do mercado secundário da dívida pública a 19 de Dezembro de 2014.
Por outro lado, este mercado em termos de negociadores não evoluiu muito.
Em 2015, por exemplo, a BODIVA contou com cinco membros negociadores,
designadamente: o Banco de Fomento Angola (BFA), o Standard Bank Angola (SBA),
o Banco Angolano de Investimentos (BAI), o Banco de Negócios Internacional (BNI),
o Banco Millenium Atlântico.
Já em 2016, os negociadores subiram de cinco para oito membros, acrescentando,
deste modo, na lista anterior os bancos Internacional de Crédito (BIC), regional do
Keve e o banco económico.
Importa ainda sublinhar, que durante estes dois anos, o BFA figurou no topo do
ranking como o banco que realizou mais negociações em termos de montante
negociado, ocupando desta forma parte significativa da quota de mercado, conforme
se pode ver no quadro abaixo.
Quadro 2 - Membros negociadores 2015-2016
39
Por último, mas não menos importante, a BODIVA realiza formação de operadores de
mercado, admite novos membros e envia à CMC ofícios circulares.
40
CAPÍTULO 2 - METODOLOGIA UTILIZADA NA INVESTIGAÇÃO
Dentro dos métodos teóricos se utiliza o analítico - sintético de grande utilidade para
o estudo da bibliografia consultada, que permite precisar os fundamentos teóricos
relacionados com as relações interpessoais, estabelecendo uma relação recíproca
entre a análise (desmembrar em várias partes um objecto de investigação) e a síntese
(integração novamente das partes).
Foi empregado também o método de análise histórico - lógico, com o qual analisou-
se a evolução do tema de investigação e sua direcção nos últimos cinco anos.
Dos métodos empíricos foi utilizado a análises documental para analisar e estudar
documentos, artigos, resumo de investigações e literatura científica em geral,
relacionada com o tema de investigação.
Inquérito: Foi utilizada esta técnica sob a forma de questionário oral com perguntas,
semifechadas e abertas, com o objectivo de aprofundar a recolha de informações
sobre a aplicação do código de conduta (Compliance), emitido pelo banco pelos
diferentes funcionários e clientes do banco
Onde:
N: tamanho da população.
e: error 10%.
K: probabilidade para a qual cumpre-se o nível de confiança, que segue uma
distribuição normal. Só valor é de 1.28.
P e Q: parâmetros da Distribuição Binomial. Considera-se P como a probabilidade
de ocorrência e Q como a de não ocorrência, ambas com um mesmo valor de 50%.
43
Se está próximo a 0, a correlação é fraca.
Se é maior que 0 a correlação é direita, a relação é linear positiva.
Se é menor que 0 a correlação é inversa, a relação é linear negativa.
Se for igual a 0 a correlação é nula.
Se este coeficiente eleva-se ao quadrado, se obtém o coeficiente de determinação
2
R , que indica que a percentagem da variabilidade na variável dependente, explica-
se pela variável independente; este coeficiente expressa de forma percentual, como
a variável independente definida é capaz de explicar o comportamento da variável
dependente, o qual pode-se mover no intervalo de 90 a 99.99%. Para obter resultados
2
mais confiáveis, R pode mover-se em um intervalo de 0 a 1 e a medida que chega a
1, o ajuste alcançado é melhor, pois diminuem os erros de estimação, podendo-se
concluir que este coeficiente oferece uma medida da bondade do ajuste feito (J. Pupo
2
et al., 2004). Quando o valor de R aloja-se no 100%, pode-se categorizar que:
Não existe relação entre as variáveis.
O modelo selecionado para fazer o ajuste não é o adequado
Existem outras variáveis que modificam e explicam a variabilidade1
1
A introdução de mais variáveis com técnicas de análises multivariadas, permitirá identificar a importância que outras variáveis podem ter
sobre a variável dependente.
44
consultadas e obedecendo cada uma determinado passo e depois, enquadrarmos a
nossa pesquisa, no tipo de abordagem descritiva.
A abordagem descritiva é a pesquisa onde se procura descrever fenómenos,
identificar variáveis e inventariar factos. No concreto iremos descrever e identificar
através das perspectivas construtivas, os processos que influenciam na motivação
dos funcionários que estão presentes nas interacções, avaliador e avaliados,
investigando o seu papel e significado em termos de motivação e desenvolvimento,
ou ainda investigando como são, como podem ser resolvidos, que permita o
cumprimento das tarefas do Banco para seu melhor futuro desenvolvimento.
O nosso estudo foi feito nas cinco agências bancarias do Município de Viana
pertencentes ao Banco Internacional de Crédito (BIC). Depois de analisar o universo
da população 70 trabalhadores, decidiu-se aplicar o inquérito a totalidade dos
trabalhadores efectivos, baseado em que são 40 pessoas que laboram em cinco
agências bancarias do Município de Viana, sendo factível e fácil sua aplicação,
ademais de conhecer realmente com certeza os critérios da totalidade da população.
Sendo una quantidade significativa e suficiente para obter a informação necessária e
precisa que permita conhecer o critério dos funcionários sobre da aplicação do código
de conduta (Compliance), emitido pelo banco.
45
2.5. Técnica e instrumentos de investigação.
Nos termos dos Artigos Nrs. 70º a 75º da Lei 12/2015 de 17 de Junho – Lei das
Instituições Financeiras, o Banco BIC, S.A. deve, enquanto Instituição Financeira,
adoptar um código de conduta e divulgá-lo junto dos Clientes, designadamente
através da página da internet, devendo desse código constar os princípios e as
normas de conduta que regem os vários aspectos das suas relações com os Clientes,
incluindo os mecanismos e os procedimentos internos por si adoptados no âmbito da
apreciação das reclamações.
São também as melhores práticas de Corporate Governance que prevêem e
estimulam a adopção de um código de conduta.
Os objectivos subjacentes a estas realidades têm que ver, portanto, com a promoção
de uma cultura de integridade e de cumprimento entre o Banco e os seus
Stakeholders, permitindo assim Crescermos Juntos!
47
da Administração, o Órgão interno responsável pela supervisão da divulgação,
aplicação e actualização do presente Código, devendo ser-lhe dirigidas
quaisquer dúvidas de interpretação que possam obstar ao seu cumprimento
2. A Administração dota o GC de todos os recursos e ferramentas essenciais
destinados a assegurar o cumprimento do número anterior.
3. Todas as áreas do Banco devem coadjuvar o GC no exercício do dever que
lhe foi confiado, em especial, as demais Áreas de controlo interno, bem como
os Quadros Directivos.
49
comprometedora, devendo os contactos pessoais, utilizando estes sistemas
de comunicação e equipamentos, ser mantidos a um nível mínimo e ao
estritamente necessário.
2. As mensagens de natureza pessoal e a informação de carácter não
profissional enviada, recebida ou consultada pelas Pessoas Sujeitas,
nomeadamente através da utilização de e-mail e/ou de telefones gravados,
estão sujeitas a reserva e tratamento confidencial.
Artigo 10.º (Reserva da Vida Privada)
O reconhecimento, o respeito e a promoção da dignidade das Pessoas Sujeitas são
incompatíveis com quaisquer violações da reserva da intimidade da sua vida privada,
não sendo permitidas quaisquer ingerências arbitrárias, nomeadamente, aquelas
relacionadas com a sua família, com as suas orientações afectivas e sexuais, com o
seu estado de saúde e com as suas opções políticas e religiosas.
Artigo 11.º (Nome, Instalações e Relações do Banco)
O nome, o logótipo e/ou as marcas registadas do Banco, as suas instalações e as
relações profissionais não podem ser utilizadas pelas Pessoas Sujeitas para
benefício pessoal ou para o desenvolvimento de trabalho não relacionado com o
exercício das suas funções e/ou serviços.
Artigo 12.º (Criação e Gestão de Registos)
1. As Pessoas Sujeitas são responsáveis por manterem os dados, informações
e documentos recolhidos, utilizados, detidos e geridos pelo Banco (“Registos”)
de forma completa e precisa. O conteúdo e a linguagem utilizada pelas
Pessoas Sujeitas na elaboração dos Registos devem obedecer a níveis
elevados de conhecimento, de honestidade intelectual e a padrões
profissionais inquestionáveis, reflectindo, de forma correcta, pormenorizada e
ordenada, todos os aspectos em que estão envolvidas no âmbito da sua
actividade profissional.
2. Os Registos criados e mantidos pelas Pessoas Sujeitas, independentemente
do suporte em causa, poderão vir a ser visualizados, utilizados ou
conservados pelo Banco ou por terceiros autorizados.
3. Na elaboração, manutenção, gestão e eliminação dos Registos, são
observados os requisitos legais aplicáveis, nomeadamente na Lei nº 22/11 de
17 de Junho – Lei da Protecção de Dados Pessoais.
50
4. É proibida a ocultação, destruição e a alteração de quaisquer Registos
potencialmente relevantes numa situação de litígio ou no contexto de qualquer
processo, interno ou externo, potencial ou efectivo.
Artigo 13.º (Propriedade Intelectual)
1. As Pessoas Sujeitas devem respeitar os direitos de propriedade intelectual e
os inerentes direitos do Banco em relação a projectos, programas, sistemas
informáticos, equipamentos, normativos internos e, em geral, em relação a
todas as obras e trabalhos concebidos ou desenvolvidos pelo Banco, seja pela
actividade de qualquer uma das Pessoas Sujeitas, seja pela actividade
desenvolvida por terceiros.
2. A reprodução ou a divulgação a terceiros, total ou parcial, independentemente
do meio utilizado, é expressamente proibida salvo autorização expressa do
respectivo Superior Hierárquico e do Administrador de pelouro.
Artigo 14.º (Protecção de Dados Pessoais)
1. As Pessoas Sujeitas que tenham acesso ou lidem com dados pessoais
relativos a Pessoas Singulares e Colectivas respeitam o sigilo profissional
relativamente aos dados pessoais tratados, abstendo-se de os utilizar para
uma finalidade diferente daquela que motivou a respectiva recolha e
protegendo-os de qualquer difusão ou acesso não autorizados.
2. Nos termos da legislação em vigor em matéria de protecção de dados
pessoais, as Pessoas Sujeitas e restantes titulares de dados têm o direito de
informação, de acesso e de oposição ao tratamento de dados, podendo,
nomeadamente, aceder, consultar e exercer o direito de rectificação dos seus
dados pessoais mantidos pelo Banco.
Artigo 15.º (Defesa dos Interesses dos Clientes)
1. As Pessoas Sujeitas respeitam de forma conscienciosa os interesses que lhes
são confiados pelos Clientes, prestam toda a informação e disponibilizam
produtos e serviços bancários e financeiros de qualidade, agindo sempre de
acordo com os mais elevados níveis de integridade.
2. Esta exigência implica que todas as Pessoas Sujeitas procedam com a
máxima diligência nas suas relações com os Clientes, ou seja, que actuem de
acordo com os princípios da repartição de riscos e da segurança das
aplicações, proporcionando-lhes os produtos e serviços bancários e
51
financeiros que melhor se ajustam às suas necessidades financeiras e ao seu
perfil de risco.
3. As Pessoas Sujeitas actuam de acordo com as instruções escritas recebidas
dos Clientes aplicando sempre o Preçário em vigor ou aquele para o qual
estejam autorizados.
4. As Pessoas Sujeitas informarão prontamente os Clientes, quer da execução
e resultados das operações que efectuem em resultado das suas instruções,
quer da ocorrência de dificuldades especiais que possam condicionar ou
inviabilizar a concretização daquelas.
Consequentemente, as Pessoas Sujeitas devem formular um juízo crítico sobre
a instrução em concreto do Cliente, independentemente do fim a que a mesma
se destina, com o objectivo de verificar se a mesma se adequa ao respectivo
perfil de risco. Em caso dúbio ou negativo, deverão transmitir por escrito ao
Cliente essa mesma informação ficando ao critério deste a execução ou não da
operação.
5. As Pessoas Sujeitas podem diligentemente transmitir aos Clientes quaisquer
factos ou circunstâncias de que tomem conhecimento, não sujeitos a sigilo
profissional ou que não se revistam de informação privilegiada, susceptíveis
de justificar a revisão, alteração ou revogação das instruções recebidas.
6. Ao dever de diligência que incumbe a todas as Pessoas Sujeitas nas suas
relações com os Clientes corresponde necessariamente o dever de estes
cumprirem as diversas obrigações legais e contratuais nas suas relações com
o Banco, em particular, o dever de prestarem às Pessoas Sujeitas
informações verdadeiras e actuais sobre a sua identidade, morada, situações
económica e profissional de forma a permitir, a todo o tempo, uma avaliação
correta, fundamentada e documentada do seu perfil de risco.
Artigo 16.º (Tratamento Íntegro)
1. As relações entre as Pessoas Sujeitas e os Clientes devem pautar-se pela
lealdade, respeito, discrição, transparência, objectividade e neutralidade.
2. É essencial que as Pessoas Sujeitas respeitem os interesses que lhes são
confiados pelos Clientes, disponibilizando informação transparente e clara
sobre os produtos e serviços bancários e financeiros oferecidos e abstendo-
se de obter, para si ou para terceiros não autorizados, directa ou
52
indirectamente, vantagens sobre os mesmos através da manipulação de
informação confidencial, adulteração ou omissão de factos relevantes ou de
outros comportamentos ou práticas desleais.
3. Sem prejuízo dos números anteriores, o Banco não está impedido de praticar
condições diferenciadas, tanto na realização de operações activas e passivas
como na prestação de serviços, tendo em conta designadamente o risco do
Cliente e das operações, bem como a rentabilidade destas.
Artigo 17.º (Conflitos de Interesses)
1. Aos Colaboradores do Banco, está vedado o exercício de qualquer actividade
profissional exterior ao mesmo fora do seu horário de trabalho, que possa
conflituar com os interesses do Banco. No caso da existência de dúvidas face
a determinada situação, devem os mesmos comunicar, com antecipação, a
situação em causa à sua Hierarquia e à Direcção de Recursos Humanos (de
ora em diante “DRH”).
2. As Pessoas Sujeitas devem estar atentas a quaisquer actividades ou relações
que possam interferir, potencialmente ou de facto, com a sua capacidade e
dever de agir no melhor interesse legítimo do Banco e dos Clientes, dando-se
prevalência, em caso de conflito, aos últimos.
3. As Pessoas Sujeitas são responsáveis por fazerem uma avaliação ponderada,
procurarem auxílio especializado, identificarem e reportarem à respectiva
Hierarquia e, simultaneamente, ao GC, quando tal se afigure necessário para
a salvaguarda dos interesses do Banco, quaisquer situações susceptíveis de
consubstanciarem conflitos de interesses, ainda que potenciais
4. Em caso de ocorrência de conflitos de interesses entre, por um lado, o Banco
e Pessoas Sujeitas e, por outro lado, os interesses legítimos de Clientes, o
Banco deve pautar a sua actuação na resolução desses conflitos pela
transparência e rigor, por forma a garantir aos Clientes em causa um
tratamento imparcial, objectivo e equitativo.
5. O Banco promove uma cultura institucional, uma estrutura organizativa,
procedimentos e mecanismos de controlo que previnam ou reduzam ao
mínimo a ocorrência de conflitos de interesses com ou entre Clientes.
6. Em qualquer caso, quando o conflito de interesses com o Cliente se verifique
ou seja susceptível de se verificar em relação a uma Pessoa Sujeita, esta não
53
deve intervir, por si ou por interposta pessoa, na prestação do serviço ou na
realização da operação, salvo se devidamente autorizada.
7. Quando, relativamente à prestação de determinado serviço ou à realização
de determinada operação, não for possível evitar a ocorrência de um conflito
de interesses e com um grau de certeza razoável seja expectável que os
interesses do Cliente serão prejudicados, o Banco informará por escrito o
Cliente da origem e natureza do conflito, prestando de seguida o serviço ou
realizando a operação se essa for a vontade do Cliente.
8. Sempre que o Banco disponha de políticas ou procedimentos relativos a
gestão de conflitos de interesses em áreas de negócio específicas, como é o
caso da prestação de serviço de intermediação financeira e da realização de
operações sobre instrumentos financeiros, as mesmas prevalecem sobre as
normas de conflitos de interesses gerais.
54
expressamente consagrados na lei. Nessas circunstâncias e antes da
divulgação da informação, dar-se-á sempre conhecimento ao respectivo
Superior Hierárquico e ao GC quando tal se afigure necessário para a
salvaguarda dos interesses do Banco.
5. O dever de segredo não cessa com o termo de funções ou serviços.
6. A violação do dever de segredo profissional, previsto no artigo 76º da Lei
12/2015-Lei das Instituições Financeiras, resultante da má utilização da
informação dos Clientes ou da sua transmissão indevida a pessoas não
autorizadas constitui um crime punível nos termos do disposto no Código
Penal.
Artigo 19.º (Dignidade das Pessoas Sujeitas)
1. No Banco, a dignidade das Pessoas Sujeitas é imperiosamente respeitada e
um valor inalienável. As práticas de recursos humanos reconhecem, valorizam
e promovem o respeito pelos direitos humanos e baseiam-se, nomeadamente,
nos seguintes princípios:
a) Respeito pela dignidade da Pessoa Humana e, por conseguinte, das
Pessoas Sujeitas;
a) Segurança e higiene das Pessoas Sujeitas no e do local de trabalho,
respectivamente;
b) Não tolerância de quaisquer práticas de discriminação e de assédio.
2. As qualidades intrínsecas e distintivas de cada Pessoa Sujeita são
merecedoras de respeito e consideração por parte do Banco implicando, neste
sentido, o rigoroso respeito por um conjunto de direitos e deveres
fundamentais.
Artigo 20.º (Segurança e Saúde)
1. O reconhecimento e o respeito pelos princípios da segurança e saúde das
Pessoas Sujeitas no local de trabalho traduzem-se no desenvolvimento de um
esforço contínuo com o objectivo de proporcionar um ambiente de trabalho
seguro, saudável, limpo e produtivo. Aqueles devem ser acompanhados pela
preocupação contínua das Pessoas Sujeitas em observarem as regras
vigentes sobre segurança e saúde no trabalho.
2. Para garantir a segurança das Pessoas Sujeitas e Clientes, o Banco reserva-
se o direito de utilizar meios de vigilância à distância suportados por
55
equipamento tecnológico nas suas instalações com plena observância das
regras vigentes sobre estes temas.
Artigo 21.º (Igualdade, Não Discriminação e Assédio)
56
2. As Pessoas Sujeitas que tenham entre si relações familiares ou equivalentes
devem informar à responsável pela DRH.
Artigo 24.º (Recrutamento, Formação e Avaliação)
1. O Recrutamento no Banco tem como objectivo principal a selecção de
candidatos que possuam as necessárias competências técnicas e
comportamentais para o posto de trabalho a prover, que perspectivem um
bom desempenho profissional e que se enquadrem no modelo cultural e
organizacional do Banco.
2. O Banco considera que a formação é um dos principais mecanismos para a
valorização do seu principal activo: os Colaboradores. A valorização e
motivação do capital humano do Banco são alguns dos imperativos
estratégicos fundamentais para o sucesso, pautando-se pelo cumprimento
das disposições legais.
3. As Pessoas Sujeitas serão avaliadas de acordo com o mérito demonstrado no
exercício das suas funções, bem como em consonância com os resultados
obtidos, assegurandose o respeito pelo princípio do contraditório.
Artigo 25.º (Relação com Fornecedores)
1. O relacionamento do Banco com Fornecedores de bens e serviços constitui
uma oportunidade para optimizar o seu poder negocial, sempre respeitando
os critérios objectivos em que deve basear-se a contratação de bens e
serviços a terceiros: preço, qualidade, disponibilidade, independência face ao
Banco e o integral cumprimento das obrigações fiscais para com o Estado.
2. O Banco procura igualmente utilizar o relacionamento com Fornecedores
como uma oportunidade para partilhar as melhores práticas e valores
empresariais procurando assegurar que a sua cadeia de Fornecedores
respeite as regras em vigor para cada Área em causa mas, também, os
direitos humanos e o ambiente.
3. O Banco deverá garantir que os Fornecedores e Prestadores de Serviços
observam integralmente as políticas internas e a legislação aplicável,
guardando confidencialidade relativamente ao seu relacionamento com o
Banco, excepto se a respectiva divulgação tiver sido superiormente
autorizada.
57
4. As decisões de aquisição de bens ou serviços pelo Banco devem ser
totalmente independentes de qualquer influência indevida, ainda que
potencial, por parte de qualquer Fornecedor. Estes comportamentos não
devem ser tolerados por nenhuma Pessoa Sujeita responsável pelo
relacionamento com determinado Fornecedor e, a sucederem, devem ser de
imediato reportados ao GC, quando tal se afigure necessário para a defesa
dos interesses do Banco.
5. A negociação das condições financeiras e a respectiva formalização de todos
os contractos com Fornecedores, bem como a centralização da informação
relativa à sua avaliação, é da responsabilidade da Área adquirente do serviço
do Fornecedor, coadjuvada pela DJ e pela Direcção de Recursos Materiais,
quando recaia no âmbito de actuação deste Órgão.
Artigo 26.º (Aceitação de Presentes e Entretenimento)
1. Salvo o disposto no n.º 3 do presente Artigo, as Pessoas Sujeitas não devem
aceitar presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais. Da mesma forma, não devem aceitar nem permitir que um familiar
próximo aceite presentes, serviços, empréstimos ou qualquer forma de
tratamento preferencial proveniente de Clientes, Fornecedores ou outros
terceiros em troca de um relacionamento comercial passado, presente ou
futuro com o Banco.
2. É expressamente proibida a aceitação pelas Pessoas Sujeitas de presentes
em dinheiro ou seus equivalentes.
3. Os presentes não monetários podem ser aceites quando a sua aceitação for
adequada e culturalmente conveniente
4. Em caso de dúvida quanto à possibilidade de aceitação de presentes não
monetários, as Pessoas Sujeitas devem consultar o respectivo Superior
Hierárquico, quando tal se afigure necessário para a defesa dos interesses do
Banco.
Artigo 27.º (Oferta de Presentes)
Se a oferta de um presente por uma Pessoa Sujeita for susceptível de ser
percepcionada por terceiros como um possível acto de suborno ou como o
pagamento de um favor, tal oferta não deverá ser feita.
Artigo 28.º (Chinese Walls)
58
1. Todas as Pessoas Sujeitas estão obrigadas a cumprir os procedimentos das
Chinese Walls( barreiras éticas à passagem de informação) implementados
ou a implementar pelas diferentes Áreas de Negócio do Banco, com o
objectivo de segregar as Pessoas Sujeitas envolvidas em transacções com
acesso a informação privilegiada sobre Clientes ou operações de outras que
não têm, nem têm necessidade de ter, acesso a essa informação.
2. A estrutura orgânica do Banco procura garantir, tanto quanto possível, a
afectação dos Colaboradores em exclusividade a cada actividade, sem
interferência em qualquer outra susceptível de conflito.
3. Nas diferentes Áreas do Banco é observada a completa separação física e
funcional entre as actividades de negócio e os respectivos serviços
operacionais e de controlo.
Artigo 29.º (Dever de Conhecer os Clientes)
1. As Pessoas Sujeitas que desempenhem funções comerciais devem conhecer
de forma aprofundada, permanente e documentada os Clientes com os quais
estabelecem e mantêm relações negociais.
2. O cumprimento rigoroso deste dever de conhecimento e de diligência
continuada nas relações com os Clientes permite ao Banco entender com
quem está a desenvolver relações de negócio, se os Clientes actuam por sua
própria conta ou por conta de terceiros e, ainda, certificar-se que os Clientes,
actuais ou potenciais, não estão envolvidos, voluntária ou involuntariamente,
em actividades relacionadas com o branqueamento de capitais ou o
financiamento do terrorismo.
3. Pretende-se assim, e entre outros, mitigar os riscos do Banco se constituir em
veículo para, ou objecto de, fraude interna, externa ou criminalidade
financeira, assegurando que a sua reputação e a sua integridade estão
devidamente salvaguardadas.
Artigo 30.º (Dever de Conhecer as Políticas, os Processos e os Procedimentos)
1. Todas as Pessoas Sujeitas devem conhecer de forma aprofundada,
permanente e documentada as políticas, os processos e os procedimentos
instituídos no Banco.
2. Pretende-se, assim e entre outros, mitigar os riscos do Banco se constituir em
veículo para, ou objecto de, fraude interna, externa ou criminalidade
59
financeira, assegurando que a sua reputação e a sua integridade estão
devidamente salvaguardadas.
Artigo 31.º (Dever de Conhecer as Transacções)
1. As Pessoas Sujeitas, sobretudo aquelas que desempenham funções
comerciais, devem conhecer de forma aprofundada, permanente e
documentada as transacções, actuais ou futuras, de forma a auxiliar as áreas
de controlo interno do Banco a estabelecer padrões comportamentais sempre
e quando se justificar.
2. Pretende-se assim, e entre outros, mitigar os riscos do Banco se constituir em
veículo para, ou objecto de fraude interna, externa ou actividades de
branqueamento de capitais ou financiamento do terrorismo, ou criminalidade
financeira, assegurando que a sua reputação e a sua integridade estão
devidamente salvaguardadas.
Artigo 32.º (Anti - Branqueamento de Capitais, Financiamento do Terrorismo e
Proliferação)
1. O Banco está consciente da necessidade de reprimir a criminalidade
organizada e de prevenir e combater o branqueamento do produto de
actividades criminosas, bem como o financiamento do terrorismo e a
proliferação de actividades relacionadas com negócios que, ainda que legais
ou legalizadas, sejam eticamente dúbias.
2. Para efeitos do número anterior, o Banco adopta elevados níveis de protecção
no sector financeiro para que a solidez, a integridade, o cumprimento e a
estabilidade das instituições financeiras, bem como a confiança no sistema
financeiro no seu conjunto não sejam comprometidas.
3. Consequentemente, o Banco estabeleceu directrizes internas exigindo que as
diferentes áreas de negócio desenvolvam e implementem programas
efectivos de prevenção e repressão aos temas referidos no número 1. deste
Artigo, por forma a observar a legislação nacional e internacional em vigor,
bem como as melhores práticas nacionais e internacionais, salvaguardando-
se, desta forma, o Banco e os Clientes contra a sua utilização e
instrumentalização em esquemas (potencialmente) ilícitos.
4. Para uma eficaz prevenção daquelas actividades criminosas é essencial que
todas as Pessoas Sujeitas cumpram estritamente com o dever de
60
identificação dos clientes no momento de início da relação de negócio, bem
como assegurem um permanente e aprofundado grau de conhecimento dos
Clientes e das suas transacções ao longo das relações negociais
estabelecidas, observando os princípios gerais de actuação e os demais
deveres estabelecidos na legislação aplicável e nos termos estabelecidos nos
normativos internos, com vista a reportarem situações relevantes ao GC, para
que este, por sua vez, assegure o exercício dos deveres que legalmente
impendem sobre o Banco.
5. Sempre que alguma Pessoa Sujeita tiver conhecimento de algum facto ou
suspeitar de alguma operação que possa vir a ser qualificado como
branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, deverá de imediato
proceder à respectiva comunicação ao GC.
Artigo 33.º (Abuso de Mercado)
1. O exercício das actividades de gestão de activos, de intermediação financeira,
de consultoria para investimento e outras deve pautar-se, nomeadamente,
pela observância dos princípios já enunciados no Artigo 5.º.
2. Sem prejuízo do que estiver especificamente previsto em normativo interno,
às Pessoas Sujeitas que disponham de informação privilegiada é
expressamente proibido que a transmitam a alguém fora do âmbito das suas
funções ou que a utilizem, designadamente que com base nessa informação,
negoceiem ou aconselhem alguém a negociar em valores mobiliários ou
outros instrumentos financeiros ou ordenem a sua subscrição, aquisição,
venda ou troca, directa ou indirectamente, para si ou para outrem, antes da
mesma ser tornada pública.
3. É absolutamente proibida a divulgação de informações falsas, incompletas,
exageradas ou tendenciosas, a realização de operações de natureza fictícia
ou a execução de outras práticas fraudulentas para alterar artificialmente o
regular funcionamento do mercado de valores mobiliários ou de outros
instrumentos financeiros.
4. Sempre que alguma Pessoa Sujeita tiver conhecimento de algum facto que
possa vir a ser qualificado como abuso de mercado, deverá de imediato
proceder à comunicação ao GC.
Artigo 34.º (Prestação de Informação, Publicidade e Marketing)
61
1. A prestação de informação, obrigatória ou facultativa, às autoridades e ao
público em geral, deve ser efectuada com observância rigorosa do princípio
da legalidade, particularmente das disposições legais aplicáveis, das normas
regulamentares e orientações estabelecidas pelas Entidades Supervisoras.
2. Em todas as Agências do Banco, encontrar-se-á acessível o preçário
actualizado, contendo as taxas de juro em vigor, indexantes, comissões e
custo dos serviços prestados e/ou o modo de os calcular.
3. As acções de publicidade ou de marketing, sobre o Banco, as suas actividades
ou respectivos produtos e serviços, devem ter sempre em conta os interesses
do Cliente/Consumidor e respeitar os princípios de veracidade, da
objectividade, da clareza e da oportunidade.
4. As Pessoas Sujeitas abster-se-ão de transmitir, por sua iniciativa ou a pedido
de terceiros, qualquer notícia ou informação sobre o Banco aos meios de
comunicação social, salvo aprovação expressa da Administração.
Artigo 35.º (Entidades de Supervisão, Fiscalização, Tribunais e Áreas de
Controlo Interno)
1. Constitui um dever das Pessoas Sujeitas cooperarem com quaisquer
Entidades de Supervisão, ou de Fiscalização, com os Tribunais e com as
Áreas de Controlo Interno do Banco, sempre e quando se trate de matérias no
âmbito dos poderes e das competências que lhes estão atribuídas legal,
contratualmente ou por normativo interno.
2. É proibida a retenção, adulteração ou omissão de informações relevantes,
assim como a prestação de declarações falsas ou enganosas, em especial,
às Áreas de Controlo Interno, às Autoridades e aos Supervisores que
conduzam acções de auditoria, de compliance ou de investigação junto do
Banco, ao Conselho Fiscal e a Auditores Externos.
3. As Pessoas Sujeitas devem comunicar ao GC no caso de serem, por força
do exercício da sua actividade no Banco:
a) Sujeitos a investigação por qualquer Autoridade ou Entidade Reguladora;
b) Chamados a testemunhar ou a fornecer documentos, fora do desempenho
normal das suas funções, a qualquer Autoridade ou Entidade Reguladora;
c) Objecto de qualquer queixa-crime ou de um pedido de indemnização
judicial feito por qualquer Stakeholder.
62
Capítulo IV (Reclamações)
63
Capítulo V (Poder Disciplinar)
64
CAPITULO 3 - CARACTERIZAÇÃO DO BANCO INTERNACIONAL DE CRÉDITO
DE ANGOLA E ANALISES E DISCUSÃO DOS RESULTADOS
Missão.
Valores
Orientação ao Cliente
Inovação
Ambição
66
3.1.2. Órgãos Sociais do Banco BIC, SA
Assembleia Geral
Presidente : Manuel Pinheiro Fernandes
Secretario: Luís Manuel Cortês dos Santos
Conselho de Administração
Presidente: Fernando Mendes Teles
Vogais: Graziela Rodrigues Esteves, Fernando Aleixo Duarte, Graça Maria Pereira,
Hugo Silva Teles, Jaime Galhoz Pereira, José Manuel Cândido, Pedro Nunes
M'Bidingani, Isabel José dos Santos, Amadeu Maurício
Comissão Executiva do Conselho de Administração
Presidente: Fernando Mendes Teles
Vogais: Graziela Rodrigues Esteves, Fernando Aleixo Duarte, Graça Maria Pereira,
Hugo Silva Teles, Jaime Galhoz Pereira, José Manuel Cândido, Pedro Nunes
M'Bidingani
67
Secretário da Sociedade: Marta Carvalho
Conselho Fiscal
Presidente: Sérgio Henrique Serra
Vogal: Maria Ivone dos Santos
Auditor Externo:
PKF Angola - Auditores e Consultores, S.A.
O Banco BIC, SA dispõe actualmente de uma rede de 193 agências para atendimento
público.
68
3.1.4. Caracterização da amostra.
57,50%
60,00% 42,50%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Masculino Feminino
69
existindo um equilíbrio em quanto a género dos inqueridos conforme pode ver-se no
gráfico acima.
Fonte: Questionário
É possível ainda verificar na tabela acima, que a maior parte dos participantes ao
questionário encontram-se na faixa-etária entre 25–30 anos de idade.
50%
50%
45%
40%
35%
25%
30%
20%
25%
20%
15%
5%
10%
5%
0%
25 – 30 31 – 35 36 – 40 41 – 45
70
3.1.7. Distribuição dos funcionarios por habilitações literárias /Académicas
50,00%
37,50%
45,00%
40,00%
35,00%
30,00%
25,00% 12,50%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
Médio Licenciado Mestre
Considerando que a população estudada é adulta, pensamos que devia ter um nível
de escolaridade mais alto do que se apresenta, visto que as políticas educativas
actuais incentivam os cidadãos, ter grande possibilidade de faz mestrado e
especialização dos diferentes perfiles profissionais.
Nesta secção iremos nos debruçar sobre as respostas dadas pelos participantes ao
questionário, com o intuito de atingir os objectivos que nos propusemos alcançar com
a presente dissertação.
71
Tabela 5 - Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 35 87,5%
Quase sempre 5 12,5%
Às vezes 0 0%
Raramente 0 0%
Nunca 0 0%
Total 40 100
72
Total 40 100
Fonte:
Elaboração própria
75%
80%
70%
60%
50%
40%
30% 12,50% 12,50%
20% 0% 0%
10%
0%
Muito Satisfeito Mais ou Insatisfeito Muito
satisfeito menos insatisfeito
73
62,50%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
20%
30,00%
20,00% 7,50% 7,50%
2,50%
10,00%
0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca
74
62,50%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
15%
12,50%
20,00%
7,50%
10,00% 2,50%
0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca
75
62,50%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00% 25%
30,00% 12,50%
20,00% 0% 0%
10,00%
0,00%
Sempre Quase Às vezes Raramente Nunca
sempre
75%
80%
70%
60%
50%
40%
30% 17,50%
20% 7,50%
0% 0%
10%
0%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca
76
Fonte: Elaboração própria
Conforme se mostra no gráfico anterior a maioria dos funcionários, 92,5% cumprem
com a obrigação de proteger a confidencialidade da informação obtida.
Tabela 11 - Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais.
Respostas Inquiridos Percentagens
Nunca 36 90%
Raramente 3 7,5%
Às vezes 1 2,5%
Quase sempre 0 0%
Sempre 0 0%
Total 40 100
90%
100%
80%
60%
40%
7,50%
20% 2,50% 0% 0%
0%
Nunca Raramente Às vezes Quase sempre Sempre
77
Raramente 2 5%
Nunca 0 0%
Total 40 100
50%
45%
40%
30%
35%
30%
25%
15%
20%
15%
5%
10%
0%
5%
0%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca
78
50%
50%
40%
25%
30% 17,50%
20%
7,50%
10% 0%
0%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca
79
37,50%
40,00%
35,00%
25,00%
20,00%
12,50%
15,00%
10,00%
5,00% 0%
0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca
80
62,50%
70,00%
60,00%
50,00%
40,00%
25%
30,00%
12,50%
20,00%
10,00% 0% 0%
0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca
81
50%
50%
40%
27,50%
30%
15%
20%
7,50%
10% 0%
0%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca
Gráfico 15 - Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso
de mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance.
Fonte: Elaboração própria
De acordo ao gráfico anterior 50% dos funcionarios opinam que se conhecer de algum
facto que possa vir a ser qualificado como abuso de mercado, procede a comunicá-lo
ao Gabinete de Compliance, um 27,5% opinam que quase sempre, 15% Às vezes e
so um 7,5% raramente.
Tabela 17 - O Banco reconhece o direito que assiste a todos os Clientes de reclamar
Respostas Inquiridos Percentagens
Sempre 17 42,5%
Quase sempre 11 27,5%
Às vezes 8 20%
Raramente 4 10%
Nunca 0 0%
Total 40 100
Fonte: Elaboração própria
42,50%
50,00%
40,00% 27,50%
30,00% 20%
20,00% 10%
10,00% 0%
0,00%
Sempre Quase sempre Às vezes Raramente Nunca
Este passo se realiza para determinar e avaliar quais são as variáveis analisadas na
investigação que tem uma correlação significativa estatisticamente. Para elo se
realizam análises de regressão, análises multivariado e comparação de várias
mostras utilizando o paquete estatístico Statgraphics.
Posto que o valor-P na tabela ANOVA é menor que 0,05, existe uma relação
estatisticamente significativa entre Possui as qualificações, conhecimentos e
competências técnicas necessárias para o correcto exercício das suas funções e Tem
necessidade de formação, bem como situação de carência de meios materiais ou
técnicos com um nível de confiança do 95,0%.
Posto que o valor-P na tabela ANOVA é menor que 0,05, existe uma relação
estatisticamente significativa entre Tem conhecimento do Código de Conduta do
Banco e Se conhecer de algum facto que possa vir a ser qualificado como abuso de
mercado, procede a comunicá-lo ao Gabinete de Compliance com um nível de
confiança do 95,0%.
84
dados. Posto que o valor-P é maior que 0,05, não tem indicação de uma
autocorrelação serial em os resíduos com um nível de confiança do 95,0%.
Posto que o valor-P na tabela ANOVA é menor que 0,05, existe uma relação
estatisticamente significativa entre Tem conhecimento do Código de Conduta do
Banco e Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais com um nível de confiança do 95,0%.
85
A saída mostra os resultados de ajustar um modelo linear para descrever a relação
entre Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco e Cumpre com a obrigação
de proteger a confidencialidade de toda a informação obtida ou criada no contexto do
exercício das suas funções. A equação do modelo ajustado é:
Posto que o valor-P na tabela ANOVA é menor que 0,05, existe uma relação
estatisticamente significativa entre Tem conhecimento do Código de Conduta do
Banco e Cumpre com a obrigação de proteger a confidencialidade de toda a
informação obtida ou criada no contexto do exercício das suas funções com um nível
de confiança do 95,0%.
O quadro a seguir mostra o resumo estatístico para cada uma das variáveis
selecionadas. Inclui medidas de tendência central, de variabilidade, e de forma. De
particular interesse aqui é o sesgo estandardizado e a curtosis estandardizada, as
quais podem usasse para determinar sim a mostra provem de uma distribuição
normal. Valores de estos estadísticos fora do rango de -2 a +2 indicam deviações
significativas da normalidade, as quais tenderiam a invalidar muitos dos
86
procedimentos estatísticos que se aplicam habitualmente a estos dados. Las
siguientes variables muestran curtosis estandarizada fuera del rango esperado:
Tem conhecimento do Código de Conduta do Banco
Aceita presentes em numerário de Clientes ou Fornecedores actuais ou
potenciais.
comunicá-lo ao Gabinete
Fornecedores actuais ou
situação de carência de
a informação obtida ou
competências técnicas
Se conhecer de algum
Código de Conduta do
Tem conhecimento do
mercado, procede a
necessárias para o
meios materiais ou
conhecimentos e
de Compliance
de proteger a
suas funções
potenciais
técnicos
Banco
Reconto 5 5 5 5 5 5
Promedio 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0
Deviação Estândar 15,7003 15,248 12,6293 9,69536 7,84219 10,3682
Coeficiente de Variação 196,25% 190,599% 157,867% 121,192% 98,0274% 129,603%
Mínimo 0,0 0,0 0,0 1,0 0,0 0,0
Máximo 36,0 35,0 30,0 25,0 20,0 25,0
Rango 36,0 35,0 30,0 24,0 20,0 25,0
Sesgo Estandardizado 2,01084 1,94411 1,79345 1,84054 0,875404 1,32068
Curtosis Estandardizada 2,22534 2,08824 1,7999 1,94316 0,203283 0,881273
Fonte: El StatAdvisor
3.3.2. Correlações.
A seguinte tabela mostra as correlações momento produto de Pearson, entre cada par
de variáveis. O rango de estos coeficientes de correlação vai de -1 a +1, e medem a
força da relação lineal entre as variáveis. Também se mostra, entre parêntesis, o
número de pares de dados utilizados para calcular cada coeficiente. O terceiro número
em cada bloque da tabela é um valor-P que proba a significância estatística das
correlações estimadas. Valores-P abaixo de 0,05 indicam correlações
significativamente diferentes de cero, com um nível de confiança do 95,0%. Os
seguintes pares de variáveis têm valores-P por debaixo de 0,05:
comunicá-lo ao Gabinete
Fornecedores actuais ou
situação de carência de
a informação obtida ou
competências técnicas
Se conhecer de algum
Código de Conduta do
Tem conhecimento do
mercado, procede a
necessárias para o
meios materiais ou
conhecimentos e
de Compliance
de proteger a
suas funções
potenciais
técnicos
Banco
Aceita presentes em
numerário de Clientes ou
Fornecedores actuais ou
0,9973 0,9885 0,9871 0,8914 0,9445
potenciais
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0002 0,0015 0,0018 0,0423 0,0156
Tem conhecimento do
Código de Conduta do 0,9973 0,9931 0,9808 0,9095 0,9567
Banco
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0002 0,0007 0,0032 0,0323 0,0107
Cumpre com a obrigação
de proteger a
confidencialidade de toda a
informação obtida ou
0,9885 0,9931 0,9861 0,9466 0,9832
criada no contexto do
exercício das suas funções
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0015 0,0007 0,0020 0,0147 0,0026
Possui as qualificações,
conhecimentos e
competências técnicas
necessárias para o
0,9871 0,9808 0,9861 0,9207 0,9575
correcto exercício das suas
funções
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0018 0,0032 0,0020 0,0265 0,0105
Se conhecer de algum
facto que possa vir a ser
qualificado como abuso de
mercado, procede a
0,8914 0,9095 0,9466 0,9207 0,9839
comunicá-lo ao Gabinete
de Compliance
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0423 0,0323 0,0147 0,0265 0,0024
Tem necessidade de
formação, bem como
situação de carência de 0,9445 0,9567 0,9832 0,9575 0,9839
meios materiais ou
técnicos
(5) (5) (5) (5) (5)
0,0156 0,0107 0,0026 0,0105 0,0024
Fonte: El StatAdvisor
88
Figura 4 - Resultados das Correlações
Fonte: El StatAdvisor
89
CONCLUSÕES
90
A análise estatística demostra que existe uma relação estatisticamente
significativa entre as variáveis antes mencionadas, o que significa que os
métodos, procedimentos e estilos de direcção que implementa a
governanza corporativa do Banco BIC S.A. estão a incidir positivamente
nos funcionários do banco e os clientes.
91
SUGESTÕES
92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
93
Carlos Henrique da Silva (coordenadores). Temas de Anticorrupção e Compliance.
Rio Janeiro: Elsevier.
MOSBACHER, Andreas. (2013). Compliance aus Sicht des Gerichts – Chancen und
Risiken. In: ROTSCH, Thomas (organizador). Wissenschaftliche und praktische
Aspekte der nationalen und internationalen Compliance-Diskussion. 2ª edição. Baden-
Baden: Nomos Verlagsgesellsschaft.
PACHECO, Walter (2015). O mercado de capitais em Angola. Luanda: CMC
PINHEIRO, Juliano Lima. (2006). Mercado de capitais-fundamentos e técnicas.3a.ed..
São Paulo: Editora Atlas.
RIZZO, Maria B. M. (2013). Prevenção à Lavagem de Dinheiro nas Instituições do
Mercado Financeiro. São Paulo: Trevisan Editora.
SANDEL, Michael. (2012). O que é fazer a coisa certa. Tradução de Heloísa Matias e
Maria Alice Máximo – 5ª edição – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, pp. 45-74.
SANTOS, Ludmila dos (2016). Curso de actualização finanças – CMC. Luanda: CMC/
Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola.
SILVA, Edson C. (2012). Governança corporativa nas empresas: guia prático de
orientação para acionistas, investidores, conselheiros de administração e fiscal,
auditores, executivos, gestores, analistas de mercado e pesquisadores. 3ª Edição.
São Paulo: Atlas.
SOUZA, Thelma de Mesquita Garcia e. (2005). Governança corporativa e o conflito
de interesses nas sociedades anônimas. São Paulo: Editora Atlas S/A.
YAZBEK, Otávio. (2007). Regulação do mercado financeiro e de capitais. Rio de
Janeiro: Elsevier.
Sites na Internet
COSTA, Helena Regina Lobo da; ARAÚJO, Marina Pinhão Coelho. (2014).
Compliance e o Julgamento da APN 470 - Compliance and the decision of Act 470.
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<http://www.rtonline.com.br/>. Acesso em: 19 de maio de 2014.
BASILE, Juliano; LYRA, Paulo de Tarso. CGU criará selo ético para empresas com
boa governança. O Globo. Valor Online. Disponível em
<http://oglobo.globo.com/economia/cgu-criara-selo-etico-para-empresas-com-
boagovernanca-3071031#ixzz3oGr9ZnPm>. Acesso em 18 de abril de 2013.
94
ABBI. Função de Compliance. Disponível em
<http://www.abbi.com.br/download/funcaodecompliance_09.pdf> Acesso em 14 de
agosto de 2014.
TRANSPARÊNCIA INTERNACIONAL. Corporate Transparency. Disponível em:
<https://www.transparency.org/>. Acesso em 06 de dezembro de 2014.
BASEL COMMITTEE ON BANKING SUPERVISION. Compliance and the
Compliance fuction in banks. Disponível em <http://www.bis.org/publ/bcbs113.pdf>.
Acesso em 30 de maio de 2015.
“Norma Australiana AS 3806, edição 2006, é o primeiro padrão do mundo a apresentar
os princípios para o desenvolvimento, a implementação e a manutenção de
Programas de Compliance eficazes, tanto em organizações públicas quanto privadas.
Tais princípios têm por finalidade ajudar as organizações a identificar e reparar
deficiências em seu compliance e a desenvolver processos para a melhoria contínua
nessa área”. AS 3806:2006. Regulamentações de Mercado. Disponível em:
<http://www.polyitsolutions.com.br/glossario/conteudo-grc/regulamentacoes-de-
mercado/>. Acesso em 05 de dezembro de 2015.
BM&F BOVESPA. Diretrizes de Governança Corporativa. Disponível
em<http://ri.bmfbovespa.com.br/fck_temp/26_2/Diretrizes_de_Governanca_Corporati
va_da_BMFBOV ESPA.pdf>. Acesso em 30 de maio de 2015>.
95
ANEXOS
Anexo 1 - Estrutura do Inquérito por questionário
Caro(a) funcionario,
Vimos por este meio solicitar a sua colaboração no preenchimento deste questionário
que se enquadra no âmbito da realização do mestrado em Compliance no Mercado
de Capitais, estudo de caso : Empresa Banco BIC S.A., da Faculdade de Economia
da Universidade Agostinho Neto. Ao colaborar nesta investigação, cuja finalidade é
determinar o nível de conhecimento e cumprimento de Compliance dos funcionários
no banco BIC S.A, estará a contribuir, decerto, para uma melhor clarificação do
problema que se levanta.
As respostas são confidenciais e serão utilizadas apenas para fins estatísticos, pelo
que lhe solicitamos a máxima sinceridade nas respostas.
Sabendo que o preenchimento do questionário lhe vai ocupar algum tempo,
agradecemos, antecipadamente, a sua preciosa colaboração.
Atenciosamente,
Nelson Dias Dos Santos Cadete
A. Dados do funcionario:
Quase sempre
Raramente
Às vezes
Sempre
Nunca
Nº Perguntas
Lineal: Y = a + b*X
Coeficientes
Mínimos Quadrados Estándar Estatístico
Parámetro Estimado Error T Valor-P
Intercepto 0,837209 1,90747 0,43891 0,6904
Pendente 0,895349 0,155745 5,74883 0,0105
Análisis de Variação
Fonte Soma de Gl Quadrado Meio Razão-F Valor-P
Quadrados
Modelo 344,709 1 344,709 33,05 0,0105
Residuo 31,2907 3 10,4302
Total (Corr.) 376,0 4
Lineal: Y = a + b*X
Coeficientes
Mínimos Quadrados Estándar Estatístico
Parámetro Estimado Error T Valor-P
Intercepto -6,14634 4,96625 -1,23762 0,3039
Pendente 1,76829 0,466772 3,78834 0,0323
Análisis de Variação
Fonte Soma de Gl Quadrado Meio Razão-F Valor-P
Quadrados
Modelo 769,207 1 769,207 14,35 0,0323
Residuo 160,793 3 53,5976
Total (Corr.) 930,0 4
Lineal: Y = a + b*X
Coeficientes
Análisis de Variação
Lineal: Y = a + b*X
Coeficientes
Análisis de Variação
Fonte: El StatAdvisor
Anexo 4 – SnapStat Comparação de varias mostras
respuesta
Possui qualificações
5 conheci 8 9,69536
Se conhecer abuso
5 de mercado 8 7,84219
Tem necessidade5 de formação 8 10,3682 20
30 8 11,151
10
0
Aceita
conhecimento
presentes
CumprePossui
do
de
obrigação
Se
Código
Clientes
conhecer
qualificações
TemConduta
denecessidade
proteger
abuso
conheci
de mercado
de formação
0 10 20 30 40
respuesta
Media
8 8
5 3
2 -2
-1 -7
Aceita
conhecimento
presentes
CumprePossui
do
de
obrigação
Se
Código
Clientes
conhecer
qualificações
TemConduta
denecessidade
proteger
abuso
conheci
de mercado
de formação Aceita
conhecimento
presentes
CumprePossui
do
de
obrigação
Se
Código
Clientes
conhecer
qualificações
TemConduta
denecessidade
proteger
abuso
conheci
de mercado
de formação
Fonte: El StatAdvisor