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DIREITO ADMINISTRATIVO

INTRODUÇÃO

Para compreender-mos o sentido e a origem do Direito Administrativo, é


preciso a conscientização sobre o significado da finalidade da atuação do
Estado a partir das políticas de governo. Segundo Thomas Hobbes (apud
Bobbio, 2002, p. 957), ao admitir que somente um ente governe representando
os demais indivíduos, e detenha o poder da força física, a sociedade civil
abdica dessa força em favor de uma coletividade pacífica. Ao mesmo tempo,
permite a monopolização do poder coativo pelo Estado, propiciando a este,
além dessa exclusividade, a universalidade das decisões, e a inclusividade em
todos os âmbitos civis, como sugere Max Weber (apud Bobbio, 2002, p. 954).
Assim, o objetivo do Estado não pode ser definido além das questões de ordem
pública, e a dignidade que mantém perante as outras nações.
Nesse sentido, considerando a necessidade em estabelecer as bases para o
desempenho da Gestão Pública, é que o Direito Administrativo teve sua
origem. Os governados devem ter uma garantia de ordem e legalidade em
relação aos que lhe representam, e essa segurança lhes é fornecida através da
ascendência desse direito. O Direito Administrativo pode ser público, quando
protege os interesses coletivos, ou privado, quando controla a ligação entre
indivíduos, ou entre indivíduos e o Estado.

REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

O regime Jurídico Administrativo, ou público, constitui-se basicamente da


maneira de ser de um instituto, que pode ser privado, ou público. Os Institutos
públicos, geralmente possuem menos poder de decisão, por isso são mais
lentos. Nesse caso, só se pode fazer o que a lei determina. Já nos institutos
privados, as decisões são um pouco mais aceleradas, devido ao fato dessas
poderem fazer tudo o que a lei determina, ou não proíbe.
O Regime Jurídico Administrativo possui dois princípios básicos: 1) A
supremacia do interesse público sobre o privado, e 2) A indisponibilidade do
interesse público. No primeiro, não quer dizer que o Estado pode fazer o que
quiser, porque ele também deve seguir a lei. Mas diz respeito ao Estado não
opor uma vontade individual a uma coletiva. Quanto ao segundo princípio, ele
refere-se, na esfera pública, aos limites que a posição de gestor carrega quanto
as livre tomadas de decisão em favor próprio, envolvendo bens públicos.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Administração Pública é regida por princípios explícitos e implícitos. Os


primeiros são os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência; por sua vez, os princípios implícitos se desdobram em
dezenas, tendo como exemplo de alguns deles a segurança jurídica, a boa fé,
razoabilidade, continuidade do serviço público e outros.
O princípio da legalidade relaciona-se com o princípio da juridicidade, que
significa agir conforme o direito. Entretanto é importante considerar, quanto ao
princípio da legalidade, a questão da razoabilidade, que é um benefício
implícito na Constituição Federal, e significa que o administrador deve agir com
bom senso.
A diferença principal entre a lei e o direito, é que a lei está escrita, enquanto
o direito é mais amplo. A lei é um texto. O resultado da interpretação desse
texto origina uma norma. Por sua vez, há uma grande diferença entre regra e
princípio, porque este abrange o maior número de situações, sendo mais
importante que a regra. Para se ter uma noção mais exata, não se tem leis
para todos os casos, mas há princípios para todos os casos.
Quando as regras colidem, a lei posterior revoga sobre a lei anterior; a lei
especial (diversos códigos) prevalece sobre a lei geral; e a lei superior
prevalece sobre a inferior. Já quando dois princípios colidem, deve haver uma
ponderação de interesses.
O princípio da moralidade determina que deve-se agir de acordo com os
padrões de moralidade exigidos pela sociedade. Assim, nem tudo que é imoral
é ilegal na vida privada, como por exemplo o incesto. Mas na vida pública, tudo
que é imoral se torna instantaneamente ilegal. Esse princípio traz,
implicitamente, uma espécie de padrão de conduta da Administração Pública, a
qual, por primar pelos interesses da sociedade, deve apresentar-se incólume
em todos os seus negócios jurídicos.
O princípio da publicidade, de extrema importância, refere-se a necessidade
de que os atos normativos, as ações como compras, contratações, dentre
outras, tem de ser públicas. Por este princípio, o administrador público deve
prezar pela transparência de suas ações enquanto gestor público, de maneira
que haja possibilidade de plena fiscalização, tanto por parte dos órgãos de
fiscalização quanto por parte da sociedade. Entretanto, pela Constituição
Federal, as ações de publicidade devem apenas ter caráter informativo e
educativo. Não podem ter slogan, nem apelo emocional. A propaganda na
esfera pública deve ser somente para divulgar campanhas de saúde, de
vacinação, e outras informações necessárias para o cidadão.
Quanto aos princípios da impessoalidade e da eficiência, considera-se
aquele como sendo uma projeção do princípio da igualdade, e este último
como a relação entre as questões de custo-benefício. Com a nova tendência
de modernização da máquina pública, tornou-se imprescindível para a
Administração Pública normatizar a busca por ações gerenciais típicas de
empresas privadas para a esfera pública.
A administração pública é dividida em direta e indireta, sendo esta última o
desdobramento da primeira. Na administração direta encontram-se a União, os
Estados, os Municípios e o Distrito Federal, todos entes de direito público. Já
na administração indireta encontram-se as autarquias, que são criadas por lei,
e por isso também são de direito público; as fundações, as empresas públicas,
e as sociedades de economia mista, como o Banco do Brasil, todas as três de
direito privado, e por isso, sendo criadas mediante autorização por lei. Portanto
percebe-se que tudo que for direito público, a lei cria. Enquanto tudo que for de
direito privado, a lei autoriza a criação. Pessoas jurídicas de direito público
estão sujeitas ao regime de precatório, exceto os Correios, por exemplo, que é
uma empresa privada com direito a precatório.
Podem existir fundações privadas, que é o correto, e fundações públicas,
que se configura de forma errada. As fundações públicas podem ter natureza
jurídica privada, ou pública sendo, na verdade, uma autarquia fundacional, ou
fundação autárquica. Quanto as autarquias, são definidas como serviços
sociais autônomos.
O Estado existe para prestar serviços públicos, como dito anteriormente, que
se dividem em: 1) Uti Universi (Geral); e 2) Uti Singuli (Individuais). O que
diferencia a prestação de serviço individual do geral é que os individuais são ao
mesmo tempo específicos e divisíveis, dando para identificar perfeitamente
quem usou o serviço e quando usou. Com a prestação de serviços gerais não e
consegue fazer essa análise. Por exemplo, enquanto serviços como água e
esgoto são serviços específicos, um hospital pode ser considerado como geral.
Outra grande diferença entre os serviços gerais e individuais, é que no primeiro
a remuneração é feita através de impostos, enquanto no segundo é feita por
meio de cobrança de taxas e tarifas. Um detalhe curioso, que facilita o
entendimento sobre a diferença entre taxa e tarifa, é que o não pagamento das
taxas não pode impedir o uso do serviço público pelo cidadão (esgoto,
iluminação pública), já quanto as taxas o uso é facultativo, e o cidadão só usa
se pagar (tarifa de ônibus).
Quando se fala de não pagamento de taxas é inevitável compreender a
definição também do que seja um Bem de Família. Esse bem, que é
representado pelo único imóvel da família, não pode ser penhorado, caso a
família esteja passando por esse processo, exceto se não houve o pagamento
de algumas taxas relacionadas ao imóvel, como IPTU, água, esgoto e gás
canalizado.

CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA

ANTONIO, Luiz. Direito Administrativo. Petrolina, UNIVASF, 11 ago – 22


set. 2010. Aulas ministradas aos estudantes de Administração.

Bobbio, N. et al. O significado moderno de política. Dicionário de Política,


12ª ed. BSB:UNB, 2002. P 954-963.

GOMES, Fábio Bellote. Elementos de Direito Administrativo. Barueri, SP:


Manole, 2006.

Texto sobre Indisponibilidade do Interesse Público. Disponível em:


<http://www.concursosviavideo.com.br/paginas_htm/htm_artigos_prof_felipe_c
oment_principios_reconhecidos.htm > Acesso em 17/ 10/ 2010.

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