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Conservação de Recursos
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Conservação de Recursos
CONSERVAÇÃO DE RECURSOS
ALMIR JOSÉ ANGELI
Equipe Petrobras
Petrobras / Abastecimento
UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap
3
CURITIBA
2002
Conservação de Recursos
Apresentação
Nome:
Cidade:
Estado:
Unidade:
5
Conservação de Recursos
Sumário
1 VISÃO GERAL E INFORMATIVA ..................................................................................... 7
1.1 Aspectos históricos, econômicos e legais..................................................................... 7
1.2 O Conceito Exato de Conservação de Energia ............................................................. 7
1.2.1 Energia ............................................................................................................... 7
1.3 O Petróleo como Fonte Primária de Energia ................................................................ 7
1.4 Por que fazer conservação? .......................................................................................... 9
1.5 Os Programas de Conservação de Energia no Brasil ................................................... 9
1.6 PROCEL – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica ........................ 10
1.6.1 O que o PROCEL está fazendo ........................................................................ 10
1.6.2 O PROCEL e os impactos ambientais da energia elétrica .............................. 10
1.7 CONPET – Programa Nacional de Uso Racional de Derivados de
Petróleo e de Gás Natural ........................................................................................... 12
1.7.1 Programas Setoriais ......................................................................................... 12
1.7.2 Estrutura do CONPET na Petrobras................................................................. 13
1.7.3 Importância do CONPET para a Petrobras ...................................................... 13
1.8 Importância da Conservação de Energia na Petrobras ............................................... 13
1.9 Consumo de Energia na Petrobras .............................................................................. 13
1.10 Programa Interno de Conservação de Energia ............................................................ 14
1.11 Criação e Estrutura da COMCICE e CICE ................................................................ 14
1.11.1 Composição...................................................................................................... 14
1.11.2 Competência .................................................................................................... 15
1.12 De Organização da Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE) ............... 15
1.12.1Composição...................................................................................................... 15
1.12.2Competência .................................................................................................... 16
Visão Geral e
Informativa 1
com a qualidade adequada, através da mini-
1.1 Aspectos históricos, econômicos e
mização das perdas e eliminação de desperdí-
legais cios, bem como o desenvolvimento e imple-
A conservação de energia tem sido um
mentação de tecnologias de menor intensida-
importante componente de política econômi-
ca, principalmente dos países ricos, marcada- de energética.
mente a partir da primeira crise de petróleo,
em 1973. Desde então, as razões para se con- Conceito
servar energia vêm se modificando, incorpo- Perda
rando novas motivações. Desde uma das for- – Não pode ser eliminada totalmente;
mas de se precaver de oscilações bruscas do – Depende da tecnologia adotada;
mercado internacional do petróleo, passando – Não pode ser reduzida de imediato;
pelo combate ao desperdício, até chegar aos – Sua redução depende de avaliação eco-
dias atuais, em que necessidade crescente de nômica.
recursos para investimentos no setor energético
e a preocupação com o meio ambiente fazem Desperdício
do tema uma constante nas discussões sobre – Pode ser eliminado totalmente;
desenvolvimento, qualidade de vida e compe- – Depende apenas do comportamento;
titividade das nações. – Pode ser combatido de imediato;
Na verdade, a conservação de energia – Sua redução não depende de avaliação
abrange todas essas razões. É uma atitude econômica.
moderna, fundamental do ponto de vista es-
tratégico, que diminui, a custos reduzidos, os 1.3 O Petróleo como Fonte Primária de
impactos ambientais, estimula a pesquisa e o Energia
desenvolvimento tecnológicos, otimiza custos A civilização desenvolveu-se graças ao
e gera uma mentalidade antidesperdício. En-
consumo de materiais e energia presentes na
fim, o uso racional de energia significa eficiên-
cia. Num mundo cada vez mais competitivo, Terra. Antigamente, os seres humanos utiliza-
com a demanda crescente de energia, mais do vam animais, plantas, rios, vento etc. para ge-
que nunca é precisa competência no uso da rar calor, luz e energia que servissem à ilumi-
energia. nação, ao preparo de alimentos, à agricultura,
ao transporte etc. Isso ocorria porque apenas a
1.2 O Conceito Exato de Conservação de energia solar não era suficiente para servir a
Energia civilização da época.
Na Era Moderna, James Watt aprimorou,
1.2.1 Energia revolucionariamente, o motor movido a vapor,
Energia é um insumo fundamental para o
desenvolvimento econômico e social. Ao lado contribuindo satisfatoriamente para que fosse
das matérias-primas e da mão-de-obra, ela per- utilizado na indústria. Com essa inovação, o
mite a transformação dos materiais e a produ- ser humano adquiriu uma forma de energia
ção dos bens e serviços, que asseguram a sub- muito mais potente que a do Sol. As linhas de
sistência e o conforto dos seres humanos. produção foram mecanizadas e os meios de
transporte foram motorizados com a energia 7
Conservação de Energia do carvão mineral.
Conceito No século XX, o petróleo substituiu o car-
A conservação e a racionalização de ener- vão mineral em vários setores, como energia
gia objetivam: a obtenção de produtos e serviços, química alternativa. Ambos os materiais provém
Conservação de Recursos
de recursos subterrâneos. Entretanto, o petró- a Arábia Saudita. Conseqüentemente, após o
leo, encontrado na natureza em estado líqui- esgotamento das reservas petrolíferas dos ou-
do, é muito mais útil que o carvão mineral tros países, o pouco petróleo restante no mun-
encontrado em estado sólido. Os automóveis do será em grande parte dos norte-americanos.
foram desenvolvidos, os aviões inventados e, A produção nacional de petróleo do Bra-
finalmente, apareceram as naves espaciais. sil cobre cerca de 50% do consumo nacional.
A energia elétrica, que surgiu no século Cerca de 80% é produzido no Estado do Rio
XIX, iluminou a noite em todo o mundo. Pos- de Janeiro. O Brasil não é um país exportador
teriormente, a eletricidade passou a ser utili- de petróleo, mas um bom produtor. Entretan-
zada amplamente como fonte de energia para to, sob o ponto de vista geológico, prevê-se
vários tipos de aparelhos. Até a década de que, no território nacional, não haja descober-
1960, a energia elétrica era gerada, principal- ta de grandes jazidas. Quando o petróleo do
mente, em usinas hidrelétricas, que usam a Oriente Médio esgotar, o do Brasil já haverá es-
força do fluxo dos rios; e termelétricas, que gotado. De qualquer forma, o esgotamento do
geram energia a partir da queima de carvão e petróleo mundial ocorrerá num futuro próximo.
petróleo. As principais usinas elétricas brasi- Três fatores podem amenizar a escassez
leiras são hidrelétricas, devido ao seu relevo do petróleo: 1) desenvolvimento de fontes al-
privilegiado. Em geral, uma energia hidrelé- ternativas da energia; 2) inovação revolucio-
trica, que em parte é derivada da energia solar nária na tecnologia de extração de petróleo; 3)
que faz evaporar a água, ocasionando as chu- redução drástica do consumo.
vas que enchem nossos rios, tem seu potencial A invenção de uma forma de energia al-
limitado. ternativa eficiente é algo extremamente difí-
No Brasil, desde a década de 1970, vêm cil, portanto não há nenhuma previsão nesse
sendo utilizados carros movidos a álcool. O sentido antes de 2060. A inovação da tecnolo-
álcool é fabricado a partir da fermentação da gia de extração é algo tão difícil quanto a cria-
cana de açúcar. A plantação de cana, como toda ção de uma forma de energia alternativa.
produção agrícola, é uma forma de captar a Quando a perfuração do poço atinge o len-
energia solar. Entretanto, apesar de ser uma çol petrolífero, ele jorra espontaneamente. Esse
forma de energia renovável, a utilização do tipo de extração, conhecido como primeira
álcool é limitada como fonte alternativa de recuperação, é de baixo custo, porém extrai-
combustível. se apenas 5% da reserva total. Com o tempo, a
pressão subterrânea diminui e o petróleo não
As plantas realizam a fotossíntese, captu-
jorra mais espontaneamente. Quando chega
rando o CO2 atmosférico para criar seu corpo
nesse estágio, é necessário perfurar um outro
físico, ou seja, sua biomassa, com o auxílio da
poço e injetar água sob alta pressão para ex-
energia solar. Há muito tempo, quando essa
trair o restante da reserva. O custo desse mé-
biomassa das plantas foi acumulada em bacias
todo é mais alto, podendo-se extrair cerca de
sedimentares e isolada do oxigênio atmosféri- 30% da reserva total. A Bacia de Campos no
co, formaram-se jazidas de carvão mineral. A Rio de Janeiro, a maior do Brasil, encontra-se
partir do acúmulo de plânctons no fundo do atualmente nesse estágio. Mesmo assim, 2/3
mar, formaram-se jazidas de petróleo. Nesse desse petróleo permanecerão no subsolo como
sentido, a energia química presente no petró- uma reserva irrecuperável. Se o ser humano
leo e no carvão mineral corresponde ao saldo conseguir desenvolver uma técnica que possi-
da energia solar, “depositada” desde o longín- bilite a extração desse tipo de reserva, o con-
quo passado. O petróleo e o carvão mineral, sumo de petróleo poderá ser prolongado por
denominados combustíveis fósseis, são fon- até mais cem anos. Essa tecnologia é denomi-
tes de energia que se esgotarão. A civilização nada terceira recuperação. Existem, por exem-
moderna vem gastando essa herança do pas- plo, certas bactérias primitivas que podem so-
sado como um “filho desnaturado”. breviver e proliferar dentro de jazidas, consu-
Quando os combustíveis fósseis serão es- mindo parte do petróleo e transformando-o em
gotados? Se a tendência de consumo energéti- gás. Com o auxílio desse gás biológico, a pres-
8 co se mantiver e a tecnologia de mineração
são subterrânea do campo petrolífero pode ser
for a mesma, o petróleo esgotar-se-á até 2060. reativada, possibilitando a extração do restan-
Os Estados Unidos possuem a maior reserva te da reserva. Entretanto, atualmente, não há
mundial de petróleo, porém não consomem seu previsão para o funcionamento desse tipo de
petróleo, importando-o de outros países, como tecnologia.
Conservação de Recursos
A última alternativa é a redução drástica 1.4 Por que fazer conservação?
do consumo do petróleo. Isso também é algo A conservação de recursos naturais, quer
difícil. Simplesmente diminuindo o consumo, seja de fontes de energia não renováveis, quer
a civilização enfrentaria uma crise financeira seja de água, torna-se imprescindível, pois:
e social. Nos últimos vinte anos, o consumo – essas fontes são limitadas, ou seja, um
de gasolina pelos automóveis diminuiu 50%, dia virão a acabar;
porém, isso ainda não é o suficiente. É neces- – a medida que o custo dos combustíveis
sária, pelo menos, uma reforma fundamental e água vai aumentando, elevando o pre-
no sistema de transportes e o uso econômico e ço dos outros bens de consumo e ali-
eficiente do combustível. Obviamente, o car- mento;
vão mineral não poderia substituir o petróleo – é necessário preservar os recursos na-
devido ao seu alto custo e à poluição. turais para as novas gerações.
O problema da energia não tem, assim, A proteção do meio ambiente, nesta épo-
uma solução concreta. O tempo está se esgo- ca de mudanças por vezes assustadoras, preci-
tando e o problema se agravando. A civiliza- sa ser encarada como prioridade, a fim de ga-
ção enfrenta grandes dificuldades nesse senti- rantir a sobrevivência da humanidade.
do, porém esse fato parece não estar sendo bem A geração, distribuição e o uso da ener-
considerado. gia, assim como todas as formas de atividade
As tecnologias que deveriam ter sido de- econômica e social, podem causar impactos
senvolvidas até o final do século XX, tais como negativos ao meio ambiente.
a do reator nuclear de plutônio, da usina espa- O processamento da energia implica, ne-
cial de energia solar e do reator de fusão nu- cessariamente, na exploração de recursos na-
clear de hidrogênio, estão longe de se torna- turais e emissão de rejeitos no meio ambiente.
rem utilizáveis. Os rejeitos das atividades industriais e agríco-
Se não houver, então, meios para se pro- las, despejados nos solos, nas águas e no ar,
longar o uso do petróleo até a obtenção de uma modificam a paisagem e o clima, afetam os
forma de energia alternativa, a civilização cor- ecossistemas, a fauna e a flora.
rerá o risco de um desmoronamento. A situa- Quanto maior o nível de atividade econô-
ção da energia do futuro é realmente crítica. mica, maior tende a ser o uso da energia e
Desde o passado, a civilização desenvol- maiores os impactos ambientais deste uso.
veu-se consumindo muita energia, sem se im- A eficiência energética pode trazer mui-
portar com o desperdício. Neste século XXI, tos benefícios, pois:
o ser humano terá de se tornar mais eficaz e – aumenta a segurança no abastecimen-
mais econômico, consumindo menos e evitan- to de energia;
do desperdícios para que a utilização das for- – contribui para a eficiência econômica;
mas de energia seja mais qualitativa que quan- – melhora a proteção ambiental;
titativa. – diminui a energia necessária por uni-
dade de produto econômico, aumentan-
do a eficiência da economia e garan-
tindo que a mesma produção possa ser
obtida com menos energia e, portanto,
com menor uso de recursos naturais e
menores danos ambientais.
Conservação de
Recursos na Área
Operacional 2
2.1 Conservação de água e outros recursos ambientais
2.1.1 Distribuição da Água
Escassez e mal uso da água doce representam sérios e crescentes problemas que ameaçam o
desenvolvimento sustentável e a proteção do ambiente.
Saúde humana e bem-estar, produção segura de comida, desenvolvimento industrial e
ecossistemas dos quais esses dependem estão todos ameaçados, a menos que os recursos de
água doce e solo sejam utilizados de forma mais eficiente nas próximas décadas, muito mais do
que têm sido até agora.
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Conservação de Recursos
Décadas de 50/60 – aparece o problema da água Instrumentos
resultante da nova organização produtiva e – planos regionais, estaduais e nacional
urbana da sociedade de recursos hídricos;
a) Demanda concentrada de água; – enquadramento dos corpos d’água em
b) Disponibilidade de água segundo con- classes;
ceitos de qualidade e quantidade entram – outorga dos direitos de uso da água;
em risco; – cobrança pelo uso da água;
c) Necessidade de recursos financeiros – compensação financeira aos municípios;
para implementação da nova gestão de – sistema nacional de informações sobre
recursos hídricos. recursos hídricos.
Lei 9.433, de 8 de janeiro de 1997 Composição do Sistema Nacional de Recursos
Institui a Política Nacional de Recursos Hí- Hídricos
dricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamen- – Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
to de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso – conselhos de recursos hídricos dos Es-
XIX do art. 21 da Constituição Federal, e alte- tados e do Distrito Federal;
ra o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de
1990, que modificou a Lei nº7.990, de 28 de – comitês de bacias hidrográficas;
dezembro de 1989. – agências de água;
– órgãos competentes na gestão de recur-
Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei sos hídricos em âmbito federal, esta-
nº 9.433 dual e municipal.
Fundamentos
– a água é um bem de domínio público; Órgão executivo da lei das águas
– a água é um recurso natural limitado, Lei Nº 9.984, de 17 de julho de 2000 –
dotado de valor econômico; Dispõe sobre a criação da Agência Nacional
– a bacia hidrográfica é a unidade terri- de Águas – ANA, entidade federal de imple-
torial para implementação da política mentação da Política Nacional de Recursos
Nacional de Recursos Hídricos; Hídricos e de coordenação do Sistema Nacio-
– o uso prioritário da água é para consu- nal de Gerenciamento de Recurso Hídricos, e
mo humano, especialmente nas estia- dá outras providências.
gens e outras situações de escassez; Em seu artigo 4 diz que a atuação da ANA
– a gestão de recursos hídricos deve pro- obedecerá aos fundamentos, objetivos, di-
porcionar usos múltiplos da água, deve retrizes e instrumentos da Política Nacio-
ser descentralizada e contar com a parti- nal de Recursos Hídricos e será desenvolvi-
cipação do poder público, dos usuários da em articulação com órgãos e entidade pú-
e da comunidade. blicas e privadas integrantes do Sistema Nacio-
nal de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Objetivos
– assegurar em padrões de qualidade, uti- 2.1.2 Oportunidades de atuação
lização racional e prevenção. A minimização do consumo de água na
indústria, com a conseqüente redução da cap-
Diretrizes tação em corpos d’água (rios, lagos e outros
– a integração da gestão de recursos hí- manancias) de água IN NATURA é a principal
dricos com a gestão ambiental; atuação que se pode realizar, reduzindo assim
– a articulação da gestão de recursos hí- o impacto desse importantíssimo recurso am-
dricos com o uso do solo; biental.
– a integração da gestão das bacias
Várias são as maneiras de se atingir esse
hidrográficas com a dos sistemas
objetivo, podendo ser destacadas:
estuarinos e zonas costeiras;
– a adequação da gestão de recursos hí- – eliminação ou minimização do desper-
dricos às diversidades físicas, bióticas, dício;
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demográficas, econômicas, sociais e – eliminação ou minimização de perdas;
culturais do país e – reaproveitamento de águas já servidas
– a articulação do planejamento de recur- em atividades do processo produtivo
sos hídricos como dos setores usuários que não requeiram uma pureza tão ele-
regional, estadual e nacional. vada da água;
Conservação de Recursos
– reuso de águas já servidas através de Não há quem duvide hoje de que um
tratamentos tais como: decantação, fil- programa de conservação de energia tem que
tração, microfiltração, centrifugação e ser conduzido em detrimento de comodidade
osmose reversa, entre outros, que per- operacional, exigindo a atenção do operador,
mitam recuperar a qualidade da mes- aliada à um equipe eficiente de manutenção.
ma à níveis daqueles encontrados na Uma indústria pode estar operando mal, do
natureza. ponto de vista de conservação de energia, de-
Como exemplo, pode-se citar a utilização vido aos vícios de operação ou às deficiências
do efluente de sistemas de tratamento de efluen- de manutenção.
tes que, através de tratamento adequado, pode A seguir estão listadas algumas oportuni-
retornar à cadeia produtiva, reduzindo as ne- dades de atuação com o objetivo de economi-
cessidades de água bruta IN NATURA. zar energia.
– Modificações ou substituições tecnoló- 01. Operar fornos e caldeiras com exces-
gicas no processo produtivo que venham a re- so de ar adequado;
duzir o consumo de água.
02. Operar o sistema termoelétrico com o
balanço fechado (sem alívio de vapor
2.2 Conservação de Energia Térmica – para a atmosfera e sem abertura de vál-
Princípios e Oportunidades de Atuação vulas redutoras de pressão de vapor);
Quando se fala em energia térmica, refe-
03. Maximizar a recuperação de conden-
re-se à energia necessária para alterar a tem-
sado de vapor;
peratura (para cima ou para baixo) de deter-
minado corpo físico ou substância. Essa ener- 04. Manter em boas condições o isola-
gia, na maior parte das vezes, é obtida através mento térmico de tubulações e equi-
da queima de combustíveis fósseis (derivados pamentos;
de petróleo) ou não (biomassa ou nuclear). 05. Sanear vazamentos de vapor;
A conservação de energia, em uma indús- 06. Recuperar/substituir purgadores de
tria, pode ser classificada em 3 categorias: vapor com defeito;
1. Sem Investimentos – são aquelas me-
didas de conservação que propiciam 07. Substituir purgadores tipo termodinâ-
economias de energia sem necessida- mico pelo tipo panela invertida (tam-
de de dispêndios de capital. bém denominada balde invertido);
Podem ser citados como exemplo: 08. Operar os sopradores de fuligem
– ajustes da relação ar/combustível em (ramonadores) de fornos e caldeiras;
caldeiras e fornos; 09. Instalar/operar sistemas de preaqueci-
– reprogramação dos sistemas de carga. mento de ar de fornos e caldeiras;
2. Pequenos Investimentos – esses pro- 10. Manter os queimadores (de óleo com-
jetos exigem um investimento de capi- bustível e/ou gás combustível) em
tal relativamente pequeno, normalmen- boas condições de queima;
te, com retorno inferior a um ano. São
11. Evitar manter turbinas em baixa ro-
exemplos desses projetos:
tação;
– sistemas de controle de temperatura
de fornos; 12. Evitar a queima de combustível em
– recuperação de condensado de vapor. tochas (flare);
3. Projetos de Custo Elevado – requer 13. Buscar operar as unidades de proces-
maiores investimentos e envolvem, so próximas da carga em que a eficiên-
normalmente, a substituição e/ou ins- cia energética seja máxima;
talação de novos equipamentos. Por 14. Manter limpa a superfície de troca de
isso, requer estudos detalhados de via- calor em permutadores de calor e
bilidade técnico-econômica. aquecedores;
20 São exemplo:
15. Minimizar a temperatura dos gases de
– verificação e reestudo da estrutura e
isolamento térmico de fornos; combustão de fornos e caldeiras para
– aproveitamento do conteúdo energé- a chaminé;
tico dos gases de saída de fornos e 16. Ajustar a tiragem de fornos e caldei-
caldeiras. ras para o valor ótimo.
Conservação de Recursos
2.3 Conservação de Energia Elétrica – – utilizar telhas transparentes para
Princípios e Oportunidades de Atuação aproveitamento da iluminação natural;
A seguir, serão abordadas medidas de ca- – dividir os círculos de iluminação, de
ráter operacional e administrativo visando à tal forma a utilizá-los parcialmente
conservação de energia elétrica. sem prejudicar o conforto;
1. Utilizar motores com rendimento ele- – percorrer os diversos setores da in-
vado; dústria, a fim de verificar se há lu-
2. Utilizar banco de capacitores para ele- minárias desnecessárias ou com ex-
var o fator de potencia; cesso de iluminação;
3. Utilizar variadores de velocidade em A rotina pela qual são executadas as
motores que operam com cargas variá- tarefas de limpeza e conservação in-
veis; flui no consumo de energia elétrica.
4. Desligar equipamentos em períodos Assim sendo, recomenda-se a ado-
ociosos; ção das seguintes providências:
5. Evitar o uso de motores superdimensio- – fazer a limpeza, preferencialmente
nados; durante o dia, em cada setor;
6. Instalar sistemas de iluminação adequa- – iniciar a limpeza por um setor, man-
dos ao serviço a ser executado, obser- tendo todos os demais apagados,
vando: caso a mesma seja realizada após o
– usar reatores de alta eficiência; encerramento do expediente;
– utilizar luminárias e difusores de – programar o serviço, de forma que o
bom desempenho; ambiente ou andar tenha a respecti-
– usar lâmpadas adequadas para cada va iluminação e outros equipamen-
tipo de ambiente; tos desligados imediatamente após a
– ligar a luz elétrica somente onde não sua conclusão.
existir iluminação natural suficiente 7. Garantir eficiência adequadas dos sis-
para o desenvolvimento das atividades; temas de refrigeração, aplicando os se-
– instruir os empregados a desligarem guintes procedimentos:
as lâmpadas de dependências deso- – Regular sempre o termostato, no caso
cupadas, salvo aquelas que contri- de câmaras frigoríficas, para a tem-
buem para a segurança; peratura de armazenamento relativa
– reduzir a carga de iluminação nas aos produtos armazenados e período
áreas de circulação, garagem, depó- de armazenamento;
sitos, etc., observando sempre as – Procurar sempre armazenar na mes-
medidas de segurança; ma câmara produtos que necessitem
– evitar pintar os tetos e paredes com a mesma temperatura, percentual de
cores escuras as quais exigem lâm- umidade e mesmo período de arma-
padas de maior potência para a ilu- zenagem;
minação do ambiente; – Manter sempre em bom funciona-
– manter limpas as luminárias. A su- mento termostato e resistência de
jeira reduz o fluxo luminoso, exigin- aquecimento das unidades evapora-
do maior número de lâmpadas acesas; doras que operem em faixas de con-
– usar luminárias abertas, para melho- gelamento, pois o gelo é isolante e
rar o nível de iluminamento; dificulta a troca de calor;
– verificar a possibilidade de instalar – Manter, sempre que possível, as por-
timer para controle de iluminação tas das câmaras frigoríficas fechadas
externa, letreiros e luminosos; e completamente fechadas e vedadas
– limpar regularmente as paredes, ja- as portas das ante-câmaras;
nelas, forros e pisos. Uma superfície – Manter sempre em bom funciona-
limpa reflete melhor a luz de modo mento e limpos os termostatos que
que menos iluminação artificial se operam com válvulas de três vias e/ 21
torne necessária; ou com válvulas de expansão;
– instalar interruptores. objetivando fa- – Manter sempre, para cada trocador
cilitar as operações liga/desliga con- de calor de processo, o fluxo correio
forme a necessidade local, inclusive de água gelada, fluido frigorígeno e
através da instalação de timers; vazão de ar;
Conservação de Recursos
– Usar, nas câmaras frigoríficas, so- – Manter fechadas as portas e jane-
mente lâmpadas mais eficientes, pre- las nos ambientes condicionados;
ferencialmente fria, manter o nível – Não obstruir ou alterar a regula-
de iluminamento adequado (200 lux); gem das grelhas de insuflamento
– Evitar, sempre que possível, instalar e retorno de ar existentes nos am-
condensadores ao alcance de raios bientes;
solares ou próximos a fornos, estu- – Regular os termostatos dos apare-
fas, etc., ou seja, equipamentos que lhos individuais, de forma a evitar
irradiem calor; frio em excesso e, ao se ausentar por
– Utilizar cortina de ar, quando não longo tempo, desligá-los sempre.
houver ante-câmara;
– Recuperar, sempre que houver simul-
taneidade ou possibilidade de acu-
Anotações
mulação, o calor rejeitado em torres
de resfriamento para aquecimento ou
preaquecimentode fluidos envolvi-
dos em outros processos. Esta recu-
peração pode ser realizada por tro-
cadores ou bombas de calor;
– Para os sistemas de refrigeração de
expansão indireta de médio ou gran-
de porte, que utilizam a água gelada
como volante térmico e operem nas
faixas de temperatura compatíveis,
estudar a possibilidade de termoacu-
mulação em gelo ou água gelada;
8. Dimensionar os condicionadores de ar,
adequadamente, ao porte e tipo de am-
biente, tomando as seguintes medidas
para conservar energia:
– Regule o termostato para uma tem-
peratura ambiente de forma a aten-
der as condições de conforto;
– Utilize maior ou menor entrada de
ar exterior, quando a temperatura at-
mosférica estiver baixa ou alta, res-
pectivamente;
– Sempre que possível, ligue o apare-
lho de ar condicionado uma hora
após o início do expediente e desli-
gue uma hora antes do seu término;
– Limpe periodicamente os filtros, tro-
cando-os quando necessário;
– Verifique se o tratamento de água ge-
lada e de condensação está sendo
adequado;
– Verifique se as correias dos ventila-
dores estão ajustadas e perfeitas;
– Utilize, preferencialmente, lâmpadas
fluorescentes em ambientes climati-
22 zados;
– Orientar os usuários para:
– Desligar aparelhos elétricos, loca-
lizados em ambientes condiciona-
dos, quando não estiverem sendo
utilizados;
Conservação de Recursos
Indicadores
de Energia
Em uma refinaria de petróleo, é possível
3
Para se calcular o FC da refinaria, utiliza-
avaliar se o consumo de energia é adequado se a seguinte expressão:
utilizando-se de dois tipos de indicadores: o m
Consumo Específico de Energia (CEE) e o ∑ Carga processada da Unidade i X Fci
Índice de Intensidade de Energia (IEE) da So- FC =
i=1
3.2.3 Conclusão
Diante de um tema tão abrangente e
interativo com o cotidiano, não se poderia de
acrescentar os horizontes anunciados pelos
estudiosos da área científica. Com a crescente
demanda por recursos minerais e escassez de
matrizes energéticas, é latente a necessidade
de se buscar alternativas ecologicamente po-
24 sicionadas. A conscientização pela postura
proativa com este delicado ecossistema, trará a
raça humana para um novo patamar ambiental.
No âmbito de prospequição e refino, a
busca pela otimização das unidades de produ-
ção é uma constância, sem sombra de dúvidas,
Conservação de Recursos
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