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BACHARELADO EM DIREITO
ALEXANDRE LOCATELLI
PATO BRANCO/PR
2019
1. Explique as modalidades de lei novas, bem como identifique as que podem
retroagir.
Dentre as modalidades da lei nova, pode se citar a Novatio Legis Incriminadora, onde a
hipótese em que a lei nova torna típico fato que, ao tempo da conduta incriminada, não
era típico, sendo vedada a retroatividade pela garantia fundamental da reserva legal
(art.5º XXXIX da C.F.). Abolitio criminis, quando a lei nova descrimina uma conduta
que ao tempo do fato era delituosa; “in casu”, extingue-se a punibilidade, tanto para
quem esteja sofrendo a persecução criminal como o que já esteja cumprindo pena. Além
dessas, Novatio legis in pejus, a situação em que a conduta mantém-se penalmente
típica, tal qual à época dos fatos, porém, há um agravamento direto ou indireto da
sanção. O direto seria a majoração ou criação de outra pena. E por fim, Novatio legis in
mellius, mantém-se criminosa, identicamente à época dos fatos, todavia, há uma
mitigação da responsabilidade criminal, direta ou indiretamente. Direta, com a redução
da pena “in abstracto” do tipo ou a introdução de uma minoram-te (atenuante ou causa
de diminuição).
Deste modo, vale lembrar que entre as modalidades da lei nova, a Abolitio criminis
pode retroagir em benefício do réu, como por exemplo, se um crime que era tido como
delituoso, por uma nova lei deixa de existir, isto é, vai ser abolido, como e o indivíduo,
não tivesse cometido aquele determinado crime. A modalidade Novatio legis in mellius,
também retroage, mas, vai depender se a lei nova beneficia o réu ou não, por exemplo,
se a lei velha previa pena de 30 anos irá prevalecer à lei velha, pois ela beneficia o réu,
Porém, cabe saliente que há uma exceção quanto às normas mistas, ou seja, de caráter
processual e material, conjuntamente denominadas Normas Heterotópicas. Se a norma
contiver disposições de ordem material e processual, deve prevalecer a norma de
caráter material, aplicando-se o art. 2º e parágrafo único do CP: se beneficiar o
acusado retroage. Se não beneficiar, não retroage. Exemplo: prisão; Liberdade
Provisória; Fiança; Progressão etc.
4. Quais as teorias adotadas pelo código penal em relação à lei penal no tempo
e no espaço.
Em regra, aplica-se a lei penal vigente ao tempo da prática do fato criminoso, de acordo
com o princípio do tempus regit actum. Quer-se dizer que a lei penal produzirá efeitos,
em regra, no período da sua vigência, devendo se observar alguns princípios (art. 5o,
XL da C.F.). Quanto a esta determinação do momento/tempo da prática do crime
existiram três teorias. São elas: I) Teoria da atividade ou também chamada de teoria da
ação, considera-se o momento do crime quando o agente realizou a ação ou a omissão
típica. Ou seja, considera-se praticado o crime no momento da conduta do agente, não
se levando em consideração o momento do resultado, se diverso. Essa é a teoria adotada
pelo Código Penal, em seu artigo 4º. A segunda corrente, denominada como II) Teoria
do resultado, do evento ou do efeito, defende que o momento do crime é aquele em que
ocorreu o resultado. Deste modo, considera-se praticado o delito no momento em que
ocorre o resultado, o efeito da conduta ilícita. E a última corrente, III) Teoria mista na
qual sustenta que o tempo do crime é o da ação ou da omissão quanto o do resultado.
A Teoria mista ou da ubiquidade é adotada pelo Código Penal brasileiro, de acordo com
o art. 6º: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão,
no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.”.
Desta forma, essa teoria consegue solucionar o problema dos crimes à distância e
também os conflitos de Direito Penal internacional, fazendo com que o Direito
brasileiro tome a frente de questões que apesar de serem começadas ou terminadas em
outros países, sejam resolvidas e decididas de acordo com as normas do nosso país.
Assim, sendo cometido o fato mais amplo, duas normas incidirão, a que define o fato
e a que descreve apenas parte dele. A norma primária, que descreve o ‘todo’,
absorverá a menos ampla (a subsidiária), tendo em vista que, esta ‘cabe’ dentro da
primeira. Salienta-se que a norma primária não é especial, é mais ampla.