Professional Documents
Culture Documents
a droga em si mesma; 3) a droga adsorvida à plaqueta pode sofrer alterações tratamento e torna-se intensa e com manifestações hemorrágicas
de conformação, tornando-se imunogênica, levando a produção de anticorpo em 8 semanas de tratamento; porém em uma segunda exposição
que se liga a plaqueta; 4) a ligação da droga a plaqueta pode mudar a pode causar trombocitopenia grave em algumas horas.
conformação de constituintes normais a essa; 5) o anticorpo pode reconhecer Rifampicina: induz a produção de anticorpos com especificidade
novos epítopos, tanto na plaqueta quanto na droga – esses mecanismos semelhante à da quinino. O manejo é a suspensão da droga e
podem ocorrer mutuamente; administração de corticoide ou imunoglobulina;
Muitos pacientes recebem um Sulfas: podem causar, existe uma forma grave; ocorre pela
grande número de drogas simultaneamente, produção de anticorpos antiplaquetas. Tratamento requer uso de
nesses a escolha é descontinuar todas as corticoides e suspensão do medicamento.
drogas que não sejam absolutamente Álcool: após a ingestão aguda e em grades quantidades, tendo
essenciais, ou substituir por compostos regressão a abstinência de 3 a 10 dias; o mecanismo mais provável
diferentes com ação similar; é a trombopoese ineficaz.
Drogas que sabidamente causam Cocaína: o consumo de cocaína pode levar a trombocitopenia
trombocitopenia: acentuada, provavelmente por mecanismo imunológico e ocorre
Diuréticos tiazídicos: podem causar em geral por uso IV da droga. Requer diferencial com HIV;
trombocitopenia, habitualmente moderada e Abiximab: é uma complicação rara no uso da droga
que se recupera rapidamente pós suspensão do antiplaquetária;
medicamento e reaparece com a reintrodução; o Purpúra pós-transfusional: é uma forma de púrpura alo-imune, que ocorre em
existem dois mecanismos possíveis, a inibição pacientes que desenvolveram um aloanticorpo contra o antígeno plaquetário comum
de trombopoese, mas na maioria mediação por anticorpo; (PLA-1); o quadro é uma trombocitopenia intensa, geralmente acompanhada de
Heparina: é uma complicação rara, grave e decorrente da heparina síndrome hemorrágica grave, a trombocitopenia ocorre por destruição periférica de
não fracionada; ocorre de 7 a 10 dias depois do tratamento IV em plaquetas. Corticoide e transfusão de plaquetas são ineficazes, mas a administração de
dose alta e se acompanhada de trombose venosa; reação mediada imunoglobulina em alta dose e plasmaférese são eficazes;
imunologicamente por complexo; existem vários métodos o Infecções: ocorre principalmente em pacientes em unidades de terapia intensiva e
diagnósticos laboratoriais, geralmente baseados em ensaios que neonatos, pode haver depressão no setor megacariocítico da medula e aumento do
medem a ativação da plaqueta na presença de heparina e do soro consumo plaquetário na CIVD;
do paciente contendo anticorpo, entretanto a clínica é soberana o Púrpura pós-transfusão maciça: quando o paciente recebe grande volume de sangue
devido a necessidade de tratamento imediato. Deve ser suspeitada estocado em curto espaço de tempo, normalmente em cirurgia ou trauma. A redução
sempre que o paciente desenvolve trombocitopenia entre o quinto de plaquetas não costuma ser acentuada, tem-se combinados defeitos de função;
e o oitavo dia de tratamento, de moderada gravidade, e que o Hiperesplenismo: esplenomegalias de qualquer natureza, leva a redução da contagem
apresente TV ou alguma complicação mais rara: necrose cutânea, de plaquetas, pois o baço sequestra plaquetas e leucócitos; pode ser intenso
infarto de adrenal ou gangrena de membros. Manejo: suspensão e principalmente em pacientes com
substituição; hipertensão portal e com algum grau de
Quinidina: pode causar trombocitopenia grave, de origem CIVD; o sangramento é raro,
imunológica, perdendo apenas para heparina em frequência; a transfusão plaquetária ineficaz, mas se
redução de contagem de plaquetas ocorre em 2 semanas de resolve após esplenectomia.
Yasmin Nascimento – 5º Período – Perda de Sangue
Etiologia e fisiopatologia: do ponto de vista fisiopatológico a PTI é secundária à remoção Em crianças é comum o
prematura de plaquetas sensibilizadas por auto-anticorpos através do sistema reticuloendotelial; desenvolvimento do
o Estudos recentes demonstraram que a etiologia não é claramente conhecida; quadro clinico após
o A patogênese parece estar associada à destruição plaquetária e/ou inibição da produção infecções virais;
via anticorpos específicos; Atualmente 30 a 40%
dos pacientes adultos
com PTI são
assintomáticos;
As manifestações
normalmente ocorrem
nos com contagem
abaixo de 30.000/mm³
e mais graves abaixo
dos 10.000/mm³;
As manifestações
também variam
conforme idade, sendo
que idosos apresentam
manifestações mais graves e com níveis plaquetarios semelhantes a jovens;
Diferenças da púrpura secundária a vasculite: as petéquias no caso da PTI
normalmente são assintomáticas e não palpáveis, enquanto que nas outras o
paciente refere sensação de disestesia (sensação de picadas/queimação) e
Quadro Clínico: palpável;
o História e exame físico: Diagnóstico e exames complementares: Não existe exame padrão de referência que estabeleça
Existe uma variabilidade na apresentação clínica de PTI, sendo que esse diagnostico de PTI;
pode ser abrupto e agudo ou insidioso; e assim também pode ocorrer com os o A trombocitopenia isolada é a alteração essencial;
sangramentos que vão de petéquias até grandes sagramentos; o O diagnóstico é confirmado após a exclusão de outras causas de plaquetopenia, sendo
As manifestações clinicas são as características de alteração de hemostasia fundamentado em: clínica + exame físico + analise de hemograma + distensão de
primária: acometimento cutâneo-mucoso prevalente; sangue periférico;
Sinais típicos são petéquias (principalmente em MMII) e equimoses o Normalmente tem tempo de sangramento prolongado;
espontâneas; os sintomas de epistaxe, gengivorragia e hipermenorragia são o Outros exames que são recomendáveis quando há suspeita: testes para HIV e HCV;
comuns; teste de função tireoidiana (excluir disfunção não manifestada); mielograma em
Não há evidencias de sinais e sintomas de acometimento sistêmico; pacientes com mais de 60 anos para descartar síndrome mielodisplásica, e nos menores
O sangramento intracraniano é a complicação mais temida e fatal, porém é de 18 para excluir leucemias agudas e também em pacientes não responsivos a terapia;
muito raro;
Yasmin Nascimento – 5º Período – Perda de Sangue
o A morfologia da medula é normal, com número normal ou aumentado de o Esplenectomia: é um tratamento efetivo, levando a remissão completa e durável em
megacariócitos, com leve desvio para formas imaturas e com menor poliploidia 2/3 dos pacientes;
nuclear; É uma terapia de segunda linha;
o A função plaquetária é normal ou aumentada nos pacientes com PTI; Deve ser considerada após 6 meses de evolução naqueles pacientes com
Tratamento: em adultos a remissão espontânea é incomum; plaquetopenia persistente e grave, após falha com corticoesteroides;
o O objetivo do tratamento é alcançar um nível plaquetário seguro para prevenção de Os efeitos são a eliminação do maior sítio de destruição plaquetária, com
sangramentos graves; recuperação imediata da trombocitopenia;
o Nas plaquetopenias leves e moderadas não se institui terapia – eventos adversos podem As complicações cirúrgicas não são comuns;
exceder a morbidade associada a PTI; PTI CRÔNICA REFRATÁRIA: o manejo ideal para pacientes adultos ainda é controverso;
o Os sangramentos graves em pacientes com PTI são raros; o Então considera-se o empirismo;
o Pacientes com plaquetas acima de 20 a 30x109/L podem ser observados sem tratamento o São considerados casos de PTI crônica refrataria: persistência de trombocitopenia após
e sem risco de hemorragia significativa; os acima de 50x109/L não apresentam 6 meses de terapia inicial, incluindo esplenectomia, com necessidade de tratamento
sangramento clinicamente importante e podem ser submetidos a procedimentos ativo para manter nível plaquetário seguro e sem sangramentos;
cirúrgicos invasivos (exceto SNC); o Terapias alternativas: para plaquetopenias graves e sintomáticas, os riscos da terapia
o Glicocorticóides: em pacientes com plaquetopenia moderada ou grave, com eventos devem ser superiores ao seus efeitos colaterais;
hemorrágicos, os glicocorticoides frequentemente administrados na forma de Danazol: supressor de LH/FSH parece atuar pela redução de receptores Fc
prednisona 1mg/kg/dia, são a terapêutica de primeira linha; em macrófagos esplênicos, utilizado na dose de 200mg, VO, 2x/dia; inicio
A droga pode ser mantida até um nível seguro de plaquetometria ser de resposta em 2 a 6 meses; usado principalmente em pessoas acima dos 60
atingido; anos devido a efeitos colaterais (virilização e hepatotoxicidade);
O desmame deve ser feito de 4 a 6 semanas; Vincristina: bloqueia a habilidade da tubulina de polimerização em
A maioria dos adultos responde a essa abordagem em 2 semanas e a resposta microtúbulos, pode interferir na habilidade de formação de pseudópodes
é satisfatória em pelo menos 80% dos casos; para a fagocitose; doce de 1 a 2mg, EV, a cada 4 a 6 semanas; tem como
O protocolo alternativo indica dexametasona 40mg/dia, 4 dias, com 85% de efeitos colaterais a neurotoxicidade e o íleo paralitico;
resposta inicial; porém na refratária não possui mesma evolução; Azatioprina: quando administrada isoladamente na dose de 2mg/kg/dia pode
o Imunoglobulina intravenosa e anti-Rh: são uma terapia apropriada para atingir uma induzir resposta em um período de 6 meses; em alguns casos induz
elevação rápida e temporária da contagem de plaquetas, ideal para manejo de imunossupressão ou neoplasia secundária;
sangramentos graves ou pré-procedimentos cirúrgicos; Imunossupressão intensiva
Ocorre a elevação rapidamente em até 75% dos pacientes; Transplante de medula óssea autólogo
Doses: IGIV – 1g/kg/d EV por 2 dias ou 400mg/kg/d por 5 dias / Anti-D – Agonistas do receptor da trombopoetina: pacientes refratários a
50 a 75mcg/kg/d EV; corticoesteroide e à esplenectomia e que continuam com eventos
A IGIV tem maioria dos efeito colaterais associada a velocidade de infusão, hemorrágicos usa-se esses agonistas no intuito de aumentar a produção de
esta contraindicada em pacientes com deficiência seletiva de IgA; plaquetas, garantindo a contagem em níveis seguros; tem como efeitos
A anti-D pode desencadear hemólise autoimune pela ligação aos eritrócitos colaterais: fibrose de medula óssea, trombose, toxicidade hepática, catarata
Rh positivos; e formação de anticorpos;
Yasmin Nascimento – 5º Período – Perda de Sangue