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CRISLAINE ESTÁCIO BARCELLO

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO


CIVIL

Cuiabá
2018
CRISLAINE ESTÁCIO BARCELLO

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO


CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


UNIVERSIDADE DE CUIABÁ, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em Engenharia
Ambiental.

Coordenadora de Curso: Lediane Leslie Campos Ramos

Cuiabá
2018
CRISLAINE ESTÁIO BARCELLO

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO


CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à UNIVERSIDADE DE CUIABÁ, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Engenharia Ambiental.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Cuiabá, 23 de maio de 2018


BARCELO, Crislaine Estácio. Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
2018. 42 folhas. Trabalho de conclusão de Curso Engenharia Ambiental –
Universidade de Cuiabá – UNIC. Cuiabá, 2018.

RESUMO

Os resíduos de construção civil tem sido objeto para muitos estudos devido as suas
peculiaridades. São resíduos de grande volume e causam inúmeros impactos, desde
sanitários, ambientais e até estéticos. Esse trabalho visa apresentar de maneira
ampla como é feito o gerenciamento desses resíduos desde as competências legais
atribuídas ao gerador até as competências do poder público, abrangendo a
legislação desde a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) e
Resolução CONAMA 307/2002 até aspectos importantes como a caracterização dos
RCC para entender em quais fases da obra há maior produção a fim de reduzir a
produção de resíduo e ao mesmo tempo estudar meios viáveis de reutilização. A
atividade de construção civil tem grande importância econômica, agrega desde
exploração mineral para matéria prima até o setor de serviços para comercialização.
Sendo assim os RCC também possuem grande importância econômica e até valor
agregado e quase todo resíduo gerado tem potencial para ser reutilizado na mesma
atividade industrial. O trabalho ressalta a importância do instrumento de gestão que
é o Plano de Gerenciamento de resíduos da construção civil (PGRCC) para ações
preventivas e corretivas de proteção ao meio ambiente.

Palavras- chave: Resíduos; Construção; Gerenciamento de resíduos.


BARCELO, Crislaine Estácio. Construction Waste Management. 2018. 42 pages.
Final Research for Conclusion of Environmental Engineering Course - University of
Cuiabá - UNIC. Cuiabá, 2018.

ABSTRACT

Construction waste has been the subject of many studies because of its peculiarities.
They are waste of great volume and cause numerous impacts, from sanitary,
environmental and even aesthetic. This work aims to present in a broad way how the
waste management is done from the legal competences attributed to the generator to
the powers of the public power, covering the legislation from the National Policy on
Solid Waste (Law 12,305 / 2010) and CONAMA Resolution 307/2002 to important
aspects such as the characterization of RCC to understand in which phases of the
work there is greater production in order to reduce the production of waste and at the
same time to study viable means of reuse. The construction activity has great
economic importance, from mineral exploration for raw material to the services sector
for commercialization. Therefore, RCCs also have great economic importance and
even added value and almost all generated waste has the potential to be reused in
the same industrial activity. The work highlights the importance of the management
tool that is the Construction Management Waste Management Plan (PGRCC) for
preventive and corrective actions to protect the environment.

Keywords: Waste; Construction; Waste management.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos.............................. 12


Tabela 2 – Caracterização dos resíduos destinados ao aterro de Itatinga-SP ........ 22
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de limpeza Pública e Resíduos
Especiais
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CNEN Conselho Nacional de Energia Nuclear
NBR Norma Brasileira Registrada
PAC Plano de Aceleração do Crescimento
PGRCC Plano de Gerenciamento de Resíduo da Construção Civil
PIB Produto Interno Bruto
RCC Resíduos da Construção Civil
RSD Resíduo Sólido Domiciliar
RSI Resíduo Sólido Industrial
RSS Resíduo de Serviço de Saúde
RSU Resíduo Sólido Urbano
SMADU Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano
SEMOB Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana
UNB Universidade de Brasília
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 9

2. DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÃO DOS RCC .................................................... 11

3. CENÁRIO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL ................. 17

4. PRODUÇÃO DE RCC ........................................................................................... 18

5. CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS RCC............................................. 21

6. IMPACTOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E ECONOMICOS DOS RCC ................... 23

7. GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ...................................... 25

7.1. SISTEMA DE MANEJO DOS RCC ......................................................................... 25


7.2. SISTEMA DE COLETA E TRANSPORTE DOS RCC.................................................. 26
7.3. CAPACIDADE DE RECICLAGEM ............................................................................ 27
7.4. DISPOSIÇÃO FINAL............................................................................................. 31

8. EXEMPLOS DE GERENCIAMENTO DE RCC NO AMBITO LOCAL ................ 33

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 35

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 37


9

1. INTRODUÇÃO

O crescimento da população e o aumento do consumo tem gerado além da


grande pressão sobre os recursos naturais o problema da destinação do resíduo
sólido gerado nos centros urbanos.
No Brasil existe a prática de lançar esses resíduos coletados nos centros
urbanos em grandes terrenos, na maioria das vezes sem nenhum tratamento e sem
critério na seleção dos locais de lançamento, formando assim os famosos “lixões”,
que causam grandes danos ambientais e sociais. Ambientais pela percolação de
chorume no solo e por consequência no lençol freático, há também pequenas
queimas voluntárias ou involuntárias que emitem fumaça tóxica além de gases
causadores do efeito estufa e também a proliferação de vetores nessas áreas.
Impactos Sociais pela presença de catadores que impulsionados pela pobreza veem
nos lixões a oportunidade de formarem renda com a coleta de recicláveis e também
coleta de gêneros alimentícios descartados.
No Brasil, a construção civil é responsável por cerca de 14% do PIB nacional,
é responsável por cerca de 2,47 milhões de empregos diretos e indiretos, podemos
afirmar que é um dos setores mais importantes da economia. Porém é o setor da
indústria onde mais se consome matérias primas, estima-se que sejam utilizados
entre 20% e 50% do total de recursos naturais consumidos pela sociedade
(MESQUITA, 2012).
Essa atividade industrial consome muitos recursos naturais e gasta grande
quantidade de energia, e gera grande quantidade de resíduos. Segundo ABRELPE
(Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais)
aproximadamente 50% de todo os resíduos sólidos produzidos no Brasil é gerado
pela construção civil, são cerca de 122 mil toneladas de resíduos por dia.
Todo esse volume de resíduo tem causado impactos importantes para o
ambiente, pelo aspecto visual dos depósitos inadequados em alguns casos podem
impedir ou dificultar o tráfego nas cidades além de entupir os dispositivos de
drenagem urbana, pela contaminação por produtos químicos que fazem parte da
composição e também pela proliferação de vetores de doenças. Como uma gestão
adequada neste setor, contribuiu para a redução nos custos e redução dos impactos
ambientais tendo como proposta a prática de hábitos sustentáveis?
10

Com intuito de equacionar essa questão o Conselho Nacional do Meio


Ambiente (CONAMA), lançou a resolução nº 307 em 05 de julho de 2002, que
estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão de Resíduos da
Construção Civil (RCC). Essa normativa veio reforçar a vasta legislação ambiental
brasileira, e o instrumento estabelecido pela resolução para controle ambiental
desses resíduos é o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
(PGRCC).
O presente trabalho tem com objetivo principal apresentar a importância do
gerenciamento adequado dos resíduos sólidos da construção civil, para que
recursos naturais não renováveis sejam usados de forma mais racional e o ambiente
seja preservado da disposição aleatória de resíduos, além de citar alguns exemplos
práticos para reaproveitamento de resíduos praticado pela indústria da construção
civil local.
Os objetivos específicos são:
• Apresentar conceitos e classificação dos resíduos da construção civil;
• Elencar os problemas relacionados aos resíduos gerados na
construção civil;
• Apresentação do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da
Construção Civil;
• Introduzir alguns exemplos práticos do reaproveitamento dos resíduos
de construção civil e obras locais com premissas de sustentabilidade
ambiental.
O trabalho, portanto, é constituído de um estudo exploratório que visa revisar
desde os conceitos básicos como definições e classificação desses resíduos até a
formatação do plano de gerenciamento e sua efetividade em obras locais, assim
abrangemos um público vasto, com vários níveis de conhecimento que estejam
interessados na gestão de resíduos no âmbito local.
11

2. DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÃO DOS RCC

O termo resíduo vem do latim residuu e significa aquilo que sobra de qualquer
substância (FERREIRA, 1999). Na linguagem técnica se usa o termo resíduo sólido
e resíduo líquido para diferenciar os vários tipos de rejeitos das atividades humanas.
O resíduo sólido é o que popularmente se chama de lixo e o resíduo líquido seria os
esgotos sanitários.
A Lei Nº 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
define os Resíduos da seguinte maneira:

Os resíduos sólidos são os materiais, substância, objeto ou bem


descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a
proceder, nos estado sólido ou semissólido, bem como gases contidos em
recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu
lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam
para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis em face da
melhor tecnologia disponível.
A NBR 8419 (1992) define resíduos sólidos urbanos como sendo resíduos
gerados num aglomerado urbano exceto os resíduos industriais perigosos,
hospitalares sépticos e de portos e aeroportos.
Já rejeitos são resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as
possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis
e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a
disposição final ambientalmente adequada, então o rejeito se difere de resíduos
sólidos exatamente porque não permite reuso e reciclagem.
A partir das definições da ABNT, mais especificamente da NBR 8419 de 1992
Schalch (2002) classificou os resíduos sólidos em:
• Resíduos Sólidos Urbanos (RSU): compreende os resíduos sólidos
domiciliares (RSD), os resíduos comerciais produzidos por lojas e escritórios
por exemplo. E também os resíduos de varrição, de poda e de feiras livres;
• Resíduos Sólidos Industriais (RSI): são todos aqueles produzidos por toda e
qualquer atividade industrial. Esses resíduos devem ser estudados de forma
especial para se obter a melhor solução técnica, os resíduos de uma indústria
12

pode ser um material nobre e matéria prima pata outra atividade. Pode haver
também resíduo de destinação final bastante dispendiosa no ponto de vista
econômico, como os rejeitos de mineração por exemplo;
• Resíduos de Serviço de Saúde (RSS): são aqueles produzidos em hospitais,
clinicas odontológicas, veterinárias e afins. São muito perigosos por serem
infectantes e possuírem materiais perfurantes e cortantes;
• Resíduos radioativo (lixo tóxico): são oriundos de combustíveis nucleares
utilizados. Seu gerenciamento é de competência do CNEN – Conselho
Nacional de Energia Nuclear;
• Resíduos agrícolas: são formados normalmente pelos vasilhames de
agrotóxicos usados;
A classificação dos resíduos é muito importante, inclusive para determinar
quem é o responsável pela destinação do resíduo, essa responsabilidade
pode ser do poder público ou do próprio gerador. Adiante apresentamos uma
tabela onde são apresentados os responsáveis pelo gerenciamento para cada
tipo de resíduo.

Tabela 1 – Responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos


Tipo de Resíduo Responsável
Domiciliar Poder Público
Comercial Poder Público(1)
Serviços de Saúde Gerador
Industrial Gerador
Portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários Gerador
Agrícola Gerador
Construção e Demolição Gerador(2)
(1) a prefeitura é co-responsável por pequenas quantidades (50 kg), muitas vezes
regulamentado por legislação municipal específica de acordo com a lei 13.478/02.
(2) a prefeitura é responsável por pequenos volumes (até 1 m³) de acordo com a resolução n°
307 do CONAMA.
Fonte: adaptado de JARDIM et al. (1995)
13

Na classificação de Schalch (2002) os resíduos da construção civil está


dentro dos resíduos do setor de serviços que por sua vez está englobada nos
resíduos sólidos urbanos.
Os Resíduos da Construção Civil são todo resíduos proveniente da atividade
de construção civil, dos canteiros de obras e das demolições. As demolições são
uma atividade importante na geração de resíduos, tanto que Pinto (1999) denomina
os resíduos genericamente de resíduos de construção de demolição – RCD.
Os Resíduos Sólidos da Construção Civil são classificados como resíduos de
baixa periculosidade, e seu impacto mais significativo se dá pelo elevado volume
gerado. A disposição irregular desses resíduos gera problemas de ordem estética,
ambiental e de saúde pública, nesses resíduos pode haver a presença de material
orgânico, produtos químicos, tóxicos e embalagens diversas que podem acumular
água e favorecer a proliferação de insetos e de outros vetores de doenças.
O conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) em sua Resolução nº
307, de 05 de junho de 2002, estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a
gestão de resíduos da construção civil no Brasil (RCC), disciplinando as ações
necessárias de forma a minimizar os impactos ambientais e define Resíduos Sólidos
da Construção Civil em seu Artigo 2º:
Resíduos da construção civil são os provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos,
blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas,
tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas,
pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
Sendo os geradores pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas,
responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos
nesta Resolução.
O processo de Gerenciamento de resíduos é o sistema de gestão que visa
reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades,
práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações
necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos, um
conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta,
transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos
resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo
14

com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de


gerenciamento de resíduos sólidos.
A gestão integrada de resíduos sólidos é conjunto de ações voltadas para a
busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a
premissa do desenvolvimento sustentável.
O Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC)
devera ser elaborado e implementado pelos geradores e terão como objetivo
estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e destinação
ambientalmente adequada dos resíduos.
A destinação final dos resíduos deve ser de acordo com a natureza e as
características especificadas e de forma condizente com a proteção do meio
ambiente e saúde pública. Essa destinação é definida a partir da caracterização
quanto à natureza e à origem dos resíduos.
De acordo com a NBR 10.004/2004, que classifica os resíduos sólidos quanto
aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam
ser gerenciados adequadamente, define resíduos sólidos como (ABNT, 2004):
resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de
água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem
como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento
na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções
técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
Essa norma ainda classifica os resíduos como:

Resíduos Classe I (Perigosos)


São aqueles que apresentam risco a saúde publica ou ao meio
ambiente, caracterizando por possuir uma ou mais das seguintes
propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e
patogenicidade.
Resíduos Classe II (Não Perigosos)
A) Classe IIA (Não Inertes) - São aqueles que não se enquadram
nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II
B – Inertes. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades,
tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
15

B) Classe IIB (Inertes) - São quaisquer resíduos que, quando


amostrados de uma forma representativa e submetidos a um contato
dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura
ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a
concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,
excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
O Artigo 3º, da Resolução 307 do conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), apresenta tais resíduos de construção civil dispostos em quatro classes
sendo:

Classe A – resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados,


tais como: de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e
de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de
terraplanagem; de construção, demolição, reformas e reparos de
edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de
revestimento, etc.), argamassa e concreto; de processo de fabricação e/ou
demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios,
etc.) produzidas no canteiro de obras;
Classe B – resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:
plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gessos;
Classe C – resíduos para os quais não foram desenvolvidas
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua
reciclagem ou recuperação;
Classe D – resíduos perigosos oriundos do processo de construção,
tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou
prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas, reparos de clínicas
radiológicas, instalações industriais e outros, 20 bem como telhas e demais
objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à
saúde.
Após a divisão e classificação dos resíduos de construção civil, a Resolução
estabelece algumas medidas a serem obrigatoriamente cumpridas.
Cabe aos geradores dos resíduos priorizarem a não geração dos mesmos e
caso a primeira solicitação não seja atendida, tais resíduos então deverão ser
reciclados, reutilizados e destinados corretamente, ficando decretado que esses não
podem, em hipótese alguma, serem dispostos em aterros comuns, taludes e
encostas, próximos ou inseridos em corpos hídricos, logradouros públicos e em
áreas protegidas por lei.
16

Os resíduos classe A e B devem ser dispostos de maneira na qual


futuramente possam ser reaproveitados e/ou até mesmo reciclados, ou seja, devem
ser acondicionados em aterros de construção civil ou em áreas de armazenamento
temporário. Já os resíduos classe C e D, pelo fato de apresentarem periculosidade
em sua composição, devem ser destinados para empresas que exercem atividades
de tratamento ou disposição final devidamente licenciadas pelo município ou estado.
Alem das diretrizes relacionadas à caracterização e disposição final dos
resíduos, a Resolução CONAMA, estabelece ainda estruturas e responsabilidades
de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, obrigatório em
todos os municípios do país e no Distrito Federal.
17

3. CENÁRIO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO BRASIL

Sem dúvidas a indústria da construção civil é muito importante para a


economia brasileira. Ela é responsável pela geração de milhares de empregos
diretos e pelo consumo de diversos insumos industrializados, portanto tem um efeito
cascata na dinâmica da economia.
Segundo CARVALHO (2003) a indústria da construção civil correspondia a
15% do PIB do país, além de gerar 13,5 milhões de empregos diretos, indiretos e
induzidos em 2000. Além de impulsionar o crescimento econômico diretamente com
infraestrutura como novas rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
Uma prova da força do setor foi o lançamento do PAC (Plano de Aceleração
do Crescimento) pelo governo federal que injetou investimentos em infraestrutura, e
a criação do Programa “Minha Casa, Minha Vida” que através de financiamento
público e desoneração na folha de pagamento fizeram com que a economia
obtivesse bom desempenho econômico no final da última década.
Por outro lado, no atual cenário de recessão econômica a indústria da
construção civil é a que mais tem contribuído para a redução do PIB. Além do
cenário de recessão econômica outros fatores interferem para o baixo desempenho
do setor. Entre eles as interrupções de obras do PAC, devido à redução na
arrecadação o governo tem reduzido os investimentos em infraestrutura. Outro fator
importante é o reflexo da operação “Lava-Jato” que envolve as maiores empresas de
engenharia do país e tem levado essas empresas a pedirem recuperação judicial
além da redução de investimento da Petrobrás. Há de citar ainda a retração do
mercado imobiliário devido à elevação da inflação e da taxa de juros de
financiamento imobiliário.
18

4. PRODUÇÃO DE RCC

A indústria da Construção Civil assume protagonismo ainda mais importante


quando se trata da geração de resíduos no Brasil. Sendo o setor que mais produz
resíduos.
A cadeia produtiva da construção civil apresenta importantes impactos
ambientais em todas as etapas do seu processo: extração de matérias primas,
produção de insumos, construção, uso e demolição (JOHN, 2001).
Com o desenvolvimento do setor nos últimos anos é explicito que o
desenvolvimento tecnológico e o surgimento de novos materiais provocaram o
aumento no consumo de matéria-prima e energia, fatores que afetam de forma
direta a produção de resíduos (BIDONE, 2001).
A geração de RCC está relacionado aos seguintes fatores:
• Ausência de gestão de RCC;
• Mão-de-obra desqualificada, principalmente no tocante a gestão de
resíduos;
• Perdas e desperdício de matérias, ocasionados principalmente por falta
de otimização dos projetos e métodos obsoletos;
• Consumo excessivo de matéria-prima devido ao
superdimensionamento de serviços da obra.
Para Paliari (1999) na maioria das construções no Brasil ainda se vê falta de
compromisso com as práticas de redução, reutilização e reciclagem. O que gera
desperdício, que pode ter várias origens: quebra de componentes, retrabalhos,
sobras de material entre outros.
Segundo Agopyan (2001) pesquisas indicam médias de desperdício entre 7%
e 8%, esses números indicam apenas a quantidade de recursos que se perde no
processo construtivo, não levam em consideração as despesas com a mão-de-obra
e com o transporte do resíduo. Além dos reflexos financeiros negativos para a
indústria esses resíduos geram despesas também para o setor público que tem de
arcar com a disposição final dos resíduos e muitas vezes com o transporte.
De acordo com Pinto (1999) a produção de RCC no início dos anos 2000 era
de cerca de 68 milhões de toneladas. E essa geração pode ser fundamentada pelas
seguintes bases:
19

• Estimativa da área construída;


• Movimento de carga por coletores;
• Monitoramentos de cargas em áreas usadas como destino dos RCC.
A primeira e a segunda base de informações permitem uma quantificação
segura e pode ser aplicada por todos os municípios com cadastro de construções
licenciadas. Porém a terceira base apresenta restrições ao uso devido a
possibilidade de existência de vários pontos de descarte em áreas clandestinas e à
falta de material humano para acompanhar os pontos de descarte conhecidos por
longo período de tempo (PINTO, 1999).
Geralmente os dados de volumes de RCC não estão disponíveis, como por
exemplo os volumes de resíduos domiciliares. Sendo assim Pinto (1999) sugere um
cálculo de estimativa através de três fatores:
• Análise da quantidade de resíduos de edificações novas construídas em um
determinado período de tempo;
• Quantidade de resíduos oriundos de reformas, ampliações e demolições
regulares transportadas no mesmo período de tempo;
• Quantidade de resíduos removidos de deposições irregulares pela prefeitura
no mesmo período de tempo.
Diversas pesquisas têm estimado a geração de RCC com foco em canteiros
de obras ou em escala municipal no Brasil. Esses diagnósticos nos municípios têm
se tornado referência para a confecção dos Planos Integrados de gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil, como preconiza a resolução CONAMA Nº 307.
Souza (2005) apresenta uma pesquisa onde 50 casas de um conjunto
habitacional popular são analisadas para se obter a taxa de geração de RCC por
metro quadrado construído. O estudo se mostrou muito importante do ponto de vista
social pois como os empreendimentos de interesse social não visam lucro e sim a
redução do déficit habitacional, todo o desperdício evitado poderia se tonar mais
unidades residenciais.
Durante o processo de construção das casas com área de 44,52m², foram
gerados 3,10 m³ de entulho por unidades habitacional, sendo assim, são 69,63 litros
de entulho por metro quadrado de área construída. A massa unitária média obtida no
estudo foi de 1,288 Kg/dm³, a taxa de geração resultou em 89,68 Kg/m². O valor é
bastante expressivo levando em consideração o tipo de acabamento e a qualidade
20

do material utilizados na obra. Não houve por exemplo a utilização de fôrmas, lajes,
forro, revestimento cerâmico, gesso, calçadas e área comum no residencial
pesquisado (SOUZA, 2005).
21

5. CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DOS RCC

Conhecer a composição física dos RCC é imprescindível para a definição de


estratégias de redução, reutilização e reciclagem, o que leva a minimização da
extração de matérias-primas (atividades de mineração), redução da ocupação de
aterros e menores riscos à saúde pública. Todas estas ações têm como objetivo o
gerenciamento adequado desses resíduos (CASTRO 1998).
Para CARNEIRO et al. (2001), o RCC é heterogêneo e compostos
basicamente de:
• Concretos, argamassas e agregados graúdos, que possuem alto
potencial para reciclagem;
• Materiais cerâmicos, como blocos, tijolos e lajotas, que apresentam
também grande potencial de reciclagem;
• Solo, areia e argila, materiais que podem ser facilmente segregados
através de simples peneiramento;
• Asfalto, material potencialmente reciclável em obras viárias;
• Metais ferrosos que podem ser reutilizados na indústria siderúrgica;
• Madeiras: material parcialmente reciclável com a agravante que uma
vez impermeabilizadas e/ou pintadas são considerados materiais
poluentes e devem ser tratados como resíduos industriais perigosos;
• Outros materiais (papel, papelão, plástico e borracha, etc.) passíveis de
reciclagem, porém com desvantagens frente aos avanços tecnológicos.
Ocorrem variações na composição do RCC de acordo com diversos
parâmetros como: região, variação de tempo, período de amostragem, técnica de
amostragem, local de coleta da amostra e principalmente o tipo de obra
predominante.
No trabalho desenvolvido por Castro et al. (1998) foram realizadas
caracterização granulométrica dos entulhos gerados na cidade de São Paulo no
período de julho a setembro de 1996 e foram obtidos os seguintes resultados.
22

Tabela 2 – Caracterização dos resíduos destinados ao aterro de Itatinga-SP


N° do Grupo Grupos Média (%)
1 Ferro 0,28
2 Concreto e Argamassa 11,43
3 Mistura de solo, areia e pedra 82,54
4 Material de acabamento 1,01
5 Tijolo, telha e manilha 2,57
6 Espuma, Couro, Borracha e Trapo 0,21
7 Papelão e Plástico 0,33
8 Poda de Jardim 0,23
9 Madeira 0,85
10 Pneu(*) -
11 Asfalto 0,29
12 Concreto Armado 0,26
Total 100,00
(*) A quantidade de pneus destinada ao Aterro foi quantificada em unid/dia.
Fonte: adaptado de CASTRO (1998)

A composição do RCC no Brasil comprova nossa cultura construtiva, cuja


maiores perdas e desperdício ocorrem nas fases de concretagem, alvenaria,
revestimento e acabamento, na qual são utilizados muitos materiais básicos e
oriundos dos materiais cerâmicos (MARQUES NETO, 2005).
23

6. IMPACTOS AMBIENTAIS, SOCIAIS E ECONOMICOS DOS RCC

O CONAMA define impacto ambiental qualquer alteração das propriedades


físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente
afetam a saúde, segurança, bem-estar, atividades sociais e econômicas, a biotas, as
condições estéticas e sanitárias do ambiente e também a qualidade dos recursos
naturais. Essas alterações podem ser tanto positivas quanto negativas.
Como já mencionado anteriormente o setor de atividade industrial da
construção civil é bastante complexa e envolve diversos segmentos da extração,
transformação e serviços, utilizando grandes quantidades de recursos naturais e
energéticos.
Para Klein (2002) o setor da construção civil provoca inúmeros impactos, mas
destaca a poluição do solo, do ar, de rios e mares; a chuva ácida, o buraco na
camada de ozônio; o esgotamento de recursos naturais e a geração de resíduos.
Os RCC gerados nos grandes centros urbanos geram grandes volumes e
como consequência gera o processo que Pinto (1999) denominou de gestão
corretiva. Gestão corretiva refere-se à atuação do poder público que se limita a
executar a remoção, correção e aterramento dos resíduos após seu descarte
irregular. Essa grande quantidade de RCC atinge a população nas seguintes
esferas:
• Econômica: Nessa esfera pelo dispêndio de recursos para ações
corretivas de remoção e aterramento dos resíduos, normalmente
realizado pelo governo municipal;
• Social: Pelo envolvimento de catadores que busca nos resíduos meios
de subsistência
• Ambiental: Pela disposição de resíduos em áreas irregulares,
geralmente ocorre em áreas vulneráveis como áreas de proteção
ambiental, áreas de mananciais e/ou junto às periferias e população de
menor poder aquisitivo.
Não podemos deixar de inserir na discussão a falta de oferta de áreas
adequadas para o descarte dos RCC, favorecendo ainda mais o despejo em áreas
irregulares. Cidades como Cuiabá, onde os custos de remoção são expressivos a
24

responsabilidade é compartilhada entre a prefeitura e os grandes gerados, porém os


grandes geradores encontram certa dificuldade pela limitação dos aterros privados
existentes. Fatos assim tem favorecido os impactos no espaço urbano como:
• Degradação das condições de tráfego de pedestres e veículos devido
aos descartes em via pública e uso inadequado das caçambas;
• Obstrução dos sistemas de drenagem, galerias e bocas coletoras;
• Assoreamento de córregos e canais devido o despejo irregular;
• Multiplicação dos vetores de doenças.
Devem ser implementadas ações para redução dos impactos, entre eles:
• Reduzir o consumo de recursos;
• Maximizar a reutilização dos recursos;
• Priorizar recursos renováveis e/ou recicláveis;
• Criar um ambiente saudável e;
• Busca qualidade na criação do ambiente construído.
25

7. GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

A discussão acerca da gestão de resíduos da construção civil praticamente se


inicia na década de 90. Pinto (1999) propôs um novo modelo de gestão ambiental
desses resíduos. Os novos trabalhos a partir daí apresentaram a realidade das
cidades brasileiras e foram importantes para a formulação de legislação específica e
principalmente da resolução CONAMA Nº 307.
Muitos trabalhos se sucederam e diagnosticaram a situação do RCC em
diferentes cidades revelando também a soluções para os problemas apontados.
Entre eles São Carlos-SP (Marques Neto, 2003), Santos-SP (Castro, 2003) que
serviram de referência para novos estudos. Além dos diagnósticos trabalhos acerca
da reciclagem também tem sido feito com destaque ao trabalho de Carneiro et al.
(2001) que apresentou vários trabalhos relacionados aos RCC com foco em
reciclagem.
Programas de gerenciamento vieram sendo implementados a partir dessas
pesquisas. De acordo com Marques Neto (2005) um dos primeiros programas de
gerenciamento foi o “Programa de Gestão de Materiais em Canteiros de Obras”
implementado pela UNB com parcerias de construtoras locais e os governos do
Distrito Federal e de Goiás.
Nesse cenário de discussão da evolução da forma de gestão dos resíduos de
construção civil, não podemos esquecer de citar o trabalho de Paliari (2003) que
possibilitou avaliar a quantidade de material perdido durante as etapas de
construção, destacando as perdas e desperdícios no processo construtivo e criando
um norte para o desenvolvimento de ações para reduzir as perdas e a magnitude do
impacto.

7.1. Sistema de Manejo dos RCC

Os sistemas de manejo são subdivididos em dois subsistemas distintos e


possuem diversas etapas e participantes em seu manejo. Os subsistemas são os de
logística interna a obra e os de logística externa.
O subsistema de logística interna a obra refere-se ao manejo de resíduos
produzidos em processos específicos da construção, sua triagem, seu
26

acondicionamento, seu transporte e retirada. Esse subsistema é de competência


exclusiva do gerador (PUCCI, 2006).
O subsistema de logística externa à obra corresponde as etapas de
armazenamento de todo o RCC para a retirada do canteiro e o transporte dos
resíduos para seu destino final. Para Pucci (2006) esse subsistema é mais
complicado por envolverem competências da iniciativa privada e pública em suas
etapas. A maioria dos planos de gerenciamento de resíduos reportam essa
competência a iniciativa privada e muito pouco se comenta no meio acadêmico
sobre a gestão pública destes resíduos. A própria resolução CONAMA Nº 307
(CONAMA,2002) não cita a gestão pública dos resíduos da construção civil.
Os mais afetados são os municípios de pequeno porte, onde é exigido um
plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos de construção Civil e os pequenos
municípios têm de criar estruturas, muitas vezes sofisticadas demais para o volume
de RCC produzidos, ressaltando que nem todo o volume produzido é descartado,
grande parte é reutilizado em manutenção de vias não pavimentadas e
principalmente para aterro.
Na grande maioria dos pequenos municípios a gestão dos RCC é
exclusivamente pública. Fazendo com que as prefeituras deixem de fazer sua
função de fiscalização e controle e assume o fornecimento dos serviços:
• Entrega de caçambas estacionarias (bota-fora);
• Recolha do entulho porta a porta;
• Transporte e destinação final dos resíduos.
Nesses locais os custos e a baixa demanda fazem com que a iniciativa
privada não crie interesse na prestação de serviços de coleta, transporte, disposição
ou reciclagem de entulho.

7.2. Sistema de Coleta e Transporte dos RCC

Nas médias e grandes cidades normalmente o serviço de coleta e transporte


são executados pela iniciativa privada. Formando um tipo de serviço que
popularmente é conhecido como caçambeiro. Como descrito na resolução CONAMA
n° 307 (CONAMA, 2002) a responsabilidade pela retirada dos entulhos das obras é
do gerador do resíduo, sendo assim, esse papel é cumprido por intermédio dos
caçambeiros. Eles então possuem um importante papel na gestão dos RCC.
27

Para Marques Neto (2005), em cidades que adotam esse modelo, os


geradores do resíduo contratam empresas para cumprirem as exigências legais de
remoção. Porém em muitos casos o destino final é feito em áreas licenciadas pela
prefeitura, isso ocorre por:
• Limitações no controle e fiscalização sobre os serviços de coleta e
transporte dos RCC;
• Altos custos decorrentes da distância até os locais apropriados;
• Falta de incentivo para segregação e beneficiamento dos RCC;
• Falta de mercado para aproveitamento dos RCC.
Mesmo com o crescimento no uso das caçambas estacionárias para coleta de
entulhos e atuação da iniciativa privada nesse nicho de mercado ainda não é
suficiente para eliminar os descartes irregulares.
Nesse sentido há de se destacar um ponto positivo para as pequenas cidades
onde os governos municipais são responsáveis pelos serviços de transporte e coleta
dos RCC, eles detêm todo o controle sobre a destinação final desses resíduos.
Porém há pontos negativos nessa gestão plena das prefeituras como a falta de
capacidade técnica para operar o plano de gerenciamento, a falta de recursos
financeiros, falta de equipamentos e de pessoal e falta de instrumento de controle de
gestão. Ainda assim é o modelo mais adequado aos pequenos municípios do ponto
de vista de controle e redução de impactos.
Independente da execução, se pública ou privada, as etapas de coleta e
transporte é fundamental e interfere no destino do resíduo. Sendo assim os sistemas
de coleta e transporte devem ser estruturados e fiscalizados.

7.3. Capacidade de reciclagem

De acordo com Marques Neto (2005), em qualquer processo de reciclagem


de resíduos de construção civil, deve haver antes uma análise de viabilidade da
transformação desses resíduos em produtos e a capacidade desse produto ser
absorvido no mercado. Alguns pontos a serem analisados:
• Análise do mercado gerador dos resíduos, a disponibilidade e a
sazonalidade dos resíduos, estimativa de produção, custos de
transporte e estocagem, etc.;
28

• Caracterização dos resíduos, determinação de suas características


físicas e químicas;
• Verificação de potenciais usos para os resíduos em função de suas
características e condições do mercado local;
• Seleção de alternativas técnicas segundo a viabilidade do mercado;
• Desenvolvimento e avaliação do produto, quanto à sustentabilidade,
técnica disponível e viabilidade econômica.
Segundo Marques Neto (2005) a reciclagem de resíduos de construção
apresenta grandes vantagens ambientais e econômicas e tem recebido grande
impulso no Brasil, com a implantação de usinas de reciclagem em cidades de médio
e grande porte. Empresários que se interessaram pelo assunto, têm analisado a
possibilidade de realizar a recuperação de resíduos de construção, individualmente
ou em parceria com as prefeituras. O meio acadêmico tem estudado o uso de
entulho reciclado e tem produzido importantes artigos técnicos. Entre eles Affonso
(2005) menciona algumas ações para incentivar o mercado, resumidos em sete
pontos:
• Sobretaxa sobre o agregado natural;
• Incluir na licença para demolição, diretrizes para facilitar a reciclagem
do resíduo produzido, incluindo a obrigatoriedade de processamento
do resíduo;
• Campanhas de sensibilização dos construtores para a utilização dos
reciclados;
• Busca de novas alternativas para os materiais reciclados e criar
facilitadores para que a iniciativa privada tenha vantagens econômicas
e financeiras em seu uso;
• Criar um mecanismo de reconhecimento para os produtos reciclados
de boa qualidade;
• Promover pesquisas na área de reciclagem e reuso, para facilitar o
acesso a informações e ao conhecimento.
De acordo com Ângulo (2005) é evidente que reciclagem contribui de forma
significativa para o desenvolvimento sustentável, mas são indispensáveis políticas
públicas eficientes que estimulem práticas voltadas à sustentabilidade, sistemas de
29

certificação ambiental, minimização de resíduos, aumento de durabilidade e projetos


para prolongar a vida útil dos produtos.
Segundo Ângulo (2005) no Brasil e em outros países a reciclagem da fração
mineral dos RCC produz agregados para uso em pavimentação e material para
enchimento de aterros. A utilização na fabricação de produtos à base de cimento
como concreto, blocos e argamassas é muito pequeno se comparado ao uso em
pavimentação.
Em uma pesquisa pioneira Pinto (1999), estudou o uso de agregados
reciclados em argamassas. Concluiu que a resistência a compressão nas
argamassas com agregado natural e agregados reciclados eram muito parecidos
para o mesmo traço.
Já Levy (1997) foi além e observou um aumento na resistência a compressão
e a tração das argamassas com o aumento de resíduos de material cerâmico no
traço.
Latterza (1998) fez uma pesquisa onde empregou uma fração graúda
proveniente da reciclagem para concreto usado para fabricação de painéis leves de
vedação. Os resultados mostraram, segundo o autor a viabilidade técnica e
econômica no emprego de agregados graúdos em concretos de baixa e média
resistência.
Segundo Ângulo (2005) é notável a viabilidade do emprego dos agregados de
RCC reciclados em concretos, inclusive da fração miúda. Porém as normas para uso
de agregados reciclados de RCC em concretos não são facilmente aplicados em
usinas de reciclagem de entulho, por vários fatores tais como:
• Heterogeneidade da composição do RCC e variabilidade das
propriedades dos agregados reciclados;
• Falta de controle das operações de processamento;
• Quantificação de fases no material por análise visual que não garante a
homogeneidade do material e não representa uma clara relação como
desempenho.
Para Lopes (2005) é necessário aprofundar os conhecimentos acerca das
patologias nos concretos produzidos com RCC. Segundo ele, uma das patologias
mais comuns é a fissuração que tende a ser mais grave nos concretos com
agregado reciclado. As fissuras em peças de concreto podem ocorrer por uma maior
absorção de água dos agregados reciclados, devido ao excesso de finos. Este seu
30

trabalho tem grande importância para que o meio técnico possa criar soluções para
os problemas relacionados às patologias relacionadas ao uso de RCC reciclado.
Para Affonso (2005) embora as opções de aplicação do reuso de agregados
reciclado em pavimentação, base, sub-base, e como agregados para concreto não
vá consumir todo o resíduo produzido na zona urbana. Ele defende que os resíduos
de construção civil sejam aplicados em outros ramos da engenharia, como no caso
de camadas drenantes:
• Camadas drenantes em aterros sanitários, com sistema de drenagem
com camadas maiores e mais bem graduadas garantindo melhor
efetividade;
• Camadas capazes de absorver grandes volumes de água em chuvas
torrenciais. Os RCC apresentam grande porosidade em granulometria
mais grossa (agregados Nº 2, Nº 3 e Nº 4).
• Elementos filtrante de fossas sépticas;
• Elementos drenantes em valas, para drenagem profunda e drenagem
de águas pluviais;
• Elementos de suporte para melhorar a capacidade de carga de solos
moles;
• Elementos filtrante em estações de tratamento de água e esgoto.
Silveira (2005) propôs outra aplicação para reuso dos resíduos de construção
civil, uso no composto solo-cimento. A utilização do solo-cimento com emprego de
RCC reciclado, além de contribuir para a redução da geração de entulhos, ainda
representa uma boa alternativa para construção de casas populares e para
pavimentação de baixo custo em bairros periféricos.
Outro uso imputado aos RCC foi estudado por Santos (2007) é o uso em
estruturas de solos reforçados. De acordo com o autor, o benefício econômico
dessas estruturas, muitas vezes fica limitado, principalmente pelas especificações
de projeto quanto ao tipo de solo a ser utilizado na confecção das camadas de aterro
de reforço. Como no Brasil não existe especificação dos tipos de solo a serem
empregados o autor sugere o RCC e cria uma interessante perspectiva para o RCC
como material de aterro em obras de solo reforçado.
31

A obtenção de agregados reciclados com comportamentos homogêneos


possibilitará a utilização desses materiais em situações de mais responsabilidade,
uma vez que o comportamento já foi estudado (CARRIJO, 2005).
No Brasil existem duas normas técnicas que orientam a utilização dos
agregados reciclados, são elas:
• NBR 15.115/04 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Execução de camadas de pavimentação.
Procedimentos (ABNT, 2004);
• NBR 15.116/04 – Agregados reciclados de resíduos sólidos da
construção civil – Utilização em pavimentação e preparo de concreto
sem função estrutural. Requisitos (ABNT, 2004);
Em 1991 foi inaugurada a primeira usina de reciclagem de entulho do
hemisfério Sul, localizada no bairro de Santo Amaro na cidade de São Paulo. Com
capacidade de beneficiar 100 toneladas de resíduos por dia, o material produzido foi
inicialmente utilizado como camada de base em estruturas de pavimento.
Desde então muitas outras unidades foram construídas, e apesar dos
benefícios ambientais e econômicos Quebaud (1996) adverte que a instalação é
rentável apenas em cidades com mais de um milhão de habitantes e/ou com
produção de RCC acima de 150.000 t/ano. O autor conclui que a usinas só se
justificam em grandes centros urbanos, pela economia no transporte e pela
valorização dos resíduos processados e consumidos na própria cidade.

7.4. Disposição Final

A disposição final dos RCC ainda está muito ligada a ilegalidade. É comum
encontrarmos grandes quantidades de entulhos nas periferias das grandes cidades.
O transporte e despejo desses resíduos em áreas inapropriadas provoca
importantes impactos ambientais e custos sociais.
Na maioria das vezes os resíduos lançados de forma irregular estão ligados a
descarte proveniente de pequenas obras e de autoconstrução. São obras realizadas
normalmente pelos próprios proprietários e seus familiares geralmente pessoas de
baixa renda, que resultam em pequenas quantidades de entulho, porém pelo grande
número de obras desse tipo e o efeito em escala o volume de entulho se torna muito
expressivo.
32

Com o intuito de reduzir os impactos causados pela disposição irregular foram


editadas três normas pela ABNT:
• NBR 15.112/04: Resíduos da construção civil e resíduos volumosos –
Áreas de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e
operação (ABNT,2004);
• NBR 15.113/04: Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes
– Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação
(ABNT,2004);
• NBR 15.114/04: Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de
reciclagem – Diretrizes para projeto, implantação e operação
(ABNT,2004).
Esses instrumentos se tornaram muito importantes para viabilizar
empreendimentos com finalidade da correta disposição desses resíduos. São
ferramentas que irão municiar os gestores públicos responsáveis pelos resíduos da
cidade, que poderão desenvolver seus projetos, disciplinando as atividades de
coleta e reciclagem da fração inerte do entulho.
33

8. EXEMPLOS DE GERENCIAMENTO DE RCC NO AMBITO LOCAL

Na cidade de Cuiabá, a responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos


sólidos da construção civil é a SMADU (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano) que é encarregada de fazer as análises dos Planos de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) elaborado pelos grandes
construtores, além de fiscalizar os resíduos nas obras. A SEMOB (Secretaria
Municipal de Mobilidade Urbana) é responsável pela fiscalização do transporte do
resíduo feito pela iniciativa privada.
Existe na capital uma estrutura no próprio aterro sanitário metropolitano para
atender a demanda de RCC. Essa estrutura é composta por um pátio de Triagem e
Transbordo, um britador, uma esteira de triagem manual.
Segundo Campos (2016) a empresa Eco Ambiental presta serviços para a
prefeitura de Cuiabá através de um direito de concessão. Onde a empresa é a única
responsável pelo destino final dos resíduos de construção produzidos no município e
é remunerada pelo setor privado.
A prefeitura exige no alvará de construção o PGRCC, o resíduo produzido é
transportado por empresas privadas pagar pelo gerador (caçambeiros) que ficam
munidos do CTR (Controle de Transporte de Resíduos), esse documento é emitido
em três vias. No momento do descarte no pátio da concessionária o CTR com a
descrição do resíduo e do gerador é conferido e uma das vias recolhidas, a segunda
via fica com o transportador e a terceira volta para o gerador e precisa acompanhar
o pedido de habite-se ao final da obra.
Ao receber o material a empresa procede a pesagem dos resíduos e seu
peso é convertido em volume e a partir do volume é gerada a taxa de descarte.
Para Campos (2016) a limitação que existe no sistema implantado em Cuiabá
é a exigência de PGRCC apenas para construções acima de 120 (cento e vinte)
metros quadrados. Como foi mencionado o grande problema está exatamente nas
pequenas obras e autoconstruções.
Para esses pequenos geradores a Prefeitura de Cuiabá disponibiliza o Eco
Ponto. Localizados no Bairro Morada da Serra II na região norte e no Bairro Nova
Esperança II na região sul. Sendo uma iniciativa que está muito aquém da demanda
da cidade.
34

De acordo com Campos (2016) o material que chega é depositado no pátio da


empresa Eco Ambiental e posteriormente segregado em uma esteira, onde há coleta
manual de resíduos indesejados como madeira, plástico e vidro, etc. Esse processo
é chamado de pente fino. A esteira por sua vez alimenta o britador.
No britador o resíduo é transformado em vários produtos, areia, brita,
pedrisco, rachão e aterro. Esses produtos são armazenados e comercializados na
região. Os usos mais comuns são para base e sub-base de pavimento, argamassas
e concreto não-estrutural. A madeira segregada na esteira também é processada
(picada) por um triturador e comercializada como cavaco principalmente por
empresas secadoras de grãos.
Vale destacar alguns trabalhos realizados em Cuiabá como a demolição do
estádio "Verdão" (Estádio Governador José Fragelli) e a reutilização de material
proveniente da fresagem de pavimento pela prefeitura de Várzea Grande.
De acordo com Almeida (2012) o estádio Verdão que foi demolido em 2010, o
resíduo gerado foi reciclado por um britador móvel, o que gerou um produto que foi
utilizado para formar a base da nova arena (Arena Pantanal) construída no mesmo
local.
Almeida (2012) destaca o pioneirismo desse projeto, sendo o trabalho inédito
no estado de Mato Grosso e grandioso devido ao volume de material. Entre
alvenaria, concreto simples e concreto armado (2.444 m³, 14.335 e 5.350 m³
respectivamente) foram 22.129 m³ de demolição. O material britado, porém,
correspondeu a apenas 6% do material utilizado para a terraplanagem da área da
nova arena.
O uso de material fresado de pavimentos não é novidade. O material
resultante do processo é considerado nobre na construção de pavimentos por
apresentar agregados graúdos e também parte da emulsão do pavimento
(aglomerante). Normalmente é reutilizado para compor a base de um novo
pavimento.
Na prefeitura de Várzea grande-MT, porém a material resultante da fresagem
do pavimento das grandes avenidas da cidade (foram recapeadas) foi utilizado como
revestimento primário em diversas ruas da periferia da cidade. O resultado foi
surpreendente, o material depois de compactado não emitia poeira e se mostrou
bastante resistente ao tráfego e a ação das intempéries.
35

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resíduos sólidos de uma forma geral tem sido um tema bastante


recorrente por causa da preocupação com os danos ambientais, tais como a
contaminação de água e solo por líquido percolado, a contaminação do solo e do ar
por gases oriundos da degradação da matéria orgânica e da queima dos resíduos,
prática bastante comum. Os resíduos da construção civil também causam danos
ambientais sanitários e estéticos. Ambientais como vimos devido ao assoreamento
de rios e córregos, além da obstrução dos sistemas de drenagem gerando
enchentes. Sanitários devido a proliferação de vetores de doenças (mosquitos,
moscas e ratos), além de estéticos devido ao grande volume lançado de forma
irregular em áreas periféricas e nos limites das áreas urbanas.
Com o recente crescimento da preocupação com a preservação ambiental,
temas como redução de impactos sanitários causados os RCC ganharam legislação
específica a fim de estabelecer diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão
desses resíduos, através da resolução CONAMA n° 307/2002. Os geradores de
resíduos têm de a elaborar um programa de gestão dos resíduos, o PGRCC, com o
objetivo de minimizar os impactos.
O resíduo da construção civil é produzido em grande escala, é tipo um de
resíduo bastante volumoso, responsável por até 60% do volume de resíduos
gerados nos grandes centros urbanos e bastante impactante, porém, assim como
qualquer outro material que é reciclado no Brasil ele possui valor agregado.
Apesar do valor agregado os RCC só possuem mercado em grandes centros
urbanos, devido as curtas distâncias percorridas entre o local de origem e destino. E
assim como os demais resíduos deve-se conhecer sua composição e é essencial a
segregação na fonte para evitar a que os resíduos fiquem heterogêneos.
Em Cuiabá a gestão dos resíduos da construção civil tem sido praticada muito
mais por pressão dos órgãos públicos com a finalidade atender a legislação
ambiental do que por uma sensibilidade ambiental propriamente dita. Infelizmente
existem instrumentos legais punitivos e isso tem sido usado para os grandes
produtores de RCC em Cuiabá. A falta de guias de encaminhamento do volume de
resíduos gerado pode levar a não liberação do Habite-se da construção.
36

O termo infelizmente foi atribuído para o uso de instrumentos legais de


penalidade aos geradores de RCC porque o ideal seria que a prática de atividades
sustentáveis fosse espontânea. Primeiro porque a redução dos RCC se dá com uma
execução de obra mais eficiente. Segundo pelo sentido de autoproteção ao reduzir
os impactos no próprio ambiente onde vive.
Vimos exemplos de aplicação prática em âmbito local dos Planos de
Gerenciamento de Resíduos de Construção Civil, porém são exceções. No cenário
geral a gestão é bastante ineficiente, devido ao instrumento utilizado pela Prefeitura
de Cuiabá se aplica somente aos grandes gerados, não havendo, portanto, controle
sobre as pequenas construções e/ou autoconstruções que comprovadamente geram
mais resíduos devido ao efeito de escala. Sendo assim, recomendamos uma prática
de gestão mais efetiva que inclua o controle sobre os resíduos dos pequenos
geradores e ao mesmo tempo inclua uma política de sensibilização para que haja
uma iniciativa voluntária natural para práticas sustentáveis.
37

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