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16/03/2019

PEN5023 – INTRODUÇÃO AO PETRÓLEO E GÁS


NATURAL

PROCESSAMENTO PRIMÁRIO DE PETRÓLEO


Prof.Dr. Edmilson Mou1nho
Profa.Dra. Marilin Mariano dos Santos
Aula:2019

Tipos de reservatórios

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Cadeia Produ+va do P&GN

PEN 5023 - Introdução ao Petróleo e Gás Natural

VOCÊ FUROU UM POÇO E PRODUZIU .....

üProcessamento primário de
Mas também
petróleo é a primeira etapa que o
produziu…..
petróleo passa assim que sai do
reservatório e chega na super6cie.

 Gás
 Água (salmoura) 4
 Sólidos (produtos de corrosão, incrustação,areia …)

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Processamento primário de petróleo


Poços

Manifold
Gás alta pressão
Média Pressão
água
Separação Compressão
Baixa Pressão

Tratamento de água Tratamento do óleo Tratamento do gás

Exportação Injeção Exportação Exportação Injeção

Fonte: Brasil et all , 2011

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O processamento primário da produção de petróleo tem por obje7vo:

ü Fazer a separação óleo/gás/água;

ü Tratar ou condicionar os hidrocarbonetos para que possam ser transferidos para as Refinarias ou
Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGNs);

ü Tratar a água para que seja desGnada de forma ambientalmente e tecnicamente aceitável
(descarte ou reaproveitamento).

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Todo processamento primário do petróleo visa atender requisitos de exportação do


petróleo e do gás e de descarte de água.

O Gás natural deve estar em pressão adequada para exportação e os teores de


contaminantes não devem ser excessivos (H2S; CO2 e vapor d’água)

O Petróleo não deve conter mais que 1% de água emulsionada e sedimentos e o


teor de sais dissolvidos não deve ultrapassar 285 mg/ l de petróleo

A água produzida deve ser tratada antes de ser descartada e suas caracterísMcas
Nsicas e químicas deve atender a Resolução Conama 393/07. Como exemplo, a
concentração média mensal de óleo e graxa é limitada em 29 mg/l e a diária em
42 mg/l

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Água presente no petróleo produzido pode estar das seguintes formas:

Água emulsionada
Água dissolvida

Água livre

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de água num sistema produtor típico da Bacia de Campos.

BACIA DE CAMPOS: Histórico e Previsão de Produção e Injeção


(Considerada a Eficiência Operacional)
4.000.000

3.500.000
Produção de Água
Produção de Óleo
Injeção de Água
3.000.000

2.500.000
Vazão (bbl/d)

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
1977

1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993

1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
2015

2017
2019
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2023

2025
2027
2029
2031

2033
2035
2037
2039

2041
2043
2045

2047
2049
2051
ü Início da produção de um
Fig. 3 – Histórico reservatório,
e Previsão o teor
de Produção e Injeção denaágua
de água Bacia deno petróleo produzido é
Campos.

próximo a zero.
ü Com a con>nuidade
No reservatório da asprodução
fases água é comum
e óleo a concentração
encontram-se separadas. Node águaemultrapassar
entanto, função da 50%.
forte agitação imposta ao longo do processo de elevação e do intenso cisalhamento causado
ü Com o fim da vida
pela forteprodu>va
despressurização do poço
atravésadaconcentração de água
válvula choke, podem-se chega
formar a6ngir
emulsões valores
do tipo
próximo a 100% produ6va
A/O. A válvula choke é utilizada para regular e limitar a vazão de produção dos poços. Cada
poço possui sua válvula choke que se encontra instalada na linha de chegada do poço na
Unidade de Produção. A figura 4 mostra um sistema de produção com injeção de água do 9
mar.

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Escola de Ciências e Tecnologias E&P 5

üDe onde vem a água?

üproveniente do reservatório (água de formação) ou


ü foi introduzida no sistema produtor quando do processos de recuperação
secundária que u<liza a injeção de água ou vapor.

Dentre os contaminantes presentes no petróleo, a água é o que


apresenta maior dificuldade para ser removida devido a quan<dade ou
à forma emulsionada que pode estar presente na fase liquida.

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Composição das Águas Produzidas

• composição variável em função das caracterís6cas do reservatório produtor.

• sempre têm óleo livre, microemulsionado e dissolvido, sólidos suspensos, sais, metais pesados,
radionuclídeos, microorganismos.
• os reservatórios tem na composição das rochas muitos sais e substâncias solúveis em água
assim, as águas de produção apresentam altos teores de sólidos totais dissolvidos ,
principalmente as offshore.

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Aguas possuem:
Óleo livre ou disperso

üos hidrocarbonetos presentes no petróleo são pra2camente insolúveis em água

ütem a tendência a ficar disperso na água em go;culas de microemulsão


devido as condições de pressão e temperatura.

üParte solúvel são ácidos orgânicos como ácido fórmico e propiônico, fenóis e o
grupo BTEX também apresentam solubilidade em água e são de di3cil remoção

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Aguas possuem:
Sólidos Suspensos

üalém dos sólidos solúveis a água de produção também arrasta sólidos insolúveis
como: areia, argila e sais insolúveis como o sulfato de bário.

ü metais também estão presentes e, as espécies variam de acordo com as


caracterís=cas de cada campo produtor ( Ex. De metais encontrados em
suspensão: Pb, Cd, V, Mn, Hg, Zn, Fe, Cr, Cu).

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Aguas possuem:
Radionuclídeos: a água produzida também pode ter em sua composição minerais
radioa7vos naturais como 226Ra, 228Ra.

Microorganismos: as águas produzidas também carreiam microorganismos


presentes no reservatório, alguns desses são bactérias anaeróbias e redutoras de
sulfatos, fungos e algas.

Ad5vos químicos: surfactantes, polímeros, entre outros.

Gases dissolvidos: H2S, CO2 e O2.

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Impactos da presença de água no petróleo durante o processo de produção

ǘcorrosão e incrustações nos equipamentos u.lizados na


produção, transporte e refino devido a presença de sais na
composição da água livre (cloretos, sulfatos e carbonatos
de sódio, cálcio, bário e magnésio)

üAumento significa9vo da viscosidade, afetando as


operações de elevação e escoamento devido ao aumento
da perda de carga perda, podendo afetar a produção e a
perda de eficiência do sistema de bombeio e transferência
de petróleo.

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Impactos da presença de água no petróleo durante o processo de produção


Formação de emulsão

üA presença de emulsão A/O (água/óleo) dificulta a separação de


água livre e requer :

ütemperaturas mais elevada,


üequipamentos de tratamento de maior porte
üconsumo de produtos químicos desemulsificantes;

üA presença de emulsão A/O pode provocar a formação de espuma


levando a necessidade do uso de anBespumante
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IMPACTOS DA PRODUÇÃO DE ÁGUA

• formação de hidrato, com o aparecimento de ág


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livre e o resfriamento do fluido.
500

450

400

“Gelo que queima” –


Impactos da presença de água no petróleo durante o processo de produção
350
Mistura sólida

Pressão (kgf/cm )
de gás com água

2
300

250
Hidrato
200

Formação de hidratos 150

100

50

ü Outro problema decorrente da formação de 0


0 2 4 6 8 10 12 1

hidrato durante a elevação e o escoamento do Temp

óleo os quais podem bloquear total ou


parcialmente as linhas de produção
Condições: b

Obs: O hidrato é uma estrutura cristalina formada a baixas temperaturas e em elevadas


pressões a par?r da água e das frações leves do petróleo (metano, etano e propano),
Fonte: Kurnet ,2007
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Impactos da presença de água no petróleo durante o processo de produção

Custos

üCustos adicionais para o tratamento e descarte se a água co-


produzida não for adequadamente separada nas unidades de
produção (durante o transporte para os terminais a água
presente pode se separar nos tanques de armazenamento de
petróleo ou nos tanques dos terminais),

üa água não removida durante o processo de produção onerará o


custo do transporte, uma vez que será computada como
petróleo.
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Separação

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Equipamentos de separação gás/água/óleo

ü Classificação quanto a finalidade


ü Bifásico: líquido/gás
ü Trifásico: gás/emulsão/água livre

ü Classificação quanto a geometria


ü Horizontal
ü VerBcal

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TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE SEPARAÇÃO

QUANTO À FINALIDADE: QUANTO À FORMA:


- Bifásico: Gás / Líquido
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- Horizontal
TIPOS
- Trifásico: GásDE EQUIPAMENTOS
/ Emulsão / Água livre DE SEPARAÇÃO
- Vertical

QUANTO À FINALIDADE: QUANTO À FORMA: Válvula de Controle


de Pressão

- Bifásico: Gás / Líquido - Horizontal Saída de Gás

- Trifásico:
Seção de Separação Gás /Seção
Emulsão
de / Água livre
Saída - Vertical
Primária Aglutinação de Gás Extrator de Nevoa

SEPARADOR
Defletor de VERTICAL TRIFÁSICO
Entrada
Entrada Seção de Separação
Chaminé
Secundária Entrada Válvula de Controle
Gás de Pressão

Líquido Seção de Acúmulo Saída de Gás


de Líquido
Seção de Separação Seção de Saída
Primária Aglutinação Condutor de Extrator de Nevoa
de Gás Líquido
Óleo Saída de Óleo
Saída de Defletor de
Entrada
Entrada Seção de Separação Líquido Espalhador
Chaminé Válvula de Controle
Secundária Entrada de Nível
Gás Água

SEPARADOR
Líquido HORIZONTAL BIFÁSICO
Seção de Acúmulo
de Líquido Saída de Água
SEPARADOR HORIZONTAL BIFÁSICO
Condutor de
Líquido
Óleo Saída de Óleo
Saída de SEPARADOR VERTICAL TRIFÁSICO
Líquido Espalhador
Válvula de Controle
de Nível
Água

Saída de Água
Fonte: Kurnet ,2007
SEPARADOR HORIZONTAL BIFÁSICO
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SEPARADOR VERTICAL TRIFÁSICO

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Tratamentos

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Tratamento de óleo

üFinalidade:
üRemoção de gás
üRemoção de água

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Métodos:
üDecantação (ação da gravidade: muito tempo)
üElevação da temperatura
üAdição de produto desemulsificante
üAdição de água
üEmprego de campo eletrostá<co

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DESESTABILIZAÇÃO DAS EMULSÕES

Métodos de separação: Elevação da


temperatuAra
1. ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA:
Tratamento térmico

üReduz a viscosidade,
üAumenta
- Reduz a freqüência e intensidade
a viscosidade
dos choques
- Aumenta entre
a freqüência gotas
e intensidade
dos choques entre gotas
üDilata a gota, enfraquece a película
emulsionante
- Dilata a gota, enfraquece a película
emulsionante
üAumenta a solubilidade dos agentes
- Aumenta a solubilidade no petróleo
emulsionantes no petróleo
dos agentes emulsionantes
üna faixa de 45º a 60ºC
Fonte: Kurnet, 2007

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Tratamento químico : desemulsificantes


üO desemulsificante, desloca os emulsificantes naturais da interface.
üEm seguida, ocorre a coalescência das gotas em gotas de maior tamanho.
üFinalmente, ocorre a sedimentação das gotas de maior tamanho, com a
separação da água do petróleo
üCada petróleo requer o uso de uma formulação específica de desemulsificante

Injetar o desemulsificante no interior dos poços de óleos pesados melhora a ação


de desestabilização das emulsões por impedir que os emulsificantes naturais
migrem para a interface das gotas de água geradas durante o escoamento do
petróleo

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̀ Adição de água para quebrar emulsão

ü O aumento do teor de água na emulsão, aumenta a população de gotas de água.

ü O aumento do teor de agua aumenta a proximidade e o tamanho das gotas.

ü O aumento da população de gotas na emulsão, torna a emulsão mais instável por aumentar a
probabilidade de colisão entre as gotas.

ü A colisão entre as gotas acelera o processo de coalescência.

ü Reduz a concentração de emulsificantes naturais

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DESESTABILIZAÇÃO DAS EMULSÕES

Campo eletrostá-co 4. CAMPO ELETROSTÁTICO


- Sob ação do Campo elétrico aplicado :
Sob ação do Campo elétrico aplicado :
Gotas tendem a se alinhar com o campo elétrico. As gotas ficam
üGotas tendem a se alinhar com o campo
polarizadas elétrico.
e se deformam, facilitando a ruptura do filme interfacial .
A atração elétrica aproxima as gotas o que causa a sua coalescência.

- Em Corrente AC
üAs gotas ficam polarizadas e se deformam,
- Emfacilitando
Corrente DC assim a
ruptura do filme interfacial .

üA atração elétrica aproxima as gotas e estas coalescência.


atração
eletrostática 28

14
inferior do vaso (STEWART e ARNOLD, 2009).
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A Figura 13 apresenta um tratador eletrostático AC vertical com fluxo


descendente de alta velocidade. Os eletrodos se apresentam em forma de grades
horizontais e a emulsão é injetada diretamente entre os eletrodos. O modelo comercial
Bielectric® do fabricante Petreco ®
P E N 5,0 o
2 3modelo
- I n t r o EDGE
®
d u ç ã o a odo
P e fabricante
t r ó l e o e G Howe-Baker
ás Natural
®
eo
modelo TriVolt® do fabricante Natco ® seguem genericamente este arranjo.

Dessalgador eletrostá,co

Fonte: Cou,nho, 2005

29
Figura 13: Tratador eletrostático de fluxo vertical com alimentação na parte
superior do vaso (COUTINHO, 2005).

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FLUXOGRAMA DO PROCESSAMENTO PRIMÁRIO

Poços
Produtores -BSW <= 1 %
-Salinidade <= 285 mg/l Bomba Transf.
-Estabilizado DE ÓLEO
Produto Gás para Compressor
quimico Principal
Gás para Recuperador
de Vapor

T = 10 - 60°C
Separador P = 7-10 kgf/cm2a
de Água Livre

T = 70-120°C
Gás p/ Recuperador
P = 5.5 kgf/cm2a de Vapor

Separador
Hidrociclones
Produção

óleo
Aquecedor
BSW: 5 a 30% Degaseificador

Aquecedor
Hidrociclones T = 90-160°C
P = 4 kgf/cm2a
Tratador de óleo
(eletrostático)
Hidrociclones

Fonte: Kurnet, 2007


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PEN 5023 - Introdução ao Petróleo e Gás Natural

• Video : h)ps://www.youtube.com/watch?v=UUtqH5C1bzE

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Bibliografias
Brasil , Nilo Índio. Processamento de Petróleo e Gas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Cien<ficos
Editora LTDA, 2011. Reimpressão, 2012.

Kurnet, Rosana. PROCESSAMENTO PRIMÁRIO DE PETRÓLEO. Universidade Petrobras Escola De


Ciência E Tecnologia do E&P. Power Point da disciplina Processamento de Petroleo e gás (BQ09).
2007

CouTnho, R., 2005. Estudo da Estabilidade de Emulsões de Água em Petróleo. Dissertação de M.Sc.
Universidade Federal do Rio de Janeiro

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üANP, PORTARIA No 009 DE 21 DE JANEIRO DE 2000. Aprova o Regulamento


Técnico de Reservas de Petróleo e Gás Natural, o qual define os termos
relacionados com as reservas de petróleo e gás natural, estabelece critérios
para a apropriação de reservas e traça diretrizes para a esLmaLva das
mesmas.
üSpeight, J.G;. Handbook of Petroleum Analysis. John Wiley & Sons, 2001.
üThomas, J.E. Fundamentos da Engenharia de Petróleo. Rio de Janeiro,
2001, Interciência.
üVAZ, C. E. M.; MAIA, J. L. P.; SANTOS, W. G.. Tecnologia da Indústria do Gás
Natural. 1a Edição São Paulo: Blucher, 2008. 416 p

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