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HUMOR, MULTIMODALIDADE E CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS:

PRÁTICAS DE MULTILETRAMENTOS COM O GÊNERO DISCURSIVO


MEME NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

Rosivaldo Gomes1

Heloane Baia Nogueira2

Resumo: Neste trabalho, apresentamos algumas análises de produções digitais


multimodais do gênero discursivo meme, realizadas por alunos do Instituto Federal
Tecnológico Federal do Amapá (IFAP), durante uma oficina de produção textual. Mais
especificamente, buscamos discutir de que maneira a constituição
multimodal/multissemiótica, realizada pelos alunos participantes da oficina, em suas
produções, contribui para a construção de efeitos de sentidos dos exemplares do texto
produzido. Para definição de gênero discursivo, ancoramos na perspectiva bakhtiniana
tratando, a partir das categorias definidoras de Bakhtin (2003[1952-3/1979]) – conteúdo
temático/axiológico, estrutura composicional e estilo. É a partir também desse construto
teórico que caracterizamos o meme enquanto um gênero discursivo
multimodal/multissemiótico criado a partir práticas que envolvem novos
(multi)letramentos. Para fundamentação do trabalho, nossas abordagens tomam por base
alguns pressupostos teóricos dos Multiletramentos (COPE; KALANTZIZ, 2006
[2000]), dos Novos Letramentos (COIRO, KNOBEL, LANKSEHEAR, LEU, 2008;
LANKSHEAR, KNOBEL (2007), bem como autores brasileiros que têm desenvolvido
pesquisas no campo da educação linguística e da Linguística Aplicada considerando as
tecnologias digitais da informação e comunicação e a Pedagogia dos Multiletramentos
(ROJO, 2012, 2017, ROJO; BARBOSA, 2013, 2014; ROJO, 2017; GOMES, 2017). A
análise, caracterizada como qualitativa-interpretativista e feita à luz dos princípios da
pedagogia dos multiletramentos e do paradigma aprendizagem interativa, colaborativa e
protagonista (LEMKE, 2010[1998]), evidencia que ao propomos aos alunos que se
colocarem no lugar de “lautor” (ROJO, 2012) ou de “produsuário” (BRUNS, 2009) de
seus próprios discursos, houve engajamentos desses na construção dos memes a partir
de designs digitais disponíveis, sendo que os alunos mobilizaram conhecimentos
práticos e competência técnica para compreensão da produção funcional da ferramenta
para elaboração do gênero, mas também mobilizaram letramentos críticos no momento
da escolha desses designs disponíveis que constituíram do redesign, de uma produção
de sentidos transformados e transformadores.

Palavras-chave: Novos (multi)letramentos. Práticas digitais. Gênero meme.

1
Doutor em Linguística Aplicada/IEL-UNICAMP e pós-doutorando em Educação pelo Departamento de Pesquisa e
Pós-graduação da Universidade Federal do Amapá (DPG/UNIFAP). Professor adjunto de Língua Portuguesa e
Didática das Línguas do Departamento de Letras e Artes/Cursos de Letras Francês e Inglês da UNIFAP. E-mail:
rosivaldounifap12@gmail.com.

2
Mestranda do Programa de Pós-graduação de Mestrado em Desenvolvimento Regional da Universidade
Federal do Amapá. Professora substituta de Língua Portuguesa e Literatura do Instituto Tecnológico
Federal do Amapá (IFAP). Email: helobaia84@gmail.com

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